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na atividade enzimática
Efeito do pH
Quando temos a variação da atividade da enzima
em função do pH, normalmente, obtemos uma
curva tipo sino (bell-shaped) sendo que
observamos a atividade máxima no pico da
curva.
Na realidade neste gráfico temos duas curvas representadas: braço ácido
e braço básico, ou seja, temos duas curvas de titulação onde o ponto de
inflexão corresponde ao pKa de um determinado grupo pelo que
obtemos dois valores de pka (pk1 e pk2).
Para cada enzima temos valores diferentes de pH ótimos. O valor de pH
ótimo não depende do substrato, mas sim do mecanismo enzimático, ou
seja, uma mesma enzima com diferentes substratos possui valores de pH
ótimo diferentes.
Em várias enzimas é possível identificar os resíduos de aminoácidos que
estão no centro ativo, que são os mais importantes para o mecanismo
catalítico da enzima. Na maior parte dos casos temos dois aminoácidos
ionizáveis. Se só houver um aminoácido importante só vamos ter um
dos braços na curva e se houver 3 aminoácidos vamos ter uma curva
assimétrica porque vai haver 2 aminoácidos na zona básica ou na zona
ácida.
NOTA: pH 7 é o pH fisiológico
Modelo cinético
Este modelo cinético é semelhante ao de MM
sendo que a única diferença é que neste modelo
consideramos que existem dois grupos
ionizáveis pelo que a enzima pode existir em 3
formas: dois grupos ionizados, ou seja, nenhum
dos grupos está protonado (E), forma ativa
sendo que esta é a única forma que dá origem ao produto (EH) e dois
grupos desprotonados (EH2).
Neste modelo consideramos que a forma EHS (forma EH com
substrato) é a única forma ativa, ou seja, é esta que vai dar origem ao
produto final, mas as outras formas também conseguem ligar-se ao
substrato. Portanto, a velocidade da reação é dada pelas seguintes
equações:
NOTA: alguns livros consideram que os substratos só se ligam a forma ativa da enzima, mas esta é uma má aproximação
NOTA: A = contante
Gráficos de Arrehenius
Neste caso temos dois substratos cujas retas possuem o mesmo declive,
ou seja, a energia de ativação é igual em ambos substratos.
Sendo que calcular a energia de ativação através da equação de
Arrehenius não é muito viável porque, normalmente, num gráfico de
log(Kcat) em função 1/T obtemos uma curva na qual para cada ponto
temos uma tangente com declive negativa e para cada uma destas retas
temos uma energia de ativação pelo que esta aproximação só é valida
para intervalos de temperatura muito curtos.
A
capacidade calorifica é a capacidade de uma
substância absorver energia que depende da
temperatura. Também é importante ter em conta a
alteração do passo limitante, isto é, quando temos uma reação
enzimática existem vários passos na reação e um destes é considerado o
passo limitante o qual, em princípio, é que tem energia mais elevada e é
o que esta relacionado com a energia de ativação, mas com o aumento
da temperatura existe uma alteração do passo limitante o que faz com
que não estejamos a medir sempre a mesma energia de ativação.
Portanto, tanto a desnaturação como a capacidade calorífica como a
alteração do passo limitante (o mais importante) fazem com que o valor
de energia de ativação não seja constante e é por isto que obtemos uma
curva em vez de uma linha reta com declive negativo pelo que é
necessário considerar um intervalo de temperatura muito pequeno.
Efeito dos solventes orgânicos
As enzimas não só são ativas em água, mas também em vários solventes
orgânicos sendo que é necessário que haja esferas de água à volta da
enzima para que esta consiga desempenhar a sua função.
Ao colocar uma enzima seca (em pó) num solvente apolar esta não se
dissolve, mas fica suspensa na solução e mesmo assim fica com 0,01/ de
água o qual é suficiente para que a enzima faça a sua atividade. Ao
colocar num solvente mais polar, este solvente interage com as poucas
moléculas de água que existem na enzima retirando-as da enzima e isto
impede que a enzima tenha atividade. Portanto, quanto mais apolar for o
solvente mais solúvel será a enzima e maior será a sua atividade.
Loc(P) é a razão entre a concentração de um composto X num solvente
orgânico e da concentração do mesmo composto X em água, portanto,
isto é uma medida da polaridade dos compostos. Como regra geral, um
solvente que tenha um Loc(P) superior a 4, normalmente, é considerado
um bom solvente para enzima, no entanto, um solvente com um Loc(P)
inferior a 2, normalmente, é considerado com um mau solvente para a
enzima.
A utilização de solventes orgânicos tem vantagens visto que:
• aumenta a solubilidade de alguns reagentes apolares e de certos
cofatores o qual aumenta a velocidade das reações
• suprimem as reações não enzimáticas (espontâneas) porque a
água é um meio muito reativo
• aumenta a estabilidade (movem menos/desenrolam menos
facilmente/mais rígidos) de algumas enzimas porque têm menos
água a volta das mesmas pelo que se podem utilizar temperaturas
mais altas
• altera-se a seletividade da enzima para alguns substratos porque
fica mais estável em solventes orgânicos
• afeta a “memoria” da enzima visto que dependendo do pH a
enzima possui um determinado estado de protonação pelo que se
ao colocar a enzima a um determinado pH num solvente não
solúvel e depois passamos para um solvente orgânico onde já é
solúvel, a enzima fica com os mesmos estados de protonação que
tinha no pH anterior.
• cofatores ou ligandos que se ligam fracamente a enzima, num
solvente orgânico a ligação é mais forte
• as reações das hidrolases são revertidas (temos síntese), isto é,
quando temos uma reação do tipo: AB + H 0 AOH + BH, em água 2