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Modelo de recurso

Direito Constitucional:
Trata-se de recurso em face da questão 14 – Tipo Verde, da primeira fase do XXX
Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil, aplicada no dia 20 de outubro de
2019. Tal questão versa a matéria de constitucional.

Questão 14 - Durante campeonato oficial de judô promovido pela Federação de Judô


do Estado Alfa, Fernando, um dos atletas inscritos, foi eliminado da competição
esportiva em decorrência de uma decisão contestável da arbitragem que dirigiu a luta.
Na qualidade de advogado (a) contratado (a) por Fernando, assinale a opção que
apresenta a medida juridicamente adequada para o caso narrado.

A) Fernando poderá ingressar com processo perante a justiça desportiva para


contestar o resultado da luta e, uma vez esgotadas as instâncias desportivas e
proferida decisão final sobre o caso, não poderá recorrer ao Poder Judiciário.

B) Fernando poderá impugnar o resultado da luta perante o Poder Judiciário,


independentemente de esgotamento das instâncias da justiça desportiva, em virtude
do princípio da inafastabilidade da jurisdição.

C) Fernando, uma vez esgotadas as instâncias da justiça desportiva (que terá o prazo
máximo de 60 dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final),
poderá impugnar o teor da decisão perante o Poder Judiciário. (Gabarito preliminar)

D) A ordem jurídica, que adotou o princípio da unidade de jurisdição a partir da


Constituição de 1988, passou a prever a exclusividade do Poder Judiciário para dirimir
todas as questões que venham a ser judicializadas em território nacional,
deslegitimando a atuação da justiça desportiva.

O gabarito da banca apontou a alternativa “C” como correta. Com a devida vênia, a
questão merece ser anulada, pois o conteúdo da resposta correta diz respeito a Direito
Desportivo, o qual ainda não consta do conteúdo do edital. Portanto, não poderia ser
tema da prova em questão.

De fato a alternativa está correta e prevista no Art. 217 da Constituição Federal. O vicio
da questão se encontra no fato de que a banca não trouxe tal tema em seu edital.
Visando trazer fundamentos em tal recurso, pode-se observar que o Judiciário já
anulou questão de candidato que alegou exatamente este problema em uma prova do
XIV Exame de Ordem. Não se pode cobrar em questões conteúdos que não estão
previstos no edital, tal como Direito Desportivo, Caracteriza abuso e um absurdo a
banca explorar questões que estão EXPLICITAMENTE fora dos Provimentos (144/11 e
156/13).

Do exposto, requer-se a anulação da questão, atribuindo-se a respectiva pontuação


em caráter geral.

Direito Constitucional:
Trata-se de recurso em face da questão 16 – Tipo Verde, da primeira fase do XXX
Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil, aplicada no dia 20 de outubro de
2019. Tal questão versa a matéria de constitucional.

Questão 16 - Em decorrência de um surto de dengue, o Município Alfa, após regular


procedimento licitatório, firmou ajuste com a sociedade empresária Mata Mosquitos
Ltda., pessoa jurídica de direito privado com fins lucrativos, visando à prestação de
serviços relacionados ao combate à proliferação de mosquitos e à realização de
campanhas de conscientização da população local. Nos termos do ajuste celebrado, a
sociedade empresarial passaria a integrar de forma complementar, o Sistema Único de
Saúde (SUS). Diante da situação narrada, com base no texto constitucional, assinale a
afirmativa correta.

A) O ajuste firmado entre o ente municipal e a sociedade empresária é


inconstitucional, eis que a Constituição de 1988 veda a participação de entidades
privadas com fins lucrativos no Sistema Único de Saúde, ainda que de forma
complementar.
B) A participação complementar de entidades privadas com fins lucrativos no
Sistema Único de Saúde é admitida, sendo apenas vedada a destinação de recursos
públicos para fins de auxílio ou subvenção às atividades que desempenhem.
(Gabarito preliminar)

C) O ajuste firmado entre o Município Alfa e a sociedade empresária Mata Mosquito


Ltda. encontra-se em perfeita consonância com o texto constitucional, que autoriza a
participação de entidades privadas com fins lucrativos no Sistema Único de Saúde e o
posterior repasse de recursos públicos.

D) As ações de vigilância sanitária e epidemiológica, conforme explicita a Constituição


de 1988, não se encontram no âmbito de atribuições do Sistema Único de Saúde, razão
pela qual devem ser prestadas exclusivamente pelo poder público.

O gabarito apontou a alternativa “B” como correta. Com a devida vênia, a questão
merece ser anulada, pois a letra “C” também pode ser considerada correta. Portanto, a
questão acaba tendo duas respostas corretas, o que gera razão para anulação.

Art. 199, §§1º e 2º da CF. Gabarito com duas possíveis alternativas.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema


único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às


instituições privadas com fins lucrativos. Do exposto, requer-se a anulação da questão,
atribuindo-se a respectiva pontuação em caráter geral.
Direito Tributário
Trata-se de recurso em face da questão 25 – Tipo Verde, da primeira fase do XXX
Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil, aplicada no dia 20 de outubro de
2019. Tal questão versa a matéria de Direito Tributário.

Questão 25 - Otávio, domiciliado no Estado X, possui ações representativas do capital


social da Sociedade BETA S/A, com sede no Estado Y, e decide doar parte da sua
participação acionária a Mário, seu filho, então domiciliado no Estado Z. Com dúvidas
quanto ao Estado para o qual deverá ser recolhido o imposto sobre a Transmissão
Causa Mortis e Doação (ITCD) incidente nessa operação, Mário consulta seu escritório,
destacando que o Estado Z estabelece alíquotas inferiores às praticadas pelos demais
Estados. Com base nisso, assinale a afirmativa correta.

A) O ente competente para exigir o ITCD na operação em análise é o Estado X, onde


tem domicílio o doador. (Gabarito Preliminar)

B) O ITCD deverá ser recolhido ao Estado Y, uma vez que o bem a ser doado consiste
em participação acionária relativa à sociedade ali estabelecida, e o imposto compete
ao Estado da situação do bem.

C) O ITCD deverá ser recolhido ao Estado Z, uma vez que o contribuinte do imposto é o
donatário.

D) Doador ou donatário poderão recolher o imposto ao Estado X ou ao Estado Z, pois o


contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada.

O gabarito da banca apontou a alternativa “A” como correta. Com a devida vênia, a
questão merece ser anulada, tendo como fundamentação a súmula nº 435 do STF, que
tem como redação o texto “O imposto de transmissão “causa mortis” pela
transferência de ações é devido ao estado em que tem sede a companhia”. Diante o
exposto, a alternativa correta deveria ser a letra “B”.

A presente Súmula estabelece que em casos transferência de ações é devido o ITCM


ao estado em que tem sede a companhia. E de acordo com o enunciado, a
companhia/sociedade Beta tem sede no estado Y. Portanto, a questão B está correta,
em atenção a súmula supracitada, bem como o disposto no parágrafo primeiro do
artigo 155 da CF. Ademais, o art. 66 do CTN estabelece que o referido imposto pode
ser devido por qualquer uma das partes. Nesse caso, a referida questão deve ser
anulada por contrariar a súmula 435 do STF, bem como o parágrafo primeiro do artigo
155 da CF e também o art. 66 do CTN .

Do exposto, requer-se a anulação da questão, atribuindo-se a respectiva pontuação


em caráter geral.

Direito Ambiental

Questão 33 - Pedro, proprietário de fazenda com grande diversidade florestal, decide


preservar os recursos ambientais nela existentes, limitando, de forma perpétua, o uso
de parcela de sua propriedade por parte de outros possuidores a qualquer título, o que
realiza por meio de instrumento particular, averbado na matrícula do imóvel no
registro de imóveis competente. Assinale a opção que indica o instrumento jurídico a
que se refere o caso descrito.

A) Zoneamento Ambiental.

B) Servidão Ambiental. (Gabarito Preliminar)

C) Área Ambiental Restrita.

D) Área de Relevante Interesse Ecológico.

O gabarito da banca apontou a alternativa “B” como correta. Contudo, com base no
art. 9ºA, do Código Florestal, o qual trata da possibilidade de o proprietário ou
possuidor de imóvel, limitar o uso total de sua propriedade ou somente de forma
parcial. Todavia, data vênia, a presente questão possui outro gabarito possível, qual
seja a assertiva que trata da “Área Ambiental Restrita” (LETRA C).

Os artigos 10 e 11, do Código Florestal, trataram de definir as “Áreas de Uso Restrito”.


Note-se que o legislador usou a expressão “Uso Restrito”. Logo, ao trazer alternativa
com a redação “Área Ambiental Restrita”, não é possível utilizá-la como sinônimo de
“Área de USO RESTRITO”, que, segundo o ordenamento pátrio, não são a mesma coisa.
Tal argumento encontra guarida no conceito de servidão à luz do Direito Civil, que a
define como uma restrição de propriedade ou limitação da liberdade sobre ela. Dessa
forma, quando há caracterizada uma Servidão Ambiental, consequentemente há uma
restrição sobre a área, o que torna a alternativa “Área Ambiental Restrita” também
correta. A limitação que Pedro sofreria no uso de sua propriedade caracteriza uma
servidão ambiental e, dessa forma, uma área ambiental restrita. Do exposto, requer-se a
anulação da questão, atribuindo-se a respectiva pontuação em caráter geral.
Direito Administrativo:
Trata-se de recurso em face da questão 28 – Tipo Verde, da primeira fase do XXX
Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil, aplicada no dia 20 de outubro de
2019. Tal questão versa a matéria de Direito Administrativo.

Questão 28 - O mandato de João como dirigente de determinada agência reguladora


federal terminou pelo decurso do prazo, em junho de 2019, sem sua recondução ao
cargo. No mês seguinte, João recebeu vultosa e tentadora proposta de certa sociedade
empresária para prestar serviço de consultoria na área do setor regulado pela citada
agência. Levando em conta que a lei específica da agência em tela seguiu as normas
gerais de gestão de recursos humanos das agências reguladoras previstas na Lei nº
9.986/00, João

A) está impedido de aceitar a proposta, pois precisa cumprir quatro meses de


quarentena, contados do término do seu mandato, período durante o qual ficará
vinculado à agência, fazendo jus à remuneração compensatória equivalente à do
cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes, sob pena de incorrer
na prática de crime de advocacia administrativa. (Gabarito preliminar)

B) está impedido de aceitar a proposta, pois precisa cumprir noventa dias de


quarentena, contados do término do seu mandato, período durante o qual não ficará
vinculado à agência, nem fará jus a qualquer remuneração compensatória, sob pena
de incorrer na prática de ato de improbidade administrativa.

C) pode aceitar a proposta, desde que abra mão da remuneração compensatória


equivalente à do cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes, que
receberia durante noventa dias após o término de seu mandato, sob pena de incorrer
na prática de enriquecimento ilícito.

D) pode aceitar a proposta, inclusive acumulando sua nova remuneração da iniciativa


privada com a remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção que
exerceu e aos benefícios a ele inerentes, a que faz jus durante noventa dias após o
término de seu mandato.
O gabarito apontou a alternativa “A” como correta. Com a devida vênia, a questão
merece ser anulada, pois houve alteração legislativa em junho de 2019. O art. 8º da Lei

9.986/00, em sua redação original, estabelecia que “o ex-dirigente fica impedido para
o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela
respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou do
término do seu mandato.”, o que tornaria a alternativa correta.

Contudo, a redação de tal artigo foi alterada por força da LEI Nº 13.848, de 25 de junho
de 2019. Assim, não há que se falar em prazo de quatro meses, mas sim 6 (seis) meses,
contados da exoneração ou do término de seu mandato, assegurada a remuneração
compensatória. Além disso, a lei fala em proibição de exercer serviço, e não em aceitar
a proposta, desde que o início das atividades respeite a quarentena.

Pois bem, dispõe o item 3.6.14.4 do edital do exame que: “Legislação com entrada em
vigor após a data de publicação deste edital, bem como alterações em dispositivos
legais e normativos a ele posteriores não serão objeto de avaliação nas provas, assim
como não serão consideradas para fins de correção das mesmas. Em virtude disso,
somente será permitida a consulta a publicações produzidas pelas editoras, sendo
vedada a atualização de legislação pelos examinandos”.

Não podemos esquecer que a banca está vinculada ao edital que publica. Sendo
assim, basta verificar que no item 6.3 do conteúdo programático de Direito
Administrativo há, expressamente, a cobrança das alterações introduzidas pela Lei
13.848. Do exposto, requer-se a anulação da questão, atribuindo-se a respectiva
pontuação em caráter geral.

Direito Empresarial
Trata-se de recurso em face da questão 49 – Tipo Verde, da primeira fase do XXX
Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil, aplicada no dia 20 de outubro de
2019. Tal questão versa a matéria de Direito Empresarial.

Questão 49 - Além da impontualidade, a falência pode ser decretada pela prática de


atos de falência por parte do devedor empresário individual ou dos administradores da
sociedade empresária. Assinale a opção que constitui um ato de falência por parte do
devedor.

A) Deixar de pagar, no vencimento, obrigação líquida materializada em título executivo


protestado por falta de pagamento, cuja soma ultrapasse o equivalente a 40
(quarenta) salários mínimos na data do pedido de falência.

B) Transferir, durante a recuperação judicial, estabelecimento a terceiro sem o


consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu
passivo, em cumprimento à disposição de plano de recuperação.

C) Não pagar, depositar ou nomear à penhora, no prazo de 3 (três) dias, contados da


citação, bens suficientes para garantir a execução.

D) Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de


recuperação judicial, após o cumprimento de todas as obrigações previstas no plano
que vencerem até dois anos depois da concessão da recuperação judicial. (Gabarito
Preliminar)

O gabarito apontou a alternativa “D” como correta. Com a devida vênia, a questão
merece ser anulada, pois a questão não possui resposta correta.

Todas as assertivas estão incorretas. O enunciado procura uma hipótese que


demonstre “ATO DE FALÊNCIA”, tudo conforme o artigo 94, inciso III da Lei 11.101/05.
- alternativa “A” está incorreta, pois se trata da impontualidade injustificada do artigo
94, I, Lei 11.101/05.

A alternativa “B” está incorreta, pois muito embora discuta o tema dos atos de
falência, o artigo 94, III, alínea “C” entende que o trespasse irregular traz ato de
falência, mas desde que não seja parte do plano de recuperação. A assertiva indica que
faz parte do plano, e, portanto, a hipótese também está eliminada. A alternativa “C”
está incorreta, já que versa sobre a execução frustrada com base no art. 94, II, Lei
11.101/05.

A alternativa “D” está incorreta. A assertiva indica que deixar de cumprir, no prazo
estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial, eventualmente,
seria ato de falência. Vale ressaltar, que, o ato de falência se dá pela ausência de
cumprimento de obrigações assumidas nos primeiros 2 (dois) anos após a concessão
da recuperação judicial. ERRO NA REDAÇÃO: …após o “CUMPRIMENTO DE TODAS AS
OBRIGAÇÕES” previstas no plano que vencerem até dois anos depois da concessão da
recuperação judicial. “Se o texto indica que as obrigações foram CUMPRIDAS, não há o
que se falar em ato de falência.”

Portanto, seria ilógico decretar a falência de um Empresário ou de uma Sociedade


Empresária que tenha cumprido com as suas obrigações. Naturalmente, estamos
diante de um erro de redação, erro este que descontextualizou a questão, afastando o
ato de falência.

Do exposto, requer-se a anulação da questão, atribuindo-se a respectiva pontuação


em caráter geral.

Direito Processual Civil


Trata-se de recurso em face da questão 52 – Tipo Verde, da primeira fase do XXX
Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil, aplicada no dia 20 de outubro de
2019. Tal questão versa a matéria de Direito Processual Civil.

Questão 52 - O edifício Vila Real ajuizou ação de execução das contribuições de


condomínio em atraso em face de Paper & Paper Ltda., proprietária da unidade 101.
Citada a ré em janeiro de 2018, não houve o pagamento da dívida e, preenchidos os
requisitos legais para tanto, houve a desconsideração da personalidade jurídica da
devedora, a fim de que seus sócios Ana e Guilherme, casados, fossem citados, o que
ocorreu em dezembro de 2018. Posteriormente, o condomínio exequente identificou
que Ana e Guilherme venderam a Consuelo um imóvel de sua propriedade, em julho
de 2018. Considerando que a execução em tela é capaz de reduzir à insolvência de
Paper & Paper Ltda. e que não foram localizados bens penhoráveis de Ana e
Guilherme, assinale a afirmativa correta.

A) A alienação realizada por Ana e Guilherme configura fraude à execução, e deverá


ser reconhecida independentemente da intimação de Consuelo.
B) A alienação realizada por Ana e Guilherme configura fraude à execução e seu
reconhecimento não pode se dar antes da intimação de Consuelo, que poderá opor
embargos de terceiro. (Gabarito preliminar)

C) A alienação realizada por Ana e Guilherme não configura fraude à execução, pois
realizada antes da citação dos sócios.

D) A alienação realizada por Ana e Guilherme não configura fraude à execução, uma
vez que a insolvência atingiria apenas a devedora original, e não os sócios.

O gabarito apontou a alternativa “B” como correta. Com a devida vênia, a questão
merece ser anulada, pois a alternativa “D” seria a resposta correta, de acordo com
entendimento jurisprudencial acerca do tema, que entende que não há fraude à
execução caso a alienação do bem seja realizada ANTES da citação dos sócios.

O STJ firmou entendimento no sentido de que a situação narrada não configura fraude
à execução, já que a alienação foi realizada antes da citação dos sócios.

Nesse sentido, temos:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. ALIENAÇÃO


DE IMÓVEL POR SÓCIO DA PESSOA JURÍDICA ANTES DO REDIRECIONAMENTO DA
EXECUÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. FRAUDE À EXECUÇÃO
NÃO CONFIGURADA. 1. Cinge-se a controvérsia em determinar se a venda de imóvel
realizada por sócio de empresa executada, após a citação desta em ação de execução,
mas antes da desconsideração da personalidade jurídica da empresa, configura fraude
à execução. 2. A fraude à execução só poderá ser reconhecida se o ato de disposição
do bem for posterior à citação válida do sócio devedor, quando redirecionada a
execução que fora originariamente proposta em face da pessoa jurídica. 3. Na hipótese
dos autos, ao tempo da alienação do imóvel corria demanda executiva apenas contra a
empresa da qual os alienantes eram sócios, tendo a desconsideração da personalidade
jurídica ocorrido mais de três anos após a venda do bem. Inviável, portanto, o
reconhecimento de fraude à execução. 4. Recurso especial não provido. (REsp
1391830/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
22/11/2016, DJe 01/12/2016).

Do exposto, requer-se a anulação da questão, atribuindo-se a respectiva pontuação


em caráter geral.

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