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Maria, jovem integrante da alta sociedade paulistana,

apesar de não trabalhar, reside há dois anos em um dos


bairros nobres da capital paulista, visto que recebe do
Estado de São Paulo pensionamento mensal decorrente da
morte de seu pai, ex-servidor público. Ocorre que, após
voltar de viagem ao exterior, foi surpreendida com a
suspensão do pagamento da referida pensão, em razão de
determinação judicial. Em razão disso, deixou de pagar a
conta de luz de sua casa por dois meses consecutivos o
que acarretou, após a prévia notificação pela
concessionária prestadora do serviço público, o corte do
fornecimento de luz em sua residência. Considerando a
narrativa fática acima, responda aos itens a seguir,
empregando os argumentos jurídicos apropriados e a
fundamentação legal pertinente ao caso.

A) À luz dos princípios da continuidade e do equilíbrio


econômico-financeiro do contrato de concessão de serviço
público, é lícito o corte de luz realizado pela
concessionária?
O princípio da continuidade do serviço público consiste na exigência de que o
serviço seja prestado de forma permanente, sem qualquer interrupção, visando
assegurar estabilidade para os usuários por meio de sua manutenção de forma
ininterrupta. Com tudo, a interrupção do serviço após prévio aviso quando
houver inadimplemento do usuário, não caracteriza descontinuidade do serviço.
Isto porque, a continuidade da prestação do serviço facultativo pressupõe o
cumprimento de deveres por parte do usuário, notadamente o pagamento da
tarifa. Por outro lado, a falta de remuneração adequada, ante a aceitação do
inadimplemento pelo usuário, poderia levar ao próprio colapso do serviço, o
que afetaria a própria sociedade como um todo. Do mesmo modo, o equilíbrio
econômico-financeiro do contrato restaria abalado caso a concessionária fosse
obrigada a prestarão consumidor inadimplente.

B) O Código de Defesa do Consumidor pode ser aplicado


irrestritamente à relação entre usuários e prestadores de
serviços públicos?
Neste caso, estamos diante de um conflito. Contudo, tal conflito já se encontra
pacificado na doutrina e jurisprudência, pela aplicação do critério da
especialidade, haja vista que a lei busca disciplinar relação especial de
consumo (usuário de serviço público). Sendo assim, o CDC não se aplica
irrestritamente aos serviços públicos, mas apenas de forma.

O Estado W resolve criar um hospital de referência no tratamento


de doenças de pele. Sem dispor dos recursos necessários para a
construção e a manutenção do Hospital da Pele?, Pretende adotar
o modelo de parceria público-privada. O edital de licitação prevê
que haverá a seleção dos particulares mediante licitação na
modalidade de pregão presencial, em que será vencedor aquele
que o ferecer o menor valor da contraprestação a ser paga pela
Administração estadual. Está previsto também, no instrumento
convocatório, que a Administração deverá, obrigatoriamente, deter
51% das ações ordinárias da sociedade de propósito específico a
ser criada para implantar e gerir o objeto da parceria. Esta cláusula
do edital foi impugnada pela sociedade empresária XYZ, que
pretende participar do certame. Diante disso, responda,
justificadamente, aos itens a seguir.
A) A modalidade e o tipo de licitação escolhidos pelo Estado
W são juridicamente adequados?

Não há como negar a legalidade do procedimento licitatório quando a


modalidade escolhida e praticado pelo poder público, pois o artigo 10 da
lei 1107 9/0 4 fala sobre concorrência , além disso considerando que o
objeto licita do consiste em obra pública não há espaço material mente
para modalidade pregão , dado simples leitura do art.1° d a lei 10520 /02.
Quanto ao tipo, v ale citar o art. 12, II, A, pelo fato de que não há um tipo
licitatório imposto de forma vincula ao agente público, cabendo a ele definir o
melhor critério a bem do interesse público.

B) A impugnação ao edital feita pela sociedade empresária XYZ


procede?
deve prosperar a impugnação trazida pela empresa, uma vez que a lei especial
de parcerias veda expressamente o art. 9 § tal condição majoritária de parceiro
público na SPE constituída.
Recentemente, 3 (três) entidades privadas sem fins lucrativos do
Município ABCD, que atuam na
defesa, preservação e conservação do meio-ambiente foram
qualificadas pelo Ministério da Justiça como Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público. Buscando obter ajuda
financeira do Poder
Público para financiar parte de seus projetos, as 3 (três) entidades
apresentaram requerimento à autoridade competente, expressando
seu desejo de firmar um termo de parceria. Com base na
narrativa fática, responda às indagações abaixo, empregando os
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal
pertinente ao caso.

A) O poder público deverá realizar procedimento licitatório (Lei n.


8666/93) para definir com qual entidade privada irá formalizar termo
de parceria?
Considerando que o interesse tutelado entre OSCIP e o poder público no
termo de parceria consiste em uma igualdade de atendimento ao interesse
público e, ainda, dada à inexistência de determinação legal, tanto na
constituição quanto na lei especial licitatória, não há o que se falar em
procedimento licitatório prévio, incidindo, portanto, uma análise discricionária
do poder público competente.

C) Após a celebração do termo de parceria, caso a entidade


privada necessite contratar pessoal para a execução de seus
projetos, faz-se necessária a realização de concurso público?

Neste mesmo sentido, por não representar qualquer espécie de investidura em


cargo ou emprego público, não será aplicado o instituto constitucional do
concurso público, conforme o art. 37, II da CF/88. No entanto há que se
observar os princípios norteadores da administração pública.
Uma determinada microempresa de gêneros alimentícia s explora
seu estabelecimento comercial, por meio de contrato de locação
não residencial, fixado pelo prazo de 10 (dez) ano s, com término
em abril de 2011. Entretanto, em maio do ano de 2009, a referida
empresa recebe uma notificação do Poder Público municipal com a
ordem de que deveria desocupar o imóvel no prazo de 3 (três)
meses a partir do recebimento da citada notificação, sob pena de
imissão na posse a ser realizada pelo Poder Público do município.
Após o término do prazo concedido, agentes públicos municipais
compareceram ao imóvel e avisaram que a imissão na posse pelo
Poder Público iria ocorrer em uma semana. Desesperado com a
situação, o presidente da sociedade empresária resolve entrar em
contato imediato com o proprietário do imóvel, um fazendeiro da
região, que lhe informa que já recebeu o valor da indenização por
parte do Município, por meio de acordo administrativo celebrado um
mês após o decreto expropriatório editado pelo Senhor Prefeito.
Indignado, o presidente da sociedade resolve ajuizar uma ação
judicial em face do Município, com o objetivo de manter a vigência
do contrato até o prazo de seu término, estipulado no respectivo
contrato de locação comercial, ou seja, abril de 2011; e, de forma
subsidiária, uma indenização pelos danos que
lhe foram causados.
A partir da narrativa fática descrita acima, responda aos itens a
seguir, utilizando os argumentos jurídicos apropriados e a
fundamentação legal pertinente ao caso.

A) É juridicamente correta a pretensão do locatário


(microempresa) de impo r ao Poder Público a manutenção da
vigência do contrato de locação até o seu termo final?
NÃO, porque a desapropriação extingue o contrato de locação, liberando o
bem de qualquer ônus real ou pessoal que incidia sobre a propriedade
anteriormente, haja vista que a desapropriação consiste em modo originário de
aquisição de propriedade.

B) Levando-se em consideração o acordo administrativo realizado


com o proprietário do imóvel, é juridicamente correta a pretensão do
locatário (microempresa) em requerer ao Poder Público municipal
indenização pelos danos causados?

SIM. Assim como os proprietários, os locatários também podem sofrer danos


com a desapropriação pelo poder público, visto que a sociedade locatária
experimenta prejuízos distintos dos suportados pelo proprietário (0,40). O
proprietário é indenizado pela perda da propriedade (art. 5, XXIV, CF/ 88)
enquanto a sociedade locatária pela interrupção do negócio e pela perda do
estabelecimento empresarial (fundo de comércio).

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