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A lei 14.

612/23, inclui o assédio moral sexual e discriminação entre as infrações étnico-


disciplinares no âmbito da advocacia. Nesse sentido, segundo o apontamento da Câmara dos
Deputados, tais práticas, passam a ser passíveis de punição perante a Ordem dos Advogados
do Brasil.

De acordo com a Câmara dos Deputados, a lei define assédio moral como “conduta
praticada no exercício profissional por meio da repartição de gestos, palavras faladas ou
escritas ou comportamentos que exponham o estagiário, advogado ou qualquer outro
profissional a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de lhes causar ofensa à
personalidade, à dignidade e à integridade psíquica ou física, visando excluí-los de suas
funções ou desestabilizá-los emocionalmente, deteriorando o ambiente profissional”.

O assédio sexual, caracteriza-se pela conduta de conotação sexual praticada no exercício


profissional ou em razão dele, podendo se manifestar fisicamente, por palavras, gestos ou
outros meios, sendo imposta sobre à pessoa contra a sua vontade, violando sua liberdade e
causando lhe constrangimento.

Já a discriminação, consiste no tratamento constrangedor ou humilhante a uma pessoa ou


grupo de pessoas, em razão de deficiência, raça, cor, sexo, origem étnica e etc.

A lei, possui sua origem no projeto de lei 1852/23, da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ),
sendo aprovada pela Câmara dos Deputados e Senado Federal. Segundo a deputada, o texto
foi uma sugestão do Conselho Federal da OAB. A intenção é permitir, segundo o site da
Câmara dos Deputados, que os conselhos seccionais da OAB, apliquem sanções disciplinares
de suspensão quando comprovada a prática de tais infrações pelos advogados.

Vale ressaltar que, a sanção dada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva, faz parte de um
pacote que também inclui a sanção da lei que garante igualdade salarial entre homens e
mulheres e uma mudança no bolsa atleta, que permite mulheres grávidas e em fase de
amamentação sigam recebendo o benefício. E segundo o apontamento do site do planalto, a
lei sobre o assédio moral e assédio sexual, tem como principal objetivo prevenir e punir tais
tipos de práticas. De acordo com a mesma fonte, o texto da lei prevê o implemento da pena
de suspensão do exercício profissional pelo prazo de um mês a um ano ao infrator
condenado.

É mister apontar que, a falta de condições para denunciar a forma de assédio,


principalmente os que as mulheres são submetidas, de acordo com o apontamento realizado
pelo presidente da república, irá se descobrindo o vivenciamento de uma situação de
anormalidade.
De acordo com o presidente da OAB, José Alberto Ribeiro Simonetti, a lei aprovada,
demonstra o empenho da instituição em criar um ambiente seguro e saudável para todos os
advogados e advogadas, visando assim, promover uma atuação mais ética e mais justa em
prol da sociedade como um todo.

Nesse sentido, é importante destacar que, conforme expõe a presidente da CNMA, a


sanção do projeto, é de fundamental importância para todo o sistema de justiça, reafirmando
“o compromisso da advocacia e do Estado brasileiro com a igualdade de gênero e o respeito
ao livre exercício da profissão e às prerrogativas da classe, nesse caso, especialmente para as
mulheres.”

Sendo assim, é importante considerar que, a sanção da lei 14.612/23, consiste em um


importante ganho para a sociedade brasileira em todas as suas camadas, visto que, colabora
para com o constituição de uma sólida base dos profissionais responsáveis por garantir a
justiça e reinvidicar a segurança das pessoas.

Sendo assim, a lei, impede que tais atitudes, essas que colaboram para a formação de um
ambiente profissional pouco eficaz e prejudicial ao trabalhador, partam do responsáveis
justamente por impedir a sua ocorrência.

Neste contexto, a lei proporciona o caminho para a formação não só de profissionais mais
atentos à situação, mas também, colaborará para com a implementação de condutadas que
tem em muito a agregar com formação de cidadão de bem.

Desse modo, proporciona-se um ambiente mais respeitoso e igualitário no exercício da


advocacia, sendo que, qualquer ato discriminatório, baseado na raça, gênero, orientação
sexual, deficiência ou outros, configura uma infração ética ao estatuto da OAB.

Nesse contexto, de acordo com a fala da conselheira federal Arlete Mesquita: “Trata-se
de uma vitória para a cidadania. Ao normatizar que o assédio e a discriminação são
infrações éticas, exigirá de nós, advogados e advogadas, um cuidado ainda maior
com os temas. Assim estamos dando um exemplo fervoroso de que somos todos
iguais, e nesta condição de seres humanos, o respeito às diferenças seja qual for o
ambiente deve prevalecer sempre”.

Assim, observa-se que, a Ordem tem buscado trazer valorização da atuação


feminina na advocacia em todos os sentidos. Nesse sentido, a lei foi efetiva e
precisa, segundo a conselheira federal Ariana Garcia, ao observar por exemplo no
estado de Goiás: “Sei que em Goiás existe compromisso e sensibilidade da gestão
com uma advocacia sem assédio, e espero ver a mesma postura em todas as
seccionais. O advogado e a advogada são imprescindíveis à administração da
Justiça. Quando temos voz e liberdade de trabalho, é a sociedade que ganha com
isso!”

Nesse sentido, tendo em vista que a sanção da lei, conforme fora observado pela
presidente da CNMA, trata-se de um ganho também na justiça reprodutiva, sendo
que, segundo uma passagem da obra de Elza Berquó, em sua obra Panorama da
saúde reprodutiva no Brasil, quanto a justiça reprodutiva: “É preciso reconhecer,
contudo, que o uso e o entendimento do conceito de direitos reprodutivos ainda não
é universal entre as mulheres […], como aliás ocorre com outras prerrogativas mais
sedimentares no imaginário e nas normas legais”.

BIBLIOGRAFIA:

https://www.oabgo.org.br/oab/noticias/conquista/oab-go-celebra-aprovacao-de-lei-
que-torna-o-assedio-e-a-discriminacao-infracoes-ao-estatuto-da-oab/

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/05/31/senado-aprova-incluir-
assedio-entre-infracoes-do-estatuto-da-oab

https://www.camara.leg.br/noticias/977220-lei-insere-punicao-para-casos-de-
assedio-e-discriminacao-no-estatuto-da-oab/#:~:text=Lei%20insere%20puni
%C3%A7%C3%A3o%20para%20casos%20de%20ass%C3%A9dio%20e
%20discrimina%C3%A7%C3%A3o%20no%20Estatuto%20da%20OAB,-Segundo
%20a%20norma&text=Foi%20sancionada%20pelo%20presidente%20Luiz,
%C3%A2mbito%20do%20Estatuto%20da%20Advocacia.

Panorama da saúde reprodutiva no Brasil. BERQUÓ, Elza

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