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Três Rios, RJ
2020
PAOLA ALVES LEMOS
Três Rios, RJ
Novembro de 2020
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UFRRJ – ITR / BIBLIOTECA
A destituição do poder familiar paterno em razão do abandono afetivo.
Lemos, Paola Alves / Paola Alves Lemos – 2020.
41 f.
Orientadora: Ludmilla Elyseu Rocha
1. Direito de Família – Monografia. 2. Poder Familiar – Monografia. 3.
Abandono Afetivo - Monografia.
Monografia (Graduação em Direito). Instituto Três Rios,
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
_______________________________ ______________________________
Assinatura Data
PAOLA ALVES LEMOS
Aprovado em:
Banca Examinadora:
Professor Doutor
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Instituto Três Rios
Professor Doutor
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Instituto Três Rios
Aos meus pais e filho pelo apoio incondicional em todos
os momentos difíceis da minha trajetória acadêmica.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais e filho que sempre me incentivaram nos momentos mais difíceis e
compreenderam minha ausência enquanto me dedicava à realização deste trabalho.
LEMOS, Paola Alves. The destination of parental family power for affective
abandonment. 2020. 41 p. Monograph (Law Degree). Three Rivers Institute, Federal
Rural University of Rio de Janeiro, Três Rios, RJ, 2020.
This study demonstrates the growing abandonment of children by their parents and
the importance of our legal system in this matter, which has been changing to meet the
needs of the society where it is necessary to give due attention to the needs expressed
by the children in terms, precisely, of affection protection. Family law must increasingly
adapt to the innovations of the family institute and provide legal support to each
situation, which involves not only the parents, but also the children and everything that
is inherent to the family. This work exemplifies the psychological and emotional
consequences for the abandoned child, the loss of family power as a result of
emotional abandonment, the damage to parents due to the lack of care for their
children and the possibility of reparation. There is no way to compel a father to love a
child, but the legislation guarantees him a right to be cared for. Those responsible for
neglecting or neglecting the general duty of care can respond in court for having
caused harm to their own children.
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
O ABANDONO AFETIVO .................................................................................... 27
CAPÍTULO 3
RESPONSABILIDADE CIVIL ............................................................................... 40
3.1 Responsabilidade civil no direito de família ........................................ 41
3.2 Dano moral por abandono afetivo ....................................................... 42
3.3 O caso principal do Superior Tribunal de Justiça ............................... 43
3.4 Divergências doutrinárias ................................................................... 46
3.5 Projeto de Lei 3212/2015 ..................................................................... 48
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 52
10
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
1 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 27.
2 HIRONAKA, Giselda. Família e casamento em evolução. In: Revista Brasileira de direito de
Família, Porto Alegre: IBDFAM/Síntese, n. 1, p. 7-17, abr./jun. 1999, p. 27.
12
3 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 27.
4 BRASIL. Planalto. Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916. Código Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm>. Acesso em: 20 jun. 2020
5 DIAS, Maria Berenice. Op. Cit., p. 28.
13
decisões da família e a mulher genitora não tinha voz ativa diante da família e nem da
sociedade. Essa dependência que a genitora não tinha voz ativa diante da família e
nem da sociedade. Essa dependência que a genitora e os filhos tinham para com a
pessoa do genitor era resultante da autoridade que lhe era imposta, pois nesse
contexto que se encontravam era de profunda subordinação. Dessa forma, se fazia
necessário perante a sociedade o matrimônio como vínculo jurídico.
Em contrapartida, com a vinda da revolução industrial ocorreu uma forte
mudança nesse contexto familiar, consequentemente a falta da mão de obra para o
ofício da indústria trouxe aspectos definitivos de inovação da família tradicional
patriarcal. Nesse sentido, Dias complementa “foi assim que a mulher ingressou no
mercado de trabalho, deixando o homem de ser a única fonte de subsistência da
família. “Portanto, a família antes vista como o pai o principal responsável pelo
sustento, depois da revolução industrial essa realidade foi alterada. Com isso, a antiga
família rural foi aos poucos se introduzindo na área urbana e a antiga visão de
procriação e produção foi perdendo espaço no decorrer da história.6
Ocorre que, o vínculo afetivo com a chegada da revolução industrial se tornou
a principal forma dos indivíduos da família permanecerem unidos, como forma de
afeto propriamente dito. A família que antes era vista como modelo patriarcal, depois
se tornou unida pelo o vínculo afetivo, sendo assim, a principal forma de dar
continuidade a família é existindo o afeto entre eles. Como se fosse a supervalorização
do afeto, no instituto da família.
Essa valorização do afeto é considerada importantíssima como base para as
relações com os familiares, conforme narra Farias, apud Dias.
6 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 28.
7 Ibidem.
14
relação com a família e visto que se esse sentimento acaba a mesma relação está
propícia a terminar.
Por conseguinte, é de grande relevância o afeto no instituto família, dado que,
as pessoas nutrem a relação com esse sentimento. O afeto é tão necessário na
relação com a família e visto que se esse sentimento acaba a mesma relação está
propícia a terminar.
[…] é no direito das famílias onde mais se sente reflexo dos princípios que a
Constituição Federal consagra como valores sociais fundamentais e que não
podem se distanciar da atual concepção da família, com sua feição
desdobrada em múltiplas facetas. Daí a necessidade de revisitar os institutos
de direito das famílias, adequando suas estruturas e conteúdo à legislação
constitucional, funcionalizando-os para que se prestem à afirmação dos
valores mais significativos da ordem jurídica.8
Seguindo este conceito é possível identificar que a nossa Carta Magna traz
relevância aos desdobramentos em que teve o progresso da sociedade. Pelos os
valores propriamente ditos em que a sociedade teve de forma ampla, são necessários
os princípios como forma de base. Nesse contexto, a estrutura do instituto da família
será permanentemente analisada pela constituição com o intuito de se adequar e dar
funcionalidade para a garantia dos valores.
Dessa forma, analisamos que o desenvolvimento social necessitou se encaixar
no Código, no contexto a verificar todo o desenvolvimento como da legislação que se
fez presente no decorrer dos anos. Essa mudança social que ocorreu fez com que
aspectos relevantes da sociedade fossem introduzidos na legislação. Com isso, surgiu
essa base constitucional e também de princípios necessários ao estudo das famílias.
8 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 64.
15
9 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. V. 6, 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 21.
10 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Direito civil: famílias. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 60.
16
O direito das famílias está umbilicalmente ligado aos direitos humanos que
têm por base o princípio da dignidade da pessoa humana, versão axiológica
da natureza humana. O princípio da dignidade humana significa, em última
análise, igual dignidade para todas as entidades familiares. Assim, é indigno
dar tratamento diferenciado às várias formas de filiação ou aos vários tipos
de constituição de família, com o que se consegue visualizar a dimensão do
espectro desse princípio, que tem contornos cada vez mais amplos. 12
Ressalta-se que esse princípio tem uma grande proporção sendo de difícil
visualização de sua totalidade e os seus amplos desdobramentos. Nesse sentido, é
de fundamental importância a análise do fato da sociedade para com esse princípio,
pois é amplo com intuito a garantir a verdadeira dignidade.
11 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 65.
12 Idem, p. 66.
17
posto que dependem de atenção total por parte não só da família, mas como do
Estado de maneira a garantir seu pleno desenvolvimento. Com isso, é necessária uma
atenção especial relacionada ao desenvolvimento delas, posto que é necessária sua
integral formação.
Dessa forma, afirma Lôbo “O princípio não é uma recomendação ética, mas
diretriz determinante nas relações da criança e do adolescente com seus pais, com
sua família, com a sociedade e com o Estado”.13 É indispensável o tratamento especial
para com elas, em consequência que são indivíduos em formação necessitando de
diversos cuidados para que cresçam saudavelmente em de todas as formas.
Esses cuidados para com as crianças, jovens e adolescentes se desenvolvem
primeiramente no núcleo familiar, onde tiram como base toda a questão social e
aprendem valores inerentes a vida humana e também para a comunidade. Dessa
forma, a comunidade e o Estado também contribuem para sua formação com a
convivência comunitária. Enquanto esses cuidados não decorrem da família em geral
que tem a paternidade responsável, o Estado tem a função de garantir para que sua
formação seja integral.
Essa disposição de direitos para com os menores encontra disposição e
implemento no ECA Lei 8.069/1990. Onde tem garantia aos menores que necessitam
de atenção por toda a família, Estado e sociedade, pois são indivíduos em formação
e necessitam ter garantia dos seus direitos de forma plena. Com essa segurança elas
têm a possibilidade de desenvolvimento integral.
13 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Direito civil: famílias. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 77.
14 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 70.
18
Esse princípio vem como orientador das famílias, conforme Dias “talvez nada
mais necessário dizer para evidenciar que o princípio norteador do direito das famílias
é o princípio da afetividade”.15 Nesse sentido, temos muito a tratar sobre a afetividade
no decorrer dos assuntos de família. Dessa forma, enfatiza que o afeto norteia as
relações familiares de forma ampla, fazendo assim reconhecer a afetividade de
maneira muito necessária no contexto familiar.
A entidade familiar, possuidora do vínculo afetivo como base faz referência a
relação mais abrangente de afeto entre os indivíduos que juntos convivem. Dessa
maneira, a forma em que é referenciada traz a valoração do afeto no contexto familiar
que se nutrem desse sentimento.
Com isso, ocorreu uma evolução sobre o entendimento do afeto como
precursor de todo o contexto familiar, devendo ter o Estado como protetor. A família
brasileira foi se modificando e com isso, o valor do afeto surgiu abrindo diversas
maneiras de lidar com os variados tipos de família que muitas vezes não eram
reconhecidas pelo nosso ordenamento jurídico. Nesse sentido, traz a baila a
Doutrinadora Dias.
15 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 74.
16 Idem, p. 72.
19
17 BRASIL. Planalto. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/leis/20021110406.htm>. Acesso em: 18 jun. 2020.
18 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. V. 6, 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 24.
20
Porém, quando faltam alguns dos aspectos importantes para a formação das
crianças, pode acarretar sequelas irreparáveis na vida da pessoa, vindo a apresentar
problemas psicológicos por tamanha falta que é difícil reparar. Com isso, o
desenvolvimento é total, abrange vários aspectos para a construção de sua
personalidade.
O reflexo que ocasionam a falta desse cuidado dos genitores na vida dos filhos,
é visto como influenciadores na formação deles. E a família tem como papel oferecer
esse afeto a complementar seu desenvolver. Não oferecendo o amparo e amor
necessários, pode vir a causar transtornos na vida dos filhos.
22 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 469.
23 BRASIL. Planalto. Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916. Código Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm>. Acesso em: 20 jun. 2020.
24 DIAS, Maria Berenice. Op. Cit, p. 469.
25 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. V. 6, 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013,
22
p. 417.
26 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. V. 6, 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013,
p. 418.
27 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 434.
23
Com essa visão remota pelo “pátrio poder” assegurada pelo Código Civil de
1916, a mãe genitora era “esquecida” e sempre centralizando o poder unicamente nas
mãos do pai. Só nas situações de extrema necessidade que a mulher dentro do
casamento tinha voz em casa. No decorrer do tempo, as mulheres ganharam forças
assumindo o papel de chefes de família junto com os genitores e esse termo que antes
era centralizado para o pai foi dos dois.
A concepção do machismo perdeu forças, e as mulheres deram um avanço na
história.
Até mesmo a forma de lidar com a filiação como indivíduos de direitos iguais foi
de certa forma contribuintes para a essa nova fase.
Dessa forma as mulheres ganharam voz perante o judiciário com o advento da
possibilidade de usar as vias judiciais caso não concordasse com o pai em situações
que aconteciam dentro de casa. Com isso, essa transformação foi muito importante
no ordenamento jurídico.
Nessa toada, complementa Lôbo que os filhos têm a real necessidade de zelo
pelos pais, uma vez que são pessoas em desenvolvimento.29
Ademais, até atingirem a maioridade precisa de uma presença que indique
quais caminhos seguir, educando-os e amparando-os, ensinando os valores da vida.
No decorrer do tempo, com a mudança das relações familiares onde
predominava a voz do pai, é interessante ressaltar não só “poder” que agora, é
exercido pelos dois genitores, 226 §5º, da Constituição Federal. Mas, o que prevalece
são os “deveres” que os genitores tem com a prole.
28 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 434.
29 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Direito civil: famílias. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 295.
24
Dos direitos e deveres inerentes aos genitores para com os menores estão
elencados no nosso Código Civil em seu artigo 1.634, onde ressalta a importância
referentes a criação das crianças, adolescentes dentro do exercício do poder familiar.
É necessário ressaltar todos os incisos, pelo fato que fazem parte da educação
integral aos menores.
30 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Direito civil: famílias. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 295.
31 Ibidem.
25
CAPÍTULO 2
O ABANDONO AFETIVO
35 BRASIL. Planalto. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/leis/20021110406.htm>. Acesso em: 18 jun. 2020.
36 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Direito civil: famílias. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 310.
28
Assim, devemos destacar a importância que o afeto tem dentro das famílias,
visto que, com a falta deste decorrente das obrigações paterno-filiais, o prejuízo é
muito grande para o desenvolvimento da prole. Sendo assim, haja vista os grandes
transtornos causados, analisamos meios possíveis para a reparação por esses danos
ocasionados.
O pai ou a mãe que não cumpre com a obrigação de dar suporte para o
37 BRASIL. Planalto. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/leis/20021110406.htm>. Acesso em: 18 jun. 2020.
38 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Direito civil: famílias. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 312.
29
desenvolvimento psicossocial da criança deve saber que isso poderá lhe acarretar
futuramente danos psicológicos causados pelo arrependimento e frustração. A maioria
das pessoas é dotada de sentimento de arrependimento e culpa e esse sentimento
tende a aflorar mais quanto mais passa a idade.
Então mesmo que na hora se queira ignorar, colocar a culpa no outro ou fugir
da responsabilidade é preciso saber que assumir essa obrigação faz parte do
processo saudável de se tornar adulto. Esse investimento afetivo nos filhos trás
conforto e sensação de missão cumprida na velhice. Para Freud, no longo período da
infância, onde a criança vive na dependência, os pais deixam como “herança” toda a
influência parental.
Quando não existe esse vínculo, o pai deixou de colaborar e cumprir com sua
função paterna com a criança.
social para o resto da vida, a criança pode se isolar do convívio de outras pessoas,
apresentar problemas escolares, depressão, tristeza, baixa autoestima, além de
problemas de saúde.
Existem diversos estudos que comprovam os danos mentais em menores
negligenciados pelos pais. Vale ressaltar que, na ausência de pai e mãe biológicos, é
de extrema importância para a criança que haja alguém (tios, avós, padrinhos …) que
possa cumprir essa função de forma equilibrada e com carinho.
Os pais têm a obrigação de cuidar da sua prole e quando não cumprem o que
o decorre desse dever, surge a falta que muitas vezes pode ser fatal em questões
psicológicas na vida dos filhos, dificultando o crescimento deles de forma plena. Dado
que, o genitor tem seu papel inerente a aspectos importantes a passar para os filhos
pois os filhos o possuem como intermediador deles com o mundo.
Nesse sentido, com a falta desse amor que o genitor não oferece ao filho em
razão da ausência da presença dele, as consequências ocasionadas na vida dos
menores em danos psicológicos e danos emocionais de responsabilidade do pai que
o abandonou, posto que esse transtorno possa vir a ser motivo ensejador de reparo
como vamos analisar a diante.
o pai é ausente e com isso causa sérios abalos na vida do filho, como graves
problemas de abalo mental, sendo esse problema reconhecido leva a indenização por
esse dano causado.
A lei obriga e responsabiliza os pais no que toca aos cuidados com os filhos.
A ausência desses cuidados, o abandono moral, viola a integridade
psicofísica dos filhos, bem como o princípio da solidariedade familiar, valores
protegidos constitucionalmente. Esse tipo de violação configura dano moral.
E quem causa dano é obrigado a indenizar. A indenização deve ser em valor
suficiente para cobrir as despesas necessárias para que o filho possa
amenizar as sequelas psicológicas.40
O afeto é valor jurídico a ser protegido pela nossa carta magna, e nela possui
inúmeras garantias constitucionais relacionadas aos cuidados dos filhos em sua forma
integral, existindo a preocupação com toda falta que os pais fazem para com o filho,
39 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 470.
40 Id. Ibidem, p. 471.
32
sendo dessa forma, violação dos seus direitos assegurados dependendo da situação
ocorrida.
Com isso, pelo dano que pode ocorrer e partindo do pressuposto de quem
comete o dano tem que indenizar, a indenização se configura em valor justo que de
para pagar o valor inerente aos psicólogos e outros para tentar melhorar o que ficou
abalado psicologicamente.
A obrigação dos genitores com sua prole que decorre do poder familiar é de
proporcionar meios para que os menores se desenvolvam de forma plena. Nesse
sentido, é importante priorizar o que é melhor para o filho decorrente de seus
interesses, dando-lhes atenção necessária e protegendo-os de tudo que possa
prejudica-los dentro do alcance.
Desse modo, o Estado tem essa preocupação de defesa aos interesses dos
jovens e adolescentes, com intuito de protegê-los. Com isso, quando falta essa
41 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 472.
33
42 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 444.
43 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Direito civil: famílias. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 309.
34
Ressalta ainda, que essa sanção visa garantir o interesse dos menores, posto
que necessitem de proteção. Dessa forma, não se caracteriza apenas ao fato de
punição aos pais que deixaram de cumprir com suas obrigações.
Com isso, é importante destacar que de acordo com o caso concreto a análise
é necessária para visar o melhor interesse dos menores, posto que como afirma Dias.
Em face das sequelas que a perda do poder familiar gera, deve somente ser
decretada quando sua mantença coloca em perigo a segurança ou a
dignidade do filho. Assim, havendo possibilidade de recomposição dos laços
de afetividade, preferível somente a suspensão do poder familiar. 44
Por sua gravidade, a perda do poder familiar somente deve ser decidida
quando o fato que a ensejar for de tal magnitude que ponha em perigo
permanente a segurança e a dignidade do filho. A suspensão do poder
familiar ou adoção de medidas eficazes devem ser preferidas à perda,
quando houver possibilidade de recomposição ulterior dos laços de
afetividade. A perda é imposta no melhor interesse do filho, se sua decretação
lhe trouxer prejuízo, deve ser evitada.45
Está previsto no artigo 1.635, inciso V do Código Civil que a perda do poder
familiar por decisões judiciais é decorrente de causas graves que não tenham
44 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 445.
45 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Op. Cit., p. 308.
35
alternativas a não ser extinção do poder familiar. Dentre elas, mais especificamente o
artigo 1638, inciso II do Código Civil traz que por atos judiciais o poder familiar pode
ser perdido em razão do abandono que pode ser o abandono material ou intelectual.
A partir do que é assegurado em nossa Constituição Federal no artigo 227, o
direito que os filhos possuem de convívio familiar e também convívio com a
comunidade, e esse convívio não se toma possível em razão do abandono, afetando
assim o seu desenvolver de diversas formas. Nesse sentido, ressalta Gonçalves.
46 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. V. 6, 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013,
p. 434.
47 Ibidem.
36
O artigo 932 inciso I do Código Civil traz a responsabilidade que os pais tem
sobre os filhos, de ser responsável pelos menores que estão em sua companhia.
Complementa Gonçalves "Considerando-se que ambos os pais exercem o poder
48 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013, p. 524.
49 Id. Ibidem, p. 524.
37
familiar, pode-se afirmar, pois, que a presunção de responsabilidade dos pais resulta
antes da guarda que do poder familiar".50
Nesse sentido, por força do poder familiar aos pais inerentes. Essa
responsabilidade que eles possuem é total. Até mesmo em suas relações
patrimoniais. Por isso, enquanto os filhos são menores os pais tem o dever de
responder por tudo o que fazem.
O poder familiar não apenas diz respeito às relações entre pais e filhos
interessam suas repercussões patrimoniais em relação a terceiros. Os pais
respondem pelos danos causados por seus filhos menores, que estejam
submetidos a seu poder familiar. Trata-se de responsabilidade civil subjetiva,
pois a responsabilidade pela reparação é imputável a quem não causou
diretamente o dano.51
O artigo 927 do Código Civil disciplina que quando uma pessoa comete um
ato ilícito que ocasiona dano a outra pessoa tem 0 dever de reparar esse dano, onde
analisamos o dever indenizatório por parte do agente causador do dano pois configura
um ato ilícito. De igual forma, o artigo 186 do Código Civil, traz o cometimento do dano
como ato ilícito. Nesse sentido, analisamos o que o ilustre doutrinador Sérgio Cavalieri
Filho ressalta.
50 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. V. 6, 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013,
p. 124.
51 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Direito civil: famílias. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 312.
38
Ademais, o dano moral sofrido tem sua função de ressarcimento que são
52 CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de responsabilidade civil. 11. ed, São Paulo: Atlas, 2014,
p. 19.
53 NADER, PAULO Curso de direito civil: responsabilidade civil. V. 7, Rio de Janeiro: Forense, 2010,
p. 365.
54 CAVALIERI FILHO, Sergio. Sergio. Op. Cit., p. 18.
39
duas, uma punitiva com o intuito que desestimule o causador do dano a não fazer
novamente a conduta omissiva e a compensatória como se fosse uma recompensa
pelos danos que sofreu. Dessa forma. Caio Mário da Silva Pereira complementa que:
55 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. V. 5, 22. ed. Rio de Janeiro: Revista
dos Tribunais, 2014, p. 55.
40
CAPÍTULO 3
RESPONSABILIDADE CIVIL
56 BRASIL. Planalto. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/leis/20021110406.htm>. Acesso em: 18 jun. 2020.
57 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 29ª ed., São Paulo: Saraiva, 2015. Volume
VII.
58 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. V. 5, 22. ed. Rio de Janeiro: Revista
dos Tribunais, 2014, p. 458.
41
59 PEREIRA. Rodrigo da Cunha. Responsabilidade civil por abandono afetivo. In: Responsabilidade
civil no direito de família. Coord. Rolf Madaleno e Eduardo Barbosa. São Paulo: Atlas, 2015, p. 401.
60 Ibidem.
42
A compreensão é que, todo aquele que de alguma forma abandona seu filho,
onde simplesmente é cortado a relação familiar e junto toda uma porcentagem de
direitos e princípios garantidos constitucionalmente e infraconstitucional como vimos até
o momento, deve receber a devida sanção.
Pablo Stolze conceitua acerca do principal eixo a ser trazido a tona no caso
de uma ação de danos morais em prol do abandono afetivo:
61 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. V. 5, 22. ed. Rio de Janeiro: Revista
dos Tribunais, 2014, p. 49.
62 Ibidem.
43
63 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2007, p. 407.
44
9), sendo distribuído a 3ª (terceira) Turma, ficando como Relatora a Nobre Ministra
Nancy Andrighi.64
Partes do Recurso Antonio Carlos Jamas dos Santos, ora recorrente, e
Luciane Nunes de Oliveira Souza, recorrida. A Recorrida vem a ser fruto de um
relacionamento extraconjugal de seu pai Antonio Carlos Jamas dos Santos com sua
mãe. Mesmo depois de reconhecida a paternidade, o genitor ao menos cumpriu com
seu papel de pai. Luciane para receber o amparo material necessário teve que recorrer
ao judiciário para só assim ser conferida a ela o que é por direito. O pai de Luciane
possui outros filhos do seu casamento e ambos recebem tratamento extremamente
diferenciado o que gera a quebra do princípio da isonomia entre partes iguais.
Na decisão em primeira instância o magistrado julgou improcedente o pedido
feito de indenização de danos morais feito por Luciane, se fundamentando que o
afastamento do pai com sua prole, seu deu pelo fato da mãe ter se tornado agressiva
com o mesmo após o fim do relacionamento.
Após decisão desfavorável, Luciane recorreu ao Tribunal de Justiça de São
Paulo, onde o relator julgou procedente a apelação, fixando o valor da indenização
em um montante de R$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais). O agora
recorrente Antônio, alega em recurso especial que não abandonou sua prole e que
mesmo se assim tivesse feito, tal ocorrência deveria se pautar no que tange o Código
Civil sobre a perda do poder familiar paterno. Em contrarrazões Luciane, alega que o
pai a abandonou desde seu nascimento de forma material, moral, psíquica e humana.
Em Recurso Especial nº 1.159.242/SP a Excelentíssima Ministra Relatora
Nancy Andrigh, discorre a respeito da possibilidade de dano moral nas relações
familiares, o que inclui o abandono afetivo, onde a relatora conclui que não versam
empecilhos legais a aplicação da responsabilidade civil e o dever de indenizar no ramo
do direito de família, fundamentando que a estrutura jurídica que normatiza a matéria
– Constituição Federal e Código Civil – o substanciam de maneira ampla, sem
restrições, onde é possível verificar sua regulamentação nas relações de família, em
suas mais variadas formas.
64 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 1.159.242 - SP. Relator: Min. Nancy
Andrighi. Julgado em: 24 abr. 2012. Publicado em: 10 mai. 2012. Disponível em:
<https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/865731390/recurso-especial-resp-1159242-sp-2009-
0193701-9/inteiro-teor-865731399>. Acesso em: 28 ago. 2020.
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A relatora rebate ao recorrente de que a única forma de punição que cabe aos
pais que abandonam seus filhos deixando de cumprir com as obrigações paternas é
a perda do exercício familiar. A Ministra afirma que a perda do exercício familiar de
forma alguma afasta a possibilidade de reparação pelos danos causados. Lembrando
que existente na relação entre pais e filhos, justificado pelo vínculo biológico que faz
nascer obrigações legais e constitucionais.
A Ministra discorre sobre o entendimento majoritário da doutrina que de todos
os deveres que são atribuídos de forma parental, alguns merecem destaques, entre
eles, o dever de convivência, de cuidado, de educação e criação da prole, necessários
a formação e desenvolvimento social e psicológico sadio dos filhos. Esses deveres
devem ser tutelados de forma máxima para que assim a prole seja resguardada no
seu direito de melhor convivência e estreitamento dos laços com seus genitores.
O entendimento é que o amor ultrapassa todas as vias legais que se
reconhecem, pois é impossível mensurar o tamanho de algo imaterial e subjetivo. Já
o cuidado com o filho, se distingue de amor, pois o mesmo tem a possibilidade de
comprovação e materialização, onde se encontra as ações concretas, como a
presença, mesmo que não física e a distinção entre partes iguais quando elas
existirem, todas elas devem ser apreciadas pelo julgador de forma zelosa.
O valor indenizatório foi julgado parcial, onde havia sido arbitrado pelo
Tribunal de Justiça de São Paulo o valor de R$450.000,00 ( quatrocentos e cinquenta
mil reais ), onde o Superior Tribunal de Justiça, diminuiu a condenação para o valor
de R$200.000,00 ( duzentos mil reais ) por entender que o valor era extremamente
elevado. Ao finalizar do julgamento do Recurso Especial nº 1.159.242/SP, proferiram
decisão nos seguintes termos:
[…] não se pode admitir que a pura e simples violação de afeto enseje uma
indenização por dano moral. Somente quando uma determinada conduta
caracterizar-se como ilícita é que será possível indenizar os danos morais e
materiais dela decorrentes. Afeto, carinho, amor, atenção… são valores
espirituais, dedicados a outrem por absoluta e exclusiva vontade pessoal, não
por imposição jurídica. Reconhecer a indenizabilidade decorrente da negativa
de afeto produziria uma verdadeira patrimonialização de algo que não possui
tal característica econômica. Seria subverter a evolução natural da ciência
jurídica, retrocedendo a um período em que o ter valia mais do que o ser.67
o afeto não deve ser juridicamente exigível, pois ele baseia-se em sua
espontaneidade e, dessa forma impossibilita qualquer demanda judicial que
verse por seu descumprimento ou imposição para um indivíduo dedicar afeto
e amor a outrem. E afirmam ainda, que o arcabouço das normas jurídicas
65 ALMEIDA, Felipe Cunha de. Responsabilidade civil no direito de família: angústias e aflições nas
relações familiares. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2015, p. 73.
66 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2007, p. 408.
67 FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: direito das famílias. V.
6. 4. ed. Salvador: JusPODIVM, 2012, p. 129.
48
68 FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: direito das famílias. V.
6, 4. ed. Salvador: JusPODIVM, 2012, p. 121.
69 BRASIL. Câmara Legistativa. PL 3212/2015. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/
proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1999535 Acesso em: 07 ago. 2020.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
criança e adolescente.
Em análise dos prejuízos causados por esse abandono afetivo na vida dos
filhos, que tem a possibilidade de perdurar pela vida toda deles, analisou-se a
necessidade de reparação por esses danos morais sofridos pela ausência do afeto
por parte dos genitores, que se faz de difícil quantificação essa reparação.
Com isso, ressalta a necessidade e o cabimento de configuração de danos
morais pela ausência de afetividade por parte dos genitores com os filhos, que é
confirmada a ideia pelo Projeto de Lei 3212/2015, em trâmite no Congresso Nacional,
se aprovado o projeto, confirma a presente proposta de reparação pelos danos
afetivos, já referenciados no trabalho.
Dessa forma, conclui-se com este trabalho monográfico que o nosso
ordenamento jurídico vem se modificando juntamente com a evolução da família e
suas necessidades particulares, pois prioriza o melhor para a criança e para o
adolescente, trazendo a necessidade em determinados casos para melhor atendê-los
na possibilidade de ação de destituição do poder familiar dos pais biológicos pelo
abandono afetivo. Neste sentido, a expectativa de reparação por danos morais pelo
abandono afetivo está no Projeto de lei em trâmite, caso ocorra a aprovação do
referido Projeto de Lei, será mais uma evolução do poder Judiciário em questão do
direito de família.
A relação paterno filial ocorre em todas as famílias e consequentemente e
infelizmente o abandono afetivo acontece em grande parte delas, entende-se que há
a necessidade de os juristas lidarem de maneira mais assídua com a matéria de
responsabilização do abandono afetivo. É necessário que haja uma normatização pois
não está se lidando apenas direito e sim com vidas e sentimentos e claro um valor
fundamentalmente humano. O bem maior a ser protegido é a dignidade da pessoa
humana.
A discussão acerca do tema de possibilidade e cabimento nem deveria existir,
contudo sua complexidade por envolver uma esfera cível na questão de
responsabilidade civil no ambiente familiar e a pressão que a mesma sofre dentro
âmbito social.
Mesmo com esse embate acalorado ocorrendo entre a doutrina e a
jurisprudência que se arrasta a anos, o que se espera neste momento é que com as
mudanças que estão ocorrendo com este tema, a indenização por dano moral
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70 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 1.159.242 - SP. Relator: Min. Nancy
Andrighi. Julgado em: 24 abr. 2012. Publicado em: 10 mai. 2012. Disponível em:
<https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/865731390/recurso-especial-resp-1159242-sp-2009-
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REFERÊNCIAS
______. Planalto. Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916. Código Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm>. Acesso em: 20 jun. 2020.
CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de responsabilidade civil. 11ª ed, São Paulo:
Atlas, 2014.
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 4. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2007.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 29ª ed., São Paulo: Saraiva,
2015. Volume VII.
______. Manual de direito das famílias. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013.
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: direito
das famílias. V. 6. 4. ed. Salvador: JusPODIVM, 2012.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. V. 6, 11ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2013.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. V. 5, 22. ed. Rio de
Janeiro: Revista dos Tribunais, 2014.