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LUCAS SARTORETTO

A CONCEPÇÃO DE HOMEM PARA PETER SLOTERDIJK

Pré-projeto de trabalho de conclusão de curso


apresentado ao curso de graduação em
Filosofia do Centro de Ciências Humanas e
Sociais da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná, Campus de Toledo, para obtenção do
título de Licenciado em Filosofia.

Indicação de orientadores: Roberto Mertens e


Wilson Frezzatti

TOLEDO, PR
2022

RESUMO: Nesta investigação iremos abordar a concepção de homem segundo Peter


Sloterdijk. Neste sentido, o problema que se coloca é o que é o homem, segundo as narrativas
de Sloterdijk. Nosso objetivo, será analisar duas de suas principais obras, que são: a sua
microesferologia Esferas I: bolhas e o livro Sin salvación. Trás huellas de Heidegger, para
compreender como Sloterdijk desenvolve sua concepção do que vem a ser o homem, ou seja, a
sua antropologia filosófica. Para isso, iremos primeiramente compreender como sua narrativa
envolve períodos de longa duração, que podem ser descritos como o do desenvolvimento
filogenético do ser humano. Períodos esses, que vão desde o hominização até a atualidade. Em
um segundo momento, vamos descrever o processo de formação e desenvolvimento da
ontogênese humana, ou seja, o processo que se inicia com a formação do feto no útero de sua
mãe, sua ligação vital com a placenta e o liquido amniótico. Depois desta etapa inicial, na qual
Sloterdijk a designa como a primeira esfera, passaremos a formação das demais relações que
se estabelecem, partindo sempre dos conceitos de Ser-em, Ser-com e esfera. Discutiremos
também, as etapas ou os períodos de desenvolvimento do ser humano, de acordo com a
narrativa desenvolvida por Sloterdijk, à qual critica e propõem outras etapas de
desenvolvimento contrárias a psicanálise, seja ela, de origem em Jacques Lacan ou em
Sigmund Freud. Essa investigação que propõem analisar o que é o homem, na perspectiva das
narrativas desenvolvidas por Sloterdijk, é de fundamental importância, pois faz com que os
processos de desenvolvimento filogenético e ontogenético sejam explicitados. Pois até o
presente momento, as abordagens, seja da antropologia filosófica, das filosofias da existência
ou mesmo das ciências humanas, não levaram em consideração o habitar humano, designado
por Sloterdijk com o conceito de esfera. Além do conceito espacial de esfera, também são
utilizados os conceitos provindos da analítica existencial heideggeriana, como o Ser-com e o
Ser-em. Estes fundamentais para a compreensão dessa narrativa antropológica, pois não
concebem o ser humano como outrora fazem as demais áreas que estudam o ser humano e a
metafísica do indivíduo, como um ser apartado das suas relações fundamentais para a sua
constituição. Nossa hipótese é que o problema, que Sloterdijk propõem nestas duas obras, é o
que é o homem. Por isso, tentaremos construir uma antropologia filosófica com base em suas
narrativas. Sloterdijk denomina, Esferas I: como uma microesferologia, ou seja, ele propõem
contar uma história filosófica das formas de vida de nosso planeta, através do que ele
denomina ser a esferologia. No entanto, nosso objetivo é mostrar que o problema que move as
narrativas de Sloterdijk é o de que vem a ser o homem. Nossa metodologia será a análise e
fichamento dos textos do próprio Sloterdijk, de seus comentadores e dos demais textos que
tenham importância para a pesquisa.

Palavras-chave: Antropologia filosófica. Filogênese. Ontogênese.

1 INTRODUÇÃO

Nossa investigação gira em torno do que vem a ser a concepção de homem para Peter
Sloterdijk. Diante disso, o problema que vai nortear nossa pesquisa é, o que é o homem na
perspectiva sloterdijkiana.

Esta pesquisa vai procurar mostrar em um primeiro momento que as antropotécnicas,


ou as técnicas antropogênicas e a antroposfera, foram responsáveis pelo desenvolvimento
filogenético do homo sapiens, resultando no processos de hominização. E em segundo
momento procuraremos demonstrar que o desenvolvimento ontogenético do ser humano é
sempre causado pelas relações do ser-em e ser-com, ou seja, sempre de um modo correlacional
e coexistencial, através dos conceitos de ser-em, ser-com e antroposfera.

Por fim, a relevância desta pesquisa é tentar reconstruir a narrativa de longa duração
desenvolvida por Sloterdijk a respeito da antropogênse humana. Pois, a pergunta pelo homem
sempre foi de fundamental importância filosófica, e na contemporaneidade se faz fundamental
para compreender a nossa história e consequentemente o nosso futuro.

2 TEMA

O nosso estudo se debruça sobre qual é a concepção de homem para a filosofia de Peter
Sloterdijk.

PROBLEMA

O problema a ser pesquisado é, o que é o homem para Peter Sloterdijk?

Este problema não foi delimitado, e também recebeu pouco atenção de seus
comentadores e estudiosos. Dentro desta perspectiva a colocação da problemática
do que vem a ser o ser humano se faz necessária, pois acreditamos que é dentro
deste problema que Sloterdijk desenvolve suas maiores contribuições para a
filosofia contemporânea.

Sendo assim, julgamos que a narrativa desenvolvida por Sloterdijk nos abre
caminho para a compreensão do homem no passado, no presente e no futuro. Este
futuro no qual o ser humano desempenhará um importante papel no que tange aos
desenvolvimentos da técnica e da tecnologia.

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3 OBJETIVOS

O objetivo do trabalho é investigar o que é o homem dentro da filosofia desenvolvida


por Peter Sloterdijk. Para isso, investigaremos inicialmente duas obras importantes, que são: a
microesferologia Esferas I, bolhas e o livro Sin salvación. Trás huellas de Heidegger. Nossa
investigação, a princípio vai se fundamentar nos conceitos de antropotécnicas, ser-com e ser-
em. Conceitos apropriados da analítica existencial de Heidegger, mas utilizados em uma
narrativa antropológica de longa duração.

Pretendemos primeiramente desenvolver nossa investigação mostrando que as


antropotécnicas foram fundamentais no processo de hominização do homo sapiens, ou seja,
produzindo uma narrativa que leve em consideração os processos de filogênese do homem.
Concomitantemente às antropotécnicas mostraremos que no processo de hominização o habitar
humano entendido ontologicamente também foi de fundamental importância.

Em um segundo momento mostraremos como se forma o ser humano em seu processo


de ontogênese. Para isso, mostraremos que os conceitos de ser-em, o ser-com e de esferas
fundamentam nossa investigação à respeito dos processos que ocorrem desde a formação do
feto no útero materno com suas relações entre, a mãe, a placenta e a primeira esfera que é o
útero.

Neste caminho, vamos procurar demonstrar que grande parte dos processos de
desenvolvimento ontogenético só podem ser pensados pelos conceitos de ser-com e de esferas.
Nesse sentido, as etapas de desenvolvimento humanas devem levar em consideração que o ser
humano é sempre, na sua constituição um ser que possui no mínimo dois polos de ressonância
para sua constituição enquanto humano.

4 JUSTIFICATIVA

A filosofia é compreendida de acordo com a tradição, como uma disciplina que


trata de problemas. Nesse sentido, o que vem a ser o homem é um problema que
a filosofia desde a sua origem se debruça. E podemos dizer que o homem como
problema filosófico, seja o impulso mesmo do filosofar.

Por tanto, nossa proposta consiste em investigar filosoficamente o ser humano,


analisando assim a concepção de homem desenvolvida por Peter Sloterdijk.
Sendo que o mesmo, vem inovando o cenário filosófico mundial com suas
análises e propostas, que por vezes são polêmicas.

Neste sentido, segundo seus comentadores, suas principais obras propõem novas
narrativas do que vem a ser o ser humano, a religião e a sociedade. Com isso,
julgamos que sua narrativa do quem vem a ser o homem é de fundamental
importância, devido a atual crise intelectual que se encontra o mundo.

5 METODOLOGIA
Diante da proposta do trabalho, nossa metodologia vai estar ancorada em uma
bibliografia que leve em conta o período de desenvolvimento do trabalho. Nossa metodologia
vai levar em conta alguns dos principais textos do autor, textos de comentadores e demais
textos que estejam diretamente articulados com o trabalho.

6 EXPOSIÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO PROBLEMA

A filosofia se caracteriza pela reflexão sistemática e radical de problemas filosóficos,


no sentido de ir à raiz dos problemas e de ser uma discurso coeso e racional. Neste sentido,
nossa problemática gira em torno do que é o homem? A indagação do que é o homem é objeto
no qual se debruçam as ciências, a teologia, a história e também a filosofia.
Peter Sloterdijk é um filósofo contemporâneo, suas reflexões e suas principais obras
procuram responder a essa pergunta. Sua teoria antropológica busca analisar o homem desde a
pré-história, portanto sua especulação aborda um longo período histórico.
Seu livro Regras para o parque humano: uma resposta à carta de Heidegger sobre o
humanismo de 2000 produziu além de muitas polêmicas, alguns problemas que ficaram mal
resolvidos. Um dos problemas elaborados por Sloterdijk é como o homo sapiens se tornou
humano. Para isso, ele muda o significado do conceito de clareira heideggeriano e o
transforma em um história da clareira no sentido de uma história da hominização.
Para longe das más leituras do Regras para o parque humano, que veem somente a
formulação de técnicas manipulação genéticas para a criação de seres humanos. O conceito de
antropotécnica anunciado no mesmo livro, foi mal compreendido e explicado. No texto, La
domesticación del ser: por uma clarificación del claro, Sloterdijk procura desenvolver sua tese,
na qual as antropotécnicas foram responsáveis pelo processo de humanização do homo
sapiens.
Para Sloterdijk (2001, p. 100) a expressão antropotécnica responde a um teorema que
se remete a antropologia histórica, que segundo sua concepção o homem é na verdade um
produto e só pode ser compreendido dentro do saber atual, examinando seus métodos e suas
relações de produção.
Retomando e reinterpretando a definição heideggeriana de técnica, na qual seria uma
maneira de desocultar o ente, Sloterdijk afirma que a procura pelo produção do que vem a ser
denominado ser humano, não pode ser separado da pergunta pela verdade deste ente.
Certamente, uma apropriação heterodoxa da herança heideggeriana.
O homem como espécie e como matriz de possibilidades de individuação de acordo
com Sloterdijk (2011, p. 100) já mais pode ter se desenvolvimento como por um processo de
desenvolvimento da natureza, ele é um efeito de prototécnicas espontâneas e de convivência
com os animais. A condição do desenvolvimento do ser humano é produto e resultado de
realizações que foram poucas vezes descritas e que até agora se sabe muito pouco.
Pensando com Heidegger e contra Heidegger, Sloterdijk quer contar a história da
hominização como uma narração coerente do êxodo do esclarecimento da natureza. Sendo
assim, deve se perguntar como o homem chegou a clareira e como a clareira chegou ao
homem, para saber como o mundo pode ser chamado de mundo.
Esta investigação histórica e filosófica dos processos de hominização são denominados
por Sloterdijk como narrativas de fantasias filosóficas, com o auxílio de um reconstrutivismo
fantástico. Essa denominação corresponde a um discurso que ensaia a reconstrução da
evolução do homem na história.
A investigação que se propõem Sloterdijk não advêm das antíteses positivistas, nas
quais rebaixam os homens com suas determinações. Nem procede das histórias que os seres
humanos descendem dos antigos hominídeos. Esta investigação pretende contar uma história
em uma perspectiva filosófica. Devemos levar em consideração junto aos saberes históricos da
hominização uma perspectiva ontológica do ser humano. Essas ideias devem levar em
consideração a transformação do protomundo em mundo.
Esse reconstrutivismo fantástico não deve segundo Sloterdijk (2011, p. 102) conceber o
homem para logo após reencontra-lo em um nível pré-humano. Tão pouco, se deve pensar em
um mundo aberto aonde o hominídeo se encontre. Mas deve começar com uma pré-
humanidade, aonde se encontre ao mesmo tempo com uma autêntica pré-mundanidade. Isto se
faz necessário, porque deve-se começar a partir de uma forma de cultura sapiens desenvolvida,
e de subjetividades sapiens constituídas, ex-táticas e conformadoras de mundo como tipos
históricos.
Esta onto-antropologia vai contra a afirmação heideggeriana de que a essência do
divino está mais próxima do ser humano que seu parentesco corporal com o animal. Através
do conceito de Umwelt, ou mundo circundante, do filósofo e biólogo estoniano Jakob Von
Uxküll, Sloterdijk pretende distinguir os seres humanos dos animais pelo fato ontológico de
que somos seres que se constituem enquanto tais, por habitar no mundo.
O que Heidegger começou com sua analítica existencial com o Ser no espaço,
Sloterdijk pretende continuar desde uma perspectiva antropológica. Neste sentido, considera
Sloterdijk (2011, p. 111 e 112) que pensar o espaço seria pensar a casa, a pátria, a proximidade
e o habitar. Deve-se pensar o ek-sistir humano de uma perspectiva espacial e não temporal. É
dentro desse movimento antropológico que o processo de transformação de um animal
gregário e pré-humano se constituiu. O processo de hominização teve como fundamento paleo-
ontológico o lugar da morada e da habitação.
Esse estar-no-mundo, ou seja, esse lugar da morada do Ser recebe o nome de esfera. De
acordo com Sloterdijk (2011, p. 112) denomina-se esfera como lugares de ressonância
interanimal e interpessoal, que através da coexistência transforma fisiologicamente os
coexistentes. Esses lugares esféricos são comparáveis às incubadoras nas quais seres vivos
desenvolvem condições climáticas. Nos casos dos seres humanos, esse efeito de incubadora
são condições ontológicas que propiciaram as condições de hominização.
Neste espaço do habitar ou da esfera, foi no qual ocorreu o processo de hominização.
Por tanto, se quisermos pensar o homem como produto, temos que considerar seu lugar de
produção. Concomitantemente à esse processo do habitar em incubadoras, foi necessário a
ocorrência de quatro mecanismos que fizeram com que o processo de humanização ocorresse.
De acordo com a literatura paleontológica são, o mecanismo de insulação, o mecanismo de
exclusão corporal, o mecanismo de neotenia e o mecanismo de transferência.
Com isso as causas para a humanização foram o habitar humano e as antropotécnicas
primarias, ou as técnicas antropogênicas. Estes mecanismos foram responsáveis pelo processo
da filogênese humana, que é o estudo de hipóteses do desenvolvimento dos organismos, neste
caso, das hipóteses do desenvolvimento do ser humano.
Esta antropologia fantástica de Sloterdijk também conta a história da ontogênese
humana, ou seja, o desenvolvimento do organismo humano desde sua forma pré-natal. Para
isso, Sloterdijk formula sua teoria que está exposta no livro Esferas I: bolhas, através do
problema de onde estão os homens quando estão no mundo? Está é uma analítica do lugar
existencial, e ele se utiliza do conceito de esfera como força motriz de sua abordagem.
Para isso, Sloterdijk faz um processo de explicitação das condições de desenvolvimento
do feto, de seu lugar existencial que é o útero materno e das relações que são estabelecidas
nesta primeira esfera humana. Para isso, ele cria uma filosofia do nascimento sempre levando
em consideração o espaço habitável enquanto propiciador do desenvolvimento ontogenético do
ser humano.
Sua narrativa parte sempre das relações entre a mãe, o feto e a placenta na primeira fase
inicial do desenvolvimento humano, posteriormente analisa a formação da esfera que se cria
entre a mãe e o seu cuidado com o bebê recém-nascido, em seguida articula uma teoria da
reconstituição do órgão originário que se perdeu durante o processo de nascimento que foi a
placenta, na qual o habitar e as relações humanas sempre criam e recriam os seres humanos,
através do desenvolvimento psíquico.
Seguindo o processo ontogenético, estudado por psicólogos, biólogos e antropólogos,
questiona a psicanálise de Sigmund Freud e de Jacques Lacan nas fases ou períodos de
desenvolvimento humano, ou psicossexuais como costumam chamar os psicanalistas.
Desenvolvendo uma nova compreensão deste processo através de uma filosofia que deve levar
em conta sempre os processos relacionais entre os seres humanos, estes articulados ao conceito
de habitar.
Esta análise antropogênica do ser humano deve suas primeiras intuições à analítica
existencial heideggeriana, e de alguns conceitos criados pelo próprio Heidegger, como ser-
com, ser-em e a analítica do espaço. No entanto, Sloterdijk não pretende continuar o projeto
heideggeriano de uma ontologia fundamental como acontece em Ser e Tempo, mas sim o de
fundamentar uma antropologia filosófica.
Portanto, nosso projeto pretende reconstituir esta história fantástica que Sloterdijk nos
propõem, através da reconstrução dos processos de filogênese e ontogênese do homo sapiens.
História filosófica sobre as quais se debruçam tanto as ciências em particular quanto a
filosofia, esta que aos poucos começa a levantar estas questões.

7 RESULTADOS ESPERADOS

Esperamos que ao concluir este trabalho que se baseia em uma pequena bibliografia,
sirva para que continuemos desenvolvendo esta pesquisa nos programas de pós-graduação.
Também iremos apresentar os resultados deste trabalho em eventos e possivelmente em
periódicos especializados.

8 CRONOGRAMA

Atividade nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago
Leitura dirigida das X X X X X X X X X
obras

Elaboração de X X X X X X X
texto do tcc
Conclusão do tcc X X
REFERÊNCIAS
HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. 10. Ed. Petrópolis: Vozes, 2015.
PESANHA, Garcia, Juliano. Peter Sloterdijk: virada imunológica e analítica do lugar. Tese de
doutorado. São Paulo, 2016. Acessado em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-
09062017-121329/publico/2017_JulianoGarciaPessanha_VCorr.pdf.
RIBEIRO, Petrônio, Rodrigo. Uma antropologia para além do homem: Religião e hominização na
obra esferas de Peter Sloterdijk. Dissertação de mestrado. São Paulo, 2013. Acessado em:
https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/1891/1/Rodrigo%20Petronio%20Ribeiro.pdf.
SCHINKEL, Willem. EELENS, Noordegraaf, Liesbth. In Medias Res. Peter Sloterdijk’s
Spherological Poetics of Being. Amsterdam: Amesterdam Press, 2011.
SLOTERDIJK, Peter. Esferas I: bolhas. São Paulo: Estação Liberdade, 2016.
SLOTERDIJK, Peter. Sin salvación. Trás huellas de Heidegger. Madrid: Ediciones Akal, 2011.

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