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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DO JUIZADO

FEDERAL CÍVEL DA COMARCA DE ITAJAÍ/SC.

REQUERENTE, já qualificada, vem à presença de Vossa Excelência, por sua procuradora


que abaixo subscreve, APRESENTAR
MANIFESTAÇÃ O À CONTESTAÇÃ O apresentada pelo requerido FULANO DE TAL, nos
termos que seguem.

- Síntese
A autora ajuizou a presente Açã o declarató ria de nulidade contratual e inexistência de
relaçã o jurídica cumulada com repetiçã o de indébito em dobro e indenizaçã o por danos
morais com pedido de tutela provisó ria de urgência, vindo aos autos a contestaçã o
impugnando as matérias alegadas bem como a justiça gratuita deferida pelo Juízo.

I – DA IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE DA JUSTIÇA


A ré, em sua contestaçã o, alegou que “[...] nã o restou provado que a autora nã o pode arcar
com as custas do processo, até porque nã o anexou documentos provando nesse sentido”.
Ainda, mencionou a revogaçã o da Lei 1.060/1950 e a insuficiência probató ria da
declaraçã o de pobreza acostada, requerendo, por fim, a revogaçã o do deferimento da
concessã o da gratuidade judiciá ria.
Nã o assiste razã o à ré, visto que, ao impugnar a gratuidade da justiça concedida trouxe para
si o ô nus de comprovar que a autora tem condiçõ es de arcar com as despesas e custas
processuais sem que prejudique sua sobrevivência e de sua família., ocorre que nã o
sobreveio aos autos, com a contestaçã o, qualquer prova de que a autora tenha condiçõ es
suficientes.
Por outro lado, a autora comprovou ser aposentada, inclusive por meio de documentos e,
ainda, que passa por tratamento de neoplasia, prejudicando ainda mais suas condiçõ es
financeiras.
Nã o bastasse, foi acostada a declaraçã o de hipossuficiência.
Ora, o artigo 2º, pará grafo ú nico, da Lei 1.060/50 foi revogado pelo artigo 1.072, inciso III,
do Có digo de Processo Civil, portanto, a partir de sua vigência, fica caracterizada a
hipossuficiência à pessoa que nã o dispõ e de recursos suficientes para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorá rios advocatícios, sem necessidade de se averiguar o
prejuízo do sustento pró prio ou da família, por simples presunçã o de hipossuficiência.
A dita presunçã o é relativa e pode ser afastada, verificado o caso concreto, no entanto, os
autos demonstram a ausência de recursos da autora e a ré nã o apresentou provas do
contrá rio.
Nessa linha, segue entendimento jurisprudencial recente, publicado em 28/10/2021:
EMENTA: PREVIDENCIÁ RIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE DA JUSTIÇA.
HIPOSSUFICIÊ NCIA. 1. A gratuidade da justiça é devida a quem nã o possui rendimentos
suficientes para suportar as despesas de um processo sem prejuízo de seu sustento ou de
sua família. 2. A declaraçã o de pobreza para fins de gratuidade de justiça goza de presunçã o
iuris tantum de veracidade, podendo ser elidida por prova em contrá rio. 3. Nã o havendo
elementos nos autos que apontem para situaçã o de suficiência econô mica da parte autora
para arcar com as despesas processuais, especialmente levando em conta a renda mensal
da parte recorrente, impõ e-se o deferimento da gratuidade judiciá ria. (TRF4, AG 5035440-
85.2021.4.04.0000, QUINTA TURMA, Relator FRANCISCO DONIZETE GOMES, juntado aos
autos em 28/10/2021).
Sendo assim, requer-se seja mantida a justiça gratuita deferida à requerente.
Cidade/SC, Data.
Procurador
OAB

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