PROFESSOR

EAD 2022

PROFESSOR EAD 2022

 PROFESSOR
EAD 2022

PARA ALÉM DO COGNITIVO:

AS EMOÇÕES PRESENTES NO
RETORNO AO COTIDIANO ESCOLAR
EXPEDIENTE
DIRETORIA EDITORIAL
Camila Cury
DIRETORIA EXECUTIVA
Emerson Walter dos Santos
GERÊNCIA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Priscila Lehn
COORDENADORIA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Lilian Vargas Chede Elias da Silva
ESPECIALISTA DE CONTEÚDO
Giovanna Wrubel
TUTORIA EAD
Tassia Veiga Faccioli
PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDO
Ana Cláudia Alves Legore
Danubia Cristina de Paula
Leonardo Ricieri Mantoani
Nathália Argolo Campos Ribeiro
Raquel Messi Falcoski
COORDENAÇÃO DE ARTE
Isabella Pisanesky
CONCEPÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO
Gustavo Soares Silva
Sincronia Design
IMAGENS
Shutterstock
Freepik
REVISÃO DE TEXTO
Joice Karoline Vasconcelos dos Santos
Fabiana Vieira Rodrigues Rosa
 MÓDULO 4

PERSPECTIVAS SOBRE O
ENSINO HÍBRIDO E SEU
IMPACTO NA EDUCAÇÃO

Módulo 4 | 4 #paracegover
Professora interagindo com aluna sentada à mesa escolar.‑
 PARTE A

AQUECENDO
Olá, querido professor! Seja muito bem-vindo
a mais uma experiência que pode contribuir
de forma significativa com sua formação! O
tema deste módulo é Perspectivas sobre o ensino
híbrido e seu impacto na educação e este é um
tema que sempre nos convida a inovar em sala
de aula. Ensinar mesclando o modo presencial
e o online no dia a dia não é uma tarefa fácil
e exige do educador muito planejamento e
vontade de fazer a diferença na vida de seus
alunos, porém essa intenção e esforço podem
trazer grandes resultados na aprendizagem de
ambos, professores e alunos. Vamos conferir de
que forma isso é possível?
Em primeiro lugar, gostaríamos de explorar
um pouco mais o termo intenção, não uma
intenção qualquer, mas aquela voltada
ao contexto e realidade do professor, ou
seja, uma intenção pedagógica. Quando o
professor consegue atribuir à tecnologia
uma intencionalidade pedagógica está no
caminho correto para transformar o ensino-
-aprendizagem e a própria escola em algo muito
"
significativo às crianças e aos jovens.
Assim, seja em uma reflexão inicial sobre
determinado conteúdo, em exercícios
práticos com os alunos no dia a dia, em uma A criatividade é a inteligência se
abordagem de aula invertida ou até mesmo no divertindo.
desenvolvimento de habilidades necessárias
para a vida dos aprendizes, como criatividade, Albert Einstein

"
resiliência, empatia, persistência, entre outros,
o ensino híbrido é cada vez mais promissor
e evidente para lidarmos com uma geração
hiperconectada.

Módulo 4 | 5 #paracegover
Imagem de professor negro com seus alunos em uma mesa de estudos.
 Cabe lembrar que já trouxemos, em anos anteriores, alguns
conceitos sobre ensino híbrido, porém nosso intuito este ano é
aprofundar um pouco mais no sentido de desvendar alguns aspectos
ainda não abordados, uma vez que esse assunto não é capaz de
ser esgotado em um único contato, mesmo porque ainda estamos
aprendendo muito em relação a esse tema e a cada dia surgem
novidades nessa área, entrelaçando conhecimento e prática. Cada vez
mais descobrimos a importância do digital aliado às metodologias de
ensino-aprendizagem, especialmente em um período tão turbulento
na educação quanto o que vivemos. Assim, essa reflexão contínua
é capaz de lhe dar suporte para inovar em sala de aula, seja em sua
forma de ensino, seja incorporando novos recursos ou em ambos,
sempre com a visão clara de que o foco principal é a formação crítica,
reflexiva e autônoma do aluno e o que isso possibilita em termos de
desenvolvimento individual e também coletivo, enquanto sociedade.
Mas você deve estar se perguntando:

1 De que forma fazer isso em sala de aula ou mesmo em períodos de

isolamento social, como o que vivenciamos recentemente com a pandemia?

Como utilizar tecnologias e recursos online dentro e fora da sala de aula?

2

3 Como utilizar o ensino híbrido para engajar os alunos de forma acolhedora

e receptiva após um longo período afastados do ensino presencial?

Módulo 4 | 6
 Sabemos que o desafio é enorme. Para responder a essas perguntas, vamos iniciar a discussão com um fragmento
de uma história que traz um dos aspectos com que o professor se depara em sala de aula e que talvez o ensino
híbrido possa ajudar: os diferentes tempos de aprendizagem dos alunos. Trata-se de uma reflexão inicial para que
possamos construir esse aprendizado em “camadas” e em conjunto ao longo deste módulo, sempre explorando
e aprofundando um pouco mais essas questões, lembrando que elas não serão sanadas de imediato ou mesmo
de uma única maneira, uma vez que todos estamos construindo essa nova jornada: professores, alunos, escolas,
famílias e sociedade.

#CONTOCOMPLEMENTAR

HISTÓRIA: PERSONALIZANDO A
APRENDIZAGEM
Valéria é uma professora do Ensino
Fundamental Anos Iniciais com 20 anos de
experiência. Ao assumir uma nova turma,
percebeu que alguns alunos dominavam os
conteúdos e estavam prontos para avançar,
porém outros apresentavam dificuldades
e precisavam de mais tempo para evoluir
com o aprendizado. Percebeu que atrasar
as aulas fazia com que o restante da
turma perdesse o interesse. Movida pelo
sentimento de que a turma não via sentido
naquilo que faziam em sala, decidiu se
reiventar e não nivelar a turma, mas sim
apostar na personalização do aprendizado.
Assim, projetou aulas que permitissem
a cada aluno seguir seu próprio ritmo,
combinando discussões em pequenos
grupos e plataformas online para exercícios
individuais.
O ambiente foi dividido entre mesas para
trabalhos coletivos, carteiras individuais
e um sofá, que permite conversas e
orientações com a professora. Divididas
em cinco grupos de acordo com suas
habilidades, cada uma delas conta com
uma lista de conteúdos a serem explorados;
são elas, no entanto, quem escolhem em
que ordem e de que forma vão trabalhá-los.
Enquanto combinam o ambiente virtual
com o físico, as crianças estão mudando
de lugar, agrupando-se, interagindo com
colegas e professora, tomando decisões
quanto ao próprio aprendizado. Uma
das práticas comuns é que os estudantes
comecem a aula reunidos para resolver um
exercício ou participar de uma reflexão.
Aqueles que terminam, imediatamente
partem para uma segunda etapa nos
computadores, com atividades mais
complexas, enquanto Valéria permanece
com os que apresentaram alguma
dificuldade.

Disponível em: https://hechingerreport.org/?s=Valyncia+O.+Hawkins. Acesso em: 17 ago. 2021.

(adaptado)

Módulo 4 | 7
 ?

Professor, o que achou dessa #TEXTOCOMPLEMENTAR

história? Quais elementos desse
fragmento você poderia utilizar
para incorporar o ensino híbrido em
sala de aula? Achou essa realidade TÍTULO: After 20 years, a teacher reinvents
ainda muito distante da sua? Talvez her classroom using technology
a infraestrutura a que você tenha DESCRIÇÃO: história de uma professora
acesso enquanto professor não norte-americana que busca conhecimento
permita que você faça exatamente para reinventar suas aulas com o objetivo
desta forma, mas será que mesmo de tornar a aprendizagem significativa aos
com menos recursos ainda não é seus alunos.
possível incorporar uma maneira
AUTOR: Nichole Dobo
diferente de abordar determinado
conteúdo, usando a tecnologia a seu DISPONÍVEL EM: https://hechingerreport.
favor? Essa história é real, vivida por org/?s=Valyncia+O.+Hawkins. Acesso em:
uma professora norte-americana e 17 ago. 2021 (Em inglês).
você pode conferir a reportagem
original por meio da descrição ao
lado.

O que podemos extrair dessa realidade para o nosso aprendizado? Já abordamos em cursos anteriores os
modelos de ensino híbrido existentes e nos aprofundamos um pouquinho mais no ensino híbrido virtual
enriquecido. Nesse fragmento relatado, podemos ter a real noção de como funciona um outro modelo de
ensino híbrido na prática. O modelo a que estamos nos referindo é denominado “Modelo por Rotação” e
envolve quatro submodelos: Rotação por Estações de Trabalho, Laboratório Rotacional, Sala de Aula
Invertida e Rotação Individual. O Modelo por Rotação e seus submodelos permitem que o aluno reveze
ou transite por diferentes modalidades de aprendizagem, sob supervisão do professor, sendo que uma
delas deve ser online. Esse Modelo é conhecido dos professores. No Ensino Fundamental, por exemplo, é
comum que os professores organizem grupos em salas de aulas ou estações de trabalho há algum tempo.
O que o torna relevante, no entanto, é a modalidade online combinada com as demais modalidades.
(HORN; STAKER, 2015)

Módulo 4 | 8
 Vamos agora a outro exemplo. Dessa vez referindo-se ao contexto brasileiro, para que
possamos extrair mais alguns aprendizados. Veja o caso a seguir.

#CONTOCOMPLEMENTAR

O ENSINO HÍBRIDO PODE

MELHORAR OS RESULTADOS
ACADÊMICOS DOS ALUNOS
Eric Rodrigues ensina História em uma
pequena escola pública municipal nos
arredores do Rio de Janeiro. Antes de utilizar
o ensino híbrido, mais de 30% dos alunos
do Ensino Fundamental Anos Finais do Sr.
Rodrigues (6o ao 9o ano) não eram proficientes
na sua classe. Ele sabia que todos os alunos
tinham o potencial de estarem aptos,
então começou a examinar seus próprios
ensinamentos, procurando pistas sobre como
poderia ajudá-los a melhorar. Logo depois,
percebeu que, se ele deixasse de ser o “sábio
no palco” e se tornasse mais um facilitador,
seus alunos poderiam ter uma experiência
mais rica que incluísse várias modalidades de
aprendizagem e um currículo baseado em
competências.
Disponível em: https://www.blendedlearning.org/por-que-as-escolas-brasileiras-estao-
implementando-o-ensino-hibrido/?lang=pt-br. Acesso em: 23 ago. 2021.
Desde que começou a usar um modelo de
Rotação Individual em 2013, o Sr. Rodrigues
viu melhoria significativa na realização
de seus alunos. Ao final do primeiro ano,
usando ensino híbrido, 88% dos alunos
estavam aptos; e, em 2016, nenhum
deles precisava de reforço. Além de trazer
um modelo inovador, o Sr. Rodrigues,
demonstrou também a sua dedicação aos
seus alunos: nos últimos três anos, ele criou
e foi responsável por todas as “árvores” de
conteúdo (forma de organizar por tópicos
e em hierarquia) e competência para o seu
curso de História. Todo o trabalho que ele
faz para suas lições de planejamento reflete
muito no sucesso de seus alunos.

O que podemos extrair dessa história como aprendizado? Com certeza esse professor
se mobilizou diante de um problema com que muitos se deparam em sala de aula: a
deficiência acadêmica de seus alunos. Diante dessa constatação, decidiu que suas aulas
poderiam ser diferentes e transformou essa realidade mudando a forma de ensinar,
investiu em um maior planejamento e trouxe mais opções aos seus alunos, ao mesmo
tempo em que personalizou a aprendizagem.

Módulo 4 | 9
 #TEXTOCOMPLEMENTAR

TÍTULO: Por que as escolas brasileiras estão

Caso queira conferir a
reportagem na íntegra,
acesse a descrição ao
lado:
implementando o ensino híbrido
DESCRIÇÃO: relatos de professores e escolas
que estão adotando o ensino híbrido no Brasil.
AUTOR: Katrina Bushko
DISPONÍVEL EM: https://blendedlearning.
org/por-que-as-escolas-brasileiras-estao-
implementando-o-ensino-hibrido/?lang=pt-br.
Acesso em: 23 ago. 2021.

É interessante observar como realidades

completamente distintas entre os
dois fragmentos trazidos, em países
completamente diferentes em relação à
investimento, cultura e tecnologia, e com
objetivos diferentes, a princípio, trouxeram E você, professor, quais são
resultados semelhantes, resultados que as situações-problema que
fazem toda a diferença na vida de crianças identifica em suas turmas?
e jovens. Na primeira história, a professora
norte-americana tem como objetivo sanar
as diferenças de ritmos de aprendizagem.
Já no segundo contexto, o professor
teve como objetivo melhorar a aptidão
acadêmica de seus alunos e, mesmo com De que forma você tentou
todas as diferenças que envolvem o contexto solucioná-las?
dos dois, ambos demonstram o empenho
e a dedicação a seus objetivos iniciais e o
resultado que conseguiram atingir diante
disso. É importante ressaltar que eles não
se apegaram a uma “receita pronta” ou
a um “modelo específico” para melhorar a
Quais recursos utilizou no
aprendizagem de seus alunos, porém período de isolamento social e o
focaram a solução de problemas que vinham que levaria desse aprendizado
percebendo e enfrentando no dia a dia com para suas aulas presenciais?
suas turmas para buscar formas inovadoras
de ensino-aprendizagem.

Módulo 4 | 10
 Essa reflexão faz parte da intenção pedagógica do o processo de ensino e aprendizagem, fazendo com que
educador e é muito importante para o aprendizado o aluno adote a importância do domínio de aprender a
significativo e eficaz de seus alunos. Por meio desses aprender.
dois fragmentos que trouxemos, é possível perceber
Agora que já vimos alguns exemplos de como
que essa intenção não depende de qual modelo ou
incorporar o ensino híbrido na rotina do professor,
recurso específico o professor vai adotar, mas sim do
vamos aprofundá-lo no contexto presencial e no ensino
porquê esse profissional está disposto a fazer essa
a distância, uma vez que o retorno presencial com
mudança em suas aulas, ou seja, qual é o seu objetivo
períodos de fechamento e abertura das escolas físicas,
com isso. Para explorar um pouco melhor os trechos
exige de todos – professores, escolas, alunos e famílias –,
que apresentamos, vamos resgatar um pouquinho o
muita resiliência, acolhimento, persistência e paciência
conceito de ensino híbrido.
com o processo de todos e de cada um dos envolvidos.
O ensino híbrido é o emprego de metodologias do
Assim, conforme vimos no módulo 1, é preciso
ensino presencial, unificados aos métodos de ensino
acolher a subjetividade de cada pessoa envolvida
online, no desenvolvimento diário do processo de
nesse processo e dar espaço para que expressem seus
ensino e aprendizagem. Assim, a hibridização do ensino
sentimentos e emoções diante dessa nova realidade,
proporciona aulas atraentes, modernas, equilibradas,
antes mesmo de pensarmos na aplicação de conteúdos
participativas e flexíveis, ou seja, aparta o aluno da
específicos. Pensando nisso, traremos, na próxima
inércia, da posição de ouvinte passivo, como ocorre em
parte deste material, algumas pesquisas realizadas ao
aulas tradicionais expositivas, para posição de aluno
longo do período de ensino remoto emergencial e
protagonista do seu aprendizado que o envolve em
o que podemos extrair de lições a partir delas. Após
atividades complexas e desafiadoras, motivando-o a
essa reflexão, traremos alguns modelos de plano de
participar da construção do seu conhecimento de forma
aula utilizando o ensino híbrido, especialmente o
ativa, ora interagindo com outros alunos em grupos, ora
Modelo por Rotação, para ampliar nosso olhar diante
individualmente (ANDRADE; MONTEIRO, 2019).
das possibilidades presentes e futuras a partir do que
Deste modo, o professor assume seu papel de vivenciamos e, por fim, aprofundaremos em algumas
mediador, orientador e facilitador, o que se traduz competências essenciais, de acordo com o Fórum
em tempo maior de observação do desenvolvimento Econômico Mundial e em conceitos da Teoria da Escola
individual do aluno, proporcionando interação durante da Inteligência, com o intuito de fechar a reflexão inicial.

Módulo 4 | 11 #paracegover
Mulher sendo gravada em um vídeo.
 PARTE B "
Se você pode sonhar, você
pode fazer.
Walt Disney
DESENVOLVENDO

O ENSINO HÍBRIDO NO
CONTEXTO PRESENCIAL E NO
ENSINO A DISTÂNCIA

Em um momento tão delicado como o que

vivenciamos no mundo, conforme vimos no
módulo 1, marcado por uma crise sanitária
"
sem precedentes e cheia de perdas, seja de
um ente querido, de um emprego, do convívio
com amigos e familiares, da forma de trabalhar,
entre outras, a educação também tem
sentido seus efeitos, e essa repercussão afeta
diretamente o desenvolvimento de milhares de
crianças e jovens, assim como a saúde mental
de toda uma sociedade.
E o que fazer diante desse cenário em sala
de aula, com o retorno dos alunos após um
período bastante turbulento para todos e ainda
um tanto incerto?

Módulo 4 | 12 #paracegover
Mulher sorrindo, usando fones de ouvido e notebook.
 Para responder a essa questão e resgatarmos o ensino híbrido como uma proposta
promissora nesse novo contexto, vamos abordar algumas pesquisas realizadas
durante o período de ensino remoto e, o mais importante, o que fica de aprendizado
para seguirmos mais confiantes.

O que as pesquisas nos

mostram sobre o ensino
remoto?

Em uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo

intitulada “O comportamento comunicativo dos jovens de hoje
com a presença marcante das mídias digitais e dos aparelhos
celulares”, divulgada pelo jornal da USP (2021), apesar de
ainda estar em desenvolvimento, já traz alguns resultados
bastante interessantes, principalmente no que diz respeito
ao comportamento de alunos de Ensino Fundamental e
Ensino Médio durante o período de quarentena, e mostra
um processo de educação alterado em sua totalidade,
pela utilização constante das plataformas digitais para
o desenvolvimento de aulas e demais trabalhos
acadêmicos, sempre realizados online.
Durante a pesquisa, realizada e conduzida ao
longo da pandemia, de forma 100% remota, 146
alunos entre 13 e 18 anos, de escolas públicas
e particulares de todas as regiões brasileiras
foram questionados a respeito de sua rotina
durante a quarentena. Desses, 110 estavam
tendo alguma forma de aula a distância e
responderam a questões acerca do tema
da investigação. Destaca-se que grande
parte dos entrevistados não se adaptou
bem ao modelo. Veja mais alguns números
dessa pesquisa:

Apenas 5,5% dos

estudantes se sentem
completamente satisfeitos.

65% dos estudantes alegaram

que os professores tornaram-se
consideravelmente mais exigentes.

Módulo 4 | 13 #paracegover
Homem jovem com smartphone em uma mão e fazendo gesto de vitória com o punho cerrado em outra
 Os principais resultados encontrados
evidenciam que os estudantes estão, de fato,
muito desmotivados, sendo que boa parte
desse desânimo está diretamente relacionada
ao contexto da pandemia de modo geral,
e não somente ao modelo de educação online
em si. Sentimentos como ansiedade, tristeza,
esgotamento e medo foram as sensações
mais relatadas pelos estudantes, o que torna a
possibilidade de estudo satisfatório ainda
distante dessa realidade. Em função disso, pensar
a educação sob o ponto de vista dos alunos é
essencial.
No entanto, é preciso salientar que, além das
Outra reflexão importante a ser realizada é que,
além dessas diferenças mencionadas, muitos dos
conteúdos se limitaram a gravações de vídeo,
áudio ou textos, sem uma associação integral
entre plataformas e com uma alta dependência
dos meios tecnológicos, sem uma programação
adequada ao que é na realidade a educação na
modalidade a distância, o que comprometeu as
interações entre os alunos, colegas e professores,
"
prejudicando o processo de aprendizagem,
segundo os relatos dos próprios estudantes:

adversidades e limitações encontradas no ensino

não presencial, entende-se também que seria
superficial discutir educação e tecnologia sem
realizar um recorte de classe socioeconômica,
para mostrar as diferenças entre as percepções As aulas presenciais são melhores,
dos estudantes de escolas públicas e os de escolas pois a comunicação é mais fácil e o
privadas. Essas diferenças se mostram expressivas convívio social também é importante.
e provavelmente relacionadas a fatores que
muitas vezes escapam às próprias questões M.C., 13 anos

"
referentes à escola (como o modelo de aulas
adotado), englobando dilemas relacionados ao
ambiente de estudo de crianças e jovens dentro
de casa, aos aparelhos tecnológicos utilizados e
à relação dos jovens com a família. Veja alguns
dados a seguir.
Em uma escala de 1 a 5, sendo 1 pouco satisfeito
"
e 5 muito satisfeito: a pontuação média dos alunos
foi:

Eu acho que os professores fazem

3,04 de escola particular × 2,53
para estudantes do ensino público.
falta, pois não é só o ensino, é também
a empatia, convivência, carinho, a
atenção que os professores têm com os
alunos que faz a diferença no ensino.
E.M., 17 anos

"
2,84 de escola particular sobre
a percepção de entendimento de
conteúdos × 2,4 para estudantes
de escola pública.

Módulo 4 | 14
 A falta de interação entre alunos, professores e colegas de sala em função do isolamento
social foi percebida não apenas no ambiente físico, presencial, mas também no formato
emergencial remoto, online: o comportamento dos alunos em permanecer nas aulas
síncronas com a câmera desligada, por exemplo, o que suscitou um desconforto ainda maior
entre os professores diante de tantas mudanças durante a pandemia. Além de não poder
trocar e interagir presencialmente com seus alunos, os professores se depararam com um
desafio ainda maior: será que meus alunos estão realmente do outro lado dessa câmera
desligada ou será que estou falando sozinho?
Esse comportamento, para além do desconforto vivenciado pela maioria dos professores,
também trouxe uma experiência educacional mais limitante, pela falta de troca entre
professores, alunos e colegas também de forma virtual. Em uma pesquisa de Castelli e
Sarvary (2021), que teve como objeto de estudo investigar quais os motivos dos alunos
não ligarem suas câmeras, apesar de ser conduzida no contexto de Ensino Superior, nos
traz alguns indícios importantes referentes a esse comportamento. Dentre as razões mais
relatadas, segue a ordem de frequência em que apareceram:

1 Estar preocupado com a aparência pessoal.

2 Estar preocupado com outras

pessoas e com a localização física
sendo vista em segundo plano.

3 Alguns relatos de normas sociais

envolvidas também.

Essas informações foram usadas para desenvolver estratégias para incentivar, sem exigir, o uso da câmera,
ao mesmo tempo em que promovem a equidade e a inclusão. Ao traçarem essas estratégias, foi adotada uma
abordagem centrada no aluno, sendo conscientes da equidade, da inclusão e da diversidade dos alunos e das
situações em que se encontram enquanto aprendem remotamente.

Módulo 4 | 15
 #SELIGANADICA!
Os pesquisadores recomendam, no entanto,
que essas estratégias possam servir como um
modelo para que outros professores possam
pesquisar de acordo com seu contexto,
permitindo o desenvolvimento de estratégias mais
personalizadas para outras populações de alunos.

Dentre as estratégias da pesquisa

mencionada destacam-se:

Não exija que as câmeras de vídeo sejam

ligadas e ofereça alternativas.

Incentive explicitamente o uso da câmera, explique

por que está fazendo isso e estabeleça a norma.

Aborde potenciais distrações e dê pausas para

ajudar a manter a atenção.

Use técnicas de aprendizagem ativa para manter os

alunos envolvidos e promover a equidade.

Pesquise a realidade dos seus alunos para entender

seus desafios.

Castelli; Sarvary, 2021. (adaptado)

Módulo 4 | 16 #paracegover
Imagem de professor negro com seus alunos em uma mesa de estudos.
 Mais uma vez, destacamos que não há
uma receita de bolo que o professor possa
seguir e que garanta a qualidade do ensino-
-aprendizagem, mas há sua intenção,
motivação, percepção, sensibilidade,
criatividade e competência, que, aliadas a
outros fatores estruturais e culturais, são
capazes de despertar o interesse de seus
alunos.
Podemos destacar uma das estratégias
mencionadas para que os alunos participem
com as câmeras ligadas e que está diretamente
vinculada ao ensino híbrido: técnicas de
aprendizagem ativa.

APRENDIZAGEM E SAÚDE
MENTAL NA EDUCAÇÃO:
REFLEXÕES E POSSIBILIDADES A
PARTIR DE UM ESTUDO SOBRE
METODOLOGIAS ATIVAS

Uma outra pesquisa da USP, de Godoy

et al (2021), que investigou o impacto das
metodologias ativas associadas às tecnologias
de comunicação e informação digital no
aprendizado remoto durante a pandemia
de covid-19, apesar de também ser voltada
ao Ensino Superior, traz alguns aspectos
interessantes sobre as possibilidades de
aprendizagem, mesmo em um contexto tão
adverso como o período de isolamento social,
por exemplo. Esse estudo, realizado com 28
alunos de uma disciplina específica da
Psicologia, consistiu em questões referentes
a informações básicas, efeitos psicológicos da
pandemia do coronavírus, ansiedade devido ao
coronavírus, ansiedade generalizada, prejuízo
funcional e, por fim, a percepção dos estudantes
na metodologia aplicada pela disciplina. Além
disso, avaliou-se o progresso de aprendizagem
utilizando questões de múltipla escolha antes e
depois da aula expositiva.

Módulo 4 | 17 #paracegover
Imagem de professor negro com seus alunos em uma mesa de estudos.
 Como resultado, observou-se uma alta prevalência
(42,9%) dos estudantes com sintomas de ansiedade
generalizada. Além disso, mais do que 52% também
apresentaram indicadores de prejuízo funcional
de acordo com a escala de ajustamento social e de
trabalho. Apesar de uma taxa extremamente alta de
ansiedade generalizada e disfuncionalidade entre
os estudantes, ainda assim esse estudo mostra que
a maioria dos alunos obteve um alto desempenho
nas questões de múltipla escolha referentes ao
conteúdo aprendido. Dentre as metodologias
ativas adotadas nessa disciplina, foi utilizada a
abordagem de sala de aula invertida, que é um
dos submodelos do Modelo por Rotação do ensino
híbrido. Essa abordagem consiste no estudo prévio
dos conteúdos pelos alunos disponibilizados no
ambiente virtual de aprendizagem (AVA), antes da
aula online ou presencial, por exemplo. No gráfico a
seguir, é possível verificar as percepções dos alunos
sobre essa experiência de aprendizagem.

PERCEPÇÕES DOS ALUNOS SBRE A

EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM

Essa metodologia é
interessante e inovadora?
3,6%

Discordo

Neutro
14,3%
28,6% Concordo

Concordo
fortemente

53,5%

Godoy et al., 2021. (adaptado)

Módulo 4 | 18

Mas, afinal, como planejar o
ensino híbrido?
Agora que já vimos alguns recortes de pesquisas
voltadas ao impacto do ensino remoto na educação,
e que podem ser muito úteis nas próximas ações e
decisões a serem adotadas pelos professores na prática
com suas turmas, vamos aprofundar um pouco mais
no planejamento do professor, algo extremamente
importante, especialmente quando falamos em ensino
híbrido. Antes de iniciarmos, responda mentalmente a
estas questões e, se sentir-se à vontade, compartilhe no
fórum com seus colegas:
• Quais estratégias ou modelos de ensino-
-aprendizagem utilizo com meus alunos?
• Essas estratégias e modelos fazem parte do
que aprendi em minha formação ou busquei
me atualizar? De que forma me atualizo?
• Qual é o meu objetivo em minhas aulas e que
tipo de recursos, aplicativos, instrumentos e
ferramentas utilizo para atingir esse objetivo?
• Os alunos se interessam e se envolvem,
participando e interagindo em minhas aulas?
Por quê?
Módulo 4 | 19
O planejamento já é uma tarefa intrínseca à atividade
do professor e ela pode ter diversos nomes. Talvez o
mais comum e utilizado seja o famoso “plano de aula”,
e traremos aqui alguns modelos dessa etapa de sua
função relacionada ao ensino híbrido. No entanto, no
módulo 5, aprofundaremos esses aspectos trazendo
algumas sugestões de planos de aulas a serem aplicados
na escola da inteligência. A nomenclatura desse
planejamento do professor vem sofrendo algumas
modificações ao longo do tempo e de acordo com a
evolução do conhecimento na área da educação. Seja
qual for o nome que você está acostumado a usar para
essa etapa tão importante de sua função, plano de
aula, matriz didática, planejamento reverso ou outros, o
essencial é que o foco seja o aluno e sua aprendizagem e
não apenas aquilo que ensinamos. O que isso significa?
Quando o foco é apenas o ensino, podemos dar
uma excelente aula de acordo com nossa concepção,
mas não necessariamente garantir que os estudantes
“aprendam” aquilo que “ensinamos”, mesmo porque
as informações hoje estão amplamente acessíveis
com um simples toque de um dedo em aparelhos
eletrônicos. Agora, quando pensamos em termos de
aprendizagem, conseguimos envolver o aluno nesse
processo de planejamento, trazendo-o como ponto
de partida e de chegada, buscando o resultado que
pretendemos alcançar junto com ele. Parece apenas um
pequeno detalhe do planejamento, mas que faz toda
a diferença para a educação de qualidade de nossos
alunos. A partir de agora, então, trabalharemos com a
segunda competência do Fórum Econômico Mundial,
aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem e
que pode auxiliar no planejamento do professor em sua
rotina.
#paracegover
Imagem de homem diante de vários post-its.
 ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM

Léa das Graças Anastasiou, pedagoga, professora e pós-doutora em educação

pela universidade de São Paulo, em seu livro Processos de Ensinagem na
Universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula (2003),
traz algumas estratégias interessantes à prática dos professores. Dentre diversas
estratégias abordadas no livro, destacamos algumas delas nos quadros a seguir.
Observe que acrescentamos alguns exemplos de recursos ou ferramentas que
podem ser utilizados também para adaptar essas estratégias ao ensino híbrido, em
sala de aula ou fora dela, como no ensino a distância ou ensino remoto, porém não
há uma única forma de utilizar esses recursos, pois isso vai depender do objetivo
do professor em relação à determinada aula. Confira:

AULA EXPOSITIVA DIALOGADA

Descrição Diferente da exposição de conteúdo tradicional, há uma participação ativa dos estudantes,
com o levantamento do conhecimento prévio da turma sendo considerado como ponto
de partida. O professor leva os alunos a questionarem, interpretarem e discutirem o objeto
de estudo, a partir do reconhecimento e do confronto com a realidade.
Operações de pensamento Obtenção e organização de dados, interpretação, crítica, decisão, comparação, resumo.
(predominantes)
Dinâmica da atividade O forte dessa estratégia é o diálogo. Assim, o professor faz a exposição, que deve ser bem
preparada, podendo solicitar exemplos aos estudantes, e busca o estabelecimento de
conexões entre a experiência vivencial dos participantes, o objeto estudado e o todo da
disciplina. O professor também faz a apresentação dos objetivos da unidade do estudo e
sua relação com a disciplina ou curso.
Avaliação Participação dos estudantes contribuindo na exposição, perguntando, respondendo,
questionando, entre outros. Pode-se também utilizar diferentes formas de obtenção da
síntese pretendida na aula: de forma escrita, oral, pela entrega de perguntas, esquemas,
complementação de dados no mapa conceitual ou outras atividades complementares a
serem elaboradas em continuidade pelos estudantes.
Recursos para o ensino Para fazer essa exposição dialogada utilizando tecnologia, seja no ensino remoto ou
híbrido presencial, o professor pode utilizar diversos recursos gratuitos disponíveis atualmente.
Traremos aqui apenas alguns exemplos, lembrando que existem muitas outras
possibilidades disponíveis na internet. O exemplo que traremos aqui é o aplicativo
Jamboard (https://jamboard.google.com/), que funciona como uma lousa digital na
qual você pode escrever, desenhar, inserir post-it e compartilhar tudo isso com os alunos
também. Em relação a uma abordagem inicial para conhecimento prévio do conteúdo com
os alunos ou mesmo para uma avaliação, há muitos recursos disponíveis também, como
aplicativos, quizzes ou sites que sejam seguros e previamente pesquisados. Traremos aqui
como exemplo as ferramentas Google Forms e o aplicativo Socrative, que podem servir
tanto para uma sondagem do conhecimento inicial dos alunos sem caráter avaliativo como
para uma própria avaliação também. No módulo 5, você verá essas mesmas ferramentas,
além de outras, aplicadas na prática.

Anastasiou, 2003. (adaptado)

Módulo 4 | 20
 O psiquiatra e escritor de diversas obras referentes à Teoria da Inteligência Multifocal (TIM), Augusto Cury, também
traz o método de exposição dialogada em seu livro Pais Brilhantes, Professores Fascinantes (2006). De acordo
com Cury, essa técnica é a arte da pergunta, capaz de desenvolver a consciência crítica, promover o debate de ideias
e estimular a educação participativa.

TEMPESTADE CEREBRAL
Descrição Trata-se de uma possibilidade de estimular a geração de novas ideias de forma espontânea
e natural, deixando fluir a imaginação dos estudantes. Não há certo ou errado. Tudo que for
levantado será considerado e, se necessário, solicita-se uma explicação posterior do aluno.
Operações de pensamento Imaginação e criatividade, busca de suposições, classificação.
(predominantes)
Dinâmica da atividade Ao serem questionados sobre uma problemática, os estudantes devem: expressar em
palavras as ideias sugeridas, evitar atitude crítica, registrar e organizar a relação de ideias
espontâneas, fazer a seleção delas conforme os critérios posteriores a serem combinados.
Avaliação Observação das habilidades dos alunos quanto a: capacidade criativa, concisão, logicidade,
aplicabilidade e pertinência, bem como seu desempenho na descoberta de soluções
apropriadas ao problema apresentado.
Recursos para o ensino Da mesma forma da exposição dialogada, os professores podem utilizar recursos tecnológicos
híbrido para realizar essa tempestade cerebral com aplicativos específicos. Aqui traremos o exemplo
do aplicativo Mentimeter (https://www.mentimeter.com/pt-BR), que pode ser utilizado para
diversas finalidades, além da tempestade de ideias ou “nuvem de palavras”, como enquetes
ao vivo, questionários, perguntas e respostas e muito mais, para obter informações em tempo
real. No módulo 5, você poderá observar esse recurso sendo aplicado no compartilhamento
de reflexões.

Anastasiou, 2003. (adaptado)

MAPA CONCEITUAL
Descrição Consiste na construção de um diagrama que indica a relação de conceitos em uma
perspectiva bidimensional, procurando mostrar as relações hierárquicas entre os conceitos
pertinentes à estrutura do conteúdo.
Operações de pensamento Interpretação, classificação, crítica, organização de dados, resumo.
(predominantes)
Dinâmica da atividade O professor poderá selecionar um conjunto de textos, ou de dados, objetos, imagens, informações
sobre um tema e aplicar a estratégia propondo ao estudante a ação de: identificar os conceitos-
-chave do objeto ou tema estudado; selecionar os conceitos por ordem de importância; incluir
conceitos e ideias mais específicas; estabelecer relação entre os conceitos por meio de linhas
e identificá-las com uma ou mais palavras que demonstrem essa relação; buscar estabelecer
relações horizontais e cruzadas, traçá-las; perceber que há várias formas de traçar o mapa
conceitual; compartilhar os mapas coletivamente, comparando-os e complementando-os;
justificar a localização de certos conceitos, verbalizando seu entendimento.
Avaliação Acompanhamento da construção a partir da definição coletiva dos critérios de avaliação:
conceitos claros; relação justificada; riqueza de ideias; criatividade na organização;
representatividade do conteúdo trabalhado.
Recursos para o ensino Você pode utilizar recursos tecnológicos nessa proposta também. Exemplo: programa
híbrido Mindmeister (https://www.mindmeister.com/pt), que é um recurso específico para a
construção de mapas mentais. Há versões gratuitas e pagas, dependendo da quantidade de
recursos a serem utilizados.

Anastasiou, 2003. (adaptado)

Módulo 4 | 21
 O que achou dessas estratégias, professor? Já as aplicava? Conseguiu visualizar formas diferentes de aplicá-las
utilizando outros recursos, que englobam o ensino híbrido dentro e fora de sala de aula?
Se sua resposta foi sim para a última pergunta, está assimilando esse conteúdo de forma excelente! A ideia é
ampliar o olhar sobre velhas estratégias, incorporando recursos ou elementos atuais que reforcem seu objetivo em
aula, ou mesmo se deparar com novas estratégias, permitindo aos seus alunos que se envolvam com o objeto de
estudo e aprendam de forma significativa!
Para dar continuidade no tópico referente ao planejamento, vamos retomar os Modelos de Rotação do ensino
híbrido abordados no início deste módulo, com ênfase nas estações de trabalho e sala de aula invertida. Morais e
Barreto (2019) trazem um material bem rico nesse sentido, disponível na internet de maneira gratuita, porém, antes
de iniciarmos, cabe ressaltar que a forma como a sala de aula é organizada pode tanto promover quanto limitar
o aprendizado dos alunos.
Na rotação por estações, o ambiente é dividido em vários “cantos”, cada um preparado para uma prática diferente.
Essa organização do espaço é parte da proposta do ensino híbrido. Veja a seguir o formato e algumas propostas de
organização.

COMO ORGANIZAR AS
ENSINO HÍBRIDO
ROTAÇÕES DA TURMA

TEMPO
COLABORAÇÃO GRUPO
PROFESSOR O ensino por rotação
Outra estação deve Dependendo do pode ser aplicado em
O professor orienta o
promover o debate tamanho da turma, aulas de, no mínimo,
grupo, tira dúvidas ou
ou atividades práticas os alunos podem 45 minutos.
propõe caminhos para
e coletivas. passar juntos por
os alunos. ... Ou o professor
todas as estações...
pode dividir a
turma em grupos
menores, que
fazem um rodízio
pela sala.
TECNOLOGIA
Inserção de exercícios Isso permite que os
online, jogos ou estudo grupos passem 15
Nesse caso, cada minutos em cada uma das
individual, adaptado estação deve ser estações. Em aulas mais
para cada aluno. independente longas, o professor pode
da outra: o aumentar o tempo em
aprendizado tem cada uma ou criar novas
início, meio e fim. estações.

Módulo 4 | 22
 Agora que você já viu como organizar as rotações da turma nesse modelo do ensino híbrido,
vamos ao planejamento de aula dessa proposta?
COMO FAZER UM PLANO DE AULA UTILIZANDO O
ENSINO HÍBRIDO
CABEÇALHO DO PLANO DE AULA
É a identificação do seu plano. Deve constar
seu nome, a disciplina que você leciona, o ano
ou série, a duração da aula e o número de alunos.
Além disso, é aqui que deve ser assinalado que
tipo de modelo híbrido será utilizado na aula. Por
exemplo:
Modelo híbrido: rotação por estações/
Laboratório Rotacional
Importante lembrar que cada modelo tem suas
particularidades a serem analisadas. Em casos de
aula de rotação individual, é necessário preparar
também um roteiro individual de objetivos a
serem realizados pelo aluno na(s) estação(ões).
Em caso de aula de modelo flex, é necessário
elaborar a etapa do plano de estudo do aluno a
ser cumprido nessa aula.
OBJETIVO DA AULA
É o que você pretende com a aula. Descreva
aqui aonde você quer chegar com os alunos. O
que você espera que os alunos tenham aprendido
ao final da aula? Cabe ressaltar que essa etapa é
extremamente importante ao que o professor
quer atingir junto aos alunos. É a etapa do “por
que fazer isso?”. A partir do objetivo é que serão
definidos o “como fazer” e os recursos a serem
escolhidos.
Módulo 4 | 23
CONTEÚDO
Do que se trata a aula? Qual tema será
levantado? Aqui você coloca a unidade temática
que será estudada, o assunto abordado.
O QUE PODE SER FEITO PARA
PERSONALIZAR?
Esse ponto é um dos marcadores do ensino
híbrido. O que eu posso fazer para que cada aluno
tenha uma experiência produtiva de acordo com
seu ritmo? Aqui, precisamos atentar à pergunta
“como fazer?”. Por exemplo, para o modelo que
escolhemos: criação de três estações, sendo que
cada uma delas conduz a aprendizagem de uma
habilidade específica. Ou a modalidade flex, na
qual os alunos poderão trabalhar ora na sala de
informática, ora na sala de aula.
RECURSOS
Os recursos são tudo aquilo que você vai
precisar para desenvolver sua aula. Por exemplo:
equipamentos tecnológicos, programas de
computador, livros, cartolinas, sites, jogos,
aplicativos etc.
Moraes e Barreto, 2019. (adaptado)
 ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS
É considerado espaço qualquer ambiente que
possa ser utilizado pelo professor para realizar
experiências de aprendizagem. Por exemplo:
laboratório de informática, sala de aula, sala de
leitura, auditório, casa do aluno. Aqui é necessário
descrever as atividades que serão pretendidas:
espaços (onde vai realizar a atividade), atividade
(o que vai realizar), duração (por quanto tempo),
papel do aluno (o que o aluno tem que fazer),
papel do professor (o que o professor faz durante
a execução da atividade). Por exemplo:
COMO FOI SUA AVALIAÇÃO DA
AULA?
É uma avaliação para você, professor. O que
você solicitou como avaliação foi o suficiente para
saber se os alunos cumpriram os objetivos? Quais
aspectos positivos tiveram? O que deu certo?
Quais foram os aspectos negativos da avaliação?
O que você precisa mudar? Essa etapa também
é bem importante, pois auxilia na melhoria
contínua de suas aulas.

Espaço 1: estação com computadores.

RECURSOS DE PERSONALIZAÇÃO
Atividade: assistir aos vídeos
disponibilizados sobre fotossíntese.
PÓS-AVALIAÇÃO
Esse é um opcional na avaliação. Porém ajuda
Duração: de 15 a 30 minutos.
bastante na personalização do ensino. Já que,
Papel do aluno: assistir aos vídeos a partir dos dados coletados no aprendizado
disponibilizados fazendo anotações de do aluno nesta aula, será possível personalizar
estruturas e do que ele compreendeu sobre melhor a próxima.
a fotossíntese. Anotar também dúvidas e
pontos que acha interessante.
Papel do professor: a finalidade é
que o aluno compreenda o conceito
de fotossíntese. O professor media essa
construção pelos alunos. Auxilia em dúvidas
e direciona o aluno ao conteúdo.
Querido professor, você já utiliza o ensino
híbrido em suas aulas? Como é o seu
planejamento? Esse plano trouxe alguns
tópicos nos quais você não tinha pensado?
Como isso pode o ajudar de agora em diante?
Esperamos que esse planejamento tenha
AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO ficado mais claro na prática e que você possa
De que forma você vai avaliar os alunos? utilizá-lo sempre que necessário com seus
A proposta de avaliação no ensino híbrido alunos, de acordo com seus objetivos em aula!
considera alguns aspectos como: o que pode ser
feito para observar se os objetivos da aula foram
cumpridos? Por exemplo, pode ser solicitada aos
alunos a confecção de um relatório individual, no
qual deverão descrever o que entenderam sobre o
conceito trabalhado na aula.

Módulo 4 | 24
 PLANEJAMENTO REVERSO

Outro tipo de planejamento bastante relevante é o planejamento reverso. Mas o que seria isso e como
aplicá-lo? De maneira geral, esse planejamento visa estimular a atitude investigativa nos estudantes. Trata-se
de um tipo de plano parecido com a estratégia da exposição dialogada, uma vez que enfatiza as
perguntas e transforma o que precisa ser ensinado aos alunos em propósitos de “porquê ensiná-los” e
em competências para a vida, e não apenas conteúdos para aprender na escola. Porém há outras etapas
específicas a serem cumpridas também.
Nesse tipo de planejamento, o professor deve partir do objetivo que quer alcançar ao final de uma
sequência ensino-aprendizagem para depois pensar em como chegar lá. Por exemplo: ao explicar sobre
alimentação balanceada ou pirâmide alimentar, o professor pode substituir a pergunta de “como fazer para
ter uma dieta equilibrada?” para “o que acontece com os alimentos quando eles entram no corpo humano?”
ou “por que gostamos de junk food?” (Centro de referências em Educação Integral, 2019).
Um dos principais pilares dessa metodologia é compreender a avaliação como um diagnóstico e uma
oportunidade de aprendizagem. Mas quais seriam as etapas desse planejamento? A especialista Julia
Andrade e a gerente executiva do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação
Getúlio Vargas, Raquel Oliveira, explicam melhor sobre três etapas principais na implementação do
planejamento reverso:

IDENTIFICAR OS RESULTADOS DESENHAR EXPERIÊNCIAS DE

DESEJADOS
Estabelecer o objetivo da aula, bem como o
porquê desse conhecimento ser importante
para o desenvolvimento dos alunos. Feito isso,
é essencial definir quais perguntas poderiam
instigar a curiosidade dos alunos, transformando
o conteúdo em questão a ser investigada.
DEFINIR AS EVIDÊNCIAS DAS
APRENDIZAGENS DESEJADAS
Descrever critérios para avaliar as evidências de
aprendizagem dos estudantes, como: insuficiente,
básica, intermediária e avançada. Feito isso,
definir quais ações, registros ou recursos os alunos
demonstraram saber antes da aula e quanto
aprenderam com ela.
APRENDIZAGEM
Na etapa final, defina como organizar as
aprendizagens de forma a atender aos objetivos
propostos, ajudar os estudantes a investigar
e construir sentido e permitir efetividade nas
avaliações. Isso pode ser feito por meio de
sequências didáticas, jogos, desafios, tarefas e
projetos, utilizando diferentes abordagens
e metodologias de ensino-aprendizagem, por
exemplo.
E você, professor, já aplicou o
planejamento reverso? Como foi
sua experiência?

Módulo 4 | 25
 COMO AJUDAR OS ALUNOS
NO RETORNO ÀS AULAS
PRESENCIAIS?

Agora que já aprofundamos um pouco

mais no planejamento de aula do professor,
com ênfase no ensino híbrido, gostaríamos
de fazer uma reflexão sobre esse retorno
dos alunos às escolas de forma presencial
e gradual e como a escola e os educadores
podem recepcioná-los de forma acolhedora
e empática, caso ainda não tenha acontecido,
quando você, professor, for ler este módulo.
Sabemos que toda essa situação
relacionada à pandemia e ao isolamento
social trouxe impactos para a saúde mental
de todos, em maior ou menor grau, e já vimos
nos módulos 1 e 2 sobre esses impactos mais
específicos tanto em professores quanto
em alunos. Agora gostaríamos de refletir
um pouco melhor sobre o que fazer diante
deste cenário. Como se dá esse impacto em
um período tão crucial do desenvolvimento
humano e como podemos, como
educadores, reduzir os efeitos não saudáveis
e reforçar os aprendizados junto aos alunos?
Como recebê-los e acolhê-los para que se
sintam motivados a aprender cada vez mais e
melhor, com alegria e satisfação?
É claro que o planejamento do professor
e tudo que foi discutido até o momento
são extremamente importantes para que o
aprendizado faça sentido ao aluno, porém
isso por si só não se sustenta, quando
observamos e compreendemos a dimensão
do impacto dessa situação na rotina de cada
uma dessas crianças e famílias. É difícil até
mesmo quantificar o tamanho desse efeito,
uma vez que suas consequências serão
percebidas não apenas agora, mas por vários
anos à frente. E nesse sentido, como proceder
diante dessa nova realidade? Como ensinar
Biologia, História, Geografia, Português ou
Matemática a algumas crianças e jovens que
se encontram nitidamente desmotivados,
apáticos ou com comportamentos nocivos a
si mesmos?
Em um estudo de Fonseca e Marin (2020), no entanto,
há algumas recomendações às famílias ou cuidadores
que podem ser muito úteis aos professores também,
uma vez que possuem um canal direto de diálogo junto
aos alunos. Veja quais são elas:
• Buscar compreender comportamentos
prejudiciais por meio de uma escuta
acolhedora e protetiva;
• Oferecer uma oportunidade para diálogo
pode auxiliá-los a aliviar possíveis
sentimentos de culpa ou tristeza;
• Conversar abertamente com a criança ou
adolescente, respeitando seu tempo e
intimidade;
• Demonstrar uma postura compreensiva e
desprendida de julgamentos;
• Criar um espaço para que expressem suas
emoções;
• Mostrar-se afetuoso e solícito com as
demandas expostas;
• Oferecer a possibilidade de busca por
suporte profissional.
Professor, diante deste cenário, como você planejaria
suas aulas presenciais iniciais? Como planejaria suas
aulas diante da apatia ou tristeza de alguns ou vários
alunos? Ou como faria se tivéssemos que nos distanciar
uns dos outros novamente?
Assim como abordamos ao longo deste módulo, não
há uma receita específica e cada um pode ter diferentes
caminhos para lidar com esses desafios, porém fica aqui
a reflexão para ser discutida, ampliada e incorporada
junto ao seu plano de aula.

Esse é um desafio grande que envolve

toda a sociedade e não apenas o professor,
mas trazendo para o contexto de sala de
aula, que é o foco do nosso trabalho, como o
professor pode ajudar seus alunos nesse
momento tão singular que vivemos?

Módulo 4 | 26
 O PLANEJAMENTO DE AULAS E AS COMPETÊNCIAS
E HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS JUNTO
AOS ALUNOS
Querido professor, ao longo deste módulo,
vimos diversas estratégias de aprendizagem e a
importância do planejamento do professor para
potencializar ainda mais o aprendizado de seus
alunos, especialmente a aprendizagem dentro
de uma abordagem de ensino híbrido. Mas de
que forma esse planejamento e estratégias
podem conduzir crianças e jovens a aprenderem
não apenas o conteúdo de uma disciplina
como também desenvolverem habilidades e
competências para a vida? Já pensou sobre isso?
Para iniciar essa reflexão, faremos uma
comparação com uma aula tradicional expositiva,
por exemplo. O que estamos estimulando
em nossos alunos quando simplesmente
transmitimos informações já conhecidas sobre
determinada área do conhecimento? Algo que
podem acessar facilmente na internet, com uma
riqueza de detalhes, com um simples toque de
um dedo? Se você pensou em algo semelhante à
passividade ou uma postura não ativa, acertou!
É claro que em alguns momentos essa estratégia
é válida também, porém ela deve ser sempre
questionada de acordo com nossos objetivos em
aula e contexto de aprendizagem.
Por outro lado, quando abordamos uma
estratégia de “exposição dialogada”, ou
“tempestade cerebral”, ou “mapa conceitual”,
ou uma abordagem de sala de aula invertida
ou Modelo por Rotação, entre outros, o que
estamos reforçando com nossos alunos? Seu
protagonismo, sua postura ativa diante de
seu próprio aprendizado, sua capacidade de
pensar criticamente sobre aquilo que aprende
e, consequentemente, sua forma de se
posicionar no mundo, não mais passiva. Quando
conseguimos incorporar essas competências
e habilidades em nosso planejamento de aula,
além do conteúdo a ser ministrado, estamos
oferecendo a oportunidade aos nossos alunos
Módulo 4 | 27
de transformar não apenas a própria realidade,
como também construir novos caminhos de
uma nação. Pensando sobre essa perspectiva,
traremos agora a primeira competência do Fórum
Econômico Mundial “Pensamento analítico
e inovador” relacionando-a ao conceito de
corresponsabilidade inevitável da Teoria da
Inteligência Multifocal.
Essa competência está diretamente ligada à
capacidade de trazer soluções inovadoras para
problemas complexos, ampliando o repertório de
possibilidades e estimulando o pensamento.
Um sujeito que desenvolve essa competência
não se conforma com explicações simplistas e
desprovidas de sentido, pelo contrário, é capaz
de analisar os contextos, questionar os padrões
estabelecidos e atuar na busca de novos caminhos
e ideias.
Por isso, a escola não pode ser apenas um
espaço teórico ou diretivo, mas principalmente
vivencial e integrativo. Onde a todo momento
as crianças e os jovens possam aprender e
experimentar o aprendizado, seja por meio da
tecnologia, da arte, do movimento, da pesquisa,
do diálogo. Esse processo é fundamental para
que eles se reconheçam enquanto indivíduos e
sociedade, para que além de acumular conteúdos,
sejam capazes de pensar sobre o que fazer com
eles.
Alinhado a essa proposta de uma educação
integral e significativa, encontramos o conceito
de corresponsabilidade inevitável, proposta pela
Teoria da Inteligência Multifocal, do psiquiatra e
escritor Augusto Cury (2005).
Esse conceito aborda as relações humanas e
a influência que elas exercem no indivíduo e na
sociedade, estabelecendo essas relações como
uma grande teia multifocal, na qual qualquer ação
do sujeito é pensada também na esfera coletiva.
 Para Cury, nenhum indivíduo é uma ilha
física, psíquica ou social, estamos o tempo todo
influenciando e sendo influenciados em alguma
medida. Temos responsabilidade sobre nossas
ações e sobre o impacto que elas têm no outro e
na sociedade.
Esse conceito nos ajuda a refletir sobre a
nossa responsabilidade enquanto educadores.
Como estamos influenciando nossos alunos
e a sociedade em que vivemos? O que vem
influenciando nossos pensamentos e atitudes?
Se pensarmos as dificuldades recentes das
aulas remotas e os desafios e caminhos para o
ensino híbrido, é visível a influência dos indivíduos
no ambiente coletivo. Por exemplo, qual era
a influência na sua aula e na sua vida, quando
os alunos não abriam as câmeras? Como você
Você já é um influenciador, agora pense de que
maneira você vem impactando as pessoas ao
seu redor. Se preciso, reflita sobre isso, analise os
pontos de melhoria e inove, trace outras rotas
e perceba que nunca é tarde para mudar. Para
isso, abuse das ideias e recursos discutidos neste
módulo e continue descobrindo e pesquisando
tantos outros.
Concluímos aqui mais um módulo deste curso e,
com muita alegria, convidamos você a colocar em
prática o que aprendeu. Na sequência, elaboramos
uma atividade conectada aos conceitos e práticas
"
discutidos. Esperamos que você aproveite esse
momento para se conhecer um pouco mais e
perceber o potencial que já existe em você.

enfrentou esse e outros desafios sem desistir da sua

missão de educar? Nunca estamos sozinhos, nossas
ações são permeadas de outras micro ações, nossas
e dos outros. Por isso, a arte de ser professor está
além de dominar o conteúdo, está na maneira que
Renda-se como eu me rendi.
você se envolve, influencia e encanta quem está à Mergulhe no que você não conhece
sua volta. Muitas vezes o que seus alunos precisam como eu mergulhei. Não se preocupe
não é do superprofessor ou superprofessora, mas em entender, viver ultrapassa
do ser humano, que erra, pede desculpas, volta qualquer entendimento.
atrás, se vulnerabiliza e ensina que todos somos
Clarice Lispector

"
semelhantes e ao mesmo tempo diferentes. Essa
relação horizontal é a chave para estabelecer
vínculos duradouros e saudáveis.

Módulo 4 | 28 #paracegover
Professora com livro aberto lê para os seus alunos.
 PARTE C
MÃO NA MASSA
O INFLUENCIADOR QUE EXISTE
EM VOCÊ
• Desafio – construir um plano de
aula utilizando o ensino híbrido e os
conceitos abordados ao longo do
capítulo.
Querido professor, esse é o momento em
que misturamos teoria e prática. Ao longo
do módulo, trouxemos alguns recursos e
ferramentas para auxiliar na preparação das
aulas em um formato híbrido e principalmente
ativo dos alunos. Afinal, sabemos que esse
ainda é um grande desafio para a maioria
de nós. Porém, é importante dizer que esse
universo não se esgota aqui e que é justamente
a sua infinidade de caminhos que instiga a
curiosidade e o engajamento dos alunos.
Nesse momento, propomos que você
crie um plano de aula a partir de uma frase
significativa para você e seus alunos. Essa frase
dará suporte ao conteúdo explorado. Lembre-
-se que essa aula precisa ser pensada para o
ensino híbrido e, por isso, você pode utilizar os
conceitos abordados durante o módulo. Esteja
livre para se inspirar nos recursos e ferramentas
apresentados, mas não perca a oportunidade de
personalizar esse momento.
Módulo 4 | 29
Atente para que esse plano tenha:
• Objetivo (o que pretende com a aula?)
• Conteúdo (frase definida por vocês)
• O que pode ser feito? Como pode ser feito?
• Recursos utilizados (meios e materiais
utilizados)
• Organização (onde será feito e o que será
preciso)
Essa atividade pode ser pensada junto aos
alunos e utilizada para fortalecer o vínculo entre
vocês. Explore as ideias que surgirem e perceba a
diversidade em seus alunos. O que é significante
para eles? Onde estão essas frases que eles
pensaram? Nas músicas, na família, nas mídias
sociais, na relação com os amigos, com a escola,
com a sociedade? Enfim, essa aula pode ser uma
excelente oportunidade para discutir percepções
e compreender a realidade de sua turma, além
de permitir que eles o vejam não somente como
professor ou professora, mas também como ser
humano.
Temos certeza de que será uma experiência
única e adoraríamos se você a compartilhasse
conosco. Por isso, sinta-se à vontade para dividir
sua experiência no fórum. Aguardamos você no
último módulo do curso! Até lá!
 REFERÊNCIAS

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transtornos mentais – DSM-5. Porto Alegre: Artmed.

ANASTASIOU, L.; ALVES, L. Processos de Ensinagem na Universidade: pressupostos para

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 PARABÉNS,
VOCÊ CONCLUIU
O MÓDULO 4!

ESPERAMOS POR VOCÊ

NO PRÓXIMO MÓDULO
DO PROFESSOR EAD 2022.

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