Você está na página 1de 65

ensino híbrido

ALCANCE O SUCESSO NAS AULAS


MINHA TRAJETÓRIA 2
INTRODUÇÃO 4
ENSINO HÍBRIDO 6
COMO É A SALA DE AULA 11
PROFESSOR 14
MODELOS DE APRENDIZAGEM 18
APRENDIZAGEM 27
PIRAMIDE FORMAS DE TRANSMISSAO DO CONHECIMENTO 30
OTIMIZAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR 33
TECNOLOGIAS DIGITAIS 35
USANDO A TECNOLOGIA COMO ALIADA 38
A AVALIAÇÃO E A TECNOLOGIA 41
NA PRÁTICA 44
USO DE METODOLOGIAS NA ERA DIGITAL 46
ESCOLAS INOVADORAS 53
EXEMPLOS DE ESCOLAS 55
BIBLIOGRAFIA 63
Minha trajétoria

raquelvono.web.app/materiais 2
Com formação acadêmica, pela Universidade Federal de Minas Gerais,

em Pedagogia com ênfase em Gestão Pedagógica, Pós-Graduada em

Educação: Novos Paradigmas, pela Faculdade Pitágoras e especialista

em Psicopedagogia.

Atuei como coordenadora pedagógica no Colégio Coopemig e na

Escola Estadual Santos Dumont. Concursada no Colégio Tiradentes

como Professora dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e atualmen-

te sou concursada como Especialista em Educação Básica, Coordena-

dora Pedagógica, na Escola Estadual Menino Jesus de Praga.

Ao longo de todos esses anos adquiri muito conhecimento participan-

do de inúmeras palestras e cursos de formação pessoal e empresarial.

Sou mentora na formação continuada de professores e coordenadores

pedagógicos. Assessoro pais e alunos com quaisquer necessidades

pedagógicas e ou psicopedagógicas e planejo reuniões dinâmicas

para educadores e comunidade escolar.

Minha trajétoria 3
Introdução

@raquelvono.gestaopedagogica
4
Estamos vivenciando um momento de mudanças, onde novas metodologias vêm ganhando mais espaço no am-

biente escolar. Buscando refletir a importância dessas mudanças para a Educação elaborei esse e-book, que

aborda uma metodologia que une a utilização da tecnologia na promoção da construção de uma aprendizagem

significativa para o aluno.

Nas próximas páginas será abordado um pouco do que vem a ser o ensino híbrido, e como ele é um dos cami-

nhos para a instituição de ensino atender as gerações Z e ALPHA, que são a população da nossa escola atual-

mente.

As escolas precisam se reorganizar quanto às metodologias e técnicas de aprendizagem utilizadas, reinventar

e buscar sucesso em novos métodos de ensino, que deverão, em breve, ser implantados em todo o país.

Nossos alunos podem ser os protagonistas da própria história na Educação, basta serem direcionados correta-

mente.

Quando pensamos que o ensino híbrido é a metodologia do momento, vem a mente que países como Estados

Unidos, Coreia do Sul, Japão e Finlândia, estão na frente nesse quesito. Todos eles já adotam há muito tempo

essa metodologia e vão além. A formação docente é algo muito sério e, os professores, são prioridade no

ensino. Por isso temos que nos basear em países como estes e nos guiarmos em formações continuadas para

que possamos repensar o ensino brasileiro.

Sendo assim, o e-book aborda um pouco do conceito e uso do ensino híbrido como ferramenta de ensino pre-

sencial e on-line.

A intenção desse e-book é contribuir com uma boa reflexão para o futuro da Educação

.
Boa leitura!

Introdução 5
O que é
ensino híbrido

raquelvono.web.app/materiais
6
Ensino Híbrido é uma metodologia ativa que alia o ensino presen-

cial, no qual o processo de aprendizagem ocorre em sala de aula

ou espaços físicos semelhantes, com ensino on-line, utilizando de

tecnologias digitais para promover o ensino. Nesse sistema de

ensino, a ideia é que educadores e estudantes possam ensinar e

aprender em tempos e locais diversificados para que a aprendiza-

gem fique mais dinâmica e prazerosa.

O aluno passa a ser o protagonista do processo de aprendizagem

em que o professor atua como mediador, cabendo ao mesmo auxi-

liar no aprender a aprender, algo já utilizado no ensino superior,

com sistema de aula EAD, em que o aluno gere suas aulas e seu

tempo de estudo e o professor apenas media o caminho que está

sendo percorrido.

Podemos considerar que o termo híbrido está enraizado em uma

ideia de que não existe uma forma exclusiva de aprender e que a

aprendizagem é um processo contínuo.

O que é ensino híbrido 7


“O ensino híbrido
mistura metodologias
on-line com off-line”

O que é ensino híbrido 8


O professor deve sempre refletir sua prática utilizando da melhor maneira as
ferramentas tecnológicas para desenvolver o conteúdo intencional, assim, mo-
tivando os alunos a se engajarem nas atividades, sejam elas presenciais ou on-line.
Sempre dando feedback e acolhendo as dúvidas dos alunos.
Tem como proposta metodológica incentivar a interação, a colaboração e a troca de in-
formações entre professor e aluno, o que torna o conhecimento mais participativo e de-
mocrático.

O que é ensino híbrido 9


A educação híbrida está baseada em 3 pilares básicos, com modelos
pedagógicos mais inovadores:

2 3
Equilíbrio entre as aprendizagens
Ênfase em um projeto de Ênfase em valores de com-
pessoal e grupal. Respeito ao ritmo
vida de cada aluno com petências amplas: de co-
e estilo de aprendizagem de cada
orientação de um mentor. nhecimento e socioemo-
aluno combinado com metodolo-
cionais.
gias ativas grupais: desafios, pro-
jetos e jogos significativos sem
disciplinas, com integração de
tempos, espaços, e tecnologias di-
gitais.
O que é ensino híbrido 10
Como é a
sala de aula

11
@raquelvono.gestaopedagogica
É um ambiente flexível que valoriza as discussões e interação dos alunos, mesclan-
do com o ambiente on-line

“No qual o aluno é o responsável pela sua


aprendizagem, estudando o que o professor
orientou anteriormente”

isso estimula a autonomia do aluno e o desejo por conhecimento.


Os dados obtidos em sala como observações, atividades, exercícios e avaliações de
um modo geral, podem servir de apoio para formar pares em que um aluno profi-
ciente pode auxiliar outro com dificuldades de aprendizagem.

Como é a sala de aula 12


“Um projeto de vida deve promover
a convergência entre os interesses e
paixões de cada aluno, seus talentos,
sua história e seu contexto.”

Como é a sala de aula


13
O professor

raquelvono.web.app/materiais 14
No ensino híbrido o professor tem o papel de ser o mentor de todo

o trabalho. Com isso, tem a tarefa de possibilitar para os seus

alunos um ensino de qualidade, facilitando a aprendizagem, condu-

zindo as aulas de maneira dinâmica e prazerosa. Também compete

a ele, aguçar nos alunos o poder de argumentação, de forma intera-

tiva e questionadora, através de uma orientação didática adequa-

da. Não deixando de lado a função de acompanhamento nas ativi-

dades propostas, ser eficiente e eficaz na disciplina que ministra e

mostrar domínio do conteúdo.

É importante repensar a formação do professor que ainda reflete

práticas, as quais são centradas no mesmo, como o detentor do co-

nhecimento, não valorizando a habilidade de utilizar de tecnologia

digital de maneira intencional em sua prática. Assim, a formação

estimula diretamente a continuidade de práticas pedagógicas

ultrapassadas, sendo um reflexo de uma graduação incompatível

com o cenário atual das salas de aula.

O grande desafio pode estar diretamente ligado à dificuldade em

romper com vários séculos de ensino voltados para uma educação

vertical, com o professor no topo da relação.

O professor
15
Ensino
híbrido

O planejamento é fundamental no modelo híbrido de ensino. As tecnologias utilizadas devem ser escolhidas com
objetivos pedagógicos muito bem definidos.

Personalizar não significa necessariamente utilizar a tecnologia. Professores de ensino básico tem feito isso por
décadas com ferramentas bastante simples, como o livro. Quando um aluno não aprende um conteúdo lendo, o
professor indica um problema ou uma leitura extra, e isso é uma forma de personalizar.

A personalização não é um projeto de implantação e desenvolvimento imediato, ela deve ser trabalhada em
todos os momentos e âmbitos, desenvolvendo uma nova cultura, um novo olhar, um novo pensar, o principal: UM
NOVO SER. As mídias digitais são apenas algumas possibilidades de acessar a informação e de se reinventar.

A escola passa a ser local de produção e significação do conhecimento, além de ser espaço privilegiado de rela-
ções humanas. O aluno que frequenta este ambiente, não está lá para buscar informações, como era há 50 anos
atrás, mas sim, porque deseja ser orientado, por um professor sobre como usar e organizar o mar de dados que
recebe diariamente para atingir um objetivo específico.

O professor 16
“Quando é o aluno quem está dirigindo
seu aprendizado, cabe ao professor o
papel de orientador e avaliador cons-
tante. Seja mentor do seu aluno!”

O professor
17
Modelos de
aprendizagem

@raquelvono.gestaopedagogica 18
Os alunos se revezam em atividades realizadas de

Modelo de rotação acordo com um horário preestabelecido ou com

orientação do professor. Essa rotação pode acon-

tecer de quatro maneiras:

Os alunos são organizados em grupos entre 4 e 5 pessoas, que realizam tarefas de acordo com os objeti-
Rotação
vos do professor para cada um deles, geralmente na sala de aula tradicional. Um dos grupos estará envol-
por estações vido com atividades on-line que, de certa forma, independem do acompanhamento direto do professor.

Os estudantes utilizam o espaço da sala de aula e os laboratórios. Com frequência, esse método aumenta
Laboratório
a eficiência operacional e facilita o aprendizado personalizado, porém não substitui as lições tradicionais
rotacional. em sala.

Nesse formato do modelo de rotação, é proposto que o aluno se familiarize com a teoria em casa, por
Sala de
meio de atividades on-line. O espaço da sala de aula é utilizado para discussões, resolução de atividades
aula invertida. e outras propostas. Costuma ser considerado a porta de entrada para o ensino híbrido.

Rotação Cada aluno tem uma lista de propostas que deve contemplar em sua rotina a fim de cumprir os temas a
individual. serem estudados.

Modelo de rotação 19
Modelo flex

Os estudantes também têm uma lista de


temas a percorrer, com ênfase no ensino
on-line. O ritmo de cada um é personaliza-
do e o professor fica disponível para tirar
dúvidas. Considerado rompimento, o
modelo propõe uma organização de escola
ainda incomum no Brasil.

Modelo flex 20
Modelo à la carte

O aluno é responsável pela organização de


seu estudo, de acordo com objetivos
gerais a atingir. Para isso, tem a parceria
do educador. A aprendizagem, que pode
ocorrer no momento e local mais adequa-
dos, é personalizada e pelo menos um
curso é ofertado on-line.

Modelo de cartela
21
Modelo virtual enriquecido
Nessa experiência, realizada por toda a escola, o tempo
também é dividido entre aprendizagem on-line e pre-
sencial, porém ela permite aos estudantes se apresenta-
rem no espaço físico da escola somente uma vez por
semana. Assim como o modelo à la carte, é considerado
separatório ao propor uma organização escolar básica
incomum no Brasil.

Os modelos flex e de rotação valorizam as atividades


colaborativas, que ocorrem tanto nos grupos quanto no
ensino on-line.

Aprender com os pares também não é novidade na edu-


cação. Nos modelos considerados construtivistas, ou
sócioconstrutivistas, entre outras nomenclaturas, verifi-
ca-se a importância de aprender com o outro.

Modelo de cartela
Modelo virtual enriquecido 22
“Ressignificar os espaços,
buscando as inovações com os
alunos.”

modelos de aprendizagem 23
Modelo baseado na resolução de problemas

Os estudantes também têm uma lista de


temas a percorrer, com ênfase no ensino
on-line. O ritmo de cada um é personaliza-
do e o professor fica disponível para tirar
dúvidas. Considerado rompimento, o
modelo propõe uma organização de escola
ainda incomum no Brasil.

Modelo baseado na resolução de problemas 24


Outros modelos

Os alunos se organizam em círculo, na sala de aula.


Círculo Muito usado em debates ou discussões abertas do tema
que estiver sendo abordado.

Neste sistema os alunos sentam em um semicírculo, ou


também conhecido por sala em U. É muito usado para
Semicírculo
apresentações de trabalhos, discussões de temas e ex-
planações.

Outros modelos 25
Outros modelos
Grupos com
poucos
alunos

Formam-se grupos pequenos com no máximo 4 alunos,


levando em conta o conhecimento de cada um dos
integrantes. Aquele aluno que sabe mais do assunto
senta-se em um grupo com alunos que entenderam
menos, assim um ajuda e orienta os outros na compre-
ensão.
É importante que o processo de ensino e aprendiza-
gem ocorra de forma colaborativa, com foco no com-
partilhamento de experiências e na construção do co-
nhecimento por meio das interações com o grupo.

Outros modelos 26
Aprendizagem

raquelvono.web.app/materiais
27
Já parou para pensar de que forma você aprende melhor? São com teorias, vídeos práticos, textos curtos,
com uma palestra, debate ou uma literatura mais extensa?

Aprendemos MAIS E MELHOR quando encontramos SIGNIFICADO para nossa história: faz sentido,
estimula novos desejos e novos caminhos.

A aprendizagem é mais significativa quando motivamos os alunos em seu íntimo, quando eles acham sentido
nas atividades propostas, quando consultamos suas motivações profundas, quando se engajam em projetos
criativos e socialmente relevantes.

Aprendizagem 28
Nas etapas de formação, os alunos precisam do acompanhamento de
profissionais mais experientes para ajudá-los a tornar conscientes
alguns processos, a ESTABELECER CONEXÕES NÃO PER-
CEBIDAS anteriormente, a superar etapas mais rapidamente, a
confrontá-los com novas possibilidades.

Quando analisamos a pirâmide de formas de transmissão do conheci-


mento, que está logo abaixo na página, é observado que palestras são
a forma menos efetiva na retenção do conhecimento.

O uso de ferramentas audiovisuais e demonstrações sobre como usar


o conteúdo transmitido aumentam a absorção do conhecimento para
até 30%, mas ainda é muito pouco.

Discussões em grupo, por sua vez, já aumenta significativamente a


aprendizagem, chegando em média a 50%. Isso acontece porque o
cérebro começa a interagir mais profundamente com aquilo que você
pretende discutir. As colocações dos outros e a necessidade de dizer
a sua opinião leva você a pensar com mais cuidado sobre os vários
detalhes do conteúdo, aprendendo mais e com mais qualidade.

Aprendizagem 29
Piramide formas
de transmissao do
conhecimento

@raquelvono.gestaopedagogica
30
Ao partir para a prática, a retenção média sobe ainda mais: chega a 75%. Colocar em
prática aquilo que foi aprendido faz com que sua mente e seu corpo tenham uma inte-
ração enorme com o conhecimento. O cérebro humano não foi feito para simplesmen-
te mentalizar coisas. Tudo o que aprendemos naturalmente (andar, correr, falar etc.)
são atividades fundamentalmente práticas.

Quando nos desenvolvemos enquanto espécie e passamos a usar mais o intelecto abs-
trato, muitas vezes esquecemos que ele foi feito para praticar. Quando praticamos
aquilo que desejamos aprender, a retenção é muito maior e efetiva.

Desta forma, é observado que a melhor maneira de ensinar, segundo a pirâmide, é en-
sinando AOS OUTROS, com metodologias que tenham interação entre quem ensina e
quem aprende e uma delas é o ENSINO HÍBRIDO.

Pirâmide formas de transmissão do conhecimento 31


“Aprendemos melhor
quando significamos a
aprendizagem.”

@raquelvono.gestaopedagogica 32
Otimização do
espaço escolar

raquelvono.web.app/materiais 33
Pensando que a otimização do espaço é a reorganização com o objetivo de adquirir a maior e melhor eficiência e rendi-
mento possíveis, é observado que hoje os espaços escolares em sua maioria, não estão preparados para receberem os
alunos de forma a transmitir o conhecimento com eficiência.

Inicialmente, um dos principais destaques da proposta de ensino híbrido, e um dos quais mais me chamou a atenção, é
que o aluno deixa de ser mero espectador, para ser detentor, ao contrário do que ocorre ainda na estrutura comum de
aula em que, durante a maior parte do tempo, o professor explica os conteúdos e o estudante os recebe.

Outro benefício dessa proposta é a motivação dos alunos que se sentem parte do processo de construção por poder
fazer escolhas e também de permitir o uso de tecnologias como facilitador.

As escolas precisam repensar esses espaços tão quadrados e fechados, para outros mais abertos, onde lazer e estudo
estejam mais integrados e propícios a práticas de ensino com significado.

“Um bom projeto pedagógico prevê o equilíbrio entre tempos de


aprendizagem pessoal e colaborativa.”

É importante sempre lembrar que cada aluno é único e que cada história é pessoal. Ter o olhar para cada um, torna o
espaço mais agradável, com dinamismo e afetividade.
Quando se pensa em afeto, se pensa em laços e dessa forma o conhecimento ganha ligação afetiva!

“Aprendemos com os demais e aprendemos sozinhos.”

Otimização do espaço escolar 34


Tecnologias
digitais

@raquelvono.gestaopedagogica
35
Com o avanço da tecnologia, o futuro da escola se dará pelo estabelecimento de uma rede
de conexões em que a aprendizagem colaborativa seja o eixo principal, mostrando aos
alunos como aprender responsavelmente. O professor passa a ser um tutor, guiando-os na
busca pelas informações necessárias para o seu desenvolvimento e crescimento, mostrando
como o pensar crítico o levará a novos lugares, alcançando novas habilidades.

Com o advento das ferramentas focadas em interatividade, surgiram as plataformas adapta-


tivas, que são softwares especialmente desenvolvidos para analisar o comportamento de
seus usuários e propor atividades personalizadas, significando um salto importante para a
personalização do ensino. Estas ferramentas costumam ser preparadas e pensadas por pro-
fessores e pesquisadores envolvendo mídias diversificadas: como jogos, vídeos, músicas e
programação, com objetivo de auxiliar no ensino.

É importante notar que nem todos os estudantes da sala de aula têm a mesma necessidade
de aprender ou de reforçar determinado conteúdo, desta forma, o professor não pode pensar
em aplicar a mesma atividade em um mesmo espaço para todos os alunos ao mesmo tempo.

Vale lembrar que os espaços da escola e da sala de aula, apesar de suas paredes de concreto,
não são fixos nem devem ser delimitadores do trabalho do professor.

Lembre-se: apesar das aparências, os espaços da escola são sempre flexíveis e dinâmicos,
variando de acordo com a atividade que o docente propuser. O espaço físico deve estar em
sintonia com as aulas híbridas no contexto da adequação dos conteúdos e na facilidade de
acesso aos materiais.

Tecnologias Digitais 36
“Um curso de capacitação de qualidade
deve FOMENTAR uma aprendizagem
ativa, permitindo que as pessoas adquiram
novas informações e obtenham feedback
sobre seu desempenho.”

Tecnologias Digitais 37
Usando a tecnologia
como aliada

raquelvono.web.app/materiais
38
Quando pensamos na tecnologia, precisamos entender que ela pode ser vista como

algo diferente ou fora do esperado para alguns, porém a maioria dos alunos nasceu

já imersa em tecnologia sendo que, a Geração Z (1995-2010) ou Alpha (a partir de

2010) são a maioria de nossos alunos na atualidade.

A Geração Z é muito familiarizada com a tecnologia, fazendo parte de tudo em suas

vidas. Os primeiros integrantes dessa geração já são adultos, e nunca viram o mundo

sem a presença de computadores, tablets e celulares. Geralmente são pessoas com

ansiedade extrema, responsabilidade social e desapego de fronteiras geográficas.

São inovadores, criativos, conectados e desejam criar de forma colaborativa.

As crianças nascidas a partir de 2010 formam a Geração Alpha. São os filhos da gera-

ção Millennial, pois já pertencem a um mundo tecnológico e conectado desde os

primeiros meses de vida, sendo conhecidos como nativos digitais. Para a Geração

Alpha, não existe mais separação entre o digital e a “vida real”. Isso faz com que

tenham novas formas de se relacionar, de aprender e de experimentar o mundo à sua

volta. Os alphas valorizam muito mais as experiências do que os objetos e bens ma-

teriais. Eles querem inventar, interagir e se conectar sempre. Em geral, são crianças

atentas e observadoras.

Usando a tecnologia como aliada 39


De acordo com tudo que foi visto acima em relação às duas gerações, as crianças e jovens estão cada vez mais conectados às tecnolo-

gias digitais, configurando-se como uma geração que estabelece novas relações com o conhecimento e que, portanto necessitam de

transformações nas escolas e nos formatos de aprendizagem.

As tecnologias digitais modificam o ambiente no qual estão inseridas, transformando e criando novas relações entre os envolvidos no

processo de aprendizagem: professor, estudantes e conteúdos.

Um projeto de personalização que realmente atenda aos estudantes requer que estes, em conjunto com o professor, possam delinear

seu processo de aprendizagem, selecionando os recursos que mais se aproximam da melhor maneira de aprender para a realidade

daquela sala.

A principal diferença entre personalização, diferenciação e individualização é que a PERSONALIZAÇÃO, está centrada no aprendiz,

enquanto as demais estão centradas no professor.

“A tecnologia pode facilitar a comunicação, o


compartilhamento e o desenvolvimento do
conhecimento a partir de múltiplos olhares.”

Usando a tecnologia como aliada 40


Avaliação e a
tecnología

@raquelvono.gestaopedagogica 41
No modelo de ensino híbrido, a tecnologia viabiliza novos e distintos métodos de avaliação, como recursos diversos, sistemas de coo-

peração ou de registro individual de resultados, formas variadas de entrega e apresentação

Avaliação: Excludente x Processual

A avaliação A avaliação
excludente, processual

Avalia apenas por meio de notas, o formativa ou contínua, indica a prática de


aluno sabe ou não sabe, sem levar examinar a aprendizagem ao longo das ativida-

em consideração outros processos des realizadas em sala de aula: produções,

da aprendizagem do indivíduo. comentários, apresentações, criações e traba-


lhos em grupos.

A medida que o processo escolar foi sendo sistematizado e ampliado, os sistemas de avaliação foram sendo conso-
lidados como um recurso exclusivamente seletivo, separando aqueles que estão habilitados a avançar dentro dos
grupos seriados da educação básica tradicional e os que não estão.

Educar à distância virou a nossa realidade dentro e pós pandemia (COVID-19), não sendo mais apenas uma realida-
de de universidades, que já disponibilizam inúmeros cursos on-line de forma gratuita e com certificação, nos levan-
do a pensar e ressignificar o ensino.

Avaliação e tecnología 42
Para o ensino híbrido, a transformação no papel da avaliação deve ocorrer aliada a uma mudança no
foco, o qual deve recair sobre o aluno.

É preciso refletir sobre a objetividade das avaliações e, verificar se ela afeta um contexto maior de habili-
dades e capacidades subjetivas igualmente relevantes. Isto pode ser crucial para definir a maneira ideal
de inserir recursos tecnológicos na avaliação.

Quando a análise do papel da tecnologia na avaliação é feita na perspectiva de um modelo de ensino


híbrido, é rápido perceber os benefícios e vantagens que serão alcançados.

A ação crítica do professor, neste caso, será a maneira essencial de manter a avaliação como um recurso
atraente e importante do planejamento e da rotina escolar, mesmo nas disciplinas humanas.

“A tecnologia viabiliza novos e distintos métodos


de avaliação”

Avaliação e tecnología 43
Na prática

raquelvono.web.app/materiais
44
A avaliação está presente na nossa vida em diversos ambientes: na família, no trabalho, no convívio social,
em grupos religiosos, associações de bairro, movimentos sociais e, claro, na escola.

Existem vários mecanismos para avaliar os alunos no formato processual.

Avaliação gamificada, é um dos exemplos, em que você trabalha jogos diversificados com os alunos como
função de conhecimento e avaliação.

Ainda é importante avaliar todos os caminhos que o aluno percorreu em seus processos até chegar em
produções, comentários, apresentações, criações e trabalhos em grupos, pois todos eles já são parte da
avaliação, e claro, avaliar cada um dos eixos finais alcançados.

Na prática
45
Uso de metodologias
na era digital

@raquelvono.gestaopedagogica
46
O espaço escolar está preparado para a
ERA DIGITAL?

Sim, está. Mesmo aqueles mais carentes, podem se reinventar


com metodologias digitais. Para as escolas passarem do
mundo industrial moderno, para o pós-industrial ou pós–mo-
derno houveram várias mudanças na posição dos professores e
dos alunos.

Agora não é diferente. Gestores, professores e funcionários


devem buscar se reciclar e criar situações para ajustar as de-
mandas da escola, com os novos formatos educacionais.

Uso de metodologias na era digital 47


“ É necessário rever modelos de organização
e de aprendizagem, além do próprio espaço
da escola! ”

Uso de metodologias na era digital 48


Computação
em nuvem

Grades e c
Ambientes
ursos abertos
colaborativos
on-line.

Ambientes
Recursos tecnológicos Aprendizagem
pessoais de
aprendizado
a serem integrados à baseada em
jogos
educação híbrida:

Dispositivos
Laboratórios
móveis
móveis

Inteligência Conteúdo
coletiva livre

Uso de metodologias na era digital 49


É preciso olhar antes para o Projeto Político Pedagógico da escola, sua
equipe, as possibilidades de treinamento, a infraestrutura de rede da
instituição, os equipamentos, ferramentas que podem ser adquiridas,
etc., e posteriormente começar a identificar as possibilidades de mu-
dança de acordo com a realidade da escola e da comunidade.

“Uma escola tradicionalista e enraizada


pode encontrar dificuldade para COLOCAR
EM PRÁTICA A mudança, sendo interessante
repensar os paradigmas.”

Uso de metodologias na era digital


50
O professor além de mero orador, passa a assumir uma postura de facilitador do processo de ensino e
aprendizagem do aluno, uma alteração que promove o desenvolvimento da autonomia do estudante e lhe
dá a responsabilidade pelo conhecimento que deve adquirir.

Para atingir o nível de ensino esperado, a cultura escolar precisa ser ressignificada e comprometida com
a realidade da instituição, pensando em suas especificidades, seus objetivos, seu formato e sua coerência
com o contexto sócio cultural.

Mapear as competências das pessoas da escola é um dos passos mais importantes. Nesse processo, será
possível identificar o grau de fluência tecnológica dos professores e com isso, dimensionar as necessida-
des de suporte para a implementação de um modelo que exigirá uso de tecnologia.

Assim, se a escola adquirir uma mudança de atitude, mas não oferecer ao professor as condições e o su-
porte para efetuá-la, certamente novos conflitos serão gerados e os processos estagnados.

“A mudança precisa vir com base sólida do


professorado e mais, com formação continuada
dos mesmos!”
Uso de metodologias na era digital 51
Escolas
Inovadoras

raquelvono.web.app/materiais 52
Inovar é restaurar, ou seja, enxergar além da capacidade
de memorização ou do nível de raciocínio lógico do aluno.
Escolas com metodologias inovadoras estão atentas a
outras inteligências, incluindo aspectos sociais, compor-
tamentais, esportivos, emocionais, artísticos e tudo mais
que abrange o ambiente no qual o aluno está inserido.

Uma gestão capaz de identificar, avaliar, validar, organizar


e disseminar ações pertinentes e motivadoras no proces-
so de inovação e mudança no ensino e na escola sairão na
frente para mudar os processos arcaicos solidificados nos
ambientes escolares.

Quando o professor repensa seu papel na sala de aula,


passando de ORADOR a MEDIADOR e de GENERALISTA
a ESPECIALISTA, passa a ter um DOMÍNIO maior sobre o
TEMPO, ESPAÇO E ALUNOS.

Escolas Inovadoras 53
Exemplos de
Escolas

@raquelvono.gestaopedagogica 54
NAVE - Núcleo Avançado
em Educação (Pernambuco)

é uma escola pública com foco principal na educação


profissional e no desenvolvimento da criatividade dos
alunos. Transformou o ensino médio tradicional em
ensino profissionalizante na área de mídias digitais, ofere-
cendo formação em Multimídia, Programação de Jogos
Digitais e Roteiro para Mídias Digitais aos alunos. Os estu-
dantes saem com uma formação técnica alinhada às de-
mandas e necessidades da Era Digital na qual a socieda-
de está inserida. E por último, os alunos têm aula no perí-
odo integral, têm oportunidade de atuar como pesquisa-
dores dentro da NAVE, o que estimula a criatividade e a
capacidade de solução de problemas dos estudantes.

Escolas Inovadoras 55
Escola Pluricultural Odé
Kayodê, de Goiás (GO)

está localizada em um espaço com muito verde, escultu-


ras, referências religiosas afro-brasileiras e símbolos indí-
genas, a escola é um espaço de valorização das culturas.
Ela aposta na formação multicultural dos alunos para que
eles reconheçam suas heranças ancestrais e culturais e
sejam agentes de transformação no seu território. O
aluno é agente do conhecimento e da transformação em
todos os processos educativos.

Escolas Inovadoras 55
Projeto Âncora, de Cotia (SP)

é referência nacional em práticas educacionais inovado-


ras, o Projeto ncora foca na autonomia dos estudantes,
no desenvolvimento de cidadãos comprometidos com a
vida social e críticos. Em um espaço amplo, os estudantes
podem escolher os temas que desejam estudar e são
orientados por tutores (os professores).

Escolas Inovadoras
56
“Existem ferramentas de amplo
acesso, gratuitas ou de baixo custo,
para praticamente qualquer propósi-
to que se tenha. Para uma avaliação
de qualidade todas as ferramentas
podem ser úteis, basta repensar a
forma de avaliar.”

@raquelvono.gestaopedagogica 57
Summit, Estados Unidos

é uma escola que começou a testar um modelo de ensino híbrido para


a disciplina apenas de matemática. Abandonou as formações tradi-
cionais de sala de aula e organização por séries e passou a adotar
salões e salas para trabalhos em grupo, além de várias ferramentas
tecnológicas que permitiram que os educadores e os próprios alunos
tivessem acesso a dados que mostravam onde cada um estava e o
que faltava para alcançarem metas individuais.
Tudo deu tão certo, que no ano seguinte, foi expandido para todas as
disciplinas. Os alunos se sentam em grandes salões, cada um com seu
notebook, e trabalham em planos individuais de aprendizagem.
Nesses, são definidas metas do que irão aprender e desenvolvem
roteiros para alcançar tais objetivos. Por meio do aprendizado basea-
do em projetos, têm a oportunidade de ver na prática tudo que tive-
ram acesso anteriormente na teoria e, com isso, consolidam um
Escolas Inovadoras
aprendizado mais profundo e significativo.
58
“Quando a inovação passa a ser um projeto
GLOBAL, escola, direção, coordenação,
professorado, alunoS e funcionários, tudo
se integra e os agentes passam a exercer
as funções em parceria.”

raquelvono.web.app/materiais 59
Após todas as etapas, os alunos se dedicam a um momento de leitura, também mediado
pela tecnologia. Com o auxílio de um leitor de livros digitais, os professores conseguem
inserir vídeos, testes e perguntas nos textos com os quais os alunos estão trabalhando.

Esses são alguns exemplos de escolas que fizeram a transformação no espaço físico e nos
processos educativos.

“Quando a gestão escolar e a equipe


traçam planos, conseguem identificar
as ações que possibilitarão as modifi-
cações no ensino e na escola”

@raquelvono.gestaopedagogica 60
Bibliografia

@raquelvono.gestaopedagogica
61
Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação / Organizações,
Lilian Bacich, Adolfo Tanzi Neto, Fernando de Mello Trevisani. - Porto
Alegre: Penso. 2015.

Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-


prática / Organizadores, Lilian Bacich, José Moran. Porto Alegre: Penso.
2018.

Gerações: encontros, desencontros e novas perspectivas / Sidney Oliveira.


São Paulo. Integrare Editora. 2016.

Bibliografia 62
Raquel Vono Gestão Pedagógica
Todos os direitos são de uso exclusivo de Raquel Vono

Você também pode gostar