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Legislação Extravagante - Lei 13869/2019

Introdução

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Legislação Extravagante
Lei 13869/2019 - Introdução

Apresentação
Olá alunos,

Sou o Professor Francisco Ubirajara Camargo Fadel das áreas de Direito Penal,
Direito Processual Penal e Legislação Penal Especial. Tenho graduação em Direito pela UFPR,
com especialização em Ciências Criminais e pós-graduação em Direito Processual pelo IBEJ.
Leciono na graduação do curso de Direito, desde 2003, onde também atuei como coordenador
e coordenador adjunto durante quase quatro anos. Ministro aulas para cursos preparatórios
para concursos públicos, presenciais e online, desde 2011. Atuo também como advogado na
área criminal, inclusive Tribunal do Júri.

Sumário

Introdução.................................................................................................................................................... 3

Da competência............................................................................................................................................ 4

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Legislação Extravagante
Lei 13869/2019 - Introdução

Introdução

A nova Lei de abuso de autoridade (13.869/2019), passou a regular inteiramente o tema, abrro-
gando a Lei n. 4.898/1965, editada durante o período de ditadura militar.
Além disso, o novo diploma legal teve reflexos em importantes leis, tais como:
• Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989 (Prisão temporária);
• a Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996 (Interceptações das comunicações telefônicas);
• Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do adolescente);
• e Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994 (Estatuto da OAB).
Tem-se defendido que suas principais funções são a prevenção e repressão de comportamentos
abusivos de poder, protegendo direitos e garantias fundamentais dos cidadãos contra quaisquer
abusos e/ou arbitrariedades praticadas por agentes públicos, impondo-lhe maior rigor na observância
do princípio da legalidade pelo agente público, sob pena de receber sansão em todas as esferas
de atuação conhecida.
A atual lei de abuso de autoridade (Lei n. 13.869/2019), além de criar inúmeros tipos penais até
então inéditos, reformulou outros (atualizando-os), aumentou penas, criando, também, sanções
administrativas e civis.
O bem jurídico tutelado é o regular funcionamento da administração pública, bem como os direitos
fundamentais do cidadão, tal como a liberdade, a honra, a privacidade, dentre outros.
Cumpre destacar que a proteção do cidadão frente ao abuso de poder encontra expresso amparo
constitucional, nos termos do art. 5º, XXXIV, “a”:
“são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a. o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (...)
Por outro lado, ao particular é dado o direito de, conforme a expressão da autonomia privada,
fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, sendo certo que ao agente público, por força do Princípio
da Legalidade, somente poderá fazer ou deixar de fazer aquilo que se encontrar disposto em lei.
Os delitos previstos na Lei de Abuso de Autoridade são próprios, ou seja, só podem ser praticados
por uma determinada classe, vale dizer, categoria de cidadãos, no caso, agentes públicos, o que não
impede, todavia, a ocorrência de concurso com particular, desde que este último saiba da condição
de seu parceiro na atividade criminosa, conforme se depreende da leitura do art. 30 do Código Penal.
Ainda, no contexto de generalidades da lei, relativamente aos sujeitos do crime temos:
• dupla subjetividade passiva: pois o Estado figura como sujeito passivo formal ou permanente e, por outro
lado, a pessoa física ou jurídica eventualmente vitimizada, é compreendida como sujeito passivo imediato,
também chamado de direto ou eventual.
• quanto ao sujeito ativo (agente público): tratando-se de agente público municipal ou estadual, a ação
penal tramitará perante a Justiça Estadual, sendo o autor da infração agente público federal, o feito criminal
deverá ser proposto naquela justiça.

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Lei 13869/2019 - Introdução

Todas as ações penais relativas aos crimes previstos na Lei de Abuso de Autoridade deverão ser
promovidas pelo Ministério Público, haja vista serem infrações apuráveis mediante a propositura
de ação penal pública incondicionada (art. 129, I, CF/1988).
Não há infração penal culposa na lei de abuso de autoridade. Eventual imprudência, imperícia
ou negligência devem ser apuradas na esfera civil e ou administrativa.

Da competência

Se a autoridade que praticou o delito no exercício das suas funções goza de foro por prerrogativa
de função, deverá ser julgada pelo respectivo Tribunal. Para o STF o foro por prerrogativa de função
aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções de-
sempenhadas (decisão proferida no Plenário, na AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado
em 03/05/2018 – Info 900).

Mas atenção
Os Desembargadores dos Tribunais de Justiça continuam sendo julgados pelo STJ,
mesmo que o crime não esteja relacionado com as suas funções.

Assim, o STJ continua sendo competente para julgar quaisquer crimes imputados a Desembar-
gadores, não apenas os que tenham relação com o exercício do cargo (STJ. APn 878/DF QO, Rel.
Min. Benedito Gonçalves, j. 21/11/2018).
Tratando de fato cuja competência é conferida a primeira instância, necessário verificar se o
crime será julgado pela Justiça Federal ou Estadual. Utiliza-se como critério, basicamente, a esfera
de atuação à qual estiver vinculado o agente público considerado autor da infração.
Cumpre observar o teor da Súmula 147-STJ, segundo a qual, “Compete à justiça federal processar
e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício
da função.”.
Logo, se o delito for praticado por agente público que atue no âmbito estadual ou municipal e tal
ocorra no exercício dessa função, o crime deverá ser apurado, em regra, perante a Justiça Estadual,
que é residual.
Por fim, se o crime de abuso de autoridade for praticado por militar, nos termos da Lei 13.491/2017,
que modificou o Código de Processo Penal, a competência será da Justiça Militar, tanto estadual
quanto da União.
Por fim, nos termos do art. 46 do Código de Processo Penal, como regra a denúncia deverá ser
oferecida pelo agente ministerial no prazo de 5 (cinco) dias, estando o agente público preso, ou em
até 15 (quinze) dias, quando solto estiver.

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