MÓDULO 2

Você já definiu o tema da roda e organizou o enunciado da proposta de pesquisa

que prepara os alunos para a atividade. Agora, vamos ao segundo passo: refletir
sobre os objetivos específicos e os objetivos gerais de aprendizagem da roda.
Em outras palavras, isso diz respeito às habilidades cuja construção é alimentada
pela roda, e às competências que se constroem ao longo de várias atividades.
Ferramentas de Aprendizagem e
Acolhimento III – Cooperação entre
pares

Cooperar, ou seja, saber como pedir ajuda e como oferecê-la, e atuar em

parceria com colegas, coordenando pontos de vista e dividindo a
responsabilidade pelas tarefas, são ações fundamentais para construir
uma cultura de acolhimento e de aprendizagem compartilhada nas
escolas, assim como para criar as bases para relações de bem estar entre
colegas. Estas ações são a base da ferramenta de “aprendizagem
colaborativa” ou “aprendizagem entre pares”, segundo Diáz-Aguado ( 2015,
apud Magioni, 2018).

As ações envolvidas na prática da aprendizagem colaborativa têm um

desdobramento importante tanto no aumento do repertório social dos
alunos – já que a relação entre pares é fundamental para o
desenvolvimento da autonomia, segundo a teoria piagetiana – e contribui
para a ampliação das suas oportunidades de aprendizagem.
Ferramentas de Aprendizagem e
Acolhimento IV – Projetos de
empreendedorismo
O conceito empreender, segundo o SEBRAE (2016), se sustenta a partir de ideias e
práticas que se manifestam por meio de comportamentos proativos no sentido da
realização de “algo novo”. O empreendedor é aquele que vê o que ninguém vê,
que realiza antes, que coloca o sonho e o desejo em ação. O empreendedorismo
social alia o conceito de empreender à prática social.

Segundo Marques (2004), as ações de empreendedorismo social devem ter

as seguintes características fundamentais:

 ser inovadoras;
 ser realizáveis;
 ser autossustentáveis;
 envolver várias pessoas e segmentos da sociedade, principalmente a
população atendida, e
 provocar impacto social e permitir que seus resultados possam ser
avaliados.

No contexto da educação, os projetos de empreendedorismo se

manifestam a partir da problematização, com as crianças, dos problemas e
necessidades da escola e/ou do bairro. A ideia destes projetos, além de
intervir e transformar a realidade vivida pelos alunos da escola, é
desenvolver habilidades fundamentais para o século 21, como
autoconhecimento, capacidade de tomar decisões, de se relacionar com
outros, de resolver problemas, de pensar criticamente, dentre outras.

Um exemplo bonito de empreendedorismo como prática de acolhimento e

bem-estar na educação, vem da EMEFI Dulce de Faria Migliorini, em
Itirapina, uma cidade no interior do estado de São Paulo. Lá, desde 2016,
são desenvolvidos projetos de empreendedorismo social com base em
temas e problemáticas selecionadas pelas diferentes turmas seriadas da
escola. Por exemplo, propostas de melhorias do ambiente escolar com a
inclusão de um lugar para convivência entre as crianças, criação de sombra
para o parquinho, destino do lixo coletado na escola, propostas para
melhor alimentação para as crianças, dentre outras.

Os professores da escola Dulce consideram que, a partir dos projetos de

empreendedorismo, as crianças desenvolvem competências e capacidades
importantes, como:

 Capacidade de tomar decisões;

 Capacidade de se relacionar;
 Capacidade de propor soluções para problemas;
 Desenvolvimento do pensamento crítico;
 Capacidade de trabalhar em equipe, e
 Capacidade de pensar a escola e o bairro de maneira sistêmica.

Além disso, a comunidade escolar destaca contribuições importantes dos

projetos de empreendedorismo para o bem estar de todos, na escola:

 Transformação dos espaços da escola;

 Transformação de alguns processos da escola, como uso da
biblioteca, coleta de lixo, etc;
 Transformação dos espaços do bairro;
 Envolvimento da comunidade escolar nas ações dos projetos, e
 Envolvimento da comunidade do bairro nas ações dos projetos.