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COMPLEXO ESCOLAR Nº 9022 “Dom Moisés Alves de Pinho”

Material de Apoio - Biologia/ 8ªclasse


Ano lectivo: 2021/2022

Nome: __________________________________________________________ Nº________

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Tema 1- Os alimentos e a manutenção da vida

1.1 Necessidades alimentares do organismo


Diariamente, o nosso organismo elimina grandes quantidades de água através da respiração, da
excreção urinária, das fezes e da transpiração. Esta perda tem de ser compensada.
Para que se tenha uma ideia mais precisa da constante necessidade de nutrientes, basta atentar nos
seguintes factores: as células intestinais vivem entre 3-5 dias; as células do fígado vivem 8-10
dias; as células da pele renovam-se num período de 20-30 dias; os glóbulos vermelhos vivem
cerca de 120 dias.
É através da ingestão de alimentos que se asseguram a manutenção do organismo e a
recuperação constante das células, porque os alimentos contêm nutrientes, ou seja, substâncias
básicas para o crescimento e a manutenção do corpo, bem como a reparação das estruturas que o
constituem.
A alimentação é fundamental para qualquer ser vivo, visto que dela depende a sua sobrevivência.
É preciso saber escolher a qualidade e a quantidade dos alimentos a consumir para evitar erros
alimentares. As necessidades alimentares de cada ser humano não são iguais, dependem de
factores como: idade, peso, altura, sexo, gravidez, actividade física, estado de saúde e o clima.

1.1.1. Principais componentes do corpo humano:


Água: 50 a 70%; Lípidos:15 a 25%; Prótidos:10 a 15 %; Sais minerais: 4%; Glicose: 0,3%;
Outros: 3,7%.

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1.1.2 Composição dos alimentos: Noção de alimento e nutriente


- Alimentos são todas as substâncias utilizadas pelos animais como fonte de energia para a
realização das funções vitais. Já os - nutrientes são todas as substâncias que constituem os
alimentos e são utilizadas pelas células nos seus processos metabólicos.
Quanto a diversidade de nutrientes que constituem os alimentos, eles podem ser simples (com
poucos nutrientes) ou compostos (com muitos nutrientes). Ex: o leite é um alimento composto.
Porque é constituído por vários nutrientes tais como: a água, sais minerais, glícidos, prótidos,
lípidos e as vitaminas.
Os alimentos de origem animal ou vegetal são constituídos por nutrientes. Os nutrientes dividem-
se em dois grandes grupos que são orgânicos e inorgânicos.
►Os nutrientes orgânicos classificam-se em: proteínas, glícidos, lípidos e vitaminas.
►Os nutrientes inorgânicos classificam-se em: água e sais minerais como: o cálcio, fósforo,
ferro, sódio, potássio, iodo, fluor, etc.

1.2 Classificação dos principais nutrientes e suas funções


Os nutrientes orgânicos e inorgânicos desempenham diferentes funções essências ao nosso
organismo, tais como, funções energéticos, plásticos e reguladores:
►Funções energéticas = fornecem energia ao organismo. Ex: lípidos e glícidos.
►Funções plásticas ou construtoras = permitem o crescimento, manutenção e reposição dos
materiais do nosso corpo. Ex: prótidos, água e sais minerais
►Funções reguladoras ou protectoras = são responsáveis pela manutenção do equilíbrio do
nosso organismo. Ex: vitaminas, água e sais minerais.

Os principais nutrientes classificam-se em:


1.2.1 Prótidos
Os prótidos têm a função plástica ou construtora porque são utilizados como materiais de
construção de estruturas do nosso organismo. Em função da sua composição os prótidos podem
ser classificados em três grupos tais como: aminoácidos, péptidos e proteínas.
- Aminoácidos
Os aminoácidos (a.a) São os prótidos mais simples e os constituintes básicos de todos as
proteínas. Na natureza, até á data, foram identificados 22 tipos de aminoácidos. no entanto,
apenas 20 aminoácidos diferentes existem nos seres vivos.
Dos 20 aminoácidos, 8 são designados por aminoácidos essenciais, uma vez que não podem ser
produzidos pelo organismo e têm de ser obtidos através da alimentação. E os aminoácidos não
essenciais são aqueles que o corpo pode sintetizar.
Os aminoácidos estão contidos nas carnes e derivados de leite. São os aminoácidos que formam
as proteínas. Quando as proteínas são fragmentadas obtemos os péptidos. Os péptidos são
constituídos por 2 a 100 aminoácidos iguais ou diferentes. Ex:

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Os principais aminoácidos são:


1= ´Ácido aspártico; 2= Ácido glutâmico; 3= Alanina; 4= Arginina; 5= Asparagina; 6= Cisteína;
7= Fenilalanina*; 8= Glicina; 9= Glutamina; 10= Histidina; 11= Isoleucina *; 12= Leucina *; 13=
Metionina *;14= Prolina; 15= Serina; 16= Tirosina; 17= Treonina *; 18= Triptofano *; 19= Valina
*; 20= Lisina *; 21= Ornitina.
Os aminoácidos essenciais para os adultos encontram-se assinalados com astéricos (*) e para as
crianças são a arginina e a histidina:

- Péptidos = resultam da ligação de 2, 3 ou vários aminoácidos – até 100 aminoácidos.

- Proteínas ou prótidos são constituídos por um elevado número de aminoácidos mais de 100
aminoácidos. As proteínas constituem a base estrutural do nosso corpo e são indispensáveis para
a formação e crescimento dos músculos, pele, unhas, ossos, etc. As proteínas fornecem energia
ao organismo e a células.
Fonte: carnes, peixes, ovos, leites e legumes.

►As proteínas podem ser completas e incompletas.


- As Proteínas completas contêm todos os aminoácidos essenciais. Encontram-se nos alimentos
de origem animal.
- As proteínas incompletas têm a falta de certos aminoácidos essenciais, pelo que convém
combinar os alimentos. Encontram-se nos alimentos de origem vegetal.

NOTA: A falta de proteínas na alimentação pode provocar problemas como: atraso no


crescimento e desenvolvimento intelectual; diminuição da capacidade de defesa do organismo
contra as infeções, mau funcionamento generalizado do organismo.
- Uma dieta excessivamente rica em proteínas pode provocar problemas como: aumento de
peso; gota (doença provocada pela acumulação dos produtos da degradação das proteínas nas
articulações); Obesidade; Problema nos rins e articulações.

1.2.3 Glícidos

Os glícidos (também chamado de glúcidos, carboidratos ou ainda hidratos de carbono) são


substâncias orgânicas que agrupam os açucares. Tem a função de produzir, armazenar e fornecer
energia as células. Fonte: arroz, trigo, milho, batata, mandioca, etc.

►Em função da sua composição, os glícidos classificam-se em três grupos: monossacáridos,


oligossacáridos e polissacáridos:

1- Monossacáridos são os glícidos mais simples utilizadas directamente pelas células. Ex:
- Glicose (presente nos frutos);
- Frutose e levulose (presente nos frutos e mel);
- Galactose (presente no leite).

2- Oligossacáridos são os glícidos que se formam a partir da ligação de dois monossacáridos (que
tem o nome de dissacáridos). Ex:
- Sacarose (açúcar comum);
- Maltose (açúcar do pão);
- Lactose (açúcar do leite).

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3- Polissacáridos são os glícidos complexos constituídos por um grande número de


monossacáridos ligados entre si. Ex:
- Glicogénio (reserva de energia origem animal);
- Amido (reserva de energia de origem vegetal);
- Celulose (constitui as reservas das fibras e legumes).

1.2.4 Lípidos

Os lípidos são as substâncias orgânicas que agrupam as gorduras. Tem a função essencialmente
energética, ou seja, fornecem energia que mantém o calor do nosso corpo e ajuda a dissolver
algumas vitaminas.

Os lípidos podem ser de origem animal ou vegetal. A percentagem de lípidos no organismo


animal varia de espécie para espécie ou de individuo para indivíduo. Os lípidos são constituídos
por moléculas de ácidos gordos ligados a uma molécula de álcool (glicerol). Os ácidos gordos
podem ser saturados e insaturados:

►Ácidos gordos saturados = existem principalmente em alimentos de origem animal tais como:
ovos, manteiga e carnes vermelhas. O seu consumo excessivo está associado ao mau colesterol
(LDL) = responsável pelo aparecimento de uma doença do sistema circulatório «aterosclerose –
deposição e acumulação de gordura nas artérias provocando uma difícil circulação sanguínea».

►Ácidos gordos insaturados = existem nas gorduras de origem vegetal. O tipo de colesterol é
(HIL) que tem um efeito positivo na prevenção de aterosclerose. É recomendável que, no total
dos lípidos que ingerimos, consumamos 1/3 de lípidos de origem animal e 2/3 lípidos de origem
vegetal.

1.2.5 Vitaminas

As vitaminas são substâncias orgânicas de diferentes estruturas químicas. Tem a função


reguladora porque intervém em muitas reacções no nosso corpo para a manutenção de todos os
processos vitais.

As vitaminas podem ser de origem animal ou vegetal. Não podem ser produzidas pelo organismo
com a excepção da vitamina (D). Obtêm-se vitaminas através da ingestão dos alimentos. Ao
contrário de outros nutrientes, as vitaminas actuam em doses muito pequenas.
- A carência total de uma vitamina é denominada avitaminose e a sua insuficiência ou carência
parcial denomina-se hipovitaminose.

As vitaminas classificam-se de acordo com a sua solubilidade que podem ser: lipossolúveis ou
hidrossolúveis.
►Vitaminas lipossolúveis são solúveis em lípidos. Ex: vitaminas A, D, E e K.
►Vitaminas hidrossolúveis são solúveis em água. Ex: Vitaminas C, B e PP

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O quadro seguinte representa algumas vitaminas, a sua fonte e os efeitos provocados pela respectiva carência:

Vitaminas Fontes Efeitos de carência


A Fígado, leite, manteiga, peixe, Perturbações no crescimento, falta de visão nocturna e falta
legumes verdes, cenouras e de resistência ás infecções.
pêssegos.
D Peixe, manteiga e ovos. Raquitismo nas crianças e descalcificação dos ossos.
E Óleo de girassol, manteiga, Esterilidade, doenças cardíacas e problemas musculares e
espinafres. nervosos.
K Pão, levedura de cerveja, fígado, Problemas de coagulação do sangue, podendo levar a
legumes, leite. hemorragias.
B1 Fígado, leite, legumes, ovos e Beribéri, paralisia acompanhada de edemas.
espinafres.
F Fígado, leveduras de cerveja, Lesões nos lábios, gengivas, língua e pele.
carne e queijo.
B6 Levedura de cerveja, óleo de Problemas gastrointestinais e fraqueza.
girassol, batatas, bananas e
legumes.
B12 Fígado, rins e peixe. Deficiência na formação dos glóbulos vermelhos.
C Laranja, limão, nabos, couves e Escorbuto, anemia e falta de resistência.
batatas.
PP ou B3 Fígado, carne, peixe e arroz. Pelagra, perturbações mentais e irritações cutânea.

1.3 Classificação dos nutrientes inorgânicos:

1.3.1 Água
A água (H2O) é um líquido incolor e inodoro e insípido, composto de hidrogénio e oxigénio (O2).
A água pode ser potável (própria para se beber) ou salobra (imprópria para se beber). É o
nutriente mais abundante no nosso organismo e constitui cerca de 60 – 70% do peso corporal.
Todas as células, tecidos e órgãos são constituídos por água. A quantidade de água no organismo
e nos alimentos variam de órgão para órgão e de alimentos para a limentos.

Ex: cérebro 79%; coração 75%; fígado 70%; sangue 81%; pulmões 86%; rins 83%; músculos
75%; ossos 30%; bolachas 4%; arroz 12%; margarina 16%; banana 72%; leite 87%; tomate
94%; alface 95%, etc.

A água desempenha uma função plástica e reguladora. É fundamental para a regulação das
funções do organismo, participando em muitas reacções vitais, entre as quais as que ocorrem: na
absorção dos alimentos; na eliminação de substâncias residuais; na regulação da temperatura
corporal e da pressão sanguínea; no transporte de outras substâncias no interior do organismo.

A água é importante para a vida porque é o componente fundamental de todos os lípidos


orgânicos e solvente de muitas substâncias.
O organismo perde mais de 2 litros de água por dia, através do suor, da urina, das fezes e do ar
expirado. Por isso, é necessário ingerir cerca de 2 litros de água diariamente para compensar essas
perdas. NOTA: podes sobreviver 5 semanas sem comer, mas se não beberes água há uma
semana não consegues sobreviveres.

3.2 Sais minerais

Os nutrientes minerais constituem cerca de 4 a 6% do peso corporal. São essenciais para a


saúde dos dentes, dos ossos, músculos e equilíbrio hídrico do corpo e um conjunto de outras
funções para o bom funcionamento do organismo. Os sais minerais devem ser obtidos

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directamente dos alimentos porque o nosso corpo não os produz. São nutrientes com as funções
plásticas e reguladoras:
- Como função plástica contribuem para o crescimento e a manutenção do organismo. Exemplo,
o cálcio é essencial ao crescimento dos ossos.
- Como função reguladora intervém em reacções químicas importantes no organismo. Exemplo,
o potássio e o sódio regulam a entrada e saída de água no organismo.

O quadro seguinte mostra alguns nutrientes, a sua origem e as respectivas funções:


Tipos de minerais

Minerais Origem Funções


Ferro Vegetais de folhas verdes, É importante para a formação de hemoglobina dos glóbulos
gema de ovo e fígado. vermelhos.
Cálcio Leite e seus derivados Intervém na formação e manutenção dos dentes e do esqueleto.
É importante na coagulação sanguínea.
Iodo Peixe, sal marinho e marisco É importante para o funcionamento da tiroide, a sua falta pode
provocar o bócio.
Sódio Sal e alguns alimentos. Participa na actividade dos músculos e das células nervosas.
Regula a quantidade de agua presente no meio celular.
Magnésio Vegetais verdes, frutos secos e Participa no funcionamento das células musculares e nervosas.
soja.

1.4 Alimentação equilibrada: importância de comer correctamente

A alimentação equilibrada é quando se come de formas a evitar doenças provocadas por


excesso ou carência de nutrientes. É uma alimentação rica em todos os nutrientes em
quantidades adequadas ao organismo. “Recomenda-se que o intervalo entre as refeições não
exceda as 3 horas”.

A alimentação equilibrada permite manter uma vida saudável, por isso, é importante conhecer a
composição dos alimentos para fazer uma escolha adequada. O conteúdo energético dos
nutrientes é medido por unidades chamados Joules (J), Calorias (cal) e Quilocalorias (Kcal).

1.4.1 Erros alimentares: causas e consequências


Comer muito não significa comer bem, mesmo que sejam consumidos alimentos de alta
qualidade. Parte da população angolana sofre de fome qualitativa, porque têm uma alimentação
que carece de muitos nutrientes. Este tipo de fome é mais grave no seu conjunto porque é mais
generalizada do que a fome quantitativa.

►Os erros alimentares resultam não só da carência como do excesso de alguns nutrientes. As
duas situações podem ocorrer desequilíbrios que comprometem a saúde do organismo.

►Doenças provocadas pela carência de nutrientes:


- Anemia (carência de ferro)
- Bócio (carência iodo)
- Escorbuto (carência de vitamina C)
- Marasmo (carência de prótidos, lípidos e glícidos)
- Raquitismo (carência de vitamina D e cálcio)

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- Cárie dentária (carência de cálcio, fosforo e flúor)


- Osteoporose (carência de cálcio)

►Doenças provocadas pelo excesso de nutrientes:


- Obesidade e diabetes (excesso de glícidos e lípidos)
- Aterosclerose e outras doenças cardiovasculares (excesso de lípidos saturados)
- Problemas nos rins e articulações (excesso de proteínas)

►Alimentação inadequada provoca efeitos como: fraqueza, anemia, barriga inchada,


cegueira, doenças cardíacas, obesidade, entre outras.

►As causas são várias, que vão desde as famílias numerosas, baixo poder de compra e falta de
informação nutricional.

1.4.2 Regras de higiene alimentar

A qualidade dos alimentos está directamente relacionada com o modo como são conservados os
alimentos se não forem consumidos frescos.
Os métodos ou processos de conservação dos alimentos podem ser: a salga, a conservação em
vinagre, fumagem, secagem, refrigeração, congelação.

- Estes métodos têm como objectivo criar condições que impedem o crescimento de
microorganismo que alteram a qualidade dos alimentos.

- A boa conservação dos alimentos é muito importante, pois, se forem mal conservados sofrem
alterações, o que faz com que os microorganismos produzam substâncias tóxicas que são
responsáveis por danos á saúde humana tais como: problemas gastrointestinais, diarreias,
vómitos, alergias e outros.

1.4.3 A higiene alimentar

A higiene alimentar consiste na boa conservação dos alimentos para evitar o aparecimento de
bactérias e outros microorganismos que alteram a composição dos alimentos e levam ao
aparecimento de doenças.

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Tema 2 - Função Digestiva


2.1 Anatomia e fisiologia do Sistema digestivo

Todo o ser vivo precisa se alimentar para introduzir nutrientes ao organismo. O Sistema digestivo
é o responsável por transformar os alimentos (complexos) em substâncias mais simples e levados
para o sangue (realizar a digestão e absorver os nutrientes para o nosso organismo). O Sistema
digestivo é constituído pelo Tubo digestivo e pelos Órgãos ou glândulas anexas.

2.1.1 Tubo digestivo


O tubo digestivo é composto pela boca, faringe, esófago, estômago, intestino delgado, intestino
grosso, recto e ânus.

- Boca ou cavidade bucal = lugar onde ocorre a mastigação e a insalivação dos alimentos. Na
parte anterior está limitada pelos lábios, na parte superior pela abóbada palatina e atrás pelo
véu palatino que possui uma saliência chamada úvula. Na boca encontra-se também a língua e
os dentes.

- A língua é um órgão móvel musculado, onde estão as papilas gustativas (são quatro), que nos
permitem sentir o sabor dos alimentos ou outras substâncias em ácido, doce, amargo e salgado.

- Já os dentes encontram-se implantados nos alvéolos dentários. Existem diferentes tipos de


dentes, desempenhando diferentes funções. O número total de dentes varia com a idade.
Na criança a dentição temporária (dentes de leite) é composto por 20 dentes que começam a
desenvolver-se aos 6 meses e caem naturalmente entre 6 – 11 anos de idade para darem lugar a
dentição definitiva que é constituída por 32 dentes. Dos 32 dentes que o adulto possui:
- Oito (8) são incisivos = servem para cortar os alimentos.
- Quatro (4) são caninos = servem para rasgarem os alimentos.
- Oito (8) são pré-molares e Dose (12) são molares = que servem para triturar os alimentos. Os
quatro (4) dentes de siso (que são molares) aparecem entre os 17 aos 25 anos de idade.

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*Todos os dentes apresentam a mesma estrutura interna:


- A parte exterior a coroa que é formada pelo esmalte, a substância mais dura do corpo humano.
- E a parte interna pela raiz que é protegida pelo cimento (substância semelhante a que constitui
os ossos). A principal massa do dente é a dentina. No seu interior está a polpa dentária, onde
se encontra o nervo que confere sensibilidade ao dente e os vasos sanguíneos que os alimenta.
Enquanto os dentes trituram os alimentos, as glândulas salivares existentes na boca produzem
saliva, que se mistura com o alimento e ajuda a produzir uma massa mole a que chamamos bolo
alimentar.

- Faringe = lugar da passagem dos alimentos que faz a ligação entre a boca e o esófago. Nela
se cruzam as vias respiratória e digestiva. Na via digestiva, o bolo alimentar passa da boca para
a faringe e desta para o esófago. Durante a deglutição, a epiglote baixa e a laringe eleva-se, o
que faz com que o orifício de comunicação entre a faringe e a laringe (glote) fique tapado,
evitando assim, a passagem dos alimentos para as vias respiratórias.

- Esófago = tubo por onde passa o bolo alimentar no seu caminho para o estômago. Comunica
com o estômago através da cárdia, cuja abertura e fecho desta passagem são controlados por
músculos denominados esfíncter da cárdia.

- Estômago = órgão em forma de bolsa, com parede muito musculada e com uma capacidade
para 1,5 litros, onde os alimentos permanecem cerca de 2 a 3 horas. O estômago comunica-se
com o intestino delgado pelo piloro, cujas abertura e fecho são controlados pelo músculo
denominado esfíncter pilórico. No estômago o bolo alimentar é transformado em quimo que
passa para o intestino delgado. As paredes do estômago estão revestidas internamente pelas
glândulas gástricas, responsáveis pela produção de enzimas digestivas e o ácido clorídrico,
que compõem o suco gástrico ou estomacal.

- Intestino delgado = é a porção mais longa do tubo digestivo. Têm cerca de 6 a 7 metros de
comprimentos, razão pela qual se encontra dobrado várias vezes sobre si. É formado na parte
inicial pelo duodeno, no meio pelo jejuno e no fim pelo íleo. É revestido internamente pelas
glândulas intestinais que produzem o suco pancreático (produzido pelo pâncreas), a bílis
(produzida no fígado e na vesicula biliar) e o suco entérico ou intestinal (produzido pelo próprio
intestino). Estes sucos completam a digestão do amido e das proteínas. É o local onde ocorre
grande parte da digestão e da absorção dos nutrientes contidos no quilo (pasta líquida que
resultou da transformação do quimo).

- Intestino grosso = local onde ocorre a formação das fezes. Apresenta um diâmetro maior que
o intestino delgado e tem cerca de 1,5 metros de comprimento. É formado pelo cólon ascendente
(início), cólon transverso (meio) e o cólon descendente (final). O intestino grosso comunica
com o intestino delgado através do orifício ileocecal, logo abaixo, encontra-se o cego ou ceco, já
na sua extremidade o apêndice.

- Recto = parte terminal do tubo digestivo, que abre para o exterior pelo ânus (orifício através
do qual o organismo expulsa as fezes). A sua abertura e fecho é controlado pelo músculo
denominado esfíncter anal.

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2.1.2 Órgãos ou glândulas anexas


As glândulas anexas são: glândulas salivares, pâncreas e o fígado.
- Glândulas salivares = tem como função a produção de saliva. A saliva possui uma enzima
digestiva denominada amílase salivar ou ptialina, que transforma o amido num péptido mais
simples, a maltose. Existe três tipos de glândulas salivares que são:
Parótidas – situadas por baixo e a frente das orelhas.
Submaxilares – situadas por baixo da base da língua na parte posterior do maxilar.
Sublinguais – situada á frente das submaxilares e por baixo da língua.

- Fígado = é a maior glândula do corpo humano. Está situado na parte superior direita do
abdómem. Tem como função a produção da bílis, que é conduzida por um canal até á vesícula
biliar, local onde é armazenada e donde é lançada no duodeno á passagem do quimo.

- Pâncreas = é uma glândula mista, localizada entre o duodeno e o estômago (um pouco atrás)
Têm como função a produção do suco pancreático que contém várias substâncias como a
tripsina, amílase, lípase entre outras, que é conduzido através do canal pancreático, para
desembocar no duodeno e actuar na digestão dos alimentos. O pâncreas produz também a
insulina que é a hormona que regula a concentração da glicose, ou seja, regula o teor do açúcar
no sangue.

2.2 Fisiologia da digestão:


O conjunto de transformações sofridas pelos alimentos ao longo do tubo digestivo denomina-se
digestão. A digestão pode ser mecânica ou química
►Digestão mecânica = são as acções que os órgãos exercem sobre os alimentos sem que haja
alterações químicas na sua composição. As acções mecânicas são: mastigação, deglutição e
movimentos peristálticos.
- Mastigação = acção que os dentes e a língua exercem sobre os alimentos, afim de transformá-
los em partículas menores, que depois são misturados com saliva, constituindo assim o bolo
alimentar.
- Deglutição = acto de engolir, passagem do bolo alimentar da faringe para o esófago, que se abre
para o estômago.
- Movimentos peristálticos = contracções involuntárias registadas no esófago, estômago e nos
intestinos (ajudam a empurrar os alimentos ao longo do tubo digestivo).

►Digestão química = é o conjunto de reacções químicas que transformam os alimentos em


substâncias mais simples (nutrientes) por acção das enzimas presentes nos sucos digestivos.
Encontram-se enzimas nos sucos digestivo como a saliva, suco gástrico, suco pancreático e
intestinal. Sem o trabalho das enzimas não haveria digestão.

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- Enzima – molécula de natureza proteica, produzida por células vivas, que actua como
catalisador em certas transformações químicas, ou seja, enzima é uma substância capaz de
acelerar uma determinada reacção química.
Conhecem-se aproximadamente duas mil enzimas. A substância sobre o qual a enzima age
denomina-se substrato. A substância que resulta da acção da enzima chama-se produto.
Enzimas intervenientes na digestão:

Secreção Enzimas Substrato Produtos Local de acção


Saliva Amílase salivar ou Amido Maltose Boca
ptialina
Suco gástrico Pepsina, lípase Proteínas e gorduras Polipéptidos, ácidos Estômago
gordos + glicerol
Suco pancreático Amílase, tripsina, Amido, proteínas, Maltose, polipéptidos, Intestino delgado
peptidase, lípase. polipéptidos, aminoácidos, ácidos (duodeno)
gorduras. gordos + glicerol
Suco intestinal ou Maltase, lactase, Maltose, lactose, Glicose, glicose + Intestino delgado.
entérico sacarase, erepsina, sacarose, frutose, aminoácidos,
lípase. polipéptidos, ácidos gordos,
lípidos. glicerol.

2.3 Acção das enzimas na digestão


A maior parte dos alimentos que ingerimos são constituídos por substâncias sólidas. Para que
estas substâncias sejam absorvidas, têm de ser transformadas mediante a acção das enzimas. A
acção enzimática pode ser influenciada por vários factores como a presença de uma substância
ácida.
Exemplo: a pepsina é uma protéase que actua no estômago (ácido clorídrico), formando os
péptidos e os polipéptidos que são as proteínas mais simples. A quimosina ou casease que
actuam sobre as proteínas do leite (caseína) faz a fragmentação dos lípidos em ácido gordo e
glicerol. No intestino actuam três sucos, dos quais um é a bílis ou fel não possui enzimas. A bílis
serve de emulsionador das gorduras.

2.4 Sequenciação do processo digestivo


A digestão começa na boca e prossegue dos diversos órgãos que compõem o tubo digestivo:
- Na boca os alimentos são mastigados (digestão mecânica) e insalivados (digestão química).
A saliva, além de amolecer e lubrificar os alimentos possui amílase (enzima) que catalisa a
transformação do amido em maltose, transformando assim em bolo alimentar, que por
deglutição, passa a faringe e daí para o esófago e desta para o estômago.
- No estômago, o bolo alimentar sofre a acção mecânica provocada pelos movimentos
peristálticos que o fazem deslocar entre a cárdia e o piloro. Neste circuito, o bolo alimentar é
envolvido pelo suco gástrico (digestão química) e dos movimentos peristálticos do estômago
(digestão mecânica) que resulta na formação do quimo (uma massa semilíquida).
- No intestino delgado, as transformações ocorrem na presença do suco pancreático, da bílis e do
suco intestinal ou entérico, originando o quilo. A bílis actua emulsionando as gorduras, o que
facilita a acção das lípases presentes noutros sucos digestivos.

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- A água, as vitaminas, os sais minerais e um tipo particular de glícidos, e as fibras não sofrem
qualquer transformação ao longo do tubo digestivo, passando directamente para o sangue.

2.5 A absorção intestinal (via sanguínea e via linfática)


Absorção intestinal é a passagem dos nutrientes para o meio interno, representado pelo sangue e
pela linfa.
A absorção intestinal ocorre preferencialmente no intestino delgado, porque a sua parede interna
apresenta válvulas coniventes (pregas nos intestinos) e microvilosidade (dobras dos intestinos),
que aumentam a superfície de contacto entre os nutrientes e a parede intestinal. As vilosidades
intestinais (prolongamentos em forma de dedos nos intestinos) e as microvilosidades têm a
função de aumentar a absorção dos nutrientes após a digestão, facilitando a absorção intestinal. A
absorção intestinal acontece pelas vias sanguíneas e pelas vias linfáticas
- Na via sanguínea passa a água, os sais minerais, as vitaminas hidrossolúveis (C, B, PP), os
aminoácido e glícidos. São absorvidos e entram para a corrente sanguínea.
- Na via linfática passam os ácidos gordos, glicerol e vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), são
absorvidas e entram para a corrente linfática.
Todas as substâncias que não são absorvidas passam para o intestino grosso. Neste ocorre uma
grande absorção da água ficando os resíduos mais ou menos sólidos, estes constituem as fezes
que vão ser evacuados pelos ânus através da defecação.

2.6 Higiene do sistema digestivo (conselhos práticos)


Mastigar bem os alimentos (calmamente); não comer mais do que o necessário; comer a horas (3
em 3h); não beber muitos líquidos durante a refeição; não tomar banho durante a digestão; não
fazer exercícios físicos depois de comer; evita comer alimentos muito gelados e muito quentes;
evita falar quando comes…

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Tema 3 - Função Circulatória: sangue e Linfa


O Sistema circulatório constitui um circuito fechado que tem como função efectuar o transporte
do sangue a todas as células do corpo, representado pelo sangue e pela linfa.

3.1 Sangue
O sangue é um líquido orgânico que circula nos vasos sanguíneos, bombeado pelo coração. O
sangue é constituído por duas partes que são: elementos celulares (também chamado de células
do sangue ou elementos figurados do sangue), produzidos na medula óssea, e pelo plasma.
a) As células do sangue classificam-se em três grupos: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos
e plaquetas sanguíneas.
1- Glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) = são células sem núcleo de cor vermelha
devido a presença de um pigmento chamado hemoglobina (proteína que contém ferro, o que lhe
confere a capacidade de transportar oxigénio. As hemácias têm a função de transportar ora
oxigénio (O2) ora dióxido de carbono (CO2). São células mais abundantes e duram cerca de 120
dias.
A hemoglobina fixa o oxigénio dos pulmões, formando um composto instável «Oxi -
hemoglobina de cor vermelho “sangue arterial”» e leva aos tecidos. Ao libertar o oxigénio junto
dos tecidos, a hemoglobina associa-se ao dióxido de carbono existente nas células, formando um
novo composto instável, a «Carboxi - hemoglobina, “sangue venoso”». Este chega até aos
alvéolos pulmonares, onde o dióxido de carbono é liberado para o exterior através da respiração
e onde a hemoglobina volta a captar mais oxigénio. O dióxido de carbono produzido nos tecidos
é eliminado nos pulmões.
Existe um equilíbrio do número de hemácias formadas na medula óssea (em média, um indivíduo
saudável tem cerca de 4 a 5 milhões de hemácias - o que corresponde a 4 a 5 litros de sangue
que circula a uma velocidade surpreendente! Para dar uma volta completa pelo corpo, o sangue
leva em média 90 segundos. Se romper este equilíbrio, surge uma doença chamada anemia =
uma perturbação do organismo que resulta da redução do número de hemácias ou de nutrientes
como ferro.

2- Glóbulos brancos ou leucócitos = são células de maior dimensão que as hemácias, possuem
núcleo e têm a função de defesa do organismo. Existem vários tipos de leucócitos e diferem-se
atendendo o aspecto do núcleo e a presença ou não de granulações no citoplasma. Assim, existem
dois grandes grupos de leucócitos:
- Com granulações e polinucleados: neutrófilos, eosinófilos e basófilos.
- Sem granulações e mononucleados: linfócitos, monócitos e granulócitos.

►Os leucócitos desempenham um papel fundamental nas respostas que o organismo dá quando
é invadido por elementos estranhos e podem actuar de maneiras diferentes:
- Fazem a diapedese = capacidade que alguns leucócitos têm de mudar de forma e atravessar a
parede dos capilares sanguíneos.

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-Fazem a fagocitose = capacidade que alguns leucócitos como os (monócitos) a que se dá o nome
de macrófagos em forma de pseudópodes (falsos pés), com a função de engolir e digerir o corpo
estranho.
- Fazem a produção de anticorpos = proteínas especiais que identificam e neutralizam agentes
estranhos como as bactérias e os vírus.

►Os linfócitos podem ser do tipo (T e B):


- Linfócitos do tipo (T) = são assim designados, porque antes de entrarem em acção, passam
primeiro pelo “Timo” = glândula de secreção interna próximo ao pescoço, onde se multiplicam e
renovam-se.
- Linfócitos do tipo (B) = localizados no baço, multiplicam-se nos gânglios linfáticos e são os
únicos que produzem anticorpos.

3- Plaquetas sanguíneas (trombócitos) = são incolores e sem núcleo. São os elementos mais
pequenos do sangue. São fabricados na medula óssea e desempenham um papel fundamental na
luta contra as hemorragias (participam na coagulação do sangue). Elas ocorrem ao local do
vaso onde ocorreu a ruptura, ligam-se entre si e aderem a parede do vaso de modo a bloquear a
abertura, construindo uma barreira que impede o sangue de sair. As plaquetas interferem na
transformação do fibrogénio e fibrina (substância que intervém na coagulação do sangue).

b) Plasma
O Plasma é a parte líquida do sangue (amarelo pálido), constituído por cerca de 90% de água e
por diferentes substâncias em solução, com a composição química muito complexa. A função
fundamental do plasma é o transporte, ou seja, este líquido faz circular vários tipos de
substâncias como: os gases respiratórios, nutrientes, hormonas e produtos de excreção.
A Composição química do plasma é: Água – 90%; Proteínas – 7%; Glicose e outras substâncias
orgânicas – 2%; Sódio, Cálcio, Potássio, Fósforo – 1%.

3.2 A linfa
A linfa é um líquido incolor presente no meio intercelular que banha as células. É formada a partir
do sangue. É na linfa que as células lançam produtos tóxicos e prejudiciais resultantes do seu
metabolismo, modificando assim, a composição do meio.
Existem dois tipos de linfa: linfa intersticial e linfa circulante.
► Linfa intersticial = é o liquido que passa do sangue para os espaços entre as células (espaços
intersticiais). A renovação deste liquido extracelular – através da circulação, permite que as
células tenham sempre todas as substâncias de que necessitam. Uma parte da linfa intersticial
volta a entrar nos capilares sanguíneos, enquanto o excesso de linfa é drenado para os capilares
linfáticos. A linfa intersticial funciona como intermediário entre as células e o sangue.

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►Linfa circulante = tem origem na linfa intersticial que é drenada para os capilares linfáticos
que se encontram ligados aos capilares sanguíneos. É constituído pelo plasma e leucócitos. A
linfa circulante tem como função a defesa do organismo por intermédio dos leucócitos que nela
circulam.

3.3 Mecanismos de defesa do organismo: imunidade e imunização


No ambiente abundam agentes patogénicos que ameaçam o organismo. Estes podem ser de
natureza química ou biológica. Entre os agentes de natureza biológica destacam-se os vírus, as
bactérias, os fungos e outros microorganismos que entram no organismo através do ar, da água,
do sangue, dos alimentos, das feridas existentes na pele.
Quando os agentes patogénicos invadem o organismo, este reconhece-os como elementos
estranhos, desencadeando um mecanismo de defesa.

Existem dois tipos de mecanismos de defesa: mecanismo de defesa especifica e mecanismo de


defesa não específica.
► Mecanismo de defesa específica = neste tipo de mecanismo, cada elemento estranho
(antigénio – qualquer elemento capaz de provocar a produção de anticorpo) - desencadeia uma
resposta especifica por parte do organismo. Os glóbulos brancos (linfócitos), multiplicam-se e
produzem proteínas especificas (anticorpos) – que são libertadas para o plasma até ao local da
infecção. Cada anticorpo tem a capacidade de combinar com o antigénio e como não tem a
capacidade de destruir directamente os antigénios, vão facilitar pela aglutinação, a sua destruição
pelas células que realizam a fagocitose.
►Mecanismo de defesa não específica = diz-se que esta defesa é não especifica, porque actua
de igual forma, qualquer que seja o agente agressor. Como exemplo temos:
- As barreiras físicas e químicas: pele, pêlos, lágrimas e o suor = constituem a primeira linha
de defesa não especifica.
- Resposta inflamatória = ocorre quando os agentes patogénicos conseguem ultrapassar as
barreiras de defesa primária. Exemplo: após um golpe na pele, o tecido lesado liberta substâncias
químicas que provocam dilatações nos vasos sanguíneos. Ocorre a diapedese (saída de leucócitos
dos vasos sanguíneos, aumentando o volume desses tecidos (edemas), estimulando as terminações
nervosas, causando sensações de dor. Os leucócitos macrófagos fagocitam os microorganismos.
- Quando o organismo reage eficazmente á agressão levada a cabo por um determinado elemento
estranho, considera-se que o organismo está imunizado.
Imunidade = conjunto de processos que permitem ao organismo reconhecer substâncias
estranhas, neutralizando-as e destruindo-as.
Imunização = conjunto de mecanismos de defesa que actuam contra as agressões de elementos
estranhos ao organismo. Ex: as vacinas.
O Sistema imunitário é constituído por um conjunto de células e órgãos localizados em
diferentes regiões do corpo e que intervém na defesa do organismo. Este sistema tem como
principais funções: reconhecer e destruir ou bloquear os corpos estranhos (macrófagos –
bactérias); destruir as células anormais do organismo (linfócitos – células cancerosas); eliminam
do organismo células danificadas ou velhas (macrófagos).

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3.4 Efeitos nefastos da SIDA


SIDA – Síndrome de Imunodeficiência Adquirida é uma doença provocada por um vírus (VIH)
– Vírus de Imunodeficiência Humana.
Este vírus afecta as células do sistema imunitário (linfócitos T4). Ao destruir os linfócitos, o vírus
deixa a pessoa afectada sem defesa, face á qualquer microorganismo que invada o seu organismo.
O doente fica então numa situação de imunodeficiência que o poderá levar á morte.
Sintomas = fadiga, febres, diarreia, perda de peso, gânglios inflamados, perturbações
respiratórias permanentes, tosse seca e diminuição progressiva e total das defesas em relação as
infecções.
Vias de transmissão = via sexual sem protecção, via sanguínea de mãe para filho durante o parto,
por transfusão do sangue contaminado, transplante de órgão infectado, entre outras.
Não se transmite pela picada do mosquito, beijo no rosto, partilhar a mesma casa de banho, usar
os mesmos talheres…
Comportamentos preventivos = manter o mesmo parceiro sexual e ser-lhe fiel, não partilhar
objectos cortantes, escovas de dentes, não fazer tatuagens com agulhas não esterilizadas…
Tratamento = desde 1981, data em que foram oficialmente comprovados os primeiros casos da
sida, a nível mundial, já morreram mais de 11,7 milhões de pessoas. A SIDA ainda não tem cura,
existem apenas alguns medicamentos antivíricos e antirretrovirais que retardam a progressão
da doença (inibem a multiplicação do vírus).
No entanto, nem todas as pessoas infectadas pelo VIH acabam por contrair SIDA. Grande parte
delas podem viver com o vírus «escondido» durante anos, sem demonstrar sintomas da SIDA,
mas essas pessoas são chamadas Seropositivas e podem transmitir a doença á outras pessoas.

3.5 Anatomia e fisiologia do Sistema Circulatório


Em todos os mamíferos, a circulação tanto sanguínea como linfática, é feita através de vasos.
O órgão primordial para que a circulação ocorra é o coração. O Sistema circulatório é
constituído pelo Sistema circulatório sanguíneo e pelo Sistema circulatório linfático.

3.5.1 Sistema circulatório sanguíneo


Também conhecido por sistema cardiovascular é constituído pelo coração e pelos vasos
sanguíneos.

1- O Coração é um órgão propulsor, responsável por manter o sangue em circulação. Está


situado na cavidade torácica entre os dois pulmões, constituído por um músculo designado
miocárdio, revestido por uma membrana chamada pericárdio e irrigado pelas artérias
coronárias e pesa cerca de 270 a 300 gramas. Do lado direito do coração é separado do lado
esquerdo por um septo (parede muscular).
Do lado direito circula o “sangue venoso” e do lado esquerdo circula o “sangue arterial”. Cada
um dos lados do coração tem duas aurículas e dois ventrículos. O miocárdio é mais fino nas
aurículas do que nos ventrículos e, nestes, é mais espesso no ventrículo esquerdo. Isto acontece
porque as aurículas só têm que bombear o sangue para os ventrículos, enquanto estes têm que

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bombear para o resto do corpo. O ventrículo esquerdo tem o miocárdio mais espesso porque tem
que ter uma força de contração para enviar o sangue para longas distâncias, enquanto o ventrículo
direito só bombeia para os pulmões.
O Coração tem válvulas que são estruturas cuja função é dirigir o fluxo do sangue, impedindo
que ele volte para trás e assim circula sempre num só sentido. As válvulas que separam as
aurículas dos ventrículos são as válvulas auriculoventriculares. A do lado direito é a válvula
tricúspide porque tem três pregas e a do lado esquerdo é a válvula bicúspide ou mitral porque
tem duas pregas. As válvulas semilunares abrem para o sangue passar:
- Do ventrículo direito para artéria pulmonar (divide em duas) = conduzem o sangue para os
pulmões. Do ventrículo esquerdo para artéria aorta (maior artéria do corpo humano) = conduz
o sangue para todas as outras partes do corpo.
Funcionamento do Coração:
Ciclo cardíaco é o conjunto de batimentos
cardíacos que asseguram o bombeamento do
sangue. O coração bate a um ritmo de 70 a
80 vezes por minutos. Quando fazemos
exercícios, o batimento é mais acelerado e
quando dormimos é mais lento. O ciclo
cardíaco consiste na sequência da Diástole
geral e da Sístole auricular e Sístole
ventricular. - A Sístole corresponde á
contração do ventrículo e a Diástole o seu
relaxamento
● Na Sístole auricular: as aurículas contraem-se, as válvulas tricúspide e bicúspide abrem-se e
o sangue entra nos ventrículos.
●Na Sístole ventricular: os ventrículos contraem-se, as válvulas tricúspide e bicúspide fecham.
As válvulas semilunares abrem e o sangue passa para a artéria pulmonar e aorta.
●Na Diástole geral: as válvulas semilunares estão fechadas e as aurículas estão relaxadas e
recebem sangue:
- A aurícula direita recebe sangue de todo o corpo através da veia cava superior e inferior e
-A aurícula esquerda recebe o sangue dos pulmões através das veias pulmonares. Entretanto,
as válvulas tricúspide e bicúspide fecham.
O duplo som associado ao bater do coração (sístole e diástole) deve-se 1º som = Ao fechamento
das válvulas que ligam as aurículas aos ventrículos. O 2º som: ao fechamento das válvulas
semilunares.
- Estetoscópio é o instrumento médico utilizado para auscultar (escutar) o som que corresponde
ao fecho e a abertura das válvulas do coração.

2- Os vasos sanguíneos são as vias por onde circula o sangue (artérias, veias e capilares).
►Artérias = são vasos com paredes resistentes, espessas e elásticas que transportam sangue
arterial (rico em oxigénio) para todas as partes do corpo. As artérias vão se ramificando e o seu
diâmetro vai diminuindo, originando as arteríolas.

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► Veias = são vasos com paredes finas de maior diâmetro que transportam o sangue venoso (rico
em dióxido de carbono) de todas as partes do corpo para o coração. As veias vão se ramificando
e o seu diâmetro vai diminuindo, originando as vénulas.
► Capilares = são os vasos sanguíneos mais pequenos (microscópicos), constituídos por paredes
muito finas com uma só camada de células. São eles que chegam ás células, permitindo a troca
de gases e nutrientes.
→ O sangue circula com maior pressão e velocidade nas artérias do que nas veias.

3.5.2 Sistema circulatório linfático


No sistema linfático não existe uma bomba (coração) como sucede no sistema sanguíneo. A linfa
circula graças aos movimentos dos músculos do corpo. O sistema linfático é constituído pelos
vasos linfáticos (que transportam a linfa das células á corrente sanguínea) e tem como
componentes: os capilares linfáticos, as veias linfáticas, gânglios linfáticos, baço e o timo.
Os capilares linfáticos têm paredes finas e existem nos diferentes órgãos a apar com os capilares
sanguíneos. As veias linfáticas tal como as veias sanguíneas possuem válvulas. Todas as veias
linfáticas reúnem-se no canal torácico.
Na trajectória dos vasos linfáticos existem os gânglios linfáticos (que filtram a linfa e eliminam
substâncias tóxicas), são abundantes no pescoço, nas axilas e nas virilhas. No interior dos
gânglios linfáticos também encontramos os linfócitos e outras células que tem grande importância
na defesa do organismo.
No sistema linfático também encontramos o baço que tem a função de destruir as hemácias
desgastadas e armazenar as células sanguíneos e o timo que tem a função de produzir linfócitos.

3.6 Circulação sanguínea e linfática


A Circulação sanguínea é dupla pois divide-se em dois circuitos: Circulação geral ou circulação
sistémica (grande circulação do sangue) e a Circulação pulmonar (pequena circulação do sangue).

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1- Circulação sistémica = é responsável pelo fornecimento de sangue a todo o organismo, com


excepção dos pulmões. Tem como objectivo a oxigenação do sangue e transporte de dióxido de
carbono e alguns produtos do metabolismo celular. Tem origem no sangue que sai do coração,
percorre todas as células do corpo e regressa ao coração.
- Começa no ventrículo esquerdo (VE) e termina na aurícula direita (AD) «começa com o
sangue arterial e termina com o sangue venoso».

2- Circulação pulmonar = irriga os pulmões, é responsável pela reoxigenação do sangue. Tem


origem no sangue que sai do coração passa pelos pulmões e termina no coração.
- Começa no ventrículo direito (VD) e termina na aurícula esquerda (AE) «começa com o
sangue venoso e termina com o sangue arterial».

3.6.1 Relação entre a Circulação sanguínea e a Circulação linfática


A circulação sanguínea desemboca no sistema linfático. Através do sistema linfático o oxigénio
e os nutrientes chegam as células. O sistema sanguíneo não entra em contacto directo com as
células, necessitando do sistema linfático para isso. O material transportado pelas artérias passa
para os capilares e destes para a linfa e em seguida para as células. Ensuma, estes dois sistemas
estão interligados pelos capilares.

3.6.2 Higiene do sistema circulatório: principais doenças cardiovasculares


- Aterosclerose (placas de gorduras nas paredes dos vasos sanguíneos, provocando obstrução
total da passagem do sangue).
- Angina do peito (falta de irrigação do músculo cardíaco, provocando dor no peito e no braço
esquerdo.)
- Enfarte do miocárdio (ataque cardíaco) – é caracterizada pela morte de uma parte do músculo
cardíaco, devido a falta de irrigação resultante de lesão na artéria coronária)
- Hipertensão (elevada pressão do sangue nas paredes das artérias).
- Doenças nutricionais (afectam o músculo cardíaco pela falta de alguns nutrientes. Ex: a falta
da vitamina B pode levar ao enfraquecimento do músculo cardíaco.

Para diagnosticar essas doenças são usadas várias técnicas ou exames tais como:
Auscultação; Electrocardiograma; Radiografia; TAC (tomografia axial computorizada);
Ecocardiografia; Análises de sangue.

3.6.3 Prevenção para a saúde do sistema circulatório


Fazer exercícios regularmente; controlar a tensão arterial; Não permanecer muito tempo de pé;
controlar as infecções; Não fumar; evitar o stress; Não consumir bebidas alcoólicas; Não consumir
muitos lípidos e glícidos; Não consumir muito sal; ter uma alimentação equilibrada.

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Tema 4 - Função respiratória


4.1 Anatomia e funcionamento do Sistema respiratório

Entre o organismo e o meio ambiente ocorre um intercâmbio contínuo de gases. O trabalho de


fazer entrar oxigénio presente no ar para o organismo de forma a pô-lo em contacto com o
sangue, é feito pelos órgãos que compõem o sistema respiratório.
O Sistema respiratório tem como função, a troca e o transporte de oxigénio presente no ar para
a corrente sanguínea e a eliminação de dióxido de carbono da corrente sanguínea para o ar. O
sistema respiratório é composto pelas vias respiratórias e pelos pulmões.

1- As vias respiratórias são canais por onde passa o ar até chegar aos pulmões. Este
compreende as seguintes estruturas: fossas nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios.
- Fossas nasais = são duas cavidades que comunicam com o exterior através das narinas. São
revestidas internamente por células secretoras de um muco e por células ciliadas. O seu interior
está dividido em duas metades pelo septo nasal (a parte superior de cada fossa nasal está em
contacto com a base do crânio e tem a função olfactiva, e na parte inferior tem a função
respiratória, e está revestida por epitélio rico em glândulas mucosas cujas secreções aquece,
humedece e filtra o ar do pó e das impurezas do ar inspirado.
- Faringe = canal que permite a passagem do ar em direcção á traqueia e dos alimentos em
direcção ao esófago. É comum ao sistema digestivo.
- Laringe = canal onde encontram-se as cordas vocais, responsáveis pelos sons que emitimos.
Durante a deglutição dos alimentos, eleva-se ao mesmo tempo que a epiglote, fechando a
comunicação com a faringe, impedindo assim, os alimentos entrarem na traqueia.
- Traqueia = canal formado por anéis de cartilagem, que se bifurcam em dois brônquios (direito
e esquerdo).
- Brônquios = são duas ramificações da traqueia que penetram nos pulmões. Aí ramificam-se em
numerosas vias de menor calibre – os bronquíolos. Estes terminam em pequenos sacos
denominados alvéolos pulmonares. Nos pulmões de um adulto existem cerca de 300 a 400
milhões de alvéolos pulmonares.

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2- Os pulmões são órgãos elásticos e esponjosos, de cor rosada ligados aos brônquios. Estão
localizados na caixa torácica entre os dois pulmões (direito e esquerdo), entre um espaço
denominado mediastino e revestido por uma membrana denominada pleura. Os pulmões são
constituídos por vários alvéolos pulmonares, que são estruturas altamente irrigados pelos
capilares sanguíneos e formados por uma camada de células, onde ocorrem as trocas gasosas.
- É nos pulmões que o oxigénio do ar passa para o sangue e que o dióxido de carbono passa
para o ar atmosférico. A renovação do ar nos pulmões, denomina-se ventilação pulmonar e é
assegurada por movimentos respiratórios rítmicos da caixa torácica. Os movimentos respiratórios
permitem a renovação do ar dos pulmões, ou seja, a ventilação pulmonar consiste na renovação
do ar dos pulmões através dos movimentos como a inspiração e a expiração.
● Inspiração = entrada do ar nos pulmões. Acontece a contração do diafragma e dos músculos
intercostais. Isso acontece porque a pressão intrapulmonar é menor em relação á pressão
atmosférica.
●Expiração = saída do ar dos pulmões para o exterior. Acontece relaxamento do diafragma e
dos músculos intercostais. Isso porque a pressão intrapulmonar é maior em relação a pressão
atmosférica.
O conjunto de uma inspiração e de uma expiração denomina-se ciclo respiratório. O músculo
que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal chama-se diafragma.

4.2 Trocas gasosas e transporte dos gases á nível pulmonar


- As trocas gasosas entre o sangue e o ar existente nos pulmões designam-se por hematose
pulmonar (processo que ocorre durante a circulação pulmonar e que consiste na transformação
do sangue venoso em sangue arterial). Estas trocas ocorrem a nível dos alvéolos pulmonares,
pois as suas paredes são constituídas por uma só camada de células e irrigadas por numerosos
capilares sanguíneos.
- O movimento dos gases deve-se á diferença de pressão e ocorre por difusão do local onde
existe em maior concentração para o local de menor concentração. Assim, o oxigénio com
elevada pressão no interior dos alvéolos pulmonares, difundem-se para os capilares, onde a sua
pressão é mais baixa. Já o dióxido de carbono, desloca-se em sentido contrario, uma vez que a
sua pressão é maior nos capilares do que nos alvéolos pulmonares.

4.3 Importância do sangue no transporte dos gases respiratórios


- A nível das células ocorre trocas gasosas. Este processo, que se designa por hematose celular
– ocorre durante a circulação sistémica e consiste na passagem do sangue arterial em sangue
venoso.
- O transporte dos gases é feito pela corrente sanguínea que assegura, o seu fluxo entre os
pulmões e todas as células do organismo. O sangue transporta sempre oxigénio dos pulmões
para os tecidos e o dióxido de carbono dos tecidos para os pulmões. O principal modo de
transporte do oxigénio é feito através da sua associação á hemoglobina, constituindo a Oxi-
hemoglobina.

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- Nos capilares sanguíneos, junto ás células, o oxigénio desliga-se da hemoglobina e por difusão
passa para as células dos tecidos e órgãos, onde a sua concentração é mais baixa e o dióxido de
carbono por difusão passa das células para os capilares sanguíneos.
- O consumo de oxigénio nos diferentes órgãos varia conforme a actividade que estes realizam.
O coração é o órgão que consome maior quantidade de oxigénio, mesmo em estado de repouso.
Durante um exercício físico, o ritmo respiratório aumenta, sendo a ventilação pulmonar mais
eficiente.

4.4 Higiene do sistema respiratório


- Quando tossir ou aspirar, proteger a boca e o nariz com um lenço de papel descartável; não
fumar e evitar ambientes com fumo e locais com menos ventilação; vacinar as crianças contra a
tuberculose (BCG)…
- As doenças que podem afectar o sistema respiratório são: Bronquite, Rinite, Sinusite, Asma,
Gripe, Faringite, Tuberculose, Pneumonia, Cancro do pulmão, entre outras. As causas podem ser
diversas que vai desde a exposição aos ambientes poluídos, ás substâncias químicas, factores
genéticos, infecções por vírus, bactérias entre outras.

4.5 tabaco e a saúde


O tabagismo é um dos principais problemas de saúde pública á escala mundial. A OMS
(organização mundial da saúde), consagrou o dia 31 de Maio como sendo o dia mundial sem
tabaco. Calcula-se que 1 em cada 3 adultos em todo o mundo são fumadores. A maioria dos
fumadores iniciaram na adolescência. Metade dos jovens que mantém os hábitos tabágicos virá a
morrer de doença relacionada com o tabagismo.
O fumo do tabaco contém mais de 4 mil compostos químicos, deste 60 são potencialmente
causadores de cancro. A nicotina, o alcatrão, o monóxido de carbono, o composto cancerígeno
e o ácido cianídrico são exemplos e substâncias prejudiciais ao organismo. O tabaco é
responsável por 90% de todos os cancros do pulmão; 75% das bronquites crónicas e enfisema
pulmonar e 25% das doenças isquémicas cardíacas.

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Tema 5 - Função urinária


5.1 Anatomia e fisiologia do Sistema urinário

O sistema urinário ao filtrar o sangue 320 vezes por dia, é responsável por produzir,
armazenar e eliminar a urina. Elimina a maior parte dos produtos tóxicos resultantes do
metabolismo celular, que tem o nome de excreção. Regula o volume e a composição química do
sangue.
O Sistema urinário é constituído por vários órgãos situados na cavidade abdominal que são:
rins ureteres, bexiga e uretra.
- Os Rins são pares de órgãos com o formato semelhante à do feijão, localizado na parte posterior
da cavidade abdominal. São responsáveis pela produção de urina.
- Os Ureteres são canais estreitos, um em cada rim, que conduzem a urina dos rins até a bexiga.
- A Bexiga é o órgão de parede muscular e elástico, com forma de saco, que armazena a urina
até ser excretada.
- A Uretra é o órgão em forma de tubo que conduz a urina da bexiga até ao exterior. No homem,
mede cerca de 20 cm de comprimento e utiliza-o para o transporte de urina e de esperma em
momentos diferentes. Na mulher, mede cerca de 4 cm. O sistema urinário é independente do
reprodutor.

5.1.1 Estrutura do rim


Cada rim tem uma membrana externa denominada cápsula renal. Num corte longitudinal do rim
encontra-se três zonas distintas:
- Zona cortical ou córtex renal = é a camada mais externa e clara, com aspecto granuloso.
- Zona medular ou medula renal = é a zona mais escura e com aspecto estriado devido a
presença das pirâmides de Malpighi.
- Bacinete = cavidade central com a forma de um funil donde partem os ureteres em direcção à
bexiga.

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5.1.2 Constituição e funcionamento do nefrónio


Nefrónio é a unidade funcional do rim, da qual existem cerca de um milhão. As regiões funcionais
dos rins são o córtex renal e a medula renal.
Cada nefrónio é construído pelo glomérulo de Malpighi e pelo tubo urinífero. Cada tubo
urinífero começa na cápsula de Bowman, na qual termina num tubo colector onde se ligam os
tubos uriníferos. Em cada 4 minutos passa pelos rins todo o sangue do corpo, o que equivale
cerca de 180 litros de sangue por dia.

5.1.3 Importância da função renal na homeostase


Homeostase é a capacidade do organismo em manter em equilíbrio o meio interno. Para tal, os
rins são muito importantes, pois têm a capacidade de regular a concentracção de diversas
substâncias no sangue, reabsorvendo ou excretando através da urina as quantidades necessárias
ao equilíbrio do meio interno.
Na formação da urina estão implicados três processo: filtracção, reabsorção e secrecção.
►Filtracção = uma parte do plasma sanguíneo passa do glomérulo de Malpighi para a cápsula
de Bowman do tubo urinífero, constituindo o filtrado glomerular. As paredes dos capilares e da
cápsula de Bowman filtram o sangue, deixando passar alguns componentes e outros não. - As
moléculas, os lípidos e proteínas não atravessam as paredes dos capilares, mas as moléculas mais
pequenas como a água, os sais minerais, a glicose, a ureia e o ácido úrico atravessam as paredes
dos glomérulos e passam para o meio exterior. O volume do filtrado glomerular é de cerca de 180
litros por dia, mas o da urina eliminada é de aproximadamente 1,5 litros por dia.
►Reabsorção = a maior parte da água filtrada na cápsula de Bowman é reabsorvida. Forma-se
120 ml de filtrado glomerular por minutos, mas só 1 ml constitui a urina. Na composição do
filtrado há substâncias além da água, que são reabsorvidos e voltam a passar para o plasma e
outras são parcialmente reabsorvidos como é o caso dos sais minerais e da ureia. Quando há maior
concentração de glicose no sangue (superior a 1,6 gr por litro) como sucede com as pessoas
diabéticas, a sua reabsorção não é total, pelo que convêm substituir o trabalho desenvolvido pelo
rim através de um processo chamado hemodiálise (que consiste em filtrar o sangue
artificialmente).
►Secrecção = o sangue purificado sai dos rins e regressa á veia cava inferior. Diariamente, o
organismo elimina cerca de 18 gr de substâncias minerais e 30 gr de substâncias orgânicas. A
urina formada nos tubos uriníferos passa para os tubos colectores, segue para o bacinete e para a
bexiga, graças aos movimentos peristálticos dos ureteres.
Para que haja um bom funcionamento do organismo, deve existir um equilíbrio entre a quantidade
de água ingerida e eliminada. A água é um interveniente importante para o equilíbrio do meio
interno.

5.1.4 Higiene do sistema urinário (normas gerais de higiene do sistema urinário):


Beber quantidades adequadas de água (1,5 a 2 litros de água por dia); não abusar do álcool; não
reter a urina na bexiga durante muito tempo, entre outras.

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- Há uma série de doenças que podem afectar todo o sistema urinário, nomeadamente os rins.
As mais graves são: os cálculos renais e as infecções urinárias que quando não são tratadas podem
até levar a infertilidade.
Para prevenir estes problemas, além de ter uma alimentação saudável e beber água com
regularidade, há que manter uma rigorosa higiene nas zonas genitais evitando assim as infecções.

Tema 6 - Coordenação hormonal


O Sistema hormonal ou Sistema endócrino tem como função regular e controlar a totalidade
das funções do organismo como: o metabolismo, reprodução, crescimento, regulação hídrica
entre outros. O equilíbrio do organismo deve-se a actividade coordenada pelos Sistemas
Endócrino e Nervoso, tendo a mesma função de regulação constituindo assim, o Sistema
Neuro-hormonal.
A comunicação entre o Sistema Nervoso e os órgãos é feita através de neurónios e a
comunicação da coordenação hormonal e os órgãos é feita pelas hormonas. A regulação
hormonal é feita por estruturas de diversas origens embrionárias denominadas glândulas. Cada
glândula está rodeada por vários vasos sanguíneos e fibras nervosas.
Glândulas são estruturas que produzem secreções. Elas podem ser: endócrinas, exócrinas ou
mistas.
► Glândulas endócrinas são aquelas que produzem secreções internas que são libertadas
directamente para o sangue. Ex: tiróide, pâncreas, ovários, testículos, etc.
► Glândulas exócrinas são aquelas que produzem secreções e são lançadas fora do organismo.
Ex: glândulas sebáceas, sudoríparas, salivar, etc.
► Glândulas mistas são aquelas que fazem as funções endócrinas e exócrinas. Ex: pâncreas.
As hormonas são substâncias químicas produzidas pelas glândulas endócrinas. As hormonas
são transportadas pelo sangue e actuam sobre as células - alvo, regulando a sua actividade.
O excesso ou deficiência de algumas hormonas podem criar alterações graves que afectam não
só a parte orgânica como também a actividade psíquica do organismo.
Ex: o nanismo, o gigantismo, a acromegalia e o bócio são doenças ou perturbações provocadas
pelo mau funcionamento de glândulas endócrinas. Os efeitos nocivos da concentração de
hormonas na corrente sanguínea advêm tanto da sua insuficiência (hipo) como do excesso
(hiper).
► Ocorre hipofunção quando a glândula produz quantidades de hormonas abaixo do normal.
Ex: nanismo
► Ocorre hiperfunção quando a glândula produz quantidades de hormonas acima do normal.
Ex: gigantismo
As consequências da hipofunção e da hiperfunção das glândulas endócrinas são bastantes
visíveis e têm consequências sérias para o organismo. Assim, existe mecanismos de regulação
que a diferentes concentrações faz corresponder diferentes efeitos (mecanismo de retroacção

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ou feedback). Por exemplo: A hormona antidiurética (HAD) ou vasopressina é regulada pelo


hipotálamo = regula a quantidade de água presente no organismo:
♦ Se a quantidade de água no sangue diminui, o hipotálamo e a hipófise segregam mais
hormonas.
♦ Se o sangue tiver mais água, produz-se menos HAD e assim, deixa de fazer aumentar a
reabsorção de água ao nível dos rins. O excesso de HAD origina grande retenção de água por
parte do organismo.
Principais glândulas: hormonas, funções e as respectivas disfunções:

Glândulas Hormonas Função Disfunção


endócrinas
Hipotálamo Neuro-hormona Regula a actividade da tiróide.
(várias hormonas)
Somatotrofina - Estimula o crescimento geral do - Hipofunção (nanismo)
corpo.
- Estimula a produção do leite. - Hiperfunção
Hipófise Prolatina - Estimula a contracção do útero e a (gigantismo)
(hormona mais libertação do leite - Hiperfunção no adulto
importante) Oxitocina (acromegalia)

Tiroxinas - Estimula e mantém os processos - Hipofunção na criança


metabólicos (cretinismo biológico)
- Estimula a decomposição de cálcio - Hipofunção no adulto
Tiróide Calcitonina nos ossos. (mixedema)
- Hiperfunção no adulto
(bócio)
Corticóides e -Controla a pressão arterial e a
Supra-renais adrenalina reacção do stress.

Insulina e - Controla o nível de glicose no Hipofunção (diabete


sangue mellitus)
Pâncreas Glucágon - Controla a formação de glicogénio, “Alta taxa de glicose no
proteínas e gorduras sangue e glicosúria”
Testosterona Estimula a formação de
espermatozóides e desenvolve e
Testículos mantém os caracteres sexuais
(nos homens) secundários (M)
Estrogénios e Estimula o crescimento do
progesterona endométrio e desenvolvem os
Ovários caracteres sexuais secundários (F)
(nas mulheres)

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Tema 7 - Coordenação Nervosa

Estrutura do Sistema Nervoso (S.N.)


O Sistema Nervoso é um conjunto de órgãos e estruturas do organismo, responsáveis pela
recepção, conduções aferentes e eferente dos impulsos nervosos a um órgão efector como as
glândulas e músculos do organismo, regulando-o.
Permite a comunicação do organismo com o meio ambiente, possibilitando a reacção aos
numerosos estímulos que recebe do meio; Participa no controlo de outros órgãos; Nenhuma
sensação, pensamento, emoção ou movimento seria possível sem o SN; Coordena o equilíbrio
do organismo. Para realizar estas funções, o SN utiliza impulsos eléctricos que percorrem em
uma rede eléctrica - Os nervos.
Os receptores são as estruturas que recebem acção dos estímulos. É nos receptores que é
elaborada a mensagem que traduz um estímulo (visão, audição, paladar, olfacto, tacto). A
mensagem é transmitida ao cérebro e dá origem a uma sensação.
Existem muitos estímulos externos como: a luz, temperatura, som, odor, vibrações mecânicas,
etc. Estes estímulos são detectados nos receptores externos localizados nos olhos, na pele, nos
ouvidos, na língua e nas fossas nasais.

O Sistema Nervoso (SN) divide-se em SNC e SNP.

7.1 Sistema Nervoso Central (SNC) é formado pelo Encéfalo e pela Medula espinal.
► O Encéfalo é uma massa grande, encerrada na caixa craniana e protegida por três
membranas denominada meninges. Nele encontramos três divisões principais: Cérebro,
Cerebelo e Bolbo raquidiano.
- O Cérebro é a parte mais volumosa do encéfalo, pesa cerca de 1200 gramas e está dividido
em dois hemisférios (direito – que corresponde as emoções e esquerdo – que corresponde o
pensamento lógico “um controla a actividade do outro”). Nele encontram-se numerosos sulcos,
denominados circunvoluções que dividem o Cérebro em quatro lobos: frontal, parietal,
temporal e occipital.
Num corte transversal do cérebro identifica-se uma substância branca (no centro – formada
pelos axónios e dendrites que conduzem os estímulos) e uma substância cinzenta (na periferia
– formada pelos corpos celulares, neurónios que coordenam as informações recebidas,
determinando respostas), formando assim o Córtex cerebral. É no Córtex que chegam todos os
estímulos e impressões captados pelos nervos sensitivos, também é aí onde são transformadas as
sensações. Tem como funções: guardar informações, gerar pensamentos e determinar as
reacções que o corpo deve desencadear. Também controla o movimento de vários músculos, ou
seja, é responsável pelos actos e actividade motora voluntária ou consciente.
- O Cerebelo está situado abaixo do cérebro. Coordena o sistema muscular, a posição e o
equilíbrio do corpo.
- O Bolbo raquidiano prolonga-se pelo buraco occipital da caixa craniana e serve de ligação
entre o encéfalo e a medula espinal. Tem como funções: coordenar a respiração, a digestão, os
batimentos cardíacos e outras funções involuntárias.

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► A Medula espinal é a continuidade do bolbo raquidiano. Mede cerca de 50 cm de


comprimento e encontra-se no interior da coluna vertebral. Além de estar protegida pela coluna
vertebral, a medula espinal está envolvida por três meninges (membrana que protege o encéfalo
e a medula espinal): dura-máter, aracnóide e pia-máter (de fora para dentro).
A medula espinal comunica com diferentes órgãos do tronco e dos membros graças aos 31
pares de nervos raquidianos. Tem a função de conduzir impulsos sensitivos para o cérebro e
trazer impulsos motores – é o centro nervoso responsável por uma série de actos reflexos,
nomeadamente os que estão relacionados com o instinto de autoconservação e defesa. A parte
mais interna da substância cinzenta é percorrida por um canal, onde circula o líquido
cefalorraquidiano.

7.2 Sistema Nervoso Periférico (S.N.P.)


O SNP estabelece a comunicação entre o SNC e o resto do corpo. Este sistema divide-se em:
► Sistema Nervoso Somático (SNS) - transmite as ordens do SNC, aos músculos cuja
actividade depende da nossa vontade – controlo voluntário. Ex: os músculos esqueléticos
► Sistema Nervoso Autónomo (SNA) ou Neurovegetativo - transmite as ordens do SNC aos
órgãos cuja actividade não depende da nossa vontade – controlo involuntário. Ex: órgãos do
tubo digestivo, pulmões, músculo cardíaco e as glândulas.

Nervos são conjuntos de fibras nervosas encarregadas de transportar a informação nervosa sob a
forma de impulso nervoso. Os nervos classificam-se de acordo com a sua função e região de
origem.

►De acordo com a sua função os nervos podem ser:


- Nervos sensitivos ou aferentes – transmitem informações dos receptores sensoriais para os
centros nervosos do SNC. Ex: nervo auditivo
- Nervos motores ou eferentes – transmitem informações dos centros nervosos do SNC para os
órgãos efectores como os músculos e as glândulas Ex: músculos da língua.

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- Nervos mistos – transmitem informações dos receptores sensoriais para os centros nervosos
do SNC e destes para os órgãos efectores. Ex: nervos têm origem na medula espinal.

► Segundo a região de origem os nervos podem ser:


- Nervos Cranianos têm origem no encéfalo e existem 12 pares que enervam diferentes órgãos
dos sentidos, músculos da face, da boca e da faringe. Ex: olfactivo, óptico, motor ocular,
troclear, trigémeo, abducente, facial, vestíbulo coclear ou coclea – vestibular, glossofaringeo,
vago, espinal acessório, hipoglosso.
- Nervos Raquidianos têm origem na medula espinal e ramificam-se por todo o corpo.
Existem 31 pares. São nervos mistos, pois cada um tem uma parte motora e uma parte sensitiva.
Ex: 8 pares de nervos cervicais, 12 pares de nervos torácicos, 5 pares de nervos espinais, 5 pares
de nervos lombares e 1 par de nervo coccígeo.

O SN é constituído por milhares de neurónios com diferentes formas e tamanhos.


- Neurónio (célula nervosa) é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso, cuja função é
conduzir a mensagem nervosa que se designa por impulso nervoso através da sinapse.
- Sinapse é a transmissão de impulso nervoso de um neurónio para o outro neurónio ou células
musculares, sensoriais e glandular. Nesta zona o impulso é transmitido através da libertação de
Substâncias químicas que são os neurotransmissores.
- Fibras nervosas são conjuntos de axónios e suas bainhas envolvidas. No SNC o conjunto de
fibras forma os feixes ou tratos e no SNP, o conjunto de fibras são denominadas nervos.
- Gânglios são pequenos nódulos ou corpúsculos formados por uma célula nervosa.

Um neurónio é constituído pelo:


- Corpo celular - capta e materializa os impulsos nervosos (é onde se encontra o núcleo).
- Axónios - terminações nervosas onde ocorre as sinapses. Está envolvido pela bainha de
mielina.
- Dendritos - capta os impulsos exteriores e o conduzem ao corpo celular.

Os neurónios dividem-se em:

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- Neurónios sensitivos (que transmitem os impulsos nervosos do órgão receptor ao centro


nervoso).
- Neurónio de associação (liga o neurónio sensitivo ao neurónio motor).
- Neurónio motor (que transmite os impulsos nervosos do centro nervoso ao órgão efector).

7.3 Fisiologia do Sistema Nervoso


Actividade reflexa: arco reflexo e actos reflexos
O Centro mais importante dos reflexos é a medula espinal. E o caminho do impulso nervoso
denomina-se Arco reflexo. Todas as estruturas que realizam o acto reflexo, constituem um
arco reflexo. Ex: picada (estimulo mecânico) – receptor sensorial transforma o estímulo em
impulso nervoso.
As reacções nervosas automáticas e involuntárias que ocorrem como respostas a estímulos do
meio denominam-se Actos reflexos. Ou seja, Actos reflexos são comportamentos involuntários
em respostas a estímulos do meio. Ex: o lacrimejar quando se descasca uma cebola; a
contracção da pupila quando recebe luz em excesso e a sua dilatação quando a luz é pouca;
salivar quando se está com fome, etc.
Além de serem importantes para a sobrevivência, os actos reflexos permitem que o indivíduo se
defenda de algo que o possa prejudicar. Por exemplo, perante o contacto com algo quente ou
fogo, onde imediatamente acontece uma contracção dos membros.

7.4 Actividade Cerebral


O Cérebro tem grande importância, visto que é o centro onde chegam e são tratadas as
informações que nos permitem construir um conhecimento do mundo. É portanto, a sede da
memória, da aprendizagem, da sensibilidade consciente e da actividade motora. Quando há
lesões em certas zonas dos hemisférios cerebrais, ocorre uma paralisia em determinados
músculos do lado oposto do corpo.
No corpo humano há milhares de receptores sensórias onde partem as fibras sensitivas através
das quais a mensagem chega ao cérebro. Os órgãos de sentidos recebem constantemente,
através dos receptores sensoriais, informações sobre o meio ambiente a que chamamos
estímulos.
Receptores do organismo
Estímulo Localização Sensação
Luz Olho (retina) Visão
Substância química Língua, fossas nasais Gosto e olfacto
Calor Pele, órgãos internos Dor, sensibilidade
Pressão Pele Tacto, dor,
Vibrações mecânicas (ondas sonoras) Ouvido Audição

Os receptores visuais são células especializadas situadas na retina do globo ocular. Elas
transformam os estímulos num influxo nervoso que é conduzido pelas fibras dos nervos ópticos
até ao cérebro. Este transforma a impressão visual em sensação visual – desta forma pode ver a
imagem captada pelos receptores, tomando consciência dela.

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Nos receptores sensoriais auditivos, os sinais sonoros são detectados pelos


mecanorreceptores que existem no ouvido (canais semicirculares, nervo auditivo, tímpano e o
caracol). Os receptores sensoriais gustativos (papilas) e olfactivos (nervo olfactivo, células
olfactivas, fossas nasais) têm múltiplos quimiorreceptores que captam as modificações de
natureza química. No que toca á sensibilidade térmica, existem na pele cerca de 200 receptores
sensoriais diferentes. A sensibilidade da pele não é uniforme em todas as zonas que entram em
contacto com os objectos.
As informações recebidas nos receptores são transmitidas pelos nervos, pela medula e pelo
bolbo raquidiano ao cérebro, onde são integrados. Para que haja sensação, é necessário que
chegue às zonas de sensibilidade um influxo originado pela excitação ao nível dos receptores.

7.5 Actividade motora voluntária


No córtex cerebral há zonas de área motora importantes para a motricidade voluntária, que é
concretizada no organismo graças a uma decisão de vontade. O influxo nervoso começa na
zona motora e segue pelas fibras nervosas do bolbo raquidiano e medula espinal. A informação
que segue pelas fibras motoras vai pela raiz anterior até ao órgão efector – o músculo.

Num movimento voluntário intervêm muitas estruturas, entre as quais:


♦ O cérebro (área motora),
♦ As vias condutoras (bolbo raquidiano, medula espinal e nervos motores),
♦ Os órgãos efectores (músculos).

7.6 Agressões ao Sistema nervoso


As drogas, o álcool, o tabaco e o stress são factores externos que afectam o Sistema nervoso,
afectando a actividade dos neurónios.

Drogas
Algumas drogas, como a marijuana, a heroína e a cocaína, são classificadas como estimulantes,
depressivas ou alucinogéneas. As drogas actuam sobre as células nervosas, perturbando a
transmissão do influxo nervoso nas zonas de sinapses e acarretando efeitos negativos ao nível
do encéfalo. O consumo de drogas traz consigo altos riscos para a saúde – como hepatites e
SIDA – devido ao perigo de contágio através de seringas usadas e partilhadas. A tolerância as
drogas aumenta com a sua utilização.

Álcool
O consumo excessivo de álcool (alcoolismo) faz com que os actos reflexos se tornem mais
lentos e haja perda de equilíbrio, isto porque o álcool actua ao nível do cerebelo. Alcoolemia é a
quantidade de álcool presente, gramas, por litro de sangue.

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Tabaco
As substâncias contidas no tabaco têm a capacidade de excitar ou deprimir o SNC, modificando
o comportamento e a actividade motora. Um dos componentes do tabaco é a nicotina, que
provoca dependência.
A tolerância as drogas aumenta com a sua utilização. Tolerância é a necessidade sentida pelo
consumidor, de aumentar a dose para atingir os mesmos efeitos. A toxicodependência, ou
consumo de drogas, provoca perturbações físicas e psíquicas e problemas relacionados com a
vida social do indivíduo. Em situação de dependência, a interrupção do consumo de drogas
causa perturbações psíquicas e físicas que levam o sujeito a ficar possuído pelo desejo de
continuar a procura de drogas para consumir.

O stress
No dia-a-dia o homem está sujeito a problemas que o podem tornar impaciente, agressivo,
inseguro e ansioso (chamadas situações de stress).
- Stress é uma situação difícil que o organismo experimenta quando é submetido a inúmeros
factores ambientais ou psicológicos. Ex: o frio, calor, cansaço, doenças, acidente,
congestionamento, agressões, medo, emoções, problemas familiares, etc.
São problemas que podem tornar o homem impaciente, agressivo, inseguro e ansioso. Nestas
situações, a actividade do SN é intensa e pode em alguns casos, levar á depressão. O organismo
não se recompõe por completo mesmo após um período de repouso. A sua capacidade de reagir
as novas situações de stress diminui, o que conduz a um envelhecimento precoce do organismo.

Para reduzir o stress aconselhável se a cumprir algumas regras:


- Criar um bom ambiente, isto é, relacionar-se bem com outras pessoas;
- Praticar exercícios físicos com regularidade;
- Ter passatempo como: ouvir música, cantar, desenhar, caminhar…
- Ter um período de sono de 8 horas por dia.

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Tema 8 - Função Reprodutora


8.1 Puberdade e Maturidade dos órgãos sexuais
A pós a infância surge a puberdade, marcada pelo aparecimento dos caracteres sexuais. É na
puberdade que se começam a produzir espermatozóides (nos rapazes) e ovócitos (nas meninas)
e estarem assim aptos para a reprodução - Ocorrendo então, a maturação dos órgãos sexuais
(caracteres sexuais primários) e o aparecimento de características que acentuam as diferenças
entre os rapazes e as raparigas (caracteres sexuais secundários).

8.1.1 Caracteres sexuais secundários


► Nas meninas: aparecimento de pêlos nas axilas e na zona púbica; aumenta o tamanho dos
seios e acentuação da curvatura das ancas e o aparecimento da primeira menstruação
(menarca).
► Nos rapazes: dá-se o aparecimento da barba, de pêlos nas axilas e na zona púbica, observa-
se a mudança de voz (que engrossa), surge a primeira ejaculação (emissões de esperma).
Esta etapa marca o início da adolescência que é o período de profundas alterações biológicas e
psicológicas durante a qual os jovens adquirem as características morfofisiológicas do adulto.
Quando o adolescente toma consciência das transformações que ocorrem no corpo, é frequente
que fique confuso e que ponha em causa o seu papel face á família, ao ambiente escolar e á
sociedade. Nesta fase, é importante que os adultos se mantenham abertos ao diálogo,
disponíveis para ajudar os jovens a pensarem mais claramente e a tomarem decisões nesta fase
conturbada das suas vidas.

8.2 Anatomia do Sistema Reprodutor


O Sistema reprodutor feminino é constituído pelas gónadas, vias genitais e órgãos genitais
externos. E o sistema reprodutor masculino está constituído pelas gónadas, vias genitais,
órgãos genitais externos e glândulas anexas. Diferenças entre o Aparelho reprodutor
masculino e feminino:

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8.2.1 Sistema reprodutor masculino

Testículos – órgãos responsáveis pela produção dos espermatozóides (gâmetas masculinos) e a


Gónadas hormona sexual masculina. A Testosterona
- Epidídimos tubos que recobrem os testículos, onde ocorre a maturação dos espermatozóides
- Canais deferentes canais que conduzem os espermatozóides até á uretra
Vias genitais - Uretra canal que conduz a urina e os espermatozóides para o exterior.
- Escroto bolsa que contém os testículos
Órgãos genitais - Pénis órgão copulador por onde é expelido o esperma e a urina. É atravessado internamente pela uretra.
externos
- Vesículas seminais par de glândulas que produzem o líquido seminal (muco rico em Substâncias
nutritivas essências á deslocação dos espermatozóides) que constitui o esperma.
- Próstata glândula que produz o líquido prostático que assegura a sobrevivência e a mobilidade dos
Glândulas anexas espermatozóides.

O Sistema reprodutor masculino tem um funcionamento contínuo desde a puberdade até á


morte. O homem começa a produzir cerca de 500 milhões de espermatozóides por dia, desde a
puberdade até á sua morte.

8.2.2 Sistema reprodutor feminino

- Ovários órgãos responsáveis pela produção de óvulos (gâmetas feminino) e produção de hormonas
Gónadas sexuais estrogénio e progesterona
- Trompas de Falópio canais que ligam os ovários ao útero e que recolhem o óvulo, libertado
ciclicamente pelo ovário. Local onde ocorre a fecundação.
- Útero – órgão de parede muscular, revestido por um mucosa – endométrio, - na qual se fixa e
desenvolve o embrião em caso de gravidez (nidação)
Vias genitais - Vagina canal muscular que estabelece a comunicação entre o útero e o exterior do corpo
Vulva:
- Lábios pregas cutâneas com formação protectora. Os mais externos são os grandes lábios e os mais
internos são os pequenos lábios.
Órgãos genitais - Clítoris pequeno órgão muito sensível, situado na união dos pequenos lábios.
externos – Orifícios genital orifício que corresponde á abertura da vagina.

No Sistema reprodutor feminino ocorre um conjunto de processos cíclicos que só param


definitivamente na menopausa, que em média, é entre os 45 e os 55 anos. Quando uma bebé
nasce, possui já centenas de milhares de células – folículos ováricos – Os seus ovários poderão
originar óvulos, a partir da puberdade.

8.3 Fisiologia do Sistema Reprodutor: produção de espermatozóides


O Espermatozóide é uma célula constituída pela cabeça, onde se encontra o núcleo que
contém a informação genética que fará parte do novo ser, peça intermédia e cauda, flagelo que
lhe permite a mobilidade. A formação dos espermatozóides ocorre a partir da divisão de células
que se situam nas paredes dos tubos seminíferos que se encontram nos testículos.
Os espermatozóides são armazenados nos epidídimos e canais deferentes. Posteriormente,
quando eles se contraem, são lançados pela uretra juntamente com o líquido seminal
(segregado pelas vesículas seminais) e também com o líquido prostático (segregado pela
Próstata). O Esperma é constituído pelos espermatozóides, líquido seminal e prostático

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8.4 Ciclos sexuais na mulher


O Ciclo sexual ou ciclo menstrual compreende dois ciclos: o ciclo ováricos e o ciclo uterino.
Ciclo ovárico: ocorre nos ovários e consiste na Ciclo uterino: ocorre no útero e consiste na
formação mensal de um óvulo. preparação do endométrio para uma possível gravidez.

- Fase folicular – ocorre o desenvolvimento de vários - Fase menstrual – hemorragia resultante da ruptura dos
folículos, mas em cada ciclo apenas um atinge o estado de vasos sanguíneos e da descamação do endométrio. Dura cerca
maturação. Normalmente, tem uma duração de 14 dias. de 5 dias.
- Ovulação – liberta-se um óvulo para as trompas de Falópio. - Fase proliferativa ou de reparação – reconstituição do
Ocorre no 14º dia do ciclo. endométrio e vasos sanguíneos. Dura cerca de 9 dias.
- Fase luteínica ou do corpo amarelo – forma-se o corpo - Fase secretora – as glândulas do endométrio produzem
amarelo que degenera ou regride, se não ocorrer uma secreções. Dura cerca de 14 dias.
gravidez. Dura 14 dias.

O Ciclo sexual normal dura em média cerca de 28 dias; começa no primeiro dia da menstruação
e termina com o início da menstruação seguinte. Podendo variar com a idade e ritmo de vida,
stress, entre outros.
Resumindo:
- Fase da menstruação (vai de 4-5 dias) – período infértil
- Fase da formação de um novo óvulo (5-6 dias) - período infértil
- Fase da ovulação «maturação» (6-9 dias) – período fértil
- Fase da migração «das trompas até ao útero. Caso não haja fecundação, recomeça o ciclo (10-
11 dias) – período fértil.

8.5 Regulação hormonal dos Ciclos sexuais femininos e masculino:


►Na Mulher: O ovário produz hormonas que são lançadas pelo sangue até ao útero,
controlado assim a sua actividade. As hormonas aváricas (progesterona e estrogénio) – actuam
sobre a mucosa uterina e também são responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários. O funcionamento cíclico dos ovários também é controlado por hormonas, neste
caso produzidas pela hipófise. Por sua vez, a hipófise é controlado por hormonas produzidas
no hipotálamo.
►No Homem: Além de produzirem espermatozóides, os testículos também produzem a
hormona masculina (Testosterona) que é lançada no sangue. Esta hormona estimula o
crescimento dos órgãos sexuais e o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e é
também responsável pela estimulação da produção de espermatozóides. A produção de
Testosterona é controlada por hormonas da hipófise. Por sua vez, a Testosterona controla o
complexo hipotálamo-hipófise.

8.6 Fecundação e primeiras fases do desenvolvimento embrionário


- A Fecundação é a união de um óvulo com um espermatozóide, resultando um ovo zigoto,
que é a primeira célula do novo ser (zigoto). Ocorre nas trompas de Falópio.
- A Nidação ocorre, aproximadamente, 6 -7 dias após a fecundação e corresponde á
implantação do embrião nas paredes do útero.

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- A gestação humana dura, em media, 38 semanas e decorre no útero. Compreende o


desenvolvimento embrionário, até cerca das 8 semanas de gestação e o desenvolvimento fetal,
desde as 8 semanas até ao nascimento.
Durante a gestação desenvolvem-se estruturas que ajudam a manter o feto no útero da mãe até
ao momento do parto:
Placenta Estrutura que assegura as trocas entre o bebé e a mãe.
Cordão umbilical Estrutura que liga o bebé á placenta
Saco amoníaco Bolsa cheia de líquido onde se desenvolve o bebé e o protege dos choques
Liquido amoníaco Líquido que enche o saco amoníaco

8.6.1 Nascimento. Fases do parto


Um parto pode durar, em média, seis a dez horas e compreende as seguintes fases:
1ª Dilatação do útero – corresponde às contracções uterinas que levam á dilatação do colo do
útero.
2ªExpulsao – é o momento em que o feto passa pelo colo uterino e sai.
3ª Expulsão da placenta – ocorre cerca de 15 a 20 minutos após o nascimento.

8.7 Gravidez precoce e aborto.


A gravidez é o com junto de transformações que ocorre na cavidade uterina desde a fecundação
do óvulo até ao nascimento da criança.
Uma mulher corre o risco de ter uma gravidez indesejada se tiver relações sexuais (sem utilizar
métodos contraceptivos) durante o período fértil.
Embora do ponto de vista biológico, a adolescente possa engravidar, o seu organismo não está
preparado para tal. Porque o seu desenvolvimento fisiológico é ainda frágil. Poderá durante o
parto, sofrer uma intervenção cirúrgica (cesariana) ou fazer uma hemorragia causada por rotura
uterina, provocando a morte da jovem-mãe.
Para o bebé poderá ter peso insuficiente ao nascer, poderá desenvolver anemia, infecções por
má nutrição, complicações respiratórias e um crescimento deficiente, tudo isso, porque a mãe é
muito jovem e sem experiência de maternidade, não sabe cuidar muito bem do bebé,
aumentando assim a mortalidade infantil.
A gravidez precoce pode provocar graves problemas tanto para a rapariga como para os seus
familiares. Se ela for estudante, a gravidez provoca quase sempre a interrupção dos estudos e
diminui a oportunidade de encontrar no futuro um emprego bom para a sua sobrevivência.

8.7.1 O aborto
O aborto é a expulsão voluntaria ou involuntária do feto da cavidade uterina (útero) da mãe
durante a fase do desenvolvimento bem embrionário ou fetal.
Quando as adolescentes contraem uma gravidez precoce ou não desejada, sentem-se perdidas e
desesperadas. Nesta altura, a aflição leva muitas delas a provocar o aborto, que pode acontecer
em condições impróprias, o que pode causar a sua morte. O aborto realizado em domicílios
(casa de alguém) ou por pessoas inexperientes e em condições deficientes de assepsia (asseio)

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pode provocar grandes complicações, tais como: intoxicação do organismo, hemorragia.


Infecções que por vezes terminam na esterilidade ou morte da jovem-mãe.
NOTA: no nosso país, a prática do aborto não é autorizada «É ilegal». Muito cuidado! - O
aborto é uma das grandes causas de mortalidade das adolescentes. “Não pratiques”. Os rapazes e
as raparigas devem pensar seriamente antes de correrem o risco de procriarem numa relação
sexual desprotegida. Estes problemas, tanto se traduzem no plano emocional, social ou
económico.

8.8 Controlo da natalidade: métodos contraceptivos


Existem métodos, mecânicos ou químicos, que permitem o controlo da natalidade, podendo
assim o casal decidir sobre o número de filhos que pretendem ter e o intervalo entre os seus
nascimentos. Assim, será mais fácil proporcionar a criança um desenvolvimento harmonioso
com condições favoráveis, onde esta encontre amor, afecto, equilíbrio e segurança.
Os processos que permitem o planeamento dos nascimentos denominam-se métodos
contraceptivos. E o conjunto de processos que impedem que o casal evite uma gravidez não
desejada denomina-se contracepção.
Estes métodos podem ser naturais e não naturais:
► Naturais – baseiam-se no conhecimento do período fértil da mulher, pois ao conhecer o dia
da ovulação e sabendo que o tempo de vida de um espermatozóide é o de 4 dias e de um óvulo é
de 2 evita-se as relações sexuais durante esse período. São muito pouco eficazes. Exemplo:
- Métodos de Ogino ou do calendário = abstinência sexual (pode-se evitar a fecundação se o
casal abstiver ter relação sexual durante o período fértil.
- Métodos de temperatura = através do conhecimento da variação da temperatura do
organismo ao longo do ciclo.
- Métodos de Billings ou do muco cervical = permite detectar a altura da ovulação (tipo de
muco).
► Não naturais – recorrem á utilização de dispositivos mecânicos ou de barreira,
medicamentos com hormonas ováricas e a intervenção cirúrgica. Exemplos:
1- Mecânicos ou de barreira que podem ser:
- Dispositivo intra-uterino (DIU) – coloca-se no interior do útero.
- Preservativo masculino (coloca-se no pénis)
- Preservativo feminino (coloca-se na vagina)
- Diafragma (coloca-se na entrada do colo do útero)
2- Químicos que são: Pílula, anel vaginal, implante subcutâneo
3- Cirúrgicos (são definitivos):
- Vasectomia = intervenção cirúrgica feita no homem que bloqueia os canais deferentes,
impedindo a saída do espermatozóide durante a ejaculação.
- Laqueação das trompas de Falópio = intervenção cirúrgica feita na mulher que bloqueia as
trompas de Falópio, impedindo a chegada dos espermatozóides junto do óvulo.

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NOTA “O uso destes contraceptivos deve ser feito sob o conselho médico, porque as
substâncias que a contém actuam sobre outros órgãos, especialmente sobre o sistema
circulatório, podendo ter contra indicação”.

8.9 Importância do planeamento familiar


O planeamento familiar é uma programação de vida familiar do casal ou da mulher por si só,
em função das suas condições físicas, económicas, sociais. O casal decide o número de filhos
que quer ter, em que momento da vida deseja tê-los e o espaçamento necessário entre eles. O
planeamento familiar permite assim a mulher ou o casal controlar os nascimentos dos filhos,
utilizando os métodos contraceptivos que mais lhes convierem.

8.10 Infecções sexualmente transmissíveis (ITS)


O contacto sexual pode transmitir algumas doenças infecciosas provocadas por vírus, bactérias
e outros microorganismos; são as doenças venéreas, ou doenças sexualmente transmissíveis,
que se manifestam por uma serie de sintomas e que podem propagar-se rapidamente se não
houver prevenção. Entre as infecções sexualmente transmissíveis encontram-se:
ITS Descrição Formas de Alguns sintomas
contágio
- Infecção provocada pelo vírus HIV, que ataca o Gânglios inflamados, perda
SIDA (síndrome da sistema imunitário. Não tem cura. Via sexual, de peso, doenças da pele.
imunodeficiência sangue, mãe para
adquirida) filho, objectos
contaminados…
Infecção provocada pelo vírus que ataca o Via sexual, Fadiga, perda de apetite e
Hepatite B fígado. Há prevenção através de vacina. sangue, saliva, olhos amarelos.
lágrimas, urina,
fezes, mãe-filho
- Infecção provocada por uma bactéria em que Erupções avermelhadas em
surgem feridas na região infectada (pénis, vulva, todo o corpo
Sífilis vagina), podendo evoluir atingindo outros Via sexual
órgãos. Tem cura.
- Infecção provocada por uma bactéria. A - Na mulher:
bactéria cresce em áreas quentes e húmidas do Dor ou ardor ao urinar
corpo, como a uretra. Em mulheres, bactéria Incontinência urinária
pode ser encontrada no sistema reprodutor. A Corrimento branco - amarelo,
bactéria pode se desenvolver até mesmo nos semelhante ao pus.
olhos. Tem tratamento com antibióticos - No homem:
Gonorreia Via sexual Dor ou ardor ao urinar
Febre baixa
Corrimento amarelo.
Semelhante ao pus, vindo da
uretra.
- Infecção provocada por um vírus e que se
caracteriza pelo aparecimento de feridas Via sexual, beijo Borbulhas
Herpes genital dolorosas na área genital. Não tem cura nem
vacina.

Elaborado pela professora: Amélia Lopes

3ª edição: 2021/2022

Fontes: Manual de Biologia da 8ª classe; Atlas do corpo humano.

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