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• Você acredita que é ético, da parte da empresa, exigir contratos de

confidencialidade que devam ser cumpridos pelos funcionários mesmo após a sua
demissão? Em caso afirmativo, você acredita que esses contratos são válidos
mesmo ao retirar a liberdade do funcionário de permanecer atuando na mesma
área em empresas concorrentes?

• Para você, quais são os limites da confidencialidade dos segredos de uma empresa
que devem ser respeitados pelos funcionários dela durante e após a execução de
suas atividades? Como você acha que devem ser tomados os devidos cuidados
para o controle seguro dos segredos de uma empresa sem impactar de modo
significativo na carreira do profissional envolvido?

• Você acredita que políticas severas de confidencialidade possam limitar a


disseminação do conhecimento e a consequente evolução de novas e melhores
tecnologias? Qual a importância das patentes dentro deste contexto?

• A confidencialidade pode ser vista sob duas perspectivas, política e


técnica/científica. Você acredita que as medidas adotadas para cada um dos tipos
devem ser as mesmas? Por exemplo, caso lhe seja pedido a confidencialidade a
respeito de esquemas de corrupção interna ou qualquer outro fator que ultrapasse
os limites dos seus princípios (abuso de funcionários, políticas não sustentáveis),
você aceitaria manter estes segredos em troca de manter o seu emprego ou de
receber vantagens sobre eles (participar do esquema, receber propinas)? Em caso
contrário, você revelaria estes segredos?

• Seguindo a vertente do tópico anterior, vamos supor que você trabalhe para uma
grande empresa de refrigerantes e lhes são confiados os segredos da fórmula do
produto desta empresa. A empresa concorrente, com o objetivo de ganhar mais
mercado, lhe oferece um emprego ocupando a mesma função, no entanto, te
oferecendo mais dinheiro com a esperança que você entregue os segredos da
fórmula da outra empresa. O que você faria, recusaria a oferta de emprego?
Aceitaria a oferta mas não revelaria os segredos? Revelaria os segredos?

Obs: A resenha deverá ter no mínimo 400 palavras e pode ser digitada ou manuscrita.

R:
O texto trata sobre a questão vital da confidencialidade no âmbito profissional,
enfatizando-se especialmente a obrigação essencial de guardar com discrição
informações consideradas cruciais para garantir uma maior competitividade entre as
organizações. Questões éticas e legais são suscitadas pela temática que envolve contratos
de sigilo. Dentro desse contexto há questionamentos sobre sua validade contratual junto
aos possíveis riscos envolvendo essa cláusula restritiva à evolução
acadêmica/profissional dessas pessoas além da interligação encontrada com respeito à
divulgação/propagação, conhecimentos técnicos-científicos (afetos ou não às
descobertas).

A questão da ética surge quando se trata da exigência de contratos de


confidencialidade pela empresa. Nesse sentido, é crucial encontrar o ponto ideal para
equilibrar os interesses empresariais legítimos e o direito à liberdade do colaborador.
Assim, considero ético existir o contrato de confidencialidade mesmo após a demissão,
dessa forma, a empresa consegue manter seus padrões de qualidade sem serem vazados,
todavia, esse tipo de acordo é necessário ter cláusulas onde deixe de forma clara e
detalhada todos os itens que são confidenciais. Assim, se torna necessário a manutenção
desse contrato para o colaborador que não está mais presente da empresa, fixando um
período onde ele não poderá fazer o uso dessa informação. Essa ideia se baseia na Lei Nº
9.279 que fala sobre a propriedade industrial.

Existem também os limites da confidencialidade, que podem ser considerados


uma questão sensível. No âmbito da competição empresarial, guardar sigilo sobre
informações estratégicas desempenha um papel crucial, desde que haja uma definição
bem clara do conceito de confidencialidade. Logo, os cuidados a serem tomados acredito
que deveriam ser feitos durante o ato de contratação do profissional, antes do mesmo
saber sobre os segredos técnicos da empresa, dessa forma, deixando claro as cláusulas e
deveres dele é possível minimizar os problemas que poderiam acontecer após o
desligamento do colaborador da empresa, tendo em vista, que desde o início ele tinha
ciência desse comprometimento. Todavia, esses fatores devem se limitar exclusivamente
a itens de processos e fórmulas da empresa, pois se o profissional não puder aplicar a
experiência que adquiriu nesse tempo, acaba prejudicando a sua evolução.

Com as políticas rigorosas de confidencialidade, surge uma preocupante restrição


na disseminação do conhecimento e no progresso tecnológico. Em áreas dedicadas à
pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico, onde a capacidade de inovar deve
ser preservada em todo momento; encontrar um meio termo entre manter segredos
comerciais importantes intactos enquanto se incentiva parcerias colaborativas pode ser
determinante. Dentro dessa perspectiva, as patentes possuem grande importância ao
garantir amparo legal e promover o compartilhamento restrito das descobertas.
A confidencialidade, seja de natureza política ou técnica/científica, exige medidas
distintas. No entanto, a ética deve prevalecer em ambas as perspectivas, nessa situação de
manter em segredo, abuso de funcionários, políticas não sustentáveis, o Código Penal
configura isso como corrupção passiva imprópria, onde o indivíduo omite o ato da
corrupção. Além disso, com a existência de propina é configurado como corrupção
passiva. Portanto, nenhum segredo nesse viés seria mantido, mesmo se gerasse o
desligamento da empresa.

No cenário hipotético envolvendo a oferta de emprego em uma empresa


concorrente, a decisão do profissional deve ser guiada por princípios éticos. Considerando
que a empresa concorrente apenas faça uma proposta comum sem segundas intenções
consideraria aceitar, entretanto, se existisse esse item de revelar os segredos da última
indústria será contra a lei de direito autoral (lei 9.610/98), lei de propriedade industrial
(lei 9.279/96) e estaria quebrando o contrato de confidencialidade, assim a primeira
empresa poderia acionar o jurídico a qualquer momento. Portanto, não aceitaria a
proposta se a intenção fosse revelar os segredos.

Em conclusão, a confidencialidade no ambiente profissional é um tema complexo,


envolvendo questões éticas, legais e práticas. Contratos de confidencialidade são válidos,
desde que equilibrados e proporcionais. A delimitação dos limites, a consideração da
evolução tecnológica e a ética devem guiar as práticas de confidencialidade, garantindo a
proteção dos interesses empresariais sem comprometer a integridade profissional.

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