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FAVENI

FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

INTELIGÊNCIA POLICIAL

FÁBIO LUIZ TEIXEIRA PIMENTEL

INTELIGÊNCIA POLICIAL APLICADA À GUARDA MUNICIPAL

BOM JESUS DO ITABAPOANA, RJ


2022
INTELIGÊNCIA POLICIAL APLICADA Á GUARDA MUNICIPAL

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos
autorais.

RESUMO- O Artigo visa demonstrar a importância da utilização do Serviço de Inteligência


Policial nos órgãos de Segurança Pública e seus operadores, especificamente tratarei
da Instituição Guarda Municipal, incluída no Susp (Sistema Único de Segurança
Pública), onde apesar de pouco valorizada, é de extrema importância na segurança
Pública, principalmente no âmbito do policiamento preventivo comunitário, pois
certamente é a Instituição que se encontra mais próxima do cidadão.
Quando se diz utilização da inteligência por esta corporação, não se trata de serviço
de investigação, o intuito do serviço de inteligência é muito mais amplo e diversificado,
abordarei sua utilização no artigo abaixo, porém encerro este resumo ressaltando a
valorosa contribuição desses “guerreiros” guardas municipais, muitas vezes
discriminados e desvalorizados pela população, e pior pela sua própria corporação.

PALAVRAS-CHAVE: Inteligência Policial, Segurança Pública, Guarda Municipal.

ABSTRACT- The article aims to demonstrate the importance of using the Police
Intelligence Service in Public Security agencies and their operators, specifically I Will
deal with the Municipal Guard Institution, included in the Susp (Single System of Public
Security), where despite being little valued, it is of extreme importance in public security,
mainly in the scope of community preventive policing, as it is certainly the institution that
is closest to the citizen.
When it comes to the use of intelligence by this corporation, it is not an investigation
service, the purpose of the intelligence service is much broader and more diverse, I Will
address its use in the article below, but I will close this summary by highlighting the
valuable contribution of these “warriors” municipal guards, often discriminated against
and devalued by the population, and worse by their own corporation.

KEYWORDS: Police Intelligence, Public Security, Municipal Guard.


DEDICATÓRIA

Apesar de não estar previsto a parte da dedicatória, não poderia deixar de


aproveitar a oportunidade de dedicar este trabalho a meu saudoso pai, que fez sua
partida em 2021, ao 2º Sargento reformado do Exército Brasileiro Antônio Ruy Pimentel.
Iniciou sua carreira em 1965, integrando o Regimento Escola de Infantaria, na
Vila Militar do Rio de Janeiro, onde integrou diversos órgãos, dentre eles o extinto SNI
(Serviço Nacional de Inteligência), mesmo que por um período curto.
A você meu pai, meu herói, meu amigo, minha referência, dedico este trabalho.

INTRODUÇÃO:

Desde o início da humanidade, a utilização da inteligência se fez necessário para sua


evolução, nossos ancestrais tiveram de desenvolver métodos de inteligência voltados a
emboscada, aprimoramento de armas e ferramentas.
Antigos impérios como os Hunos, Mongóis, Romanos, Chineses, Gregos e Franceses
(Napoleão), Alexandre da Macedônia, dentre outros, se utilizaram da estratégia e
inteligência para ampliarem seus domínios.
Hoje em se tratando de inteligência policial, o operador de segurança pública deve
sempre estar se aprimorando no serviço de inteligência, para que tenha êxito em suas
operações, tendo em vista que o crime organizado cada dia mais se especializa, e na
“velha caça de gato e rato”, às vezes o “gato” tem levado a melhor.
Por isso a importância do aparelhamento dos operadores de segurança pública,
principalmente na parte de inteligência, para o alcance do sucesso em suas operações.
Dentre as forças de segurança pública, resolvi focar naquela que faço parte desde
2001, a Guarda Municipal.

1 DESENVOLVIMENTO

O termo inteligência em sua etimologia deriva do latim Intus Legue, que significa
ler dentro, penetrar, compreender a fundo.
No ramo policial, a atividade de inteligência na Segurança Pública, é o
instrumento de resposta e o apoio de combate a todo tipo de violência, principalmente
aos de alta complexidade, é a produção de conhecimento para o auxílio da decisão,
levantando dados e informações.
É a inteligência que vai atrás da informação, e a transforma em conhecimento, e
o comando por sua vez decide se há conhecimento suficiente para a tomada de
decisão, ou seja, a inteligência antecipa os fatos.
O serviço de inteligência é essencial, principalmente à Soberania do País.
A inteligência no Brasil está regulada pela Lei 9983/99, que trata do Sistema
Brasileiro de Inteligência (SISBIN), e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
Os serviços de inteligência são órgãos do Poder Executivo, que trabalham
prioritariamente para os Chefes de Estado, de Governo, e ainda para outras
autoridades da Administração Pública. São organizações que desempenham atividades
ofensivas e defensivas na área da informação.
Sobre a inclusão das Guardas Municipais no âmbito da Segurança Pública:
- As guardas municipais surgiram ainda no Brasil Colônia, e serviam para a
proteção das propriedades, e zelar pelas Capitanias. Posteriormente passaram a
desempenhar um papel de policiamento ostensivo, onde posso citar a Força Pública de
São Paulo, e se você pesquisar nos convocados para lutar na Segunda Guerra
Mundial, lá haverá Guardas Civis, principalmente de São Paulo. Durante o Regime
Militar essas forças foram militarizadas e suas responsabilidades transferidas aos
Estados Federativos.
Com a insuficiência dos Estados em prover sozinhos por uma segurança pública
decente, fez-se necessário a participação dos municípios, criando suas guardas
municipais, agentes uniformizados, de caráter civil, inseridos lá no Art. 144 §8 da CF.
A princípio, designada a zelar pelos bens e instalações públicas municipais, mas
aos poucos essas atribuições foram ampliadas, principalmente com o advento da Lei
Federal 13.022 de 08 de Agosto de 2014, criando o Estatuto Geral das Guardas
Municipais, onde em seu capítulo II, art.3º, diz que são princípios mínimos de atuação
das Guardas Municipais: proteção dos direitos humanos fundamentais; do exercício da
cidadania e das liberdades públicas; prevenção da vida, redução do sofrimento e
diminuição das perdas, patrulhamento preventivo, compromisso com a evolução social
da comunidade e o uso preventivo da força.
Sobre a utilização do Serviço de Inteligência pelas Guardas Municipais:
Com o aumento massivo da criminalidade no País, muitos Prefeitos municipais,
criaram suas guardas municipais, e o que era para ser somente a Proteção de seus
bens e instalações municipais, foram adquirindo, e com isso se fez necessário a
implantação de meios de prevenção, assim como a especialização de seus agentes, e
dentre essas especializações, o serviço de inteligência policial.
A atividade de inteligência desempenha um papel essencial nas organizações de
segurança, pois na atual sociedade da informação, quem possui conhecimento, avança
muito mais do que àquele que não possui.
Apesar da atividade de inteligência ser uma valiosa ferramenta para a
elaboração de políticas públicas voltadas à Segurança Pública e para tomadas de
decisão, esta ainda não está presente em muitas instituições municipais de Segurança
Pública, pois ainda há pouquíssimos investimentos nas guardas municipais, em se
tratando do serviço de inteligência.
É essencial o investimento do setor público nas suas guardas municipais,
quando se trata de infraestrutura, capacitação, salários dignos, equipamentos e, em
setores de informações e inteligência.
O decreto 4.376/2002, que dispõe sobre a organização e o funcionamento do
Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), diz o seguinte em seu art. 2º “[...] entende-se
como inteligência a atividade de obtenção e análise de dados e informações e de
produção e difusão de conhecimento, dentro e fora do território nacional, relativos a
fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a ação
governamental, a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado (Brasil, 2002)”.
Sendo o papel da guarda municipal, a “grosso modo” a proteção dos direitos
humanos fundamentais e a preservação da vida por meio do patrulhamento preventivo,
a atividade de inteligência compreende também [...] “a coleta e análise de informação
para elaboração de um produto final-conhecimento-criado para instrumentar o processo
decisório da gestão policial, tanto através da análise criminal quanto estratégica”
(Dantas, 2203, p.1).
Dessa forma, o serviço de inteligência da Guarda Municipal, munidos de
documentos confiáveis e válidos, pode propor ação estratégica mais apropriada.
Tendo em vista que a maioria dos profissionais da instituição Guarda Municipal
são “nativos” ou residem na localidade, passam assim a ter um maior vínculo com a
população, e dessa forma possuem informações privilegiadas e de extrema importância
para a politica de segurança pública.
A Lei 13.675 de 11 de Junho de 2018 cria a Politica Nacional de Segurança
Pública e Defesa Social (PNSPDS), e institui o Sistema Único de Segurança Pública
(Susp).
Em seu Art.9º elenca a composição do Susp, e dentre eles, lá esta a Guarda
Municipal.
Nessa legislação, além de assegurar o compartilhamento da atividade de
inteligência, prevê:
-Art. 10º: A integração e a coordenação dos órgãos integrantes do Susp dar-se-
ão nos limites das respectivas competências por meio de:
I- operações com planejamento e execução integrados;
II- Estratégias comuns para atuação na prevenção e no controle qualificado de
infrações penais;
III- Aceitação mútua de registro de ocorrência policial;
IV- Compartilhamento de informações, inclusive com o Sistema Brasileiro de
Inteligência;
V- Intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos;
VI- Integração das informações e dos dados de Segurança Pública por maio do
Sinesp (Brasil, 2018).
Pode-se notar a preocupação do documento referente a produção e a difusão do
conhecimento produzido pela atividade de inteligência entre os órgãos que os integra.
Em seu planejamento organizacional que as guardas municipais estão realizando
para se integrarem ao Susp, há de se criar, efetivamente, o setor de inteligência.
Em virtude desta política, a guarda municipal, ainda de forma tímida, passou a
criar setores específicos e especializados de inteligência, na esperança do intercâmbio
de conhecimentos, informações, do melhoramento estrutural e de suas ações
gerenciais, operacionais e administrativas.
Apesar do avanço nas legislações que facilitaram e permitiram este intercâmbio
com os demais órgãos da segurança pública, no que se trata as guardas, não houve o
avanço esperado, pois apesar de cooperar e fornecer as informações que possuem,
não recebem o retorno esperado dos outros órgãos, pois ainda há grande dificuldade
nesta troca, seja devido a própria instituição (comando) Guarda Municipal, seja de
outros integrantes do Susp.
No mundo atual cada vez mais tecnológico, conhecer e trabalhar essas novas
tecnologias é de fundamental importância, sejam elas para o desempenho institucional
como a segurança de seus integrantes.
Para que as Guardas Municipais estejam em constante evolução, necessitam
conhecer e se atualizar a esta nova era tecnológica e informacional, pois senão
ficaremos sempre um “pé atrás” da criminalidade, cada vez mais aperfeiçoada.
Para que as guardas municipais obtenham informações seguras e verídicas, a
fim de gerenciar sua corporação em qualquer área, e assim poder gerenciar tomadas
de decisões coesas e seguras, decisões estratégicas e com fidelidade dos fatos, é
essencial a criação do Núcleo de Inteligência em sua corporação (Guarda Municipal).
Todos os órgãos de segurança pública deveriam constituir sua unidade de
inteligência, para a coleta de dados, filtrá-los, armazená-los, transforma-los em
informações úteis e precisas.
No que tange a Guardas Municipais, a Secretaria Nacional de Segurança Pública
(SENASP), vem estimulando a criação e o aperfeiçoamento de núcleos de inteligência,
fornecendo cursos de Introdução à Atividades de Inteligência Institucional, onde orienta
como criar, manter e seu funcionamento no âmbito das guardas municipais.
E o porque da importância de um núcleo de inteligência nas guardas municipais,
pois além de fornecer diversas informações precisas sobre questões cruciais para a
decisão do comando, também é de relevada importância para o restante da corporação,
levando seus integrantes a desenvolverem ações mais precisas e seguras, além é claro
de um maior intercâmbio entre instituições elencadas no Sistema Único de Segurança
Pública (Susp).
A funcionalidade de um núcleo, ou setor de inteligência nas guardas municipais é
muito mais abrangente do que imaginamos, pois sua atividade pode variar desde a
mapeamento de áreas de atuação, a decisões sobre criação de determinados postos
de serviço, estudo sobre operações de risco, desordem local, avaliar identificar,
acompanhar as ameaças das situações das atividades e competências da instituição, e
por final, para que as tomadas de decisão sejam precisas e coesas.
Outro fator importante de salientar, que o papel “investigativo” (dentro de suas
atribuições), com a utilização de ferramentas tecnológicas corretas, possibilita a criação
de um banco de dados, que podem alimentar a estatística da corporação, como a troca
de informações com outros setores institucionais, como corregedoria, ouvidoria,
administrativo e operacional, sendo assim de suma importância em toda pirâmide
institucional (Guarda Municipal), pois suas informações são de alta relevância a toda
sua rotina de trabalho.
Com base no entendimento do delegado de polícia aposentado, consultor de
inteligência, escritor e professor, Dr Carlos Ferro, uma das maiores autoridades no
assunto sobre inteligência, diz em um artigo: “A inteligência policial é a atividade que
objetiva a obtenção, análise e produção de conhecimentos de interesse da segurança
pública, sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência da criminalidade,
atuação de organizações criminosas, controle de delitos sociais, assessoramento às
ações de polícia judiciária e ostensiva por intermédio de análise, compartilhando a
difusão de informações”.

CONCLUSÃO
Por este contexto vemos que a inteligência policial, é responsável por buscar e
produzir os conhecimentos necessários a fim de avaliar as ações dos operadores de
segurança pública, dentre eles a Guarda Municipal, como órgão integrante do Susp.
Reconhecer a essencialidade deste recurso deve ser eminente a todos os
municípios da Federação que tem criada sua guarda municipal, pois é claro e evidente
que esta instituição, para muitos base da pirâmide da segurança pública.
Além de dar um direcionamento preciso ao ordenamento das atividades da
corporação, cria-se esse intercâmbio entre instituições sejam elas no âmbito, Municipal,
Estadual ou Federal, o que infelizmente não ocorre na maioria das vezes, pois é
comum a guarda municipal fornecer informações relevantes a cada ente federado,
porém, não receber informações voltadas a questão de sua atribuição ocorre com
frequência, onde vale salientar que existem informações desenvolvidas pela Guarda
Municipal que só diz respeito ao município, porém através do Sistema Brasileiro de
Inteligência (Sisbin), o que pode e deve ser compartilhado, que seja compartilhado, pois
o resultado final é o mesmo, o COMBATE À CRIMINALIDADE.

REFERÊNCIAS
-http://www.jusmilitaris.com.br

- https://www.pt.wikipedia.org
- https://www.centraljuridico.com.br
- https://www.planalto.gov.br
- https://www.rbi.enap.gov.br
- https://www.facebook.com/diarionacionalazulmarinho/post/1804706916314005/

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