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FGVIDT

Fundação Getúlio Vargas

Comércio Exterior

Marcus Vinicius Galvagni da Silva


T01

Harvard Case Studies

7 de Dezembro de 2022
FGVIDT

Questão 1
A estratégia da China para se inserir na globalização foi a mesma utilizada por
outros países asiáticos: dentro da divisão internacional do trabalho, foi uma nação
que optou por produção local e salários menores para atrair capital, visando assim
saldo positivo na balança comercial. O que acontece agora é que as economias
desenvolvidas não consideram como aceitável esse tipo de abordagem. Existe
uma derrubada indireta dos salários dos trabalhadores em países desenvolvidos
por causa dessa atitude chinesa. O que acontece é que, quando os EUA ameaçam
a China com uma guerra comercial, a mensagem é sempre na linha de "ou é feito
um aumento nos salários dos trabalhadores apreciando o câmbio, ou haverá
imposição tarifaria das importações". Sendo assim, a China terá que mudar a
orientação do crescimento obtido, ou seja, uma mudança da economia baseada
em exportação para uma economia baseada no consumo.

Baseando-se no estudo de caso Guerras Cambiais (Laura Alfaro – Hillary White),


conteúdos da disciplina Negócios internacionais e pesquisas realizadas, disserte
sobre tais acontecimentos e o que isso representaria para o mundo, bem como os
reflexos para o Brasil.
A desvalorização do yuan poderia ser entendida como um sinal de Pequim de que
vai enfrentar de forma mais aguerrida as posturas dos EUA no comércio
internacional. Neste contexto considerando a baixa margem de manobra da China
avalie os reflexos da desacerelação de sua economia.

A China integra um bloco econômico com o Brasil e outros países emergentes.


Logo, muitos investidores tendem a negociar diretamente com o bloco ou traçarem
acordos com o bloco de países. Dessa maneira, quaisquer atitudes tomadas por um dos
integrantes respinga nos outros. Quando a China desvaloriza a sua moeda pensando
em aumento de exportações e, consequentemente, da balança comercial, ela acaba
gerando um movimento de desvalorização monetária de todo o BRICS ou tomando à
frente dos países com os quais tem relações porque toma a dianteira do comércio
internacional. Por isso os EUA demandam uma abordagem conjunta de economia
voltada para consumo e exportação, para ver se a China paga melhores salários aos
seus e se o restante da comunidade internacional propõe novos parceiros comerciais.
Outro ponto importante é que, ao se colocar como fornecedor de tudo, o mundo
fica dependendo da logística chinesa e, em situações adversas, como da pandemia da
covid e da compra de vacinas; quando há um só produtor, os compradores veem no
atraso da entrega a perda de vidas.
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Questão 2
Esta questão busca avaliar o conhecimento através de análise da política
Internacional. Para responder a questão abaixo, você deve redigir um texto,
contextualizando tal cenário:
- Supondo uma guerra cambial, onde cada país derrube os juros simultaneamente,
o que poderia ocorrer com a liquidez global. Diante este acontecimento o que
seria necessário avaliar e contrapor?
Liquidez é a capacidade de transformar um ativo em dinheiro. Portanto, uma
derrubada generalizada nas taxas de juros levaria a um movimento frenético para
retirada de poupanças, o que prejudicaria seriamente a liquidez das instituições
financeiras, que precisam de boas reservas para concessão de crédito. Essa medida,
sem dúvida, levaria à bancarrota vários agentes do mercado, porque não haveria
pessoas contratando empréstimo, apenas sacando os valores que emprestaram.
Questão 3
O economista Paul Krugman, autor de renomados livros na área, leciona Relações
Internacionais na Universidade Princeton nos Estados Unidos. Revolucionou a
teoria do comércio internacional que vigorava na década de 1970 a qual
determinava os efeitos do livre mercado e da globalização, assim como as forças
dominantes por trás da urbanização mundial. Tal teoria vigorava sobre o comércio
entre os países e baseada na hipótese de que os mercados funcionavam bem
sozinhos, seguindo a linha de pensamento de que os mercados se autorregulam e
que defende a mínima intervenção por parte dos agentes governamentais. Não só
isso, mas também a visão clássica de Bertil Gotthard Ohlin, conhecida como
"Teoria das Vantagens Comparativas".
Baseado na visão de Paul Krugman e Bertil Gotthard Ohlin, discorra o por que o
comércio internacional é dominado pelos países desenvolvidos.
O comércio internacional é bom para todos os países? Avalie.
Seguindo a visão de Krugman, os países desenvolvidos utilizam-se muito da
produção em escala, aproveitando-se dos custos fixos que são iguais para produção de
um item ou de milhares. Essa visão da produção em escala é possível se o empresário
tem muito capital com que contar para as primeiras operações. É justamente aí que
pode entrar o governo, ele pode ser esse agente fomentador, que dará atenção a
pequenas regiões, resolvendo seus problemas para que o mercado siga a partir dali,
sozinho.
Na ótica de Ohlin, cada país produz o que lhe sobje em matéria-prima e importa
aquilo que lhe falta. No entanto, o Brasil, grande exportador de commodities, também
importava muitos alimentos até meados do século passado. Se os países
permanecerem nessa visão de que devem importar tudo o que não têm acesso à
tecnologia para produzir, aí sim os países pobres tendem a ficar mais pobres e o
comércio internacional estaria fadado à distinção pesada entre nações desenvolvidas e
subdesenvolvidas.
Mas seguindo o pensamento de Paul Krugman, o governo tem essa capacidade
holística do território e pode usar do orçamento para fazer pontuais intervenções em
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locais necessários ou estratégicos para o bem-estar nacional.

Questão 4
Basta abrir os portais de notícia, assistir à televisão ou ouvir o rádio para perceber
que o momento é bastante agitado para a economia e política brasileira. O atual
governo (Bolsonaro) se encaminha para o final do primeiro ano e, durante esse
período, muita coisa aconteceu. Apesar de todos os ocorridos, o momento de
crise na economia e política não se limita ao Brasil. Diferentes acontecimentos em
diversos países fazem com que o momento global esteja conturbado. Além das
situações internas de cada uma dessas nações, o relacionamento entre elas acaba
impactando no cenário internacional. Atualmente, diversas reformas sociais,
políticas e econômicas estão sendo discutidas. Entre elas estão a reforma
trabalhista e a privatização de entidades governamentais. Além disso, o aumento
das queimadas na Amazônia e o posicionamento pró-EUA do presidente Jair
Bolsonaro afetou o relacionamento do Brasil com outros países.
Porém, as crises que enfrentamos hoje são reflexos de diversas ações e
estratégias de diferentes governos brasileiros. Empresários, investidores e
empreendedores passam por uma fase de muitas incertezas diante desse cenário.
Com tantas tomadas de decisões e novos acontecimentos permeando as relações
com outros países, é preciso compreender como tudo isso afeta os negócios
brasileiros.
A forma como a economia se molda está diretamente relacionada aos
acontecimentos políticos nacionais e internacionais. Para compreender o
momento atual do Brasil no que se refere à situação político-econômica, é
necessário voltar alguns anos e entender a trajetória que nos trouxe até os dias de
hoje.
Por meio da contextualização política e econômica, como tais crises mundiais
impactam as empresas em nosso país?

O Brasil possui muitas empresas multinacionais e, além disso, tem relações comerciais
com várias outras nações, por isso o que acontece fora do país impacta aqui dentro.
Vivemos uma economia conectada. Para a fabricação de um único produto, podem-se
usar insumos de vários países diferentes e o público final pode ser de um terceiro
Estado.
Crises em países mais desenvolvidos pode afetar nossa balança comercial e a de outros
países emergentes, que são os produtores de alimentos ou commodities. Crises nos
países dos mesmos blocos econômicos ou parceiros do Brasil também afetam as
empresas nacionais, que podem sofrer sanções ou elevações tarifárias como formas do
mercado estrangeiro proteger os empresários locais.
Entretanto quando se trata de crises econômicas, é certo que os países viverão, de
alguma ou outra forma, os mesmos desafios, diferentemente de quando as crises são
políticas ou diplomáticas; pois em vez de fazer os países convergirem para uma medida
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cooperativa internacional, fará com que eles divirjam e se segmentem em grupos
menores e infensos.

Questão 5
O poder de barganha oscila entre governo e firma ao longo do tempo.
No início da negociação, o governo pode ter maior influência e poder,
principalmente sobre questões de regulação e em face do número de
concorrentes no segmento de mercado.
Entretanto, essa influência pode migrar para a firma uma vez que as operações se
iniciem.
Esse fluxo de poder pode ocorrer da forma inversa, quando a firma barganha para
se estabelecer em um país e, depois de instalada, o governo retira os incentivos
fiscais e se torna mais rígido com relação à política tributária “barganha
obsolescente”.
O fato é que os Estados estão perdendo o poder para implementar políticas
independentes e agora precisam dominar o jogo da barganha triangular.
A habilidade de gerenciar múltiplas agendas simultaneamente é essencial tanto
para governos quanto para empresas.
Por outro lado, a experiência indica que estratégias brilhantementes concebidas,
mas não implementadas eficazmente, podem resultar em perdas para os
acionistas. Assegurar a concepção e a execução de estratégias é talvez o mais
importante fator para o sucesso organizacional.
Portanto, o risco de separar essas agendas é muito alto para ambos.
Diante tais fatos, comente qual seria o comportamento político e estratégico das
multinacionais e sob que condições as estratégias governamentais afetam as
estratégias de negócios das firmas.
As multinacionais são um fenômeno do mundo globalizado, elas ajudam no
desenvolvimento de mercado em países mais pobres e são, muitas vezes, a principal
fonte de emprego; destarte são de uma importância incontestável. Tamanho holofote
também tem o lado dos riscos, pois essas empresas que trazem modelos de governança
estrangeira podem ir de encontro com outras culturas e costumes.
As multinacionais podem também ter maiores receitas do que o PIB de algumas
regiões e concentrarem, dessa forma, todo o poder consigo, obrigando os governantes e
serem flexíveis e auxiliares para o bom funcionamento delas. Então, é como se o
empresário chegasse ao governante e dissesse: “tenho essa quantidade de empregos
para oferecer, esses investimentos para atrair, essas melhorias para oferecer...”
declarações que forçariam o governo a ceder incentivos fiscais.
Por outro lado, tiranias podem estatizar empresas multinacionais, apropriarem-se
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dos equipamentos e concentrar o poder de volta. Certamente, além de um grande
estudo político e socieconômico do lugar em que se pretende operar, essas instalações
multinacionais devem contar também com um trabalho diplomático por trás para colocar
na balança as vontades e as garantias.

Bibliografia

Apostila – Comércio exterior


Material Complementar da Unidade
Aulas – Comércio Exterior
https://www.suno.com.br/artigos/guerra-cambial/

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