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1. QUESTÃO
Exemplo:
Desde novembro de 2014 a novembro de 2017, se o inquilino não as pagar e caso vá para
tribunal, entrada do processo em maio de 2020.
Questão 1:
Os 5 anos de renda suspendem a partir de maio de 2020?
Questão 2:
O inquilino é condenado, em Janeiro de 2021?...
Questão 3:
2. ENQUADRAMENTO JURÍDICO
3. NORMAS APLICÁVEIS
Artigo 7.º da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março, alterada pela Lei n.º 4-A/2020, de 6 de
Abril.
4. PARECER JURÍDICO*
Porém, no pressuposto de que estarão em dívida rendas vencidas e não pagas no âmbito
de um contrato de arrendamento e que o senhorio não dispõe de qualquer título
executivo, respondemos ao consulente o que segue:
1) Nos termos da alínea b) do artigo 310.º do Código Civil “as rendas” devidas pelo
inquilino “prescrevem no prazo de cinco anos”, ou seja, o senhorio deve exigir o
pagamento das “rendas em atraso” no prazo de cinco anos a contar da data em que
se venceram, sob pena de serem consideradas prescritas, por não o ter feito;
2) Ora, nos termos dos n.ºs 1, 2 e 3 da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março, com a redação
dada pela Lei n.º 4-A/2020, de 6 de Abril, foram suspensos “quaisquer regimes que
estabeleçam prazos máximos imperativos de prescrição ou caducidade, sendo os
mesmos alargados pelo período de tempo em que vigorar a situação excecional”,
desde a “data da produção de efeitos do Decreto-Lei n.º 10 -A/2020, de 13 de março”
- 13 de março de 2020 - “até à cessação da situação excecional de prevenção,
contenção, mitigação e tratamento da infeção epidemiológica por SARS -CoV-2 e da
doença COVID -19”, a definir por decreto-lei, no qual será declarado “o termo da
situação excecional”;
3) O “prazo de prescrição começa a correr quando o direito puder ser exercido” (Cfr.
artigo 306.º, n.º 1, do Código Civil) e suspende-se nos casos previstos na lei. Esgotado o
*
Este parecer, emitido ao abrigo do Tele Apoio Jurídico OSAE, foi elaborado voluntariamente por um jurista, mas não
têm qualquer valor legal nem é vinculativo. Cabe a cada utente consultar diretamente um profissional para
acompanhar tecnicamente todos os detalhes da sua situação concreta. Aceda a www.osae.pt e encontre um
profissional perto de si.
4) Assim, não tendo o inquilino pago as rendas vencidas “desde novembro de 2014 a
novembro de 2017” e o senhorio decida recorrer ao Tribunal em “maio de 2020”,
poderá exigir o pagamento de todas aquelas rendas em dívida, apesar do inquilino,
se assim o entender e oportunamente, poder invocar a prescrição (Cfr. art. 303.º do
Código Civil) relativamente às rendas vencidas à mais de cinco anos em relação à data
de 13 de março de 2020;
6) Quanto à “Questão 2”, se o inquilino pagar “as rendas desde maio de 2015 a
novembro de 2017” antes de ser “condenado”, o senhorio deverá, repete-se,
informar o Tribunal logo que ocorra o pagamento parcial das rendas em dívida. Se tal
pagamento ocorrer depois do inquilino ser “condenado”, deverá ser considerado que
cumpriu, parcialmente, a sua obrigação;