Você está na página 1de 130

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

AVALIAÇÃO
DE IMÓVEIS: unidade I
ATIVIDADES E
LAUDOS E PERÍCIAS
Prof. Dr. Daniel Eduardo dos Santos
METODOLOGIAS BÁSICAS
NA AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS

unidade II
MÉTODOS PARA CÁLCULO
E AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS
unidade III
A EXECUÇÃO DA
ATIVIDADE PERICIAL

classificação métodos para apresentação do


identificar o custo laudo de avaliação
dos imóveis de um imóvel
palavra do reitor

Reitor
Wilson de Matos Silva

Viver e trabalhar em uma sociedade global é um institucionais e sociais; a realização de uma


grande desaio para todos os cidadãos. A busca por prática acadêmica que contribua para o desen-
tecnologia, informação, conhecimento de qualida- volvimento da consciência social e política e, por
de, novas habilidades para liderança e solução de im, a democratização do conhecimento aca-
problemas com eiciência tornou-se uma questão dêmico com a articulação e a integração com
de sobrevivência no mundo do trabalho. a sociedade.
Cada um de nós tem uma grande responsa- Diante disso, o Centro Universitário Cesumar
bilidade: as escolhas que izermos por nós e pelos almeja ser reconhecido como uma instituição univer-
nossos fará grande diferença no futuro. sitária de referência regional e nacional pela qualidade
Com essa visão, o Centro Universitário e compromisso do corpo docente; aquisição de com-
Cesumar – assume o compromisso de democra- petências institucionais para o desenvolvimento de
tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer-
e contribuir para o futuro dos brasileiros. sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e
No cumprimento de sua missão – “promo- a distância; bem-estar e satisfação da comunidade
ver a educação de qualidade nas diferentes áreas interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis-
do conhecimento, formando proissionais cida- trativa; compromisso social de inclusão; processos
dãos que contribuam para o desenvolvimento de cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro como também pelo compromisso e relacionamento
Universitário Cesumar busca a integração do permanente com os egressos, incentivando a edu-
ensino-pesquisa-extensão com as demandas cação continuada.

Direção UniceSUMar

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância: reitor Wilson de Matos Silva, Vice-reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-reitor de administração Wilson
C397 de Matos Silva Filho, Pró-reitor de eaD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora
Avaliação de Imóveis: laudos e perícias / Daniel Eduardo dos Santos. Cláudio Ferdinandi.
Publicação revista e atualizada, Maringá - PR, 2014.
130 p.
“Pós-graduação - EaD”. neaD - núcleo De eDUcação a DiStância
1. Avaliação 2. Laudos 3. Perícias 4. EaD. I. Título.
Direção de operações Chrystiano Mincof, coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, coordenação
CDD - 22 ed. 658 de Polos Reginaldo Carneiro, coordenação de Pós-Graduação, extensão e Produção de Materiais Renato
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Dutra, coordenação de Graduação Kátia Coelho, coordenação administrativa/Serviços compartilhados
Evandro Bolsoni, Gerência de inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson
neaD - núcleo de educação a Distância Brait, Supervisão do núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Diagramação
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Fernando Henrique Mendes, revisão textual Amanda Polli, Cristiane de Oliveira Alves, Janaína Bicudo Kikuchi,
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Jaquelina Kutsunugi, Keren Pardini e Maria Fernanda Canova Vasconcelos, Fotos Shutterstock.
boas-vindas

Pró-Reitor de EaD
Willian Victor Kendrick
de Matos Silva

Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do


Conhecimento.
Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido
conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade.
Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais
daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um
conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de-
mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos
aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu-
cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em
diferentes lugares e da mobilidade dos celulares.
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-
ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso
horário e atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje
em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das
desigualdades, propagação de trabalho qualiicado e de bem-estar.
Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co-
nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está
disponível.
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modiicou toda
uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-
ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura
e transformando a todos nós.
Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância
(EAD), signiica possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos
em informações e interatividade. É um processo desaiador, que ao
mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como
já disse Sócrates, “a vida sem desaios não vale a pena ser vivida”. É isso
que a EAD da UNICesumar se propõe a fazer.
sobre pós-graduação

a importância da pós-graduação

O Brasil está passando por grandes transformações, em especial


nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento
da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor-
tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se
reletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais
nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior
devido a uma grande carência de mão de obra especializada.
Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada
vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador
da mão de obra, não é mais suiciente para garantir sua emprega-
bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade
dos estudos para quem quer crescer proissionalmente.
A pós-graduação Lato Sensu a distância da UNICESUMAR
conta hoje com 21 cursos de especialização e MBA nas áreas de
Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados
pensando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática,
trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida-
des deste novo Brasil.
Escolhendo um curso de pós-graduação lato sensu na
UNICESUMAR, você terá a oportunidade de conhecer um conjun-
to de disciplinas e conteúdos mais especíicos da área escolhida,
fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação
no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal
e proissional.

Professor Dr. Renato Dutra


Coordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais
NEAD - UNICESUMAR
apresentação do material

Professor Doutor
Daniel eduardo dos Santos Olá, pós-graduando(a) do Cesumar! Estamos
juntos nesta caminhada da busca pelo apri-
moramento de suas capacidades e no
desenvolvimento de suas habilidades na-
turais. Quando você se dedica de corpo e
alma a um projeto, pessoal ou proissional,
a questão não é SE ele dará certo, mas sim
QUANDO.
Talvez neste instante, você esteja passando por
uma grande provação em sua vida. Eventualmente
na área da saúde, ou na área inanceira, ou na família,
ou nos estudos, ou no trabalho, ou mesmo na falta
de fé. Enim, são tantas lutas! Acredito que um dos
melhores dons que o Bom Deus nos pode pre-
sentear é a perseverança. Os perseverantes nunca
desistem mesmo em meio às tempestades, pois
sabem que no momento oportuno teremos aquilo
que procuramos e uma porta, por insistirmos pa-
cientemente nela um dia se abrirá.
E ao estudarmos sobre Avaliação de Imóveis:
Laudos e Perícias percebemos que estamos diante
de um mercado pulsante, em constante evolução
e também aprimoramento, exigindo capacidades
reinadas dos proissionais que nele atuam. Ao ini-
ciarmos este curso, nosso objetivo é, de um lado,
descontruir a visão de que a avaliação de imóveis
é mercado restrito de engenheiros. Estes, historica-
mente, iniciaram o desenvolvimento da atividade
em razão de suas ainidades técnicas com o tema.
Entretanto, pelo desenvolvimento e especializa-
ção que ocorre na área não basta ser engenheiro,
mas sim possuir qualidades outras do que aquelas
ministradas em sua formação original. Se assim
é, estamos diante de um novo paradigma: a for- resultado direto do caráter cientíico destas normas
mação técnica de avaliadores passa por disciplina aqui comentadas e aplicadas ao caso concreto.
especíica, o que permite que aqueles que têm in- Como dissemos anteriormente, a ABNT, formada
teresse neste mercado realizem especiicamente em sua quase totalidade por engenheiros das mais
esta capacitação. diversas áreas, realizaram trabalho primoroso, de-
A proposta aqui exposta visa gabaritar o(a) es- dicado a manter e evoluir a estrutura proissional
tudante a ser, se não o proissional mais habilitado, de sua classe. Ante a evolução e especialização do
pelo menos igualmente capaz de efetuar uma ava- mercado do trabalho no nosso país, muitas ativida-
liação com base em dados de mercado, apesar das des de peril especializado, como da avaliação de
adversidades encontradas. bens, escaparam à orbe das engenharias e permiti-
A ABNT (Associação Brasileira de Normas ram, com o devido suporte da legislação brasileira,
Técnicas) é a instituição reguladora de decisões a aplicação do mesmo trabalho com igual primor
que norteiam os critérios de avaliações com co- e esmero, mas agora também por outro grupo
municações de diretrizes para este im. As normas de proissionais que se reorienta e reinventa na
em vigor, todas direcionadas para a área de enge- mesma velocidade desta evolução e especializa-
nharia (a chamada área técnica), foram escritas com ção mercadológica.
praticamente a totalidade de membros da ABNT, O que estamos a propor aqui assim é um conte-
constituída por engenheiros. údo objetivo, focado no mercado, que lhe habilite
As normas da série 14653 referem-se à Avaliação a realizar seu trabalho com competência e desen-
de Bens – Procedimentos Gerais, em sua parte 1, de voltura, visando estabelecer diferencial na execução
Bens Imóveis Urbanos na parte 2 da mesma NBR e, de suas atividades proissionais como Avaliador de
inalmente de Imóveis Rurais na parte 3. Especial Imóveis.
atenção temos quanto à parte 2, pois esta sofreu Desejo assim a você um ótimo tempo de estudo
revisão no ano de 2011 e mudanças alteraram sensi- e muita paciência para ver os frutos de seu trabalho.
velmente o desenvolvimento das análises pelo uso 2 por quem obtivemos também nosso acesso pela
estatístico de dados, como veremos oportunamente. fé a esta graça, na qual estamos irmes, e gloriemo-
Assim, não é possível pensarmos em desenvolver -nos na esperança da glória de Deus. 3 E não somente
uma obra que trata de avaliação de bens imóveis sem isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações;
considerar na totalidade as normas brasileiras elabo- sabendo que a tribulação produz a perseverança,
radas para este im especíico (ABNT NBR 14653:1-3), 4 e a perseverança a experiência, e a experiência
o que nos confere segurança e parâmetros homo- a esperança; 5 e a esperança não desaponta, por-
geneizados em território nacional. Tal estrutura quanto o amor de Deus está derramado em nossos
pré-deinida para análise restringe as possibilidades corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Carta
de lexibilização de avaliação, gerando maior conia- de Paulo aos Romanos, Capítulo 5, versículos 2-5).
bilidade em todo o processo. Esta coniabilidade é
01
sumário
Atividades e Metodologias
Básicas
na Avaliação de Imóveis

12 conceitos gerais

24 classiicação dos imóveis

33 considerações inais

34 atividade de autoestudo
02
Métodos para Cálculo e
03
A EXECUÇÃO DA
Avaliação de Imóveis ATIVIDADE PERICIAL

40 procedimentos metodológicos 92 requisitos para perícias


métodos para identiicar o valor de
46 102 apresentação do laudo de avaliação
um bem, de seus frutos e direitos
métodos para identiicar o custo de
54 108 considerações inais
um imóvel
54 tratamento por fatores 109 atividade de autoestudo

76 homogeneização dos fatores 111 conclusão

78 avaliação de imóveis rurais 113 referências


1 Atividades e Metodologias Básicas
na Avaliação de Imóveis

Professor Dr. Daniel Eduardo dos Santos

Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você es-
tudará nesta unidade:
• Conceitos Gerais
• Classiicação dos imóveis
objetivos de aprendizagem • Atividades básicas
• Entender as diretrizes atuais relativas à classii-
cação da sua natureza dos bens avaliados, assim
como a instituição de terminologia, deinições,
símbolos e abreviaturas.
• Compreender quais são as atividades básicas e
a metodologia básica do trabalho de avaliação.
Nesta unidade serão abordados alguns conceitos relativos à
avaliação de ativos e, também, sobre avaliações no mercado
imobiliário, especiicamente. Ainda serão abordados também
alguns itens da Norma Brasileira de Avaliação de Imóveis Urbanos
- NBR5676 (1989) em vigor considerados importantes, como os
métodos de avaliação e os níveis de rigor.
Qualquer ativo, quer real como os imóveis, quer inanceiro como
as ações, tem valor e desta forma pode ser avaliado. Alguns são
menos complexos para ser avaliado do que outros. Conforme
Damodaran (1999), não basta conhecer o montante de seu valor
para se investir em ativos e ainda gerenciá-los com sucesso, mas
é necessário a compreensão das fontes deste valor. O ditado
popular sacramentou a ideia de que o valor está nos olhos de
quem vê e que um preço pode ser justiicado se há diversos
investidores preparados para pagá-lo. Entretanto, as percep-
ções de valor têm que ter a base da realidade e o preço pago
por qualquer ativo deve traduzir os luxos de caixa dele dese-
jados. Uma aquisição segura é aquela na qual o investidor não
pague mais por um bem do que ele verdadeiramente vale,
assim como a determinação adequada do valor de um ativo
está sujeito à característica da avaliação realizada.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
12

Conceitos Gerais

P
ara iniciarmos nosso trabalho devemos
primeiro relacionar alguns conceitos
pertinentes à técnica de avaliação.
Pós-Graduação | Unicesumar
13

O que é Avaliação

A deinição de avaliação pode ser dada como que recebe o título geral de Avaliação de
o conjunto de operações técnicas que leva a bens, fortalece o conceito de valor único de
formação de juízo sobre o valor mais provável um bem, o que conirma o entendimento da
de um bem, de seus frutos ou de um direito escola univalente, de que o valor de um bem,
sobre ele. Neste sentido a Norma NBR-14653 em determinado instante, é único, indepen-
(Parte 1), em seu item 3.5 deine avaliação de dente do im a que se destina a avaliação,
bens como sendo: em contraposição a escola plurivalente, que
“Análise técnica... [é utilizada] para iden- correlaciona o valor de um bem com a i-
tiicar o valor de um bem, de seus custos, nalidade para o qual é avaliado, podendo o
frutos e direitos, assim como determinar in- mesmo atingir diversos tipos de valor. Veja
dicadores da viabilidade de sua utilização que a deinição dada pela Norma, confor-
econômica, para uma determinada inalida- me transcrevemos acima, indica a obtenção
de, situação e data”. “do valor” (no singular) e não “dos valores” (no
A publicação das partes 1 e 2 do conjun- plural).
to de Normas que compõem a NBR 14653,

Bens

De outro lado, ao tratarmos a respeito de • Bens Intangíveis - são aqueles


bens, esses podem ser classiicados como: representados por direitos, tais como:
• Bens Tangíveis - são aqueles que marcas, patentes, fundo de comércio,
podem ser tocados, têm existência ponto comercial e outros também não
física, tais como: terrenos, edifícios, materializáveis diretamente por objetos
máquinas, instalações e assim por ou bens físicos.
diante.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
14

Diferenças conceituais entre


Preço, custo e valor

Valor Valor de Mercado

O objeto especíico da avaliação de O valor mais usual no campo de avaliação


imóveis é a obtenção do “valor de mercado”, de bens é o de mercado, que será extraído de
embora a Parte 1 da NBR 14653 indique um intervalo de valores prováveis cuja ampli-
também valor em risco, patrimonial e resi- tude, por sua vez, será diretamente decorrente
dual. Não parece pretender a norma indicar da dispersão dos elementos amostrais e da
que existam vários tipos de valores para um probabilidade estatística que representará
mesmo bem, mas valores diferentes em a coniança de que o valor real de mercado
função da parcela ou conjunto de bens que esteja contido no intervalo estipulado.
se pretende avaliar. O ”valor de mercado” de um bem está re-
lacionado com a sua utilidade, ou seja, com a
sua capacidade de atender a uma necessida-
de, a um desejo e até mesmo a um capricho,
entretanto, o valor advindo desta relação
estará diretamente ligado às condições do
mercado ao qual o bem avaliando pertence.
A NBR-14653-1 (Norma Brasileira para
Avaliações de bens - Procedimento Geral)
prescreve, em seu item 3.44, que valor de
mercado é a “quantia mais provável pela qual
se negociaria voluntariamente e conscien-
temente um bem, numa data de referência,
dentro das condições do mercado vigente”.
A deinição presume que o bem esteja
livre e sem ônus, que devem ser conside-
rados quando existirem. Se for solicitada a
determinação de outro valor que não o de
mercado, esse fato deve ser destacado junto
ao respectivo valor. Os valores de mercado
Pós-Graduação | Unicesumar
15

são mensurados em ambientes em que é reconhecida pelo mercado, do que por sua
possível se fazer uma comparação direta, ou condição física. A utilidade dos ativos para
ter suporte de mercado para tal assertiva. uma empresa ou pessoa física, pode diferir
É importante destacar que o Valor de daquela que um mercado ou uma indús-
Mercado deinido acima é uma estimação tria em particular reconhecem. Portanto, é
objetiva do bem e/ou seus direitos, para uma necessário que a avaliação de ativos e os re-
determinada situação e data. Implícito dentro latórios resultantes para propósitos contábeis
desta deinição está o contexto do Mercado estabeleçam a diferença entre os valores re-
no qual o bem está inserido e relete a mo- conhecidos no mercado.
tivação dos seus participantes. Desta forma, Uma vez que a palavra valor tem muitos
o Valor de Mercado está associado a um sentidos e muitos elementos modiicadores
estimador, seus intervalos, calculado e fun- e a im de não nos estendermos muito na
damentado de acordo com as metodologias matéria, apresentaremos algumas das mais
e critérios da presente Norma. usuais deinições utilizadas no assunto e que
O Valor de Mercado de um bem imobiliá- podem ser consideradas na tabela abaixo:
rio é mais uma decorrência de sua utilidade,

Tabela 1 - Tipos de Valor


Tipo de Valor Descrição
O valor de mercado deve ser entendido como o valor estimado de um
bem, sem considerar os custos adicionais relativos comprador, aplicáveis
Valor de Mercado aos valores finais de compra e venda, tais como ITBI, despesas de
escritura e registro, e já embutidas as despesas inerentes do vendedor,
tais como comissões.
Somatório do valor do terreno, benfeitorias e eventuais equipamentos
de um imóvel. Para que o mesmo represente o valor de mercado
Valor patrimonial deve ser apurado e aplicado o fator de comercialização com base em
informações de mercado levantadas pelo avaliador ou em pesquisa de
caráter regional, previamente publicada.
Valor para fins de seguros de um determinado imóvel, representado pelo
Valor em risco valor das benfeitorias, equipamentos e instalações, conforme objeto da
apólice ou da contratação, observada a máxima depreciação.
Valor resultante do Fluxo de Caixa Descontado na aplicação do método
Valor econômico
da capitalização da renda.
Valor para uma situação de venda compulsória, típico de leilões e
Valor de liquidação
também muito utilizado para garantias bancárias. Quando utilizado, deve
forçada
ser também apresentado o valor de mercado.
Total dos custos necessários para se repor o bem, com explicitação do
Valor de custo
estado em que se encontra ou sem considerar eventual depreciação.
Valor de bens, não obrigatoriamente de mercado, destinado a
Valor de indenização
ressarcimento de débitos, desapropriações ou congêneres.

Fonte: ABNT (2002)


Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
16

Preço
coeicientes de ocupação, áreas de ilumi-
Por sua vez, preço representa a quanti- nação e ventilação, dentre outras. A ABNT
dade de dinheiro pela qual se realiza ou se (NBR-14.653-1, p.3) deine custo como sendo
pretende realizar uma operação de transi- o “total dos gastos diretos e indiretos necessá-
ção de propriedade sobre um determinado rios à produção, manutenção ou aquisição de
bem (inclusive imóveis), seus frutos ou di- um bem, numa determinada data e situação”.
reitos. Nessa operação, logicamente, devem
ser considerados outros fatores, que podem
aumentar ou diminuir o preço como, por
exemplo, uma necessidade urgente de parte Terminologia
do vendedor ou do comprador; a inexistên-
cia de um mercado livre; desequilíbrio entre Para um melhor entendimento e com-
oferta e procura ou ainda outros que im- plementação de informações, elencamos
possibilitem o equilíbrio necessário entre as abaixo as conceituações recorrentes utiliza-
partes envolvidas. Assim, o preço pode ser das nas avaliações:
inferior, igual ou superior ao valor. A ABNT APROVEITAMENTO EFICIENTE DE TERRENO - é
(NBR-14.653-1, p.5) deine preço como sendo aquele recomendável para o local, observa-
a “quantia pela qual se efetua, ou se propõe da a tendência do uso circunvizinho dentre
efetuar, uma transação envolvendo um bem, os permitidos pelas posturas municipais.
um fruto ou um direito sobre ele”. ÁREA COBERTA PADRÃO - é a área coberta
de acabamento semelhante ao tipo consi-
derado para avaliação do custo global da
construção.
Custo ÁREA COBERTA DE PADRÃO DIFERENTE - é
a área coberta de padrão de acabamento
Custo, por sua vez, é o preço acrescido de substancialmente inferior ou superior ao tipo
todas as outras despesas em que incorre o considerado para avaliação do custo global
comprador da propriedade quer se reiram a da construção.
regularizações legais (registro em cartório de ÁREA COBERTA REAL DE CONSTRUÇÃO - é
imóveis, legalização em órgãos públicos etc.) a medida de superfície de qualquer depen-
ou mesmo regularizações físicas (constru- dência coberta, nela incluídas as superfícies
ções, reformas, ampliações etc.). Ressalte--se das projeções de paredes, pilares e demais
que algumas regularizações físicas podem elementos construtivos.
estar relacionadas às regularizações legais ÁREA DE CONSTRUÇÃO - é a soma das
como, por exemplo, de intervenções neces- áreas cobertas-padrão e equivalentes da
sárias à regularização de recuos mínimos, construção.
Pós-Graduação | Unicesumar
17

ÁREA DESCOBERTA REAL DE CONSTRUÇÃO reais, contidas nos limites das dependências
- é a medida da superfície de qualquer depen- de uso comum.
dência descoberta, que se destina a outros BENEFÍCIOS E DESPESAS INDIRETAS - BDI -
ins, que não apenas o de simples cobertu- de uma construção compreendem o custo
ra (terraços, “playgrounds” etc.), incluídas as da administração central, inanciamentos,
superfícies das projeções de paredes, pilares boniicações da construtora e da incorpo-
e demais elementos construtivos. radora etc.
ÁREA EDIFICADA - é qualquer construção que BENFEITORIA - é qualquer melhoramento in-
caracterize um imóvel, tais como: casas, edi- corporado permanentemente ao solo pelo
fícios, galpões, garagens etc. homem, de modo que não se possa retirá
ÁREA EQUIVALENTE DE CONSTRUÇÃO - -lo sem destruição, modiicação, fratura ou
é a área estimada, ictícia, que, ao Custo dano, e que vise a conservá-lo, torná-lo mais
Unitário Básico, tenha o mesmo valor que útil ou produtivo. Excetuam-se cercas, muros
o efetivamente estimado para a área real de limítrofes, aterros e gramados.
construção correspondente, descoberta ou BENFEITORIA NÃO REPRODUTIVA - em áreas
coberta de padrão diferente. rurais são os melhoramentos permanentes
ÁREA HOMOGÊNEA - é a região cujas ca- que se incorporam ao solo, cuja remoção
racterísticas locais (tais como: paisagismo, implica destruição, alteração, fratura ou dano,
topograia, pedologia e serviços urbanos) se compreendendo ediicações, vedos, terreiros,
assemelham e cuja legislação quanto ao uso instalações para abastecimento de água, de
e parcelamento do solo, percentual de cons- energia elétrica, de irrigação e outras que,
trução admissível, gabarito e áreas mínimas por sua natureza e função, e por se acharem
dos lotes é a mesma. aderidas ao chão, não são negociáveis e nem
ÁREA REAL DE CONSTRUÇÃO PRIVATIVA rentáveis separadamente das terras.
DA UNIDADE IMOBILIÁRIA - é a soma das BENFEITORIA REPRODUTIVA - em áreas rurais
áreas cobertas e descobertas reais, conti- são as culturas comerciais ou domésticas im-
das nos limites de uso exclusivo da unidade plantadas no terreno, cuja remoção implica
considerada. perda total ou parcial, compreendendo cul-
ÁREA REAL DE CONSTRUÇÃO TOTAL DA turas permanentes, lorestas e pastagens
UNIDADE IMOBILIÁRIA - é a soma da área cultivadas e que, embora não negociáveis
real de construção privativa da unidade imo- separadamente do solo, poderão ter cotação
biliária e a parcela da área real de construção em separado, para base de negócios de pro-
de uso comum correspondente à unidade priedades rurais.
autônoma considerada. CADASTRO DE LOGRADOUROS - é o sistema
ÁREA REAL DE CONSTRUÇÃO DE USO COMUM organizado de informações que, median-
- é a soma das áreas coberta e descoberta te códigos apropriados, atribui a cada
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
18

logradouro ou seção um valor genérico do FATORES DE HOMOGENEIZAÇÃO - são multi-


m² do terreno, observados os fatores de des- plicadores que visam a transformar os dados
valorização ou valorização que incidem sobre provenientes dos imóveis utilizados como
sua localização e características próprias. amostra, para ins de levantamento de valores
COEFICIENTE OU FATOR DE DEPRECIAÇÃO adequados ao imóvel avaliando.
FÍSICA E FUNCIONAL - Fd - é o multiplica- FRENTE OU TESTADA EFETIVA - distância real,
dor que visa a depreciar o imóvel novo para medida pelo desenvolvimento da frente ao
atingir condições semelhantes às do imóvel longo da via ou logradouro público, servidão,
avaliando. orla marítima, lacustre ou luvial, ou ainda
COEFICIENTE DO VALOR PLENO - Kp - é o mul- costões e canais.
tiplicador que permite passar do valor do m² FRENTE PROJETADA - “Projeção da frente
de construção publicado pelas revistas téc- sobre a normal a um dos lados, quando
nicas especializadas ao valor de reprodução ambas as divisas laterais são oblíquas no
da benfeitoria. Nele se incluem as despe- mesmo sentido, ou a corda, no caso da frente
sas complementares, não contempladas no curva, ressalvadas condições especiais de
Custo Unitário Básico (elevadores, fundações melhor aproveitamento, em função da zona
etc.) e os benefícios e despesas indiretas (BDI). e da norma. A medida do fundo em lotes
Este coeiciente não incorpora a vantagem de esquina com laterais paralelas” (Básico de
da coisa feita, nem o fator de valorização co- Avaliações de Imóveis Urbanos - CURSO DE
mercial, que devem ser usados, quando for ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES, IBAPE, São
o caso, para obter-se o valor de mercado de Paulo, 1997).
benfeitoria. FRENTE DE REFERÊNCIA - “É a frente adotada
DEPRECIAÇÃO - é a perda de parte do valor pelo avaliador como representativa dos ter-
da benfeitoria causada por obsolescência renos pesquisados, visando ao processo de
física, econômica ou funcional. homogeneização em decorrência do concei-
DESPESAS COMPLEMENTARES - de uma cons- to de que as dimensões da testada inluem
trução compreendem: custos de projetos no valor do terreno” (Básico de Avaliações de
de arquitetura, estrutura e instalações (elé- Imóveis Urbanos - CURSO DE ENGENHARIA
trica, hidráulica, águas pluviais, esgoto etc.), DE AVALIAÇÕES, IBAPE, São Paulo, 1997).
licenças, seguros, despachantes, instalações GLEBA INDUSTRIAL - Gleba urbanizável que
provisórias, equipamentos mecânicos (ele- resulta na criação de lotes de destinação
vadores, compactadores, exaustores etc.), industrial.
administração local e outras. GLEBA URBANA - é o terreno situado em
DIVISAS DO TERRENO - são os seus limites zona urbana ou de expansão urbana, em
que coninem diretamente com os de outras princípio com área superior a 10.000m²,
unidades. cujo aproveitamento eiciente não depende
Pós-Graduação | Unicesumar
19

de parcelamento, em geral sendo poten- quadra e pela frente principal nos de frente
cial ou efetivamente utilizado como terreno múltipla” (Básico de Avaliações de Imóveis
industrial. Urbanos - CURSO DE ENGENHARIA DE
GLEBA URBANIZÁVEL - é o terreno situado AVALIAÇÕES, IBAPE, São Paulo, 1997).
em zona urbana ou de expansão urbana, cujo PLANTA GENÉRICA DE VALORES - é a re-
aproveitamento eiciente depende de parce- presentação gráica de uma localidade na
lamento e urbanização, tendo, em princípio, escala conveniente, onde estão indicados
uma área superior a 10.000m². Este limite no os códigos de logradouros corresponden-
tamanho da área deve ser considerado me- tes aos valores de m² de terreno em moeda
ramente indicativo, não devendo ser tomado vigente, determinados em uma mesma data
como fator decisório no enquadramento da e segundo um padrão de comparação.
gleba como urbanizável. SEÇÃO OU TRECHO DE LOGRADOURO - é
IMÓVEL RURAL - prédio rústico, de área con- constituída por um trecho de logradouro
tínua, qualquer que seja sua localização, que com igual valor genérico para o m² dos ter-
se destine à exploração extrativa, agrícola, renos nele situados. O ponto inicial da seção
pecuária, ou agroindustrial, quer por meio deve ser o início do logradouro ou o término
de planos públicos de valorização, quer por de um trecho anterior, e o seu ponto inal o
meio da iniciativa privada. início do trecho subsequente. A seção pode
LOTE-PADRÃO URBANO - é aquele de forma corresponder apenas ao lado direito ou es-
retangular, com uma só frente ou testada, querdo de um determinado logradouro no
com as medidas--padrão adotadas pela mu- trecho considerado.
nicipalidade em que esteja localizado ou SERVIDÃO - Encargo especíico que se
estabelecidas pela SPU quando da elabora- impõe a uma propriedade em proveito cole-
ção da Planta Genérica de Valores. tivo ou de outrem. Pode ser classiicada em:
LOTE URBANO - é o terreno situado em zona • Servidão acessória: aquela necessária
urbana ou de expansão urbana, como tal para que a principal possa surtir efeito.
deinida na lei municipal de zoneamento Servidão administrativa: aquela em que
urbano, passível de ser aceito como unidade o titular é o poder público.
autônoma conforme o disposto na Lei 6.766 • Servidão aparente: aquela que
de 19.12.79, especialmente nos artigos 2º, 4º se manifesta concretamente por
e 6º, e na legislação local do uso do solo e intervenção física.
cujo aproveitamento eiciente não dependa • Servidão múltipla: aquela que, embora
de parcelamento. instituída sobre a mesma parte de um
PROFUNDIDADE EQUIVALENTE - “Resultado imóvel, destina-se a usos de naturezas
numérico da divisão da área de um lote pela diversas.
sua frente projetada, nos lotes de centro de • Servidão não aparente: aquela que não
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
20

se manifesta por intervenção física. m² de terreno para os lotes situados em um


Servidão perpétua ou permanente: trecho ou todo um logradouro.
aquela instituída por prazo VALOR MAIS PROVÁVEL DE MERCADO DE
indeterminado. UM IMÓVEL - é o resultante da livre ação dos
• Servidão predial: restrição imposta fatores e forças de mercado pela lei da oferta
a um prédio para uso e utilidade e da procura. Salvo referência em contrário,
de outro prédio, pertencente a esse valor é para pagamento à vista, consi-
proprietário diverso. derando-se o imóvel livre e desembaraçado
• Servidão temporária: aquela instituída de quaisquer ônus, inclusive locação.
por prazo determinado. VANTAGEM OU VALOR DA COISA FEITA - é a
• Servidão voluntária: aquela que diferença entre o valor de mercado e o custo
decorre de ato espontâneo de vontade de reprodução depreciado do imóvel.
(Atuação Proissional - AVALIAÇÕES E UNIDADE IMOBILIÁRIA AUTÔNOMA - é o
PERÍCIAS, IBAPE, 1996). terreno ou sua fração ideal, com ou sem ben-
TABELA DE VALORES - é o relatório de saída feitorias, objeto de Matrícula individual no
do sistema eletrônico de cadastro em que Cartório de Registro Geral de Imóveis.
estão listados os códigos, a descrição dos ZONAS OU CATEGORIAS HOMOGÊNEAS -
trechos de logradouros e os corresponden- “Aquelas que apresentam características
tes valores do m² de terreno. semelhantes quanto à dimensão dos lotes e
TERRENO INDUSTRIAL - é aquele utilizado construções, infraestrutura urbana e entorno,
ou próprio para inalidade produtiva “lato tipo de uso e ocupação de solo estabelecidos,
sensu” de caráter industrial, tais como fábricas, vocação e capacidade de aproveitamen-
instalações industriais, depósitos, armazéns, to” (Atuação Proissional - AVALIAÇÕES E
“shoppings”, supermercados, instalações de PERÍCIAS, IBAPE, 1996).
apoio à pesca, clubes de serviços náuticos
etc.
TÍTULO DE PROPRIEDADE DE IMÓVEL - é o ins-
trumento ou escritura pelo qual se transfere
o domínio do imóvel, mediante seu regis-
tro no Cartório de Registro Geral de Imóveis
competente. O título de propriedade é de-
nominado comumente escritura ou título de
domínio de imóvel.
VALOR GENÉRICO DO M² DE TERRENO - é o
valor mais provável de mercado, resultante
de pesquisa do mercado imobiliário local, do
Pós-Graduação | Unicesumar
21

Simbologia

A simbologia adotada é aquela da ABNT,


complementada com as convenções literais
que seguem.

Medidas
Att Área total do terreno
Atu Área do terreno da União
T Frente ou testada real
Tef Frente ou testada efetiva (projeção da frente sobre a normal a um dos lados)
Tr Frente ou testada de referência
Tmín Frente ou testada mínima recomendada para a zona, segundo sua categoria
Peq Profundidade equivalente
Pmáx Profundidade máxima recomendada para a zona, segundo sua categoria
Pmín Profundidade mínima recomendada para a zona, segundo sua categoria
N Profundidade padrão (ou do lote Padrão)
Ab Área de construção das benfeitorias
Abp Área de construção privativa da unidade imobiliária

Idade
Iap Idade aparente (ou estimada) do imóvel
Ir Idade remanescente
Ip Vida útil provável (Iap + Ir)

Valores e custos
Vtt Valor do terreno total
Vtu Valor do domínio pleno do terreno da União
Vdu Valor do domínio útil do terreno da União
Vg Valor genérico unitário (por m²) do terreno para o trecho de logradouro ou de área rural
Vo Valor genérico da faixa retangular com 1 (um) metro de frente e profundidade padrão no trecho do logradouro
Vb Valor das benfeitorias
Vbp Valor da benfeitoria proporcional à relação entre a área do terreno da União e do terreno total
Vti Valor total do imóvel
Vip Valor proporcional do imóvel para fins de laudêmio
Vir Valor de referência do imóvel para cálculo do laudêmio
Vr Valor residual
Vl Valor locativo
Vui Valor unitário inicial (por m² ou por ha)
Vuh Valor unitário homogeneizado
Vd Valor declarado
Vad Valor adotado
Pa Percentagem de aproveitamento para lotear glebas urbanizáveis
Pgv Produto geral de vendas
Mgd Montante global das despesas
Dp Despesas em percentagem do Pgv
Li Lucro do incorporador
Lp Lucro percentual em relação ao Pgv
Rlo Receita líquida operacional
Rlef Receita líquida efetiva
Rlt Receita líquida total
Cr Custo de reprodução
Cub Custo Unitário Básico de construção por m²
Yi Índice de valor do trecho de logradouro do imóvel pesquisado
Ylp Índice de valor do trecho de logradouro do lote padrão
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
22

Coeicientes e taxas
r Coeficiente de proporcionalidade (Atu / Att)
i Taxa de juros (por período ou mensal)
f Taxa de inflação (por período ou mensal)
Kp Coeficiente do valor pleno
Kcf Coeficiente de vantagem da coisa feita
Kr Coeficiente do valor residual
Kv Coeficiente de vacância
fi Fração ideal em condomínios horizontais ou verticais

Estatística
n Número de elementos da amostra
xi Elemento da amostra
x Média aritmética
s Desvio-padrão da amostra
σ Desvio-padrão da população
t Abscissa da distribuição de Student
Ls Limite superior de aceitação
Li Limite inferior de aceitação

Fatores de homogeneização e correção medido efetivamente (área, frente, profun-


Os fatores de homogeneização são didade, coeiciente de aproveitamento etc.)
extraídos das diversas características en- ou qualitativas (localização, zoneamento,
contradas nos elementos pesquisados, tais topograia etc.), quando são arbitradas de-
como: frente, área, profundidade etc. As terminadas pontuações para as diversas
características destes fatores podem ser situações encontradas.
quantitativas, quando seu valor pode ser

Fat Fator de acidentação topográfica


Fp Fator de profundidade
Ft Fator de frente ou de testada
Ftm Fator de frentes ou de testadas múltiplas
Ftr Fator de transposição de local
Frl Fator de restrição legal
Fpd Fator de pedologia
Fd Fator de depreciação física e funcional ou de idade
Flj Fator de loja ou de valorização comercial
Fpj Fator de projeto
Fac Fator de acabamento
Fa Fator de atualização monetária
Ff Fator de fonte
Fh Fator de homogeneização ou corretivo total
Fc Fator de condomínio
Ftc Fator devido ao tipo de construção
Fx Fator genérico a ser usado conforme a necessidade
Fk Fator de comercialização
Pós-Graduação | Unicesumar
23

Estes coeicientes são aplicados sobre


os valores unitários ou valores por metro
quadrado dos elementos pesquisados, no
sentido de se obter os valores homogenei-
zados que representam os primitivos valores
corrigidos em função das características do
imóvel objeto da avaliação.

Os corretores de imóveis Para conquistar o título de laudo. “Esse controle garan-


agora podem determinar avaliador imobiliário é ne- tirá segurança ao cliente
o valor de mercado de um cessário estar regulamente e credibilidade aos laudos
imóvel, atribuição que an- inscrito no Creci (Conselho elaborados pelos corretores
tes era exclusiva dos en- Regional dos Corretores de de imóveis”, explica Márcio
genheiros e arquitetos. A Imóveis) e ainda ter diploma Almeida.
legitimidade foi atribuída de curso superior em gestão Esta parametrização da ati-
pelo Conselho Federal de imobiliária ou de especialis- vidade gera garantias tan-
Corretores de Imóveis (Co- ta em avaliação imobiliária to para o proissional, que
feci), que dispôs na resolu- concedido por um dos cur- participará de um mercado
ção 957/2006 a competência sos reconhecidos pelo Cofe- em franco crescimento e
do corretor de imóveis para ci. Após essa capacitação, é de alta concorrência, assim
elaborar parecer técnico de necessário apresentar alguns como para o mercado con-
avaliação imobiliária. “A lei documentos ao Creci, que se- sumidor, que de um lado
6530/78 já deinia a compe- rão remitidos ao Cofeci para estava sujeito à reserva de
tência do proissional para análise. Uma vez cumpridos mercado por um limitado
opinar quanto ao valor de os requisitos necessários, o grupo de proissionais e de
comercialização de imóveis, Conselho Federal concederá outro à inconsistência técni-
porém não eram deinidos ao corretor o Certiicado de ca apresentada por muitos
os critérios para a elaboração Registro de Avaliador Imobi- “curiosos” e aventureiros al-
do parecer técnico de ava- liário e ainda o inscreverá no teravam perniciosamente as
liação mercadológica. Com Cadastro Nacional de Avalia- regras do mercado.
a resolução, o Cofeci não dores Imobiliários (CNAI). Fonte: CRECI PR. Dispo-
apenas deiniu os requisitos Após emitir o parecer técni- nível em: <http://www.
básicos do documento como co, o avaliador deverá reco- crecipr.gov.br/creci/in-
estabeleceu a formação ne- lher uma via do documento dex.php?option=%20
cessária para o corretor de no Creci. O Conselho emiti- com_content&view=
imóveis atuar na atividade”, rá um selo para cada docu- article&id=318>. Acesso em:
explica o presidente do Cre- mento recolhido, que deverá 06 nov. 2012.
ci-MG, Márcio Almeida. constar obrigatoriamente no
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
24

Classiicação dos imóveis


Pós-Graduação | Unicesumar
25

r
econhecendo a separação em dois
grandes grupos na avaliação imobi-
liária, nosso foco agora está voltado
para aqueles situados nas áreas urbanas.

Imóveis urbanos

Os imóveis urbanos poderão ser classiica- j) Hospitais.


dos conforme abaixo: k) Escolas.
Quanto ao uso: l) Cinemas e teatros.
a) Residencial. m) Clubes recreativos.
b) Comercial. n) Prédios industriais.
c) Industrial. Quanto ao agrupamento dos imóveis:
d) Institucional. a) Loteamento.
e) Misto. b) Condomínio de casas.
Quanto ao tipo do imóvel entre outros: c) Prédio de apartamentos.
a) Terreno (lote ou gleba). d) Conjunto habitacional (casas,
b) Apartamento. prédios ou mistos).
c) Casa. e) Conjunto de salas comerciais.
d) Escritório (sala ou andar f ) Prédio comercial.
corrido). g) Conjunto de prédios
e) Loja. comerciais.
f) Galpão. h) Conjunto de unidades
g) Vaga de garagem. comerciais.
h) Misto. i) Complexo industrial.
i) Hotéis e motéis.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
26

Imóveis Rurais

Os imóveis rurais, quanto à classiicação dos Exploração


bens, seus frutos e direitos, podem ser segre- a) Não explorado.
gados de acordo com a instrução normativa b) De lazer e turismo.
da ABNT (2001) conforme abaixo: c) De agricultura.
Dimensão d) De pecuária.
a) Pequeno - até 4 módulos iscais. e) De silvicultura.
b) Médio - de 4 a 15 módulos f) Agroindustrial.
iscais. g) Misto.

Classiicação dos componentes dos imóveis


rurais

Terras cercas) e instalações (exemplos:


As terras são enquadradas segundo o rede de energia elétrica, rede de
Sistema de Classiicação da Capacidade de distribuição de água).
Uso das Terras, conforme o Manual Brasileiro c.Obras e trabalhos de melhoria das
para Levantamento da Capacidade de Uso da terras.
Terra - III, aproximação ou o que vier a substi- Máquinas e equipamentos fixos ou
tuí-lo para ins de avaliação de imóveis rurais. removíveis
Quanto ao seu estágio de exploração a) Veículos
atual as terras são classiicadas como: b) Semoventes
a. Terra bruta. c) Recursos naturais:
b. Terra nua. d) Florestais.
c.Terra cultivada. e) Hídricos.
Benfeitorias f) Minerais.
a. Produção vegetal (culturas).
b. Construções (exemplos: casa, galpão,
Pós-Graduação | Unicesumar
27

Frutos Direitos
a) Rendas de exploração direta. a) Servidões.
b) Aluguel. b) Usufrutos.
c) Arrendamento. c) Concessões.
d) Parcerias. d) Comodatos.
e) Direitos hereditários.
f) Direitos possessórios.
g) Outros.

Atividades básicas

É recomendável que o proissional de ava- • Prazo limite para apresentação do


liações ao ser contratado ou designado para laudo.
fazer uma avaliação esclareça aspectos es- • Condições a serem utilizadas no caso
senciais para deinir o método avaliatório e de laudos de uso restrito.
eventuais níveis de fundamentação e pre- Cabe ainda neste tópico considerar a es-
cisão que se pretende atingir, entre outros: truturação do trabalho a ser realizado nas
• Finalidade: locação, aquisição, doação, seguintes etapas:
alienação, dação em pagamento, • Conhecimento e requisição de
permuta, garantia, ins contábeis, documentação.
seguro, arrematação, adjudicação e • Vistoria.
outros. • Coleta de dados.
• Objetivo: valor de mercado de compra • Diagnóstico do mercado.
e venda ou de locação; outros valores, • Escolha e justiicativa dos métodos e
tais como: valor em risco, valor critérios de avaliação.
patrimonial, custo de reedição, valor de • Tratamento dos dados de mercado.
liquidação forçada, valor de desmonte • Cálculo do valor do imóvel.
(ver deinição na ABNT NBR 14653-4); Passaremos a ver em melhores detalhes
indicadores de viabilidade e outros. estas etapas.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
28

Documentação e explicitada no laudo.


• Cabe ao proissional avaliador solicitar A vistoria deve ser efetuada pelo prois-
ao contratante ou interessado o sional avaliador com o objetivo de conhecer
fornecimento da documentação e caracterizar o bem avaliando e sua ade-
relativa ao bem, necessária à realização quação ao seu segmento de mercado, daí
do trabalho. resultando condições para a orientação da
• Conhecimento da documentação: coleta de dados.
é recomendável que ao iniciar É recomendável registrar as caracterís-
o procedimento de avaliação, a ticas físicas e de utilização do bem e outros
primeira providência do proissional aspectos relevantes à formação do valor.
avaliador seja tomar conhecimento da O conhecimento de estudos, projetos ou
documentação disponível. perspectivas tecnológicas que possam vir a
• Na impossibilidade de o contratante afetar o valor do bem avaliando deverá ser
ou interessado fornecer toda a explicitado e suas consequências apreciadas.
documentação necessária ou Caracterização da região:
esclarecer eventuais incoerências, o • Aspectos gerais: análise das condições
proissional avaliador deverá julgar econômicas, políticas e sociais, quando
sobre a possibilidade de elaborar a relevantes para o mercado, inclusive
avaliação. Em caso positivo, deverá usos anteriores atípicos ou estigmas.
deixar claramente expressas as • Aspectos físicos: condições de relevo,
ressalvas relativas à insuiciência ou natureza predominante do solo e
incoerência da informação, bem como condições ambientais.
os pressupostos assumidos em função • Localização: situação no contexto
dessas condições. urbano, com indicação dos principais
legislação a consultar polos de inluência.
Recomenda-se consultar as legislações • Uso e ocupação do solo: confrontar
municipal, estadual e federal, bem como a ocupação existente com as leis
examinar outras restrições (inclusive decor- de zoneamento e uso do solo do
rentes de passivo ambiental) ou incentivos município para concluir sobre as
que possam inluenciar no valor do imóvel. tendências de modiicação a curto e
Vistoria do imóvel Urbano médio prazo.
Nenhuma avaliação poderá prescindir • Infraestrutura urbana: sistema viário,
da vistoria. Em casos excepcionais, quando transporte coletivo, coleta de resíduos
for impossível o acesso ao bem avaliando, sólidos, água potável, energia elétrica,
admite-se a adoção de uma situação para- telefone, redes de cabeamento para
digma, desde que acordada entre as partes transmissão de dados, comunicação e
Pós-Graduação | Unicesumar
29

televisão, esgotamento sanitário, águas quantitativos e tecnológicos,


pluviais e gás canalizado. comparados com a documentação
• Atividades existentes: comércio, disponível.
indústria e serviço. • Aspectos arquitetônicos, paisagísticos
• Equipamentos comunitários: e funcionais, inclusive conforto
segurança, educação, saúde, cultura e ambiental.
lazer. • Adequação da ediicação em relação
Caracterização do terreno: aos usos recomendáveis para a região.
• Localização: situação na região e via • Condições de ocupação.
pública, com indicação de limites e • Patologias aparentes como anomalias,
confrontações. avarias, danos construtivos e outras,
• Utilização atual e vocação, em conforme deinidas na ABNT NBR
confronto com a legislação em vigor. 13752 que possam inluenciar de forma
• Aspectos físicos: dimensões, forma, signiicativa a variação dos preços
topograia, superfície, solo. relativos dos elementos amostrais.
• Infraestrutura urbana disponível. Ediicações e benfeitorias não documentadas:
• Restrições físicas e legais ao No caso da existência de ediicações e
aproveitamento. benfeitorias que não constem na documen-
• Sub ou superaproveitamento. tação, observar o disposto em 7.2 da ABNT
Caracterização das ediicações e benfeitorias: NBR 14653-1.
• Aspectos construtivos, qualitativos,
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
30

Situações especiais:
Na avaliação de conjunto de unidades autônomas padronizadas, é
permitida vistoria interna por amostragem aleatória de uma quantidade
Vistoria por
definida previamente pelas partes ou se houver omissão no contrato, de
amostragem
um percentual mínimo de 10% do total das unidades de cada bloco ou
conjunto de unidades de mesma tipologia.
Quando não for possível o acesso do avaliador ao interior do imóvel,
o motivo deve ser justificado no laudo de avaliação. Neste caso, em
comum acordo com o contratante, a vistoria interna pode ser prescindida
e a avaliação pode prosseguir com base nos elementos que for possível
obter ou fornecidos pelo contratante, tais como:

a) Descrição interna;
Impossibilidade de
vistoria b) No caso de apartamentos, escritórios e conjuntos habitacionais,
a vistoria externa de áreas comuns, a vistoria de outras unidades do
mesmo edifício e informações da respectiva administração;

c) No caso de unidades isoladas, a vistoria externa.

As considerações hipotéticas sobre o imóvel que configuram a situação


paradigma, devem estar claramente explicitadas no laudo de avaliação.
Nas avaliações em massa, a partir de dados cadastrais, recomenda-
Planta de valores -se vistoria por amostragem, com o objetivo de aferir os critérios e
percepções considerados no cadastro.

Vistoria do imóvel rural sistema viário e sua praticabilidade


A vistoria visa permitir ao proissional durante o ano agrícola.
de avaliações conhecer, da melhor maneira c) Sistema de transporte coletivo,
possível, o imóvel avaliando e o contexto escolas, facilidade de comercialização
imobiliário a que pertence, de forma a orien- dos produtos, cooperativas,
tar a coleta de dados. Além do previsto na agroindústrias, assistência técnica
ABNT NBR 14653-1, devem ser observados os agrícola, sistemas de armazenagem
aspectos relevantes na formação do valor, de de produtos e insumos, comércio de
acordo com o objeto, o objetivo e a inalidade insumos e máquinas agrícolas e rede
da avaliação, constantes no respectivo item. bancária.
Caracterização da região: d) Estrutura fundiária, vocação
a) Aspectos físicos: relevo e classes econômica, disponibilidade de mão
de solos predominantes, ocupação de obra.
existente e tendências de e) Aspectosligadosàspossibilidades
modiicação a curto e médio prazos, de desenvolvimento local, posturas
clima, recursos hídricos. legais para o uso e a ocupação do
b) Aspectos ligados à solo, restrições físicas e ambientais
infraestrutura pública, como canais de condicionantes do aproveitamento.
irrigação, energia elétrica, telefonia,
Pós-Graduação | Unicesumar
31

caracterização do imóvel Quanto à caracterização das produções


Abrangendo outros aspectos além da- vegetais:
queles enumerados nos imóveis urbanos, os a. Estado vegetativo.
rurais exigem especial atenção quanto as se- b. Estágio atual de desenvolvimento,
guintes características. estado itossanitário (infestação de
Quanto a suas características gerais: doenças, pragas e invasoras), nível
a. Denominação. tecnológico.
b. Dimensões - área registrada e área c.Produtividades esperadas, riscos de
levantada topograicamente, quando comercialização.
existente. d. Adaptação à região, considerando o
c.Limites e confrontações. risco de ocorrência de intempéries.
d. Situação. e. Condicionantes legais.
e. Destinação. Quanto à caracterização das obras e traba-
f. Recursos naturais. lhos de melhoria das terras:
g. Sistema viário interno. Devem ser caracterizadas as obras e traba-
h. Telefonia; rede de energia lhos de melhoria que não foram enquadrados
elétrica interna. quando da classiicação da capacidade de
i. Utilização econômica atual e uso das terras, nos seguintes aspectos:
condicionantes legais. a. Dimensões e quantidade.
Quanto à caracterização das terras: b. Aspectos qualitativos e tecnológicos.
a. Aspectos físicos. c.Estado de conservação, idade
b. Identiicação pedológica. aparente e vida útil.
c.Classiicação da capacidade de uso d. Aspectos funcionais.
das terras, conforme 1.3.3.1 Terras. e. Condicionantes legais.
d. Condicionantes legais. Quanto à caracterização das máquinas e
Quanto à caracterização das construções e equipamentos:
instalações: a. Fabricante, tipo (marca, modelo, ano
a. Dimensões. de fabricação, número de série).
b. Aspectos construtivos (qualitativos, b. Características técnicas (exemplo:
quantitativos e tecnológicos). potência, capacidade operacional).
c.Estado de conservação, idade c.Estado de conservação e
aparente, vida útil. funcionalidade.
d. Aspectos funcionais.
e. Condicionantes legais.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
32

Quanto à caracterização das atividades mineração):


pecuárias: Recomenda-se que a caracterização do
a. Espécie, raça, categoria dos animais. bem avaliando seja complementada com
b. Índices zootécnicos e aspectos a apresentação de cartograia, desenhos,
sanitários fotograias, imagens de satélite e outros
c.Manejo, alimentação e outros. documentos que esclareçam aspectos re-
Quanto à caracterização de outras ativida- levantes, com citação da respectiva autoria.
des (agroindústria, turismo rural, hotelaria,

O trabalho do perito avalia- Zona Leste, cujo imóvel esta- alcançou quase R$ 23 MI-
dor tem literalmente o poder va em desapropriação para LHÕES.
de mudar destinos quando ampliação de linhas. O tra- Veja mais sobre esta notícia
sua função é executada com balho do perito foi essencial em: <http://www1.folha.
lisura, ética e independência. para garantir o patrimônio uol.com.br/fsp/cotidiano/
Em caso recente divulgado do empresário, pois o valor 68984-apos-pericia-valor-
na mídia nacional, estiveram inicial ofertado era apenas de-imovel-aumenta-r-17-mi.
envolvidos o Metro de São 25% do valor do bem e com shtml>.
Paulo e um dono de motel na o realinhamento da perícia
Pós-Graduação | Unicesumar
33

considerações inais
Após entendermos que a vistoria é o exame criterioso do imóvel a ser avaliado,
em que veriicamos a localização, assim como informações sobre vizinhança, as
características físicas, topograia, estado de conservação, padrão construtivo e
outros atributos intrínsecos e extrínsecos que possam exercer qualquer inluência
no preço do imóvel, reconhecemos que é de grande utilidade o avaliador se dirigir
ao imóvel munido de formulário (Veja modelo anexo) para anotar as informações
do imóvel, inclusive fazendo o uso do registro de imagens, como fotograias até
mesmo ilmes, se necessário.
Tais procedimentos e ações metódicas garantem a qualidade da informação
procurada, assim como geram relexos diretos sobre o resultado de seu trabalho,
como veremos na Unidade a seguir, tratando sobre as questões de avaliação dos
bens.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
34

atividade de autoestudo

Atividade 1
Localize nas letras abaixo doze palavras que são encontradas nas terminologias de ava-
liação e perícia de imóveis.
Pós-Graduação | Unicesumar
35

Atividade 2
Veja abaixo as frases que lhe permitirão preencher as palavras cruzadas a seguir.

Horizontais:
3. ... aparentes como anomalias, avarias, danos construtivos e outras, conforme deinidas
na ABNT NBR 13752, que possam inluenciar de forma signiicativa a variação dos preços re-
lativos dos elementos amostrais.
6. Em casos excepcionais, quando for impossível sua realização, admite-se a adoção de
uma situação paradigma, desde que acordada entre as partes e explicitada no laudo.
7. ... urbana: sistema viário, transporte coletivo, coleta de resíduos sólidos, água potável,
energia elétrica, telefone, redes de cabeamento para transmissão de dados, comunicação e
televisão, esgotamento sanitário, águas pluviais e gás canalizado.
8. Situação na região e via pública, com indicação de limites e confrontações.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
36

Verticais
1. É recomendável que, ao iniciar o procedimento de avaliação, a primeira providência
do proissional avaliador seja tomar conhecimento da documentação disponível.
2. Análise das condições econômicas, políticas e sociais, quando relevantes para o mercado,
inclusive usos anteriores atípicos ou estigmas.
4. Dimensões, forma, topograia, superfície, solo.
5. ... comunitários: segurança, educação, saúde, cultura e lazer.
Pós-Graduação | Unicesumar
37

Web

Livro Frederico Mendonça realiza pales-


Título: Avaliação de Imóveis tra sobre avaliação de imóveis, o
Autor: Luís Portella Pereira mercado de trabalho e a metodo-
Editora: ULBRA logia de avaliação, discutindo temas
Sinopse: O livro Avaliação de Imóveis para Corretores de Imóveis e Gestores relevantes na proissão do avaliador
Imobiliários vem preencher o vazio de livros escritos sobre avaliação de de imóveis.
imóveis. O Livro foi escrito de acordo com a norma técnica e com o parecer < ht t p : / / w w w. yo u t u b e. co m /
1.066/07 do COFECI. Trabalha o entendimento da norma e da resolução, watch?v=lIg5oVpFROk>.
bem como traz exemplos de impactos e de laudos feitos de acordo com
a norma e de acordo com a resolução.
Gilberto Yogui, Diretor do Creci -
SP, aborda, nesta série de vídeos,
a respeito do tema de Avaliação
de Imóveis, assim como seus as-
pectos legais, questões técnicas e
considerações éticas na proissão
do Corretor de Imóveis.
CRECI Esclarece - Avaliação de
Imóveis:
< ht t p : / / w w w. yo u t u b e. co m /
watch?v=QzXXSKA43XQ>.
< ht t p : / / w w w. yo u t u b e. co m /
watch?v=T9m3vGWjlKQ>.
2 Métodos para Cálculo e Avaliação de Imóveis

Professor Dr. Daniel Eduardo dos Santos

Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará
nesta unidade:
• Métodos para identiicar o valor de um bem, de seus
frutos e direitos
objetivos de aprendizagem • Métodos para identiicar o custo de um imóvel
• Assimilar as especiicações das avaliações e os re- • Especiicação das avaliações
quisitos básicos de laudos e pareceres técnicos de • Apresentação do laudo de avaliação
avaliação. • Procedimentos especíicos
• Reconhecer os métodos para identiicar o valor de
um bem, de seus frutos e direitos.
• Desenvolver estudo de avaliação baseada no grau
de fundamentação da análise, conforme metodolo-
gia sacramentada na ABNT.
Para a identiicação do valor de mercado, sempre que possível pre-
ferir o método comparativo direto de dados de mercado, conforme
deinido em 8.2.1 da ABNT NBR 14653-1:2001. Quando couber e o
objetivo for a identiicação do valor de mercado, é recomendável
que sejam apresentadas considerações quanto ao aproveitamen-
to eiciente do imóvel.

Nos mercados em transição são recomendáveis a análise e o diag-


nóstico da situação do mercado, eventualmente com a adoção de
outro enfoque, procedendo-se a conciliação. Métodos utilizados
não detalhados na norma da ABNT devem ser descritos e funda-
mentados no trabalho, de forma a manter a consistência da análise
desenvolvida e laudos produzidos.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
40

Procedimentos
metodológicos

a
s metodologias aplicáveis à avalia-
ção de bens, seus frutos e direitos
dependem basicamente:
Da natureza do bem avaliando.
Da inalidade da avaliação (explicitada no
laudo junto ao valor encontrado).
Da disponibilidade, qualidade e quanti-
dade de informações colhidas no mercado.
Do prazo para sua execução.
Consideradas as peculiaridades re-
gionais, o IBAPE/SP recomenda adotar os
procedimentos desta Norma, que detalham e
complementam aqueles constantes da ABNT
NBR 14653-2.
Zonas de características homogêneas
Na Região Metropolitana de São Paulo os
bairros possuem diversas características de
diferenciação, classiicadas para efeito desta
Norma, em quatro grupos, totalizando onze
zonas descritas a seguir, cujos critérios e pa-
râmetros devem servir para enquadramento
do elemento avaliando em relação à região
geoeconômica a que pertence.
Pós-Graduação | Unicesumar
41

Grupo I - Zonas de uso predominanteMENTE


residencial e ocupação horizontal

1ª Zona: residencial Horizontal de Padrão


Popular
Encontradas em regiões periféricas ou em renda média. Os lotes possuem dimen-
de ocupações irregulares, dotadas de pouca sões em torno de 250m² e as ediicações
infraestrutura urbana, alta densidade de ocu- são de padrão médio, podendo ser térreas
pação e concentração de famílias de baixa ou assobradadas, isoladas ou geminadas, ca-
renda. Os lotes possuem dimensões redu- racterizadas pelos acabamentos econômicos,
zidas, em torno de 125m², e as ediicações porém de boa qualidade.
predominantes são de padrão proletário, ge- 3ª Zona: residencial Horizontal de Padrão
ralmente associadas à autoconstrução e no alto
uso mínimo de materiais de acabamento. Compreendem as regiões dotadas de
2ª Zona: residencial Horizontal de Padrão infraestrutura completa e ocupadas exclu-
Médio sivamente por casas de alto padrão, com
Zonas cuja característica é de ocupação arquitetura das ediicações diferenciada, ge-
horizontal, com predominância de casas e rara ralmente com projetos personalizados. Nestes
presença de comércio. São dotadas de infra- locais, predominam terrenos de grandes pro-
estrutura básica, com população concentrada porções, em torno de 600m2.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
42

Grupo II - Zonas de uso residencial ou comercial


e ocupação vertical (zonas de incorporação):

4ª Zona: Prédios de apartamentos de


Padrão Popular
Encontradas em diversas regiões, dotadas de ocupação que necessariamente tem que
de infraestrutura básica e com concentração reletir verticalização, por meio de edifícios
de população de baixa renda. Apresentam de apartamentos ou escritórios de padrão
vocação para ocupação de prédios de apar- médio ou superior.
tamentos de padrão popular, geralmente 6ª Zona: Prédios de apartamentos ou de
sem elevadores, até quatro andares. escritórios de Padrão alto
5ª Zona: Prédios de apartamentos ou de Compreendem as regiões ocupadas por
escritórios de Padrão Médio edifícios de apartamentos ou escritórios com
Dotadas de infraestrutura completa com arquitetura diferenciada, projetos persona-
concentração de população de renda média. lizados e de padrão elevado, destinadas à
Para classiicação nesta zona é necessário população de alta renda.
veriicar a vocação legal e a predominância
Pós-Graduação | Unicesumar
43

Grupo III - Zonas de uso comercial ou de serviços


com ocupação predominantemente horizontal

7ª Zona: comércio ou Serviços de Padrão


Popular 9ª Zona: comércio ou Serviços de Padrão
Podem ser identiicadas em regiões peri- alto
féricas ou de população de baixa renda, onde Identiicadas em regiões que apresentam
é constatada a concentração de comércio ou arquitetura diferenciada, com projetos perso-
prestação de serviços populares. nalizados e de padrão elevado, presentes em
8ª Zona: comércio ou Serviços de Padrão corredores e ruas de bairros de alto padrão.
Médio
É constatada a concentração de comércio
ou prestação de serviços de padrão médio.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
44

Grupo IV - Zonas de uso industrial ou de


armazéns

10ª Zona: industriais de entrevistas entre outros. Caracteriza e de-


São zonas cuja vocação é geralmen- limita a região na qual o bem avaliando está
te deinida pelas legislações estaduais e inserido para a obtenção de uma amostra
municipais, com restrições de uso especíi- representativa de dados de mercado a ele
cas e com ocupação predominantemente semelhantes.
industrial. coleta de dados
11ª Zona: Galpões Obtenção de dados e informações con-
São identiicadas pela presença de ar- iáveis de ofertas e preferencialmente de
mazéns ou galpões, sem características negociações realizadas, contemporâneos à
industriais podendo ser encontradas em data de referência, com suas principais carac-
regiões cerealistas ou de comércio. terísticas físicas, econômicas e de localização
Método comparativo direto de dados de e investigação do mercado. É recomendá-
mercado vel buscar a maior quantidade possível de
Analisa elementos semelhantes ou as- dados de mercado e com atributos compa-
semelhados ao avaliando, com objetivo de ráveis aos do bem avaliando.
encontrar a tendência de formação de seus Serão considerados semelhantes ele-
preços. mentos que:
A homogeneização das características a. Estejam na mesma região e
dos dados deve ser efetuada com o uso de em condições econômico-
procedimentos, dentre os quais se desta- mercadológicas equivalentes às do
cam o tratamento por fatores e a inferência bem avaliando.
estatística. b. Constituam amostra onde o bem
Pesquisa de dados avaliando ique o mais próximo
Principal etapa do processo avaliatório e possível do centroide amostral.
compreende o planejamento da pesquisa, a c.Sejam do mesmo tipo (terrenos, lojas,
coleta de dados e vistoria de dados amostrais. apartamentos etc.).
Planejamento da pesquisa d. Em relação ao bem avaliando,
O planejamento da pesquisa deine a sempre que possível, tenham:
abrangência da amostragem, quantitativa e i. Dimensões compatíveis.
qualitativa, e a forma de sua coleta e compila- ii. Número compatível de
ção, com utilização de ichas, planilhas, roteiro dependências (vagas de
Pós-Graduação | Unicesumar
45

estacionamento, dormitórios entre semelhantes, possam ser coletados


outros). outros de condições distintas
iii. Padrão construtivo semelhante. para estudos ou fundamentações
iv. Estado de conservação e complementares.
obsoletismo similares. d. Nos preços ofertados sejam
Além destas condições de semelhança, consideradas eventuais
observar que: superestimativas, sempre que
a. As referências de valor sejam possível quantiicadas pelo confronto
buscadas em fontes diversas e, com dados de transações.
quando repetidas, as informações e. Os dados referentes às ofertas
devem ser cruzadas e averiguadas contemplem, sempre que possível, o
para utilização da mais coniável. tempo de exposição no mercado.
b. As fontes de informações sejam f. Não serão admitidos como dados
identiicadas, com o fornecimento de mercado opiniões, mesmo que
de, no mínimo, nome e telefone para emitidas por agentes do mercado
averiguação. imobiliário.
c.No caso de insuiciência de dados
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
46

Métodos para identiicar o valor de


um bem, de seus frutos e direitos

Método comparativo direto de dados de variáveis que, em princípio, são relevantes


mercado para explicar a tendência de formação de
Analisa elementos semelhantes ou as- valor e estabelecidas as supostas relações
semelhados ao avaliando, com objetivo de entre si e com a variável dependente.
encontrar a tendência de formação de seus A estratégia de pesquisa refere-se à abran-
preços. A homogeneização das caracterís- gência da amostragem e às técnicas a serem
ticas dos dados deve ser efetuada com o utilizadas na coleta e análise dos dados, como
uso de procedimentos, dentre os quais se a seleção e abordagem de fontes de informa-
destaca o tratamento por fatores e a infe- ção, bem como a escolha do tipo de análise
rência estatística. (quantitativa ou qualitativa) e a elaboração
Planejamento da pesquisa dos respectivos instrumentos para a coleta
É a principal fase de qualquer avalia- de dados (ichas, planilhas, roteiros de entre-
ção, pois se trata da etapa inicial, em que vistas entre outros).
serão escolhidos os elementos cuja seme- identiicação das variáveis do modelo
lhança orientará as conclusões relativas ao Variável dependente:
valor do bem avaliando. No planejamento de Para a especiicação correta da variável
uma pesquisa, o que se pretende é a com- dependente é necessária uma investiga-
posição de uma amostra representativa de ção no mercado em relação à sua conduta
dados de mercado de imóveis com caracte- e às formas de expressão dos preços (por
rísticas, tanto quanto possível, semelhantes exemplo, preço total ou unitário, moeda
às do avaliando, usando-se toda a evidên- de referência, formas de pagamento), bem
cia disponível. como observar a homogeneidade nas uni-
Esta etapa, que envolve estrutura e es- dades de medida.
tratégia da pesquisa, deve iniciar-se pela Variáveis independentes:
caracterização e delimitação do mercado As variáveis independentes referem-se
em análise, com o auxílio de teorias e con- às características físicas (por exemplo, área,
ceitos existentes ou hipóteses advindas de frente), de localização (como bairro, logra-
experiências adquiridas pelo avaliador sobre douro, distância ao polo de inluência entre
a formação do valor. outros) e econômicas (como oferta ou tran-
Na estrutura da pesquisa são eleitas as sação, época e condição do negócio — à
Pós-Graduação | Unicesumar
47

vista ou a prazo). As variáveis devem ser es- para expressar a localização na


colhidas com base em teorias existentes, avaliação de lojas para venda.
conhecimentos adquiridos, senso comum E por meio de códigos ajustados, quando
e outros atributos que se revelem importan- seus valores são extraídos da amostra com
tes no decorrer dos trabalhos, pois algumas a utilização dos coeicientes de variáveis di-
variáveis consideradas no planejamento da cotômicas que representem cada uma das
pesquisa podem se mostrar pouco relevantes características. O modelo intermediário
na explicação do comportamento da vari- gerador dos códigos deve constar no laudo
ável explicada e vice-versa, e adotando-se, de avaliação.
sempre que possível, a adoção de variáveis levantamento de dados de mercado
quantitativas, que podem ser especiicadas A primeira etapa realizada no campo,
na seguinte ordem de prioridade: designada coleta, é onde se realizam levan-
a. Pelo emprego de tantas variáveis tamentos junto ao mercado imobiliário, no
dicotômicas quantas forem sentido de se obter o maior número de in-
necessárias, especialmente quando a formações possíveis sobre os elementos
quantidade de dados for abundante e disponíveis, sejam eles ofertas de imóveis
puderem ser preservados os graus de ou transações realizadas.
liberdade necessários à modelagem Na fase de coleta de dados é
estatística deinidos nesta Norma (por recomendável:
exemplo, aplicação de condições a. Buscar dados de mercado com
booleanas do tipo “maior do que” ou atributos mais semelhantes possíveis
“menor do que”, “sim” ou “não”). aos do bem avaliando.
b. Pelo emprego de variáveis proxy, por b. Identiicar e diversiicar as fontes
exemplo: de informação, sendo que as
• custos unitários básicos de entidades informações devem ser cruzadas,
setoriais, para expressar padrão tanto quanto possível, com objetivo
construtivo; de aumentar a coniabilidade dos
• índice iscal, índice de dados de mercado.
desenvolvimento humano, renda c.Identiicar e descrever as
média do chefe de domicílio, níveis de características relevantes dos dados
renda da população, para expressar de mercado coletados.
localização; d. Buscar dados de mercado de
• coeicientes de depreciação para preferência contemporâneos com a
expressar estado de conservação das data de referência da avaliação.
benfeitorias; O levantamento de dados tem como objetivo
• valores unitários de lojas em locação a obtenção de uma amostra representativa
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
48

para explicar o comportamento do mercado tratamento de dados


no qual o imóvel avaliando esteja inserido Preliminares:
e constitui a base do processo avaliatório. É recomendável, preliminarmente, a su-
Nesta etapa, o proissional de avaliações marização das informações obtidas sob a
investiga o mercado, coleta dados e informa- forma de gráicos que mostrem as distri-
ções coniáveis preferentemente a respeito buições de frequência para cada uma das
de negociações realizadas e ofertas, contem- variáveis, bem como as relações entre elas.
porâneas à data de referência da avaliação, Nesta etapa, veriicam-se o equilíbrio da
com suas principais características econômi- amostra, a inluência das variáveis que pre-
cas, físicas e de localização. sumivelmente expliquem a variação dos
As fontes devem ser diversiicadas tanto preços, a forma dessa variação, possíveis
quanto possível e identiicadas. A identii- dependências entre elas, identiicação de
cação das fontes pode ser dispensada em pontos atípicos entre outros. Assim, pode-se
comum acordo entre as partes contratantes. confrontar as respostas obtidas no mercado
Recomenda-se que os dados de mercado com as crenças a priori do proissional de
tenham suas características veriicadas pelo avaliações, bem como permitir a formula-
proissional de avaliações. ção de novas hipóteses.
Os dados de oferta são indicações im- Nos casos de transformação de paga-
portantes do valor de mercado. Entretanto, mento parcelado ou a prazo de um dado de
devem-se considerar superestimativas mercado para preço à vista, esta deve ser
que em geral acompanham esses preços realizada com a adoção de uma taxa de des-
e, sempre que possível, quantiicá-las pelo conto, efetiva, líquida e representativa da
confronto com dados de transações. Na média praticada pelo mercado, a data cor-
amostragem deve-se sopesar o uso de infor- respondente a esse dado, discriminando-se
mações que impliquem opiniões subjetivas a fonte.
do informante e recomenda-se: No tratamento dos dados podem ser uti-
a. Visitar cada imóvel tomado como lizados, alternativamente e em função da
referência, com o intuito de veriicar, qualidade e da quantidade de dados e infor-
tanto quanto possível, todas as mações disponíveis:
informações de interesse. • Tratamento por fatores:
b. Atentar para os aspectos qualitativos homogeneização por fatores e critérios,
e quantitativos. fundamentados por estudos conforme
c.Confrontar as informações das partes especiicado no tópico Tratamento
envolvidas, de forma a conferir maior de Fatores, a seguir, e posterior
coniabilidade aos dados coletados. análise estatística dos resultados
homogeneizados.
Pós-Graduação | Unicesumar
49

• Tratamento cientíico: tratamento aproveitamento e às características


de evidências empíricas pelo uso de físicas; diferenças relevantes perante
metodologia cientíica que leve à o avaliando devem ser tratadas ade-
indução de modelo validado para o quadamente nos modelos adotados.
comportamento do mercado. Inserção de mais de um tipo de agrupa-
Deve-se levar em conta que qualquer mento no mesmo modelo. Nestes casos, o
modelo é uma representação simpliicada do proissional de avaliações deve se certiicar
mercado, uma vez que não considera todas de ter contemplado as diferenças signiica-
as suas informações. Por isso, precisam ser tivas entre esses grupos, sendo obrigatória a
tomados cuidados cientíicos na sua elabo- veriicação da inluência das interações entre
ração, desde a preparação da pesquisa e o as variáveis.
trabalho de campo, até o exame inal dos Recomenda-se a inclusão dos endereços
resultados. completos dos dados de mercado.
O poder de predição do modelo deve ser Tratamento por fatores:
veriicado a partir do gráico de preços obser- O tratamento por fatores é aplicável
vados na abscissa versus valores estimados a uma amostra composta por dados de
pelo modelo na ordenada, que deve apresen- mercado com as características mais próxi-
tar pontos próximos da bissetriz do primeiro mas possíveis do imóvel avaliando.
quadrante. Alternativamente, podem ser uti- Os fatores devem ser calculados por
lizados procedimentos de validação. metodologia cientíica, como citado ante-
A qualidade da amostra deve estar asse- riormente, justiicados do ponto de vista
gurada quanto a: teórico e prático, com a inclusão de validação,
• Correta identiicação dos dados de quando pertinente. Devem caracterizar clara-
mercado, com especiicação e quan- mente sua validade temporal e abrangência
tificação das principais variáveis regional e ser revisados no prazo máximo de
levantadas, mesmo aquelas não uti- quatro anos ou em prazo inferior, sempre que
lizadas no modelo. for necessário. Podem ser:
• Isenção das fontes de informação. a. Calculados e divulgados, juntamente
• Identiicação das fontes de informa- com os estudos que lhe deram
ção, salvo houver acordo quanto à sua origem, pelas entidades técnicas
dispensa, conforme já abordado. regionais reconhecidas, bem como
• Número de dados de mercado efeti- por universidades ou entidades
vamente utilizados, de acordo com o públicas com registro no sistema
grau de fundamentação. CONFEA/CREA, desde que os estudos
• Sua semelhança com o imóvel objeto sejam de autoria de proissionais de
da avaliação, no que diz respeito à sua engenharia ou arquitetura.
situação, à destinação, ao grau de b. Deduzidos ou referendados pelo
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
50

próprio proissional de avaliações, de utilização de modelos de regressão linear,


com a utilização de metodologia deve ser observado o Anexo A da mesma
cientíica, conforme tópico norma.
Tratamento cientíico a seguir, desde Campo de arbítrio:
que a metodologia, a amostragem O campo de arbítrio deinido em 3.8 da
e os cálculos que lhes deram ABNT NBR 14653-1:2001 é o intervalo com
origem sejam anexados ao laudo de amplitude de 15%, para mais e para menos,
avaliação. em torno da estimativa de tendência central
No caso de utilização de tratamento por utilizada na avaliação.
fatores, deve ser observado o ANEXO II – O campo de arbítrio pode ser utilizado
Resumo dos fatores de ajuste e respectivos quando variáveis relevantes para a avaliação
intervalos recomendados (IBAPE/SP). do imóvel não tiverem sido contempladas no
Tratamento cientíico: modelo, por escassez de dados de mercado,
Quaisquer que sejam os modelos uti- por inexistência de fatores de homogenei-
lizados para inferir o comportamento do zação aplicáveis ou porque essas variáveis
mercado e formação de valores, seus pressu- não se apresentaram estatisticamente sig-
postos devem ser devidamente explicitados niicantes em modelos de regressão, desde
e testados. Quando necessário, devem ser in- que a amplitude de até mais ou menos 15
tentadas medidas corretivas, com repercussão % seja suiciente para absorver as inluên-
na classiicação dos graus de fundamentação cias não consideradas e que os ajustes sejam
e precisão. justiicados.
Outras ferramentas analíticas para a Quando a amplitude do campo de ar-
indução do comportamento do mercado, bítrio não for suiciente para absorver as
consideradas de interesse pelo proissional inluências não consideradas, o modelo é in-
de avaliações, tais como regressão espacial, suiciente para que a avaliação possa atingir o
análise envoltória de dados e redes neurais grau mínimo de fundamentação no método
artiiciais, podem ser aplicadas, desde que comparativo direto de dados de mercado e
devidamente justiicadas do ponto de vista esse fato deve ser consignado no laudo.
teórico e prático, com a inclusão de valida- O campo de arbítrio não se confunde
ção, quando pertinente. com o intervalo de coniança de 80% cal-
Os Anexos C, D e E na NBR 145653- culado para deinir o grau de precisão da
2:2011 apresentam de forma resumida as estimativa.
características e fundamentos básicos dessas Método involutivo
ferramentas analíticas em caráter informativo, Este método exige a vistoria conforme
visando sua difusão para o desenvolvimento já abordado na Unidade I, devendo ainda
técnico da engenharia de avaliações. No caso serem realizados:
Pós-Graduação | Unicesumar
51

Projeto hipotético: Este levantamento corresponde à apura-


Na concepção do projeto hipotético, o ção dos custos diretos e indiretos, inclusive
proissional de avaliações deve veriicar o de elaboração e aprovação de projetos, ne-
aproveitamento eiciente para o imóvel em cessários à transformação do imóvel para as
avaliação, como deinido anteriormente. condições do projeto hipotético.
Pesquisa de valores: Previsão de despesas adicionais:
Podem ser incluídas, quando pertinen-
tes, entre outras, as seguintes despesas:
a. De compra do imóvel.
b. De administração do
empreendimento, inclusive vigilância.
c.Com impostos, taxas e seguros.
d. Com publicidade.
e. Com a comercialização das unidades.
Margem de lucro do incorporador:
Quando for usada margem de lucro em
modelos que não utilizem luxo de caixa, esta
A pesquisa de valores deve ser realizada margem deve ser considerada proporcional
segundo os preceitos do método compa- ao risco do empreendimento, que está dire-
rativo direto de dados de mercado e tem tamente ligado à quantidade de unidades
como objetivo estimar o valor de mercado resultantes do projeto, ao montante investido e
do produto imobiliário projetado para a si- ao prazo total previsto para retorno do capital.
tuação hipotética adotada e sua variação ao A margem de lucro adotada em modelos es-
longo do tempo. táticos deve ter relação com o que é praticado
Previsão de receitas: no mercado.
As receitas de venda das unidades do Prazos:
projeto hipotético são calculadas a partir dos No caso de adoção de modelos dinâmi-
resultados obtidos na pesquisa de valores, cos, recomenda-se que:
considerados a eventual valorização imobi- a. o prazo para a execução do
liária, preferencialmente inferida, a forma de projeto hipotético seja compatível
comercialização identiicada na conduta do com as suas características
mercado e o tempo de absorção em face da físicas, disponibilidade de
evolução conjuntural no mercado e evidên- recursos, tecnologia e condições
cias de seu desempenho. mercadológicas;
Levantamento do custo de produção do
projeto hipotético:
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
52

b. o prazo para a venda das unidades Estabelecimento da taxa mínima de


seja compatível com a estrutura, atratividade:
conduta e desempenho do mercado. Esta taxa é estimada em função das
Taxas: oportunidades de investimentos alterna-
No caso de adoção de modelos dinâ- tivos existentes no mercado de capitais e,
micos, recomenda-se explicitar as taxas de também, dos riscos do negócio.
valorização imobiliária, de evolução de custos Estimação do valor do imóvel:
e despesas, de juros do capital investido e a O valor máximo estimado para o imóvel
mínima de atratividade. é representado pelo valor atual do luxo
Modelo: de caixa, descontado pela taxa mínima de
A avaliação pode ser realizada com a uti- atratividade.
lização dos seguintes modelos, em ordem Método evolutivo
de preferência: Método em que o valor de mercado do
a. Por luxos de caixa especíicos. imóvel é obtido por meio da composição do
b. Com a aplicação de modelos valor do terreno com o custo de reprodução
simpliicados dinâmicos. das benfeitorias devidamente depreciado e
c.Com a aplicação de modelos o fator de comercialização, ou seja:
estáticos. Vi = ( V T + CB ) . FC
Método da renda Onde:
As avaliações de empreendimentos de • Vi é o valor do imóvel;
base imobiliária (hotéis, shopping centers • V T é o valor do terreno;
e outros) devem observar as prescrições da • CB é o custo de reedição da benfeitoria;
ABNT NBR 14653-4. No caso de avaliação de • FC é o fator de comercialização.
imóvel que não se enquadre na situação an- Sempre que possível, recomenda-se que
terior, devem ser observados os aspectos o fator de comercialização seja inferido no
descritos dos tópicos 2.2.6.1 a 2.2.6.4. mercado da região, a partir de imóveis simi-
Estimação das receitas e despesas: lares, observando-se o mínimo de 03 (três)
Em função do tipo de imóvel que se elementos. A aplicação deste método exige
pretende avaliar, são levantadas todas as que:
despesas necessárias à sua manutenção e a. O valor do terreno seja determinado
operação, impostos etc., e receitas prove- pelo método comparativo de dados
nientes da sua exploração. de mercado ou, na impossibilidade
Montagem do luxo de caixa: deste, pelo método involutivo.
A montagem do luxo de caixa é feita b. As benfeitorias sejam apropriadas
com base nas despesas e receitas previstas pelo método comparativo direto
para o imóvel e suas respectivas épocas. de custo ou pelo método da
Pós-Graduação | Unicesumar
53

quantiicação de custo. Quando o imóvel estiver situado em zona de


c.O fator de comercialização seja alta densidade urbana, onde o aproveitamen-
levado em conta, admitindo-se que to eiciente é preponderante, o proissional
pode ser maior ou menor do que a de avaliações deve analisar a adequação das
unidade, em função da conjuntura do benfeitorias, ressaltar o subaproveitamento
mercado na época da avaliação. ou o superaproveitamento do terreno e ex-
plicitar os cálculos correspondentes.

Valor do terreno
Bruto
+
Valor de Custo de Fator de
incorporação = reedição X comercialização = Valor do imóvel

+
Valor de
Construção

Figura 1 - Método Evolutivo

Fonte: Elaborado pelo Autor

Quando puder ser empregado, o método O método evolutivo pode também ser
evolutivo pode ser considerado método empregado quando se deseja obter o valor
eletivo para a avaliação de imóveis cujas do terreno ou o custo de reedição da benfei-
características sui generis impliquem a ine- toria a partir do conhecimento do seu valor
xistência de dados de mercado em número total, considerada a equação acima.
suiciente para a aplicação do método com-
parativo direto de dados de mercado.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
54

Métodos para identiicar o


custo de um imóvel

o
s métodos a seguir são recomenda-
dos para a identiicação do custo de
todos os tipos de imóveis, confor-
me atesta a ABNT em suas normas. A seguir,
trataremos de cada um deles.
Pós-Graduação | Unicesumar
55

Método da quantiicação do custo acordo com os limites estabelecidos na


Utilizado para identiicar o custo de re- NBR 12721.
edição de benfeitorias. Pode ser apropriado Ao custo das ediicações resultante da multi-
pelo custo unitário básico de construção plicação da área S pelo Custo Unitário Básico
ou por orçamento, com citação das fontes com características mais próximas às do
consultadas. elemento avaliando, devem ser acrescidos
os itens de custo não contemplados pela
NBR12721.
estimação do custo de construção
Identiicação de custo Para a estimação do custo de construção
pode-se aplicar o modelo a seguir:
pelo custo unitário
básico (ABNT NBR
OE + OI+ ^OFe- OFdh
C = ;CUB + S
E^1 + Ah^1 + F h^1 + Lh

12721) Onde:
Vistoria • C é o custo unitário de construção por
Tendo como objetivo principal examinar m² de área equivalente de construção;
as especiicações dos materiais aplicados, • CUB é o custo unitário básico;
para estimação do padrão construtivo, a ti- • OE é o orçamento de elevadores;
pologia, o estado de conservação e a idade • OI é o orçamento de instalações
aparente, a vistoria novamente aqui é exigida. especiais e outras, tais como geradores,
cálculo da área equivalente de construção sistemas de proteção contra incêndio,
Se os custos das ediicações em condo- centrais de gás, interfones, antenas,
mínio forem estimados conforme previsto coletivas, urbanização, projetos etc.
na ABNT NBR 12721, devem ser utilizadas as • OFe é o orçamento de fundações
áreas equivalentes de construções para os especiais;
custos unitários padrão, representadas pela • OFd é o orçamento de fundações
seguinte fórmula: diretas;
n

S = A p + /( Aqi .P i ) • S é a área equivalente de construção,


i
Onde: de acordo com a NBR 12721;
• S é a área equivalente de construção; • A é a taxa de administração da obra;
• Ap é a área construída padrão; • F é o percentual relativo aos custos
• Aqi é a área construída de padrão inanceiros durante o período da
diferente; construção;
• Pi é o percentual correspondente à • L é o percentual correspondente ao
razão entre o custo estimado da área lucro ou remuneração da construtora.
de padrão diferente e a área padrão, de
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
56

Identiicação do
custo pelo orçamento
Em 1918, em nosso país, mostram-se detalhado
os primeiros estudos de avaliação de
imóveis e já em 1923 foram introdu- Vistoria:
zidos novos métodos de avaliação de
terrenos, que a partir de 1929 começa- A vistoria detalhada da benfeitoria tem
ram a ser sistematicamente aplicados. como objetivo examinar as especiicações
Nesse contexto a engenharia de avalia-
ção no Brasil tomou corpo e continua dos materiais aplicados, o estado de conser-
crescendo e evoluindo nas técnicas vação e a idade estimada.
de avaliação. Atualmente um grande
número de proissionais e entidades Levantamento dos quantitativos:
desenvolve estudos nesse campo, vi- Nesta etapa são levantados todos os
sando dar ao tema o suporte cientíico
necessário aos métodos técnicos até quantitativos de materiais e serviços aplica-
então utilizados (FIKER, 1997). dos na obra.
Considere que, além da vivência de
mercado e experiência de campo, é Pesquisa de custos:
necessário ao proissional avaliador De acordo com as especiicações dos ma-
habilidades que se somam para dar
conta da complexidade percebida no teriais e serviços utilizados para execução da
mundo contemporâneo. Conhecimen- benfeitoria, coletam-se os seus respectivos
tos em matemática básica, matemáti-
ca inanceira e estatística são apenas custos em fontes de consulta especializadas.
alguns dos pontos exigidos daqueles Preenchimento da planilha orçamentária:
que atendem com agilidade as deman-
das do mercado. O uso de sistemas de O preenchimento da planilha deve ser
informação e programas especíicos, de acordo com o modelo sugerido na ABNT
inclusive aqueles acessíveis via web.
Prescindir ou ignorar tais ferramentas NBR 12721, onde são discriminados todos os
encantona o proissional, limitando se- serviços, indicando-se a unidade de medida,
riamente tanto seu desenvolvimento
quanto suas possibilidades proissio- a quantidade, o custo unitário, o custo total
nais. e a fonte de consulta.
Depreciação física
O cálculo da depreciação física pode ser
realizado de forma analítica por meio de
orçamento necessário à recomposição do
imóvel na condição de novo ou por meio
da aplicação de coeiciente de depreciação,
que leve em conta a idade e o estado de con-
servação. Esse coeiciente deve ser aplicado
sobre o valor depreciável.
Pós-Graduação | Unicesumar
57

Coeiciente de Estado de Conservação (FCONSERV )


É aquele que corrige as diferenças em ter o estado de conservação das ediicações, em
função da manutenção aplicada à benfeitoria.
a) Tipo de estado de conservação:

Estado de Conservação Nota


Novo 100
Boa 90
Entre Boa e Regular 85
Regular 80
Desgastada 70
Ruim 65
Péssimo 60

Coeiciente de Estado de Conservação:


Ao relacionarmos o fator de estado de conservação do imóvel avaliando com o fator de
estado de conservação do imóvel pesquisado, estamos estabelecendo uma comparação
entre estes imóveis.

Fator deEstadodeConservaçãodo Avaliando W conserv = Fconserv A


Fator deEstadodeConservaçãodo Pesquisado F conserv P
Exemplo:
Estado de Conservação do avaliando = Regular = 80
Fator do Estado de Conservação
Avali ando 80
Estado de Conservação da Pesquisa 01 = 90 1 90 O,89
Estado de Conservação da Pesquisa 02 = 85 2 85 0,94
Estado de Conservação da Pesquisa 03 = 75 3 75 1,07
Estado de Conservação da Pesquisa 04 = 70 4 70 1,14
Estado de Conservação da Pesquisa 05 = 60 5 60 1,33

Para uma compreensão pontual sobre o processo de avaliação da conservação de um imóvel,


considere analisar o disposto no ANEXO IV – Estado de Conservação.
custo de reedição da benfeitoria
O custo de reedição da benfeitoria é o resultado da subtração do custo de reprodução
da parcela relativa à depreciação.
Método comparativo direto de custo:
A utilização do método comparativo direto para a avaliação de custos deve considerar
uma amostra composta por imóveis de projetos semelhantes, a partir da qual são elabo-
rados modelos que seguem os procedimentos usuais do método comparativo direto de
dados de mercado.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
58

Tratamento por fatores

n
o tratamento por fatores devem ser utilizados os elementos amostrais
mais semelhantes possíveis ao avaliando em todas as suas caracterís-
ticas cujas diferenças perante o mesmo, para mais ou para menos, são
levadas em conta. É admitida a priori a existência de relações ixas entre as di-
ferenças dos atributos especíicos e os respectivos preços. Os fatores devem ser
aplicados sempre ao valor original do elemento comparativo na forma de soma-
tório. No valor original do elemento devem ser considerados quando aplicáveis:
• A elasticidade de preços representada pelo fator oferta.
• A transformação de preços à vista e a prazo, e/ou conversões de preços
que sejam ofertados em outras moedas.
O conjunto de fatores aplicado a cada elemento amostral será considerado como
homogeneizante quando após a aplicação dos respectivos ajustes se veriicar que
o conjunto de novos valores homogeneizados apresenta menor coeiciente de
variação dos dados que o conjunto original. Devem reletir, em termos relativos,
o comportamento do mercado, em uma determinada abrangência espacial e
temporal, com a consideração de:
• Localização.
• Fatores de forma (testada, profundidade, área ou múltiplas frentes).
• Fatores padrão construtivo e depreciação.
Fator oferta
A superestimativa dos dados de oferta (elasticidade dos negócios) deverá ser
descontada do valor total pela aplicação do fator médio observado no mercado.
Na impossibilidade da sua determinação, pode ser aplicado o fator consagrado
0,9 (desconto de 10% sobre o preço original pedido). Todos os demais fatores
devem ser considerados após a aplicação do fator oferta.
Fator Oferta:
• Transação = 1,00
• Oferta = 0,90 ou 0,95
Geralmente, os imóveis são ofertados em valor superior ao que são efetivamen-
te transacionados devido à elasticidade de preço por parte do vendedor que
tende a ceder no curso da negociação. Deve ser aferido por meio de uma con-
tínua observação de mercado. Este fator é utilizado de forma direta na planilha
Pós-Graduação | Unicesumar
59

de homogeneização.
Em valores captados como “Ofertas” (possibilidade de superestima e margem
de negociação). Redução de 5% a 10%, ou seja, multiplicar os valores unitários
por redutores, de 0,95 ou 0,90.
Em valores captados como “Vendas” tendem a ser reduzidos por motivos
iscais, no entanto, após certa ponderação podem ser mantidos ou multiplica-
dos por 1,0.
Fator localização
Para a transposição da parcela do valor referente ao terreno de um local para
outro, poderá ser empregada a relação entre os valores dos lançamentos iscais,
obtidos da Planta de Valores Genéricos editada pela Prefeitura Municipal se for
constatada a coerência dos mesmos. Nos casos de inexistência desses valores ou
se forem constatadas incoerências nas suas inter-relações, deverá ser procedido
estudo devidamente fundamentado de novos índices para a região.
Tanto quanto possível, deverá ser evitada a utilização de valores oriundos de
locais cujos índices de transposição discrepem excessivamente daquele para o
qual a pesquisa deve ser feita, limitando-os entre a metade e o dobro do local a
avaliar.
No caso de terrenos com ediicações, os fatores referentes à localização devem
incidir exclusivamente na parcela do valor do comparativo correspondente ao
terreno.
Segundo a NBR 14653-2, a localização indica a situação no contexto urbano,
com indicação dos principais polos de inluência. Refere-se assim às diferenças
de valores entre imóveis situados em locais distintos, uma vez que, por mais asse-
melhados que os elementos sejam, a amostragem possui discrepâncias relativas
à localização.
A variação relativa pode ser referente ao Polo Urbano Central ou a um Polo
Urbano localizado. Os valores a serem estabelecidos podem ser obtidos ou pes-
quisados da seguinte maneira:
a) Por meio do “Valor Fiscal” estabelecidos nas PVG – Plantas de Valores das
Prefeituras para cobranças do IPTU e ITBI. Estes valores devem ser pesquisados
com muito cuidado e paciência, pois não são raras as vezes em que percebe-se a
existência de distorções ou desatualização. Nestas condições devem ser compa-
rados com os valores locais e com as devidas justiicativas ajustadas com fatores
de correções explícitos à situação local.
Assim, Floc = R$ 85,00 / m2, R$ 91,00 / m2, R$ 89,00 / m2, R$ 75,00 / m2 etc.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
60

b) Por meio de “pontuação percentual” em escala estudada estatisticamente


no local. A região de inluência do terreno avaliando determina-se por pesquisa
o polo de maior valor no mapa urbano (ponto de 100%).
Por meio da mesma pesquisa determinam-se linhas curvas fechadas de valores
aproximadamente iguais e concêntricas ao polo e entre si (linha de 90%, linha de
80%, linha de 70% etc.) Essas linhas são identiicadas como Isovalor, pois repre-
sentam tendências de valor equivalente em sua trajetória, aplicados aos imóveis
tocados pelas mesmas.
Assim, Floc = 85%, 75%, 100%, 90% etc.
Coeiciente de Localização:
Ao relacionarmos o fator de localização do imóvel avaliando com o fator de
localização do imóvel pesquisado, estamos estabelecendo uma comparação
entre estes imóveis.
Fator deLocalizaçãodo Avaliando F loc A
W loc = F loc P
Fator deLocalizaçãodo Pesquisado

Como situação hipotética, exempliicando a localização de terrenos em uma


planta urbana, podemos considerar a igura a seguir.

1
5
7

RUA
CENTRO
2 A 6 PRINCIPAL

3 9
4

10 RUA
8
SECUNDÁRIA

Figura 2 - Determinação do Coeiciente de Localização

Fonte: Elaborado pelo Autor


Pós-Graduação | Unicesumar
61

Fonte: laborado pelo Autor

Assim, é necessário Nota: também WLOC = Coeficiente de


agora analisar o melhor denominada Fator de Localização. Ao
e o pior posicionado no Localização é atribuída à relacionarmos o fator de
contexto urbano, melhor e pior localização do imóvel
devendo a seguir localização. avaliando com o fator de
classificá-los localização do imóvel
numerando e pesquisado, estamos
informando nota estabelecendo uma
para sua localização. comparação
entre esses imóveis.

Classificação Floc Wloc


Avaliando 2 95
1 4 85 1,12
2 2 95 1,00
3 2 95 1,00
4 3 90 1,06
5 3 90 1,06
6 1 100 0,95
7 2 95 1,00
8 4 85 1,12
9 2 95 1,00
10 5 80 1,19

Fatores aplicáveis ao valor de terrenos


As fórmulas dos fatores previstas nesta Norma estão relacionadas com o tra-
tamento da pesquisa de mercado, ou seja, na condição de transportar os valores
estimados para a situação paradigma.
Fatores profundidade e testada:
As inluências de profundidade e testada podem ser calculadas pelos seguin-
tes fatores:
a) Profundidade: função exponencial da proporção entre a profundidade
equivalente (PE) e as profundidades limites indicadas para as zonas (PMI e PMA).
• Entre PMI e PMA admite-se que o fator profundidade Cp é igual a 1,00
• Se a profundidade equivalente for inferior à mínima e estiver acima da
metade da mesma (1/2 PMI < PE< PMI), deverá ser empregada a seguinte
fórmula:
Cp = (PMI / PE ) p

• Para PE inferior a ½ PMI adota-se:


Cp = (0,5) p
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
62

• Se a profundidade equivalente for superior à máxima até o triplo da


mesma (PMA < PE < 3PMA), a fórmula a ser empregada é a seguinte:
Cp =1 / [(PMA /PE) + {[1-( PMA /PE )] . (PMA / PE)}]

• Para PE superior a 3 PMA, adota-se na fórmula acima PE = 3 PMA


b) Testada: função exponencial da proporção entre a frente projetada (Fp) e
a de referência (Fr), pela seguinte expressão:
CF = (FR / FP)F, dentro dos limites: FR / 2 < Fp < 2FR

Os intervalos dos expoentes P e F, os limites de inluência por profundidade e


frente, bem como os ajustes decorrentes de áreas e frentes múltiplas e/ou de
esquina, estabelecidos para cada zona recomendados pelo IBAPE – SP, estão re-
sumidos nas tabelas apresentadas no anexo II.
Assim como a frente, a inluência da profundidade de um terreno é equalizada
por meio de fórmula empírica, a partir da existência de profundidades mínimas
e máximas que variam de acordo com a localização do imóvel.
• PMI = Profundidade Mínima obtida no local.
• PMA = Profundidade Máxima obtida no local.
Se a profundidade efetiva do térreo (P) (avaliando ou pesquisado) estiver compre-
endida entre a profundidade mínima (PMI) e a profundidade máxima (PMA), então:
• Para: PMA > P > PMI  Fprof = 1,00
Caso esteja entre a profundidade mínima (PMI) e a metade da profundidade
mínima (PMI/2), teremos:
• Para: PMI > P > PMI / 2  Fprof = ( P / PMI ) 0,50
Onde:
• P = profundidade efetiva do terreno avaliando ou pesquisado.
• PMI = Profundidade mínima obtida no local.
Na hipótese da profundidade efetiva do terreno (P) encontrar-se além da profun-
didade máxima (PMA) e antes do triplo da profundidade máxima (3PMA), teremos:
• Para: 3PMA > P > PMA  F prof = (PMA / P) + {[ 1 – (PMA / P)] x (PMA / P) 0,50}
Onde:
• P = Profundidade efetiva do terreno avaliando ou pesquisado.
• PMA = Profundidade máxima obtida no local.
Se a profundidade efetiva do terreno (P) estiver abaixo da metade da profundi-
dade mínima (PMI / 2), então:
• Para: P < 0,5PMI  Fprof = 0,7071
Pós-Graduação | Unicesumar
63

Ou se a profundidade efetiva do terreno (P) estiver acima do triplo da pro-


fundidade máxima (3PMA), então:
• Para: P > 3PMA  Fprof = (PMA / 3PMA) + {[ 1 – (PMA / 3PMA)] x (PMA / 3PMA) 0,50}
Coeiciente de Profundidade:

FatordeProfundidadedo Avaliando F prof A


Fatorde Profundidadedo Pesquisado W prof = F prof P

Exemplo:
Para intervalos de profundidade na região:
• PMA = 30,00 m e PMA = 55,00 m
Profundidade do avaliando = 60,00 m
Fprof AV = (PMA / P) + {[1-(PMA / P)] x (PMA / P)0,50}  Fprof AV = (55/60) + {[1-(55/60)]
x (55/60)0,50}
Fprof AV = 0,9167 + {[1-0,9167] x 0,9574}  Fprof AV = 0,9167 + {0,0833 x 0,9574}
Fprof AV = 0,9965
Profundidade da Pesquisa 01 = 16,00 m
Fprof 01 = (P/ PMA)0,50  Fprof 01 = (16 / 30)0,50
Fprof 01 = 0,7303
Profundidade da Pesquisa 02 = 14,00 m
Fprof 02 = 0,7071
Profundidade da Pesquisa 03 = 180,00 m
Fprof 03 = (PMA / 3PMA) + {[ 1 – (PMA / 3PMA)] x (PMA / 3PMA) 0,50}
Fprof 03 = (165 / 180) + {[ 1 – (165/ 180)] x (165 / 180) 0,50}
Fprof 03 = 0,9167 + (0 ,0833 + 0,9574)
Fprof 03 = 0,9965
Profundidade da Pesquisa 04 = 40,00 m
Fprof 04 = 1,0000
Profundidade da Pesquisa 05 = 140,00 m
Fprof 05 = (PMA / P)+{[ 1-(PMA / P)] x (PMA / P) 0,50}  Fprof 05 = (55/140)+{[1-(55/140)]
x(55/140)0,50}
Fprof 05 = 0,3929 + {[1-(0,3929)]x(0,6268}  Fprof 05 = 0,3929 + {0,6071 x 0,6268}
Fprof 05 = 0,7734
Profundidade da Pesquisa 06 = 12,00 m
Fprof 06 = 0,7071
Profundidade da Pesquisa 07 = 50,00 m
Fprof 07 = 1,0000
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
64

Profundidade da Pesquisa 08 = 29,00 m


Fprof 08 = ( P / PMI )0,50  Fprof 08 = ( 29/30 )0,50 
Fprof 08 = 0,9832

Fator de Área
Avaliando = 60,00 m 0,9965
1 16,00 0,7303 1,3645
2 14,00 0,7071 1,4093
3 180,00 0,9965 1,0000
4 40,00 1,0000 0,9965
5 140,00 0,7734 1,2885
6 12,00 0,7071 1,4093
7 50,00 1,0000 0,9965
8 29,00 0,9832 1,0135

Fator área
Em zona residencial horizontal popular (1a zona) aplica-se somente o fator
área utilizado dentro dos limites de áreas previstas, sem aplicação dos fatores
testada e profundidade pela seguinte fórmula:
Ca = ( A/125) 0,20 , onde A = área do comparativo

A inluência da área em outras zonas, se utilizada, deve ser fundamentada.


Este fator, de aplicação ampla, permite observar que, usualmente, o valor uni-
tário por metro quadrado diminui quando a área aumenta. Sendo que o índice
é calculado de duas formas:
a) Se a área do terreno pesquisado (Ap) encontrar-se acima do acréscimo de
30% sobre a área do terreno avaliando (AAV ), utilizar a fórmula empírica exponen-
cial (n) da raiz oitava sobre a divisão da área do imóvel, pesquisado sobre a área
do imóvel avaliando:
0,125

Para Ap # 1.30 x AA V " n = 0,125 fa reaP =a


A pesquisado
k
A avaliando

b) Se a área do terreno pesquisa (Ap) encontrar-se abaixo do acréscimo de


30% sobre a área do terreno avaliando (AAV ), utilizar a fórmula empírica exponen-
cial (n) da raiz quarta sobre a divisão da área do imóvel pesquisado sobre a área
do imóvel avaliando:
0,25

Para Ap # 1.30 x AA V " n = 0,25 fa reaP =a


A pesquisado
k
A avaliando
Pós-Graduação | Unicesumar
65

Caso o avaliador resolva adotar o Fator de Área, deve estar seguro que o
mesmo traduz adequadamente determinada situação em estudo.
Estudo fator é utilizado na forma direta na planilha de homogeneização.
Exemplo:
Área do Avaliando: 442,57m2
1,30 x AAV = 575,21m2

Fator de Área
Avaliando 442,47
Área da Pesquisa 01 = 600,00 m > 1,30AAV → n = 0,125
2
1 600,00 1,0388
Área da Pesquisa 02 = 283,05 m2 ≤ 1,30AAV → n = 0,25 2 283,05 0,8943
Área da Pesquisa 03 = 287,28 m2 ≤ 1,30AAV → n = 0,25 3 287,28 0,8976
Área da Pesquisa 04 = 360,00 m2 ≤ 1,30AAV → n = 0,25 4 360,00 0,9497
Área da Pesquisa 05 = 600,00 m2 > 1,30AAV → n = 0,125 5 600,00 1,0388
Área da Pesquisa 06 = 230,00 m2 ≤ 1,30AAV → n = 0,25 6 230,00 0,8491
Área da Pesquisa 07 = 350,00 m2 ≤ 1,30AAV → n = 0,25 7 350,00 0,9431
Área da Pesquisa 08 = 600,00 m2 > 1,30AAV → n = 0,125 8 600,00 1,0388
Área da Pesquisa 09 = 680,00 m2 > 1,30AAV → n = 0,125 9 680,00 1,0552
Área da Pesquisa 10 = 600,00 m2 > 1,30AAV → n = 0,125 10 600,00 1,0388

Fator frentes múltiplas


Os terrenos de esquina ou de frentes múltiplas devem ser avaliados como
tendo uma só frente, principal, escolhida como sendo a que implica no seu maior
valor, aplicando-se os fatores indicados na tabela abaixo diretamente às áreas
mínimas dos intervalos apresentados nas tabelas presentes no anexo II.

Zona Valorização Fator*


4º Zona Incorporações Padrão Popular 10% 0,91
5º Zona Incorporações Padrão Médio 10% 0,91
6º Zona específicos Padrão Alto 5% 0,95
7º Zona Comercial Padrão Popular 10% 0,91
8º Zona Comercial Padrão Médio 10% 0,91
9º Zona Comercial Padrão Alto 5% 0,95
*Fatores aplicáveis às expressões previstas em 10.6

Nota: os terrenos devem ser avaliados levando-se em consideração as várias


possibilidades de aproveitamento, mediante o desmembramento de lotes ou re-
membramento, no caso de pertencerem ao mesmo proprietário. Para uma visão
completa deste quadro, veriique o Anexo II.
A inluência da variação da frente ou testada de um terreno na formação do
valor é obtida por meio de fórmula empírica. Desta forma, para calcularmos o
fator de frente, relacionamos a frente efetiva do terreno pesquisado ou do terreno
avaliando, com a frente de referência predominante na região.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
66

Fator de Frente:
FFRENTE = ( F / FREF )0,25
Onde:
• F = Frente do avaliando ou do pesquisado.
• FREF = Frente do elemento de referência (Frente predominante na região).
Condição onde o fator torna-se constante:
Para frente menor que FREF/2  0,8409
Para frente maior que 2 x FREF  1,1892
Coeiciente de Frente:
Ao relacionarmos o fator de frente do imóvel avaliando com o fator de frente
do imóvel pesquisado, estamos estabelecendo uma comparação entre esses
imóveis.

FatordeFrentedo Avaliando F FrenteA


FatordeFrentedo Pesquisado W frente = F FrenteP

Exemplo:
Adotada uma frente de referência na região igual a 14,00 m.
Frente do Avaliando = 16,00 m
FFRENTE = ( F / FREF )0,25  FFRENTE = ( 16,00 / 14,00 )0,25  FFRENTE = 1,0339
Frente da Pesquisa 01 = 10,00 m
FFRENTE = ( F / FREF )0,25  FFRENTE = ( 10,00 / 14,00 )0,25  FFRENTE = 0,9193

Fator de Área
Avaliando: 1,0339
1 10,00 0,9193 1,12
Frente da Pesquisa 02 = 14,00 m 2 14,00 1,0000 1,03
Frente da Pesquisa 03 = 27,00 m 3 27,00 1,1784 0,88
Frente da Pesquisa 04 = 6,00 m 4 6,00 0,8409 1,23
Frente da Pesquisa 05 = 30,00 m 5 30,00 1,1892 0,87
Frente da Pesquisa 06 = 16,00 m 6 16,00 1,0339 1,00

Fatores relativos à topograia


Para a utilização do fator de topograia devem ser examinadas detalhadamen-
te as condições topográicas de todos os elementos componentes da amostra. A
topograia do terreno, em elevação ou depressão, em aclive ou declive, poderá
ser valorizante ou desvalorizante.
Na utilização destes fatores, além de sua validação deve ser fundamentada
sua aplicação. No caso de impossibilidade da fundamentação, podem ser ado-
tados os seguintes fatores corretivos genéricos:
Pós-Graduação | Unicesumar
67

Topografia Depreciação Fator*


Situação Paradigma: Terreno Plano - 1,00
Declive até 5% 5% 1,05
Declive de 5% até 10% 10% 1,11
Declive de 10% até 20% 20% 1,25
Declive acima de 20% 30% 1,43
Em aclive até 10% 5% 1,05
Em aclive até 20% 10% 1,11
Em aclive acima de 20% 15% 1,18
Abaixo do nível da rua até 1.00m - 1,00
Abaixo do nível da rua de 1,00m até 2,50m 10% 1,11
Abaixo do nível da rua 2,50m até 4,00m 20% 1,25
Acima do nível da rua até 2,00m - 1,00
Acima do nível da rua de 2,00m até 4,00m 10% 1,11
Fatores aplicáveis às expressões previstas em 10.6

Nos casos de valorização, tais como os terrenos em zona de incorporação, em que o declive
existente pode resultar em economia de escavações, muros de arrimo, atirantamentos etc.,
sendo menos frequentes, deverão ser detalhados e justiicados.
Coeiciente de Topograia:
Ao relacionarmos o fator de Topograia do imóvel avaliando com o fator de topograia
do imóvel pesquisado, estamos estabelecendo uma comparação entre estes imóveis.

Fator de Topografia do Avaliando Ftopo A


Fator de Topografia do Pesquisado Wtopo = Ftopo P

Exemplo:
Topograia do avaliando = Declive até 5% = 95
Coeficiente de Topografia
Avaliando 95
Topografia da Pesquisa 01 = Plano = 0,125 1 100 0,95
Topografia da Pesquisa 02 = Declive entre 5% e 10% = 90 2 90 1,06
Topografia da Pesquisa 03 = Declive acima de 10% = 80 3 80 1,19
Topografia da Pesquisa 04 = Aclive suave = 95 4 95 1,00
Topografia da Pesquisa 05 = Aclive acentuado = 90 5 90 1,06

Os valores constantes no coeficiente de


topografia são inseridos na planilha de
homogeneização.

Outros aspectos topográicos podem ainda surgir, tais como o fato de o terreno estar situado
acima ou abaixo do logradouro com necessidade de corte ou aterro etc. Todos os casos
devem ser apreciados, e com base nas informações coletadas o avaliador deve analisar as
vantagens ou desvantagens decorrentes da topograia.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
68

Fatores quanto à consistência do terreno devido à presença ou ação da água


A existência de água alorante no solo, devida ao nível elevado de lençol
freático ou ações da natureza, tais como inundações periódicas, alagamentos,
terrenos brejosos ou pantanosos rotineiramente pode ser considerada como
desvalorizante, condição essa que deve ser veriicada no mercado da vizinhança
do elemento avaliando. Na impossibilidade de efetuar essa pesquisa, sugere-se
a adoção dos seguintes fatores:

Situação Depreciação Fator*


Situação Paradigma: Terreno Seco - 1,00
Terreno situado em região inundável, que impede ou dificulta o seu
10% 1,11
acesso, mas não atinge o próprio terreno, situado em posição mais alta
Terreno situado em região inundável e que é atingido ou afetado
30% 1,43
periodicamente pela inundação
Terreno permanentemente alagado 40% 1,67
Fatores aplicáveis às expressões previstas em 10.6

Alternativamente, pode ser calculado o custo das intervenções necessárias para a


solução do problema. Em áreas de grande porte devem ser aplicados somente nas
áreas diretamente afetadas.
Nos lotes contíguos a córregos, além da consistência deve ser observada a
Pós-Graduação | Unicesumar
69

restrição legal pertinente. Caso essa condição afete o uso da benfeitoria deve ser
verificado o seu obsoletismo.
Esta variável diferencia os imóveis da amostra dimensionando sua maior
ou menor valorização em função do tipo e diversas qualidades de terreno que
compõem o imóvel, comparando a condição do solo supericial entre o imóvel
avaliando e os elementos pesquisados, em função das diiculdades que venham
a acarretar terrenos com características distintas da situação paradigma igual a
1,00.
Ao relacionarmos o fator de superfície do imóvel avaliando como fator de su-
perfície do imóvel pesquisado estamos estabelecendo uma comparação entre
estes imóveis.
Coeiciente de Superfície:

FatordeSuperficiedo Avaliando F sup A


Fator deSuperficiedo Pesquisado W sup = F sup P

Exemplo:
Superfície do avaliando = 100
Coeficiente de Superfície
Avaliando 100
Superfície da Pesquisa 01 = 90 1 90 1,11
Superfície da Pesquisa 02 = 90 2 90 1,11
Superfície da Pesquisa 03 = 75 3 75 1,33
Superfície da Pesquisa 04 = 60 4 60 1,67
Superfície da Pesquisa 05 = 100 5 100 1,00

Os valores constantes no coeficiente de


superfície são inseridos na planilha de
homogeneização.

Melhoramentos Públicos
A existência de melhoramentos públicos é um item relevante na valorização
imobiliária, sendo que a forma mais usual de tratar este coeiciente é por meio da
utilização da tabela abaixo, baseada no critério do Engenheiro João Ruy Canteiro.

Fator Índice Fator Índice


Água 0 a 15 Pavimentação Asfáltica 30
Esgoto 0 a 10 Pavim. com Pedra Irregular 20
Luz 0a5 Pavim. com Cascalho 10
Calçada e Meio Fio 0 a 10 Sem Pavimentação Primária 0
Telefone 0a5 Rede Pluvial 0 a 10
Iluminação Pública 0a5 Comércio 0 a 15
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
70

Podemos ordenar uma planilha de forma que durante a pesquisa em campo já


obtenhamos o resultado deste fator de melhoramentos públicos:

Água Luz Resid. Telefone Ilum. Publ. Pluvial


15 5 5 5 10
0 – 15 0-5 0–5 0–5 0 - 10
Tr a n s p .
Esgoto Calçada Paviment. Comércio
10 5 20 Col. 5 5
0 – 10 0 - 10 0 - 30 0-5 0 – 15

NOTA GERAL DO DADO: 80


Coeiciente de Melhoramentos Públicos:
Ao relacionarmos o fator de melhoramentos públicos do imóvel avaliando
com o fator de melhoramentos públicos do imóvel pesquisado, estamos esta-
belecendo uma comparação entre esses imóveis.

Fator deM elhoram entos Públicosdo Avaliando Fm p A


Fator deM elhoram entos Públicosdo Pesquisado W mp = F m pP

Melhoramentos Públicos do Avaliando = 80

Coeficiente de Melhoramentos
Públicos
Avaliando 80
Superfície da Pesquisa 01 = 90 1 95 0,84
Superfície da Pesquisa 02 = 90 2 65 1,24
Superfície da Pesquisa 03 = 75 3 110 0,73
Superfície da Pesquisa 04 = 60 4 80 1,00
Superfície da Pesquisa 05 = 100 5 75 1,07

Fator de Padrão de acabamento


É aquele que corrige as diferenças entre o padrão de acabamento das
ediicações em função do tipo e qualidade do material que compõem a construção.
a) Tipo de padrão de acabamento:

Padrão de Acabamento Nota


Alto 100
Alto / Normal 90
Normal 80
Normal / Baixo 75
Baixo 70
Popular 65
Mínimo 60
Pós-Graduação | Unicesumar
71

Coeiciente de Padrão de Acabamento:


Ao relacionarmos o fator de padrão de acabamento do imóvel avaliando
como fator de padrão de acabamento do imóvel pesquisado, estamos estabe-
lecendo uma comparação entre estes imóveis.

Fator de Padrãode Acabam entodo Avaliando F padrão A


Fator de Padrãode Acabam entodo Pesquisado W padrão = F padrão P

Exemplo:
Padrão de Acabamento do avaliando = Normal / Alto = 90 Coeficiente de Padrão de
Acabamento
Avaliando 90
Padrão de Acabamento da Pesquisa 01 = 100 1 100 0,90
Padrão de Acabamento da Pesquisa 02 = 90 2 90 1,00
Padrão de Acabamento da Pesquisa 03 = 75 3 75 1,20
Padrão de Acabamento da Pesquisa 04 = 70 4 70 1,29
Padrão de Acabamento da Pesquisa 05 = 65 5 65 1,38

Para compreensão mais detalhada relativa à ponderação sobre o padrão


de acabamento e seus aspectos determinantes, veja o ANEXO III - Padrão
Construtivo.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
72

avaliação de terrenos em zonas de resultados, deverão ser corrigidos para a


incorporações condição procurada, mediante análise fun-
Em princípio, só devem ser utilizados damentada, levando em conta não só os
como elementos comparáveis os diretamen- coeicientes de aproveitamento, taxas de
te incorporáveis. Se esta condição não for ocupação e usos possíveis pelas posturas,
atendida, estudar a relação entre valores como a assimilação, na época, pelo mercado
unitários dos terrenos incorporáveis com: local, dos efeitos das restrições e permissibi-
• Terrenos passíveis de incorporações lidades deles decorrentes.
por agrupamento com lotes contíguos. lotes industriais
• Terrenos que não permitem A avaliação de lotes industriais deve ser
incorporações. feita, em princípio, pelo unitário e pela lo-
Os valores unitários são homogeneizados em calização. A pesquisa deve compreender
função da localização. A inluência de áreas terrenos com áreas e dimensões equivalen-
acima dos limites previstos na tabela 2 apre- tes, próximos dos da área avalianda. Não
sentada no anexo II deve ser estudada a parte. necessitarão obrigatoriamente ser levados
Consideram-se elementos semelhantes em conta os fatores de testada, profundida-
para comparação direta apenas aqueles que de e frentes múltiplas, desde que o acesso
apresentem dimensões que permitam incor- seja suiciente e proporcional às superfícies.
poração, ou seja, frente igual ou maior que Na eventualidade de inexistirem dados
16m e as áreas indicadas na tabela 2 apre- em número suiciente preenchendo as con-
sentada no anexo II. dições de área e frente, poderão ser usados
avaliação de lojas outros com superfícies e extensões menores,
Para a avaliação de lojas, na determi- ou maiores, desde que feita análise demons-
nação de valores de mercado de venda ou trando a relação valor unitário/área.
locação, deve-se utilizar preferencialmen- Fatores alternativos
te o método comparativo direto de dados. Alternativamente podem ser adotados
Caso o mercado não apresente condições de fatores de homogeneização medidos no
comparação direta, utilizar o método evolu- mercado, desde que o estudo de mercado
tivo com a valoração da parcela do terreno especíico, que lhes deu origem, seja anexado
pelas condições da tabela 2 apresentada no ao laudo de avaliação.
anexo II. A função homogeneizante de novos
terrenos em zoneamentos diferentes fatores, não listados nesta norma como obri-
Na eventualidade de insuiciência de gatórios, deve ser validada previamente.
dados de mesmo zoneamento urbanístico Desapropriações
poderão ser utilizados elementos diferen- As desapropriações podem ser classii-
tes, os quais se detectada divergência de cadas quanto à sua extensão, em:
Pós-Graduação | Unicesumar
73

• Total: aquela que atinge o imóvel em imóvel, durante o período correspondente,


sua totalidade, ou cujo remanescente bem como eventuais perdas adicionais.
seja inaproveitável. Servidões
• Parcial: aquela que atinge parte do Quanto à sua natureza pode, entre outras,
imóvel. as servidões serem classiicadas em:
Quanto à sua duração, estas podem ser: • Administrativa ou pública, quando o
• Temporárias ou titular da servidão for o Poder Público
• Permanente. ou seu preposto, sem que exista um
Critérios: imóvel serviendo.
Nas desapropriações totais as avaliações • Predial, quando a restrição for imposta
devem ser realizadas com a utilização dos a um imóvel serviente para uso e
métodos previstos nesta NBR ABNT 14653-2. utilidade do imóvel serviendo.
O proissional de avaliações deve apresen- Já quanto à sua inalidade, iguram ainda:
tar, a título de subsídio, o custo de reedição, • Passagem de pedestres e veículos.
o de reprodução e o valor de mercado. • Passagem de linhas de transmissão.
Nas desapropriações parciais, o critério • Passagem de tubulações.
básico é o da diferença entre as avaliações do No tocante à intervenção física, estas podem
imóvel original e do imóvel remanescente, ser:
na mesma data de referência (critério “antes • Aparente, quando há intervenção física.
e depois”). Devem ser apreciadas circunstân- • Não aparente, quando não há
cias especiais, quando relevantes, tais como intervenção física.
alterações de forma, uso, acessibilidade, ocu- Finalmente, quanto à sua duração, as servi-
pação e aproveitamento. dões classiicam-se em:
No caso de benfeitorias atingidas devem • Temporária.
ser previstas verbas relativas ao custo de obras • Perpétua.
de adaptação do remanescente, possível Critérios:
desvalia acarretada por perda de funciona- O valor da indenização pela presença de
lidade e eventual lucro cessante, no caso de servidão corresponde à perda do valor do
ser necessária desocupação temporária para imóvel decorrente das restrições a ele impos-
a execução dos serviços. tas, calculadas alternativamente por:
Se o proissional de avaliações conside- • Diferença entre as avaliações do
rar inaproveitável o remanescente do imóvel, imóvel original e do imóvel serviente,
esta condição deve ser explicitada e seu valor na mesma data de referência (critério
apresentado em separado. Nas desapropria- “antes e depois”), com consideração
ções temporárias, as indenizações devem de circunstâncias especiais, tais
considerar a renda que seria auferida pelo como alterações de uso, ocupação,
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
74

acessibilidade e aproveitamento. loteamento da área remanescente.


• Diferença entre os valores presentes c) O estado dominial e eventuais
dos rendimentos imobiliários líquidos gravames sobre a gleba, tais como
relativos ao uso do imóvel antes e a existência de direitos reais e
depois da instituição da servidão. possessórios, informados pelo
Prejuízos causados às benfeitorias atingidas contratante.
pela faixa de servidão devem ser avaliados, d) Caso a gleba urbanizável seja
assim como perdas adicionais decorrentes avaliada como empreendimento,
da instituição da servidão no imóvel, como devem ser seguidos os preceitos da
a cessação de atividade econômica devem ABNT NBR 14653-4.
ser consideradas quando solicitadas. e) Quando houver dúvidas sobre a
Glebas urbanizáveis viabilidade da urbanização da gleba,
A avaliação das glebas urbanizáveis deve recomenda-se veriicar o seu valor
ser feita preferivelmente com a utilização do por meio de seus frutos, tais como
método comparativo direto de dados de locação, arrendamento etc.
mercado. Quando for utilizado o método avaliação de aluguéis
involutivo, recomenda-se considerar os se- A avaliação de aluguéis ocorre por
guintes aspectos: comparação direta quando tratar-se do
a) A viabilidade legal da procedimento preferencial, usualmente em-
implantação do parcelamento pregado em ações renovatórias e revisionais.
do solo simulado, respeitadas as Para a sua aplicação é exigido o conheci-
restrições da Lei 6766 e das Leis mento de dados de mercado referentes a
Estaduais e Municipais atinentes locações de imóveis semelhantes.
ao uso e ocupação do solo, com Especial atenção deve ser dada quando
destaque para os parâmetros físicos forem comparados aluguéis com distintos
e urbanísticos exigidos para o períodos de reajuste ou estágios do contrato,
loteamento, tais como o percentual admitindo-se os seguintes procedimentos:
máximo de áreas vendáveis, a) Tornar os dados homogêneos,
infraestrutura mínima, leitos com o auxílio de modelos que levem
carroçáveis, declives máximos etc. em conta a previsão inlacionária.
b) A possibilidade de b) Utilizar modelos de regressão
desmembramentos parciais, com variáveis que considerem as
com frente para vias ou diferenças contratuais ou o estágio
logradouros públicos oiciais, do contrato.
desde que legalmente viáveis e
economicamente vantajosos, com
Pós-Graduação | Unicesumar
75

No caso de antecipação de aluguéis, varia para cada tipo de imóvel, localização e,


devem ser adicionados aos aluguéis nomi- também, ao longo do tempo dependendo
nais acréscimos constantes, inanceiramente da conjuntura econômica.
equivalentes ao pagamento antecipado. reformas
Pela remuneração do capital O custo de reformas que beneiciem o
Neste caso, o aluguel é determinado imóvel alugado pode ser amortizado em
em função do valor do imóvel, podendo ser forma de desconto do aluguel, durante prazo
empregado em casos de imóveis isolados e compatível.
atípicos, para os quais a utilização da com- liquidação forçada
paração direta seja impraticável. Quando solicitado, além do valor de
Sua utilização exige a determinação da mercado, pode constar no laudo de avalia-
taxa de remuneração e do valor do imóvel ção o valor para liquidação forçada, para uma
e a taxa de remuneração deve ser objeto certa data, adotando-se critérios acordados
de pesquisa especíica para cada caso, pois entre contratantes e contratados.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
76

Homogeneização
dos Fatores

e
sta é a etapa do processo de avaliação ou Estatística Inferencial).
em que se procura uniformizar as di- Após os cálculos dos valores unitários ho-
ferenças existentes entre os diversos mogeneizados, ou seja, dos valores/m² dos
elementos pesquisados, no qual são lançados elementos pesquisados multiplicados pelos
os valores pesquisados e determinados ele- fatores de homogeneização, obtém-se o rol
mentos que inluenciam a formação destes de dados (VUH) que deverão ser submeti-
valores, por meio da utilização dos fatores e dos ao tratamento estatístico, objetivando
coeicientes de homogeneização. a determinação do valor do imóvel avalian-
O Tratamento Estatístico usado em do por meio da estatística descritiva.
Engenharia de Avaliações de Bens varia Veja o exemplo a seguir de uma tabela
de acordo com a precisão e complexidade para homogeneização aplicados em seus di-
exigida nos trabalhos (Estatística Descritiva versos termos.

Tabela 2 – Tabela de Homogeneização


VU FO WLOC WFR WTOPO WAREA VUH
1 38,10 0,90 1,00 1,1023 1,00 0,97 36,66
2 37,50 0,90 1,11 1,0000 1,05 1,02 40,12
3 41,18 1,00 1,18 0,9622 1,05 0,91 44,67
4 41,05 0,90 1,05 1,0174 1,00 1,04 41,05
5 40,24 1,00 1,00 1,0105 1,00 1,03 41,88
6 33,93 1,00 1,00 1,0000 1,00 1,02 34,61

Fonte: Elaborado pelo Autor


Pós-Graduação | Unicesumar
77

Adotado para o imóvel avaliando uma área de tendência central, ou melhor, procura-
de terreno = 450 m2 se um intervalo de valores, em cujo interior
Onde: pode-se garantir, com um nível de certeza
• VU = Valor Unitário compatível, o valor de mercado do bem
• FO = Fator de Oferta avaliando.
• WLOC = Fator de Localização No caso das avaliações determinadas por
• WMP = Fator de Melhoramentos meio da estatística descritiva, o trabalho ini-
Públicos cia-se com a determinação de um valor de
• WTOPO = Fator de Topograia tendência central (média aritmética), calcu-
• WPAV = Fator de Pavimentação la-se a medida de dispersão (desvio-padrão),
• VUH = Valor Unitário Homogeneizado procede-se ao saneamento amostral, no
Nesta etapa é importante registrar que a ava- sentido de eliminar elementos estatistica-
liação é um trabalho cujo resultado é fruto mente indesejáveis à avaliação e calcula-se
de um estudo estatístico, no qual procura se o intervalo de coniança por meio da distri-
obter resultados situados junto ao elemento buição t de Student.

Com o desenvolvimento das justa e precisa possível. Ao Além do sistema tradicional,


políticas de incentivo para determinar as características estruturado em cálculos por
habitação pelo poder pú- das amostras a serem utiliza- tabelas e ainda aqueles de-
blico, houve um crescimen- das para efeito de cálculo na senvolvidos em planilhas
to signiicativo do crédito etapa da homogeneização eletrônicas, hoje a internet
imobiliário disponível, tal dos valores, por mais perfei- é recurso acessível à maio-
crescimento gerou uma pro- ta que seja a busca, sempre ria dos proissionais. Assim,
porcional demanda para o envolve uma análise de imó- uma pesquisa rápida na wide
nicho de avaliações. Antes da veis com características hete- world web certamente lhe
liberação do crédito, existe a rogêneas, distintas daquele retornará uma dezena de sis-
necessidade da avaliação do que está sendo avaliado, ten- temas e sites que prometem
imóvel cedido à instituição do em vista as particularida- facilitar a vida como avalia-
inanceira, o que se atribui des de cada amostra. Há di- dor.
ao proissional de avaliações. ferenças na área construída, A exemplo disso visite e
Este precisa fundamentar o no padrão de acabamento, analise os resultados gera-
valor das garantias cedidas no estado de conservação, dos pelo site Cálculo Exato,
às instituições bancárias. quantidade de vagas de ga- que em uma de suas seções
É a respeito da etapa de ragem, na localização den- possibilita uma Avaliação de
homogeneização e dos fa- tro do mesmo bairro, andar, imóvel por comparação dire-
tores a serem levados em no tempo decorrido com a ta com tratamento por fato-
consideração, que se enten- oferta disponível (mercado res. Saiba mais em: <http://
de ser necessário um apro- vendedor ou comprador), www.calculoexato.com.br/
fundamento das caracterís- das possíveis ofertas e ven- adel/pericia/comparativoFa-
ticas analisadas na malha das efetivas, da variação nos tores>.
de amostras, para compor preços com o tempo e das
o valor inal da forma mais conjunturas econômicas.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
78

AVALIAÇÃO DE
IMÓVEIS RURAIS

a
avaliação de imóveis rurais, em
princípio, pressupõe sempre a deter-
minação do valor do imóvel como
um todo, estando aí incluídas as benfeitorias
reprodutivas, não reprodutivas (constru-
ções), semoventes, máquinas e implementos
agrícolas, como deinidas na NBR 14653-3
Avaliação de Bens - Imóveis Rurais.
Pós-Graduação | Unicesumar
79

Método de avaliação Além desses 3 (três) fatores, existirão


Os métodos a usar são os adotados por outros que dependendo da região, devem ser
essa mesma Norma, a saber, os diretos (com- considerados na determinação do valor do
parativo e de custo) e os indiretos (de renda imóvel, tais como declividade do terreno,
e residual), com peculiaridades de aplicação potencial de irrigação, pluviosidade, percen-
a cada componente do valor, ou seja, terra tagem de área coberta de mata nativa etc.
nua, construções, instalações, culturas etc. Benfeitorias
terra nua Benfeitorias não reprodutivas ou não
a) No caso dos imóveis rurais, o produtivas:
valor da terra nua está diretamente São as edificações em geral (casas,
relacionado: galpões, currais etc.) e os melhoramentos
b) Com a sua capacidade de fundiários (trabalhos de conservação de solo,
uso, isto é, quanto maior o grau de sistemas de irrigação e drenagem etc.).
aproveitamento e quanto maior a A norma informa que “as avaliações das
gama de uso que o solo permite, construções (ediicações e instalações) são
maior o valor desse. feitas por meio de orçamentos qualitativos e
c) Com a situação ou localização. quantitativos ou com o emprego de custos
d) Com a dimensão. unitários oriundos de tabelas, desde que
Um só terreno rural pode conter solos de di- provenientes de fontes idedignas e obriga-
versos tipos, devendo o mesmo, para ins de toriamente mencionadas” (ABNT, 2004, p.16).
avaliação, ser subdividido em parcelas confor- A depreciação das construções e das ins-
me a tabela de classiicação que o avaliador talações deve levar em conta os aspectos
entenda ser a mais adequada. Quando uti- físicos e funcionais, com a consideração da
lizados os métodos diretos, o valor da terra vida útil, aparente e provável, bem como do
é dado ou por comparação do valor global estado de conservação.
ou pelo somatório das parcelas de seus com- Ou seja:
ponentes (conforme a classiicação de solo/ Vb = Custo unitário x Área x
acessos/fertilidade etc.). depreciação
A localização de um imóvel rural refere- Na depreciação das benfeitorias não pro-
se, principalmente, à qualidade dos acessos dutivas considera-se mais o estado de
e à proximidade dos mercados consumido- conservação que a idade. Outrossim, o
res dos produtos explorados. A dimensão das avaliador deve considerar, principalmente,
propriedades também tem inluência deter- a utilidade das benfeitorias e sua adequação
minante no valor, devendo se constatar na ao potencial de produção do imóvel.
região como se comporta o mercado imo- Para o caso de máquinas e implementos
biliário em relação a esse fator. agrícolas, a avaliação deve ser feita pelo
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
80

método direto, com citação obrigatória das isto é, avaliação pelo custo de formação. O
fontes de consulta. A depreciação deve levar custo de formação compreende o custo da
em conta, além dos aspectos já menciona- muda e das despesas necessárias ao plantio
dos, o eventual obsoletismo, a manutenção e à manutenção, até a idade em que se inicia-
e as condições de funcionamento. ria nova produção, caso o pomar já estivesse
Na impossibilidade de comparação, em produção; caso contrário, até a idade em
faz-se a pesquisa de equipamentos novos, que a avaliação está sendo feita.
determina- se a vida útil provável e calcula- No caso das culturas comerciais, além
se o valor do bem depreciado. do valor da reposição, considera-se o valor
Benfeitorias reprodutivas ou produtivas econômico do pé, segundo a produtivida-
são as inovações capazes de proporcionar de da própria propriedade ou em estudos
rendimentos por meio da venda dos seus publicados.
produtos: culturas, relorestamentos, pastos Florestas
cultivados ou melhorados etc. Para a avaliação de lorestas, de forma re-
Culturas sumida, de acordo com o trabalho do Eng.
As culturas permanentes, existentes no Adilson José Magossi, pelo método do valor
meio rural, podem ser domésticas ou comer- econômico, a fórmula avaliatória básica é bas-
ciais. Para a avaliação de culturas domésticas o tante simples e pode ser representada pela
critério empregado deverá ser o de reposição, expressão:
Pós-Graduação | Unicesumar
81

V = RL x A x r cultivo representa o embasamento da pecu-


Onde : ária de corte e leite. Na avaliação, devem ser
• V= Valor econômico procurado. observados os aspectos relativos à topograia
• RL = Renda líquida esperada. do terreno, conservação de solo, a nature-
• A = Fator de atualização za do desmatamento e preparo do solo, os
das receitas para obtenção do valor anos de uso do solo com cultivos anteriores,
presente das receitas futuras. as espécies de cultivares, o estado de con-
• R= Coeiciente de risco. servação da pastagem e sua capacidade de
Entretanto, há elementos que o avalia- suporte, em cabeças/ha/ano.
dor deve observar, primeiramente, a im de Outros itens importantes são as opera-
melhor organizar os dados, tais como a ções destinadas à formação de pastagem, a
idade de corte e diâmetro das espécies forma de aquisição das sementes e semea-
existentes, restrições (legais ou ambientais) dura e o preparo do solo. Não há parâmetros
quanto à extração, madeiras de primeira e para medir o preço de venda de pastagens,
segunda categoria, aspectos diicultadores uma vez que não é praxe oferecer à venda o
da extração como declividade, proximida- feno. É mais comum o aluguel dessa cultura.
de de centros consumidores etc.
Pastos
A pastagem é uma cultura perene e o seu
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
82

considerações inais
O processo de avaliação de imóveis, uma vez que fugiu do empirismo e
tratativas tendenciosas, ingressando de corpo e alma em metodologias
cientíicas para a determinação de valor de bens, exige do avaliador o
mesmo preparo cientíico implícito nas metodologias.
O que pretendemos expor é que este processo de desenvolvimen-
to da análise do valor de bens é resultado da compreensão das múltiplas
facetas de um mercado dinâmico, não limitado a uma ou outra forma de
visão, e que ainda assim, com toda a lexibilidade apresentada, coloca o
proissional avaliador como agente de suma importância na determina-
ção de investimentos, recuperação de perdas, garantia de resultados etc.,
cuja informação sustentará e desencadeará uma série de eventos.
Visando minimizar as questões supervenientes, assim como quere-
las relativas, laudos e avaliações, cabe ao perito desenvolver um trabalho
pautado objetivamente nos termos detalhados pelas normas brasileiras,
fazendo-o fugir de quaisquer avaliações tendenciosas e viciadas, que tem
o poder de macular e muitas vezes inviabilizar a continuidade de uma car-
reira promissora.
Esta unidade tratou de trabalhar tais questões objetivas com concisão
e detalhe, cuja prática resultará na melhoria contínua da compreensão do
tema e no amadurecimento proissional, criando bases sólidas para a evo-
lução não apenas de um trabalho, mas sim de toda uma vida pautada na
ação responsável de perito e avaliador de bens.
Pós-Graduação | Unicesumar
83

atividade de autoestudo
Atividade 1
Duplo Quebra-Cabeça
Reordene as letras, formando frases, e após isso, identiique as letras numera-
das e descubra a frase inal que trata sobre a importância da avaliação proissional.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
84

Agora que você reordenou as letras das palavras acima, localize as letras nu-
meradas na sentença abaixo e ixe bem esta ideia.
O P R O C E S S O D E A V A L I A Ç Ã O D E

I M V E I S U M A V E Q U E F U I U D O

E M P I R I S M O E T R A T A T I V A S

T E N D E N C I O S A S I N R E S S A N D O D E C O R P O

E A L M A E M M E T O D O L O I A S C I E N T Í F I C A S

P A R A A D E T E R M I N A Ç Ã O D E V A L O R D E

E N S E I E D O A V A L I A D O R O M E S M O

P R E P A R O C I E N T Í F I C O I M P L I C Í T O N A S

M E T O D O L O I A S .

Atividade 2
Criptograma
Analise o exercício abaixo e conforme for descobrindo as palavras, vá regis-
trando as letras e números equivalentes, preenchendo as demais de mesmo valor,
de forma a obter uma sentença que trata sobre as questões de preço e elastici-
dade de imóveis durante a avaliação do perito.
K W Y
Pós-Graduação | Unicesumar
85

Livro
Título: Avaliação de Imóveis e Perícias
Autor: Kuhn, Eugenia Aumond
Editora: Curitiba: IESDE Brasil S/A, 2009,
Sinopse: O mercado imobiliário é um dos setores mais complexos da eco-
nomia. Um dos motivos dessa complexidade são as características de seus
produtos, bastante distintas daquelas dos demais bens de consumo. Os
imóveis, dentre outras particularidades, são compostos por diversos pro-
dutos (materiais, sistemas etc.).

Web

Sistema de Avaliação online de imóveis apresentado ao CRECI/


SP por Johan Klauss em que expõe novos processos tecnoló-
gicos na metodologia de avaliação de imóveis.
<http://www.youtube.com/watch?v=rEWCU80YV0Y>.

Gilberto Yogui, Diretor do Creci – SP, trata nesta série de vídeos


a respeito do tema de Avaliação de Imóveis, assim como seus
aspectos legais, questões técnicas e considerações éticas na
proissão do Corretor de Imóveis.
CRECI Esclarece - Avaliação de Imóveis:
• <http://www.youtube.com/watch?v=n3u3cRPW8nQ>.
• <http://www.youtube.com/watch?v=dl06fWQ_mfA>.
3 A EXECUÇÃO DA ATIVIDADE PERICIAL

Professor Dr. Daniel Eduardo dos Santos

Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará
nesta unidade:
• Atividades do perito
• Requisitos para perícias
objetivos de aprendizagem • Apresentação do laudo de avaliação
• Perceber a necessidade de conhecimentos técnicos
e extracurriculares aprimorados para a execução da
atividade pericial.
• Entender a visão geral nos diversos procedimentos
que conduzem à elaboração de um laudo pericial.
A perícia é a atividade concernente a exame realizado por proissional
especialista, legalmente habilitado, destinada a veriicar ou esclarecer
determinados fatos físicos reais que envolvem um imóvel. Inclui,
ainda, a apuração das causas motivadoras da valorização ou
desvalorização do mesmo, veriicar as alegações de direitos ou a
estimação da coisa que é objeto de litígio ou processo, para dar
subsídio ao magistrado.

A resolução de diversos problemas relacionados a imóveis, seja no


campo judicial ou fora dele, é alcançada mediante a emissão de
um parecer por proissionais habilitados e capazes, que elabora um
laudo pericial relativo a uma situação encontrada, permitindo ao juiz,
ou às partes em litígio, buscarem uma solução para as divergências
utilizando-se das conclusões colocadas no parecer.

A perícia não é feita para atender os interesses da parte ou em


seu benefício, já que ela não deve ser dirigida nem conduzida
para alcançar determinado im, mas sim para almejar a inalidade
teleológica do processo, que é a distribuição equânime da justiça,
isto é, a prestação jurisdicional.

No âmbito judicial, os exames periciais são especíicos para cada


mérito de determinada ação. Assim, em uma ação judicial pela qual
as partes (autor e réu da ação) litiguem sobre qual o justo valor
da locação de um imóvel, deverá o perito, e, eventualmente, seus
assistentes técnicos, proceder ao exame desse justo valor, vigente
à época em que o réu icou ciente da existência do processo (data
da citação).

A perícia é, portanto, uma das formas de prova admitidas pelo direito


brasileiro, daí sua importância no curso do processo, chegando
mesmo a ser superior à própria conissão da parte. Ela é a base do
julgamento do Juiz.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
88

atividades do
perito
Pós-Graduação | Unicesumar
89

o
s peritos são proissionais legal- se da petição, documentos, laudos,
mente habilitados, idôneos e articulados, termos de diligências,
especialistas que são convocados de audiências, certidões, sentença
para realizar uma perícia. Esta convoca- etc.), justiicando-a sem prejuízo de
ção poderá se dar por meio de Termo de posterior petição nesse sentido ao
Audiência de Conciliação, em que não se MM (Meritíssimo) Juiz; veriicar se não
havendo atingido acordo entre as partes é há incompatibilidade e se realmente
solicitada por elas, a realização de uma perícia encontra-se em condições de assumir
judicial. O Juízo defere o pedido, entenden- o compromisso e de realizar o trabalho.
do ser necessária a presença de um “expert” • No caso de impedimento: o perito ao
no tema da controvérsia, objetivando o es- ser nomeado deverá manifestar o seu
clarecimento. Assim, nomeará um perito de impedimento para execução da perícia
sua coniança cujo despacho se dará nos contábil, nos termos do item 2.4.1, e/ou
seguintes termos: ... “Deiro a prova pericial ainda escusar-se dos serviços sempre
requerida... nomeio perito deste Juízo dos que reconhecer não estar capacitado à
autos... e aceitando apresentará a proposta altura do encargo coniado, conforme
de honorários, faculto às partes a indicação o item 2.2.3 da Resolução nº 857; 2.4.1
de seus assistentes técnicos e apresentação (anexo).
de quesitos em 05 dias”. • Quando o Perito Judicial, submeter
As intimações, inclusive da nomeação, petição ao Juiz sobre seus honorários:
se dará por meio do “Mandato de Intimação” por meio de petição adotar a Tabela
por via postal - AR - Aviso de Recebimento de Honorários (item 2.5.1 da Resolução
ou também por via telefone devidamente nº 857 NBC P2), considerando dentre
certiicado pela Diretora de Secretaria, junto outros os fatores da relevância, do
aos autos. A falta de intimação do despacho vulto, do risco, da complexidade
de nomeação do perito pode ser suprida interproissional inerentes à
pelo Juiz com ampliação do prazo estipula- elaboração do trabalho; que terá
do no Código de Processo Civil, artigo 421, que ser realizado, dentro do prazo
§ 1º “Incumbe às partes dentro em (5) dias, estabelecido, geralmente de cinco
contados da intimação do despacho de no- dias, recomendando-se a apresentação
meação do perito”. de um plano de trabalho detalhado,
Cabe ao perito: estimando o número de horas
• Inteirar-se dos autos: (Designa todas previstas para a execução do trabalho,
as peças pertencentes ao processo mediante avaliação de todas as
judicial ou administrativo, constituindo- atividades da vistoria, perícia, avaliação
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
90

e arbitramento que deverá ser objeto exercício.


de Anotação de Responsabilidade • Pedido de redução ou parcelamento
Técnica - ART. ou Arbitramento pelo Juízo:
• Quando atuando como Perito havendo solicitação de redução ou
ou Assistente Técnico: submeter parcelamento da verba honorária pela
Proposta por escrito à parte que o parte interessada, o Juízo submeterá
indicou, igualmente adotando Tabela ao Perito que manifestará, por meio de
de Honorários e Tipos de perícias petição se aceita a contraproposta. Não
informando o valor por hora e o tempo havendo acordo sobre o valor, o juiz,
previsto para elaboração da perícia, considerando a necessidade da perícia,
por meio de orçamento prévio com poderá arbitrar o valor ou então poderá
os vencimentos respectivos, prevendo nomear outro perito, se assim o desejar.
eventual complementação de • Havendo o acordo após depósito dos
honorários, se necessário, e obtendo da Honorários e Início dos Trabalhos:
parte que o indicou seu “de acordo”. depósito total ou da parcela inicial dos
• Quando atuando como Perito honorários, o perito será intimado a
Assistente Técnico: comunicar à parte comparecer à instalação da perícia ou
que o indicou, de preferência por simplesmente ser intimado e retirar
escrito, o mais breve possível, a escusa (com carga de responsabilidade) o
justiicando-a sem prejuízo de posterior processo do Cartório para o início dos
petição nesse sentido ao MM Juiz. trabalhos.
• Aceita a nomeação ou indicação: • Retirada dos autos: dar-se-á após
respectivamente, devem o Perito cumprimento do prazo estipulado pelo
Judicial e o Perito Assistente Juízo, para indicação dos Assistentes
Técnico compromissar-se no prazo e apresentação dos quesitos, o Perito
determinado, qualiicando-se no será notiicado via intimação AR ou
Termo de Compromisso informando via telefone para conhecimento e
de sua proissão regulamentada, com comparecer à Secretaria para retirar o
número de registro, de sua categoria processo.
proissional o órgão que iscaliza e o
Pós-Graduação | Unicesumar
91

Procedimentos na fase das diligências

A partir do momento em que o Perito Judicial No início das diligências, devem o Perito
estiver com a atividade, é necessário familia- Judicial e os Peritos Assistentes Técnicos re-
rizar-se com o processo, obtendo os autos e lacionar os documentos, livros e dados de
examinando-os, colhendo os dados e demais que necessitem, solicitando-os por escrito
elementos que julgarem necessários, incluin- por meio de Termo de Diligência, retendo
do os quesitos e estudando a matéria. cópia de solicitação, com o visto do repre-
No caso de ter sido ixada pelo juiz di- sentante da parte ou do responsável pela
ligência em Cartório para a prestação de área sob exame.
compromisso pelo Perito Judicial e pelos A recusa da exibição ou qualquer diicul-
Peritos Assistentes Técnicos, com eventu- dade para o bom andamento do trabalho
al retirada dos autos pelo primeiro, deve pericial deve ser anotada, e sempre comu-
este aproveitar a oportunidade para manter nicar ao juiz mediante petição. O trabalho
contato com aqueles, planejando em conjun- pericial deve ser planejado e organizado,
to o trabalho e de modo especial, combinando mantendo controle do tempo despendi-
a utilização dos autos e a próxima diligência do registrando as horas trabalhadas, locais
(IBAPE, 2002). e datas das diligências, nome das pessoas
Não tendo sido ixada pelo juiz diligência que os atenderam, documentos examina-
em Cartório, deve o Perito Judicial, após a reti- dos, dados e particularidades de interesse
rada e o exame dos autos, entrar em contato para a perícia, rubricando eventualmente,
com os Peritos Assistentes Técnicos, facultan- e quando julgar necessário, os documentos
do-lhes o acesso aos autos em seu escritório examinados.
ou em outro local que combinarem e deve Admite-se assessoramento no trabalho
ele, ixar, sempre que possível, de comum pericial, desde que sob controle, revisão e
acordo com os Peritos Assistentes Técnicos, responsabilidade do Perito Judicial ou dos
dia, hora e local para o início efetivo das dili- Peritos Assistentes Técnicos, sendo indispen-
gências, comunicando--lhes tais dados com sável sua participação em diligências e na
a necessária antecedência (IBAPE, 2002). preparação das respostas aos quesitos.
Para melhor garantir a veracidade das O Perito Judicial e os Peritos Assistentes
investigações deve-se conservar todos os do- Técnicos inserem no seu laudo os fatos e
cumentos de interesse do objeto da perícia, atos examinados e estudados, não fundados
no mínimo pelo prazo de três anos, contados em simples suposições ou probabilidades,
da data da apresentação do laudo respecti- devendo apresentar suas conclusões com
vo. Exceto se o processo encerrar-se antes toda a objetividade, mantendo sempre a
deste prazo (IBAPE, 2002). isenção e a imparcialidade.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
92

requisitos para perícias

o
requisito exigido em uma perícia requerente.
está ligado diretamente com as Conforme consta no manual (IBAPE,
informações a qual se pretende 2002), os requisitos de uma perícia serão con-
atingir. É necessário indicar o nível de deta- dicionados à abrangência das investigações à
lhamento e profundidade da análise ou, no coniabilidade e adequação das informações
caso da especiicação das avaliações, os res- obtidas, à qualidade das análises técnicas
pectivos graus de fundamentação e precisão efetuadas e ao menor grau de subjetividade
(IBAPE, 2002). empregado pelo perito, sendo esses aspec-
O desempenho do perito quando da ela- tos deinidos pelos seguintes pontos:
boração do laudo pericial será em função • Quanto à metodologia empregada.
desses requisitos e do nível de aprofunda- • Quanto aos dados, informados e
mento pretendido no parecer, sem, contudo, documentos levantados.
garantir os graus de fundamentação e preci- • Quanto ao tratamento dos elementos
são inal, em se tratando de avaliações que coletados e trazidos ao laudo ou
independem da vontade do mesmo ou do parecer.
Pós-Graduação | Unicesumar
93

A metodologia empregada inicia-se pela prognóstico de evoluções patológicas,


identiicação do solicitante, sejam pessoas quando possível, solução propostas e
físicas, jurídicas ou autoridade judicial; passa- considerações inais.
se para a fase da indicação do tribunal: vara, • Requisitos envolvendo o imóvel como:
número dos autos e respectivo ano; objeto aspecto físico, condições topográicas
da perícia, sendo esta identiicada pelo ca- e relevo, natureza predominante do
dastro físico; vistoria; exame e avaliação ou solo e subsolo, condições ambientais
arbitramento. e clima, ocupação existente e
Deverá ser observada a data da diligên- tendências de modiicação em curto
cia em função do prazo judicial, veriicando e médio prazo, aspectos ligados a
nos autos se há parecer técnico com data melhoramentos públicos, vias de
divergente, e se for o caso, explicitá-la clara- acesso, urbanização e infraestrutura
mente, observar o valor ou o respectivo fato urbana, equipamentos e serviços
de ocorrência. comunitários e indicação de níveis de
A identiicação do objeto da perícia se atividades existente e aspecto ligados
faz necessário para estabelecer o grau de à possibilidade de desenvolvimento
detalhamento das atividades a serem desen- local.
volvidas no trabalho. • Requisitos sobre a característica do
Descrever sumariamente, todos os dados imóvel e de elementos: localização e
disponíveis para fundamentar a convicção e identiicação do bairro, logradouro,
conclusão (dimensões, áreas, utilidades, ma- número, acesso e elementos de
teriais construtivos, detalhamentos técnicos) cadastro legais e iscais, equipamentos,
devendo constar: serviços e melhoramento públicos
• Descrição da situação do bem a ser que atendem ao imóvel, ocupação
avaliado se há danos ou eventos, e se ou utilização legais e reais, previstas e
necessário croqui, plantas, fotograias atuais, adequação à região, condições
etc. de segurança, viabilidade econômica
• Se necessário, o parecer de outro de aproveitamento, em relação aos
proissional especializado. É usos recomendáveis para a região
recomendável utilizar etapas com e à preservação do meio ambiente,
datas e assinatura em que conste fotograias, croqui da situação.
vistoria ou exame do objeto da perícia, • Benfeitorias referentes à construção
diagnóstico dos itens objeto da perícia, informando detalhadamente,
coletas de informações, análise das os aspectos físicos construtivos,
ocorrências e elementos periciais, qualitativos e quantitativos,
condições de estabilidade imóvel, tecnológicos, enfatizando as
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
94

fundações, estruturas, vedações, Perícias Avaliatórias


cobertura, acabamento, número As perícias, quando avaliatórias, podem ser
de pavimento ou dependências, classiicadas em:
dimensões, áreas, idade real • Revisionais de Aluguel: pelas quais uma
ou aparente, estada geral de das partes envolvidas em um contrato
conservação, instalações mecânicas, de locação, postula a revisão, mediante
eletromecânicas, eletrônicas de ar avaliação judicial, do valor da locação
condicionado, elétricas, hidráulicas, do imóvel.
de gás, de lixo, equipamentos de • Renovatórias: pelas quais o inquilino
comunicação interna e externa, de em um contrato de locação busca a
sonorização, tratamento acústico etc. renovação de seu contrato de locação,
• Constatação de danos classiicando e bem como, a avaliação judicial do justo
quantiicando a extensão dos mesmos, valor locativo para a época do início do
observando e apontando as causas novo contrato.
se forem conhecidas, com nível de • Execuções: ações pelas quais um
detalhamento adequado às inalidades credor visa o recebimento de quantia
do parecer, cujas próprias dimensões devida, obtendo a penhora de um
deinirão a natureza das avarias, determinado bem do devedor, bem
qualquer que seja a nomenclatura esse objeto de avaliação judicial.
(issura, trinca, rachadura, brecha, • Desapropriações: ações nas quais o
fenda, se há estabilidade no imóvel Poder Público expropria alguém de seu
etc.). bem imóvel, nas quais é fundamental o
Dependendo da natureza da perícia poderão trabalho do perito judicial para avaliar
ser anexados outros documentos como o custo da indenização cabível ao
plantas, cópias de escrituras, esquema e dia- expropriado.
grama de esclarecimentos gráicos e croqui
de avarias progressivas, resultado de son-
dagens do terreno, gráicos de recalques,
memória de cálculo, resultado de ensaios
não destrutivos etc.
Pós-Graduação | Unicesumar
95

Produções de provas Ações de nunciação de


Vistoria “Ad Perpetuam Rei Memoriam”: tra- obras novas
ta-se de uma prova produzida judicialmente
para a qual não há julgamento especíico, Na qual eventual prejudicado pela exe-
e sim, uma homologação para que possa cução de uma obra pode conseguir seu
produzir efeitos jurídicos futuros. Cabe ao embargo, desde que iquem provados, me-
perito, mediante apresentação de seu laudo, diante perícia técnica, eventuais danos que
constatar fatos, arbitrar danos eventuais ou lhe sejam causados.
fundamentar causas de um determinado Nas perícias de engenharia a apresen-
acontecimento. Tome-se como exemplo, o tação de laudos periciais deve obedecer às
proprietário de um imóvel vizinho a uma prescrições da Norma NBR 13.752 da ABNT. O
obra a ser erigida nas circunvizinhanças, modelo de laudo a ser adotado deve contem-
que, temendo eventuais danos futuros face plar, obrigatoriamente, os seguintes aspectos
à obra, requeira, judicialmente, uma vistoria principais:
que ateste as reais condições estruturais e a) indicação da pessoa física ou
de conservação de sua ediicação. jurídica que tenha contratado a
produção da prova técnica e do
proprietário do bem objeto do
laudo pericial.
Questões de terras b) requisitos atendidos na perícia
conforme abaixo:
Todas as ações que envolvem posse e domínio Os requisitos exigidos em uma perícia estão
de terras, sejam elas urbanas ou rurais. Ações diretamente relacionados com as infor-
de Manutenção ou Reintegração de Posse, mações que possam ser extraídas. Esses
Ações de Usucapião, Ações Reivindicatórias requisitos, que medem a exatidão dos re-
ou Demarcatórias, frequentemente exigem sultados, são tanto maiores quanto menor
o trabalho do perito judicial engenheiro. for a subjetividade contida na perícia.
Caberá ao proissional proceder à análise A especiicação dos requisitos a priori
dos títulos dominiais, das sucessões posses- somente é estabelecida para determinação
sórias, obtendo informações locais durante do empenho no trabalho pericial e não na
a vistoria, bem como elaborar plantas e garantia de um grau mínimo na sua precisão
confrontá-las com as plantas já disponíveis, inal, independendo, portanto, da vontade
conforme o caso em lide. do perito e/ou do contratante.
Os requisitos de uma perícia são condi-
cionados à abrangência das investigações, à
coniabilidade e adequação das informações
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
96

obtidas, à qualidade das análises técnicas obediência aos requisitos essenciais, sendo
efetuadas e ao menor grau de subjetividade que, quando se tratar de avaliações, devem
emprestado pelo perito, sendo estes aspec- ser obedecidos ainda os critérios das normas
tos deinidos pelos seguintes pontos, quanto: aplicadas à espécie, salvo no caso de relató-
1. à metodologia empregada; rio ou parecer técnico de cunho provisório
2. aos dados levantados; ou quando a situação assim o obrigar, desde
3. ao tratamento dos elementos que perfeitamente fundamentado.
coletados e trazidos ao laudo;
4. a menor subjetividade inserida no
laudo.
Requisitos
Complementares
Requisitos Essenciais: Com o objetivo de garantir maior abrangên-
cia e profundidade ao trabalho pericial, cujo
Um laudo pericial, cujo desenvolvimento desenvolvimento ocorre com grande isenção
se faz por meio de metodologia adequada, de supericialidade, devem ser atendidos,
deve atender a todos os requisitos essen- além daqueles descritos, os requisitos com-
ciais seguintes: plementares a seguir:
O levantamento de dados deve trazer O conjunto de dados que contribuem
todas as informações disponíveis que permi- para a elaboração do parecer técnico deve
tam ao perito elaborar seu parecer técnico. estar expressamente caracterizado, usando-
A qualidade do laudo pericial deve estar se toda a evidência disponível.
assegurada quanto à: A qualidade do laudo pericial deve estar
1. Inclusão de um número adequado assegurada quanto à:
de fotograias por cada bem 1. Inclusão de um número ampliado
periciado, com exceção dos casos em de fotograias, garantindo maior
que ocorrer impossibilidade técnica. detalhamento por bem periciado.
2. Execução de um croqui de situação. 2. Descrição detalhada dos bens nos
3. Descrição sumária dos bens nos seus seus aspectos físicos, dimensões,
aspectos físicos, dimensões, áreas, áreas, utilidades, materiais
utilidades, materiais construtivos etc. construtivos etc.
4. Indicação e perfeita caracterização 3. Apresentação de plantas
de eventuais danos e/ou eventos individualizadas dos bens que
encontrados. podem ser obtidas sob forma de
Nas perícias judiciais torna-se obrigatória a croqui.
Pós-Graduação | Unicesumar
97

4. Indicação e perfeita caracterização Condições a serem


de eventuais danos e/ou eventos observadas
encontrados, com planta de
articulação das fotos perfeitamente Ao perito é obrigatória a especiicação, em
numeradas. qualquer parte do laudo pericial, dos requi-
5. Análise dos danos e/ou eventos sitos obedecidos, sejam eles essenciais ou
encontrados, apontando as prováveis complementares, devendo apresentar justi-
causas e consequências. icativa fundamentada nas hipóteses em que
6. Juntada de orçamento detalhado e isto não ocorrer (situações especiais).
comprovante de ensaios laboratoriais, Tratando-se de perícias que envolvam
quando se izerem necessários. avaliação ou arbitramento, cujo fundamen-
to seja a determinação de valor, os requisitos
devem obedecer aos níveis de rigor previstos
nas normas especíicas editadas pela ABNT,
Perícias especiais mantida a obrigatoriedade determinada nos
requisitos essenciais acima descritos.
Podem ocorrer trabalhos periciais onde
prepondera a supericialidade, ou que não c) relato e data da vistoria, com as
utilizem qualquer instrumento de suporte informações relacionadas em:
às conclusões desejadas, não se observan- Caracterização do imóvel e de seus elementos.
do os requisitos contidos na Norma técnica. A caracterização do imóvel compreende:
Esta situação é tolerada em determinadas 1. Localização e identiicação do bairro,
circunstâncias em que pode haver a necessi- logradouro(s), número(s), acessos e
dade de procedimento rápido que possibilite elementos de cadastro legais e iscais.
a elaboração do laudo pericial ou quando as 2. Equipamento urbano, serviços e
condições gerais assim o permitirem. melhoramentos públicos.
Nestes casos, em que geralmente as con- 3. Ocupação e/ou utilização legal e real,
dições não permitem a elaboração de um prevista e atual, adequada à região.
laudo pericial cujos requisitos sejam aten-
didos, é admitida a apresentação do laudo
sumário, objetivando uma informação pre-
liminar sem maiores detalhamentos.
Também se enquadram, nesta categoria,
todos os trabalhos periciais cujo desenvol-
vimento não atingiu os requisitos descritos
anteriormente.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
98

Terreno Condições de estabilidade do prédio:


A caracterização do terreno compreende qualquer anormalidade deve ser assinalada
perímetro, relevo, forma geométrica, carac- e adequadamente fundamentada.
terísticas de solo e subsolo, dimensões, área
e confrontantes.

Fotograias
Benfeitorias Documentar a vistoria com fotograias escla-
recedoras, em tamanho adequado, gerais e/
A caracterização das benfeitorias compreende: ou detalhadas. As fotograias devem ser nu-
1. Construções: descrição, meradas correspondentemente ao detalhe
compreendendo classiicação; que se quer documentar e, sempre que pos-
características da construção, com sível, datadas pelos proissionais envolvidos
ênfase para fundações, estrutura, no laudo.
vedações, cobertura e acabamentos; Plantas do prédio: sempre que possível,
quantiicação, abrangendo número devem ser obtidas plantas ou elaborados
de pavimentos e/ou dependências, croquis do terreno, do prédio e das instala-
dimensões, áreas, idade real e/ ções, inclusive de detalhes, de acordo com
ou aparente e estado geral de a natureza e objetivo da perícia.
conservação. Subsídios esclarecedores: documentos
2. Instalações, equipamentos e adicionais podem ser anexados, sempre que
tratamentos: compreendendo a natureza da perícia assim exigir, tais como:
as instalações mecânicas, 1. Gráicos de avarias progressivas.
eletromecânicas e eletrônicas de ar 2. Resultados de sondagens do terreno.
condicionado; elétricas e hidráulicas, 3. Gráicos de recalques.
de gás; de lixo; equipamentos de 4. Cópia de escritura.
comunicação interna e externa de 5. Outros.
sonorização, tratamento acústico e
outros. d) Diagnóstico da situação
Constatação de danos: caracterizar, classiicar encontrada.
e quantiicar a extensão de todos os danos e) nos laudos periciais de cunho
observados; as próprias dimensões dos danos avaliatório, pesquisa de valores,
deinem a natureza das avarias, qualquer que deinição da metodologia, cálculos
seja a nomenclatura (issura, trinca, rachadu- e determinação do valor inal.
ra, brecha, fenda etc.). f) Memórias de cálculo, resultados
Pós-Graduação | Unicesumar
99

de ensaios e outras informações


relativas à sequência utilizada no
laudo pericial.
O Sistema COFECI-CRECI é composto
g) nome, assinatura, número de por um Conselho Federal e 26 Con-
selhos Regionais de Corretores de
registro no crea e credenciais do
Imóveis em todo o Brasil; normatiza
perito de engenharia. e iscaliza uma proissão de grande
relevância para o desenvolvimento
Perícias de engenharia devem ser acompanha-
da nação, e congrega com base na lei
das da ART (Anotação de Responsabilidade 6.530, de 12 de maio de 1978, cerca
de 280 mil proissionais e 40 mil em-
Técnica), conforme estabelece a Lei nº
presas de intermediação de negócios
6496/77. imobiliários, proporcionando uma mo-
vimentação nesse mercado que viabi-
liza a cadeia produtiva da construção
civil, a qual representa cerca de 18% do
PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro,
além de representar a proissão que
proporciona através de seu trabalho,
a realização do sonho maior de cada
brasileiro: o sonho da casa própria.
A proissionalização e especialização
da área, que avança sobre novos seg-
mentos, é sinal de maturidade.
Faça uma busca em sua área sobre os
corretores habilitados e considere que
ações estratégicas você deverá desen-
volver para estabelecer um diferencial
no mercado.
Saiba mais em: <http://www.cofeci.
gov.br>.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
100

Os casos abaixo apresenta- Negócio do Cliente, para não ta de ter o seu trabalho valo-
dos sob o tema “Aspectos ter Aborrecimentos Futuros”. rizado: “Visitamos um Açude
Hilariantes das Avaliações e 4) De um relatório elaborado nos Fundos da Fazenda e De-
das Perícias”, é uma transcri- por iscal do CREAI do Ban- pois de Longos e Demorados
ção do Informativo nº 2 do co do Brasil S/A: “Financiado Estudos Constatamos que o
Instituto Brasileiro de Avalia- Executou o Trabalho Braçal- Mesmo Estava Vazio”.
ções e Perícias de Engenha- mente e Animalmente”. 12) De um Relatório de iscal
ria – IBAPE, apresentado pelo 5) Frase extraída de um ter- do CREAI do Banco do Brasil
Engº. José Carlos Pellegrino. mo de encerramento de lau- S/A: “O Mutuário Vendeu o
Ainda que engraçados em do judicial, em processo, que Touro Financiado Porque o
determinados momentos, tramitou perante Vara Cível Mesmo Estava Frouxo; Tro-
e inverossímeis em outros, do Fórum João Mendes Jr.: cou-o por um Mais Potente”.
revelam muitas vezes um “Os Anexos Seguem em Se- 13) Sugestão do mesmo
despreparo não mais cabível parado”. iscal: “Tendo em Vista que
em nossos tempos. As chan- 6) Início de relatório de pe- o Mutuário Adquiriu Apa-
ces de um juiz ser obrigado rito - avaliador, em Estado relhagem para Processar In-
a desconstituir prova em do Nordeste: “Chegando na seminação Artiicial, e que
razão de avaliação inapro- Fazenda do Sr. Pedro Jacaré e um dos Touros Holandeses
priada, provocado por uma não Encontrando o Réptil ...” Morreu, Sugerimos que se Fi-
das partes, é algo sempre 7) Opinião de iscal do CRE- zesse o Treinamento de uma
presente no trabalho do pe- AI do Banco do Brasil S/A: Pessoa para tal Função”.
rito. Divirta-se um pouco por “Desconio que o Mutuário 14)Memorando de justiica-
hora reletindo sobre isso. Está com Intenção de Pagar ção de falta de funcionário de
1) Frase retirada de um laudo o Débito”. Banco: “Ref.: Cobra Comunico
judicial (Estado do Nordeste) 8) De um relatório de inspe- que Faltei ao Expediente do
mais particularmente do ca- ção de propriedade agrícola Dia 14 em Virtude de ter Sido
pítulo relativo à descrição do que recebeu inanciamento Mordido Pela Epigrafada”.
imóvel vistoriado: “O Imóvel de estabelecimento bancá- 15)Frase de um relatório de
Está uma Boneca”. rio: “Cliente Faz Roçado Jun- perito - avaliador com ten-
2) Relatório sobre a aplicação tamente com a Mulher”. dência a profeta: “Não Há
de inanciamento concedido 9) Informação de iscal do bem que Sempre Dure, nem
a fazendeiro do interior: “As CREAI do Banco do Brasil SI Mal que Nunca se Acabe; Ele
Garantias Permanecem em A: “O Mutuário foi para São Vai Terminar Sendo Executa-
Perfeito Estado de Abando- Paulo para Melhorar de Vida. do Pelo Banco”.
no e Conservação. Mutuários Quando Voltar Vai Liquidar 16) Perito tentando dar uma
Mantêm Vida Privada na Fa- com o Banco”. imagem real de topograia
zenda”. 10) Descrição de máquina de uma área: “Era uma Ri-
3) Sugestão oferecida por pe- elétrica, integrante do relató- banceira tão Ribanceada que
rito após vistoria feita no lo- rio sobre um inanciamento: se Estivesse Chovendo e Eu
cal onde deveria ter sido apli- “A Máquina Elétrica Financia- Andasse a Cavalo e o Escor-
cado o empréstimo: “Acho da é Toda Manual e Velha”. regasse, Adeus Perito”.
Bom o Banco Suspender o 11) Relato de perito que gos-
Pós-Graduação | Unicesumar
101

A avaliação imobiliária é um realizada por uma pessoa zação imobiliária, enquanto


documento muito criterioso inapta? que LAUDOS DE AVALIAÇÃO
e isento, que quando solici- Supervalorização ou Subva- são competências exclusivas
tada é realizada por um pro- lorização do imóvel diicul- de Corretores de Imóveis,
issional especializado, como tando a venda e/ou locação Peritos Imobiliários entre
o Corretor de Imóveis, Peri- do mesmo. outros, e são pautados em
to Imobiliário e outros que Prejuízos monetários. normas técnicas e estudos
farão uso de metodologias Prejuízos gerais em desapro- matemático-estatísticos,
especíicas, compilação e priações, ações revisionais cujo objetivo é a determi-
homogeneização de dados de locação, usucapião, bens nação do valor.
estatísticos, dentre outras e para penhora dentre outros. Fonte: <http://www.setela-
que através da mesma o so- É comum vermos anúncios goas.com.br/sete-lagoas/
licitante terá segurança para nos jornais oferecendo “AVA- colunistas/graziela/16548-
realizar qualquer tipo de ne- LIAÇÕES GRÁTIS”, quando na colunas-mercado-imobilia-
gociação imobiliária. verdade referem-se a estima- rio-a-importancia-da-avalia-
Quais as consequências de tivas de preço, baseadas nas cao-imobiliaria>. Acesso em:
uma avaliação imobiliária opiniões sobre comerciali- 06 nov. 2012.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
102

apresentação do
laudo de avaliação

Laudo de avaliação
completo

o
s laudos de avaliação completos devem
conter, no mínimo, os seguintes itens:

a) Folha resumo:
• O laudo de avaliação deve conter uma
icha resumo ou folha de rosto, que tem
por inalidade identiicar, de forma rápida,
o bem avaliado, a data da avaliação, o
proprietário, a metodologia utilizada e o
valor inal adotado.
Pós-Graduação | Unicesumar
103

b) identiicação do solicitante: e) objeto da avaliação: os tipos de


• citar o solicitante do laudo de bens normalmente avaliados são:
avaliação, conforme indicado pelo • centros comerciais, shopping centers,
contratante. lojas, prédios comerciais;
Neste item ainda podem ser citados os pro- • hospitais, hotéis, universidades;
prietários do(s) imóvel(eis) avaliado(s): • complexos industriais;
• postos de combustíveis;
c) inalidade do laudo, quando • apartamentos, casas;
informado pelo solicitante. As • conjuntos residenciais;
principais inalidades do Laudo de • garagens autônomas, edifícios de
Avaliação são: garagem;
• alienação de bens; • galpões e armazéns;
• aquisição de imóveis novos ou usados; • terrenos, glebas urbana;
• arrematação em leilão ou adjudicação • loteamentos;
(retomada do imóvel); • salas e andares corridos;
• doação; • terrenos de vocação comercial;
• dação em pagamento, normalmente Neste item deve ser incluída a descrição
para quitação de dívidas contraídas em sumária do bem, que tem por inalidade des-
banco pela área comercial; crever sucintamente o bem, visando identiicar
• garantia de operação comercial; prontamente o(s) imóvel(is) avaliado(s), incluin-
• locação de imóveis comerciais ou do endereço completo. Além da descrição,
residenciais; podem ser relacionados os seguintes itens:
• levantamento patrimonial; • Área construída, em m².
• permuta. • Área do terreno, em m².
• Ocupante do imóvel e o tipo de
d) objetivo da avaliação: ocupação (ocupado pelo proprietário,
• O objetivo da avaliação está locado para terceiros, invadido etc.).
normalmente focado na determinação
dos valores de mercado (venda e f) Pressupostos, ressalvas e fatores
locação), de liquidação forçada ou limitantes: atender ao disposto
liquidação imediata e de outros valores em 7.2. da NBR 14653-1:2001. Para
deinidos na NBR 14.653: valor em início dos trabalhos de avaliação, a
risco, valor de desmonte, custo de documentação referente ao imóvel
reprodução, custo de reedição e custo a ser avaliado deve estar disponível.
de reposição. Na ausência destas informações,
neste item caberá ao engenheiro
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
104

descrever os pressupostos assumidos O proissional de avaliações, caso julgue ne-


pela insuiciência nas informações, cessário, poderá valer-se de anexo quando
bem como as ressalvas e os fatores for grande o volume de informações, citando
limitantes. o número do referido anexo.

g) identiicação e caracterização i) indicação do(s) método(s) e


do imóvel avaliando: atender ao procedimento(s) utilizado(s):
disposto em 7.3 da NBR 14653- atender ao disposto no item 8 da
1:2001. Indicar a data ou o período NBR 14653-1:2001, indicando a(s)
da vistoria, relatando a vistoria ao metodologia(s) empregada(s),
bem avaliado e a sua adequação ao e justiicando sucintamente sua
contexto imobiliário no qual está utilização. Os métodos tratados pela
inserido. Em nenhuma hipótese NBR 14.653 são:
poderá ser elaborada uma avaliação • Método comparativo direto de dados
sem a vistoria ao imóvel avaliado. de mercado.
O engenheiro poderá valer-se de • Método involutivo.
anexo, em caso de grande volume de • Método evolutivo.
informações, citando neste campo o • Método da capitalização da renda.
número do referido anexo. • Método comparativo direto de custo.
• Método da quantiicação de custo.
h) Diagnóstico do mercado: atender Quando não for possível aplicar um dos
ao disposto em 7.7.2 da NBR 14653- métodos relacionados acima, este procedi-
1:2001, indicando a expectativa do mento deve ser citado no Parecer Técnico,
avaliador em relação ao desempenho não podendo ser enquadrado como Laudo
do avaliando no mercado, indicando de Avaliação.
a liquidez do imóvel. Os conceitos
mais frequentemente utilizados são: j) especiicação da avaliação: indicar
• liquidez: baixa, normal ou alta; a especiicação atingida, com relação
• desempenho de mercado: recessivo, aos graus de fundamentação e
normal ou aquecido; precisão. Quando solicitado pelo
• quantidade de ofertas de bens contratante, deverá ser apresentado
similares: baixa, média ou alta; demonstrativo completo da
• absorção do bem pelo mercado: pontuação atingida; indicar a
inexistente, lenta ou demorada e rápida; categoria em que se enquadra o
• público-alvo: indicar o público-alvo laudo, segundo a classiicação da
para absorção do bem. norma NBR 14.653-2 da ABNT.
Pós-Graduação | Unicesumar
105

Sugerimos transcrever, para cada metodologia utilizada, as tabelas da NBR 14.653-2


correspondentes, marcando com um (X) a coluna referente à pontuação alcançada e
indicando a pontuação inal atingida, conforme exemplo abaixo:

Graus de Fundamentação
Item III II I
(3 pontos) (2 pontos) (1 ponto)
1 Caracterização do imóvel avaliando X
2 Coleta de dados de mercado X
3 Quantidade mínima de dados de mercado, efetivamente utilizados X
4 Identificação dos dados de mercado X
5 Extrapolação X
Nível de significância, somatório do valor das duas caudas, máximo
6 X
para a rejeição da hipótese nula de cada regressor (teste bicaudal)
Nível de significância máximo admitido nos demais testes estatísticos
7 X
realizados
Total pontuação atingida 19
Grau de Fundamentação do Laudo II

Graus de precisão
Descrição
III II I
Amplitude do intervalo de confiança de 80% em torno do valor central da
≤30% 30%-50% >50%
estimativa

k) tratamento dos dados e l) resultados da avaliação e sua data de


identiicação dos resultados: referência; indicar preferencialmente:
explicitar os cálculos efetuados, o • Valor de Mercado:
campo de arbítrio, se for o caso, º RS.......... (por extenso)
e justiicativas para o resultado º Considerações inais quanto ao valor
adotado. No caso de utilização do do bem.
método comparativo direto de dados • Valor para liquidação imediata (quando
de mercado, deve ser apresentado o solicitado pelo contratante):
gráico de preços observados versus º Máximo (indicar o prazo de
valores estimados pelo modelo. permanência mínimo)
Normalmente são indicados os º R$.......... (por extenso)
seguintes itens: º Mínimo (indicar o prazo de
• O período de pesquisa de dados de permanência máximo)
mercado. º R$.......... (por extenso)
• O tipo de tratamento adotado, º Quando utilizadas as técnicas
indicando a regressão linear, as redes de simulação de monte carlo
neurais artiiciais, a regressão espacial, com a construção de cenários
a análise da envoltória de dados ou probabilísticos, indicar o intervalo de
outros métodos (explicitar). coniança e o coeiciente de variação.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
106

m) Qualiicação legal completa a) fotograias coloridas do


e assinatura do(s) proissional(is) avaliando que permitam a
responsável(is) pela avaliação, identiicação do bem, destacando
incluindo observação as fachadas e interior do imóvel, o
complementares e a relação logradouro com a numeração e a
de anexos, conforme sugestão vizinhança;
abaixo: b) vistoria detalhada do bem avaliando
• Observações Complementares quando não contemplada no corpo
Importantes: do laudo;
• Informações relevantes, quando c) diagnóstico de mercado,
do conhecimento do engenheiro especialmente para
avaliador, tais como: ônus, dívidas empreendimentos, quando não
e gravames, invasões, áreas parciais contemplado no corpo do laudo;
ou totais não averbadas, riscos de d) documentação do objeto avaliado,
inundação e restrições de órgãos incluindo plantas de engenharia
de proteção ambiental ou de e arquitetura, caso fornecidas pela
concessionárias de serviços públicos contratante ou pelo proprietário;
(energia elétrica, água e esgoto, e) pesquisa de mercado, incluindo
telecomunicações - áreas de servidão) foto colorida de cada elemento
etc. Sempre que for o caso, deverá ser da amostra (a foto é necessária
enfatizada a necessidade do exame para o enquadramento no Grau de
da matéria pela área jurídica. Indicar Fundamentação III).
documentos não anexados, que f ) croqui de localização do imóvel
também subsidiaram o trabalho. avaliando e dos elementos amostrais;
• Proissional(is) responsável(is): g) A.R.T - Anotação da
º Deverá conter nomes dos Responsabilidade Técnica dos
proissionais com as respectivas trabalhos junto ao CREA (via do
assinaturas, títulos e indicação do contratante);
número do CPF/CGC e do registro h) tratamento de dados e memorial
no CREA do(s) proissional(is) e da(s) de cálculos, incluindo o gráico de
empresa(s) responsável(is), com preços observados versus valores
os respectivos números da ART estimados;
referente ao trabalho. i) resultados dos valores estimados
• Local e Data do Laudo/Parecer Técnico. para liquidação forçada (imediata) do
• Anexos: bem;
Pós-Graduação | Unicesumar
107

j) demais documentos que


fundamentaram o trabalho e
arquivos gerados em meio digital,
quando solicitado pelo contratante.

Laudo de avaliação
simpliicado
O laudo de avaliação simpliicado deve
atender no mínimo, de forma resumida, aos
itens de “a” a “h” de 10.1 da NBR 14653-1:2001.
Para a identiicação do valor de mercado
podem ser incluídos, de acordo com o grau
de fundamentação, os seguintes anexos: do-
cumentação dominial, fotograias do imóvel
avaliando, plantas, identiicação dos dados
de mercado, memória de cálculo ou relató-
rios originais dos programas computacionais
utilizados.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
108

considerações inais
A perícia judicial é embasada em cálculos e pesquisa em ações de desapro-
priação; apuração de saldo residual em ações de desapropriação, liquidadas
ou não, decorrentes de expurgos inlacionários dos diversos planos econô-
micos; ações indenizatórias por atos ilícitos, incluídos os danos materiais e
morais; ações de despejo por falta de pagamento; execuções; e embargos
do devedor.
Em função do direito que têm as pessoas físicas ou jurídicas de deman-
dar ou pleitear em juízo, perante os tribunais, o que lhes pertence ou o que
lhes é devido, faz-se necessário o exame ou vistoria, que tem por inalidade
apurar os fatos e estados de bens “in loco” e a avaliação para determinar tec-
nicamente o valor desses bens.
A perícia, em grande número das ações judiciais, é conhecida como a
¨rainha das provas¨, embora existam outros tipos válidos de provas, como a
oral ou testemunhal e a prova documental. A perícia deve ser impessoal e
exata, embora podendo ser repetida por outros investigadores quando pairam
dúvidas sobre o seu resultado.
Objeto da perícia é tratar de matéria de fato. É comum à parte formu-
lar quesitos que tratam de matéria de direito. Cabe ao perito icar alerta para
não enveredar para esse tipo de matéria, pois além de não lhe dizer respei-
to, é assunto que foge ao seu conhecimento técnico.
Pós-Graduação | Unicesumar
109

atividade de autoestudo
Atividade 1
Quando tratamos de laudos periciais precisamos saber qual a inalidade do
trabalho que estaremos realizando. Isto é importante porque poderemos dar
toda a conotação desejada ao tema, sem desvirtuar das questões éticas ne-
cessárias sempre ao bom proissional. Quais são as principais inalidades do
laudo pericial?

Atividade 2
Quais são os objetos de laudo pericial?
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
110

Web

Gilberto Yogui, Diretor do Creci - SP, trata nesta série de vídeos


a respeito do tema de Avaliação de Imóveis, assim como seus
aspectos legais, questões técnicas e considerações éticas na pro-
issão do Corretor de Imóveis.
CRECI Esclarece - Avaliação de Imóveis:
• <http://www.youtube.com/watch?v=rG0KaJSb_eo>.
• <http://www.youtube.com/watch?v=BDkguxXcwS4>.

Livro
Título: Laudos para Avaliação de Imóveis Urbanos e Rurais - Modelos
Autor: Luiz Antonio Sgarabotto
Editora: Não Consta
Sinopse: Os “modelos de avaliações” descritos nesta obra visam basica-
mente oferecer subsídios a peritos avaliadores de imóveis, e abrangem
laudos efetivamente realizados pelo autor ao longo dos 36 anos de sua
carreira.

Livro
Título: Manual de redação de Laudos
Autor: José Fiker
Editora: Pini
Sinopse: Na obra, o autor, além de apresentar conceitos e deinições, des-
creve as atividades básicas que compõem um laudo de avaliação, segundo
as normas da ABNT, os elementos que devem conter e as sequências de
apresentação dos laudos do perito judicial e dos assistentes técnicos.
Pós-Graduação | Unicesumar
111

conclusão

o
trabalho de avaliador e perito tem dado claros sinais de crescimen-
to e evolução. Antes restrito a um segmento proissional, temos
expandido a área de abrangência e alcançado níveis especializado
de atuação no mercado.
Acredito que você pôde, neste livro, perceber o quão intenso é esta ativi-
dade, pois tanto exige de você todas as habilidades como corretor de imóveis,
como engenheiro, ou arquiteto, mas impõe ainda necessidades relativas à
networking, desenvolvimento de relacionamentos, comunicação, tanto oral
como escrita e agora inserimos a aplicação de conhecimentos eventualmente
já aprendidos como análise matemática e estatística, mas reorientados para
uma nova ótica.
Os pressupostos cientíicos são condição sine qua non para a credibili-
dade do perito avaliador, uma vez que a fundamentação de suas análises é
critério básico para a aceitação de suas respostas, e em um mundo cada dia
mais conectado, com mais informações disponíveis e em qualquer lugar,
pessoas têm acesso instantâneo àquilo que antes demorariam semanas ou
meses para obter.
Quando você envereda por esta atividade, se demonstra disposto a aceitar
o desaio de não parar nunca, pois o mundo gira, os negócios acontecem
e geralmente mais trabalho aparece para quem já está trabalhando, sendo
também verdade o oposto. Para iniciar seu trabalho como perito avaliador de-
monstrar um diferencial é essencial. O básico é fundamental e quando você
extrapola esse mínimo, começa a considerar o quão relevante é transmitir
solidez em suas análises, pois quando incontestes, resultam em benefícios e
estabelecimento da justiça.
Quando cito aqui justiça, não me limito apenas àquela realizada nos tribu-
nais de nosso país, mas além desta considero como justiça aquele sentimento
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
112

de dever cumprido, de realização de um trabalho perfeito e coeso, não ten-


dencioso, ético e que daqui a alguns anos, você ainda sinta orgulho dele, que
é diametralmente inverso ao trabalho dedicado às falcatruas e golpes apli-
cados contra o erário público, contra empresas, famílias e - em última análise
- pessoas que com a aplicação de esforço extenuante procuram garantir seu
sustento e uma melhor qualidade de vida para os seus.
Ao trabalhar nesta área leve em conta tudo isto e com técnica, habilida-
des e tecnologias disponíveis, trate de deixar seu nome gravado na história
de sua região, como proissional qualiicado.
Deus nos abençoe.
Prof. Dr. Daniel Eduardo dos Santos
Pós-Graduação | Unicesumar
113

referências
ABBOTT, Damien. Encyclopedia of real estate terms (second edition).
Property Management. vol. 19, n. 1, 2001.
ALONSO, Nelson Roberto Pereira; D’AMATO, Mônica. Valor de mercado - ve-
locidade de venda - liquidação forçada. Anais do IX Congresso Brasileiro de
Avaliações e Perícias - COBREAP, São Paulo, 1997.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14653-1. Avaliação
de bens - Procedimentos Gerais. Rio de Janeiro, 2001.
. NBR 14653-2. Avaliação de Bens - Imóveis Urbanos. Rio de Janeiro,
2011.
. NBR 14653-3. Avaliação de Bens - Imóveis Rurais. Rio de Janeiro, 2004.
AURICCHIO, Luiz. Cálculo do justo aluguel imobiliário através da informáti-
ca. Anais do IX Congresso Brasileiro de Avaliações e Perícias - COBREAP, São
Paulo, 1997.
AVERBECK, Carlos E. O valor de mercado e o tempo de absorção médio.
II Simpósio Brasileiro de Engenharia de Avaliações - Avaliar 2000, São Paulo,
2000.
AYRES, Antônio. Como Avaliar Imóveis... Sem Mistérios. São Paulo: Ed.
Imobiliária, 1996.
BAUMANN, Mark W.; GROTH, John C. Economic models: perspectives for the
professional. Jornal of Property Finance, vol. 7, n. 2, pp. 45-57, 1996.
BROOKS, Chris; TSOLACOS, Sotiris; LEE, Stephen. The cyclical relations between
traded property stock prices and aggregate time-series. Journal of Property
Valuation & Investment, vol.18, n. 6, 2000.
CALDAS, Léo Saraiva e outros. Curso Básico Intensivo de Engenharia de
Avaliações e Perícias. Diversos Autores. Tubarão - SC, 1994.
CAMPBELL, Robert D.; SIRMANS, C. F. Policy implications of structural options
in the development of real estate investment trusts in Europe: lessons from
American experience. Journal of Property Valuation & Investment, Vol.
20, Nº 4, 2002.
CANTEIRO, João Rui. Terrenos - Subsídios à Técnica da Avaliação. 3. ed.
São Paulo: PINI, 1980.
CHAPLIN, Russel. Predicting real estate rents: working backwards into the
future. Journal of Property Valuation & Investment, vol. 18, n. 3, 2000.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
114

DIAZ III, Julian; HANSZ, J. Andrew. How valuers use the value opinions of others.
Journal of Property Valuation & Investment, vol. 15, n. 3, pp.256-260, 1997.
FAMA, Rubens; BARROS, Lucas A.; SILVEIRA, Heber P. Conceito da taxa livre de
risco e sua aplicação no CAPM - um estudo exploratório no mercado brasilei-
ro. Disponível em: <http://www.iem/efei.br/edson/download/taxalivreriscofama.
pdf>. Acesso em: set/2002.
FIKER, José. Avaliações de Imóveis Urbanos. São Paulo: Ed. PINI, 1993.
FIKER, José. Manual de Redação de Laudos. São Paulo: Ed. PINI, 1989.
FISHER, Jefrey D. Real time valuation. Journal of Property Valuation &
Investment, vol. 20, n. 3, pp.213-221, 2002.
FONSECA, Jairo S.; MARTINS, Gilberto de A.; TOLEDO, Geraldo L. Estatística
Aplicada. São Paulo: Ed. Atlas S.A., 1995.
GELTER, David M.; MILTER, Norman G. Commercial real estate analysis and invest-
ment. Journal of Property Valuation & Investment, vol. 20, n. 3, 2002.
GENESOVE D.; MAYER, C. J. Equity and time to sale in the real estate market.
American Economic Revew. pp.255-270, USA, June, 1997.
GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf. A engenharia de avaliações na visão in-
ferencial. São Leopoldo: Editora Unisinos, 1997.
. Análise da evolução recente dos aluguéis em Porto Alegre. Anais do XVII
Encontro Nacional de Engenharia de Produção - ENEGEP. Gramado, 1997.
GOSLINGS, J. H.; PETRI V. L. The role of real estate in eicient investment portfo-
lios. Journal of Property Valuation & Investment, vol. 10, n. 1, 1992.
GRAASKAMP, James A. Investment valuation and forecasting methods. Journal
of Property Valuation & Investment, vol.10, n. 3, 1992.
GRANT, Eugene; IRESON, W.; LEAVENWORTH, Richard. Priciples of Engineering
Economy. Ronald Press, New York, 1976.
GWIN, Carl R.; MAXAN, Clark L. Why do real estate appraisals nearly always equal ofer
price? A theoretical justiication. Journal of Property Valuation & Investment,
vol. 20, n. 3, pp.242-253, 2002.
HESS, Geraldo; MARQUES, José Luiz de Moura; ROCHA PAES, Luiz Carlos Medeiros
da; PUCCINI, Abelardo de Lima. Engenharia Econômica. 16. ed., São Paulo: DIFEL
Difusão Editorial S.A, 1983.
IBAPE/SP. Norma para Avaliação de Imóveis Urbanos. Ana Maria de Biazzi de
Pós-Graduação | Unicesumar
115

Oliveira e Diversos Autores. São Paulo, SP, 1995.


IUDICIBUS, S.; MARTINS, Eliseu; GELBECKE, Ernesto R. Manual de contabili-
dade das sociedades por ações: aplicável também às demais sociedades.
Atlas, 1994.
KASSAI, J. R.; KASSAI, Sílvia; SANTOS, Ariovaldo dos; ASSAF NETO, A. Retorno
de investimento: abordagem matemática e contábil do lucro empresarial.
Atlas, 1999.
KAZMIER, Leonard J. Estatística Aplicada a Economia e Administração.
São Paulo: Editora McGraw-Hill do Brasil, 1982.
KISHORE, Rohit. Discounted cash low analysis in property investment valua-
tions. Jornal of Property Valuation and Investment, vol. 14 n. 3, pp. 63-70,
1996.
LEE, Rosalind. Valuers do not need a crystal ball. Property Management, vol.
15, n. 1, 1997.
LEVINE, David M.; BERENSON, Mark L.; STEPHAN, D. Estatística: teoria e apli-
cações usando Microsoft Excel em Português. LTC, 2000.
LIMA, Gilson Pereira de Andrade. Avaliação de bens sob a ótica da análise
de investimentos em condições de risco. COPPE, Rio de Janeiro, 1992.
. Avaliação de project inance. II Simpósio Brasileiro de Engenharia de
Avaliações - Avaliar 2000, São Paulo, 2000.
. Considerações sobre o risco nas avaliações por métodos técni-
co-econômicos. COPPE, Rio de Janeiro, 1998.
LIMA, Marcelo Rossi de Camargo. Avaliação de Propriedades Rurais. IBAPE,
São Paulo, 1997.
LUCIUS, Dominik I. Real options in real estate development. Journal of Property
Valuation & Investment, vol, 19, n. 1, pp.73-78, 2001.
LUSHT, Kenneth M. Future directions in real estate research. Journal of Property
Valuation & Investment, vol. 11, n. 4, 1993.
MACHADO, Ricardo Luiz; HEINECK, Luiz F. M. Modelagem econométrica de
preços de apartamentos residenciais de três dormitórios em Florianópolis -
SC. Anais do XVIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção - ENEGEP.
Niterói, 1998.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
116

MARTINS, Fernando Guilherme; MARTINS, Fabio Guilherme Neuber. Avaliação de


estatal utilizando modelo probabilístico e análise de risco. Anais do VIII Congresso
Brasileiro de Avaliações e Perícias - COBREAP. pp.208-218, Florianópolis, 1995.
MELO, Brício. A atratividade na determinação do justo valor de empreen-
dimentos. Associação de Ensino Uniicado do Distrito Federal. Brasília, 1998.
MOREIRA, Alberto Lélio. Princípios de Engenharia de Avaliações. 4. ed. São
Paulo: PINI, 1997.
MOREIRA, Alberto Lélio. Princípios de Engenharia de Avaliações. São Paulo:
Ed. PINI, 1994.
NANTHAKUMARAN, Nanda. Real estate projects and multiple internal rates of
return. Journal of Property Valuation & Investment, vol. 7, n. 3, 1989.
PAMPLONA, Edson O.; FOWLER, Fábio R. Planejamento Financeiro e Avaliação
Econômica de Projetos. FUPAI, 1999.
PAMPLONA, Edson O.; MONTEVECHI, José Arnaldo B. Avaliação de imóveis pelo
método econômico. FUPAI, 2000.
. Engenharia Econômica I e II. FUPAI, 2000.
. Planejamento Financeiro e Avaliação Econômica de Negócios. FUPAI,
2000.
PEROBELLI, Fernanda F. C.; FAMA, Rubens. Fatores determinantes da estrutu-
ra de capital: aplicação a empresas de capital aberto no Brasil. Disponível em:
<http://www.iem.efei.br/edson/ download/estruturacapitalfama.pdf>. Acesso
em: set/2002.
PIRES DA SILVA, Sérgio Alberto. Curso de Avaliações Imobiliárias. Módulos
Básico e Avançado Fundamentos e aplicação da Estatística inferencial. Curitiba:
IBAPE/PR, 2002.
REIS, Vitor M. S.; DOWNIE, Mary Lou; FISHER, Peter; FERNANDES, Antonio. The
practice of real estate valuation in Portugal. Journal of Property Valuation &
Investment, vol. 20, n. 2, pp.181-203, 2002.
SANVICENTE, Antonio Z.; MINARDI, Andrea M. Problemas de estimação do
custo de capital no Brasil. Ibemec Business School, 1999. Disponível em: <http://
www.iem.efei.br/edson/ download/custocapsanvic.pdf>. Acesso em: set/2002.
SCHMITZ, Adrienne; BRETT, Deborah, L. Real estate market analysis: a case study
approach. Journal of Property Valuation & Investment, vol. 20, n. 3, 2002.
SPU - Departamento técnico de Avaliações. Avaliação Técnica de Bens Imóveis
da União ou de seu Interesse - Orientação Normativa. Brasília - DF. 2.000.
STEVENSON, Simon. Constraining optimal portfolios and the efect or real estates
Pós-Graduação | Unicesumar
117

allocation. Journal of Property Valuation & Investment, vol. 18, n. 4, 2000.


WILSON, Patrick; OKUNEV, John. Spectral analysis of real estate and inancial assets
markets. Journal of Property Valuation & Investment, vol. 17, n. 1, pp.61-74,
1999.
ZENI, André M. Análise de Investimentos Imobiliários. 1997.
ZENI, André M.; BARBOSA, João C. A. Avaliações Industriais - Metodologia
Cientíica. 2000.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
118

SOLUÇÃO PARA AS ATIVIDADES DE AUTOESTUDO


UniDaDe i
atividade 1
Pós-Graduação | Unicesumar
119

atividade 2
Horizontais
3. PATOLOGIAS aparentes como anomalias, avarias, danos construtivos e outras,
conforme deinidas na ABNT NBR 13752, que possam inluenciar de forma signi-
icativa a variação dos preços relativos dos elementos amostrais.
6. VISTORIA: em casos excepcionais, quando for impossível sua realização, admi-
te-se a adoção de uma situação paradigma, desde que acordada entre as partes
e explicitada no laudo.
7. INFRAESTRUTURA urbana: sistema viário, transporte coletivo, coleta de resí-
duos sólidos, água potável, energia elétrica, telefone, redes de cabeamento para
transmissão de dados, comunicação e televisão, esgotamento sanitário, águas
pluviais e gás canalizado.
8. LOCALIZAÇÃO: situação na região e via pública, com indicação de limites e
confrontações.
Verticais
1. CONHECIMENTO DA DOCUMENTAÇÃO: é recomendável que, ao iniciar o
procedimento de avaliação, a primeira providência do proissional avaliador seja
tomar conhecimento da documentação disponível.
2. ASPECTOS GERAIS: análise das condições econômicas, políticas e sociais,
quando relevantes para o mercado, inclusive usos anteriores atípicos ou estigmas.
4. ASPECTOS FISICOS: dimensões, forma, topograia, superfície, solo.
5. EQUIPAMENTOS comunitários: segurança, educação, saúde, cultura e lazer.

UNIDADE II
atividade 1
Sentença Final: o processo de avaliação de imóveis uma vez que fugiu do empi-
rismo e tratativas tendenciosas, ingressando de corpo e alma em metodologias
cientíicas para a determinação de valor de bens, exige do avaliador o mesmo
preparo cientíico implícito nas metodologias.
Atividade 2
Resposta: geralmente, os imóveis são ofertados em valor superior ao que são
efetivamente transacionados, devido à elasticidade de preço por parte do ven-
dedor, que tende a ceder no curso da negociação. Deve ser aferido por meio de
uma contínua observação de mercado.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
120

UNIDADE III
atividade 1
As principais inalidades do Laudo de Avaliação são: alienação de bens; aquisição
de imóveis novos ou usados; arrematação em leilão ou adjudicação (retoma-
da do imóvel); doação; dação em pagamento, normalmente para quitação de
dívidas contraídas em banco pela área comercial; garantia de operação comer-
cial; locação de imóveis comerciais ou residenciais; levantamento patrimonial e
permuta.
Atividade 2
R.: os objetos da avaliação normalmente avaliados são: centros comerciais, sho-
pping centers, lojas, prédios comerciais; hospitais, hotéis, universidades; complexos
industriais; postos de combustíveis; apartamentos, casas; conjuntos residenciais;
garagens autônomas, edifícios de garagem; galpões e armazéns; terrenos, glebas
urbana; loteamentos; salas e andares corridos; e terrenos de vocação comercial.
Pós-Graduação | Unicesumar
121

aneXoS
aneXo i – FicHa De aValiação De iMÓVeiS
Fonte: Telefone:
Endereço: Estado:
Município: CEP:
A Global: A. Privat: A. U. Comum:
A. Terreno Fr. Solo: Habite-se:
Venda (1) Oferta particular (2) Oferta Imobiliária (3)
Data da venda / oferta / / Valor R$

SitUação Do terreno
Topograia Plana Ondulada Aclive Declive
Forma Regular Irregular Poligonal Triangular
Orientação Norte Sul Leste Oeste
Solo Arenoso Argiloso Rochoso Alagadiço
Vegetação Mato Pomar Pasto Nenhum
Proteção Muro Cerca Prédio Divisa Nenhum
Situação Meio quadra Esquina Três frentes

SoBre a eDiFicação
Tipo Ediicação Res. Unifamiliar Prédio Com. Loja Armazém
Apartamento Galpão Indústria Rural Outro
Padrão Construção Alto Normal Baixo
Est. Conservação Nova Nova/Regular Regular Reg/RepSimples
Reparos simples RepSimples/Imp Reparos Import RepImp/Semval
Pontos cardeais Norte Sul Leste Oeste
Prédio no terreno Frente Fundos Lateral
Quanto ao Pav. Nº Pavimentos no prédio= Andar=
O prédio possui: Piscina Playground Estacionamento
Elevadores Número= Marca=
Condomínio Mensal Trimestral Semanal Valor=
Ocupação Vazio Proprietário Inquilino Empréstimo
Valor da locação Entrega

PeçaS Do iMÓVel
Sala Estar= Quartos= Banheiros= Dependência=
Sala Jantar= Varandas= Cozinha= Área Serviço=
Sala TV= Escritório= Lavabo= Despensa=
Garagens= Suíte= Sacada= Churrasqueira=

inFraeStrUtUra
Rede de água Sim Não Esgoto Sim Não
Sala Jantar= Sim Não Iluminação Pública Sim Não
Sala TV= Sim Não Transporte Público Sim Não
Garagens= Sim Não Telefone Sim Não

ZoneaMento
Zona: Gabarito: Taxa de Ocupação
Comercial Residencial Misto Coeiciente aproveitamento
Recuo Lateral Recuo frente principal
Recuo frente secundária Recuo fundo
Usos Permitidos Usos Permissíveis

ViZinHança
Padrão Construção Escolas
Atividades Poluentes Comércio
Atividades Incômoda Estacionamento
Arborização/A. verde Trânsito
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
122

oBSerVaçÕeS Do PeSQUiSaDor

Identiicação
Local:
Data: / / Assinatura do Pesquisador
Pós-Graduação | Unicesumar
123

aneXo ii – reSUMo DoS FatoreS De aJUSte e reSPectiVoS interValoS


recoMenDaDoS (iBaPe/SP)
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
124
Pós-Graduação | Unicesumar
125

aneXo iii - PaDrão conStrUtiVo


Indicar o padrão dos itens fachadas/esquadrias, circulação predial e ambientes
da unidade de acordo com a seguinte tabela:
Fachadas / Esquadrias Circulação Predial Ambientes da Unidade
Conceito
Fachadas Esquadrias Pisos Paredes Forros Pisos Paredes Forros
Granitos e Madeira Granitos e Revestidas Rebaixados Secos: Secas: acrílico Rabaixado
mármores nobre com mármores parcial ou com tábua sobre massa com
especiais. veneziana. especiais. totalmente madeira corrida, corrida. madeira
Projeto Alumínio Tábua com / vidro parquet Molhadas: / vidro
diferenciado. anodizado / corrida, granitos e ou gesso especial. granito e ou gesso
Grafiato e anodizado parques mármores trabalhado, mármores rabalhado.
Molhados:
Alto texturas. colorido, perfil especiais. especiais. com sancas especiais,
granitos e
largo. Vidro Carpetes de gesso. cerâmica
mármores
fumê. especiais. esmaltada
especiais.
especial.
Cerâmica
Acessórios:
esmaltada
louças e metais
especial.
de luxo.
Revestimento Madeira nobre. Outras Madeira, Acrílico Secos: Secas: PVA Acrílico
parcial com Alumínio pedras. Mármore sobre gesso laminados. sobre massa sobre
cerâmica. anodizado Cerâmica ou outras e rodaforro. Carpetes corrida. gesso e
Concreto perfil médio. esmaltada pedras. especiais. rodaforro.
Molhadas:
Alto / aparente. Persiana. especial. Cerâmica
Molhados: mármore
Normal Grafiato e esmaltada.
mármore branco.
texturas.
branco.
Cerâmica
Cerâmica esmaltada.
esmaltada.
Pintura Madeira. Cerâmica Acrílico PVA Secos: Secas: PVA PVA
acrílica Alumínio perfil esmaltada. sobre tacos de sobre massa
simples ou econômico. Granitina / massa madeira. corrida.
texturizada. PVC. Persiana. Marmorite corrida. Carpete
Molhados:
Normal Revestimento trabalhada Papel de comum.
cerâmica
tipo granilha. com filetes, parede Molhados: esmaltada (sup.)
Pastilha. cores e permeável. cerâmica
rodapé. Tijolinho. esmaltada.
Carpete.
Pintura PVa Madeira. Granitina Pintura PVA Secos: Secas: PVA PVA.
sobre reboco acrílica forração. sobre reboco.
PVC Molhados: Molhadas: Sem forro.
Normal / cerâmica cerâmica
Baixo esmaltada esmaltada (inf.)
(inf.) Acessórios:
louças e metais
padrão popular.

Pintira sobre Aço. Lajota PVA. PVA Secos: Secas: PVA PVA.
emboço cerâmica. cimentado sobre reboco.
PVC. liso. Molhadas: Sem forro.
Cimentado Molhados: cerâmica
Baixo liso. lajota esmaltada.
cerâmica. Acessórios:
louças e metais
padrão popular.

Cal sobre Aço. Cimentado Cal. Cal. Secos: Secas: pinturas Cal.
emboço. comum cimentado sobre bloco de
Madeira (inf.) Pintura comum. concreto. Sem forro.
Pintura sobre sobre
Molhados: Molhadas:
bloco de bloco de
Mínimo cimentado cimentado liso.
concreto. concreto.
liso.
Acessórios
plásticos de
banheiro e
cozinha.
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
126

aneXo iV – eStaDo De conSerVação


Assinalar de acordo com a seguinte tabela
Conceito Fachadas / Esquadrias Circulação Predial Ambiente da unidade
Novo Estado de novo Estado de novo. Estado de novo.
Boa Sem necessidade de reparos ou Sem necessidade de reparos ou Sem necessidades de reparos ou
pintura. pintura. pintura.
Regular Necessidade de limpeza e Necessidade de limpeza e pequenos Necessidade de limpeza e pequenos
pequenos consertos, pintura, consertos, nos revestimentos e pintura. consertos nos revestimentos e
substituição de algumas Pequenas fissuras no revestimento. pintura, pequenas fissuras nos
ferragens. Pequenas fissuras revestimentos.
no revestimento. Poucos vidros
quebrados.
Ruim Necessidade de substituição de Necessidade de substituição de Necessidade de substituição de
elementos na esquadria. revestimentos. Instalações elétricas revestimentos.
com problemas.
Revestimento externo com Instalações com problemas.
problemas, trincas nas paredes, Trincas nas paredes.
queda de elementos cerâmicos Trincas nas paredes.
ou reboco.
Péssimo Necessidade de substituição de Rachaduras a segurança. Sem condições de habitabilidade por
esquadrias. falta de equipamentos mínimos.
Infiltrações.
Revestimento nas fachadas Rachaduras comprometendo a
comprometido com infiltrações, Instalações elétricas precárias. segurança.
rachaduras etc.
Infiltrações.

Instalações elétricas e
hidrossanitárias precárias.
Pós-Graduação | Unicesumar
127

aneXo V – eStUDo De caSo - aValiação tÉcnica Do Valor De MercaDo


De UMa reSiDÊncia
6. ESTUDO DE CASO
Tomou-se como estudo de caso um laudo de avaliação técnica do valor de
mercado de uma residência.
6.1 Localização
Situação na Rua Santo André, 67 da Vila Santo Antônio, em Cotia/SP, com o ob-
jetivo de inanciamento imobiliário, solicitado pelo agente inanceiro. Esse caso
foi escolhido em razão da sua maior frequência para inanciamento imobiliário,
constando do anexo o laudo elaborado para o agente inanceiro.
O imóvel situa-se em bairro dotado de infraestrutura comercial, de prestação
de serviços e de transporte coletivo, sendo de fácil acesso pela Rodovia Raposo
Tavares altura do Km 24,5, avenidas José Feliz Cordeiro e Dona Cherubina Viana,
entre outras.
6.2 Documentação
Houve necessidade da informação de onde foi baseada a avaliação, como as
documentações que foram fornecidas e utilizadas para estudo do imóvel, data
da vistoria “in loco” e onde foram obtidas informações de pesquisas. Além da
necessidade da informação que foi considerado o imóvel regularizado documen-
talmente, livre de qualquer ônus e em condições de imediata comercialização.
6.3 Características da região e do imóvel
Quando inalizada a apresentação inicial começa o comentário dado pela visita
do engenheiro de avaliações no local, citado as características que ponderam
nos cálculos dos fatores de valorização e desvalorização do imóvel. Com referên-
cia a região foi citada os melhoramentos públicos, as proximidades de pontos de
referências que facilitam ou diicultam o cotidiano, os acessos e o padrão cons-
trutivo predominante nas proximidades.
O imóvel é composto de três níveis acompanhando a topograia do terreno de
meio de quadra, em rua sem saída e próxima da Rodovia Raposo Tavares, junto
ao “miolo” comercial da granja Viana.
Conta com portas e caixilhos em madeira de lei, aquecedor central de água e
gás, boxes tipo blindex, armários embutidos em grande quantidade, churras-
queira, forno de pizza, deck de madeira e casa de boneca.
Observamos que a varanda no subsolo, com área de 40,00 m2 averbada na
matrícula.
A região apresenta peril horizontal e estritamente residencial de padrão médio/
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
128

alto.
Apresenta-se equilibrado entre oferta e procura proporcionando velocidade de
vendas e liquidez normais.
6.4 Terrenos, Zoneamento e Benfeitorias
Quando ao terreno foi citado seu formato, sua topograia e sua consistência, suas
metragens de divisas e área total, o zoneamento a que pertence com a taxa de
ocupação e aproveitamento. Teve também o comentário quanto à benfeitoria,
citando quais os tipos de ediicações, se mais de uma, sua composição externa,
e interna referindo-se a cada cômodo e ao seu padrão de construção e o total
de área construída.
6.5 Elementos comparativos
Há um item especíico para se reportar ao mercado imobiliário na região, a época
da avaliação.
Como é de extrema importância, foi citado qual o método utilizado referindo-se a
norma, a razão de sua avaliação, suas amostras anexadas e sua data de pesquisa.
6.6 critérios utilizados para avaliação
Para avaliar foram considerados vários fatores, entre eles, as atuais condições do
mercado imobiliário e liquidez do imóvel, o estado de conservação e sua locali-
zação visualizando as condições de habitabilidade.
Amostra F.Unit. F.Oferta F.local. F.Vaga F.Te F.área F.idade/ F.andar F.infra/ V.U.Final
F.cons F.padrão
1 R$ 1.433,33 0,90 1,00 1,00 0,91 0,97 1,18 1,00 1,10 R$ 1.478,01

2 R$ 1.266,67 0,90 1,00 1,00 0,98 0,97 1,18 1,00 1,10 R$ 1.406,62

3 R$ 2.500,00 0,90 1,00 1,00 0,83 1,05 1,06 1,00 1,10 R$ 2.286,38

4 R$ 2.400,00 0,90 1,00 1,00 0,88 0,94 1,12 1,00 1,10 R$ 2.201,28

5 R$ 1.718,75 0,90 1,00 1,00 1,04 0,99 1,12 1,00 1,10 R$ 1.962,16

Média = R$ 1.866,89

Limite Superior = + 30% R$ 2.426,96

Limite Inferior = - 30% R$ 1.306,82

Amostra fora da média Não há

• Foram adotados nessa avaliação os seguintes fatores:


• Fator oferta – No caso utilizado 0,9 para todos, devido os comparativos
estarem à venda. (No caso da amostra já ter sido comercialização utiliza-se
o fator igual a 1,0);
• Fator local – Foi utilizado 1,0 para todos os elementos, devido esses
Pós-Graduação | Unicesumar
129

estarem muito próximos, não tendo uma diferença de valor nessa região;
• Fator vaga – Não utilizado tratando-se de casas com grandes terrenos
onde não há diferença de valor para essa avaliação;
• Fator terreno – Foi adotada uma ponderação devido às diferenças de
metragem dos terrenos;

A terreno_avaliando
0,7 < a A terreno_elem ento k< 1,3

Para valores dentro da margem acima o fator vale:

A terreno_avaliando 0,25
a k
A terreno_elem ento

Para valores fora da margem o fator vale:

A terreno_avaliando 0,125
a k
A terreno_elem ento
• Fator área – Utilizado para ponderar a área construída dos elementos
comparativos em relação ao avaliando;

A construída_elem ento
0,7 < a A construída_avaliando k< 1,3

Para valores dentro da margem acima o fator vale:

A construída_elem ento 0,25


a k
A construída_avaliando
Para valores fora da margem o fator vale:

A construída_elem ento 0,125


a k
A construída_avaliando
• Fator idade - Esse fator foi utilizado para “trazer” o valor das amostras para
idade do imóvel avaliando. (Nesse caso um acréscimo em toda a amostra,
devido o avaliando ser um imóvel mais novo);

idade_elem ento - idade_avaliando


1+ a 5
k# 0,06
Avaliação de Imóveis: Laudos e Perícias
130

• Fator padrão – Determinou-se que o imóvel avaliando tem um padrão


elevado em relação aos elementos comparativos por este ser um imóvel
mais novo com algumas características superiores aos comparativos.

fator_avaliando
c m
fator_elem ento

Sendo nesse caso os fatores considerados abaixo:


Fino
Simples Simples Médio Superior Superior
Mínimo Fino
Simples Médio Superior Fino
Máximo
Mínimo Máximo Mínimo Mínimo Máximo

0,65 0,75 0,85 0,9 1,0 1,15 1,25 1,35 1,4 1,5 1,6

Feito essa análise e aplicando os fatores chega-se em um valor por m2 homoge-


neizado para cada amostra.
Após obtidos esses valores retira-se a média aritmética e conforme a norma apli-
ca-se um acréscimo e um decréscimo de 30%, estando qualquer valor fora desse
intervalo impróprio para utilização.
Nesse caso todos os valores estão dentro do intervalo, não tendo assim nenhuma
amostra fora da média.
Explicou-se o cálculo, citando que são somente apresentados fatores que valo-
rizem ou desvalorizem o imóvel, sendo os outros considerados nulos, ou seja,
igualando-os a 1,0.
Área construída (m2) 332,10
Valor unitário (R$/m2) R$ 1.866,89
Valor Total (R$) R$ 619.994,17
Valor adotado R$ 620.000,00

Tendo sido colocado em destaque o valor inal de avaliação do imóvel, deixou-se


claro o nível de rigor da avaliação e que o mesmo atende as normas vigentes. Se
houvesse necessidade e em seguida a conclusão, apresentando o valor de ava-
liação, conforme o objetivo e com os devidos arredondamentos.
Foi anexado ao laudo de avalição os elementos pesquisados, sendo exigido no
mínimo cinco, conforme a norma, o levantamento fotográico e a documenta-
ção fornecida. O laudo foi bem apresentado, com duas vias e deixando aparente
a empresa responsável com seu CREA.

Você também pode gostar