Você está na página 1de 5

CICLO CARDÍACO DD I Á S T O L E

Antes de aprender o Digrama de Wiggers é Neste momento, o ventrículo está em


fundamental que compreendamos o ciclo processo de relaxamento (diástole) porém
cardíaco, a definição dele e as etapas que o volume no interior da cavidade não se
compõe cada fase. altera, assim chamamos essa etapa de
relaxamento isovolumétrico.
O ciclo cardíaco engloba eventos Quando a pressão do ventrículo esquerdo
decorrentes do início de um batimento até cai abaixo daquela do átrio esquerdo à
o começo do próximo, dividimos em duas abre a valva Um dos fatores que
fases: um período de relaxamento, mitral. influencia no fluxo é
Lei de Poiseuille à uma existência de
chamado de diástole e um período de diferença de pressão.
contração chamado de sístole. Pois o sangue flui do
lugar de maior pressão
para o lugar de menor
Um ponto importante é que de forma pressão.
padronizada nos referimos à contração e o No lado direito à abre-se a
relaxamento do ventrículo esquerdo. tricúspide.
Cada fase também é subdividida: Essas valvas também são chamadas de
valvas atrioventriculares. Assim, o sangue
passa rapidamente dos átrios para os
relaxamento isovolumétrico ventrículos, chamamos esse período de
DIÁSTOLE enchimento ventric. rápido enchimento ventricular rápido.
enchimento ventric. lento
contração atrial A medida em que o sangue enche os
ventrículos, observamos redução da vazão
de sangue entre as câmaras, chamamos
contração isovolumétrica essa etapa então de enchimento
SÍSTOLE ejeção ventricular rápida ventricular lento.
ejeção ventricular lenta
No final da diástole, temos a contração
atrial que ajuda no enchimento adicional
dos ventrículos em aproximadamente 20%
Vamos avaliar cada etapa agora, Normalmente, o fluxo unidirecional do
começando pela diástole: logo após o final coração já permite que o sangue vá dos
da sístole, temos uma queda da pressão átrios para o ventrículo, só que o que
interventricular. Quando a pressão aórtica ocorre é que o átrio dá uma ajudinha para
supera a ventricular, temos o fechamento melhorar a fração de ejeção mesmo. E
da válvula aórtica consequentemente, do chegamos ao final da diástole... Note que
lado direito, temos o fechamento da valva na diástole, quem tá contraindo é o átrio
pulmonar. Essas valvas são as porque o ventrículo está relaxando e se
semilunares. enchendo.
` `S Í S T O L E C O N C L U S Õ E S

Início da Sístole è fechamento das valvas


No inicio da contração dos ventrículos, atrioventriculares B1 (TUM) começa pela sístole
temos um rápido aumento da pressão
interventricular. Quando ela (pressão Contração isovolumétrica è delimitada
interventricular) se eleva acima da pressão entre o fechamento das valvas
do ventrículo esquerdo temos o atrioventriculares e abertura das
fechamento da valva mitral. Por um breve semilunares.
período de tempo, de 20 a 30
milise8gundos, o ventrículo está em fase Início da diástole è fechamento das
de contração porém sem pressão o valvas semilunares B2 (TÁ) FIM NA DIÁSTOLE
suficiente para abrir a valva aórtica. Essa
fase é chamada de contração Relaxamento isovolumétrico è delimitado
isovolumétrica. entre o fechamento das valvas semilunares
e abertura das atrioventriculares. SE ESTÁ
ENCHENDO, TEM QUE ABRIR A TORNEIRA (TRICÚSPIDE
Quando a pressão ventricular sobre a ponto
E MITRAL E FECHAR A TORNEIRA – AORTA E
de vencer a pressão da valva aórtica,
PULMONAR)
normalmente pouco acima de 80 mmHg,
teremos a abertura dessa valva seguida da
fase de ejeção rápida sendo responsável
pelo esvaziamento de 70% do sangue
ventricular. Em seguida, o fluxo de
esvaziamento ventricular é reduzido, temos
então a ejeção ventricular lenta que é
responsável pelos 30% restantes.
Chegamos então ao final de um ciclo
porque já discutimos sobre a diástole e a
sístole.
O Diagrama de Wiggers é uma representação
gráfica de diferentes eventos que ocorrem
durante o ciclo cardíaco tendo como
referência as câmaras do lado esquerdo.

Analisando o gráfico, temos uma ideia melhor


de tempo nos eventos do ciclo cardíaco.
Existem 6 traçados que compõe o diagrama:
Os 3 superiores ilustram a
è Pressão no átrio esquerdo
è Pressão no ventrículo esquerdo
è Pressão na Aorta

O 4º traçado mostra variações no volume


ventricular.

O 5º é um Eletrocardiograma, o que é ótimo pois


Durante a fase de ejeção ventricular, o átrio vai
na eletrofisiologia cardíaca teremos P Q R S e T se enchendo de sangue. Consequentemente, nós
que totalizam 5 letras, então ele é o quinto do temos um aumento gradual da pressão atrial até o
Wiggers. final do relaxamento isovolumétrico quando a
valva mitral se abre dando início à diástole.
Por último, mas não menos importante, temos um
fonocardiograma no 6º traçado. Ele registra a
relação das bulhas cardíacas com os eventos do Nas fases seguintes de enchimento ventricular a
ciclo. pressão atrial encontra-se baixa pois o sangue é
esvaziado em direção aos ventrículos até o
Vamos desenhar cada traçado do Diagrama. momento da próxima contração atrial.
Dividindo inicialmente entre aas variáveis pressão Na fase de contração atrial a pressão ventricular é
e volume semelhante a atrial, visto que a mitral está aberta.
Dessa forma, átrio e ventrículo funcionam como
No eixo horizontal temos os intervalos de tempo uma câmara única.
entre sístole e diástole e suas respectivas
subdivisões. No eixo vertical vamos representar Pressão ventricular:
algumas escalas referentes a cada traçado, vamos
iniciar com a parte de pressão que são os 3
primeiros.

Pressão atrial: a à c à v
a c...
a c v

Na fase de contração atrial, a valva mitral já está


aberta. Temos um aumento da pressão atrial em a Com o fechamento da valva mitral e início da
Seguida por um leve descenso até o momento em contração isovolumétrica observamos uma
que o ventrículo começa a se contrair e rápida ascensão da pressão ventricular até
consequentemente teremos o fechamento da valva próximo de 80 mmHg quando ocorre a abertura de
mitral e início da sístole com a contração valva aórtica. Nas fases de ejeção rápida e ejeção
isovolumétrica. lenta, temos um pico de pressão de até 120
c: mmHg seguido de descenso até próximo de 100
v: abertura da valva mitral mmHg que será o momento em que a valva
aórtica se fecha e inicia o relaxamento Considerando que os três primeiros analisaram a
isovolumétrico. Nesse período teremos queda variável pressão, agora vamos ver o volume.
importante da pressão até o ponto de abertura da
valva mitral (v) O traçado seguinte mostra o volume ventricular.
Nesse

Volume Ventricular

Começando pelo final da sístole, o ventrículo


terminou as fases de ejeção ficando com um
volume residual também conhecido como volume
sistólico final.
a c v Ao iniciar a fase de relaxamento isovolumétrico.
O volume fica constante e quando a valva mitral
a: arco já que começa com “arco” quem manda é átrio se abre aumenta o volume ventricular nas fases de
c: colina enchimento sendo maior na rápida e menor na
v: vala lenta.
Pressão aórtica:

Em seguida teremos um pequeno adicional de


volume pois é quando o átrio dá aquela forcinha
na fase de contração atrial. Já na contração
isovolumétrica o volume fica constante (aquele
momento que o VE coloca pressão, tá cheio mas a
O último traçado de pressão é o da aorta. Vamos aorta ainda não abriu). Mas aí quando a aorta abre,
iniciar o traçado assim que ela se abre. Desse vamos observar um rápido esvaziamento do
ponte em diante, nas fases. De ejeção vemos que a volume ventricular mais expressivo na fase de
pressão na aorta é semelhante a pressão ejeção rápida e menos na de ejeção lenta.
ventricular visto que a valva está aberta e isso se
mantém até o fechamento da valva. Nesse ponto
teremos a incisura dicrótica/nó dicrótico. Onde Eletrocardiograma:
observamos leve aumento da pressão aórtica com
posterior queda.
A incisura dicrótica acontece porque após o
término da contração ventricular ocorre breve
período de refluxo de sangue na direção do
ventrículo até o momento em que a valva aórtica
se fecha. Assim, a nova elevação da pressão
acontece devida a súbita interrupção desse fluxo.
Outro ponto interessante é que a retração elástica O 5º traçado é o eletro, aqui veremos a relação
nas artérias ajuda a manter a pressão aórtica dele em comparação aos outros eventos cardíacos.
mesmo na diástole por isso vemos a queda da A onda P que representa a despolarização atrial
pressão até que a valva aórtica se abre novamente. ocorre pouco antes da curva de pressão atrial a
e que o complexo QRS acontece pouco antes da
contração isovolumétrica. A onda T que
representa a repolarização ventricular ocorre
próximo do término da contração ventricular.
Fonocardiograma

O sexto e o último traçado representa o


fonocardiograma, ou seja, as bulhas, o esteto no
peito é quem te “entrega” esse traçado.
Sabemos que o som está relacionado ao
fechamento de válvula. Dessa forma, a B1
acontece após fechamento da mitral e tricúspide
na região do gráfico da contração isovolumétrica
e a B2 acontece após o fechamento da aórtica e
pulmonar na região do relaxamento
isovolumétrico.

B1 – QRS
B2 – Final de T

Você também pode gostar