SÓLIDO Redação Marco Nalin
Dentre os fatores abaixo, assinale o que NÃO foi mencionado
E-MAIL: redacaonalin@hotmail.com
O que é escrito sem esforço é
geralmente lido sem prazer”.
(Samuel Johnson)
Aula 05 (UFV / 2007)
Mulheres no cárcere e a terapia do aplauso
(por Bárbara Santos)
Elas estão no cárcere. O cárcere não está preparado para
elas. Idealizado para o macho, o cárcere não leva em consideração
as especificidades da fêmea. Faltam absorventes. Não existem
creches. Excluem-se afetividades. Celas apertadas para mulheres
que convivem com a superposição de TPMs, ansiedades, alegrias
e depressões.
A distância da família e a falta de recursos fazem com que
mulheres fiquem sem ver suas crianças. Crianças privadas do
direito fundamental de estar com suas mães. Crianças que perdem
o contato com as mães para não crescerem no cárcere.
Uma presa, em Garanhuns, Pernambuco, luta para
recuperar a guarda de sua criança, que foi encaminhada para
adoção por ela não ter familiares próximos. Uma criança com cerca
de 2 anos de idade, em Teresina, Piauí, nasceu e vive no cárcere,
não fala e pouco sorri, a mãe tem pavor de perdê-la para a adoção,
sua família é de Minas Gerais.
Essas mulheres são vítimas do machismo, da necessidade
econômica e do desejo de consumir. São flagradas nas portas dos
presídios com drogas para os companheiros; são seduzidas por
traficantes que se especializaram em abordar mulheres chefes de
família com dificuldades econômicas; também são vaidosas e,
apesar de pobres, querem consumir o que a televisão ordena que é
bom.
Um tratamento ofensivo as afeta emocionalmente. A tristeza
facilmente se transforma em fúria. Muitas escondem de suas
crianças que estão presas. Sentem vergonha da condição de
presas. Na maioria dos casos, estão convencidas de que são
culpadas e que merecem o castigo recebido. Choram, gritam e se
comovem. O cárcere é despreparado e pequeno demais para
comportar a complexidade das mulheres.
Apesar do aumento do número de mulheres presas no
Brasil, especialmente nas rotas do tráfico, o sistema penitenciário
não se prepara nem para as receber, nem para as ressocializar.
Faltam presídios femininos, assim como capacitação específica
para servidores penitenciários que trabalham com mulheres no
cárcere.
Falta estrutura que considere a maternidade e que garanta
os direitos fundamentais das crianças.
Assim como na sociedade, no cárcere o espaço da mulher
ainda é precário. O sistema é masculino na sua concepção e
essência. Em cidades como Caicó, Rio Grande do Norte, não
existe penitenciária feminina. As mulheres presas são alojadas
numa área improvisada dentro da unidade masculina. Em Mossoró,
no mesmo Estado, mulheres presas, ainda sem sentença,
aguardam julgamento numa área minúscula dentro da cadeia
pública masculina. A presença improvisada das mulheres cria
problemas legais e acarreta insegurança para servidores
penitenciários quanto à garantia da segurança geral e da
integridade física das mulheres.
(Bárbara Santos é coordenadora nacional do projeto
Teatro do Oprimido nas Prisões, desenvolvido pelo Centro de 08. “Excluem-se afetividades.” (§ 1) A partir do fragmento acima, e
Teatro do Oprimido, em parceria com o Departamento de acordo com a norma-padrão, atribua V para as afirmativas
Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça. www.ctorio.org.br) verdadeiras e F para a(s) falsa(s):
01. Tendo em vista o sentido global do texto, o seu PRINCIPAL
objetivo comunicativo é:
a) apontar as especificidades e complexidades da mulher no
cárcere.
b) defender o direito das mães presas viverem com suas crianças.
c) discutir a precariedade do sistema penitenciário para receber
mulheres presas.
d) identificar os problemas das mulheres no cárcere.
e) apresentar exemplos positivos de presídios para mulheres.
02.
por Bárbara Santos como problema que afeta a mulher no cárcere:
a) A inexistência de creches. d) A convivência com os filhos.
b) A estrutura precária. e) A falta de absorventes.
c) O excesso de proteção.
03. “[...] querem consumir o que a televisão ordena que é bom.” (§4)
Das alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO
comprova a assertiva feita pelo autor do texto:
a) A pressão do índice de audiência leva a televisão a impor certos
comportamentos à população.
b) O peso da economia exerce influência sobre padrões específicos
de conduta social.
c) As publicidades televisivas, por exemplo, instigam as pessoas a
consumirem produtos e sonhos.
d) A função da mídia televisiva é apenas informar a sociedade dos
acontecimentos em geral.
e) A mídia televisiva é considerada hoje uma espécie de quarto
poder.
04. Entre todas as sentenças abaixo, retiradas do texto lido, NÃO
ocorre personificação em:
a) “[...] querem consumir o que a televisão ordena que é bom.” (§ 4)
b) “Falta estrutura que considere a maternidade [...].” (§ 7)
c) “[...] o sistema penitenciário não se prepara nem para as receber
[...].” (§ 6)
d) “[...] o cárcere não leva em consideração as especificidades da
fêmea.” (§ 1)
e) “Elas estão no cárcere.” (§ 1)
05. “Uma criança com cerca de 2 anos de idade, em Teresina, Piauí,
nasceu e vive no cárcere, não fala e pouco sorri, a mãe tem pavor
de perdê-la para a adoção, sua família é de Minas Gerais.” (§ 3) No
trecho acima, o pronome “la”, em destaque, está relacionado a “uma
criança com cerca de 2 anos de idade” por um processo de:
a) concordância verbal em número. d) referenciação.
b) colocação pronominal. e) regência nominal.
c) concordância verbal em pessoa.
06. “Apesar do aumento do número de mulheres presas no Brasil,
especialmente nas rotas do tráfico, o sistema penitenciário não se
prepara nem para as receber, nem para as ressocializar.” (§ 6).
Os termos “Apesar do” e “nem [...] nem”, neste fragmento,
estabelecem relações lógico-semânticas
respectivamente de:
a) concessão e adição. d) contraste e exclusão.
b) condição e contraste. e) concessão e conclusão.
c) concessão e alternância.
07. “Essas mulheres são vítimas do machismo, da necessidade
econômica e do desejo de consumir.” (§ 4) O termo “essas
mulheres” se refere às:
a) presidiárias que se envolvem apenas com as questões do tráfico
de drogas.
b) presidiárias que se sentem constrangidas de não terem
absorventes higiênicos.
c) mães adotivas que se encontram em situação de cárcere.
d) mães que perdem contato com os familiares próximos,
especificamente os de Minas Gerais.
e) encarceradas que convivem com a falta de estrutura que lhes
garanta os direitos à maternidade.
( ) O agente responsável pela exclusão das afetividades não foi
explicitado.
( ) “Afetividades são excluídas” é uma reescrita possível.
( ) O fragmento é um exemplo de voz passiva analítica.
( ) Em “Não existem creches”, o termo “creches” exerce a mesma
função sintática que “afetividades”.
A seqüência CORRETA é:
a) V, V, V, F. c) V, V, F, V. e) F, V, F, V.
b) V, F, V, F. d) F, F, V, V.
 PROPOSTA DE REDAÇÃO O vocabulário do brasileiro ainda não deu conta da
novidade. A partir de hoje, os eleitores se dividem entre os que
(UNEMAT – Universidade do Estado Do Mato Grosso 1/2012) chamam Dilma Rousseff (PT) de "presidente" ou "presidenta". [...] O
fato é que a petista colocou, pela primeira vez, as mulheres no mais
Os textos seguintes tratam de uma questão que ainda alto posto da República. [...] A chegada de Dilma ao poder foi
suscita polêmicas na sociedade: a condição de liberdade e construída com base em ambiguidades na questão de gênero. A
autonomia conquistada pela mulher nas últimas décadas. Com campanha da petista se apropriou de imagens intrinsecamente
base na leitura dos textos e na sua visão de mundo, redija um texto femininas, embora ultrapassadas. Associou a candidata ao título de
dissertativo-argumentativo, sobre o tema O papel da mulher na "mãe do PAC" ou de "mulher do Lula" e tornou Dilma uma sucessora
sociedade contemporânea. Defenda seu ponto de vista palatável, já que "subalterna" ao futuro ex-presidente. "Isso foi
observando a norma culta da língua, bem como a coesão e a intencional. Se o continuador fosse um homem, parte do eleitorado,
coerência de suas ideias. sobretudo o masculino, poderia achar que o sucessor logo teria
autonomia e se desligaria de Lula", explica Fátima Pacheco Jordão,
Texto 1: diretora do Instituto Patrícia Galvão, socióloga e especialista em
pesquisas de opinião. Ela lembra que Dilma foi trabalhada para ser
O modelo feminino atual inclui obrigatoriamente trabalho, feminina "na aparência física, na contemporaneidade de seu
finanças, filhos e amores. Tudo é importante e tudo precisa ser cabelo". "Ela foi se aperfeiçoando para ser mais feminina e não para
atendido aqui e agora, no presente. Mas falta selar um acordo se transformar numa ‘coronela’."
entre o mulherão, que conquistou definitivamente seu lugar ao sol,
e a mulherzinha, que perde noites de sono preocupada com a Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo, versão on line.
aparência, a culpa de ficar pouco tempo com os filhos e os dramas (Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,mulher-
de relacionamentos cada vez mais fugazes. “Queremos o cérebro presidente-ou-presidentemulher, 63 2977,0.htm)
da Marie Curie com as pernas da Beyoncé, ser Ph.D. e ganhar
muito dinheiro. Casar e ter filhos não é obrigação, talvez uma Texto 4:
escolha. Talvez”, diz a bióloga potiguar Luíza Barros, de 26 anos.
A dentista paulistana Elaine Machado Orlandini, de 36
Revista Época, versão online. (Disponível anos, é uma espécie de representante dos novos tempos que vivem
em: http://revistaepoca.globo.comRevistaEpoca/0,,EM12 15942- as mulheres. Tempos de agenda apertada, autonomia e satisfação
5228,00.html) pessoal. Na semana passada, parecida com tantas outras, ela não
conseguiu ir à manicure. Cuidar de si mesma é um hábito que acaba
Texto 2: espremido entre os compromissos da filha Isabela, de 6 anos, as
demandas do casamento e o atendimento no consultório que
A jornalista Maureen Dowd adora uma provocação. [...] mantém em São Bernardo do Campo, São Paulo. [...] “Vou me
Seu livro Os Homens são Necessários? – Quando os Sexos moldando de acordo com a vida. Só não posso me abandonar”,
Colidem [...] tornou-se alvo de duras críticas por afirmar ter havido afirma.
uma espécie de retrocesso na ambição feminina. [...] Aos 54 anos, Fonte: Revista Época, versão online. (Disponível
Maureen faz um balanço negativo da nova geração, que, segundo em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI215942-
ela, deve prestar atenção para não perder direitos já conquistados 15228,00.html)
pelas mulheres. De seu escritório em Washington, ela deu a
seguinte entrevista para VEJA. Texto 5:

Veja – Quais as grandes questões da mulher hoje?
Maureen Dowd – Alcançar uma mistura harmônica entre família e
trabalho e o equilíbrio entre força e sexualidade. A geração pós-
feminismo está buscando uma identidade. Antes, a idéia era imitar
os homens. Trabalhar e ser como eles. Até orgasmo deveríamos
sentir igual. Muitas de nós tentaram, mas, obviamente, não deu
certo. Não somos homens. Não podemos fugir da nossa biologia
de uma maneira tão fácil. Por outro lado, há uma mudança curiosa
nos desejos femininos. No começo, as mulheres desejavam
igualdade, mas, no fim, acabaram desejando Botox.
Fonte: Veja Online: Edição Especial MULHER (Disponível
em: http://veja.abril.com.br/especiais/mulher_2006/p_027.html)
Texto 3:
No passado, ser mulher e ter uma carreira bem-sucedida
exigia sacrifícios ainda maiores. “Era como se eu fosse um E.T. As
amigas não entendiam minha atitude”, afirma a paulistana Priscila
Fonseca, de 61 anos, uma das mais respeitadas advogadas de
família do país. Décadas atrás, ela deixou as pessoas abismadas ao
optar pela carreira em vez do casamento. [...] “Minha independência
vinha em primeiro lugar”. [...] Priscila já foi conselheira da Ordem
Brasileira dos Advogados e deu aulas de Direito em São Paulo e
Piracicaba. Agora, preside um escritório que leva seu nome, com 35
funcionários. E se divide entre um grande amor e duas paixões: a
filha adotiva, Maria Vitória, de 7 anos, um orquidário com mais de 2
mil flores e um tanque repleto de carpas japonesas.
Fonte: Revista Época, versão on line. (Disponível
em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI215942-
15228,00.html)

INSTRUÇÕES:

 Elabore seu texto em prosa, não redija narração ou poema, nem

utilize símbolos ou desenhos.
 Não use lápis.
 Redija seu texto com no mínimo 7 (sete) e, no máximo, 30 (trinta)
linhas.
 Não assine seu texto, nem deixe marcas que o identifiquem.
 Não faça cópias literais dos textos motivadores.

A primeira presidente da República [Fábio R Pozzebon/ABr]