Trabalho solicitado pela professora Wana Lopes, como requisito
para obtenção de nota na disciplina, Política Social III, componente curricular obrigatório do curso de Bacharelado em Serviço Social da Faculdade Santa Helena (FSH).
Discente: Mônica Maria Barbosa de Lucena Cruz
Recife, 16 de fevereiro de 2024.
Resenha Crítica sobre o artigo: A Interdisciplinaridade e o Serviço Social: Estudo das Relações Entre Profissões, pulicado e 2017. Autores: Ediane Moura Jorge e Reinado Nobre Pontes Os renomados autores Ediane Jorge e Reinado Pontes (2017), em seu artigo, contextualizam de forma objetiva e suscinta a importância da interdisciplinaridade no contexto do Serviço Social. Os autores estabelecem em seu estudo, destacando a relevância da colaboração entre diferentes disciplinas para abordar as questões sociais que são complexas. Desse modo, o referido artigo trata das relações entre Assistente Social, Psicólogo e Pedagogo, em um estudo realizado pelos autores no Centro de Referência da Assistência Social (CREAS) em Belém/Pará. É mister esclarecer, que a interdisciplinaridade é uma simbiose entre profissionais de diversas áreas dos saberes das ciências sociais, que devem estudar conjuntamente métodos e estratégias de forma crítica, política e ética a melhor forma de intervenção mediante a realidade social de cada indivíduo, grupo e família, distintamente. O trabalho interdisciplinar está relacionado ao fazer profissional do Assistente Social e será crucial para a sua práxis, pois permitirá uma abordagem diferenciada e integrada atinente as “questões sociais” que assolam sujeitos e comunidades que são atendidas. Contudo, diante os relatos é explícito a fragilidade e a fragmentação do trabalho interdisciplinar no equipamento no (CREAS), que por muitas vezes não ocorre com frequência, os profissionais atendem de forma individualizada, também tem a falta de conhecimento conforme relato de profissionais da Pedagogia acerca do campo da assistência, e isso, prejudica os usuários dos serviços. Além dos serviços socio- assistenciais, serem escassos e a falta de conhecimento e diálogos entre os profissionais de diferentes aéreas, levam a abordagem módica e imediatista não considerando os aspectos relevantes para compreensão e intervenção de forma crítica a realidade social dos usuários. Além disso, é notório questões como hierarquia profissional, rivalidades disciplinares e barreiras organizacionais que representam obstáculos significativos para a efetiva colaboração entre os atores envolvidos. Atinente a precarização do espaço de trabalho, os profissionais foram unanimes! Com recursos humanos ineficientes, os serviços prestados é precarizado pela grande procura por parte dos usuários oriunda de uma exploração do trabalho dos profissionais devido a grande demanda de atendimento. Sendo assim, os profissionais não conseguem acompanhar e dar continuidade nos atendimentos, fragilizando o acesso às políticas públicas e a emancipação desses usuários.
Resenha Crítica sobre o Artigo: Cuidado em Saúde Mental no Hospital Geral:
Trabalho em Equipe e em Rede. Publicado em 2023. Autoras: Maria Lanzotti Sampaio e Andréa Batista de Andrade Castelo Branco
É pertinente salientar que as autoras Sampaio e Branco (2023) na incipiência do
seu artigo, destacam a Lei nº 10.216/01, que propôs a extinção progressiva dos hospitais psiquiátricos, o redirecionamento do modelo assistencial e a ampliação dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Entretanto, também aborda retrocessos na atenção da saúde mental desde 2017, como a reintrodução do hospital psiquiátrico como serviço da (RAPS) e o aumento do financiamento das diárias de internação nesses hospitais dificultando a implementação dessas políticas. Os estudos das referidas autoras, realizado no Hospital Geral situado em um Estado do Nordeste, referência nos cuidados em Saúde Mental, dissertou fragilidades na articulação do hospital com a (RAPS), falta de comunicação entre os serviços, além da delegação excessiva de responsabilidades ao setor do serviço social e centralidade do hospital psiquiátrico no cuidado em saúde mental devido a dificuldade de contato com as Rede de atendimento. Diante disso, é notória a precariedade e sucateamento no âmbito laboral dos profissionais da área da saúde, e que remete diretamente no processo de trabalho do Assistente Social que é sobrecarregado e degradado. Diante o exposto, o atendimento dos pacientes pela não integração entre as redes é afetado, havendo uma preocupação entre os profissionais mediante a deslocação dos atendimentos dos pacientes que sofrem transtornos psíquicos, visto que são frequentemente encaminhados para hospitais, remetendo ao antigo modelo de assistência que historicamente foi discriminatório e atroz. Não há uma preocupação no acompanhamento contínuo dos pacientes, retratando a negligência do Estado e instituições configurando a violação de direito, tal situação preocupa alguns profissionais com a diminuição dos cuidados nas Redes Básicas de Saúde. Vale ressaltar que Saúde Mental é um direto Humano Fundamental, consagrado na Carta Magna de 1988. Nesse contexto, o estudo revelou fragilização na interdisciplinaridade entre os profissionais de diversas áreas, onde os mesmos fazem seus atendimentos de forma individual mediante sua especificidade, ou seja, não existir afinco da parte dos mesmos em articular-se visando o melhor tratamento para os pacientes. A falta de interdisciplinaridade prejudica os pacientes da saúde mental por diversos motivos. Primeiramente, a interdisciplinaridade é fundamental para oferecer uma abordagem holística e integrada aos problemas de saúde mental, levando em consideração não apenas os aspectos clínicos e biológicos, mas também os sociais, emocionais e ambientais que influenciam no bem-estar dos pacientes. Vale salientar que a articulação com as redes socio-assistenciais também viabilizam o acesso dos pacientes e seus familiares a outras políticas públicas sociais, como educação, trabalho, lazer, saúde, habitação e assistência social, buscando promover a mudança social para os usuários dos serviços. Nessa conjuntura, os profissionais que trabalham na área da saúde, também, tem sua saúde emocional e mental afetada, em decorrência da degradação e sobrecarga no seu ambiente laboral. É explícito que não existe preocupação por parte da instituição em dar assistência aos trabalhadores que ficam adoecidos, assim como os pacientes, os profissionais que atuam na saúde mental, devem e tem direito de serem ser acolhidos. Todavia, não é isso que acontece. Infelizmente muitos profissionais de diversos espaços socio-ocupacionais inclusive, os Assistentes Sociais, são acometidos por excesso de trabalho, precarização do ambiente laborativo e frustrações por não conseguirem atender as demandas dos usuários os levando-os, ao adoecimento emocional. Depreende-se que, para se obter um atendimento de excelência nos cuidados da Saúde Mental dos pacientes, faz-se necessário que as instituições cuidem da saúde dos profissionais, assim, estarão mais aptos para oferecer empatia e compreensão aos cuidados dos pacientes que sofrem de transtornos psíquicos. Em suma, é nítida a simbiose entre os dois artigos que pontuam a ausência de interdisciplinaridade que pode impor diversas dificuldades ao exercício profissional, incluindo, os Assistentes Sociais e suas funções. A ausência de diálogo e colaboração entre autores de diferentes áreas de conhecimento pode resultar em uma compreensão fragmentada, limitada e descentralizada das questões sociais enfrentadas pelos usuários, dificultando a elaboração de intervenções eficazes. Por fim, os profissionais devem prezar pela justiça social e equidade ao acesso da população as políticas públicas que estão, por muitas vezes, escassas, diante a desresponsabilização do Estado. Para este, propósito, tem que haver um trabalho interdisciplinar e multidisciplinar articulado por vários autores sociais, realizado e pautado em uma dialética, crítica, política e ética comprometida com a sociedade.