‘começo’, pode-se argumentar que ocorreu em 1954, com a ideia de que a ação do LSD pode estar relacionada aos seus efeitos no sistema serotonérgico do cérebro.” (David Nichols) Slide 2 E galera, como a gente sabe, o tema LSD é um tabu muito grande, desde o nosso meio social, ao científico e terapêutico e por conta disso, nesse estudo eu procurei mapear com alguns estudos experimentais a relação do uso de microdoses de ácido lisérgico com a melhora psicológica e comportamental de pessoas saudáveis, e também patológicas, em meio a isso, contextualizei com a história do LSD e o desenvolvimento da terapia com o uso de microdoses, por fim, usando como exemplos alguns casos que concretizaram esses experimentos e discutindo essas relações e algumas possibilidades do uso Essas microdoses, podem ser de diversas substâncias, que num sentido mais semelhante ao do LSD, podemos ver o uso de psilocibina, que vem de alguns cogumelos, a mescalina e a própria dietilamida do ácido lisérgico, como chamam cientificamente E essa microdosagem, é a prática do uso de substâncias com ação sublimiar de drogas psicodélicas serotonérgicas, que são usadas com o objetivo de aperfeiçoar a criatividade, aumentar o nível de energia física, equilíbrio emocional, o desempenho de tarefas de solução de problemas e até tratar de patologias – como A esquizofrenia e a depressão Em relação ao problema, é preciso ressaltar o aumento alarmante da quantidade de gente com ansiedade, depressão, assim como sentimentos de angústia, falta de criatividade, desânimo, entre outros vários, mostra que é necessária que hajam outras formas terapêuticas que ajudariam na resolução desses problemas, em paralelo com a terapia E justamente por isso, o LSD é relembrado nesse artigo como tendo um potencial medicinal foda, o que traz questionamentos de até que ponto o uso de microdoses de LSD pode auxiliar na terapia ou até em uma melhora pessoal? Slide 3 Objetivo geral é o de Investigar a utilização de microdoses e contextualizar a ação do LSD em tratamentos psicológicos, compreendendo as variáveis, as questões fisiológicas e subjetivas de cada pessoa da qual optou ou pode vir a se interessar pelo uso terapêutico de psicodélicos. - Abordar o contexto histórico do uso de LSD na terapia, suas consequências sociais e psicológicas. - Trazer os efeitos causados pelo LSD no sujeito. - Identificar por meio de estudos e relatos a eficácia do uso clínico de algumas substâncias, mas com enfoque no LSD e suas contradições, benefícios e malefícios identificados. - Ressaltar a importância da identificação de potenciais auxiliares na terapia. - Trazer questionamentos em relação a eficácia e possibilidade do uso. Slide 4 O referencial teórico foi dividido em 7 partes, que eu vou falando ao longo do tempo Comecei com a Definição, Efeitos e Sintomas Produzidos pelo LSD, que pra quem não sabe, se trata da dietilamida do ácido lisérgico, que quando usada uma dose moderada, pode trazer mudanças no pensamento, humor e sentidos, justamente por alterar o estado de consciência e gerar alterações de sensopercepção Os efeitos variam é claro, principalmente de acordo com o estado mental do sujeito, do ambiente e do contexto, e por conta disso o usuário pode experenciar momentos de euforia e excitação, sentimentos de pânico, dentre algumas outras coisas, o que caracteriza a famosa “bad trip”, que seria uma espécie de experiencia negativa do consumo da droga O segundo tópico tratou os efeitos do LSD no cérebro, e já vou adiantando que é impossível eu trazer tudo nesse trabalho, o que seria muito melhor pra contextualização dele, então, quem tiver interessado nessa brisa, leiam o artigo, tá extremamente completo e didático Enfim, nessa parte, trouxe algumas relações de um estudo feito em 2016 pela academia nacional de ciências dos estados unidos, que buscou as alterações causadas no LSD no cérebro humano e como essa substância ativa determinadas partes do cérebro, enquanto reduz a função de outras Ao lado, trouxe uma imagem de uma ressonância magnética funcional, que mostra a diferença entre um córtex visual normal a esquerda e um cérebro sobre o efeito de 75 microgramas de LSD na direita E segundo os pesquisadores, durante os efeitos, o sujeito é induzido a fragilidade do seu senso de self e seu ego se mostra de certa forma desconstruído Ao mesmo tempo, ele faz um paralelo, que traz que nossos cérebros se tornam mais restritos e divididos conforme vamos amadurecendo, nos tornando mais focados e rígidos em nossos pensamentos e dentro de muitas maneiras, o cérebro sobre a influência do LSD se parece muito a quando somos crianças, quando temos um cérebro livre e sem restrições, o que pra nós, psicólogos, pode ser de muito bom uso, que por termos um cérebro composto de redes independentes que são responsáveis por certas funções específicas, quando adultos, sobre o efeito do ácido, essa separação se quebra, o que gera um cérebro mais integrado ou unificado Slide 5 Agora passando pro uso de microdoses, é evidente que o LSD tem um forte potencial medicinal pra atender pacientes vítimas de traumas, justamente pelo poder de enfraquecimento da “rede de modo padrão”, que é fortíssima em pessoas que tiveram grandes traumas ou sobrem de depressão, o que tá muito relacionada com a plasticidade do cérebro, que a lu já falou com a gente nas aulas, quanto mais rígida essa rede, menos plástico é o sistema nervoso A ideia da terapia com o uso de LSD se baseia no desligue dessa rede, aumentando temporariamente a plasticidade do cérebro e moldando a mente pra resolver problemas psiquiátricos ou até aprimorando o psicológico e a cognição Num experimento que eu trouxe, que tá mais detalhado no artigo, os voluntários que tomaram 5 microgramas de LSD tiveram um aumento no poder de foto e afirmam se sentirem mais amigáveis, os que tomaram 10 microgramas, falaram que se sentiam mais conscientes, enquanto o grupo que tomou 20ug, teve uma melhora no humor, mas ao mesmo tempo apresentou sinais de confusão e ansiedade Trouxe também um relato de uma escritora, Ayelet Waldman, que melhorou muito sua concentração na escrita com o uso de LSD e Cary Grant, que alega que buscou a paz interior a vida toda, seja na yoga, no hipnotismo ou no misticismo, mas que agora, após o uso do LSD, depois de três casamentos que não deram certo, ele pode realmente conseguir amar de verdade
Agora passando pra questão histórica e o paralelo com outras substâncias
Albert Hoffmann, na década de 30, sintetizou pela primeira vez o LSD e trabalhou no laboratório de pesquisas químico científicas da empresa Sandoz, onde trabalhou com substâncias naturais, inclusive retomou os estudos não terminados de alcalóides do esporão de centeio, que tinham um potencial maneiro como antagonistas da adrenalina no sistema nervoso central A primeira sintetização teve o objetivo de conseguir um composto estimulante pra circulação e respiração, mas como ninguém se interessou, essa pesquisa ficou parada por 5 anos, mas em 43, Hoffmann repete a síntese do ácido, e sem querer, provavelmente deve ter inalado de alguma forma o LSD, ele fala que se sentiu meio diferente depois do trabalho e citou sensações como percepções alteradas e uma incômoda tranquilidade, e assim, resolveu nesse mesmo ano experienciar de fato a brisa do LSD, tomando uma dose de 250 microgramas, na qual ele descreveu as mesmas sensações spó que mais intensas, teve que ser levado pra casa pelo seu assistente de bicicleta, onde parecia que tava tudo se mexendo e a bicicleta parada, o dia que ficou conhecido como o dia da bicicleta Slide 6 Agora passando pra próxima parte, do lado direito tem uma foto do cartaz do primeiro encontro anual do dia da bicicleta No seu livro Hoffman descreve com precisão os efeitos dessa segunda dosagem de LSD que ele consumiu, e eu trouxe parte do relato no artigo, que vocês deviam dar uma olhada, e assim, eu busquei analisar a relação desses efeitos com a microdosagem Em alguns momentos do relato, ele descreve sensações de pânico, as quais provavelmente se devem a alta quantidade e pureza do ácido, mas depois dessas sensações de ansiedade e alucinações visuais e auditivas, ele pode experimentar sensações leves de bem estar e sensibilidade, justamente por conta da baixa quantidade de LSD que tava no corpo dele nessa hora, O que mostra pra gente que se o LSD for usado na terapia, tem que ser com microdoses, justamente pra poder aproveitar os efeitos estimulantes psicológicos positivos, sem que haja nenhuma perda, como confusão mental ou estados extremamente alterados de consciência Agora seguindo pra parte do Mercado do LSD Em 47, aquela Sandoz que a gente tava falando antes, liberou o Delysid, que é um remédio que tem LSD como princípio ativo, mas como na década de 60 houve o auge do uso recreativo de ácido, o que pela falta de informação e abuso, gerou varias situações de surto, crimes, suicídios e até homicídios sobre o efeito do ácido, que por muito tempo teve uma má reputação, que prevalece até hoje, o que fez com que a Sandoz congelasse o fornecimento de LSD e muitos laboratórios pararem suas pesquisas por conta de umas questões burocráticas, fazendo com que os médicos abandonassem ele na prática psiquiátrica Com o tempo esse abuso diminuiu e o conhecimento dos usuários em relação as bad trips pode ter contribuído pra queda do seu uso, o que de certa forma, cooperou para a retomada dos estudos Hoje em dia a norvatis, ainda tem liderança nesse mercado de produção de alcalóides do ergot, que são toxinas fortonas que tem no centeio, no trigo e no tricalhe, e a produção anual desses alcalóides gira em torno de 5 a 8 toneladas de ergopeptídeos, que são peptídios dos alcalóides de ergot e 10 a 15 toneladas de ácido lisérgico Slide 7 Sobre outros experimentos feitos na época Os primeiros testes foram feitos em pessoas esquizofrénicas e saudáveis, foram usadas doses bem menores que as de Hoffmann naquele experimento, mas até ali não tinham muitas novidades em relação aos efeitos psíquicos pra ciência, mas na segunda metade do século 20, começaram a aparecer vários estudos relacionados aos efeitos do LSD na mente humana e também até sendo usado para tentativas de interrogatórios e controle de mentes Na universidade de Harvard em Cambridge, tinham dois doutores, Timothy Leary e Richard Alpert, que enviaram estudos pra Hoffmann sobre suas descobertas positivas e ainda fez um pedido praquela mesma Sandoz, que mandassem umas amostras de LSD e psilocibina, mas o pedido foi cancelado quando eles descobriram que eles não tinham a autorização da universidade pra seguir com o projeto, galera, presta atenção nessa historia kkkkk Com o passar do tempo, os dois foram exonerados do corpo docente, porque seu projeto tinha perdido o caráter científico, por conta desses testes se tornarem festas de LSD e os alunos cada vez mais, queiram ser voluntários pra poderem chapar com ela, Um tempo depois o Leary, fundo o IFIF, no México, mas foi deportado e ajudado por um milionário, que arrumou uma sede pra ele em Nova York e por ele ser muito interessado em religião, depois de passar por várias, ele cria uma comunidade, que é a liga para a descoberta espiritual, que a sigla é LSD kkkk por isso, ele irritou os políticos e a polícia, o que levou a prisão dele ne kkkk Mas das pesquisas dessa época, mostram dados contraditórios e insuficientes, que dificultam um pouco os estudos atuais, mas hoje, existem alguns bons pesquisadores que tão se empenhando pra encontrar mais provas de usos clínicos de LSD, e segundo Magini, esperam que possa tratar o alcoolismo, cefaléia em salvas, do transtorno obsessivo-compulsivo e que possa aliviar o sofrimento em pacientes com câncer terminal E assim podemos falar do uso clínico de LSD Os primeiros estudos, eles falavam que o lsd parecia ter propriedades antidepressivas e ansiolíticas, fazendo com que no começo, as qualidades únicas eram aplicadas em psiquiatria, principalmente como um adjuvante a psicoterapia, servindo como auxiliar ao tratamento da esquizofrenia, e ainda como um meio pra modelar a psicose, foi estudado como um potenciador da criatividade e resolução de problemas em voluntários saudáveis, o que nos leva a tendência atual da microdosagem no indivíduo No estudo de Guilherme lemos que vai ser revisado no próximo tópico ele afirma que o LSD se mostra como uma das mais promissoras substâncias pro tratamento de depressão, estresse e ansiedade, mas critica a quantidade de estudos do tema, o que a gente vai discutir depois, E assim como ansiedade e depressão, ele também é bem recomendado quando falamos de desapego de vícios como o alcoolismo e o tabagismo de acordo com Anderson A microdosagem pode ser usada como instrumento terapêutico leve em pessoas saudáveis que só procuram uma melhora de si mesmo, mas ao mesmo tempo é importante dizer que é necessário acompanhamento profissional, justamente pra garantir a eficácia do tratamento Slide 9 Pra entender melhor o tema, trouxe uma pesquisa feita por Polito e Stevenson, que buscaram mapear o uso de microdoses de LSD e outras substâncias para o tratamento em pessoas com depressão e transtorno de ansiedade generalizada, as substâncias e drogas tão na tabela ao lado, não quis trazer os dados das outras por se tratar de um número muito irrelevante de relatos Os participantes foram recrutados em comunidades online relacionadas a microdosagem 251 participantes preencheram o questionário inicial, desses, 98 enviaram pelo menos um relato diário e em meio a eles, 63 preencheram o questionário final do estudo, que usaram drogas além do LSD, que foram microdoses de psilocibina, mescalina orgânica e sintética, LSA e outras 4 substâncias com nomes muito complexos kkkkk Nesse caso eu trouxe só a primeira parte do estudo que procurou analisar os pacientes por 6 semanas enquanto eles preenchiam relatórios diários sobre suas sensações e sentimentos Num sentido geral, foi percebido que a curto prazo a microdosagem levou a um aumento imediato de algumas variáveis psicológicas e quando falamos a longo prazo, ela melhorou a saúde mental diminuindo os sintomas de estresse e depressão, mas alterou a capacidade de atenção e em uma pequena parcela do estudo, foram vistos sinais de neuroticismo, mas o autor busca ressaltar que os efeitos observados não são exclusivos do LSD, e com o uso de outras substâncias, pode ter interferido o resultado Mas ao mesmo tempo, no estudo de Anderson, que foi feito pela análise de teoria fundamentada, o apontamento de 807 benefícios cognitivos codificados da microdosagem de LSD e divididos em 11 categorias, onde o que mais aparece, é o desenvolvimento do humor melhorado, que apareceu em 215 relatórios, em segundo o foco aprimorado, que teve em 119,5 dos relatórios, a criatividade, que teve em 104, autoeficácia que teve em 91,5 dos relatórios, dentre outras capacidades psicológicas que eu explicitei no canto direito em baixo do slide, ou seja esses são efeitos que abrangem muito além de uma patologia, como a depressão, mas como apontado no estudo, é preciso estar atento aos efeitos a longo prazo, justamente pelas possíveis sequelas. Slide 10 Agora na metodologia, Essa foi uma Pesquisa qualitativa que buscou entender o comportamento frente aos estímulos do LSD, baseado principalmente no uso de livros e artigos científicos, encontrados em sua maioria no Google Científico e alguns traduzidos por mim Posso dizer também que minha autora base foi a Cynthia NISHIMURA, que traz um artigo muito preciso sobre o LSD, seu histórico, efeitos e outros diversos paralelos com a utilização e justamente por eu não ser um especialista nisso, foram usados dados científicos comprovados, para que pudesse trazer propriedade no artigo Na discussão, falo sobre a eficácia do uso de microdoses de LSD e principalmente a necessidade de que sejam feitos mais estudos, com um primeiro objetivo de conscientização, justamente por conta do preconceito que gira ao redor do LSD, A questão social e legislativa são as que mais empatam os estudos, por motivos óbvios O preconceito e a criminalização são influenciadores diretos dessa promoção do uso, o preconceito pela discriminação e a criminalização por caminhar pra trás, dificultado o acesso e assim a possibilidade de estudo Mas ao mesmo tempo, a gente pode ver que mesmo no meu estudo, que nas últimas décadas, o número de estudos vem aumentando, assim como congressos rolando e assim o tema vai se disseminando aos poucos Mas ao mesmo tempo é preciso ficar atento com as limitações do uso de microdoses, como o acesso a droga, a segregação do LSD em relação a outras substâncias psicoterapêuticas, a falta de informação e principalmente o império farmacêutico, o qual nos propõe uma real ditadura de medicamentos, e lucram cada vez mais com a venda de antidepressivos e ansiolíticos com um potencial viciante claro e muito prejudicial pra nós Justamente por isso, é necessário entender melhor a ação das microdoses, justamente de se tratar de uma substância com potencial ativo, assim como qualquer outra, que pode gerar hábitos de uso, mas ao mesmo tempo pode auxiliar na construção deles, justamente pelos estímulos subliminares, que se tratam de estímulos abaixo do limiar da consciência, o que pode facilitar essa dinamização de hábitos Slide 11 Agora finalmente na conclusão Com base em tudo passado nesse artigo e já falado várias vezes, é extremamente necessária a retomada dos estudos sobre os efeitos do LSD, mesmo que já tenham alguns por aí na pista, é evidente que o uso de microdoses não tem tanta credibilidade ainda, justamente por conta dessa falta, mas principalmente por conta do preconceito, que é a raiz de toda essa dificuldade, que só complica o andamento dos estudos e a divulgação deles E justamente por isso, é preciso informar a população, conscientizar e mostrar que ainda tem outras alternativas além dos remedinhos que a gente vê todo dia, que podem ser ou não mais benéficas ao sujeito, que deve por sua livre escolha, usar o remédio que quiser, óbvio que isso acompanhado de um profissional Que nesse caso, também seremos nós, e acho que ao longo do texto, ficou muito evidente a eficácia do LSD, que poderia ser usado como um facilitador do processo terapêutico, que por meio dos estímulos específicos que se usados da maneira certa, pode sim ser um facilitador desse processo