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Introdução
definição do perspectivismo -
concepção, comum a muitos povos do continente, segundo a qual o mundo é habitado por
diferentes espécies humanas e inumanas, que o apreendem segundo pontos de vista distintos.
Binarismo natureza cultura será adotado como metodologia
multinaturalismo ao invés de multiculturalismo
não é sobre identidade, é sobre relação
Perspectivismo
Visão --- como cada um percebe o mundo; não é conceito, é uma forma de percepção de
mundo
Estado originário de indiferenciação entre humanos e animais: a condição original comum aos
humanos e animais não é a animalidade, mas a humanidade. Os humanos são os que
continuam iguais a si mesmos, enquanto os animais são ex-humanos. Oposto a nós.
Caça (predador e presa) --- sistema de relações
Xamanismo
valorização simbólica da caça, e a importância do xamanismo – caça: ressonância simbólica, não
de uma dependência ecológica.
definição de xamanismo (310) – cruzar deliberadamente as barreiras corporais e adotar a
perspectova de subjetividades aloespecíficas
conhecer: objetificar x subjetivizar. Para o Ocidente, a forma do Outro é a coisa. Para o
xamanismo, a forma do Outro é a pessoa. Conhecer é personificar, tomar o ponto de vista
daquilo que deve ser conhecido.
Ver os eventos como ação; ver a intencionalidade atrás de cada evento. Interpretar o mundo
dessa forma.
Artefatos tem uma ontologia que aponta para um sujeito: Objetos também mudam conforme a
perspectiva; o que é a natureza de um pode ser a cultura de outro (313). Talvez lincar com a
Sarah Ahmed.
Animismo
Descola – totemismo, animismo e naturalismo
animismo – o intervalo entre natureza e sociedade é social
O que significa dizer que os animais são pessoas? Seria isso antropocentrismo?
Etnocentrismo
Levi-Strauss – a humanidade termina na periferia do grupo; linguagem para falar sobre
humanos distingue quem é de fora do grupo; europeus queriam saber se tem alma, índios se
tem corpo. Os estrangeiros não são humanos.
Visão dos pós modernos sobre os índios --- subjetivação dos objetos.
Bate nos dois pontos de vista:
Levi-Strauss argumentava a “plena humanidade” dos selvagens; a prova de que eles eram
verdadeiros humanos é que consideravam que só eles eram humanos verdadeiros
É sujeito quem tem alma, e tem alma quem é capaz de um ponto de vista. (...) Todo ser (323)
Quem diz “gente” denomina; se são pessoas que dizem, falam de pessoas; se são queixadas,
falam de queixadas.
O ponto de vista já está lá, ele é ocupado, mas ele já existe. (sistema de predador e presa).
Para nós, o ponto de vista cria o objeto – o sujeito é fixo, de onde emana o ponto de vista.
Para eles, o ponto de vista que é fixo; ele vai ser ativado por aquele que, ao ocupar essa
posição, portanto, torna-se sujeito. Ou seja, o ponto de vista cria o sujeito.
Portanto, se os salmões parecem aos salmões o que os humanos parecem aos humanos – e isto
é o animismo – o salmões não parecem humanos aos humanos, nem os humanos aos salmões –
e isto é o perspectivismo.
Multinaturalismo
a perspectiva está no corpo, não na alma. ( a alma é a mesma, o corpo que difere)
pg. 320: O que estou chamando de corpo, portanto, não e sinonimo de fisiologia distintiva ou
de anamotia característica: é um conjunto de maneiras ou modos de ser que constituem um
habitus. Entre a subjetividade formal das almas e a materialidade substancial dos organismos,
há esse plano central que é o corpo como feixe de afecções e capacidades, e que é a origem das
perspecitvas.
O corpo selvagem
o corpo como grande diferenciador nas cosmologias amazônicas
identidade --- alimentação (canibalismo, cru e cozido e caça simbólico) e decoração corporal
produção do corpo (ver citação 336-37) – o corpo como lugar da perspectiva diferenciante,
deve ser diferenciado; cada perspectiva é completamente única.
Todos os corpos, humano inclusive, são concebidos como vestimentas ou envoltórios; mas
jamais se veem animais assumindo a veste humana.
não há mudança espiritual que não passe por uma transformação do corpo, por uma
redefinição de suas afecções e capacidades.
340 ---
solipsismo x canibalismo
341 (copiar) – Trata-se menos de o corpo ser uma roupa que de uma roupa ser um corpo.
mortos não são humanos – espíritos ão definidos por sua disjunção com um corpo humano, um
morto é então atraído logicamente pelos corpos animais; por isso, morrer é se transformar em
animal, como é se transformar em outras figuridade, notamente os afins e os inimigos.
Eu e Ele + Tu
história do índio na floresta que encontra um fantasma.
Nota final