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Miyeko Anna Urakawa | 11993034036 | miyeko.anna@gmail.com | CPF: 263.651.

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Material: Novidade jurisprudencial

Novidade jurisprudencial
(Repercussão geral – Escusa de consciência)
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CPF: 263.651.928-94

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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Olá, pessoal.

Seguem duas importantes teses de repercussão geral (tema 386 e tema 1.021),
aqui tratadas conjuntamente, pois versam sobre o mesmo assunto, a escusa de
consciência, também chamada de “objeção de consciência'' ou “alegação de imperativo
de consciência”.

Nos termos do artigo 5º, VIII, da Constituição Federal é possível a realização de etapas
de concurso público em datas e horários distintos dos previstos em edital, por
candidato que invoca escusa de consciência por motivo de crença religiosa, desde que
presentes a razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre todos os
candidatos e que não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que
deverá decidir de maneira fundamentada (Tema 386).

Nos termos do artigo 5º, VIII, da Constituição Federal é possível à Administração


Pública, inclusive durante o estágio probatório, estabelecer critérios alternativos para
o regular exercício dos deveres funcionais inerentes aos cargos públicos, em face de 2
servidores que invocam escusa de consciência por motivos de crença religiosa, desde
que presentes a razoabilidade da alteração, não se caracterize o desvirtuamento do
exercício de suas funções e não acarrete ônus desproporcional à Administração
Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada (Tema 1.021).
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Em linhas gerais, escusa de consciência é o direito que a pessoa possui de se


recusar a cumprir determinado ato ou obrigação em razão das suas crenças religiosas
ou convicções filosóficas ou políticas.

O fundamento encontra-se no art. art. 5º, inciso VIII, da Constituição Federal,


que dispõe que “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”.

Interpretando o dispositivo, o STF entendeu que é possível a fixação de


obrigações alternativas a candidatos em concursos públicos e a servidores públicos,

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inclusive em estágio probatório, que se escusem de cumprir as obrigações legais


originalmente fixadas por motivos de crença religiosa, desde que presentes a
razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos e
que não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir
de maneira fundamentada.

Com efeito, o Estado deve proteger a diversidade em sua mais ampla dimensão,
incluindo o pluralismo ideológico, a liberdade religiosa e o direito de culto.

A separação entre o Estado e a religião (princípio da laicidade- art. 19, I, da


Constituição Federal) não se confunde com o laicismo (rejeição ao fenômeno religioso).
Ao revés, o Estado brasileiro estimula o fenômeno religioso em diversas passagens
(“laicidade atenuada''), e a laicidade não pode implicar o isolamento ou privação de
direitos daqueles que professam as suas crenças.

Cabe ao Estado, assim, fixar obrigações alternativas aos que invoquem escusa
de consciência para fins de provas de concurso ou atribuições funcionais em dias de
guarda religiosa (ex: guarda do sábado para os adeptos da Igreja Adventista do Sétimo
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Dia)

PARA RELEMBRAR - outras hipóteses de escusa de consciência:

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Atividade militar em Art. 143, §1º, da Constituição Federal:
tempo de paz O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.

§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço


alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem
imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente
de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se
eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.

Participação como Art. 438 do Código de Processo Penal:


jurado A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa,
filosófica ou política importará no dever de prestar serviço

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alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos,


enquanto não prestar o serviço imposto.

§ 1º Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades


de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo
produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no
Ministério Público ou em entidade conveniada para esses fins.

§ 2º O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios


da proporcionalidade e da razoabilidade.

Alteração de datas de Art. 7. A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação:


provas escolares
e Ao aluno regularmente matriculado em instituição de ensino
aulas marcadas em dia pública ou privada, de qualquer nível, é assegurado, no exercício
de guarda religiosa da liberdade de consciência e de crença, o direito de, mediante
prévio e motivado requerimento, ausentar-se de prova ou de
aula marcada para dia em que, segundo os preceitos de sua 4
religião, seja vedado o exercício de tais atividades, devendo-se-
lhe atribuir, a critério da instituição e sem custos para o aluno,
uma das seguintes prestações alternativas (...)

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Direito do médico Resolução CFM nº 2.217/2018. Capítulo I, VII
recusar-se a realizar O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo
atos contrários a sua obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua
consciência consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de
ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência,
ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente.

Professora Rhaila Said

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