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Gastro-enterites severas

• Cães de todas as raças e idades


• Etiologias:
Gastro-enterites Agudas Severas – Infecciosas
– Toxicidade
Dr. Nuno Paixão – Obstruções funcionais e/ou mecânicas
Hospital Veterinário Central - Portugal – Causa desconhecida
Ontario Veterinary College – Canada
Unidade Especial de Medicina Tactica – Médio Oriente
– Pancreatite aguda
– Hepatite
– Doença renal
– Hipoadrenocorticismo
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Gastroenterite hemorrágica canina -


Etiologia
Rotavirose
Gastroenterite • Causa:
Hemorrágica – Desconhecida
Canina
– Possivelmente relacionada com Clostridium
perfringens
Coronavirose – Alteração da permeabilidade da mucosa intestinal
e hipersecreção da mucosa

Parvovirose Panleucopénia
Felina Hipersensibilidade de reacção a endotoxinas
bacterianas e uma resposta imune anormal
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Gastroenterite hemorrágica canina -


Gastroenterite hemorrágica canina -
Patofisiologia
• Hemoconcentração severa • Raças com predisposição:
• Desidratação severa – Schnauzers miniatura
• Alterações de electrólitos – Yorkshire Terrier
– Caniche miniatura
• Alteração de ácido-base
– Dachshunds
• Shock hipovolémico
– Qualquer outra
• Aumento da viscosidade sanguínea
• Hipóxia Cães de qualquer idade mas com maior frequência
• Radicais de oxigénio livres entre os 2 e 6 anos

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Gastroenterite hemorrágica canina – Gastroenterite hemorrágica canina –
Sinais clínicos Exame fisico
• Anorexia • Alerta Depressão severa
• Depressão em vários graus
• Desidratação moderada a severa
• Vómito Hematemese
• Hematoquésia fétida • Shock circulatório:
– Consistência de “doce de amora” – Pulso fraco e rápido
– Extremidades frias
– Hipotensão
– Hipoperfusão periférica

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Gastroenterite hemorrágica canina –


Desidratação Exame fisico
Intracellular Interstitial
• Dor abdominal
– Não localizada
• Exame rectal
• Geralmente Afebril
Hypovolemia
Intravascular

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Gastroenterite hemorrágica canina – Gastroenterite hemorrágica canina –


Exames de urgência Exames de urgência
• Hematócrito > 60% • Electrólitos:
– Variam com a intensidade do vómito e diarreia
– Valores normais ou:
• Proteínas totais Baixas / • Hipokalémia
Normais • Hipoclorémia
• Hipernatrémia  Desidratação severa

• Acidose metabólica
Devido a desidratação + perda de proteínas

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Gastroenterite hemorrágica canina – Gastroenterite hemorrágica canina –
Exames de urgência Diagnóstico
• Leucograma:
– Normal ou ligeira leucocitose Vómito agudo
• Trombocitopénia: Diarreia com hematoquesia
– Pacientes em CID Elevação moderada a severa do hematócrito
• Provas de coagulação: Sem aumento correspondente das PT
– PT; PTT
– Pacientes com CID

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Gastroenterite hemorrágica canina – Gastroenterite hemorrágica canina –


Diagnóstico diferencial Monitorização
• Gastroenterite idiopática • Monitorização cardíaca contínua
• Parvovírus Canino
• Microhematócrito e PT  4 em 4 h
• Obstrução intestinal
• Gastroenterite parasitária • Pressão sanguínea
• Pancreatite aguda
• PVC
• Déficits de coagulação
• IRA • Tempos de coagulação  ACT

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Gastroenterite hemorrágica canina –


Tratamento inicial
• Nada pela boca
• Colocação de tubo naso-gástrico
• Fluidoterapia: Barreira Hemato-Intestinal
– Lactato de Ringer  dose  para controle do shock

até Ht entre 55 a 65%

• Antibióticos:
– Ruptura da barreira hemato-intestinal

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Gastroenterite hemorrágica canina – Gastroenterite hemorrágica canina –
Tratamento inicial Tratamento
Tratamento urgente de : • Monitorização cardíaca contínua:

• Aparecimento de CVP
Desidratação Frequentes
Shock hipovolémico Multifocais
Hemodinâmica anormal
Hemoconcentração
Hipoproteinémia Lidocaína
2 mg/kg
25 a 75 ug/kg/min

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Gastroenterite hemorrágica canina – Gastroenterite hemorrágica canina –


Tratamento Tratamento
• Monitorização da coagulação: • Fluidoterapia:
Uma vez regularizado o hematócrito, não – Após Ht < 60%
necessita de tratamento específico • Tratamento de desidratação
ml = %desidratação x peso / 1000
Plasma + 100 UI Heparina  bid
• Tratamento de manutenção
44 a 66 ml / kg / dia
50 UI heparina  bid
25 UI heparina  tid • Perdas:
Administrar nas
próximas 2 a 4 horas
Até parar hemorragias
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Gastroenterite hemorrágica canina – Gastroenterite hemorrágica canina –


Tratamento - Potássio Tratamento - Potássio
• Potássio: • Cardiotoxicidade
– Necessário para a motilidade intestinal
– Perde-se por:
• Vómito
• Diarreia
Administração mais lenta que:
• Anorexia
• Urina 0,5 mEq / kg / hr
• Suplementação consoante os déficits

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Gastroenterite hemorrágica canina – Gastroenterite hemorrágica canina –
Tratamento -Glucose Tratamento -AB
• Suplementação com glucose após • Uso frente á possibilidade de :
• Clostridium perfringens
rehidratação
• Dextrose a 2,5% • Devido á lesão da barreira hemato-intestinal
• Control apertado da glicémia
• Ampicilina  22 mg/kg - qid / tid
• Prevenção de hipoglicémia fatal
• Enrofloxacina / Gentamicina / Amikacina
Monitorização de 2 em 2 horas
• 7 a 10 dias

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Gastroenterite hemorrágica canina – Gastroenterite hemorrágica canina –


Tr. –Anti -eméticos Tr. De suporte
• Somente quando a sonda naso-gástrica não é • Eritrócitos:
suficiente – De preferência usar sangue inteiro
• Metoclopramina: – Sempre que ht < 20% ( Apenas iatrogénica)
– 0,2 – 0,4 mg/kg - tid – Calculo de déficits
– 1 a 2 mg /kg/ dia – CRI
• Plasma
• Clorpromazina
– Sempre que Alb < 2,0
– 0,5 mg / kg -- tid
– Caso não disponível:
• Ondansetron
• Hemoes : 20 ml/kg/dia
– 0,1 a 0,15 mg / kg – bid/tid
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Parvovirose
• Pit bull terriers
• Rottweilers
Parvovirose canina • Doberman pinchers
• Labradores retriver

Dr. Nuno Paixão


Serviço de Urgência, Cuidados Intensivos e Anestesia
Hospital Veterinário central
npa@eveccs.org

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Parvovirose Parvovirose – Sinais clínicos
• Causa muito comum de GE aguda • Depressão / letargia
• Anorexia / Vómito
• Cachorros até 6 meses, não vacinados ou • Desidratação muito marcada
incompletamente • Febre ou hipotermia
• Dor abdominal
• Vêm geralmente de locais sobre lotados ou • Diarreia mal cheirosa ( 60%)
sem condições de higiene – Com ou sem sangue

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Parvovirose – Shock circulatório Parvovirose – Exames lab. urgência


• Taquicardia • Ht hemoconcentação

• Pulsos femorais fracos • Pt


• Glu hipoglicémia
• Mucosas pálidas e frias
• G. Sanguíneos acidose metabólica
• Extremidades frias
• Electrólitos hipocalémia

• Esfregaço sanguíneo leucopénia

Fundamental monitorização de pressão sanguínea

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Parvovirose – Exames laboratoriais Parvovirose – Exames laboratoriais


• Teste elisa:
• Hemograma:
– Falsos P : teste feitos após vacinação
– Leucopénia
– Falsos N : ligações de antigénio com anti-corpos
na diarreia – Linfopénia
– Neutropénia
– Hemoconcentração

40% têm leucograma


normal

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Parvovirose – Exames laboratoriais Parvovirose – Exames laboratoriais
• Electrólitos: • Enz. Hepáticas:
– Hipokalémia anorexia / vómito – Geralmente elevadas
– Hiponatrémia vómito / diarreia – Por hipoperfusão e hipo-oxigenação hepática
– Hipoclorémia vómito / diarreia • BUN / Creatinina:
• Glucose: – Elevadas
– Hipoglicémia sepsis – Por hipovolémia
baixo aporte

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Parvovirose – Exames laboratoriais Parvovirose – Imagiologia


• Pt + Albumina: • Radiologia:
– Diminuídos por perda e não ingestão – Demonstra uma situação de ileus paralitico
– Pode só ocorrer após rehidratação – Pode evidênciar a presença de intussusception
• Gases sanguíneos; • Ecografia:
– Acidose lactica – Confirmação de intussusception
– Acidose metabolica

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Parvovirose – Terapêutica
Parvovirose
Fluidoterapia
Hipoglicémia • Tratamento de urgência: Oxigénio
Vómitos
– Lactato ringer
Diarreia – Normasol – R
Leucopénia – Plasmalyte
Depressão / letargia
Tratamento de shock até estabilização dos valores
Hemoconcentração de pressão sanguínea
90 ml/kg/h durante 30 min.
Shock hipovolémico
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Parvovirose – Terapêutica Parvovirose – Terapêutica
Fluidoterapia Fluidoterapia
Tratamento da desidratação • Coloides:
+ – Quando os cristaloides não conseguem
Manutenção – Sinais de shock persistentes
– Bolo incial:
+
• 5 a 20 ml/kg IV
Perdas ocorridas – Não usar enquanto
– houver desidratação
Monitorização constante

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Parvovirose – Terapêutica Parvovirose – Terapêutica


Fluidoterapia Fluidoterapia
• Potássio:
– Adminitrar consoante as necessidades
• Glucose a 50% • Estado ácido-base:
– Para corrigir hipoglicémia – Somente após o tratamento de hipoperfusão e
– 1 ml/kg – diluido em 1:5 hipooxigenação

• Glucose 2,5%:
– Adicionar dextrose aos fluidos de manutenção

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Parvovirose – Terapêutica Parvovirose – Terapêutica


Antibióticos Antibióticos
• Pacientes em risco de sepsis • Ab sempre por via intra-venosa
• Sepsis aparece por: • Ampicilina – 22mg/kg – tid
– Translocação de bactérias do intestino para a • Cefazolin – 20 mg/kg – tid
corrente sanguínea
• Gentamicina – 2,2 mg/kg - tid
– Supressão da medula óssea
• Amikacina – 10 mg/kg – tid
• Enrofloxacina – 5 mg/kg - bid
• Metronidazol – 10 mg/kg - tid

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Parvovirose – Terapêutica Parvovirose – Terapêutica
Anti-eméticos Protectores gastro-intestinais
• Famotidina – 0,5 mg/kg – bid
• Metoclopramina:
– 1 a 2mg/kg/dia – CRI • Ranitidina – 5 mg/kg – bid
• Clorpromazina • Cimetidina – 5 mg/kg – tid
– 0,05 a 0,1 mg/kg – tid / qid
– Sozinha ou associada a • Sucralfato – 500 mg a 1 g PO
metoclopramina
– Nunca em hipovolémicos
• Ondansetron
– 0,1 a 0,15 mg/kg – bid / qid

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Parvovirose – Terapêutica Parvovirose – Terapêutica

• Controlo da dor abdominal: • PT < 4,5 ou Alb < 2,8:


– Butorfanol – 0,3 a 0,4 mg/kg – Hemoes – 20 ml/kg/dia – CRI
– Bupremorfina – 0,01 a 0,015 mg/kg • Alb < 1,8:
• Anti-helminticos – Plasma – 10 ml/kg – durante 2 a 4 h

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Parvovirose – Terapêutica Parvovirose – Terapêutica


Nutrição
• Caso não se alimentem e seja impossível a
alimentação entérica durante mais de 3 dias

Nutrição parentérica

• Ht < 21%:
– Sangue inteiro

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Parvovirose – Terapêutica Parvovirose – Terapêutica
Nutrição Nutrição
• Nutrição entérica: • Outras vezes é necessário a colocação de tubo
– Deve começar o mais cedo possível esofágico, para uma melhor e mais adequada
– Uso de sonda naso-gástrica: alimentação
• Serve para retirar liquidos e gás do estômago
• Administração de fluidos glucosados em regime de
gota a gota em CRI
• Nutrição
micro-entérica

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Parvovirose – Terapêutica
Parvovirose – Monitorização
Nutrição
• Peptamen: Segredo para o sucesso
– Dieta monomérica com proteína, gordura e • Monitorização durante 24 h do dia
carbohidratos facilmente absorvíveis • Vigilância de funções vitais
– Dose de 2,2 ml/kg – 4 a 6 vezes / dia • Vigilância de parâmetros de hora a hora ou de
forma contínua
– Dose de 4,4 ml/kg + w/d no dia 2 • Agressividade extrema
• W/d: no tratamento
– Quantidade moderada de gordura
– Fibra para estímular a motilidade intestinal normal

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Parvovirose – Monitorização Parvovirose – Monitorização


• Equilíbrio hídrico: • Oxigenação e ventilação:
– Verificar o grau de hidratação de hora a hora – Pacientes em shock e hipoperfusão
– Medição de PVC – Stress de respiratório agudo
– Está muito alterada
por formação de
edema pulmonar,
falha orgânica
médica e sepsis

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Parvovirose – Monitorização Parvovirose – Monitorização
• Oxigenação e ventilação: • Oxigenação e ventilação:
– Pacientes em shock – Monitorização contínua com oxímetro
– Caso análise de gases sanguíneos demonstrem má
oxigenação

Oxigénio sempre Ventilação assistida

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Parvovirose – Monitorização Parvovirose – Monitorização


• Pressão sanguínea:
• Função cardiovascular: – É critica a sua monitorização
– Frequência cardíaca – 2 em 2 h – Pressão média deverá  >80 mmHg
– Auscultação – 2 em 2 h

– Pressão sanguínea:
• forma contínua
• Métodos invasivos
• Métodos não invasivos
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Parvovirose – Monitorização Parvovirose – Monitorização


• Hemograma: • Bioquímicas várias:
– Leucograma – Enzimas hepáticas
– Eritrócitos – BUN e creatinina
– Deve ser feito de 24 em 24 h – Servem para detectar a evolução e ou
aparecimento de shock septico

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Parvovirose – Cuidados de
Parvovirose – Monitorização
enfermagem
• Painel de coagulação • Higiene:
– PT + PTT + Plaquetas – Fundamental para evitar a contaminação de
– São pacientes em risco de desenvolver uma CID outros
– Manutenção do conforto

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Parvovirose – Cuidados de
enfermagem
• Carinho e conforto psicológico:
– Geralmente são cachorros que necessitam de
muita atenção e conforto psicológico

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