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DUODENO-JEJUNITE

PROXIMAL EM
EQUINOS
Antonia Lorena Menezes Primo
Conclusão de estágio extracurricular

EQUESTRE CLÍNICA, CIRURGIA E REPRODUÇÃO


Lagoa Seca- PB
24 de Fevereiro de 2022
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DUODENO-JEJUNITE PROXIMAL
(DJP) • Inflamação aguda e edema do
duodeno e da porção proximal do
jejuno.

FIGURA 01. Estrutura anatômica dos órgãos


internos da cavidade abdominal dos equinos.
Fonte: Modificado de TALBOTT (1999). 2
NOMENCLATURA
• Enterite proximal; S
• Enterite anterior;
• Gastroduodenojejunite;
• Duodenite fibrinonecrótica;
• Jejunite;

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EPIDEMIOLOGIA
• + relatado em equinos adultos;

• Mortalidade: entre 50 e 70%;

• Alterações bruscas na alimentação;

FIGURA 02. Equino alimentando-se.


Fonte: Blog Tudo Vet. Disponível em:
https://tudovet.com.br/blog/2017/11/28/aminoacidos-para-
cavalos-entenda/

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ETIOLOGIA
• Pouco elucidada;

• Alterações bruscas na alimentação;

• Salmonella spp. e Clostridium spp;

• Ingestão de esporos de Clostridium difficile;

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PATOGENIA
Mudança na dieta ↑ Salmonella spp. e Clostridium spp
Absorção de bactérias e Lesões em ID e estômago
toxinas
Sequestro de água e eletrólitos Desidratação Dilatação gástrica
e de ID

Refluxo espontâneo

FIGURA 03. Sondagem nasogástrica em equino. 6


Fonte: Comfort Equi - Clínica Médica de Equinos.
PATOGENIA
Ingestão de esporos de C. difficile Desbalanço da microbiota
(quiescência)

↑ células vegetativas, Germinação dos esporos no ID


multiplicação bacteriana e rico em bile
produção de toxinas que
causam danos ao ID.
Sais biliares: colato e
taurocolato estimulam a
germinação de esporos e
crescimento de células
vegetativas (Washizu T. et al,
1991).
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PATOGENIA
Taurocolato:
• (estimulador de esporulação)
• Equinos > humanos
Fator de risco
Quenodesoxicolato:
• (inibidor de esporulação)
• Equinos < humanos

FIG. 04 Fígado de humano.


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FIG. 03 Fígado de equino.
Fonte: google imagens Fonte: google imagens
SINAIS CLÍNICOS
• Dor aguda;

• Depressão após sondagem;

• Refluxo enterogástrico espontâneo:


-Coloração castanho-alaranjada, verde-amarelado ou
marrom-avermelhado;
-Odor fétido;
-Ph alcalino (início é ácido);

FIG. 05- Refluxo intestinal de equino, submetido a


sondagem nasogástrica. 9
Fonte: arquivo pessoal na Clínica Equestre.
SINAIS CLÍNICOS
• Anorexia, sinais clássicos de abdome agudo;

• Desidratação ⇾ choque hipovolêmico;

• Taquicardia e taquipneia;
FIG. 6- Mucosa de equino com
• Febre; presença de halo endotoxêmico.
Fonte: Scpioni et al- Síndrome
Abdomen Agudo del Equino.
• Mucosas congestas, cianóticas ou com halo
endotoxêmico;

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SINAIS CLÍNICOS
• Hipomotilidade intestinal⇾ íleo adinâmico;

• Distensão abdominal bilateral ventral;

• Sensibilidade a palpação transabdominal;

• Palpação retal:
-Fezes no reto, mas com ausência de defecação;
-ID distendido por fluido;
-Ocasionalmente IG pode estar distendido;

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DIAGNÓSTICO
• História clínica e anamnese;

• Sinais clínicos;

• Exames laboratoriais:
-Hemograma ⟶ hematócrito elevado ⟶ hemoconcentração
-Leucocitose por neutrofilia com desvio a esquerda ou leucopenia.
-PPT > 8,0g/dL
-Fibrinogênio elevado
-Azotemia pré-renal ⟶ ⇡ ureia e creatinina;
-Gasometria: ⬇ Na, K, Ca e acidose metabólica;

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DIAGNÓSTICO
• Abdominocentese:
-Análise do líquido peritoneal (macro e micro)

-Fibrina;
-Sedimentos;
-Contagem de leucócitos:
Normal ou 20.000/mL
(doença avançada);
-PT > 5g/dL;
-Lactato > 1;
FIG 7. Líquido peritoneal de FIG 8. Líquido peritoneal
coloração normal (amarelo âmbar hemorrágico.
Fonte: The equine acute abdomen. Fonte: arquivo pessoal na
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Clínica Equestre.
DIAGNÓSTICO
• Ultrassonografia transbadominal:
-Distensão de alças e do estômago;
FIG. 9 Distensão duodenal. Imagem
- ⇡ espessura da parede do ID; transcutânea obtido do 11º espaço
-Motilidade reduzida; intercostal direito. Observe a
acentuada distensão fluida do
duodeno descendente adjacente ao
lobo direito do fígado.
Fonte: The equine acute abdomen.

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DIAGNÓSTICO
• Ultrassonografia transbadominal:
FIG. 10. Distensão gástrica.
Imagem transcutânea obtida do 12º
espaço intercostal esquerdo;
Observe o estômago aumentado
com grande acúmulo de líquido
ventral e presença de cauda de
cometa(gás). UMA sonda
nasogástrica (SNG) estava no local
lançando uma sombra no excesso de
líquido gástrico.

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Vólvulo, torção e intussuscepção do ID (óbito mais rápido);

• Obstrução de ID ➝ descompressão gástrica, febre em DJP e


celiotomia exploratória.

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PROGNÓSTICO
• Tratamento agressivo: 80% melhoram (se atender precocemente);

• Variável;

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COMPLICAÇÕES
• Ruptura gástrica;
• Íleo adinâmico;
• Laminite;
• Torções e estrangulamento de vísceras;
• Choque hipovolêmico;
• Endotoxemia;
• Lesão hepática;
• Peritonite séptica;
• Infarto do miocárdio e renal;
• Pneumonia por aspiração;

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TRATAMENTO
• Esvaziamento gástrico constante;

• Fluidoterapia (cálculo de déficit e manutenção):


-Estimulante de motilidade;
-Antifisético: simeticona;

• Controle da acidose: com ringer lactato ou bicarbonato;

• Jejum total;

• Antibioticoterapia sistêmica:
- Penicilina Procaína: 30.000 UI/kg, IM, BID, por 5 a 7 dias.
- Associada ou não a gentamicina ou ampicilina;
-Metronidazol IV, 15-25 mg/kg; 18
TRATAMENTO
• Analgesia;

• Endotoxemia:
-DMSO
-Flunixina Meglumina ¼ da dose

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FIG 11. Fonte: The equine acute abdomen.
TRATAMENTO
• Controle do íleo paralítico:

-KCl: 20 a 30mEq/L de solução

-Gluconato de Cálcio (20%): 50 a 100mL, IV lento;

-Metoclopramida: 0,125mg/kg, IV lento;

-Lidocaína: 1,3mg/kg bolus, IV lento e infusão 0,05mg/kg/min após bolus;

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QUANDO SE TORNA CIRÚRGICO
• Lesão mecânica ou obstrução não pode ser definitivamente descartada;

• Complicações como torções, encarceramento, etc.

• Paciente não responde à terapia;

FIG. 12. Distensão de alças do intestino delgado na 21


duodenojejunite-proximal.
PROFILAXIA
• Não submeter o animal a mudanças bruscas na dieta;

• Adaptação da dieta;

• Bem-estar animal;

• Uso racional de ANTB;

• Manejo hídrico;

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
ARROYO, L. G., GOMEZ, D. E., & MARTINS, C. Equine duodenitis-proximal jejunitis: A
review. The Canadian veterinary journal = La revue veterinaire canadienne, 59(5), 510–517.
(2018).

BLIKSLAGER, A. T., WHITE, N. A., MOORE, J. N., & MAIR, T. S. The equine acute
abdômen- John Wiley & Sons, 3 ed. 2017.

COELHO, Clarisse Simões; DA SILVA, Luis Claudio Lopes Correia. DUODENO-JEJUNITE


PROXIMAL EM EQÜINOS. 2007.

THOMASSIAN. A. Enfermidades dos cavalos. 4 ed. São Paulo: Varela, 2005. 573p.

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OBRIGADA !!!
DUODENO-JEJUNITE
PROXIMAL EM
EQUINOS
Antonia Lorena Menezes Primo
Conclusão de estágio extracurricular

EQUESTRE CLÍNICA, CIRURGIA E REPRODUÇÃO


Lagoa Seca- PB
19 de Fevereiro de 2022
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