Você está na página 1de 10

1

Crescimento na infancia e
adolescencia
Dr. MARISE VILAS BOAS

Crescimento neural: Expressa o desenvolvimento


definicao do SNC e da mielinização. Ocorre bem intensa
nos primeiros 3 até os 4 anos de vida e depois
tem um crescimento praticamente nulo.
Processo dinâmico com início no momento da
Crescimento linfoide: Expressa o
concepção e terminam na idade adulta. Dividido
desenvolvimento da imunidade. Cresce
em dois períodos distintos: pré-natal e pós-natal
acentuadamente até um pico por volta dos 10 aos
Período pré- natal: feto cresce 50cm em 9 meses
13 anos e tende a ter uma regressão até o final
Período pós-natal é composto por 3 fases:
da puberdade
primeira infância (do nascimento até os 3 anos
Crescimento genital: Ocorre durante o período
incompletos em que se tem crescimento
da puberdade. Há um crescimento acentuado
acentuado), segunda infância (dos 3 aos 9 anos
entre os 10 aos 12 anos até o final da puberdade
em que se tem crescimento estável) e puberdade
(dos 10 aos 20 anos em que se tem o famoso
estirão do crescimento)

Fatores que afetam o crescimento


Crescimento e desenvolvimento
Fatores intrínsecos:
 Herança genética
Crescimento: No período pré-natal ocorre um
crescimento mais intenso. O feto vai de um  Sistema neuroendócrino
tamanho microscópico para, aproximadamente,  Doenças endógenas
48 a 51cm o Asma
O crescimento representa o desenvolvimento o Uso de glicocorticoide
físico, é uma expressão da hiperplasia e o Crianças com doenças
hipertrofia das células do corpo, é quantitativo desabsortivas
(podemos mensurar pela avaliação do peso e Fatores extrínsecos:
altura das crianças) e o crescimento é um dos  Dieta
indicadores de saúde mais importantes da  Ambiente
criança o Condições socioeconômicas
o Urbanização
Desenvolvimento: Capacidade de uma criança o Interação mãe-filho
de realizar tarefas cada vez mais complexas, o Atividade física
correspondendo à aquisição de novas  Doenças exógenas
habilidades. Ao contrário do crescimento, o o Anemias
desenvolvimento é uma avaliação mais o Heteroparasitoses
qualitativa. Não tem uma força precisa de
avaliação, sendo realizada pelos testes de
avaliação neurológica
Eixo gh-igf pos-natal

Tipo de crescimento
O hormônio de crescimento tem pouca influência
no período neonatal e tem ação maior depois do
Crescimento geral (somático): Esse crescimento nascimento (a partir dos 2 anos)
ocorre de forma linear, tem ritmo mais intenso e O período pré-natal e os primeiros 2 anos tem
depois fica mais estável. A avaliação é feita pela mais influência nutricional do que influência do
altura e pelo peso hormônio de crescimento
2
Após os 2 anos, o hormônio de crescimento vai até a ponta do outro dedo médio. Geralmente, a
ter importância grande. Ele será secretado pela envergadura e altura são semelhantes
hipófise anterior e sofre estímulos vindos do
hipotálamo, como o estímulo positivo dado pelo
GhRh e estímulo negativo (inibitório) dado pela proporcoes corporais
somatostatina
O que estimula a secreção de somatostatina e,
portanto, inibe o GH? As proporções corporais mudam com a idade.
Geralmente, o RN tem proporção do segmento
 Estresse
superior > segmento inferior. Conforme vão
 Sono inadequado
crescendo, essa proporção vai ficando mais
 Níveis de cortisol aumentado semelhante a 1
O que estimula o GhRh e, portanto, estimula o Durante a puberdade, o comprimento inferior é >
GH? comprimento superior, mas fica entre 0,9 a 1 (não
 Nutrição adequada é uma diferença tão grande)
 Atividade física
 Hormônios tireoidianos
 Hormônios sexuais
 Glucagon

O GH é secretado em picos por dia. Os picos são


mais intensos durante o sono e ele vai estimular,
a nível hepático, a produção de IGF1 (que é o
efetor que age nas cartilagens de crescimento
fazendo o crescimento linear, aumentando a SS/SI normal: doença do esqueleto
altura) possivelmente ausente
SS/SI diminuída: encurtamento da coluna
SS/SI aumentada: encurtamento dos membros
Avaliacao do crescimento Baixa estatura com aumento da relação SS/SI

Medidas antropométricas: peso, altura, medida Uso de graficos de crescimento e peso


do perímetro cefálico e perímetro torácico (esses
dois últimos se faz em crianças menores de 2 a 3
anos) Importante para saber se a criança está dentro
Aferição da altura: do esperado (se está dentro, se ritmo de
 Até os 2 anos, faz aferição do crescimento está normal ou não) ou não está
comprimento com medida deitada dentro do esperado
 Acima dos 2 anos faz a medida em pé Os gráficos situam a posição do indivíduo em
Aferição do peso: relação ao grupo de referência, por exemplo,
percentil 50 corresponde ao valor abaixo do qual
 Em até 2 anos ou até 16kg: medido em
se encontra 50% da população de referência, isto
balança sentado ou deitado com o
é, 50% daquela população estará abaixo da linha
mínimo de roupa possível
e 50% estará acima da linha. Outro exemplo:
 A partir dos 2 anos ou mais de 16kg: mede
Percentil 10 e percentil 3 significa que,
na balança de plataforma
respectivamente, 10% e 3% das crianças
apresentam indicadores abaixo desses valores
Recomendações atuais:
Avaliacao das proporcoes corporais  Curvas da OMS (2006): público-alvo
menores de 5 anos
Medida dos segmentos inferiores: mede a altura o Combinação de estudo
total depois senta no estadiômetro medindo a longitudinal (período do
altura sentada, então diminui a altura total da nascimento até 2 anos) e de estudo
altura sentada e terá o resultado do segmento transversal (crianças entre 18 a 71
inferior, mas pode fazer de uma forma mais meses)
prática que é palpar a sínfise púbica, medir da o Envolveu diferentes continentes:
sínfise púbica até o chão e depois desconta da África, Américas, Ásia e Europa
altura total
Medida da envergadura: pedir para a criança
abrir os braços, medir da ponta do dedo médio
3

Monitorizacao do crescimento

Feita desde a vida intra-uterina até o término da


adolescência. Possibilita detecção dos desvios
mais importantes relacionados ao crescimento e
peso, como desnutrição, obesidade, baixa
estatura e alta estatura
Até os 2 anos: peso, comprimento, perímetro
cefálico e perímetro torácico
 No primeiro ano de vida: 1, 2, 4, 6 e 12 meses
 No segundo ano de vida: 18 e 24 meses
 No terceiro, quarto e quinto anos: pelo
menos 1x por ano
Mas o esquema ideal é:

A partir de 2 até 5 anos: peso, estatura


 Curvas da OMS (2007): público-alvo a semestralmente
partir dos 5 anos e adolescentes até 19 Entre 6 a 18 anos: peso e estatura anualmente
anos

estatura

Normal: entre os percentis 3 e 97


Anormal:
 Baixa estatura: menor que percentil 3
 Alta estatura: maior que percentil 97
Canais de vigilância:
 Baixa estatura: entre percentil 10 a 3
 Altura estatura: entre percentil 97 a 90

Cálculo da estatura alvo (alvo genético):


Estatura alvo: (altura pai + altura mãe) +- 13
2
+ 13cm para meninos
- 13cm para meninas
Canal de crescimento: +- 5 a 8cm (+-1 desvio padrão)

Velocidade de crescimento: expressa o ritmo de


crescimento e varia em razão da fase de
desenvolvimento
 Pré-natal: ritmo intenso 1 a 1,5cm/semana
 Pós-natal: desaceleração gradual
o Primeiro ano: média de 25cm
o 12 a 24 meses: média de 12 a 15cm
o 24 a 36 meses: 7,5 a 10cm
4
o 36 meses ao início da puberdade:
5 a 7cm/ano (estável e constante)
o Puberdade: 8 a 10cm/ano (estirão
puberal por 2 a 3 anos)

peso

Normal: entre os percentis 3 a 97 (correlacionar


com a estatura)
Anormal:
 Abaixo do percentil 3 e acima do percentil
97 (correlacionar com clínica e com
direção do peso no gráfico)
Canais de vigilância (risco nutricional):
 Baixo peso: entre percentis 10 a 3
 Sobrepeso: entre percentis 97 a 90
5

Disturbios do crescimento

Sinais de disfunções hormonais, como


Baixa estatura hipotireoidismo ou deficiência do hormônio de
crescimento
Definição: estatura abaixo do percentil 3 para
Causas de baixa estatura:
idade e para sexo (ou se no gráfico estiver < -2
Variantes normais
DP). Sempre vamos considerar estatura alvo
 Baixa estatura familiar
familiar, mesmo que esteja acima do 3 percentil
ou -2 DP, se tiver 1 DP abaixo do canal familiar  Retardo constitucional do crescimento
também é considerada baixa estatura. Avaliar a  Puberdade
velocidade de crescimento (o ideal é termos 2 Primário
medidas obtidas em intervalos de 6 meses entre  Alterações ósseas, como acondroplasia e
cada observação) e se essa medida estiver < - 2 raquitismo
DP ou menor que percentil 25 (por 2 anos) ou  Defeitos cromossômicos, como Síndrome
percentil 3 (por mais de 6 meses) já é considerada de Turner e Síndrome de Down
baixa estatura também Secundário
 Nutricionais, como desnutrição
Como vamos avaliar a baixa estatura? hipocalórica por doença inflamatória
História do pré-natal, condições de gestação, intestinal, doença celíaca e anemias
nascimento e parto (alterações no período  Doenças crônicas, como renal, hepática,
intrauterino) cardíaca e infecções crônicas
Peso, comprimento e apgar* ao nascimento  Alterações hormonais, como
(crianças que tiveram hipóxia ao nascimento hipotireoidismo, deficiência de GH,
podem vir ter alteração no eixo hipofisário e excesso cortisol (cerca de 10% dos casos)
alguma deficiência hormonal, por isso o apgar é  Psicossocial, como privação psicossocial
importante) (crianças institucionalizadas que não
*Apgar é um teste feito no RN entre o primeiro e recebem atenção adequada quando são
o quinto minuto de vida para avaliar força adotadas passam a receber uma maior
muscular, frequência de batimentos cardíacos, atenção e, com isso, tem uma melhora no
reflexo, respiração e cor crescimento)
Hábitos alimentares, desenvolvimento Outras causas
neuropsicomotor, atividade física  Baixa estatura idiopática
Antecedentes pessoais: padrão de crescimento  PIG/RCIU
anterior, doenças crônicas, anormalidades
psicossociais, traumatismos, medicações usadas Investigação laboratorial:
Antecedentes mórbidos familiares Exames de rotina: hemograma, VHS, ureia,
Altura e desenvolvimento puberal dos pais (idade creatinina, parcial de urina, parasitológico,
da menarca da mãe) e irmãos cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, enzimas
hepáticas
Exame físico: Cariótipo (descartar cromossomopatia)
Atenção para os sinais dismórficos que podem Anticorpo antiendomísio IgA e
lembrar alguma síndrome, como clinodactilia antitransglutaminase IgA (triagem para doença
(terceira falange do quinto dedo voltada mais celíaca porque nem sempre a doença celíaca se
medialmente), assimetria corporal, pescoço manifesta com sintomas clássicos digestivos, às
curto, fáscies triangular e palato ogivóide vezes ela pode se manifestar na infância como
Medida de segmentos corporais (relação SS/SI) e parada de crescimento e baixa estatura) – Caso
medida de envergadura para ver se estatura é esses anticorpos sejam positivos, precisa fazer
proporcional ou desproporcional confirmação com endoscopia e biópsia
Estadiamento puberal (para ver se já iniciou a TSH e T4 livre
puberdade) Cortisol (na suspeita de Síndrome de Cushing),
IGF1 (forma indireta de avaliar o GH) e testes
6
provocativos de GH (quando realmente o GH prevista e não a ideal) e benefícios a
estiver próximo do limite inferior e criança estiver família e deixar claro que pode ser que no
mantendo uma velocidade de crescimento baixo) final do tratamento, a criança não
RNM de hipófise (suspeita de déficit de GH) alcance a estatura ideal
RX para idade óssea/esqueleto (se tiver baixa
estatura for desproporcionada e descartar que Crianças PIG:
seja quadro de raquitismo)  São crianças que nascem pequenas para
 É um exame que possibilita a avaliação do idade gestacional (PIG)
grau de maturação corporal através das  Corresponde a 3% dos RN
epífises (cartilagens de crescimento) e  A causa pode ser por causa primária (do
permite que faça um cálculo de feto) ou causa secundária (relacionado a
prognóstico da estatura adulta final problemas maternos)
 As causas são inúmeras, muitas vezes nem
se identifica a causa
o 40% sem causa definida
o 60 a 70% associado a
prematuridade
 De todos que nascem pequenos,
independente da causa, 10% não
recuperam o crescimento até o 2 ano de
vida
 Essas crianças têm o risco maior de
comorbidades futuras por uma
reprogramação do sistema endócrino-
metabólico no período intrauterino (a
criança recebe quantidade menor de
nutrientes, daí organismo faz essa
RX de menina de 12 anos com idade óssea de
11,5 anos (normal). Estatura atual: 1,50m.
reprogramação para tentar se manter
Previsão de estatura: 1,64m (91% da estatura) com essa quantidade menor e depois que
Cálculo: 1,50m ------ 91% nasce, ele não tem essa programação
x ---------- 100% mudada para o aporte pós-natal fazendo
x = 1,64m com que tenha prevalência aumentada de
obesidade, doenças cardiovasculares,
Baixa estatura familiar: hipetensão e DM2, além do
 Crescem paralelo ao percentil comprometimento estatural)
 A velocidade de crescimento será normal
 Tem histórico familiar positivo de estarem
abaixo do percentil Síndrome de Silver-Russel:
 A maturação sexual ocorre em época  Patologia genética com
normal trissomia/deleção do
 A idade óssea geralmente é semelhante a braço longo do
idade cronológica cromossomo 7
 Comparando a idade estatural e ponderal  Retardo de crescimento
(peso x altura) estão proporcionais intrauterino (RCIU)
desde o primeiro
 A previsão de altura, de acordo com o
trimestre
cálculo de idade óssea, será dentro do
esperado para o alvo familiar  A produção do GH é
normal, mas tem defeito
 A gente pode até tentar tratar com o
na geração do IG1 (que
hormônio de crescimento, mas nem todo
é o que vai agir no
mundo irá responder a ele. Se a família
crescimento)
quiser tentar tratamento com hormônio
de crescimento, fica a critério da família  Esse paciente tem
mesmo (porque o SUS não fornece o estigmas: baixa estatura, clinodactilia,
hormônio de crescimento para esses fáscies triangular e assimetria de MMII
casos e o hormônio é caro), mas a gente  O tratamento é feito com uma dose maior
precisa expor os riscos (pode ser que lá na de GH do que a comumente utilizada
frente a criança avance a iadde óssea,
mas a estatura dela continue sendo a
7
Outras síndromes:  Síndrome de Bloom: patologia recessiva
 Síndrome de Noonan: patologia genética rara que tem rearranjos e quebras
autossômica dominante com cromossômicas. Além da baixa estatura,
semelhanças à síndrome de Turner, como tem imunodeficiência e aumento do risco
pescoço alado, geno valgo, baixa de tumores
estatura, cardiopatia congênita,
criptorquidia (nos meninos). O
diagnóstico é clínico porque não tem
alteração do cariótipo. O uso de GH nessa
doença é controverso

Síndrome de Turner:
 Alteração cromossômica
 Estigmas: pescoço alado,
baixa implantação de
orelhas e cabelos, ptose e
estrabismo, palato ogival,
cúbito valgus, quarto
metacarpos curtos. Maior
chance de nevus e
linfedema (desde o
nascimento)
 Hipogonadismo, baixa
estatura
 Outras alterações:
cardíacas, renais,
hipotireoidismo, HAS,
doença celíaca
 Tratamento: Uso do GH
(quanto mais precoce for iniciado esse
 Síndrome de Seckel: crianças nascem com tratamento, melhor será o resultado) e
nanismo proporcional e microcefalia indução da puberdade
grave. Também é chamada de ‘’cabeça de
pássaro’’ pela microcefalia com nariz mais
proeminente. Essas crianças têm Acondroplasia:
alteração mental e alteração no  Baixa estatura desproporcionada
cromossoma 3  Mutação genética no fator de
crescimento do fibroblasto tipo 3 (fazendo
com que osso longos não se desenvolvam
adequadamente, daí tronco tem tamanho
normal com os membros mais curtos)
 Fronte proeminente e base nasal mais
achatada
8

Síndrome de Prader-Willi:
 Deleção da porção
proximal do braço
longo do cromossomo
15 paterno
 Incidência 1:15.000
nascidos vivos
 Obesidade (vai
aumentando
gradativamente com o
crescimento porque
criança vai
apresentando uma
hiperfagia muito
evidente)
 Hipogonadismo
 Baixa estatura
Raquitismo:
 Pés e mãos pequenos
 Baixa estatura, principalmente por
 Hipotonia e atraso no
deficiência de vitamina D
desenvolvimento
 A reposição de vitamina D já consegue
neuropsicomotor
melhorar a estatura da criança
 Respondem bem a
reposição hormonal com GH

Doença celíaca:
 Enteropatia por intolerância ao glúten
 Manifestação clínica variável (desde
parada no crescimento até desnutrição
grave)
 Dosagem de anticorpos (anti-
transglutaminase, anti-gliadina e anti-
endomísio) – como triagem
 Dosagem de IgA – para crianças que
suspeitamos que tenham deficiência de
IgA porque aqueles anticorpos citados
anteriormente precisam do IgA
Hipotireoidismo congênito ou adquirido:
 Biópsia de mucosa duodenal: atrofia das
 Tendência de acúmulo de gordura e
vilosidades com infiltrado inflamatório –
edema facial
se tem forte suspeita
 Tratamento será reposição hormonal
 Tratamento é inserir dieta sem glúten
específica com a Levotiroxina
Restrição dietética calórico-proteica:
 Gera redução do peso e parada de
crescimento
 Volta ao normal quando restaura a dieta

Síndrome de Cushing:
 Suspeitar se tiver estigmas do Cushing,
como fáscies em lua cheia, acúmulo de
gordura em região centrípeta, estrias,
parada de crescimento
 O tratamento do Cushing ajuda a
restaurar o crescimento
9
Deficiência de GH: o Dose inicial:
 Pode variar de deficiência total e parcial  22 a 37 ug/kg/dia (0,07 a 0,1
 Nas deficiências mais graves podem ter U/kg/dia), SC, diariamente
sinais já ao nascimento, como  Paciente apresentará um
hipoglicemia, micropênis e icterícia catch-up nos primeiros 2
prolongada anos de uso do GH e depois
 Baixa estatura esse crescimento será um
 Idade óssea atrasada pouco menor (mas sempre
maior do que a média para
 Fronte proeminente, efélides (sardas), voz
a idade)
fina, aumento de gordura central
 Tratamento: uso de GH sintético
Baixa estatura idiopática (BEI):
o Objetivos:
 Altura < -2 DP para idade, sexo e
 Aumentar a velocidade de
população
crescimento
 Peso normal ao nascimento
 Promover a normalização
da estatura na infância  Proporções corporais adequadas
 Atingir estatura adulta  Sem doença orgânica crônica ou
normal e apropriada para o endócrina, psiquiátrica ou distúrbio
canal genético emocional grave
 Adequado estado nutricional
o Objetivos secundários:  Velocidade de crescimento reduzida ou
 Composição corporal normal limítrofe
adequada
 Normalização metabólica
Indicações para uso do GH:
o Contraindicações para o uso de  Crianças com deficiência de GH
GH:  Meninas com Síndrome de Turner
 Crianças com epífises de
 Crianças com insuficiência renal crônica
crescimento fechadas
 PIG e Síndrome de Silver-Russel
 Evidências de progressão
de lesão intracraniana  Não há comprovação científica de melhora
subjacente ou outra em crianças normais baixas
neoplasia ativa  BEI
 Hipersensibilidade a
somatropina
 Pacientes criticamente
doentes por complicações
secundárias a cirurgia
cardíaca aberta, cirurgia alta estatura
abdominal, politrauma,
insuficiência respiratória
Na maioria das vezes, é resultado do potencial
aguda
genético da criança, por ser filho de pais altos
 Cuidar muito em 
(alta estatura constitucional)
pacientes diabéticos
Mas pode ser também pela exposição precoce e
descompensados ou
doses elevadas, não fisiológicas, a esteroides
portadores de retinopatia
sexuais, então apresentam alta estatura no
diabética (porque pode
período de crescimento, porém avanço da
piorar quadro)
maturação óssea e comprometimento da altura
adulta
o Orientar sobre efeitos adversos:
 Hipertensão intracraniana
Causas:
 Epifisiólise de cabeça do
 Constitucionais
fêmur
 Progressão de escoliose  Puberdade precoce
 Obesidade exógena
 Gigantismo
 Síndrome de Marfan
 Homocistinúria
10
 Síndrome de Soto (gigantismo cerebral)
 Síndrome de Beckwith-Wiedmann
 Síndrome de Klinefelter (47,XXY)
 47,XYYY

Avanço constitucional de crescimento e


puberdade:
 Crescimento levemente acelerado com
avanço proporcional na idade óssea
 Antecipação da puberdade sem
repercussão na estatura adulta
 Estatura final será dentro do canal
familiar
 História familiar positiva
 Criança é alta para sua idade, mas
quando for adulta terá estatura dentro do
esperado
 Crianças com obesidade exógena tendem
a apresentar ACCP
 Não tem necessidade de tratamento

Gigantismo:
 Crescimento excessivo e estatura alta
secundário ao excesso de GH
 Principal causa é tumor hipofisário
 Diagnóstico é feito pela dosagem de GH
no teste de sobrecarga com 75g de
glicose (<1ng/ml) e com a dosagem IGF-1 e
IGFBP-3, cujos valores estarão altos
 Tratamento é cirúrgico e pode ser
complementado com radioterapia e
medicamento

Situações que merecem ser investigadas:


 Parada de crescimento ou velocidade de
crescimento < 4cm/ano
 Altura e/ou peso abaixo do 3 percentil ou
acima do 97 percentil
 Meninas com baixa estatura sem etiologia
(pensar em Turner e solicitar cariótipo)
 Crianças com nenhum ganho de peso ou
ganho de peso exagerado em 6 meses

Você também pode gostar