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1.

Planeamento logístico

Os actuais ambientes competitivos estão cada vez mais exigentes e acirrados,


demandando custos menores, disponibilidade de produtos em distintas regiões, alta
qualidade e, sobretudo, entregas rápidas. Para conciliar essas necessidades, um bom
planeamento logístico é algo indispensável.

O planeamento logístico consiste no estabelecimento de estratégias para a entrega e a


armazenagem de mercadorias, visando deixar a empresa preparada para atender à
demanda dos seus clientes.

Dessa forma, ela poderá reduzir gastos e elevar a eficiência de suas operações, a partir de
um uso mais racional dos recursos humanos e materiais disponíveis. Ademais, terá
melhores condições de elevar os níveis de satisfação da base de clientes, que receberá os
produtos com mais agilidade.

1.1 Importancia do Planeamento Logistico


Ao desenvolver serviços de alta qualidade, maiores serão as chances de fidelizar e gerar
negócios futuros, contribuindo para a sustentabilidade financeira da organização. A
importância do planeamento logístico reside, principalmente, na elevação da
competitividade, na minimização de erros e no aperfeiçoamento do transporte de cargas.

2 Sistemas colaborativos
Sistemas colaborativos são softwares e aplicativos que operam em redes,
preferencialmente na nuvem, e têm o objectivo de optimizar o trabalho em equipa, a troca
de informações e o fluxo de ideias e materiais, como arquivos, planilhas, apresentações,
documentos de texto e outros, ou seja, sistemas colaborativos são ferramentas
tecnológicas usadas para fomentar o trabalho em equipe e a produtividade.

2.1 Vantagens dos sistemas colaborativos


 Acesso muito mais ágil e barato a redes confiáveis;
 Acesso remoto;
 Possibilidade de uso dos mais variados dispositivos móveis;
 Segurança das informações;
 Menores custos de deslocamento para troca de informações nas empresas;
 Dados actualizados e confiáveis;
 Troca de informações em tempo real;
 Amplo espaço de armazenamento.

Exemplos de sistemas colaborativos:

 Drives compartilhados na nuvem: seja no One Drive for Bussiness ou o Google


Drive, entre outros, ao compartilhar o armazenamento de arquivos na nuvem,
além de mais transparência e acesso fácil a documentos, dados e informações, é
possível até editar documentos de forma colaborativa (guardando todas as versões
anteriores para consulta ou edição), aumentando em muito a eficiência e o trabalho
em equipe.
 CRM online: conhecer cada detalhe sobre seus clientes, preferências, histórico
de transações, dados cadastrais e muitas outras informações graças à capacidade
de usar a colaboração de todos os integrantes da equipe, que actualizam dados em
tempo real e consultam as informações de onde estiverem, gerando relatórios de
vendas e comissões, visualização de painéis de controlo, análise do funil de
vendas e muito mais.

2.2 Planeamento colaborativo


É facto que a cadeia logística vem enfrentando novos desafios. A tecnologia colocou
muitos poderes nas mãos dos consumidores, que tiveram suas expectativas aumentadas e
estão exigindo cada vez mais rapidez nos processos, sem estarem dispostos a pagar mais
por isso. Além disso, a diversificação de portfólio, a omnicanalidade e a globalização dos
fluxos de mercadorias colaboraram para a complexidade dos processos logísticos. O
planeamento da demanda foi afectado por todas estas mudanças, que estão exigindo
melhores técnicas preditivas, o uso de tecnologias mais avançadas e a integração entre os
elos da cadeia. Actualmente, é essencial que as empresas se desenvolvam nestas três
frentes para que as previsões tenham maior acuracidade, melhorando o nível de serviço e
reduzindo os custos.

O planeamento colaborativo é um planeamento feito em grupo, levando em conta as


vivências e opiniões dos colaboradores da organização. ... A colaboração entre todos os
interessados facilita a resolução de problemas e ajuda no surgimento de novas abordagens
mais motivadoras na empresa.

Em 2016, o Leonardo Julianelli trouxe aqui para o blog um post com o conceito de CPFR
– Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment. Trata-se do alinhamento dos
processos de planeamento entre players da cadeia logística, que passam a desenhar
conjuntamente as suas atividades para garantir que seus planos de negócio sejam
respeitados, minimizando custos e maximizando a eficiência de ponta a ponta. O
planeamento colaborativo melhora a gestão de estoques ao longo da cadeia, tornando-o
mais responsivo, mais fluído e diminuindo os casos de falta. Isso tem reflexos no nível
do serviço fornecido aos clientes e aumenta a competitividade da cadeia como um todo.

Segundo a Gartner, há cinco níveis de maturidade da cadeia colaborativa, estando o CPFR


presente a partir do quarto degrau.

Estágio 1 – Reagir: O primeiro degrau é marcado pela completa ausência de uma cultura
colaborativa, onde cada departamento da empresa toma decisões autônomas, buscando o
ganho individual sem consideração do ganho global da empresa. Há constantes conflitos,
principalmente, entre as áreas de vendas e operações.

Estágio 2 – Antecipar: Para solucionar a questão dos planos divergentes entre as variadas
áreas, cria-se um primeiro plano de vendas, usualmente influenciado pelo otimismo do
departamento comercial.

Estágio 3 – Integrar: As incertezas geradas a partir do uso de um plano de vendas


construído sem o prévio alinhamento entre as áreas deixam margem para uma discussão
dos custos resultantes desta falta de integração. É a partir deste momento que os
departamentos começam a trabalhar de forma alinhada, em geral, em processos
conhecidos como S&OP (Sales and Operations Planning) ou IBP (Integrated Business
Planning).

Estágio 4 – Colaborar: É no quarto estágio da cadeia colaborativa que o CPFR aparece.


O alinhamento do plano de vendas começa a ser expandido, incluindo parceiros da cadeia.
Assim, a colaboração torna-se o diferencial e há maior visibilidade da demanda.

Estágio 5 – Orquestrar: O último estágio, de difícil alcance para a maior parte das
empresas, apresenta integração intensa e automação da tomada de decisão entre os elos
da cadeia, dos clientes aos fornecedores, com visibilidade em tempo real.
3 Logística e Sistemas de informação.
Sistema de informação logística é uma ferramenta que interliga as actividades logísticas
num processo integrado. Este processo integrado é constituído por quatro níveis de
funcionalidade: transações, controle de gestão, análise de decisão e planeamento
estratégico (Bowersox et al., 1996, p. 194).

Desde a sua criação, a logística foca-se na eficiência do fluxo de bens ao longo dos canais
de distribuição. O fluxo de informação era, muitas vezes, menosprezado, porque nem
sempre foi visto como de vital importância para o cliente. Para além disso, a velocidade
das trocas de informação era limitada à velocidade de circulação do papel.

A informação exacta e atempada, é vista como sendo de importância crítica para o


projecto de sistemas logísticos por três razões (Bowersox et al., 1996, p. 186):

 Os clientes têm necessidade de observar informações sobre o estado da


encomenda, disponibilidade do produto, tempo de entrega e facturação, sendo
como tal, estes elementos necessários de um conglomerado total do serviço
prestado;
 com o objectivo de se reduzir os stocks ao longo da cadeia de abastecimento, os
gestores aperceberam-se que a informação pode ser eficiente na redução dos
mesmos e das necessidades de mão-de-obra;
 a informação aumenta a flexibilidade em relação ao como, quando e onde devem
os recursos ser aplicados para ganhar vantagem estratégica.

3.1 Funcionalidade da informação


Como dito anteriormente, os sistemas logísticos constituem processos integrados
constituidos por 4 níveis de funcionalidade: Transacção, controlo de gestão, análise de
decisão e planeamento estratégico, podendo ser por vezes representados graficamente em
forma de pirâmide. O nível mais básico, a transacção, inicia e regista actividades
logísticas individuais, tais como entrada de encomendas, selecção de encomendas, envio
de encomendas, preços, facturação e inquéritos de clientes. O segundo nível, controlo de
gestão, foca-se nos relatórios e medições de índices de desempenho. Estes índices de
desempenho são necessários para poder fornecer à gestão um feedback sobre os níveis de
serviço e utilização de recursos. O terceiro nível, análise de decisão, foca-se na decisão
de aplicações para assistir os gestores a identificar, avaliar e comparar estratégias
logísticas e alternativas tácticas. O quarto e o último nível, planeamento estratégico, tem
como objectivo o suporte de informação ao desenvolvimento e melhoramento de
estratégias logísticas (Bowersox et al., 1996, p. 187-188)

3.1.1 Princípios
Os sistemas de informação logística têm que incorporar seis princípios/características de
modo a serem capazes de cumprir as necessidades de informação dos gestores e suportar
adequadamente o planeamento e operação da empresa (Bowersox et al., 1996, p. 190-
192):

3.1.2 Disponibilidade
Primeiro que tudo, a informação logística tem que estar disponível de uma forma
consistente. A rapidez de disponibilidade é necessária para conseguir responder às
necessidades dos clientes e à gestão de decisões. Esta rapidez é critica pois, os clientes
necessitam frequentemente de aceder ao nível de stock e ao estado das encomendas.

A descentralização das operações logísticas exige que a informação esteja disponível e


possa ser actualizada em qualquer lugar num país, ou mesmo no mundo. Desta forma, a
disponibilidade da informação pode contribuir para a redução da incerteza dos tempos de
planeamento e operação.

3.1.3 Rigor
A informação logística deve ser rigorosa de modo a poder refletir tanto o estado atual
como o periódico das actividades de forma a refletir tanto as encomendas dos clientes
como o nível dos stocks. O rigor é definido como a relação entre a informação registada
pelo sistema de informação logística e os níveis ou estados físicos atuais.

3.1.4 Oportuno
Existem momento certos em que a informação é necessária, e como tal a informação
logística tem que ser disposta oportunamente de modo a fornecer um feedback útil à
rápida gestão. Considera-se como momento oportuno, o atraso entre a ocorrência da
actividade e a disponibilidade da informação no sistema logístico.

3.1.5 Excepção
Estes sistemas de informação tem que ser baseados em excepções de modo a conseguirem
enfatizar problemas e oportunidades. As operações logísticas incluem frequentemente um
largo número de clientes, produtos, fornecedores e fornecedores de serviços.
3.1.6 Flexibilidade
Têm de ser flexíveis de modo a conterem capacidade para cumprir as necessidades tanto
dos utilizadores do sistema como dos clientes. Os sistemas de informação logística têm
que ser capazes de fornecer informação à medida das necessidades de clientes específicos.

3.1.7 Formato apropriado


Estes sistemas têm que ter o formato apropriado, pois têm que fornecer relatórios
logísticos com uma disposição que seja perceptível, contendo a informação, estrutura e
sequência correcta.

3.2 Arquitectura da informação


Os sistemas de informação logística combinam com um nexo de logística software e
hardware para gerir, controlar e medir as actividades logísticas. O hardware incluí
computadores, dispositivos de input/output e multimédia. O software incluí sistemas
operativos e aplicações utilizados no processamento de transacções, controlo de gestão,
análise de decisão e planeamento estratégico. Este tipo de arquitectura inclui a informação
base para manter o armazenamento dos dados e a execução de componentes. A
informação base contêm ordens de compra, estado dos stocks e encomendas dos clientes.
O armazenamento de dados contém informação relativa a actividades passadas e o seu
estado corrente e bases para planeamentos futuros (Bowersox et al., 1996, p. 194).

3.3 Reengenharia de processos e sistemas de informação logística


Nos dias de hoje muitas empresas estão a rever a forma como processam os seus negócios
de modo a conseguirem manter-se competitivas. A reengenharia dos processos de negócio
é um termo entre muitos outros utilizados actualmente, que serve para descrever o
processo de modificação do método em que uma empresa opera. À medida que uma
empresa realiza certas mudanças, os sistemas de negócio têm que mudar e desenvolver-
se de modo a suportar as novas formas de negócio. Os sistemas de informação logística
têm vindo a ser utilizados para ajudar ao suporte de novos processos e estratégias de um
ambiente cada vez mais concorrencial (Robeson et al., 1994, p. 727-728).

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