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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MARCELO NOLASCO DA CUNHA

INCIDÊNCIA DE LESÕES DECORRENTES DA PRÁTICA DE ARTES MARCIAIS


NAS MODALIDADES: KARATE, TAEKWONDO, JIU-JÍTSU E JUDÔ

Palhoça
2016
MARCELO NOLASCO DA CUNHA

INCIDÊNCIA DE LESÕES DECORRENTES DA PRÁTICA DE ARTES MARCIAIS


NAS MODALIDADES: KARATE, TAEKWONDO, JIU-JÍTSU E JUDÔ

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Graduação em
Educação Física, da Universidade do Sul
de Santa Catarina, como requisito parcial
para obtenção de título de Bacharel.

Orientador: Prof. George Roberts Piemontez, Msc.

Palhoça
2016
AGRADECIMENTOS

Agradeço e dedico esse trabalho a minha família, amigos e parceiros de lutas


desportivas, que me ajudaram e incentivaram a finalizar essa etapa. Agradeço em
especial ao meu mestre, professor, orientador e amigo George Roberts Piemontez,
que sempre me apoiou no tema desde o início e me orientou sempre que precisei, não
somente nesse trabalho e na faculdade, como também na minha vida e na minha
formação como indivíduo. Obrigado Mestre!
RESUMO

As artes marciais tiveram sua origem a mais de 2000 anos A.C. em regiões da Ásia,
se difundindo e aprimorando a partir da mesma. As modalidades podem ser divididas
em esporte de luta com golpes e esporte de lutas com agarre. O presente estudo
bibliográfico teve como objetivo geral identificar quais as lesões mais frequentes entre
os praticantes de artes marciais das seguintes modalidades: Karate, Taekwondo, Jiu-
jítsu e Judô. Trata-se de uma revisão de literatura, sendo do cunho qualitativo,
exploratório, descritivo e bibliográfico de natureza aplicada. Teve como base artigos
científicos e livros sobre o tema publicados no período de 2001 a 2016. No Karate e
no Taekwondo as regiões mais acometidas foram os dedos das mãos (22,2%) e os
pés (20,1%), respectivamente. Já no Jiu-jítsu e no Judô as regiões mais acometidas
foram os joelhos (20%) e ombros (27,2%) respectivamente. Os tipos de lesões
desportiva mais incidentes foram: entorses, fraturas e distensões. Nota-se que o
índice de lesões relacionadas as artes marciais são frequentes, principalmente as
lesões musculoesqueléticas nos membros inferiores e as circunstâncias que evolvem
a ocorrência dessas lesões se dão em sua maioria durante o período de treinamento.
O estudo proporciona na prática formas de prevenções e orientações destas
atividades, a fim de torná-las adequadas para que se obtenham bons resultados
físicos e técnicos de seus praticantes.

Palavras-chave: Incidência. Lesões. Artes marciais.


ABSTRACT

Martial arts had its origins more than 2000 years A.C. in parts of Asia, spreading and
improving from there to all around the world. The training modalities can be divided
into sport of struggle with blows and sport of struggle with grab. This bibliographic study
aimed to identify the most common injuries among martial practitioners of the following
modalities: Karate, Taekwondo, Jujitsu and Judo. This is a literature review, with a
qualitative, exploratory, descriptive and bibliographic of applied nature. It was based
on scientific articles and books of the subject published from 2001 to 2016. In Karate
and Taekwondo, the most affected regions were the fingers (22.2%) and feet (20.1%),
respectively. In the Jiu-Jitsu and Judo, the most affected regions were the knees (20%)
and shoulders (27.2%) respectively. The type of more common sports injury was
shown sprains, fractures and distensions. Note that the index-related injuries martial
arts are frequent, especially musculoskeletal injuries in the lower limbs and the
circumstances that evolve the occurrence of these injuries occur mostly during the
training period. The study provides the practical forms of prevention and guidance of
these activities in order to make them suitable to obtain good physical and technical
results of its practitioners.

Keywords: Incidence. Injuries. Martial arts.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Comparações dos estudos publicados de 2006 a 2011 sobre lesões


desportivas em praticantes de Karate........................................................................23
Tabela 2 - Comparações dos estudos publicados de 2004 a 2014 sobre lesões
desportivas em praticantes de Taekwondo................................................................25
Tabela 3 - Comparações dos estudos publicados de 2004 a 2012 sobre lesões
desportivas em praticantes de Jiu-jítsu......................................................................26
Tabela 4 - Comparações dos estudos publicados de 2006 a 2009 sobre lesões
desportivas em praticantes de Judô...........................................................................27
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA ............................................... 8
1.2 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 10
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 10
1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 10
2 MÉTODO................................................................................................................ 12
2.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 12
2.2 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ...................................................... 12
2.3 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 13
3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 14
3.1 HISTÓRICO DAS ARTES MARCIAIS ................................................................. 14
3.1.1 Histórico e classificação das modalidades .................................................. 15
3.2 LESÕES DESPORTIVAS.................................................................................... 18
3.2.1 Classificação das lesões ............................................................................... 19
3.3 LESÕES NAS ARTES MARCIAIS ...................................................................... 20
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 23
4.1 RESULTADOS .................................................................................................... 23
4.2 DISCUSSÃO ....................................................................................................... 28
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 31
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32
8

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA

Durante todo o tempo, o homem teve a necessidade de defender-se de


predadores e até mesmo de inimigos da mesma espécie, isso fez com que ele
desenvolvesse diversos gêneros de luta (FONTEYN, 1981 apud MULLER; ETO,
2009). Inicialmente, alguns desses gêneros se desenvolveram na Índia, por intermédio
dos monges budistas que não eram autorizados a usar armas, mas precisavam se
defender de invasores, concebendo um sistema de defesa pessoal próprio (GRACIE,
2008).
Alguns desses gêneros de artes marciais chegaram à China a partir do Tibet e da
Índia, migrando posteriormente para o Japão, país que as aprimorou e desenvolveu
um grande número de sistemas de luta, dentre estes sistemas, havia dezenas de
estilos e centenas de sub-estilos diferentes (CARPEGGIANI et al, 2004).
No Brasil as artes marciais vieram com os imigrantes japoneses chegando
primeiro aos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, dando início às suas práticas
tradicionais inicialmente no seio familiar (PIMENTA, 2008). A disseminação dessas
práticas refere-se ao caráter militar, quando passaram a fazer parte do programa de
treinamento dos militares. Além desse aspecto, o crescimento da indústria de
entretenimento como filmes, revistas e jornais, com ênfases nas práticas de artes
marciais de origens orientais, favoreceram ainda mais a sua propagação (SAMPAIO,
2014).
As doutrinas e filosofias das artes marciais pregam a não-violência e o
autocontrole. Ao adentrar em uma modalidade de arte marcial, o aluno praticante pode
conhecer um mundo completamente diferente, com normas rígidas de conduta e
disciplina, a fim de punir atitudes de violência e deslealdade, que auxiliam na formação
moral do indivíduo. As características como nobreza, respeito mútuo, obediência às
regras e aos mestres, são sempre demonstradas pelos atletas de lutas marciais.
Essas características que atraem muitos alunos a serem praticantes e atletas dessas
modalidades marciais, além de contribuírem para a saúde e o bem-estar, estimulam
a autoconfiança (FEIJÓ, 1992 apud PACHECO, 2012).
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Embora se esteja neste momento abordando a prática de artes marciais como


forma de atividade física visando à promoção da saúde, Conte (2002) afirma que quem
pratica algum tipo de exercício físico, seja no sentido competitivo ou recreativo, fica
exposto aos acidentes desta prática. Pode-se dizer que as lesões desportivas são
decorrentes devido ao resultado de exercícios realizados de maneira excessiva e de
maneira imprópria (BENNEL; CROSSLEY, 1996 apud PASTRE, 2005).
Alguns pesquisadores estudam não apenas os tipos de lesão e as circunstâncias
que envolvem sua ocorrência, mas também um modo de diminuir as lesões e,
consequentemente, de melhorar o desempenho dos praticantes de atividade física
(SIMÕES, 2005).
Barroso (2011) explica que alguns fatores que aumentam consideravelmente o
risco de ocorrência dessas lesões nas lutas, seriam o excesso de treinamento, a falta
de experiência, falha do uso de equipamento e também a falta de descanso adequado
após o período de treinamento. Alguns pesquisadores observaram ainda que quanto
maior o nível de competição, maior é o número de lesões. Essa relação pode vir a
ocorrer devido à maior intensidade de treinamentos para manter o nível desejado,
onde membros inferiores e superiores sofrem alta carga de intensidade podendo vir a
acarretar em lesões do tipo tendinites, luxações, fraturas, contusões e até em
tratamentos cirúrgicos em alguns casos (CARAZATTO; CABRITA; CASTROPIL, 1996
apud SENA, 2014).
Analisando por essa perspectiva, as artes marciais são caracterizadas por
movimentos inesperados, rápidos, repetitivos e de alta intensidade de esforço,
submetendo a uma intensa sobrecarga nas estruturas. Machado (2012) e Franchini
(2001) dizem que estes fatores associados ao grande número de competições e
treinamentos rigorosos fazem com que aumente o número de lesões.
Constata-se, entretanto que estudos referentes ao tema lesões e prática de
artes marciais atingiram seu ápice entre os anos de 2001 a 2015, e que, portanto,
existem poucos estudos atuais. Deste modo, o presente estudo realizou uma análise
comparativa da literatura sobre a incidência de lesões em quatro diferentes
modalidades marciais, o Karate e o Taekwondo, que são esporte de lutas com golpes
o Jiu-jítsu e o Judô, que são esporte de lutas com agarre (GOMES, 2010) a fim de
responder a seguinte pergunta: qual a incidência de lesões decorrentes da prática de
artes marciais das modalidades karate, taekwondo, jiu-jítsu e judô?
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1.2 OBJETIVO GERAL

Identificar na literatura quais as lesões mais frequentes entre praticantes de artes


marciais das modalidades: karate, taekwondo, jiu-jítsu e judô

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Verificar quais as lesões mais frequentes que ocorrem entre praticantes;


 Verificar as causas das principais lesões decorrentes da prática de artes marciais
nas modalidades: karate, taekwondo, jiu-jítsu e judô.
 Comparar o tipo de lesão, a incidência e as características das modalidades de
artes marciais através de quadro comparativo.

1.4 JUSTIFICATIVA

Atualmente a população se preocupa muito com a promoção da saúde. O bem-


estar físico e mental é importante para uma boa qualidade de vida, já que a inatividade
física, estresse do dia a dia e um estilo de vida sedentário estão relacionados a fatores
de risco para o desenvolvimento ou agravamento de certas condições médicas, e as
pessoas procuram essas qualidades na prática de exercícios físicos para diminuir
esses fatores (MARON, 2000 apud SILVA, 2010).
As artes marciais entram nesse cenário por, além de proporcionarem bem-estar
físico, trabalham muito com a parte mental de quem a pratica, auxiliando na formação
moral do indivíduo. As características como nobreza, respeito mútuo e obediência são
sempre demonstradas pelos praticantes de lutas marciais (FEIJÓ, 1992 apud
PACHECO, 2012). Muitas dessas modalidades marciais utilizam em seus
treinamentos elevados níveis de condicionamento físico, o que, segundo Barroso
(2011) pode acarretar em uma série de lesões devido ao excesso de treinamento, a
falta de experiência, falha do uso de equipamento e também a falta de descanso
adequado após o período de treinamento. Um fator que leva ao treinamento
demasiado seriam as competições, que se mostram muito presentes nas artes
marciais, e que de acordo com Ide (2014) as condições variáveis que acontecem em
11

uma competição exigem resistência específica, o que leva ao treinamento de alto


nível.
Nota-se diante disto que, prescrever e orientar esta prática torna-se a base para
que se tenham bons resultados físicos e técnicos, e que ainda, identificar situações
de excesso de treinamento, repouso inadequado e sobrecarga permitem prevenir as
lesões e/ou obter um tratamento adequado para uma boa recuperação.
Devido às características técnicas que cada modalidade apresenta, e das
solicitações física que lhes competem, acredita-se que apresentam lesões também
distintas e que, portanto, possa permitir aos técnicos, educadores físicos, praticantes
e atletas, dosar esta prática respeitando questões de ordem física.
12

2 MÉTODO

2.1 TIPO DE PESQUISA

Este estudo aplicado é caracterizado como sendo de cunho qualitativo,


exploratório, descritivo e bibliográfico. Configura-se de natureza aplicada, pois tem
como objetivo gerar conhecimento de uso prático, na solução de problemas
específicos que acontecem na realidade e na aplicação desses conhecimentos
(SILVA et al, 2011).
Sua característica qualitativa diz respeito à descrição, compreensão e significado,
onde o processo é mais importante do que o produto. A interpretação e análise de
dados são enfatizadas em detrimento aos métodos estatístico, com descrições e
narrativas (THOMAS; NELSON, 2002). O cunho exploratório orienta o tema em que o
tema possui poucos estudos relativos na atualidade, buscando o aprimoramento e a
familiaridade com as ideias envolvidas (SILVA et al, 2011).
Sua característica descritiva teve como a finalidade de descrever algo, um fato ou
fenômeno, em que os dados serão observados, registrados, classificados e
interpretados (SILVA et al., 2011). Estes dados são observados, registrados,
classificados e interpretados.
Quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa é bibliográfica, do tipo revisão
sistemática de literatura que consiste em uma investigação científica que objetiva
responder a uma pergunta específica utilizando métodos explícitos e ordenados para
identificar, selecionar e analisar criticamente os estudos, sintetizando os resultados
(CASTRO, 2001). A busca teve como base artigos científicos e livros sobre o tema.

2.2 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS

Esta pesquisa bibliográfica e documental (ALVEZ-MAZZOTTI e


GEWANDSZNAJDER, 2002; LAVILLE e DIONE, 1999), foi desenvolvida a partir de
artigos científicos publicados em periódicos e livro-texto, no período de 2001 a 2016.
Para tanto foram realizadas duas etapas para o processo de revisão sistemática: 1)
13

Identificação e seleção das bases de dados; 2) Levantamento e análise da produção


científica.
A primeira etapa consistiu em selecionar bases de dados que atendam a dois
critérios de inclusão: 1) caracterizar-se como uma base de dados cientificamente
confiável; 2) apresentar-se nos idiomas português, inglês e espanhol. Os artigos não
disponibilizados gratuita e integralmente, foram encaminhados à Biblioteca
Universitária da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) onde foram
solicitados. Deste modo foi possível selecionar seis bases de dados na rede mundial
de computadores: PUBMED, LILACS, ScIELO, MEDLINE, COCHRANE, BIREME.
A segunda etapa teve como objetivo o levantamento de dados que possibilita o
levantamento e análise de produção científica nos idiomas português, inglês e
espanhol, desenvolvida através de quatro passos: 1) busca simples de produções
científicas sobre as categorias principais deste estudo, usando os descritores lesões
esportivas e artes marciais e suas traduções correspondentes; 2) delimitação do
período de publicação entre 2001 a 2015; 3) análise preliminar da relevância do artigo
aos termos investigados; 4) estudo minucioso dos artigos analisando-se criticamente
a metodologia adotada e os resultados obtidos. Deste modo foi possível selecionar
um determinado número de artigos nos idiomas determinados.

2.3 ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos conteúdos foi realizada com o apoio do quadro operacional (LAVILLE
e DIONE, 1999), utilizando as ferramentas de unidades de significância e
reagrupamento temático. Deste modo, as apresentações descritivas, expondo as
características metodológicas e os resultados, e sintéticas, as quais resumem as
informações através do quadro-síntese, visam demonstrar o entendimento global dos
estudos, sem que aja negligência dos aspectos específicos de cada uma das
produções científicas investigadas.
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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 HISTÓRICO DAS ARTES MARCIAIS

O homem desde sua existência já exercia papel de caçador e de presa, devido


a isso, para sobreviver, ele precisava correr, saltar, escalar e até mesmo lutar. Durante
todo o tempo, o homem teve a necessidade de defender-se de predadores e até
mesmo de inimigos da mesma espécie, isso fez com que ele desenvolvesse diversos
gêneros de luta (MULLER; ETO, 2009).
É possível admitir que alguns desses gêneros de artes marciais chegaram à
China a partir do Tibet e da Índia segundo registros de 2000 A.C., migrando
posteriormente para o Japão, país que as aprimorou. Um grande número de sistemas
de luta se desenvolveu no Japão, dentre estes sistemas, havia dezenas de estilos e
centenas de sub-estilos diferentes (CARPEGGIANI et al, 2004). Segundo Gracie
(2008), alguns desses gêneros que se desenvolveram na Índia se deram por
intermédio dos monges budistas que não eram autorizados a usar armas, mas
precisavam se defender de invasores bárbaros e de saqueadores, concebendo um
sistema de defesa pessoal próprio com base na observação da natureza. Analisando
essas transformações, Fonteyn (1981) afirma que o surgimento dessas artes marciais
deu origem às outras, ressaltando que a grande parte dessas lutas é fruto da
observação e aprendizagem das técnicas de defesas dos animais.
A chegada de algumas destas manifestações para o Brasil, tem-se graças a
movimentos imigratórios “necessários” para a produção nas lavouras. Em 1895 o
Brasil e o Japão assinaram um acordo permitindo a imigração para fins de disposição
a mão de obra oriental, e com isso o Japão teria reduzido seu contingente
populacional. Os primeiros japoneses, após o acordo firmado passaram a chegar ao
Brasil pelos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, também dando início às suas
práticas tradicionais inicialmente no seio familiar, com a disseminação de artes
marciais como o Judô, o Karate e o Jujútsu (PIMENTA, 2008). A disseminação dessas
práticas, não somente no Brasil, mas em outros países, refere-se ao caráter militar
dado a algumas artes marciais, em especial, ao Judô e Karate, quando passou a fazer
parte do programa de treinamento dos militares, sobretudo dos americanos em solo
japonês. Além desse aspecto, o crescimento da indústria de entretenimento, com
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projeções de filmes, revistas e jornais com ênfases nas práticas de artes marciais de
origens orientais, favoreceu ainda mais a sua propagação (SAMPAIO, 2014).

3.1.1 Histórico e classificação das modalidades

O desenvolvimento de cada técnica varia de acordo com a região onde ela foi
inserida, segundo Muller e Eto (2009) essa ideia nos faz pensar que as características
iniciais de cada arte marcial estavam ligadas diretamente com os fenômenos naturais,
onde a evolução e os conceitos iniciais das técnicas marciais se fizeram por métodos
de investigação baseados na observação da natureza.
As lutas desportivas se caracterizam por utilizarem de uma gama infinita de
movimentos e técnicas de treino, sendo que para classificar as modalidades pode-se
usar uma série de critérios como os objetivos de um combate, tipo de contato entre
oponentes, suas ações motoras, distância entre oponentes e tipo de meta no
enfrentamento. Esses critérios de classificação unem as lutas desportivas pelo que
têm em comum, assim como as separam por suas diferenças (GOMES, 2010).
As Lutas podem ser divididas em “Esportes de Luta com agarre”, “Esportes de
Luta com golpes” e “Esportes de Luta com implementos” (ESPATERRO, 1999 apud
GOMES, 2010).
Na categoria de luta com agarre, o agarre seria uma ação básica que
representa os objetivos comuns entre as modalidades, tais como a derrubada, as
projeções e o controle no solo. Pode ser subdivida em decorrência da imposição inicial
do agarre ou da não imposição desses agarre, como também pela finalidade da luta,
que seria finalizar o combate ao projetar o oponente ao solo ou continuar a luta no
solo após a projeção. A categoria de luta com golpes é subdividida de acordo com o
tipo de golpe: apenas com os punhos, apenas com as pernas, ou mãos e pernas
conjuntamente. A terceira categoria é a que trata de luta com implementos, na qual o
objetivo é tocar o adversário com algum implemento, como a espada, por exemplo
(CASADO, 1999).
A origem do Karate data de mais de mil anos, quando o monge indiano Daruma
(Bodhidharma) viajou para a China com o intuito de pregar o budismo, e para trazer
mais adeptos a sua causa e pregar o fortalecimento do corpo e mente, se retirou para
as montanhas onde aprimorou técnicas de treinamento marcial com base na
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observação dos animais. Essas técnicas foram introduzidas no Japão por volta de
1320 com a chegada de imigrantes chineses, e junto com eles, monges budistas que
difundiram seus treinamentos e ensinamentos marciais. Gichin Funacochi foi o
principal responsável pela modernização dessas técnicas e deu origem a palavra
Karate-do (SOUZA et al, 2002). Hoje Karate é a arte marcial mais conhecida do
mundo, tendo como principal característica os golpes de impacto, não utilizando
nenhum tipo de arma, uma vez que a palavra “Karate-Do” significa caminho das mãos
vazias, em uma clara alusão aos princípios budistas (SOUZA et al, 2011). A dinâmica
de treinamento e competição se constituiu de bloqueios e uma gama de golpes,
através de socos e chutes executados ou em posições estáticas ou em movimento
em diversas posturas e bases. Os membros superiores e inferiores são afetados,
porém as regiões do tronco e da cabeça do adversário são as mais atingidas, podendo
provocar lesões e contusões nessas áreas (SOUZA; SILVA, 2011; ROSSI;
TIRAPEGUI, 2007).
O Taekwondo teve sua origem na Coréia por volta de 670 d.C. onde a mesma
era dividida em três reinos: Kogoryo, Baek e Silla, este o menor deles, que era
constantemente invadido e saqueado pelos seus vizinhos. Para defender Silla, foi
criado um grupo de guerreiros, formados por jovens militares, que eram treinados em
diversas formas de luta e manejo de armas, sistema conhecido na época como Subak,
e tinham grande disciplina física e mental (MARCON, 2008). Logo após a sua
popularização pelo país, passou a ser chamado de Taekyon, onde já não se fazia
mais o uso de armas, e que permaneceu por muitos anos. O nome Taekwondo só foi
criado em 1955, onde “Tae” significa saltar, golpear e bater com os pés, “Kwon”
significa técnicas utilizando o punho e “Do” seria o caminho, dando conteúdo espiritual
a essa modalidade. Está na mesma categoria que a do Karate, que seria a de luta
com golpe, porém o Taekwondo se diferencia pelo fato utilizar prioritariamente todas
as suas técnicas partindo da combinação de ataques e golpes de membros inferiores,
partindo em sua totalidade de chutes em projeções frontais, dorsais e laterais, que
configuram um importante mecanismo de lesões aos seus praticantes (KAZEMI et al.,
2005). Aliada a estas características, a necessidade do aprimoramento físico, técnico
e tático é essencial ao treinamento do Taekwondo e de lutas desportivas de alto
rendimento, onde podem contribuir a diminuição desequilíbrios físicos e biomecânicos
variados, assim como retrações musculares, entorses, contusões e outras lesões
desportivas (OLIVEIRA, 2010).
17

O Judô e o Jiu-jítsu estão na mesma categoria, a de lutas com agarre, onde


utilizam grande número de técnicas de projeções e controle de solo, com bases
filosofias de grande valor na formação do indivíduo (GOMES, 2010; CASADO, 1999).
Também tiveram as mesmas origens, segundo Carpeggiani (2004), quando o Dr.
Jigaro Kano, em 1880, fez uma análise das técnicas existentes nos diversos estilos
praticados no Japão até então, criando duas categorias de luta: uma centrada em
técnicas de queda e imobilização, que deu origem ao Judô, e outra categoria que foi
baseada em técnicas de golpear utilizando mãos e pés e também a combinação de
agarramentos e chaves para imobilização, com ênfase na defesa pessoal, que era
conhecido na época pela nomenclatura de Jujútsu.
O Jiu-jítsu foi introduzido no Brasil na época da I Guerra Mundial, pelo conde
japonês Maeda Koma, acolhido em Belém do Pará pelo brasileiro Gastão Gracie. Os
ensinamentos da arte marcial conhecida na época como Jujútsu foram passados ao
filho de Gastão, Carlos Gracie. Logo foi fundamentado não na força bruta, mas em
chaves, projeções, torções das articulações, estrangulamentos e no uso de alavancas,
técnicas que possibilitam imobilizar o adversário sem provocar danos físico, onde
Carlos Gracie deu a essa nova arte o nome de Jiu-jítsu. Este novo estilo foi,
inicialmente, difundido pelas lições dos faixas-preta da família Gracie, e a seguir pelos
novos graduados, tanto nacional como internacionalmente (GRACIE, 2008). Ide
(2005) afirma que devido às características das ações motoras no Jiu-Jítsu desportivo,
e pelo fato de constituir um esporte de contato, observa-se que os praticantes podem
estar constantemente sujeitos as lesões decorrentes dos golpes, como também dos
deslocamentos corporais dos atletas. Lesões essas que podem muitas vezes afastar
os praticantes dos treinamentos e das competições, por períodos de tempo
indeterminados.
O Judô foi criado aproveitando as técnicas do já existente Jujútsu,
acrescentando métodos próprios. De acordo com registros, o professor Jigoro Kano
criou o Judô para eliminar contusões, mantendo os valores positivos do jujútsu e
acrescentando outros como o respeito e a preservação do oponente (GOMES et al,
2007). Ainda segundo Gomes (2007), suas técnicas podem ser divididas em três tipos:
técnicas de projeção (nague-waza), de domínio (katame-waza) e de ataque a pontos
vitais (atemi-waza). Para o praticante de Judô, o esporte consiste em um
aperfeiçoamento físico e mental do indivíduo por meio de técnicas e exercícios
musculares, como tem-se muitas quedas, projeções rolamentos e pegadas, o
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aquecimento e o relaxamento da mente antes dos treinos e competições é


considerado muito importante para evitar estiramentos, torções ou lesões mais
graves, tais como uma lesão muscular ou óssea (STANLEI, 1986 apud SOARES,
2003). É necessário um condicionamento prévio não só dos músculos e articulações
como também da própria mente, através de técnicas de concentração e relaxamento,
pois uma boa interação entre corpo e mente irá permitir as melhores ações de ataque
e defesa, diminuindo assim chances de luxações, distensões e contusões (ALVIM,
1975 apud SOARES, 2003).

3.2 LESÕES DESPORTIVAS

O aumento da demanda de exercícios modernos e competitivos provocou o


aumento simultâneo no risco de lesões, causando preocupações tanto para os
praticantes de atividades físicas, quanto para treinadores e atletas de todas as esferas
de rendimento, pois interrompem o processo evolutivo de adaptações sistemáticas
impostas pelo treinamento (KATTUNEN, 2001 apud PASTRE, 2005).
De acordo com Conte (2002), embora exista grande apelo para realização de
atividade física visando à promoção da saúde, a população que faz ou pratica algum
tipo de exercício físico, seja no sentido competitivo ou recreativo, fica exposta aos
acidentes desta prática. Pode-se dizer que as lesões desportivas (LD) são decorrentes
devido ao resultado de exercícios realizados de maneira excessiva e de maneira
imprópria, sendo subestimadas a prevalência e incidência destes episódios devido à
ausência de notificação em todo o universo esportivo, seja na iniciação das
modalidades ou em altos níveis de performance (BENNELL; CROSSLEY, 1996 apud
PASTRE, 2005).
Alguns autores afirmam que em resultado de situações de treino ou de
competições desportivas, a LD pode ser caracterizada por qualquer sintoma de dor
ou afeção músculo esquelética suficiente para causar alterações e consequente
afastamento, impedindo o praticante de realizar a modalidade por um período mínimo
de um dia, após a ocorrência do evento traumático (MATA; BRITO, 2014 apud
KUJALA et al, 2003). Segundo Simões (2005), Williams (1992) afirma que não há
lesões desportivas, apenas lesões, algumas das quais ocorrem em consequência da
atividade desportiva. Alguns pesquisadores estudam não apenas os tipos de LD e as
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circunstâncias que envolvem sua ocorrência, mas também um modo de as diminuir e,


consequentemente, de melhorar o desempenho dos praticantes de atividade física
(SIMÕES, 2005). Aspectos tanto intrínsecos quanto extrínsecos do indivíduo podem
ser identificados como fatores de risco, classificação que lhes possibilita subdividi-las
em dois grupos. Os fatores intrínsecos são caracterizados pela idade, sexo, estatura,
composição corporal, nível de aptidão física, período de tratamento da lesão, questões
nutricionais e características psicológicas e sociais. Consideram-se extrínsecos o
planejamento, periodicidade e intensidade da atividade física, local onde será
realizada a atividade, condições atmosféricas e equipamentos (acessórios, calçados
e vestuário) a serem usados durante a execução, tipo de modalidade desportiva a
praticar, local de treino e instalações desportivas (RENSTROM, 1989 apud SIMÕES,
2005;).
Segundo Conte (2002), as lesões também podem ser divididas entre agudas e
crônicas. Nesse cenário, observa-se que muita atenção é dada às lesões agudas, que
seriam entorses, luxações e fraturas, porém um dos altos índices do total de lesões
desportivas são crônicas, que seriam resultado de excessos repetitivos ou incômodos
de longa data, como por exemplo, a tendinite, bursite e artrite. A recuperação destas
é em torno de 54% mais lenta do que nas imediatas. De fato, independentemente do
tipo, as lesões contribuem de maneira significativa para o afastamento, tanto de
iniciantes quanto de ativos regulares, da prática de atividade física (POLLOCK, 1991
apud CONTE, 2002).

3.2.1 Classificação das lesões

Conforme Simões (2005) existe uma classificação das lesões comumente


ocorridas durante a prática de atividade física, segundo os autores que as estudaram,
seriam elas: contusão, distensão, tendinite, entorse, fratura, luxação, subluxação,
abrasão, bolha e calo.
A contusão é uma lesão por trauma direto com amassamento dos tecidos
moles. Sua magnitude depende da força do impacto e do local acometido (VIEIRA
2001 apud SIMÕES, 2005).
Uma distensão se caracteriza com o alongamento tecidual excessivo, com
deformidade plástica do local. Ocorre no ponto mais frágil da unidade músculo-
20

tendínea no momento do trauma. Classificada segundo o nível de acometimento


tecidual: leve, moderada e grave (VIEIRA 2001 apud SIMÕES, 2005).
Tendinite é uma alteração degenerativa cujas sequelas produzem reações
inflamatórias agudas ou crônicas nos tecidos (VIEIRA 2001 apud SIMÕES, 2005).
A entorse acontece com o ato ou processo de torcer, girar ou rotar em torno de
um eixo no qual são lesados os ligamentos e a membrana intraóssea (VIEIRA 2001
apud SIMÕES, 2005).
Uma fratura ocorre quando à perda de continuidade de um osso (ruptura ou
quebra) causada por trauma, avulsão ou tração de um ligamento (DORLAND, 1999
apud SIMÕES, 2005).
Um trauma grave que se dá pela perda de contato entre a extremidade óssea
e a superfície articular caracterizam uma luxação. A subluxação nada mais é que uma
luxação incompleta ou parcial entre duas extremidades articulares ósseas (TABER,
2000; DORLAND, 1999 apud SIMÕES, 2005).
Uma abrasão acontece quando ocorre desgaste da pele por meio de algum
processo mecânico anormal (DORLAND, 1999 apud SIMÕES, 2005).
A bolha aparece como uma vesícula cheia de serosidade ou pus, provocada
por atrito ou pressão, na superfície da pele, palmar ou plantar (STEDMAN, 1996 apud
SIMÕES 2005).
O calo nada mais é que uma hiperplasia localizada da camada córnea da
epiderme em decorrência de pressão ou atrito. É doloroso pela pressão (DORLAND,
1999 apud SIMÕES, 2005).

3.3 LESÕES NAS ARTES MARCIAIS

Existe uma característica particular das modalidades desportivas de lutas em


comparação as demais modalidades no que se diz respeito ao risco e ocorrência de
lesões. Pode-se considerar que o risco na prática dessas modalidades pode ser maior
quando comparado a outras, pois o objetivo principal de suas técnicas é
fundamentado ou em vencer o oponente colocando-o em risco de lesões como nas
chaves e entorses, obrigando o mesmo a desistir do combate, ou leva-lo à
inconsciência, como na situação de nocaute, deixando o oponente fora de ação (IDE;
PADILHA, 2005). Alguns autores demonstram que um dos fatores determinantes para
21

ocorrência de lesões nas artes marciais seriam falha no uso de equipamento protetor,
falta de experiência do atleta, sexo masculino e participação em competições. Dizem
também ainda que a qualificação, a supervisão e a atitude dos treinadores e árbitros,
assim como a presença de um ambiente de treinamento ou competição seguros e
regulamentos rígidos em competições são fatores críticos na prevenção de lesões nas
artes marciais (CARPEGGIANI, 2004). Em atletas e praticantes de lutas desportivas,
as lesões crônicas se sobressaem das lesões agudas, e em muitos casos necessitam
de afastamento do treino por um determinado tempo, onde o praticante possa fazer
adequados tratamentos da lesão (TAMBORDEGUERI et al, 2011). Nesse caso as LD
também podem ser classificadas como sendo leve, onde o atleta se afasta do
treinamento por um período de 1 a 2 dias, moderada, onde o atleta permanece
afastado por um período de 2 a 4 semanas, e as consideradas graves ou severas, que
são aquelas em que o atleta se afasta do treinamento por um período maior do que 4
semanas (MACHADO et al, 2006).
Outros fatores que aumentam consideravelmente o risco de ocorrência dessas
lesões nas lutas, conforme Barroso (2011) explica, seriam o excesso de treinamento
e a falta de descanso adequado após o período de treinamento.
As modalidades de lutas desportivas se caracterizam também pelas condições
variáveis de competição e que exigem resistência específica. Nas modalidades o nível
desportivo da competição se dá pela existência de um conjunto de movimentos
motores complexos caracterizados pelo nível de desenvolvimento da capacidade de
aplicar esforços explosivos, possuindo uma adaptação às condições variáveis de
competição. Ao mesmo tempo, é necessário um alto nível de desenvolvimento da
capacidade de resistir à fadiga sem a diminuição da eficácia das ações técnicas,
táticas e dos métodos. (IDE, 2004).
Durante estudos realizados sobre a prática de lutas em competição, Carazatto,
Cabrita e Castropil (1996) observaram que quanto maior o nível de competição, maior
é o número de lesões. Essa relação pode vir a ocorrer devido à maior intensidade de
treinamentos para manter o nível, sendo que a maioria das ocorrências de lesões
acontece em períodos de treinamentos pré-campeonatos, pois os atletas de níveis
diferentes de peso ou não possuem grande competitividade mesmo sendo somente
em treinos, vindo logo em seguida acompanhado dos campeonatos (SENA, 2014).
Os atletas de alto nível se preocupam com as lesões que podem vir a se
ocasionar na alta intensidade e volume de treinos. Os membros inferiores e superiores
22

sofrem alta carga de intensidade podendo vir a acarretar em lesões do tipo tendinites,
luxações, fraturas, contusões e até em tratamentos cirúrgicos em alguns casos, como
nos treinamentos não há uma divisão de peso pode ocorrer de qualquer atleta treinar
com algum diferente do seu peso gerar um maior índice de lesão, situação comum
nas academias (SENA 2014).
Sendo assim, as lutas desportivas são caracterizadas por movimentos
inesperados, rápidos, repetitivos e de alta intensidade de esforço, submetendo a uma
intensa sobrecarga nas estruturas. Estes fatores associados ao grande número de
competições e intensidades dos treinamentos fazem com que aumente o número de
lesões (MACHADO, 2012; FRANCHINI, 2001).
23

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram feitas a análise de 16 estudos referentes as lesões nas modalidades


Karate, Taekwondo, Jiu-jitsu e Judô, sendo 4 estudos para cada modalidade. Com
isso foram preenchidas quatro tabelas, onde cada uma diz respeito a uma modalidade
de artes marciais contendo as informações metodológicas relevantes para este
estudo, onde foi feita uma média das informações sobre os artigos analisados, que
seriam o tamanho da amostra contendo a quantidade de praticantes que participaram
do estudo, taxa de lesão desportiva (LD) contendo informação da quantidade de
praticantes que apresentou lesão no referido estudo, locais acometidos contendo o
percentual dos locais anatômicos mais afetados e tipo de lesão mostrando o
percentual das mais comuns.

4.1 RESULTADOS

Tabela 1 – Comparações dos estudos publicados de 2006 a 2011 sobre lesões


desportivas em praticantes de Karate.
Autores e ano Tamanho Taxa de LD Locais acometidos Tipo de Lesão
da publicação da
amostra

DESTOMBE et 186 atletas 90% Rosto: 19,2%; Hematomas: 52%;


LD/atleta Mão/dedos: 13,2%; Entorses: 19%;
al, 2006
Antebraço: 9,6%; Lesões musculares: 7%;
Coxa: 8,4%; Fraturas: 7%.
Pé/dedos: 7,2%.
SOUZA et al, 53 atletas 88,6% Mãos/dedos: 15,5%; Sem especificação
2011 LD/atleta Pés/dedos: 12,8%;
Tornozelo: 9,5%.
MOURA et al, 31 atletas Sem MMII: 44,7%; Fraturas: 34,2%;
2011 especificação Tronco: 34,2%; Entorses: 15,7%;
MMSS: 21%, Contusões: 15,7;
Lesões musculares:
13,1%;
Tendinites: 13,1%.

OLIVEIRA et 102 atletas 77,5% Mãos/dedos: 38%; Fraturas: 38%;


al, 2011 LD/atleta Tornozelo: 22%; Entorses: 28%;
Ísquio-tibiais, Luxações: 24%
quadríceps e adutores: Distensão muscular:
17,7%. 17%.
Nariz: 10,8%
Fonte: Elaboração do autor, 2016.
24

A Tabela 1 mostra um total de 372 praticantes analisados, onde a média de


85,3% relatou ter sofrido alguma lesão decorrente do esporte. A região mais
acometida foi a dos membros inferiores (30,5%), com destaque para os tornozelos
(10,5%), coxas (8,7%) e pés (6,6%). Nos membros superiores o local com maior
incidência foram os dedos das mãos (22,2%). Também tiveram relatos de lesões na
região da cabeça, onde os locais com maior incidência foram o rosto (6,4%) e nariz
(3,6%).
Em relação ao tipo da lesão, as mais comuns foram as fraturas (26,4%), as
entorses (20,9%) e as distensões musculares (12,3%). Os hematomas também
apareceram em grande quantidade, com 17,3% dos casos, esse índice se dá pelas
características de combate do Karate, onde chutes e socos afetam as regiões do
tronco, cabeça, MMII e MMSS dos praticantes (SOUZA; SILVA, 2011; ROSSI;
TIRAPEGUI, 2007).
Segundo a literatura, os dedos das mãos ficam expostos durante o bloqueio
dos chutes, o que pode explicar a alta incidência de lesões nessa área, assim como
os pés, que ficam desprotegidos durante o chute podendo atingir regiões mais rígidas,
como cotovelos e antebraço, configurando uma lesão (DESTOMBE et al, 2006).
25

Tabela 2 - Comparações dos estudos publicados de 2004 a 2014 sobre lesões


desportivas em praticantes de Taekwondo.
Autores e ano da Tamanho Taxa de LD Locais acometidos Tipo de lesão
publicação da
amostra

OLIVEIRA, 2004 43 atletas 95,3% Pés: 16,2%; Contusões: 21%;


LD/atleta Joelho: 12,2%; Entorses: 10,9%;
Tornozelo: 12,2%; Lombalgias: 9,6%.
Coxa: 10,7%;
Mãos/dedos: 9,5%.
OLIVEIRA et al, 22 atletas 100% MMII: 82,1%; Musculares: 39,3%;
2010 LD/atleta MMSS: 12,5%; Articulares: 35,7%;
Tronco: 5,35%. Tendíneas: 17,9%;
Ósseas: 7,1%.
TAMBORINDEGUY 10 atletas 80% Pé: 24,1%; Distensão muscular:
et al, 2011 LD/atleta Coxa: 12,7%; 15,6%;
Joelho: 10,3%. Entorse: 12,5%;
Fratura: 12,5%.

MATA; BRITO, 52 atletas 58% MMII: 74,4%; Entorses: 23,5%;


2014 LD/atleta MMSS: 11,8%; Rupturas: 15,7%;
Tronco: 5,9%; Fraturas: 13,7%;
Cabeça: 2%. Distensões
musculares: 13,7%.
Fonte: Elaboração do autor, 2016.

Na Tabela 2 pode-se analisar que dos 127 praticantes dos estudos, 83,3%
relataram lesão decorrente da prática esportiva. A região mais acometida foi a dos
membros inferiores (63,7%), com destaque para os pés (20,1%), coxas (11,7%) e
joelhos (11,2%). Nos membros superiores o local com maior incidência foram os
dedos das mãos (9,5%).
Em relação ao tipo da lesão, as mais comuns foram as entorses com a
incidência 15,6% dos casos, também tiveram grande incidências as distensões
musculares com 9,7% e as fraturas com 8,7%. As contusões também se mostraram
comuns, tendo uma incidência de 7% nos artigos analisados.
Alguns autores afirmam que os impactos nos membros inferiores são
constantes pois são utilizados tanto no ataque como na defesa, sendo um importante
mecanismo de lesões aos praticantes nas regiões dos tornozelos, coxas e joelhos.
(KAZEMI et al, 2005).
26

Tabela 3 - Comparações dos estudos publicados de 2004 a 2012 sobre lesões


desportivas em praticantes de Jiu-jítsu.
Autores e ano Tamanho Taxa de LD Locais acometidos Tipo de lesão
da publicação da
amostra

CARPEGGIANI, 78 atletas 64,1% Joelho: 27%; Leves: 37,9%;


2004 LD/atleta Ombro:18%; Moderadas: 24%;
Lombar:10%; Graves: 37,9%.
Cotovelo: 9%.
MACHADO et 265 94,3% Joelho: 28,4%; Leves: 30%;
al, 2006 atletas LD/atleta Ombro: 15,6%; Moderadas: 29,5%;
Cotovelo: 10,4%; Graves: 39,5%.
Cabeça/cervical: 2,4%

SOUZA et al, 41 atletas 97,5 % Joelho: 16,3%; Sem especificação


2011 LD/atleta Ombro: 14,4%;
Orelha: 13,3%;
Tornozelo: 8,8%.

CORSO; 30 atletas 77,7% Ombro: 16,7%; Sem especificação


GRESS, 2012 LD/atleta Cotovelo: 10%;
Joelho, lombar e
punho: 6,7%;
Mãos/dedos,
tornozelos, orelhas:
3,3%.
Fonte: Elaboração do autor, 2016.

A Tabela 3 mostra que no total de 414 praticantes analisados, 83,4% relataram


lesão decorrente da prática do Jiu-jitsu. A região mais acometida foi a dos membros
inferiores (31,6%), com destaque para os joelhos (20%). Nos membros superiores os
locais com maior incidência foram os ombros (16,1%) e cotovelos (7,3%).
Em relação ao tipo da lesão, nenhum estudo analisado especificou as lesões
de acordo com a classificação de Simões (2005), mas sim de acordo com o tempo de
afastamento dos praticantes após terem sofrido as mesmas, sendo leves, moderadas
e graves (MACHADO et al, 2006). As lesões graves foram as mais acometidas na
modalidade, totalizando 38,7% dos casos, o que caracteriza um afastamento do
praticante por um período superior a 4 semanas dos treinamentos.
Segundo a literatura, o alto índice de lesões no joelho pode ser devido a fatores
como a extensão dessa articulação contra uma carga equivalente ao peso do lutador,
trauma repetido da face frontal do joelho contra o solo quando o atleta se encontra
sobre o oponente, hiperflexão da articulação quando se encontra na chamada guarda
do adversário, as manobras de estrangulamento como o triângulo, que utilizam o
27

joelho em flexão e rotação interna contra a força do oponente, e finalmente as chaves


de perna sofridas pelo praticante de jiu-jítsu (CARPEGGIANI, 2004).

Tabela 4 - Comparações dos estudos publicados de 2006 a 2009 sobre lesões


desportivas em praticantes de Judô.
Autores e ano Tamanho Taxa de LD Locais acometidos Tipo de lesão
da publicação da
amostra

BARSOTTINI 78 atletas 82% Joelho: 28%; Leves: 10%;


et al, 2006 LD/atleta Ombro: 16%; Moderadas: 9%;
Dedos/mãos: 12%; Graves: 69%.
Dedos dos pés: 10%.

SOUZA et al, 93 atletas 69,9% Joelhos: 26,3% Entorses: 26,3%;


2006 LD/atleta (6,3% ligamentares); Contusões: 15,4%;
Ombros: 21,8% Distensões: 14,5%;
(5,4% deslocamentos); Lesão ligamentar:
Dedos/mãos: 17,2% 12,7%.
(2,7% deslocamentos);
Tornozelo: 10%
(6,3% torsões).

OLIVEIRA; 35 atletas 91,4% Ombros: 36%; Contusões: 26,3%;


PEREIRA, LD/atleta Joelhos: 32%; Entorses: 17,5%;
2008 Dedos/mãos: 22%; Lesões musculares:
Outras áreas: 10%. 17,5%;
Fraturas: 15,7%;
Tendinites: 14,4%;
Luxações: 8,7%.

CARVALHO et 39 atletas Sem Ombros: 28,9%; Contusão: 25,7%;


al, 2009 especificação Tornozelos: 23,7%; Entorses: 23,7%;
Joelhos: 22,7%; Luxações: 21,6%;
Cotovelos: 8,7%; Distensões: 12,3%;
Dedos/mãos: 6,2%; Fraturas: 9,2%;
Rupturas: 7,2%.
Fonte: Elaboração do autor, 2016.

Na Tabela 4 pode-se analisar que dos 245 praticantes dos estudos, 81,1%
relatou alguma lesão decorrente da prática na modalidade. A região mais acometida
foi a dos membros superiores (40%), com destaque para os ombros (27,2%) e dedos
das mãos (14,3%). Nos membros inferiores o local com maior destaque de incidência
foram os joelhos (25,6%).
Em relação ao tipo da lesão, as duas que mais se destacaram foram as
entorses e as contusões, com as médias de 22,5% e 22,4% respectivamente. As
28

luxações também se mostraram bastante incidentes, aparecendo em 10,1% dos


casos seguidas das fraturas com 8,3%.
Segundo a literatura, é possível afirmar que a alta incidência que acomete a
região do ombro se dá em cunho competitivo, onde os atletas têm assumido uma
postura de risco durante a queda, atingindo o solo lateralmente a fim de evitar o golpe
perfeito, o ippon, no qual o judoca vencido atinge o solo com a totalidade de suas
costas, com isso acometendo a articulação dos ombros (BARSOTTINI et al, 2006).

4.2 DISCUSSÃO

O total das amostras foi de 1.158 praticantes de artes marciais das modalidades
relevantes para o estudo, onde a média de 83,2% desses relatou algum caso de lesão
decorrente da prática esportiva. A região anatômica mais acometida em todos os
estudos foi a dos membros inferiores com a média de 41% dos relatos, contra 24,1%
dos membros superiores.
Os locais anatômicos com a maior incidência se diferenciam entre as
modalidades graças as suas características, onde os Esporte de Lutas com agarre e
o Esporte de Lutas com golpes (ESPATERRO, 1999 apud GOMES, 2010)
apresentaram diferenças em seus locais.
Segundo a literatura, o Karate e o Taekwondo estão na categoria de lutas com
golpes, que pode ser subdividida de acordo com o tipo de golpe (CASADO, 1999),
sendo que o Karate constitui suas técnicas em bloqueios e uma gama de golpes,
através de socos e chutes executados ou em posições estáticas ou em movimento
em diversas posturas e bases (SOUZA; SILVA, 2011). Os membros superiores e
inferiores são afetados, assim como as regiões do tronco e da cabeça do adversário
que também são atingidas, podendo provocar lesões e contusões nessas áreas
(ROSSI; TIRAPEGUI, 2007).
Já o Taekwondo baseia as suas técnicas partindo da combinação de ataques
e golpes de membros inferiores, sendo em sua totalidade de chutes em projeções
frontais, dorsais, laterais, curtos, longos e baixos (BURKE et al, 2003). Essas técnicas
configuram um importante mecanismo de lesões aos seus praticantes, já que o
praticante sofre impactos repetitivos principalmente nas articulações dos membros
inferiores (KAZEMI et al, 2006).
29

Nos estudos analisados as subdivisões na categoria de lutas com golpes


mostram diferenças de acordo com a região anatômica mais afetadas, onde o Karate
mostrou maior incidência nos dedos das mãos com a média de 22,2%, contra apenas
4,7% mostrada no Taekwondo, sendo que neste último a maior incidência foram de
lesões na parte do dorso dos pés, com 20,1% dos relatos contra 6,6% do Karate.
Entretanto, as duas modalidades mostraram uma alta incidência de lesões nas coxas,
com a média de 10,2% e também nos tornozelos com 8,3% em média, mostrando que
as características comuns entre as modalidades que envolvem os membros inferiores
têm influência nos locais das LD.
Segundo a literatura, o Jiu-jítsu foi fundamentado em chaves, torções das
articulações, estrangulamentos, controle de solo e no uso de alavancas, técnicas que
possibilitam imobilizar o adversário e colocá-lo em risco de lesões, obrigando o mesmo
a desistir do combate (GRACIE, 2008). Devido as características das ações motoras,
observa-se que os praticantes estão constantemente sujeitos as lesões decorrentes
dos golpes, que podem muitas vezes afastar os praticantes dos treinamentos e das
competições, por períodos de tempo indeterminados (GRACIE, 2008; IDE; PADILHA,
2004).
No caso do Judô, a literatura o define como uma arte que baseia suas técnicas
nas projeções, domínio, quedas e pegadas (BARSOTTINI et al, 2006), o que
desenvolvem no praticante algumas características como equilíbrio, agilidade, força
estática de membros superiores e explosão de membros inferiores, assim como
capacidade aeróbica e anaeróbica (CARAZZATO et al,1996). Graças as suas
características e a quantidade crescente de competições, o Judô apresenta um
considerável risco para ocorrência de lesões (GOMES et al, 2007).
Ambos estão na categoria de luta com agarre, onde os objetivos e técnicas das
modalidades apresentam características em comum, tais como as derrubadas,
projeções, alavancas, estrangulamentos e torções das articulações, técnicas que
possibilitam imobilizar o adversário e colocá-lo em risco de lesões (CASADO, 1999).
Estas relações mostraram comum prevalência de LD na região do joelho, com a média
de 23,4% dos relatos, seguidos dos ombros com 20,8%. Porém as diferenças técnicas
das modalidades também exercem influência em relação a outros locais também
afetados, onde o Jiu-jitsu mostrou uma alta incidência de lesões nos cotovelos, com a
média de 7,3% dos relatos contra apenas 1,5% mostrada no Judô, sendo que nesse
último houve uma grande incidência na região dos dedos das mãos e tornozelos, com
30

14,3% e 8,4% de média respectivamente, contra 1% e 2,2% dos casos relatados no


Jiu-jitsu.
Alguns locais anatômicos apareceram em comum em todas as modalidades
estudadas, com destaque para os joelhos com média de 14,2% nas modalidades,
seguido dos dedos das mãos com 11,7% e tornozelos com 7%.
Em relação ao tipo de lesão, as modalidades apresentaram em comum uma
alta incidência em quatro tipos de LD, onde a mais destacada foram as entorses, com
média de 19,6% dos estudos analisados, seguida das fraturas com 14,4% de
incidência, sendo que nessa última a região dos dedos das mãos e dos pés foram os
mais acometidos. As distensões apresentaram 12,2% de média, tendo valor
aproximado das contusões, com a incidência de 11,5%. Alguns estudos não
especificaram as lesões de acordo com a classificação de Vieira (2001) e Simões
(2005), mas sim de acordo com o tempo de afastamento dos praticantes após terem
sofrido as mesmas, sendo classificadas como leves, moderadas e graves (MACHADO
et al, 2006). As modalidades que apresentaram esses dados sobre lesão foram o Jiu-
jítsu e o Judô, mostrando que a maior incidência seria das lesões graves,
caracterizando incríveis 48,8% dos praticantes acometidos, onde os mesmos
permanecem afastados da prática das atividades esportivas por um período superior
a 4 semanas.
Os estudos analisados não especificaram as lesões de acordo com as causas
das mesmas, porém a maioria dos estudos foi feita durante o período de treinamento
pré-competitivo, mostrando que a maior incidência de lesões se dá durante os treinos
que antecedem os campeonatos, onde, segundo Sena (2014), essa relação pode vir
a ocorrer devido à maior intensidade de treinamentos para manter o nível,
treinamentos esses muitas vezes feitos com adversários de diferentes níveis de peso,
vindo logo em seguida acompanhado dos campeonatos. Outro fator relatado na
literatura seria um fenômeno caracterizado pelo excesso de treinamento, o qual é
conhecido como overtraining, onde apresenta entre seus vários sintomas o aumento
da incidência de lesões. Além disso, o overtraining é responsável pela diminuição do
desempenho levando a erros de execução nas técnicas de ataque e defesa,
facilitando a ocorrência de lesões durante a luta (CARVALHO et al, 2009).
31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nota-se que o índice de lesões relacionadas as artes marciais são frequentes,


principalmente as lesões musculoesqueléticas nos membros inferiores. As
circunstâncias que evolvem a ocorrência dessas lesões se dão em sua maioria
durante o período de treinamento, acontecendo principalmente quando houve
participação de um adversário mais pesado, ocorrendo também um fenômeno
chamado overtrainig, que seria o excesso de treinamento, facilitando assim a
ocorrência de lesões.
Após feita a revisão de literatura através da análise dos artigos, conclui-se que
a localização anatômica mais acometida nos membros inferiores foram os joelhos,
onde aparece em comum tendo uma incidência relativamente alta em três das quatro
modalidades, já nos membros superiores os dedos das mãos foram os mais
acometidos, com relatos nas quatro modalidades estudadas.
Nota-se também que as lesões mais comuns diferem de acordo com as
modalidades, mostrando diferenças de acordo com a região anatômica mais afetadas,
sendo no Karate os dedos das mãos, no Taekwondo a parte do dorso dos pés, no Jiu-
jítsu os joelhos e no Judô nos ombros.
O tipo de lesão desportiva mais incidente mostrado foram as entorses, as
fraturas e as distensões, sendo apontados com elevada ocorrência em todas as quatro
modalidades.
Esse estudo permite maior conhecimento sobre as modalidades esportivas das
artes marciais quando relacionado as suas lesões e circunstância que envolvem as
mesmas, podendo auxiliar os profissionais na prescrição e prevenção durante os
treinamentos. Verificou-se também que os estudos sobre essa área atingiram seu
ápice na década de 2010, mostrando ser um tema atual, o que leva a crer que mais
estudos comparativos entre as modalidades marciais são necessários para maior
desenvolvimento dos conhecimentos na área.
32

REFERÊNCIAS

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