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EXCELENTÍSSIMO (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA FORO SAO JOSE DOS

PINHAIS
xxx, menor absolutamente incapaz, aqui representado por seu genitor, xx com CPF xx
ainda, xxx com xx, também xx, com RG xx tendo a família sua residência e domicilio a
xxx nesta comarca, por meio de seu procurador infra-assinado, mandato anexo, vem,
respeitosamente, à presença de V. Exa. Propor a presente
AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS CAUSADOS POR
ACIDENTE EM ESTABELECIMENTO COMERCIAL
Nos termos dos artigos 14 do Có digo de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078 de
11/09/1990), bem como Lei Nº 8.069/90 ECA, Código Civil e artigo 5º, incisos da
Constituição Federal, em face de:
xxx com xx; proprietá ria do edifício denominado CLÍNICA xx, (sem registro pessoa
jurídica) com endereço xxx, com endereço Rua xx
xxx Construçõ es xx LTDA, com CNPJ xxx/0001-03 com endereço, xxx 20 Jardim xx
xxSP CEP xx-795;
Prefeitura Municipal De Garça, na pessoa de seu Ilustríssimo Prefeito Municipal Jose
Alcides Faneco com endereço ao Paço Municipal, praça Hilmar Machado Centro.
Pelos fatos e fundamento de direitos abaixo descritos.
PRELIMINARES

DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
A REQUERENTE menor impú bere, encontra-se hoje com 3 anos de idade, sendo pois,
criança, e assim deferido pelo ordenamento jurídico pá trio e, proteçã o prioritá ria pelo
estado de seus Direitos de acordo com artigo 227 da CF cc 4º do ECA.
Assim pede a tramitaçã o do presente feito com prioridade.
DO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA:
Requer, inicialmente, a requerente os benefícios da justiça gratuita, em razã o de nã o
possuir recursos para arcar com as custas do processo, mormente as recursais, caso
necessá rio, sem prejuízo de seu pró prio sustento e de sua família.
Do litisconsorte necessário pela prestação de serviço inadequado.
O artigo 7º, § ú nico do CDC prevê que “Tendo mais de um autor a ofensa, todos
responderão solidariamente pela reparaçã o dos danos previstos nas normas de
consumo.”
Já os artigos 12, 43 e 14 do mesmo diploma dizem:
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o
importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparaçã o
dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricaçã o,
construçã o, montagem, fó rmulas, manipulaçã o, apresentaçã o ou acondicionamento de
seus produtos, bem como por informaçõ es insuficientes ou inadequadas sobre sua
utilização e riscos.
PARÁGRAFO ÚNICO – A responsabilidade civil pelos serviços de projeto, cálculo
e especificações cabe a seus autores e responsáveis técnicos, e pela execução
das obras, aos profissionais que as construírem.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.
ARTIGO 43 – Nenhuma construçã o, reconstruçã o ou reforma de prédio, qualquer que
seja o fim a que se destine, poderá ser autorizada ou iniciada, sem projetos e
especificaçõ es previamente aprovados pela autoridade sanitá ria estadual competente

DOS FATOS
No dia 23 de março de 2014, xxsua esposa e suas filhas foram a xxx
A clínica estava em reforma e havia um fosso onde seria instalado futuramente um
elevador.
A clínica estava em reforma e havia um fosso onde seria instalado futuramente um
elevador.
A obra nã o estava sinalizada.
Era uma obra irregular.
Não tinha um profissional responsável pela execução.
Nã o havia um tapume impedindo o acesso, conforme niorma da ABNT vigente.
Os pais entraram para consulta enquanto as menores ficaram com sua cuidadora, ao
saírem do consultó rio, ainda dentro da clínica, XXX correu na direçã o de seu pai.
Este conversando com uma das testemunhas do evento foi surpreendido com um
barulho e ao procurar a causa deu por falta de sua filha, a menor caiu no mencionado
fosso, perdendo os sentidos.
Desesperado o pai sem o conhecimento técnico adequado, começou a fazer respiraçã o
artificial (Boca a boca).
Diante dos fatos ocorridos com a menor, foi chamada a unidade de resgate, mas no
desespero o pai pegou sua filha e levou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) desta
comarca.
Diante dos fatos ocorridos foi registrado o BO criminal para apuraçã o de lesã o
corporal.
Do inquérito policial resultou açã o penal para se apurar as responsabilidades do ato.
Juntado aos autos do processo crime as folhas 43 consta a ficha de atendimento da
requerente menor e nota-se que no DIAGNOSTICO FINAL, o médico que a atendeu
viu a possibilidade de um TCE (trauma crânio encefálico).
O médico XXX CRM-SP1XXX72 entendeu por bem, como descrito no verso da referida
folha encaminha-la a Santa Casa de Marilia onde ficou em observaçã o por 12 horas e
recomendado o acompanhamento da menor por seis meses.
O acompanhamento foi feito pela neuropediatra da Cínica XX conforme folhas 77 do
Processo XXX.0201 pela Dra. XX Silva.
Sobre o local do acidente ficou comprovado nos autos do processo criminal, nas
palavras do MP, nas folhas 100 que:
“As testemunhas ouvidas às fls. 11/12, 13/14, 18/19 e 59/60 confirmam que no
local realmente não havia sinalização de perigo.”
“Os elementos produzidos realmente dão conta de que no local havia um fosso,
onde seria instalado um elevador, sem qualquer sinalização e perigo. Este fato foi
confirmado por todas as testemunhas ouvidas.”
“Assim, houve ato omisso consistente, na negligência da proprietária da
proprietária da XXX e não sinalizar devidamente o local com placa de perigo.”
Portanto, diante das conclusõ es penais restou comprovada culpa e omissã o no caso ali
em apresso.

DA IRREGULARIDADE CADASTRAL.
No intuito de limitar as responsabilidade os defensores constituídos nos autos
buscaram saber sobre a regularidade da clínica junto aos ó rgã o competentes e nã o
encontraram a pessoa jurídica em nenhuma esfera governamental, seja federal,
estadual ou municipal.
Na esfera municipal todos os requeridos tem alvará s de funcionamento de
estabelecimentos relacionados a á rea da saú de com endereço ao prédio onde se
efetuou o sinistro porem a clínica não está registrada junto ao Cadastro Nacional
de Estabelecimento de Saúde, descumprindo normativa do Ministério da Saúde.

DA IRREGULARIDADE DA OBRA.
Prescreve o Có digo de obras vigente no Municipio de XX:
ARTIGO 4º - Para execuçã o de toda e qualquer obra, construçã o, reforma ou
ampliaçã o, será necessá rio alvará expedido pela Prefeitura.
ARTIGO 43 – Nenhuma construção, reconstrução ou reforma de prédio,
qualquer que seja o fim a que se destine, poderá ser autorizada ou iniciada, sem
projetos e especificações previamente aprovados pela autoridade sanitária
estadual competente.
Tal lei foi ignorado pelos réus, a realizar a obra deveriam ter obtido junto à
prefeitura alvará para tal, como demonstram os documentos obtidos junto as
secretarias municipais, tais obras nã o só nã o foram notificadas como também ainda
nã o contam como existentes junto ao ó rgã o responsá vel.
Assim passiveis de serem responsabilizados conforme as disposiçõ es consumeristas
ante a inercia e irregularidades frente ao có digo de obras do município CREA-SP.

DA FALTA DE RESPONSÁVEL TÉCNICO


Para se obter ainda informaçõ es o CREA/SP foi notificado no sentido de se estabelecer
a responsabilidade técnica da obra.
Foi oficiado por documento juntado a este processo pelo Ó rgã o incitado que nã o havia
registros de profissionais prestando serviços junto aquela clínica.
Nã o havia sido expedido nenhum ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA
(ART). Documento hábil a identificar o responsável pela edificação em
construção.

DA TRANSAÇÃO PENAL e a DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO;


O instituto da Transaçã o Penal inserido na sistemá tica do JECC, por constataçã o da
leitura da Jurisprudência pá tria nã o se confunde com a Responsabilidade Civil.
Dado isso há duas vertentenses:
A transação penal não se presta a reconhecimento de culpa na esfera civil, mas
também não isenta o réu de sua Responsabilidade.
O Brasil prevê entre seus princípios fundamentais em seu artigo 5º “a razoá vel
duraçã o do processo”, além do principio da economia profissional.
O Professor Benedito Cerezzo Pereira Filho, entende tal principio, da duraçã o razoá vel
do processo em duas vertentes.
A primeira seria no caso aplicá vel a da Ré, hora em questã o, sua expectativa na lide
terminou na Transação.
No entanto o dilema da Família peticionaria se estende desde o advento do sinistro,
primeiro na esfera penal, que apesar de se ter obtido o resultado positivo aos olhos da
Lei, a família continua a clamar pela sua parte da resposta. A Sociedade esta
satisfeita.
Mas nã o foi a sociedade que caiu no fosso de um elevador por negligencia dos
requeridos foi uma criança de 1 ano, e a família ainda nã o tem seu senso de justiça
satisfeito.
Se pelo lado da ré o processo teve o principio da duraçã o razoá vel do processo
atendido isso nã o se aplica a família requerente, que ainda nã o teve reparado os males
a ela causados.
Assim evoca-se o principio da economia processual para que a lide se enquadre
dentro do principio constitucional da razoá vel duraçã o do processo também as
vitimas.
Interessante notar que dos autos do processo penal esta inserido o Boletim de
Ocorrência, onde a co-ré Magda afirma que o Ora autor tentou a composição da
reparação cível mas a conselho de seus defensores foi orientada a ignorar tais
pedidos, demonstrando o descaso pelo ocorrido.

DO DIREITO
Ficou evidente, que através de seus atos, dos REQUERIDOS não cumpriram com
dever de zelar pela segurança e integridade daqueles que se encontram no
interior do estabelecimento.
Tanto a Clínica, quanto a Construtora foram omissas no dever da sinalizaçã o, no dever
de impedir o acesso ao fosso, prever ocasos como ocorridos.
A clínica oferece serviços de vá rios profissionais inclusive com atendimento voltado a
crianças, idosos, e cuida-se que o elevador era para acessibilidade de pessoas com tais
necessidades.
Ao descuidar da obra, ou nã o tomar as providencias necessá rias para que a
construtora também tomasse, foi ato de irresponsabilidade e causa direta do acidente.
Cabia a todas as requeridas criarem obstá culos para que nã o ocorressem acidentes e
ficou evidenciado que nem a clínica e nem a construtora tomaram as precauçõ es
necessá rias.
Assim enquadra-se nos termos dos artigos enunciados ao prefacio, devem ser
responsabilizadas pelos danos sofridos pelos requerentes, nos termos dos artigos 12,
14 além do artigo 17 do Có digo de Defesa do Consumidor (Lei 8.078 de 11/09/1990),
que dizem acima prescritos.
"Art. 17. Para os efeitos desta Seçã o, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas
do evento."
Nesse sentido, manifesta-se a jurisprudência:
“Voto n. 11175.
Apelação cível nº 0024005-17.2013.8.26.0007.
Comarca: São Paulo.
Apelantes e reciprocamente apelados: Arthur Lundgren Tecidos S/A
Casas Pernambucanas e Odete Maria Fernandes.
Juiz prolator da sentença: Antônio Marcelo Cunzolo Rimola.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. ACIDENTE EM ESTABELECIMENTO
COMERCIAL. Controvérsia quanto à causa da queda. Ônus da ré, fornecedora de serviços,
de demonstrar sua versão dos fatos (art. 6º, VIII, CDC). Alegações da autora que não
foram infirmadas por qualquer elemento de prova. Queda em decorrência de choque
com a porta automática de acesso à loja que apresentou defeito, vindo a autora a
fraturar o pulso. Defeito do serviço. Responsabilidade objetiva, nos termos do art. 14 do
CDC. Situação vivenciada que gera dano moral indenizável. Quantum bem fixado em
R$10.000,00 e em consonância com precedentes desta C. Câmara para casos análogos.
Danos materiais. Nexo de causalidade satisfeito. Despesas médicas para tratamento
ortopédico e fisioterápico devidas. Lucros cessantes em razão do afastamento do ofício
de cabeleireira igualmente devidos, a serem apurados em liquidação de sentença.
Recurso da ré desprovido, provido em parte o da autora.”
Restando comprovada a responsabilidade dos danos pelo REQUERIDO, passemos à
comprovaçã o do mesmo sofrido pela REQUERENTE.
O Dano Moral é um reflexo de lesã o sofrida na esfera extrapatrimonial com objetivo de
uma satisfaçã o compensató ria pelo dano sofrido atenuando, em parte, as
consequências da lesã o.
Assim diante das circunstâ ncias evidenciadas anteriormente, é perfeitamente
entendido que a família REQUERENTE sofreu um dano moral, pois ficou viu sua filha
de um ano cair em um fosso de elevador por negligencia da requerida.
Tendo o tratamento em razã o da queda se estendido a pai, mã e, e a criança vitima por
mais de 6 meses.
A criança ainda requer cuidados especiais e a época impediu por período breve, mas
impediu a família de exercer suas atividades rotineiras.
Em relaçã o ao dano efetivamente causado, podemos recorrer à legislaçã o pá tria, afim
de embasar a causa de pedir, no tocante ao dano moral na presente açã o, tendo em
vista o artigo 5º, incisos V e X, da Constituiçã o Federal, que dispõ em:
"Art. 5º...
V - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;
Já o Có digo de Defesa do Consumidor também tutela a vitima da relaçã o de consumo,
com a justa reparaçã o dos danos morais e patrimoniais causados pela má prestaçã o de
serviço, como se pode constatar pelos artigos já mencionados.
Ainda seguindo elo mesmo caminho de proteçã o do consumidor, o CDC deixa claro,
que o fornecedor do serviço responderá pelos danos causados pela má prestaçã o do
mesmo, podendo-se inferir que os danos morais daí provenientes, também serã o
dignos de reparaçã o.
Indecliná vel também o Có digo Civil acolhe de forma mais enfá tica e clara a
possibilidade de reparaçã o dos danos causados a alguém averiguado artigo 186, 187,
e 927.
O princípio do livre convencimento motivado do juiz (art. 131 do CPC) estende ao
magistrado livre apreciaçã o das provas, devendo, porém, dar as razõ es de seu
convencimento.
Mesmo em relaçõ es abrangidas pelo CDC, devem existir ao menos indícios dos danos
alegados, pois a inversã o do ô nus da prova nã o pode atingir extremos de que simples
alegaçõ es do interessado sejam o bastante para configuraçã o dos mesmos.
Os requeridos sã o civilmente responsá veis, pela queda da criança, ocorrida no interior
da clinica, causando-lhe lesõ es.
Era dever tomar as providencias devidas para garantir a segurança e incolumidade
física dos usuá rios dos serviços prestados. Surgindo aí o dever de indenizar.
A responsabilidade por fato decorrente do serviço é objetiva, nos termos do art. 14 do
CDC; e a vítima, em tal hipó tese, é equiparada ao consumidor nos termos do art. 17 do
mesmo diploma consumerista.
Desta feita, nã o restam dú vidas quanto a necessá ria responsabilizaçã o dos
REQUERIDOS, para frente ao que impõ e a lei em especial a proteçã o integral da
criança como dever, além dos ditames constitucionais e consumeristas, sejam
reparados os danos causados.

DOS PEDIDOS
Pelo exposto, REQUER:
Preliminarmente pelo principio da duraçã o razoá vel do processo e da economia
processual que as provas colhidas nos autos do Processo XXX0201, sejam anexadas a
estes autos como meio de se comprovar também a responsabilidade civil dos
requeridos.
Ainda:
I - A citaçã o do REQUERIDOS aos endereços enunciados nas qualificaçõ es XXXivel para
defesa, sob pena de serem reputados como verdadeiros os fatos ora alegados, nos
termos do art. 285 e 319 do Có digo de Processo Civil;
II - Seja a presente açã o julgada procedente, determinando-se o pagamento, pelas
Empresas REQUERIDAS, de indenizaçã o para a reparaçã o dos danos morais e
materiais sofridos pelos REQUERENTES no valor arbitrado pro esta corte.
III - Sejam as REQUERIDAS condenada a pagarem as despesas e custas processuais,
bem como honorá rios advocatícios no montante de 20%;
IV - Requer-se a PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃ O, já que a REQUERENTE é afeta ao
Estatuto da Criança do Adolescente e, portanto, detentora do direito de ver sua
demanda processada e julgada com prioridade de tramitaçã o.
V - Requer, os benefícios da justiça gratuita, em razã o da requerente nã o possuir
recursos para arcar com as custas do processo, mormente as recursais, caso
necessá rio, sem prejuízo de seu pró prio sustento e de sua família, conforme a lei
1060/50. VI - Pretende provar o alegado mediante prova documental, em especial a
juntada de copia dos autor do processo acima arrolado, ainda, testemunhal e demais
meios de provas em Direito admitidos, nos termos do art. 332 do Có digo de Processo
Civil.
VII - Dá -se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais);
Termos em que, Pede e aguarda deferimento.
XXXXX

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