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O INÍCIO DA ARTE- COMO

DEFINIR ARTE, OBJETIVISMO E


SUBJETIVISMO DA ARTE.

VS

Porque é que parece consensual que não


podemos comparar estas duas séries? Que critérios nos
impedem de fazer tais comparações?

Problema da Dimensão Estética da Filoso a

Devemos, primeiro de nir a palavra “Estética” que da forma e tema


ao problema proposto.

Estética:
Avalia a natureza e fundamento dos juízos estéticos, ou seja, se podem ser
verdadeiros ou falsos com base em critérios especí cos, ou se tê correspondência com
algo que existe concretamente no mundo;
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EXPERIÊNCIA:
Tudo o que o sujeito pensa, sente ou percepciona na sua relação com o
mundo e consigo próprio; contacto do “eu” com as coisas em geral. Pode ser sensível,
intelectual, moral, religiosa, amorosa, estética, etc.

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA CORRESPONDE A….


-Contemplar os seres e as coisas da natureza;
-Contemplar uma obra de arte;
-Processo de criação artística;

ELEMENTOS DA EXPERIÊNCIA ESTÉTICA:

Artista; Espetador; Obra de arte; Natureza; Emoção Estética (resulta de contemplação);


Processo de Criação Artística; Contexto Cultural.

A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA Tem Valores Estéticos que orientam a nossa experiência

Beleza,Fealdade; Graciosidade; Harmonia;Desarmonia; Expressividade; Originalidade;


Vivacidade;

É Extremamente difícil dar uma de nição explícita dos valores Estéticos

Os valores estéticos não têm só que ver com a beleza;

O que dá valor aos VALORES ESTÉTICOS?

Os JUÍZOS ESTÉTICOS atribuem um valor estético a um objeto;

E.g: “Este livro é incrível” ou “A mona lisa é bela”

Estética

Questiona se juízos estéticos podem ser verdadeiros ou falsos, e se o forem, qual é a


justi cação;

Remete para a questão da natureza dos valores, para o problema dos valores, para o
problema saber se esses valores se podem encontrar nos objetos a que os juízos se
referem;
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SUBJETIVO OBJETIVO

Subjetivismo Estético: As Objetivismo Estético: Os juízos


propriedades de valor não fazem estéticos são verdadeiros e falsos;
parte da realidade do mundo dos
factos
Segundo o Objetivismo
Estético…
Segundo o Subjetivismo
Estético… - O belo não depende dos gostos
ou dos sentimentos pessoais;
- O belo depende dos gostos,
preferências e sentimentos pessoais; -O juízo segundo o qual algo é belo
baseia-se em características ou
- O juízo segundo o qual algo é belo propriedades dos objetos;
decorre exclusivamente da
sensibilidade do sujeito perante um - Existem critérios objetivos que
determinado objeto; permitem dizer que algo é belo;

- Só os critérios subjetivos é que - A beleza está presente nas


permitem dizer que algo é belo; próprias coisas;

- O juízo relativo ao belo é subjetivo;


Portanto, mesmo que
ninguém consiga apreciar as
sinfonias de Beethoven, elas são
objetivamente belas e harmônicas.

Há diferentes ramos da Estética:


Estética da Natureza

Aborda a nossa relação estética com entidades como pessoas, animais ou paisagens;

Filoso a da Arte (ramo mais desenvolvido da estética)

Problema da de nição da arte: A nal, o que é a arte? Para resolver este problema
precisamos de identi car um conjunto de características que todos os objetos de arte possuam.

É preciso encontrar um
conjunto de características Como se dedicam a
que todas as obras de arte encontrar a essência
Para resolver o da arte, estas teorias
(e só as obras de arte)
problema da arte temos tem em comum; são..
de encontrar uma
de nição explícita de
arte.

Teorias Essencialistas
da Arte
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Nunca conseguiremos
Em vez de nos focarmos nas propriedades intrínsecas estabelecer um conjunto
dos objetos artísticos, devemos focar-nos de propriedades
nos seus aspetos relacionais, processuais intrínsecas que só as
e contextuais obras de arte possuem.

Como sustentam que não existe uma essência comum a toda


a arte, estas teorias são…

Teorias Não
Essencialistas da Arte

Teorias Essencialistas da Arte

Teoria Representacionista; Teoria Expressivista; Teoria Formalista

Teorias Não Essencialistas da Arte

Teoria Institucional; Teoria Historicista;


Teoria Representacionista

Teoria Mimética Teoria Representacionista

Teoria Mimética
(Proposta por Platão e Aristóteles)

O tipo de representação envolvido na produção artística consiste na imitação da


natureza, imitação de objetos físicos e de comportamentos humanos;

Vantagens da Teoria Mimética:

- Apresenta um critério rigoroso e objetivo que nos permite aferir e comparar as


obras de arte. A qualidade da obra em causa dependerá da qualidade da
imitação.

- Grande parte das produções artísticas recorrem à imitação, independentemente


de estarmos a falar da pintura, da escultura, do teatro, do cinema ou da poesia.

- E frequente os espectadores de obras de arte referirem o critério de


imitação como critério de apreciação

Este tipo de apreciações procura reconhecer


Não percebo a lógica as obras de arte através daquilo que elas
deste lme, as coisas imitam.
não são assim...
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Objeções à Teoria Mimética

• Há obras de arte que não têm qualquer intuito imitativo-a música e a


arquitetura raramente são imitativas;

• Se a arte é imitação, então a melhor será aquela que leva a tal nível de imitação
que consegue fazer-nos acreditar que a obra é realidade; mas muita arte
plástica é representativa, mas não é realista.

Resposta do Representacionismo

Como esta teoria inclui a representação imitativa e a representação não-imitativa,


algo é uma obra de arte só se algo é uma representação.

Como a representação é mais ampla que a imitação, a Teoria Representacionista


resiste melhor às críticas feitas à Teoria Mimética.

Mas a Teoria Representacionista continua a receber críticas…

- Há obras de arte sem qualquer intuito representativo;


- Há muitas coisas que representam algo e não são arte;
- A teoria é, simultaneamente, demasiado restritiva e
demasiado abrangente;

Teoria Expressivista

As obras de arte são veículos de expressão de sentimentos ou de emoções


vividas pelos seus autores, e podem despertá-los naqueles que as
contemplam.

Robin Collingwood Algo só é arte quando exprime


a emoção
- Sistematizou uma das mais conhecidas pessoal do autor e gera essa
versões da Teoria Expressivista emoção no público.
Liev Tolstöi
Esta teoria dá ênfase à distinção entre "arte" e
“o cio"

Ofício: Atividade na qual uma matéria-prima é


transformada num produto previamente
concebido;
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Arte: Não é um o cio, pois não consiste na estimulação de emoções;

Algo é arte, se, e só se, algo é expressão imaginativa de emoções, é um


processo consciente que envolve algum tipo de linguagem.

Vantagens da Teoria Expressivista:

- Aproxima-nos da perceção comum de arte, porque é comum sentir-se


emoção na presença de obras de arte;

- É uma teoria que se caracteriza pela simplicidade;


- Permite a inclusão, no universo da arte, de muitas obras que, de outro
modo, seriam excluídas;

Objeções à Teoria Expressivista

-É demasiado inclusiva, implica que a psicoterapia é arte (pois é transmissão


de emoções);

-É demasiado exclusiva, quali ca como o cio alguns importantes modelos


da história da arte;

-Há obras de arte que não têm conteúdo emocional mas são apreciadas por
outras qualidades estéticas (quadros abstratos);

-Falácia Intencional: o estatuto da obra depende da intenção do artista e


não da obra em si; é injusta e irrealista.

Teorias Representacionista e Expressivista

Focam-se em elementos extrínsecos à obra propriamente dita

Teoria Formalista

Foca-se exclusivamente na obra e nas suas qualidades formais


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Algo é uma obra de arte se, e só FORMA SIGNIFICANETE
se, algo tem forma
Forma Signi cante
signi cante.
Con guração de linhas, cores, formas e
espaços que origina uma determinada
Clive Bell emoção no espetador;

Emoção Estética
Tipo particular de emoção que todas as pessoas experienciam quando
estão perante obras de arte

Teoria Formalista

-A representação e a expressão não são condições necessárias nem


su cientes para a arte.
- Há obras de arte sem conteúdo representacional ou expressivo, e há
coisas que têm conteúdo representacional ou expressivo, mas não são
obras de arte.

Vantagens da Teoria Formalista:


- Identi ca o tipo de emoção especi ca da obra de arte.
-Chama a atenção para a forma da arte e não para o seu conteúdo.

Objeções à Teoria Formalista

Forma Signi cante

quando estamos perante


provoca

Emoção Estética

As de nições destes conceitos são circulares e pouco informativas


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Objeções à Teoria Formalista

A única coisa relevante para o estatuto de um objeto de obra de arte é as


suas propriedades formais.

Então…

Não podem haver obras de arte com as mesmas propriedades formais


que certos objetos comuns (que não são arte).

Portanto…

As propriedades formais de um objeto não são a única coisa relevante


para o seu estatuto enquanto obra de arte.

Objeções à Teoria Formalista

A forma e o conteúdo são inseparáveis

Ignorar a relação entre os aspetos formais e os materiais e a ligação com a


realidade não nos permite perceber o sentido dos elementos formais das
obras, e isso seriam defeitos.

Teoria Institucional
Algo é uma obra de arte (pertence a essa classe) se, e só se, é um artefacto
ao qual foi atribuído o estatuto de candidato a apreciação por pessoas que
atuam em nome da instituição social que é o mundo da arte.

George Dickie
Duas condições necessárias e su cientes para que algo seja arte:

- Artefactualidade
- Atribuição de Estatuto
Artefacto

Pode ser mais do que um objeto material concreto


produzido ou transformado por seres humanos;

Alguns objetos que não foram fabricados ou alterados por seres humanos

Para Dickie…

Sem um artefacto, nem sequer se pode dizer que tenha havido qualquer tipo
de criação.

Portanto….

A existência de um artefacto é uma condição necessária para


a própria criatividade.

Para além disso…

Para que um artefacto seja uma obra de arte, é necessário que alguém que
atua em nome do mundo da arte lhe atribua o estatuto de candidato a
apreciação.

Atribuição do estatuto de
"namorado" um ao outro

Embora não envolva uma instituição social (com funcionários, hierarquias,


regulamentos, etc.) o ato enquadra-se numa prática social instituída,
regulada por normas não explicitadas.
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Para além de instituições formais, existem também instituições informais
que se estruturam a partir de práticas sociais;

Segundo Dickie

O mundo da arte é uma instituição social informal.

O mundo da arte é uma instituição social no seio da qual há lugar para


atribuições de estatuto, por parte dos seus representantes.

“Este quadro é um candidato a ser obra de arte!”

É uma obra de arte no sentido classi cativo

Pode ser classi cada como obra de arte (pertencente a essa classe);

“Este quadro é uma obra de arte!”

É uma obra de arte no sentido valorativo;

Pertence à categoria de obras de arte e é um bom exemplar


dessa categoria;

Vantagens da Teoria Institucional: (em relação às teorias anteriores)

- As teorias anteriores estavam tão focadas nas características gurativas ou


expressivas da arte que acabaram por ignorar a natureza
institucional da arte;

- A teoria institucional oferece uma de nição processual, e não uma


de nição funcional de arte;

- Defende que aquilo que faz com que algo seja uma obra de arte não são
as suas propriedades manifestas (efeitos, funções) mas sim o modo como
é tratada por quem a criou, expõe e aprecia;
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Objeções à Teoria Institucional

O que é uma obra de arte?


temos de saber
temos de saber
O que é o
mundo da arte?

A de nição anda em círculos, sem nunca esclarecer devidamente o


signi cado dos seus termos.

Esta teoria sustenta que qualquer coisa pode tornar-se arte, desde que esse
estatuto lhe seja atribuído por um representante do mundo da arte.
Então…

Aparentemente, não temos boas razões para nos preocuparmos com a


distinção entre arte e não-arte.
Portanto…

Qualquer de nição de arte tornar-se-ia pouco informativa, inoperacional e


inútil.

Como não havia mundo da arte, as pinturas rupestres não poderiam ser
consideradas arte.

Teoria Histórica
(Jerrold Levinson)

- De ne "arte" apelando a propriedades extrínsecas e não intrínsecas;


- Algo é uma obra de arte se, e só se, alguém com direitos de propriedade
sobre algo tem a intenção séria de que seja encarado enquanto obra de
arte;
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É uma obra de arte

Pois é um objeto que visa produzir


prazer visual;

Aquilo que importa é que a intenção


do criador seja uma das formas como
as obras de arte foram corretamente
encaradas ao longo dos tempos.

A intenção do artista…

- Deve ter bons precedentes na história da arte.


- Deve ser séria, não momentânea, passageira ou ilustrativa.
O artista…

- Deve ter direitos de propriedade sobre o objeto em questão (não


podemos dizer que alguém criou uma obra de arte se essa pessoa não
tinha sequer o direito de usar esse objeto).

Vantagens da Teoria Histórica:

- Possibilita a existência de arte solitária.


- Mostra por que razão é que, na arte, vale tudo embora nem tudo resulte.
Vale tudo porque…

Não existem limites em relação ao tipo de coisas que podem ser arte

Nem tudo resulta porque…

É preciso ter em conta a história da arte

Não há garantias de que um determinado uso presente da palavra


"arte" seja validado pela história da arte.
Objeções à Teoria Histórica

• Se o que faz com que algo seja uma obra de arte é a sua relação com a
arte anterior, então como surgiu a primeira obra de arte?

• É demasiado inclusiva: há vários objetos que partilham a intenção com


retratos do passado e, no entanto, não são obras de arte (fotogra as de
passe).

• É demasiado exclusiva: devido à condição dos direitos à propriedade,


são excluídas do conceito de "arte" algumas obras como os gra ti.

Como nas restantes áreas da Filoso a, esta continua a ser uma área
bastante investigada, há muitas questões que se mantêm em aberto.

Podemos realmente
discutir gostos
ou não?
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