Você está na página 1de 14

Weitz – O papel da teoria na estética

Conceito aberto – Propriedades definidores da arte deixam de ser constantes e


passam a ser variáveis, mas continuam sendo definidas apenas para quem tem
conhecimento/estudo/propriedade para modificá-las.
Para ele, a teoria estética não é uWma definição, mas uma determinação da
definição.
A arte é ou avaliativa ou descritiva.

Obra Aberta – Humberto


27/09
- texto enviado pela yasmin: Belo Autonomo

Contexto histórico:
→ modernidade: Experiência Estética – sentidos – empírica
→ crise séculos 17 /18 (iluminismo): Sensibilidade pode ser moldada através da
arte, através de propriedades do Belo – arte como civilizadora de sociedades.
Identifica propriedades → ter propriedades = ter valor → é uma obra de arte
Weitz: Não existem propriedades – Conceito aberto
→ surgimento de obras de arte sem propriedades do “cânone” estético iluminista;

Questões Noel Carroll


1 – Diferencie Estética e Arte. Considerando essa divisão, o que a teoria da
definição estética da arte propõe?
Em um sentido restrito, os dois termos assinalam uma diferença quanto ao objeto de
estudo. A filosofia da arte centra-se no objeto, a estética centra-se na recepção. Pode
imaginar-se uma filosofia da arte para a qual as questões da estética são periféricas,
especialmente no que diz respeito à definição da arte.
Estética e Arte podem ver-se como dois campos teóricos diferentes; a arte é
sobretudo a teoria relativa ao domínio de determinados objectos (artefatos) [cuja
essência, por exemplo, a teoria representacionalista da arte procura definir]; Ao passo que
a estética é principalmente a teoria relativa ao domínio de uma certa forma da experiência
da recepção, ou de propriedades dependentes de reação, que não são necessariamente
exclusivas das obras de arte.
Estética – Teoria sobre o domínio da recepção perceptiva, de qualquer coisa
sensível, que causam experiência estética
Arte – teoria sobre os artefatos específicos

Síntese: Em um sentido restrito, os dois termos assinalam uma diferença quanto ao


objeto de estudo. Enquanto que, a arte centra-se no objeto, a estética centra-se na
recepção ou percepção dos objetos. São dois campos teóricos diferentes; a arte é a teoria
relativa dos artefatos que causam experiências estéticas, e a estética sobre a recepção
de qualquer experiência estética.
2 – De acordo com a teoria, quais condições precisam ser cumpridas para que
o objeto seja considerado uma obra de arte? Explique o porquê dessas condições.
A teoria apresenta duas condições para que um objeto seja considerado uma obra
de arte: 1 – Capacidade de proporcionar uma experiência estética e que 2 – tenha sido
produzida com a intenção de possuir essa capacidade.
Noel Carroll apresenta essa definição como funcional, pois define em termos da
função que todas as obras de arte pretendem alcançar. Essa definição designa essa
função da arte como a de proporcionar experiência estética.
A intenção do artista é a intenção estética, pois é a intenção de criar algo capaz de
proporcionar uma experiência estética. É uma intenção de causar uma experiência
estética, não uma intenção de criar arte.

Síntese: Noel Carroll apresenta dentro da teoria duas condições para que um objeto
seja considerado uma obra de arte: 1 – a capacidade de proporcionar uma experiência
estética e que 2 – tenha sido produzida com a intenção de possuir essa capacidade. Se
trata de uma definição funcional, pois toda obra de arte deveria ter essa função, e se
cumpre essa função é uma obra de arte. É função da arte proporcionar uma experiência
estética tendo sida criada com essa intenção.

3 – A noção de experiência estética é o eixo em torno do qual se articula a


teoria, tornando necessário a apresentação de seu conceito. O texto aponta duas
versões, descreva-as e apresente as respectivas objeções.
Uma primeira versão da definição de uma experiência estética é centrada no
conteúdo. Nela, a experiência estética é a experiência das propriedades estéticas de uma
obra. É o conteúdo da experiência, aquilo a que atendemos, que constitui uma
experiência estética.
As propriedades estéticas incluem as propriedades expressivas de uma obra, as
propriedades transmitidas pela sua aparência sensível (elegância, fragilidade,
monumentalidade, etc) e as suas relações formais. Por razões de conveniência, estas
propriedades podem agrupar-se em três grandes categorias: unidade, diversidade e
intensidade. Segundo a definição centrada no conteúdo, prestar atenção à coesão, à
diversidade e/ou à intensidade de uma obra (ou das suas partes) equivale a ter uma
experiência estética da obra.
**Em traços gerais, uma experiência estética é uma experiência da unidade,
diversidade e/ou intensidade, em que se compreende que estas características podem
estar inter-relacionadas de várias maneiras na obra. É a posse de características como
estas que torna a experiência estética possível. Uma obra tem a capacidade de gerar uma
experiência estética – experiência de unidade, diversidade e intensidade – na medida em
que possui características deste tipo. Uma obra de arte é algo que pretende apresentar
características como estas para que o público apreenda.
Essa definição, no entanto, assenta em propriedades estéticas para definir a
experiência estética; propriedades estéticas são o que se experimenta numa experiência
estética. Isso não diz nada sobre as modalidades particulares de tais experiências, e
também não diz nada sobre como essas experiências são. Essa definição não oferece
uma fenomenologia dessas experiências. Essa definição caracteriza essas experiências
em termos do que elas contém. Não informa acerca da natureza do que contém, do
contentor.

Já segundo uma definição centrada na emoção, uma experiência estética é marcada


pela atenção desinteressada e empática na contemplação de qualquer objecto pelo seu
valor intrínseco. A experiência estética é uma forma de atenção. Que tipo de atenção?
Atenção desinteressada e empática.
Observar uma obra de arte com desinteresse aqui significa estar interessado em
obras de arte, como um interesse sem outros fins. Assim como juízes devem ser
desinteressados, pois não devem ter nenhum interesse pessoal nos casos, o observador
deve ser desinteressado.
Nesse sentido a experiência estética é desinteressada. Prestamos atenção em
obras de artes por si mesmas, não questionando se elas corrompem a moral de crianças.
Um produtor de cinema que analisa seu filme, procurando saber se irá atrair publico, não
olha para o filme desinteressadamente, pois o fato de ver o filme está ligado aos seus
interesses pessoas, de obter lucro.
Prestar atenção esteticamente é uma coisa a se fazer de forma desinteressada, mas
também empática. Empatia implica que o observador se entregue à obra, permitindo que
as suas estruturas e finalidades o guiem. A atenção empática está voltada para o objeto e
aceita voluntariamente ser orientada por ele; o observador substitui a sucessão dos seus
estados mentais pelas propriedades e relações que estruturam o objeto.
**Segundo a definição centrada na emoção, a experiência estética é a atenção
empática e desinteressada dada à contemplação de um qualquer objeto pelo seu valor
intrínseco. Assim, é possível que qualquer coisa seja objeto de experiência estética.
Contudo, alguns objetos são mais propícios do que outros a esse tipo de experiência.
Certos objetos podem ser intencionalmente construídos de forma a serem
particularmente adequados à atenção desinteressada e à contemplação empática.
Possuem estruturas que guiam a atenção e a contemplação – que as incentivam por meio
das suas características de unidade, complexidade e intensidade, concebidas
intencionalmente – e que gratificam essa atenção e contemplação. O próprio objeto será
intencionalmente estruturado para convocar, prender e recompensar da melhor forma
possível a atenção desinteressada e a contemplação. Tais objetos são obras de arte.

Síntese: Em sua conceituação de experiência estética, Noel Carroll apresneta duas


versões: uma primeira centrada no conteúdo e uma segunda centrada na emoção.
Na definição de uma experiência estética centrada no conteúdo, a experiência
estética é a experiência das propriedades estéticas de uma obra. Seria o próprio conteúdo
da experiência. Como esse conceito depende das propriedades, agrupa-se por questão
de conveniência que essas propriedades tenham três categorias: unidade, diversidade e
intensidade. É o fato de ter essas características que tornam a experiência estética
possível, segundo esse conceito centrado no conteúdo.
Já segundo uma definição centrada na emoção, uma experiência estética é marcada
pela atenção desinteressada e empática na contemplação de qualquer objeto pelo seu
valor intrínseco. Aqui, a experiência estética é a própria atenção desinteressada e
empática. Desinteresse aqui entra no sentido de não ter um interesse pessoal extrínseco
à obra, que se tenha atenção a ela por si mesma. Empatia, por sua vez significa se
entregar à obra, permitindo que a obra o guie. A atenção empática se volta para o objeto
e aceita voluntariamente ser orientada por ele.

4 – O que são as propriedades estéticas?


Propriedades estéticas são o que se experimenta numa experiência estética. Elas
são os diversos modos ou estilos que um objeto pode ou ser tão bem concebido a ponto
de chamar a nossa atenção para ele (considerando-o então como um indivíduo genuíno),
ou não chegar a merecer a nossa atenção, ou seja, não ser digno de atenção quanto
objeto de percepção.
Há vários tipos de propriedades estéticas. As expressivas por exemplo, que
denominam propriedades como as emocionais (alegre, triste, melancólico); propriedades
de caráter (pomposo, majestoso); propriedades gestalistas (coerente, equilibrado),
propriedades de gosto (vulgar, piroso, espalhafatoso) e propriedades reativas (sublime,
belo, cômico, suspense), entre vários outros que podem ser adicionados a categoria de
propriedades estéticas.

As propriedades estéticas incluem as propriedades expressivas de uma obra, as


propriedades transmitidas pela sua aparência sensível (elegância, fragilidade,
monumentalidade, etc) e as suas relações formais. Por razões de conveniência, estas
propriedades podem agrupar-se em três grandes categorias: unidade, diversidade e
intensidade.

Síntese: Propriedades estéticas são o que se experimenta numa experiência


estética. Elas são as várias formas ou estilos que um objeto pode ou não ser tão bem
concebido a ponto de chamar a nossa atenção pra ele, e assim o considerando como um
indivíduo genuíno. Há vários tipos de propriedades estéticas, alguns exemplos de
propriedades são a tristeza, alegria, o equilibrado, o pomposo, o majestoso, o belo, o
cômico, qualquer coisa que descreva uma experiência estética, independente do tipo.

Questões Weitz
1 – Qual a crítica que o autor faz às tentativas de formular uma teoria geral da arte?
Para ele, tentar formular uma teoria geral de arte é ter uma concepção errada da
arte; ele argumenta a arte não possui um conjunto de propriedades necessárias e
suficientes por ser impossível logicamente. Se a arte era, até então, o reconhecimento
dessas propriedades, ao afirmar que elas não existem de fato, o conceito de arte não
pode ser definido de fato.

2 – Ao se basear no autor Wittgenstein, Weitz aponta qual seria a forma correta de


pensar a arte. Exponha a ideia e explique a analogia feita entre os conceitos de jogo e
arte.
Assim como Wittgenstein, Weitz troca a busca pelo significado para a busca do uso.
Deixa de questionar o que seria a arte, e questiona pra que ela serve e o que ela faz.
Primeiro ele elucida o emprego real do conceito da arte, incluindo descrições das
condições que usamos corretamente ou aos seus correlativos. Assim como o exemplo de
jogos de wittgenstein, que busca saber o que designamos por ‘Jogo’, não basta dizer que
tem que haver algo em comum em todos os tipos de jogos, mas verificar se há alguma
coisa comum a todos eles primeiro. Porém se olharmos, não há nada que seja comum a
todos, mas há similaridades e relações. Saber o que é um jogo é saber reconhecer e
explicar diversos jogos e decidir, entre exemplos novos, ou imaginários, quais seriam ou
não chamados de jogos. Weitz propõe o mesmo para a arte; a teoria estética não é uma
definição, mas uma determinação da definição.

3 – Qual a definição e o que da consistência à teoria do conceito aberto?


Um conceito é aberto quando as condições da sua aplicação são emendáveis e
corrigíveis, i.e, quando se pode imaginar ou alcançar um caso que requeira algum tipo de
decisão da nossa parte pra alargar o uso do conceito, de modo a abrangê-lo ou para
fechá-lo em um conceito novo. A arte é assim, sempre irá surgir novas condições, novas
formas de arte, novos movimentos, e essas propriedades são sempre modificadas ou
estendidas.
06/10
Teoria das Imitações → Paradigma
→ concepção metafísica (Classica/greco-romana) do mundo das essências e o
mundo material (platonismo)
→ Caráter epistemológico – imagens, índices, ícone, marcas, etc trazem
informações através de propriedades visuais – isso é uma imitação.

Quebra da teoria das imitações


Teoria do Real → Paradigma substituto
Surgimento: com a pintura pós-impressionista (Pontilhismo – Cezanne, V. Gogh – )

Verbo “ser” → isto 1- ‘é’ uma cama → isto 2- ‘é’ uma obra de arte (é uma cama que
é uma obra de arte)
1 – ser no sentido de uso (atribuir o signo ao uso)
2 – atribuição imaginativa – mesmo sentido da criança que faz a vassoura de cavalo
– é o sobre o que aquilo fala (aboutness) – Sobre o que é essa cama que é uma obra de
arte
Trabalho 25/10 – 2 a 3pgs – 30 pontos
Escolher um tema/conceito do texto (walter benjamin) para criticar (a favor ou
contra) e relacionar com a atualidade, seja através de eventos, obras, filmes, outros
autores, etc
e-mail: yasminrmartins@hotmail.com

• Reprodução técnica – apropriação e modificação de efeitos


– Perda do aqui e agora (existência única (duração material/testemunho histórico)
→ Autenticidade – essência de tudo que é originalmente transmissível ^
→ Garantia – diferenciar e hierarquizar
→ Torna o lugar do valor de culto
• Aura
– Singularidade da obra
Intrínseca ao objeto. Valor se fundamenta no ritual, o valor de culto enquanto tal não
tem necessidade de ser exposto.
– Aparição única – Valor – Ritual

• Perda
– Crescimento progressivo das massas.
– A intensidade crescente de seus movimentos
→ Necessidade de aproximar e possuir
20/10 – Duarte
Recapitulação
teoria das imitações → teoria do real – (janela) espelha reflete/representa/imita/trás
uma aparência do que é a realidade.
Impressionismo – capturar não o objeto visto mas a visão do objeto
(busca reproduzir o real)
pós-impressionismo – radicalização desse processo
27/10
L.B. Albert – Da pintura (1437) – tratado teórico não manual
Imagem especular = imagem pictórica (propósito da arte = iludir) Mundo ilusório
(não-empirico) – sofisma != filosofia

Danto: Pensar a arte como representação – sempre se atribui sentido a obra.


Há 2 tipos de representações -
◦ Filosofia –
◦ Arte – saber apreendido pela experiência, pressuposta uma prática →
acumulação de memória
Toda tentativa da filosofia é submeter a arte
A representação vai traduzir a busca teórica pela natureza da arte → fazer artístico
→ é arte
O que um artista produz não é necessariamente arte – exemplo quadros vermelhos
Representação (icônica) [colocada por Platão] -por identidade- não é (mais) visto
(por Danto) como a única forma de representação.
Representação – Re(a)presentação / algo que entra no lugar do objeto
representado.

01/11
Real → luz refletida → teoria das cores
A introdução do real na representação quebra a teoria da representação →
apresentação de fato / objeto representado ou que faz parte da representação é idêntico
ao objeto representado do mundo cotidiano (real – empirico)
Representação – referente
Objeto (dentro) representado = Objeto (fora) representado – Ontologicamente
idênticos
A partir do contexto o gesto pode significar diferentes coisas.
Não se pode saber as intenções de uma ação, mas que aquilo é ação. Ação
pressupõe intencionalidade. Podemos ver o que teve intencionalidade – Espasmos não
são ações pois não possuem intencionalidade. –
É necessário ir ao contexto de produção da obra pra considerar a potencialidade
dele de se tornar uma obra de arte.
Uma imagem representa algo, mas o objeto real não representa suas imagens.
Identidade → a = b e b = a
Representação → a => b mas b !=> a (=> representa)
Relação de representação não pressupõe identidade (Não é necessária). Ser um
exemplo não é representação.
A arte possui o poder de manifestação de algo que não está visível. Toda obra de
arte é representacional. Não basta procurar relação de identificação.
08/11
Nelson Goodman

10/11

Realismo x Nominalismo
Realismo → as propriedades estão no objeto. Formalismo → forma significante.
Nominalismo→ Propriedades não estéticas são acrescentadas à obra de arte. Não é
possível identificar se é uma obra de arte olhando apenas para o objeto. Argumentação
histórica.
22/11 – finalização argumento gravata
Recapitulando: Teoria neo representacional → denotação → contexto (uso social) →
base histórica (narrativa) → potencial de legitimar o conteúdo/forma
Inserção de objetos do cotidiano nas obras de arte.
Danto: A noção de interpretação é incorporada pela obra → campo hermenêutico →
é artístico
Contexto histórico leva/gera uma atmosfera de sentido (atmosfera intelectual) -
condição de ter sido feita por um artista (campo hermenêutico)
Artista – A

O artista é alguém necessariamente reconhecido pela instituição?


O artista é definido como artista se por ter feito artes antes ou por ter se formado
conceitualmente sobre arte

Você também pode gostar