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Política: Não durma com a secretária de seu irmão.

Problema: Deacon Collins é um playboy rico e faz o que


quer.

Começou inocente.

Ele a puxou para dentro do armário de suprimentos e ficou


sem cueca. Não do tipo regular.

Agora, ele quer mais.

Mais de suas curvas suaves e sua boca doce.

Mais do que apenas amassos contra um armário.

Quinn pode jogar as flores que ele envia no lixo e se esconder


atrás da política da empresa o quanto quiser.

No final do dia...

Ele a terá.
Quinn
QUANDO COMECEI A TRABALHAR EM um escritório de
advocacia, nunca pensei que acabaria em um armário de
suprimentos com um parceiro dentro de mim.

Ah, e não é apenas qualquer parceiro a segundos de


curvar meus dedos dos pés, é Deacon Collins. Irmão do meu
chefe.

A parte vergonhosa é que não é a primeira vez.

Nem mesmo perto.

Preciso parar com isso. Essas rapidinhas estão se


tornando cada vez mais frequentes, e digo a mim mesma que
é a última depois de cada uma.

— Porra, Quinn — Seu tom é áspero quando seus lábios


arrastam para baixo ao lado do meu pescoço. Ele é
possessivo e faminto, dando mordidas ao longo da minha
clavícula enquanto empurra em mim por trás.

Uma mão grande e firme desliza pela minha coxa e puxa


mais minha calcinha branca na minha bunda. A usei para
ele. Há algo no branco virginal que o excita. Eu não deveria
encorajar suas fantasias, mas ainda assim, faço. Estamos
jogando um jogo perigoso, nos esgueirando em um lugar onde
poderíamos ser pegos facilmente. Acho que isso é parte da
emoção para nós dois.

Inalo uma respiração, sentindo seu perfume masculino.


Há algo primitivo e cru em Deacon Collins.

Ele desliza para fora de mim e imediatamente perco a


conexão.

Minha saia sobe mais na minha bunda enquanto ele me


vira e me levanta sobre o balcão. Envolvo minhas pernas em
volta de sua cintura e sorrio por cima do ombro quando vejo
novos recipientes de armazenamento no canto. Eles estão
cheios de tudo que antes ocupava o espaço onde estou
sentada. — Limpou para mim?

— Esta merda sempre esteve no meu caminho. — Sua


respiração toca meus lábios enquanto ele se inclina mais
perto para me beijar.

Ele me encara com olhos cinzentos que me lembram


uma tempestade se aproximando. Seus dedos torturantes
esfregam meu clitóris, e eu não sei o quanto mais posso
aguentar. Deacon adora brincar comigo, me provocar. Ele
sempre precisa estar no controle total.

Sua coisa favorita a fazer é me levar à beira da liberação


e, em seguida, me puxar de volta, repetidamente.
— Vai gozar para mim, minha putinha suja de
escritório?

Rolo meus olhos para ele, fingindo estar irritada, mas


meu corpo me trai, tremendo sob seu toque. A verdade é que
eu chutaria seu traseiro sorridente se ele dissesse algo assim
para mim em qualquer outro lugar. Mas quando está
enterrado dentro de mim, há algo sobre isso que me deixa
louca.

— Fale menos, por favor.

— Continue falando alto e não vou deixar você gozar.

— Eu posso me fazer gozar sozinha.

Deacon balança a cabeça e desliza a mão até que esteja


enrolada em volta da minha garganta.

Meus olhos se arregalam.

Deacon sorri. — Não como eu posso.

Não posso discutir com ele, porque está dizendo a


verdade.

Exatamente quando começo a dizer algo de volta, ele


empurra profundamente e acerta meu ponto certo. Não tenho
ideia de como este homem sabe apertar meus botões do jeito
que faz.

Minhas paredes se apertam em torno dele, ansiando por


mais. Eu me contorço no balcão, uma escrava de seu toque.
Agarrando um punhado do meu cabelo com a mão livre,
ele rosna suas palavras. — Não está abrindo essa boca agora.
Você está?

— Você gosta da minha boca quando seu pau está nela.

Seus olhos reviram por um segundo, então pousam nos


meus. — Foda-se, mulher.

— Isso é o que você precisa fazer, porque estamos quase


sem tempo.

O bastardo arrogante desliza para fora de mim, puxa


minha calcinha para baixo, cai de joelhos e empurra minhas
pernas mais separadas. Eu sei que ele faz isso só porque
disse para se apressar.

Deacon se move, sacudindo sua língua perversa em meu


clitóris. — Eu vou te foder quando estiver malditamente bem
e pronto.

Passo minhas unhas por seu cabelo. Sua confiança é


extraordinária, mas ele precisa cuidar dos negócios. As
pessoas virão nos procurar em breve.

Finalmente, depois de me provocar pelo que parece uma


eternidade, Deacon se alinha na minha entrada.

Minhas unhas cravam em sua bunda esculpida


enquanto ele desliza a cabeça de seu pênis sobre meu clitóris.

— É isso que você quer? — Ele sorri para mim e entra.


Meus olhos reviram. Quando estou com Deacon, todas
as minhas preocupações parecem desaparecer. Talvez seja
por isso que continuo a fazer isso – transar com ele em
lugares aleatórios do escritório. Ele me dá uma fuga que não
consigo encontrar em nenhum outro lugar. Acredite em mim,
tentei.

Nunca fui essa garota. A garota que usa saias justas


porque sabe que excita um homem, mas me transformo em
uma pessoa diferente perto dele.

Suas coxas batem na minha bunda. — Se você está


olhando para o nada, não estou te fodendo direito.

— Não, está perfeito. Não pare. — Suspiro quando ele


puxa para fora e bate de volta com mais força.

Segurando meus quadris, Deacon aumenta o ritmo até


que minha mente não é nada além de um borrão.
Empurrando para dentro e para fora com mais força e mais
rápido, ele claramente tem sua própria agenda agora, e
felizmente corro com ele até a linha de chegada. Minha
cabeça salta para fora do armário atrás de mim, mas não me
importo. Monto a onda de prazer percorrendo meu corpo.

Seus olhos estéreis me encaram. Seu olhar parece


íntimo demais para nosso relacionamento. Bem, nossa
conexão. Não chamaria o que temos de relacionamento.
Gosto de seu pau, e ele está disposto a usá-lo nos meus
termos. Sem condições. Ambos conseguimos o que queremos,
a satisfação de gozar.

Aperto em torno dele e um espasmo me atinge. Os lábios


de Deacon encontram os meus e ele grunhe quando goza. Nós
dois sacudimos mais algumas vezes, ele geme, eu gemo seu
nome.

Eventualmente, nós dois somos reduzidos a nada além


de roupas ásperas e sorrisos.

— Porra, isso foi fantástico.

Coloco uma mão em cada um de seus ombros e o


empurro para longe de mim. — A diversão acabou.

Recuando, ele remove o preservativo, enfia-o no bolso e


puxa as calças para cima.

— Nojento, Deacon, você vai estragar seu terno. — Meu


nariz enruga.

— Devo carregá-lo para fora daqui na ponta dos dedos?


— Ele balança a cabeça para mim, rindo.

Ponto justo.

Eu pulo do balcão e puxo minha saia para baixo, em


seguida, estendo minha mão. — Calcinha?

Ele balança as sobrancelhas. — Achado não é roubado.


Rolo meus olhos e aliso meu cabelo com as mãos. Não
sei qual é a obsessão dele por minha calcinha.

— Vamos jantar hoje à noite.

Eu congelo. O que ele acabou de dizer? — Tipo um


encontro? — Eu rio. — Você deve estar brincando.

— Por que isso é engraçado? — Suas sobrancelhas se


contraem como se minhas palavras o tivessem ferido.

Que diabos?

— Vamos, Deacon. Nós sabemos o que é isso.

— O que há de errado em ter um encontro comigo?

Eu exalo um suspiro. — Por onde devo começar? Você é


um jogador. Ambos concordamos que era casual. Por favor,
não fique estranho com isso. Está bom do jeito que está.

— Dois amigos não podem compartilhar uma refeição?

— Nós não somos amigos.

Pegue a dica, senhor!

Ele encolhe os ombros. — Colegas compartilham


refeições.

— Chega, Deacon. — Preciso que essa conversa termine.


— É contra a política da empresa. Você tem uma reunião
para ir.
Deacon pega uma das minhas mãos e parece mais
determinado do que eu já o vi. — Eu não vou desistir. Isso vai
acontecer.

Balancei minha cabeça. Ele vai se cansar de mim em


breve e seguir em frente para a próxima garota. É o que ele
faz.

Enfia a camisa de volta nas calças e ajusta o paletó


Hugo Boss.

Estendendo a mão, seus dedos acariciam minha


bochecha. — Você está corada.

Respiro fundo e luto contra o desejo de me inclinar em


sua mão. Há algo que parece natural sobre isso, mas sei
melhor. O homem é tudo menos um adulto. Não há como ele
lidar com um relacionamento real. Ele não leva nada a sério.
Não sou tola o suficiente para acreditar que eu seria a
exceção.

Com um sorriso de despedida, ele desliza pela porta


silenciosamente, levando consigo o que parece ser todo o ar.

Inalo algumas respirações profundas para me acalmar.


Há muito em jogo para eu captar sentimentos por Deacon
Collins. Pego algumas canetas, Wite-Out1 e um bloco de papel
legal para parecer que tenho um motivo legítimo para estar
aqui.

1 Wite-Out é uma marca registrada de uma marca de fluido de correção, originalmente criada para

uso com fotocópias e fabricada pela empresa BIC.


Meus olhos vão e voltam enquanto saio. Ninguém está
por perto, graças a Deus. A última coisa de que preciso é me
tornar um objeto de fofoca quente no escritório.

Coloco as coisas do armário na última gaveta da minha


mesa. Deacon sai do banheiro e passa por mim com um
sorriso tão grande que pode ficar grudado em seu rosto
presunçoso.

— Volte ao trabalho, preguiçosa.

Eu mostro uma carranca para ele. Idiota.

Quando ele chega ao escritório, prometo a mim mesma


que não vou lhe dar a satisfação de me pegar olhando em sua
direção.

O calor de seu olhar queima minha cabeça, no entanto.


Levanto meus olhos, muito sutilmente em sua direção, e o
bastardo pisca direto para mim.

Droga!

Realmente preciso acabar com isso.


Deacon
SAINDO do elevador após uma reunião, vejo Quinn atrás
de sua mesa. Ela pode jogar este joguinho o quanto quiser,
na verdade, não seria divertido se não o fizesse.

Nós dois sabemos como isso vai acabar. Honestamente,


pensei que hoje seria o dia em que ela finalmente cederia e
diria sim. Nós andamos furtivamente pelo escritório há
alguns meses, fodendo como coelhos. A primeira vez que
aconteceu, ela jurou que foi um momento de fraqueza, uma
coisa única, mas agora olhe para nós.

A puxo para o armário de suprimentos algumas vezes


por semana, e às vezes até no terraço. Ahh, o deck do
telhado. Não há nada melhor do que olhar para o Lago
Michigan enquanto ela aperta aquela doce boceta em volta de
mim. Meu pau endurece com as memórias.

Bons tempos. Ótimos tempos.

Continuo passando por sua mesa, passo alguns dedos


ao longo da borda e jogo alguns papéis no chão, apenas para
que possa vê-la se curvar e pegá-los.
Nós dois sabemos que ela não está usando calcinha.
Ainda está guardada no meu bolso.

Parte de mim respeita sua relutância. Conheço minha


reputação, todo mundo faz. Nunca namoro. Dexter me chama
de serial monogamist2. De acordo com a Chicago Magazine,
sou um dos solteiros mais elegíveis da cidade.

Pensando nisso, percebo que sou um bom partido.


Quinn deveria estar emocionada com a ideia de um
relacionamento comigo. Há muitas mulheres solteiras nesta
cidade que matariam por uma oportunidade de ir a um
encontro de verdade comigo.

Acontece que nunca me senti assim por uma mulher


antes.

Isso deveria me incomodar muito, mas não faz. Quero


conhecer Quinn em um nível mais profundo do que apenas
físico. Talvez seja apenas o desafio. O fato de que ela não cede
facilmente e, para além, me confunde muito, desfilando por
aqui de saias, sabendo o que sua bunda apertada e aqueles
saltos de merda fazem comigo.

Quase tenho que morder meu dedo para me livrar desse


pensamento.

A mulher é minha maldita criptonita. Se eu quiser ser


levado a sério, vou precisar de um plano melhor do que
transar com ela. Isso está muito claro.

2O fato ou o costume de ter uma série de relações sexuais, uma após a outra, mas nunca mais do
que uma de cada vez.
Paro dentro do meu escritório para apreciar a vista.

Bem quando estou prestes a obter um pequeno show


agradável de Quinn, Tate Reynolds surge do nada. — Deixa
comigo. — Ela se abaixa e reúne os papéis.

Aborrecimento toma conta de mim ao vê-la,


especialmente quando meus olhos pousam em seu anel de
noivado gigante que adora exibir.

Ela é a garota com quem Decker ficou em Dallas. É do


Hunter Group, uma empresa com a qual nos fundimos
recentemente e agora é a noiva de Decker. É praticamente o
oposto de Quinn em todos os sentidos imagináveis.

As coisas melhoraram um pouco desde a fusão, mas ela


ainda pode ser uma vadia arrogante que pensa que comanda
as coisas. Agressiva é um eufemismo com ela. O melhor é
quando tenta mandar em mim.

Eu não sou Decker e serei amaldiçoado se a deixar me


conduzir pelas bolas.

— Que boa samaritana, Tate. Vou colocá-la como


funcionária do mês.

— Vou me certificar de que seu nome vá na placa com


as alternativas, no banheiro feminino. — Tate coloca os
papéis na mesa de Quinn e sorri.

Droga.
A referência a Top Gun seria hilária se viesse de outra
pessoa além dela.

Entro em meu escritório, vou até minha mesa para


verificar minha programação para a próxima semana. Tenho
uma data no tribunal chegando para uma ação contra um
cirurgião cardíaco local chamado James Flynn. Uma de suas
enfermeiras entrou com uma queixa no tribunal, dizendo que
ele deu um tapa na sua bunda após um procedimento e lhe
disse: — Muito bem.

Odeio esses tipos de casos. Por um lado, ele disse,


segundo a enfermeira. Na maioria das vezes, o acusado é um
idiota culpado, mas acredito em Flynn. Ele é cirurgião há
mais de trinta anos e todos elogiam o cara, incluindo
funcionárias anteriores. Não tem uma única nota em seu
registro. Sem mencionar que tem uns sessenta anos e é um
homem de família. O principal, porém, é que conversei com
ele e o avaliei. Você pode dizer que ele nunca faria essa
merda.

Não importa se acredito nele, no entanto. Preciso de um


juiz para inocentá-lo.

Pego o telefone para pedir flores para Quinn quando


Tate bate na minha porta.

Desligo o telefone, surpreso que ela realmente bateu


desta vez. — Entre.
Realmente quero lhe perguntar se terminou o
procedimento de castração de Decker e colocou suas bolas
em uma jarra, mas quero que ela saia daqui o mais rápido
possível.

— Como estão os preparativos para o caso Flynn?

Minha mandíbula aperta. — Tudo bem, Tate. — Cuspo o


nome dela.

— Não parece. Você tem tempo para correr, ser um


valentão e bater merda no chão, mas não assistiu ao vídeo de
segurança que o hospital enviou por e-mail.

— Eu tenho uma ideia. Por que você não me traz um


café enquanto faço uma noite de cinema com o vídeo? — Eu
sorrio enquanto toda a cor é drenada de seu rosto.

Isso mesmo, Tate. Cai fora.

— Apenas assista ao vídeo maldito. É muito parecido


com carregar pornografia masculina, tudo o que você precisa
fazer é clicar no pequeno triângulo no meio. Não deve ser
nada que você não consiga lidar.

— Isso é o que funciona para você e Decker? — Levanto


as duas mãos. — Não estou julgando. Acho ótimo que vocês
dois tenham encontrado alguns pontos em comum no quarto.

Ela me encara de volta. — Não estrague tudo.


— Que tal eu ligar para você na próxima vez que algo
mais em sua casa do leme vier? Como um rancheiro sendo
atacado por uma novilha.

Solto um muuu enquanto ela sai furiosa do escritório.

Jesus Cristo. Ela mereceu isso.

Não recebo ordens dela. Ela precisa colocar essa merda


em sua cabeça dura. Preciso revisar aquele vídeo, então pego
meu e-mail. Tenho certeza de que não há nada nele, mas
seria muito bom fazer uma pausa.

Meus pensamentos voltam para Quinn e quão gostosa


ela parecia com lábios inchados e cabelo despenteado. Sua
pele pálida e corpo delicado me envolveram enquanto
ordenhava meu pau até a última gota.

O vídeo pode esperar um minuto. Pego o telefone


novamente e ligo para a floricultura. Todas as mulheres
adoram flores. Eu teria minha secretária lidando com essa
merda, mas não preciso de nenhuma fofoca sobre Quinn. Ela
terminaria nosso pequeno caso em um piscar de olhos.

Uma coisa é certa, embora.

Quinn será minha.


Quinn
ENTRO na fila do refeitório para pegar o café de Decker e
rolo minha lista de tarefas da manhã. Espero que hoje corra
bem e possa sair uma hora mais cedo para começar meu fim
de semana. Isso não acontece com frequência, mas em raras
ocasiões Decker me manda para casa antes das cinco.

Subo um ponto na fila e procuro as fotos na vitrine. Não


tive tempo para o café da manhã. Minha energia caiu em
algum momento durante a noite e dormi demais. O meu
celular da empresa morreu, mas felizmente meu telefone
pessoal carregou e meu alarme reserva me acordou.

Minha linha pessoal vibra dentro da minha bolsa.

Ótimo.

Não posso ignorar isso. Pode ser meu pai. Ele só liga
para emergências.

Vasculhando minha carteira, brilho labial e desodorante


extra, finalmente encontro. O rosto da minha melhor amiga
Heather se ilumina na tela.

— Ei. Tudo certo?


— Sim. Apenas o de costume. Preparando-me para viver
aquela vida luxuosa de varejo.

— Se você odeia tanto, por que não desiste?

Ela trabalha em uma loja chique onde uma saia custa


mais do que meu aluguel.

— Nem todo mundo é um gênio como você.

Posso imaginá-la mostrando a língua para mim


enquanto diz isso. Ela pode ser uma pirralha, mas a adoro. E
gosto do desconto que ela me dá. Não teria roupas de
trabalho tão legais sem ela. Ganho um salário decente, mas
não o suficiente para esse tipo de roupa.

— Sim, sim. Espere um segundo. — Faço meu pedido.


— Ok, estou de volta. — Equilibro o café com uma mão e
coloco o telefone entre o queixo e o ombro enquanto coloco
um muffin na boca.

Ela reclama do chefe durante a maior parte da


caminhada de volta ao meu andar. — De qualquer forma,
chega disso. O que você fará esta noite?

— Estudar.

— Vamos, Quinn. Vamos sair. É sexta feira. — Heather


está atrás de mim há semanas para ir a um clube com ela.

Entre o trabalho e a escola, não tenho muito tempo para


a vida social, e é por isso que reuniões secretas com Deacon
funcionam para mim.
— Carter Hughes estará lá. Ele está perguntando sobre
você.

Reviro meus olhos. Carter Hughes é um idiota que pega


qualquer coisa que abre as pernas para ele. É como uma
versão mais jovem e ainda mais imatura de Deacon. Não,
obrigada. Um babaca rico é o suficiente para mim.

— Não posso. Te ligo mais tarde. Acabei de voltar para a


minha mesa. — Termino a ligação com Heather quando noto
um grande buquê de flores na frente e no centro. Eles vêm
toda sexta-feira como um relógio. Continuo jogando-os no
lixo, mas Deacon não entende a dica.

Não posso acreditar que ele continua puxando essa


merda quando alguém pode rastrear de volta para ele. Já sei
como seria o cenário. Ele receberia uma pequena reprimenda
de Decker e eu seria conduzida até a porta.

Às vezes, os sussurros e olhares abafados me fazem


pensar se metade do escritório já não sabe. Tenho quase
certeza de que Tate está atrás de nós. Eu realmente preciso
parar completamente com essa loucura antes que ela fique
fora de controle. Coloco o café na minha mesa e minha bolsa
na gaveta. Pego o cartão das flores.

Vou receber um sim.

–D
— Admirador secreto? — A voz profunda de Decker
ressoa em meu ouvido.

— Puta mer... — Aperto o cartão no meu peito, meu


pulso latejando em meus ouvidos. — Desculpe. Você me
assustou. — Viro o cartão com a face para baixo e entrego
seu café.

— Como está hoje?

Levo um momento para organizar meus pensamentos.

Decker e Deacon são altos e estão em forma. Enquanto


Decker tem olhos azuis gelados, os de Deacon são cinzentos e
taciturnos. Ambos são atraentes, mas, novamente, todos os
irmãos Collins são. Eles têm quase a mesma altura, mas
Deacon é bem maior, enquanto Decker é magro. Os malditos
bíceps de Deacon são como bolas de basquete.

Meu olhar varre o corredor em direção ao escritório de


Deacon por hábito. Um hábito que preciso quebrar, mas não
consigo. Assim como não consigo parar de dormir com ele.

Decker limpa a garganta e me tira do meu devaneio.

— Certo. Você tem uma reunião com os irmãos Beckley.


Novo cliente em potencial. Eles são uma jovem empresa de
construção, mas está crescendo rapidamente. Eles precisam
de conselhos sobre alguns contratos. Eles construíram aquele
novo café na rua que parece uma xícara gigante. — Rezo para
que ele não acumule muito trabalho para mim no fim de
semana. Tenho um grande teste para o qual preciso estudar.
— Está tudo em ordem?

Pisco — Desculpa, o quê?

— Para a reunião? Preciso que você se concentre,


Quinn. Está acontecendo alguma coisa com você?

— Não. Quer dizer, certo, é claro. Não se preocupe. Terei


tudo pronto. — Espero que seja essa a resposta que ele
procura. Trabalhamos muito bem juntos. Muitas pessoas
pensam que ele é um idiota, mas gosta que as coisas corram
bem e odeia se repetir. Normalmente, estou na bola e
antecipo suas necessidades antes que ele pergunte.

— Ótimo.

Jogo as flores no lixo assim que Decker se dirige ao


escritório.

Olhando em volta na minha mesa, noto que alguém está


mexendo nas minhas coisas novamente.

Droga, Deacon.

Esse é um dos motivos pelos quais não posso levar a


sério seu pedido de encontro. Ele não é nada além de um
brincalhão no escritório, imaturo com um pau grande e que
se comporta como um adolescente.

Por que ele me deixa tão nervosa?

Estou escorregando. Estou fora do meu jogo e é tudo


culpa dele.
Olho a caixa de chocolates onde meu telefone deveria
estar. Realmente seria uma pena desperdiçá-los. Eles
parecem supercaros.

— Quem fica mandando as flores que você joga fora? —


Tate sorri quando se aproxima. Sei que sabe de tudo.

— Ele se chama Carter. Não aceita não como resposta.


— Reviro meus olhos, esperando que meu desempenho seja
verossímil. — Chocolate? — Empurro a caixa para ela.

— Talvez mais tarde.

Encolho os ombros. Mais pra mim.

Mordo uma trufa e quase consigo o que só poderia


descrever como um orgasmo de chocolate.

Cara, esses são bons.

Agora, só preciso descobrir como sair dessa bagunça


com Deacon, depois de comer mais alguns chocolates.
Deacon
EU rio das flores na lata de lixo de Quinn enquanto vou
para o escritório de Decker.

Não posso deixar de notar todos os invólucros de folha


de ouro espalhados pelas pétalas.

Não jogou fora esses malditos chocolates, jogou Quinn?

Vou cansá-la, lenta mas seguramente.

Ela está longe de sua mesa ou lhe daria a merda sobre


isso. Não a vi o dia todo.

Dexter e eu caímos no campo de golfe com um velho


magnata do petróleo Dexter tentando pousar. Guy tem um
patrimônio líquido de nove dígitos e está em suas últimas
respirações. Demorou duas horas a mais do que o normal
para jogar dezoito buracos. Não sei como o cara não ferrou
seu maldito fígado. Ele bebeu um quinto de uísque antes da
virada para o buraco nove. Mesmo eu, não aguento beber
tanto assim tão cedo. Gosto de bons momentos tanto quanto
qualquer outro cara, mas foda-se.

Muito respeito a ele.


Quando falei com minha secretária mais cedo, ela me
disse que Tate deixou uma montanha de arquivos na minha
mesa. Os cabelos da minha nuca se arrepiam pensando
nisso. Ela faz essa merda só para me irritar, mas não vou lhe
dar essa satisfação.

Entro no escritório de Decker.

Sua cabeça levanta do que ele estava lendo, como um


maldito suricato 3 . — Vocês, idiotas, precisam começar a
bater.

— Ponha sua mulher na coleira, gatinho. Sua casa está


quebrada e está me afetando.

Decker se levanta e sua mandíbula se flexiona. — Meça


suas palavras. — Ele se curva por um segundo, depois
relaxa. — Você não gosta da Tate porque ela o faz trabalhar.
— Passando a mão pelo cabelo, um sorriso se espalha
lentamente por seu rosto. — Na verdade, tenho algo que até
você pode lidar. Fácil pra caralho e você é perfeito para isso.
Faça isso e direi a Tate para relaxar.

Esfrego minhas mãos. — Agora estamos conversando,


irmão. Considere isso feito.

— Preciso que você fale em uma faculdade.

Minha mandíbula aperta e fico olhando para ele.

3 É uma espécie de mamífero da família Herpestidae.


Ele tenta segurar uma risada com a minha reação, mas
está quase tremendo.

Finalmente, balanço minha cabeça. — Foda-se. Não


estou fazendo isso. Faça Dex fazer isso. — Decker sabe que
odeio esse tipo de merda.

— Não está em debate. Você já concordou e podemos ser


o The Hunter Group agora, mas ainda sou o sócio-gerente de
Chicago. — Seu rosto fica sério enquanto ele anda ao redor
de sua mesa e se inclina contra ela com os braços cruzados.
— Se quer Tate fora de sua bunda, prove para mim que você
pode ser um trunfo. Porque, se estamos sendo honestos aqui,
estou ficando cansado de sua merda. Não somos mais apenas
responsabilizados por nós mesmos. Você atrai a menor
quantidade de clientes, registra a menor quantidade de horas
faturáveis, está jogando golfe a manhã toda, quando Dexter
poderia ter ido sozinho, e você cheira a uísque. Portanto, peça
a sua secretária ou assistente jurídica para redigir uma
apresentação, se você não conseguir fazer uma por conta
própria.

Amo como ele fala merda sobre mim cheirando a uísque


quando tem um maldito bar inteiro no canto. Apesar de tudo,
posso ver escrito em seu rosto que não vou sair dessa. —
Bem. — Rosno a palavra, uma veia saliente no meu pescoço.
— Quando?

— Segunda-feira à noite.
Suspiro. — Você está me zoando? Escola noturna? Que
porra é essa, Decker? E se eu tiver planos?

Ele sorri. — Uma maratona do Pornhub 4 não conta


como planos. O professor é um bom amigo, me envia clientes
e fica de olho nos funcionários em potencial. Quero que você
procure possíveis alunos que possamos oferecer um estágio.

— Os alunos da noite não são advogados de verdade.


Por que você contrataria alguém de lá? — Eu gemo. Sei
exatamente quem vai para a escola noturna. Pessoas que não
têm suas vidas juntas e priorizam seus passados. Adultos
que trabalham e têm muita merda para serem empregados
dedicados.

Sei que estou sendo duro, mas meu cérebro está


procurando por qualquer motivo que possa conjurar para que
eu saia dessa.

Decker se endireita na minha frente. — Sabe qual é o


seu problema?

Levanto minhas mãos. — Por favor, me diga, pai.

— Você é incapaz de ser um adulto.

Zombo. — Isso não é verdade. Sou sempre maduro.

— Realmente? Que tal quando você abre um buraco no


fundo de um saco de Doritos, enfia o pau nele e oferece um
pouco para Donavan?

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Tento segurar minha risada. Porra, essa foi boa. — Ele
teve o que mereceu. — Eu mal consigo manter uma cara séria
depois desse trocadilho magnífico. Foi um dez, se é que já
ouvi um.

— Foi durante uma reunião de equipe!

— Bem, ele se encontrou com a equipe, certo. E muitas


pessoas ficariam felizes com sua surpresa.

Decker balança a cabeça e aperta a ponte do nariz. — E


o gráfico que você fez no Excel para avaliar os peitos de suas
clientes mais quentes?

Aponto o dedo para ele, lançando um olhar sério. — Foi


um exercício de um seminário de treinamento para o qual
você me enviou. Estava praticando tabelas dinâmicas. — Não
consigo nem olhar para ele enquanto termino a última frase.

— Jesus Cristo. É o suficiente. Você está falando na


faculdade e irei acompanhá-lo para ter certeza de que
representou a empresa de maneira profissional.

— Bem. Posso ir agora? Ou há mais alguma coisa?

— Vá por favor. Esta pequena conversa está me dando


dor de cabeça.

Quando saio de seu escritório, Tate passa por mim e me


olha de lado. Posso praticamente ouvi-los rindo de mim de
seu escritório.

Oh, foda-se você e seu sexo missionário.


Ela o tem bem perto do nariz, guiando-o e assumindo o
controle da empresa. Decker nunca teve problemas com meu
desempenho até que ela apareceu. Donavan me contou tudo
sobre ela ter ido a Decker para obter o arquivamento de um
de seus processos. Nem todo mundo quer trabalhar duro sem
parar e nunca aproveitar a vida como Decker e Tate. Eles
vivem para seus empregos. Alguns de nós têm uma vida
fodida e realmente gostam de contar uma piada e rir de vez
em quando.

Velhos desgraçados e nem mesmo são velhos ainda.

Além disso, preencho uma função e é perfeita para mim.


Sou o irmão carismático. Aquele que sai para beber com os
bons e velhos meninos. Eu os armo e então Decker chega e
fecha o negócio no final.

O único problema é que ele leva todo o crédito por pegá-


los e age como se eu não fizesse merda nenhuma.

Foda-se ele.

Saio nos fins de semana e bato papo enquanto ele está


sendo pai em sua casa gigante. Suporto inúmeras ressacas
por esta empresa, muito obrigado. E nunca reclamei sobre
meu trabalho como Decker. Ele está se transformando em
uma mulher. Aposto que Tate tem um pau maior que o dele.

Sorrio com meus pensamentos, amando a maneira como


racionalizo as festas como um ativo para a empresa. Sou
quem sou. Pelo menos não finjo ser algo que não sou.
Quinn
LARGANDO minha bolsa no balcão, procuro um laço e
puxo meu cabelo para cima em um coque bagunçado. Estou
pronta para chutar meus saltos fora e trocar essas roupas
abafadas. Tem sido uma longa semana e preciso fazer o
jantar para meu pai e estudar.

Somos apenas nós dois.

— É você, Quinn? — meu pai fala da sala de estar do


nosso apartamento de dois quartos. O lugar tem uma planta
estranha. O corredor passa por um closet de casacos, um
lavabo e a cozinha. A sala de estar fica um pouco além, então
um banheiro completo dividido entre dois quartos. Moramos
no andar de baixo porque papai precisa de uma cadeira de
rodas elétrica para se locomover. Ele sofreu um derrame há
alguns anos. Isso o deixou com graves danos nos nervos do
lado direito e forçou-o a se aposentar mais cedo. Antes ele
dirigia um ônibus pela cidade.

— Não, é a Publisher's Clearing House. Ganhamos um


milhão de dólares. — Rio. É uma piada contínua entre nós
dois.
Ele rola em direção à cozinha usando sua cadeira de
rodas normal e sorrio. Está tendo um bom dia se consegue se
virar e é ótimo para seus braços treinarem.

— Heather ligou. Disse que você não pode sair esta


noite. — Seus olhos penetram em mim.

— Não comece. Tenho um grande exame na próxima


semana.

— Vou jantar na casa ao lado. A Sra. Waters está


fazendo enxilhadas. — Ele abre seu sorriso torto. O derrame
o deixou com uma pequena curvatura no canto direito da
boca.

— Você sabe que vai se arrepender mais tarde, quando


sua azia bater. Você não deveria comer essas coisas.

— Você sai com Heather e dispenso o molho picante.


Você precisa ter uma vida de vez em quando.

Eu me sento lá e pondero sobre isso, olhando para o


teto, em seguida, de volta para ele. — Tudo bem, velho. Não
reclamo de você usando sua saúde para me manter como
refém.

— Quem você está chamando de velho? Estou em forma


como um violino.

— Sim, sim. — Pego minha bolsa e me movo em torno


dele, para que possa ligar para Heather e ver no que ela está
me arrastando desta vez.
— DAYUMM . Você está gostosa. Se eu gostasse de
mulheres, faria tudo isso. — Heather sorri e acena com a mão
para cima e para baixo para mim.

Ela está usando um vestido vermelho com malha


transparente que sobe dos dois lados e desce na frente. Está
fantástica, mas sua roupa deixa pouco para a imaginação.
Seu cabelo está preso em um rabo de cavalo alto e balança de
um lado para o outro enquanto caminha.

— Cale-se. — Mexo com meu cabelo, alisando-o sobre


meus ombros. — Não é muito? — Normalmente não uso
roupas tão reveladoras, mas Heather roubou o vestido verde-
esmeralda para mim em sua loja. Eles iam jogá-lo fora porque
um fio da bainha estava puído e precisava ser substituído.

A frente e as costas têm um V profundo que desce até


meu umbigo e meu traseiro. Eu não conseguia nem usar
sutiã com ele. Emparelhado com meu cabelo castanho, me
sinto um pouco como Poison Ivy.

Está lotado de parede a parede quando entramos no


PRYSM Nightclub. Luzes estroboscópicas piscam na parede e
o baixo vibra no meu peito. O lugar estar lotado me deixa um
pouco claustrofóbica, mas nada que alguma bebida não
consiga lidar.
— Vamos beber alguma coisa. — Heather tem que gritar
no meu ouvido.

Concordo.

Ela aponta em direção ao bar e nós navegamos em


nosso caminho através da multidão de risos e mãos errantes.
Vou me arrepender amanhã de manhã, mas já estou aqui,
então empurro o pensamento da minha mente. Senti falta de
sair com ela e sou sempre responsável. Posso deixar meu
cabelo solto de vez em quando e me divertir.

Heather sai para encontros o tempo todo. Ela come a


vida de solteira desde que terminou com seu último
namorado.

Peço um whiskey sour. Heather pega um dirty martini.


Bebidas na mão, procuramos mesa, mas não parece
promissor.

Apenas tenha um bom tempo. Vai ficar tudo bem.

Tomo um gole saudável do copo e balanço meus quadris


com a música. Deveria ter pedido dois drinques, a julgar pelo
comprimento da fila no bar, mas preciso me controlar.

Não estamos no clube por mais de cinco minutos


quando meu rosto fica vermelho e um formigamento familiar
chega às minhas extremidades.

Não é o álcool.
Olho para o segundo andar com vista para a área de
dança principal.

É ele.

Deacon.

Ele está conversando com uma morena peituda que o


está bajulando. Ele sorri para ela.

É um sorriso que alguma parte do meu cérebro esperava


que fosse reservado apenas para mim.

Sei melhor, mas ver ainda dói. Ele está em seu


elemento, fazendo o que faz de melhor – encantando
mulheres.

Sou uma idiota.

Não deveria me sentir tola, mas é exatamente como me


sinto agora. Sei que ele vê outras pessoas. Digo a mim
mesma constantemente que espero que encontre alguém que
tire sua atenção de mim. Mas sei que nunca vai se
estabelecer com uma mulher.

A música é cortada assim que Heather grita meu nome.


— Quinn!

Meus olhos piscam na direção da voz dela, mas saio de


sua linha de visão rezando para que ele não me veja.

— Você está bem? — Heather pergunta, me dando uma


olhada.
— Bem. Só um pouco sobrecarregada. — Engulo minha
bebida. — Talvez essa não seja a melhor ideia. Realmente não
estou sentindo isso.

— Ok. — Ela franze a testa e bate o martini de volta. —


Vamos sair daqui.

Concordo.

Colocamos nossos copos vazios em uma mesa próxima e


nos movemos em direção à saída. As luzes diminuem e são
substituídas por néons estroboscópicos no teto.

Viro minha cabeça e pego um vislumbre do local onde


Deacon estava antes, mas ele se foi.

— O que temos aqui? — Uma voz profunda ressoa em


meu ouvido, e um corpo rígido pressiona em mim por trás.

Por um breve momento, sorrio. Não deveria, mas faço.


Tem que ser Deacon.

Me viro e meu sorriso desaparece imediatamente. Carter


Hughes envolve a mão em volta da minha cintura como se
tivesse ganhado na loteria.

Com toda a honestidade, se não o conhecesse,


provavelmente o acharia atraente. Infelizmente, o conheço.
Nós brincamos um pouco no colégio. Na verdade, ele me
enganou sob o pretexto de namorar, enquanto dormia com
várias das minhas chamadas amigas.

As alegrias do ensino médio.


Atiro para ele um olhar que diz me solte agora e me
afasto, mas ele aumenta seu aperto e me puxa para mais
perto. Sinto cheiro de uísque em seu hálito e ele murmura
suas palavras como se estivesse martelando. Heather está a
poucos metros de distância conversando com um de seus
amigos, Stewart. Já sei que isso é uma armação, mas não
posso estar muito brava com ela. Nunca realmente contei a
ela sobre minha história com Carter por vergonha. Na
verdade, nunca conto a ela sobre minha vida sexual. Pensei
ter insinuado que não estava interessada nele, mas,
aparentemente, não comuniquei isso de forma eficaz.

Tento me contorcer para escapar das garras de Carter,


mas Stewart guia Heather em direção ao bar. Ela deve ter
visto meu sorriso inicial e pensado que eu estava bem com
Carter. Tem que ser isso.

Ótimo.

Agora estou sozinha com esse idiota. É melhor ela não


me deixar aqui sozinha e ir para casa com Stewart.

— Porra, você ficou quente. — Carter exala no meu


ouvido e estremeço.

— Obrigada. — Suspiro e me solto de seu aperto. — Vou


ao banheiro.

— Quer companhia?

— Isso é exatamente o oposto do que quero.


— Bem, não me deixe esperando. — Ele se inclina para
me beijar e saio do caminho.

Ele quase tropeça em outra pessoa, e faço minha fuga.


Deacon
DEUS, este lugar é uma merda.

Este clube não é meu estilo, mas prometi mostrar ao


filho de um cliente uma noite na cidade e ele queria vir aqui.
Wrenley Cooper é novo em Chicago. Ele cresceu na Costa
Oeste com sua mãe, uma ex-estrela infantil, alcoólatra. Seu
pai, Justice Cooper, é dono de uma das maiores gravadoras
do planeta e está preparando Wrenley para entrar no negócio
da família.

Boa sorte com isso, Sr. Cooper.

Wrenley acabou de sair da faculdade e é um nerd de


merda. É exatamente o oposto de seus pais, e não posso
deixar de me sentir mal pelo filho, e bem por ele de certa
forma. Seu pai é um idiota do mais alto nível, mas ele
definitivamente é bom para preencher minhas horas
faturáveis e me dá um pequeno bônus a cada trimestre.

O garoto parece desconfortável pra caralho neste lugar,


como se preferisse jogar Call of Duty. Por que diabos ele
pediu para vir aqui? Talvez seja apenas estranho.
Acho que Justice espera que eu faça com que o garoto
transe. Você conhece a dinâmica de que estou falando. Pai e
filho que são dia e noite diferentes. O garoto quer jogar no
computador. Papai quer que ele seja um homem e viva de
acordo com o nome da família, entre para uma fraternidade,
corra pelado pela quadra até o ginásio esse tipo de merda.

É meio triste e posso me identificar com a criança. Eu


sei o que é viver na sombra da família e não atender às
expectativas.

Converso com essa garota idiota por ele. Seus peitos são
a única coisa que ela tem a seu favor, porque as células
cerebrais estão faltando. Talvez ela seja burra o suficiente
para dar uma surra no garoto e tirar o pai de nossas costas.

Quase no momento em que ela começa a me regalar com


sua inteligência suprema, ouço alguém gritar o nome de
Quinn. Minha cabeça sacode e examino o clube em busca da
mulher de cabelos castanhos que adora provocar meu pau
sempre que pode. É um pensamento positivo. Não tem como
ela estar neste lugar. Não é mesmo – ela. Inferno, não tenho
ideia do que ela faz fora trabalhar na empresa. Essa é uma
das razões pelas quais precisa parar de ser tão teimosa e ir a
um encontro comigo. Quero saber o que ela gosta de fazer.
Quero conhecê-la melhor.

— Você é gostoso. — A garota ri.


Consigo não revirar os olhos. É tudo sobre o pau do
velho Wren esta noite. Não posso ser um idiota com ela até
que a missão seja cumprida.

— Falando em gostoso, você deveria conhecer meu


amigo. Ele poderia usar alguma companhia. A namorada dele
deu um fora na bunda dele. — Suspiro e aceno com a cabeça.
— Sim, ela realmente atacou o pobre rapaz. Decisão idiota.
Ele é rico pra caralho.

Seu nariz torce. — O que há de errado? Por que ela o


largou?

Me inclino e sussurro em seu ouvido. — Isso é só entre


nós. Você nunca pode dizer a ele que eu te disse isso.

Seus olhos se arregalam. Essa merda é muito fácil.

— Ok, eu prometo.

— Ela não conseguia lidar com o pau dele.

Ela se inclina um pouco para trás, como se estivesse


fingindo estar ofendida.

Encolho os ombros e olho para a multidão, procurando


por Quinn, mas dando um show ao mesmo tempo. — É
verdade.

Seus olhos se voltam para Wrenley.

Porra, ele está parado ali parecendo todo patético.

— Tem certeza disso?


Encolho os ombros. — São sempre os tímidos. Você sabe
disso. Eles não precisam se gabar.

Seus lábios se curvam em um sorriso. — Ele é meio fofo,


mas eu esperava que você me levasse para casa. — Ela me
bate com o quadril e abre os dedos em meu peito sobre
minha camisa.

Puta que pariu. Essa garota está com sede pra cacete. —
É o seguinte. Você mostra a Wrenley um bom tempo e talvez
se ele relatar coisas boas, considerarei isso.

— O quê? — Sua sobrancelha se enruga de desgosto.

Não posso deixar de sorrir por dentro. Sou como um


grande comediante stand-up. Às vezes você tem que levar o
público a um território sombrio, apenas para trazê-lo de volta
para tornar as risadas muito mais doces. — Você me ouviu.
— Sorrio.

— Ugh. Você é um i...

— Idiota. — Termino a frase por ela. — Eu sei, e você


ama isso em mim. Apenas tome uma porra de uma bebida
com o cara. É o aniversário dele.

Suas sobrancelhas se erguem. — Eu pensei que você


disse que a namorada terminou com ele?

Talvez ela tenha algumas células cerebrais afinal, mas


não muitas. Eu balanço minha cabeça. — Terrível, não é?
Nenhum cara deve levar um fora no seu aniversário porque
ele está carregando um pau enorme. — Encolho os ombros e
sinalizo para outra bebida.

Vejo as engrenagens girando na cabeça dessa garota


enquanto ela olha para Wrenley.

Porra, ele é um desastre, mas cheira a dinheiro. Já sei


que essa garota pode sentir o cheiro nele. Ela tem cifrões nos
olhos.

— Suponho que uma bebida não vai me matar. — Ela


endireita os ombros, empurra os seios para fora e caminha
até ele. Ela engancha os braços em volta do pescoço dele e dá
um beijo bem nos seus lábios, espalhando batom vermelho de
prostituta por toda a sua boca.

É muito fácil às vezes.

Uma mão dispara atrás das costas da mulher e me faz


um sinal de positivo com o polegar.

O meu trabalho aqui está feito.

Agora, o que diabos vou fazer enquanto esse garoto


deixa seu pau brilhar?

Examino a pista de dança, procurando por alguém que


possa conhecer para não ficar entediado da minha mente.

É quando a vejo.

Meu coração tenta bater para fora do meu peito.


Quinn caminha em direção à porta em um vestido verde
pecaminoso que abraça seu corpo em todos os lugares certos.
Meu pau se contrai e começa a subir com a visão. Deus,
nunca a vi parecer tão gostosa. Ela é como uma supermodelo
linda pra caralho.

Assim que minha mente corre para pensar em como e


onde eu poderia transar com ela no clube e levar nossas
escapadas sexuais a um nível totalmente novo, algum idiota
envolve seu braço em volta da cintura dela e a puxa para
perto dele.

Meu sangue esquenta a um milhão de graus e não


ficaria surpreso se o vapor disparasse de minhas orelhas.
Esse filho da puta está tocando o que é meu.

Saio para as escadas.

Não demorou muito para eu praticamente correr em


direção a ela. Empurro algumas pessoas para fora do
caminho derramando suas bebidas, mas não dou a mínima.
Me movo em direção à saída, tentando rastrear cada
movimento seu, mas continuo perdendo-a de vista. Assim
que começo a intervir, ela zomba do cara e sai correndo em
direção ao banheiro.

Essa é minha garota.

Ele a encara enquanto ela navega pela multidão em


direção ao banheiro feminino.
— Você pode se foder imediatamente, senhor. —
Murmuro as palavras sob a minha respiração e angulo para
interrompê-la antes que ela chegue ao seu destino.

Quando ela está prestes a entrar no banheiro, agarro


seu antebraço e a puxo para o canto.

Seus olhos se movem por um segundo e parece que vai


gritar. Então seu olhar pousa no meu rosto. Seus lábios
tentadores formam um sorriso divertido e ela balança a
cabeça. — O que você está fazendo aqui?

Varro meus olhos de cima a baixo em seu vestido e tento


não estourar minhas calças apenas com a visão dela. — Eu?
— Levanto minhas sobrancelhas para ela.

Nossos olhares se prendem e lambo meus lábios,


querendo nada mais do que empurrá-la contra a parede e ter
o meu caminho com ela.

— Você está em um encontro?

— E se eu estiver?

— Gostaria de saber seus segredos Jedi, já que você


continua me rejeitando.

Ela balança a cabeça de uma forma divertida. — Talvez


ele seja apenas legal e age como um adulto.

Dou de ombros e lanço um sorriso para ela. — Infeliz


por ele.
— Sério? — Ela sorri, claramente se divertindo com
nossa conversa. — Por que ele conseguiu um encontro
comigo e você não conseguiu?

— Absolutamente.

— E por que isso seria infeliz para ele? Estou morrendo


de vontade de saber.

— Porque ele fez todo aquele trabalho. Agiu como um


adulto. Provavelmente te levou para jantar, te buscou, trouxe
você aqui. — Me inclino para perto, para que ela possa sentir
meu hálito quente em seu ouvido. — E eu vou ser aquele que
te leva para casa e te fode.

— Agora, isso é engraçado. — Quinn tenta fingir que


estamos brincando, mas noto cada uma de suas reações
quando digo isso. Sua respiração fica presa na garganta, suas
palavras gaguejam levemente. A pulsação na lateral do
pescoço acelera, bem no lugar em que quero passar a língua.

Me inclino para trás e sorrio. — É o que é. Vamos sair


daqui.

— De jeito nenhum. Não deveríamos nem ser vistos


juntos.

— Quem vai ver? Posso ter uma suíte de hotel em cinco


minutos.

Quinn ri. — Não vou para um hotel com você.


— Oh, mas você vai me foder em um armário de
vassouras no trabalho?

Seus olhos se estreitam. — Você é um idiota. Por que


você não vai encontrar aquela vadia com quem você estava
flertando? Tenho certeza que ela adoraria ir para a sua suíte
de hotel. — Ela faz aspas no ar quando diz — suíte de hotel.

— Ah, então você me viu e nem ia vir dizer oi?


Realmente maduro, Quinn. — Deus, adoro quando ela fica
toda agitada. — Se eu não soubesse melhor, pensaria que
você está com ciúmes.

— Não mesmo.

— Quinn? — O idiota que estava com o braço em volta


dela se aproxima. Deve ter ficado cansado de esperar. — Esse
cara está incomodando você?

Lanço para ele um olhar reservado para meus piores


inimigos. — Sou o chefe dela, porra. Dá o fora.

Ele se encolhe, segurando as palmas das mãos para


cima.

Bicha.

— Muito bom. — Quinn bate no meu braço com a palma


da mão.

— Nunca disse que era legal. — Sorrio. — Deixe-me pelo


menos te pagar uma bebida. Há meses que venho tentando
encontrá-la sozinha fora do escritório. Não cague na minha
única oportunidade.

Os olhos de Quinn percorrem o clube, então ela aponta


o dedo para mim. — Uma bebida. É isso aí. Não é um negócio
engraçado.

Negócios são a coisa mais distante da minha mente.


Envolvo um braço em volta de sua cintura e a guio para trás.
Lanço para o idiota um olhar que diz para ficar longe dela
enquanto nos movemos para o bar.

Quando chegamos ao nosso destino, a coloco na minha


frente. O lugar está tão lotado que empurra meu pau contra
sua bunda.

Deslizando meu braço em volta de sua cintura, enterro


meu nariz em seu cabelo e inalo. A quantidade de contenção
necessária para não arrancar seu vestido e transar com ela
no bar é sobrenatural.

— Vodka cranberry. — Peço para ela.

— E se eu não gostar de cranberries?

— Você gosta deles. — A prendo no bar, arranhando sua


orelha com meus dentes. Adoro como ela finge que nunca a vi
bebendo suco de cranberry no escritório. Como se eu não
prestasse atenção a todos os malditos detalhes quando se
trata dela.

— Isso é problema.
— Ninguém do escritório está aqui. Você se preocupa
muito. — Deslizo minha mão pela frente de seu vestido sob a
privacidade do bar. Asseguro-me de roçar ao longo de seu
clitóris, mas sem tocá-lo. Não é minha culpa que o corte em V
profundo na frente de seu vestido me dá acesso fácil a sua
boceta.

— Deacon. — Ela solta um suspiro.

Removo minha mão rapidamente quando o barman se


aproxima com sua bebida.

Quinn bebe mais rápido do que precisa. — Bem, nós


tomamos uma bebida.

— Você me fez um homem feliz. — Deslizo minha mão


de volta para a frente de seu vestido e me aventuro um pouco
mais longe desta vez.

Seus lábios se abrem levemente quando circulo seu


clitóris com a ponta do meu dedo.

Me inclino perto de seu ouvido. — Você pode fingir que


quer sair daqui o quanto quiser, Quinn. Sua boceta conta
uma história diferente.

— Deus, realmente te odeio às vezes. — Ela diz as


palavras, mas seus quadris esfregam contra minha mão ao
mesmo tempo.

Seus olhos brilham nos meus, mas então ela olha além
de mim.
Algo ou alguém chama sua atenção. Ela se afasta de
mim e se arrasta pela multidão.

Que porra é essa?

Quinn pisa em direção à saída.

Como um cachorro no cio, vou atrás. Finalmente, a


agarro pelo antebraço e a giro para me encarar. — Aonde você
vai?

— Casa. Sozinha. — Ela desvia o olhar e digita


furiosamente em seu telefone.

— Vou te dar uma carona.

— Não! — Ela corre para fora do prédio.

Corro atrás dela, mas um táxi para e Quinn desliza para


dentro. Ela bate à porta na minha cara antes que eu possa
chegar até ela, e o carro sai em alta velocidade.

Que diabos?
Quinn
ME ESGUEIRO para a minha cafeteria favorita para cuidar
da minha ressaca e estudar para o meu próximo teste. Papai
tem uma sessão de fisioterapia e isso me dá algumas horas
para mim mesma. Sabia que sair ontem à noite era uma ideia
terrível.

Deacon por perto não é nada além de problemas. No


segundo em que baixei a guarda, vi duas novas garotas do
escritório de Dallas nos observando. Pelo menos acho que
elas me viram. Não ia ficar para descobrir.

De jeito nenhum.

— Refil?

Sorrio para a garçonete. — Por favor, posso ter um


bolinho de chocolate?

— Definitivamente. — Ela pega minha xícara e meu


telefone vibra. Verifico, caso seja papai e algo tenha
acontecido.

É Heather.
Heather: Puta merda! Fui para casa com Stewart ontem
à noite depois de receber sua mensagem e vamos apenas dizer
que esse cara tem um helicóptero como língua. Você chegou em
casa bem? Carter disse que seu chefe o ameaçou. Preciso de
detalhes.

Não posso deixar de balançar minha cabeça enquanto


leio sua mensagem. Ela é tão aberta sobre sua vida sexual e
sou tão cautelosa com a minha. Nunca lhe contei sobre
Deacon. Parte de mim parece uma má amiga, mas são
minhas informações pessoais. Não compartilho isso com
ninguém.

Por falar em Deacon. Ele não para de explodir meu


telefone pedindo uma explicação. Foi um pouco doce,
constantemente mandando mensagens de texto para ver se
cheguei em casa bem.

Ignoro todas e tento me concentrar em minhas


anotações. Estou adiantada, pelo menos. Há um orador
convidado na segunda-feira, então não vamos cobrir nada de
novo. Decido disparar uma resposta para Heather enquanto a
garçonete coloca meu café e bolinho.

Quinn: Ele pensou que Carter estava me incomodando. O


que ele estava. Estou me preparando para o meu teste. Jantar
hoje à noite?

Heather: Depende se Stewart ligar. Acho que posso


gostar dele.
Quinn: Ok, mantenha-me informada. Nos falamos mais
tarde.

Rolo meus olhos. Ela poderia fazer muito melhor do que


ele, mas quero apoiar. Quem sou eu para julgar? Não é como
se estivesse arrasando no departamento de tomada de
decisão.

Meu telefone toca novamente. Desta vez é outra


mensagem de Deacon.

Deacon: É sábado. Você deveria estar na minha cama,


nua.

Tento como o inferno lutar contra o sorriso que se


espalha pelo meu rosto quando leio sua mensagem. Meu
corpo grita comigo, mas não posso arriscar. Encontro imenso
prazer em mexer com ele, no entanto. Fico olhando para o
meu telefone. Devo responder? Disparo uma resposta antes
de interromper.

Quinn: Talvez eu já esteja nua. Já considerou isso?

Deacon: Fotos ou não aconteceu.

Minhas bochechas ficam rosadas quando leio sua


mensagem.

Sabe o quê? Para o inferno com isso.


Colocando meu laptop na bolsa, recolho minhas coisas e
vou para o banheiro. Não posso acreditar que estou pensando
em fazer isso... enviar uma foto para Deacon.

Enquanto não mostrar meu rosto, não há provas de que


sou eu e estamos enviando mensagens de texto no meu
telefone pessoal. Tranco a porta atrás de mim, coloco minha
bolsa na pia e desabotoo minha camisa, expondo meu sutiã.
Nunca fiz nada assim e é muito mais estranho do que
imaginei. Aproximando meu peito, tiro uma foto do meu
decote e clico em enviar.

Meu celular de trabalho vibra na minha bolsa e o pânico


inunda minha corrente sanguínea. E se for Deacon me
enviando uma mensagem de um telefone da empresa? Estou
com medo de verificar a mensagem, mas não posso ser uma
covarde. É estúpido de qualquer maneira. Deacon não seria
tão burro.

Passo o polegar pela tela e vejo um e-mail de Decker. Ele


precisa que eu vá hoje e entregue alguns contratos para os
irmãos Beckley.

Merda.

É raro ele pedir qualquer coisa em um sábado,


especialmente depois da fusão. Ele não trabalha mais nos
fins de semana, mas já estou fora e é o meu trabalho.

Atiro uma resposta para Decker dizendo que estou a


caminho, então ligo para meu pai.
— Ei, tudo bem.

— Vou chegar um pouco atrasada. Preciso correr para o


escritório.

— Estou exausto do meu compromisso. Vou tirar uma


soneca.

— Tem certeza que está bem?

— Pare de se preocupar tanto, mãe! — Ele desliga na


minha cara.

Não posso deixar de sorrir.

Não deveria me sentir culpada por deixá-lo sozinho


porque é relacionado ao trabalho, mas sinto.

C HEGO à empresa vinte minutos depois e um dos


seguranças do fim de semana abre a porta para mim.

— Sr. Collins está em seu escritório.

Franzo a testa, mas talvez ele se refira a um dos outros


irmãos. Se Decker estivesse aqui, poderia entregar os
contratos sozinho.
— Obrigado. Não vou demorar.

— Não tenha pressa.

Entro no elevador. As portas se fecham e aperto o botão


do meu andar. Quando saio do elevador, coloco minhas
coisas na mesa. O escritório de Decker está trancado e as
luzes apagadas. Talvez o segurança esteja enganado. Volto
para minha mesa e pego minha chave do escritório de Decker
na gaveta de cima. Antes de enfiá-la na fechadura, sinto uma
presença e uma mão aperta minha boca.

— Sabia que eu ia te trazer aqui. — A voz de Deacon


irrita meu ouvido e o cheiro de sua colônia me lava. — Uma
pequena funcionária tão dedicada.

Me viro pronta para dar um tapa nele. — Você enviou


aquele e-mail, não foi? Existe mesmo um contrato?

— Sim, mas ainda não está pronto. — Deacon sorri. —


Queria ver você.

— Bem, você me viu. — Vou em direção à minha mesa


para pegar minhas coisas e ir para casa.

— Vamos, Quinn. Porra. — Ele dá um passo em minha


direção. — Você tem que apreciar o esforço que fiz para
ficarmos sozinhos. — Ele me mostra seus dentes brancos
perolados com um sorriso comedor de merda.

— Você está fora de controle — assobio para ele.


Ele encolhe os ombros como se meu trabalho não
estivesse em jogo com suas travessuras. — Convidei você
para jantar, mas você disse que não.

Envolvo meus braços em volta da minha cintura e olho


para longe. — Nós dois sabemos que vou acabar machucada.
Por favor, pare de fazer isso comigo.

— Você não sabe disso. — Ele entra no meu espaço


pessoal e arrasta um dedo pela minha garganta. Ele acena
com a cabeça para o corredor. — Venha ao meu escritório.
Dê-me cinco minutos.

Balanço minha cabeça.

— Não vou fazer nada que você não queira que eu faça.

— Deacon, eu...

— Pare de pensar tanto. É exaustivo.

Ele agarra minha mão e me puxa. Como uma idiota,


sigo, sabendo que estou cometendo um grande erro. Ao
mesmo tempo, borboletas invadem meu estômago, como
sempre acontece quando o vejo olhar em minha direção.

O que há de errado comigo?

Não deveria nutrir a ideia de namorar Deacon. Ambos


sabemos o que vai acontecer. Depois que a novidade e a
emoção passarem, ele vai me trair ou acidentalmente acabo
grávida.
Ele não é maduro o suficiente para lidar com um
relacionamento ou responsabilidade real. É por isso que
sempre usa camisinha, embora eu esteja tomando pílula. Não
vou arriscar.

Chegamos ao seu escritório e ele tranca a porta atrás de


si, mas não se preocupa em fechar as cortinas. Não que eu vá
fazer algo com ele. Pode ter seus cinco minutos, então estarei
fora daqui. Na verdade, assim que ele terminar seu pequeno
discurso, vou encerrar tudo. Não vale a pena. Nunca valeu.

Ele se vira para mim assim que entramos e seu rosto


está tenso. — Por que você continua lutando contra isso? —
Ele balança um dedo entre nós.

— Apenas pare, ok? Isso não está acontecendo aqui.

Ele sorri e dá um passo em minha direção. — Nós dois


sabemos que é mentira.

— Deacon, eu... — Dou um passo para longe dele e


minhas costas batem na porta enquanto ele vem em minha
direção como um leão faminto.

Tento pensar em todas as coisas que quero lhe dizer,


para acabar com essa pequena charada, mas meu cérebro
fica uma bagunça quando me encara assim.

Começo a dizer algo e ele põe o dedo indicador nos meus


lábios.
— Shh. Não estamos aqui para conversar. — Um sorriso
diabólico cruza seu rosto, e perco toda a linha de pensamento
quando sua mão segura meu queixo e seus lábios batem nos
meus. Ele continua falando enquanto me beija. — O que eu
tenho que fazer para mostrar que isso é real? Hã, Quinn? —
Suas mãos ásperas agarram as minhas e me puxam para ele.
Seus dentes beliscam meu pescoço. — Eu quero você. Toda
você. Quero saber o que você está pensando. — Sua língua
desliza do lado do meu pescoço para debaixo da minha
orelha. — O que você faz fora do trabalho.

— Deacon, por favor...

— Quero você o tempo todo. Não apenas na porra de um


armário.

— Não podemos. — Minhas palavras saem em um


suspiro raso enquanto sua mão massageia meu seio.

Ele é tão faminto e possessivo, doce e sincero ao mesmo


tempo. Como diabos faz isso comigo? Me permito acreditar na
mentira um pouco mais. Que talvez algo mais seja possível.
Que poderíamos ser mais do que apenas uma aventura.

Já sei que assim que me afastar e analisar a situação,


voltarei a não confiar nele. Querer acabar com o que quer que
seja isso entre nós, mas é impossível pensar agora com ele na
minha frente.

— Nós podemos. Basta dizer sim, porra.


É impossível negar a atração, a maneira como meu
coração dispara no meu peito. — Por que não posso ficar
longe de você? — Agarro sua camisa em minhas mãos e sem
pensar, puxo-a de sua calça. Em seguida, vou trabalhar nos
botões, expondo as linhas cinzeladas de seu abdômen. Ele
definitivamente é lindo. Não é tão magro quanto os outros
irmãos Collins. Deacon é grosso e forte, mas seus músculos
ainda estão bem definidos.

— É fofo quando você tenta assumir o controle. — Ele


sorri contra meus lábios, correndo o dedo ao longo da curva
do meu queixo e pelo meu pescoço. A ponta do dedo dele faz
uma trilha ao longo da minha pele exposta. — Preciso de você
nua.

Meu corpo reage ao seu comando antes mesmo que eu


possa questioná-lo. Puxo minha blusa sobre minha cabeça e
tiro os sapatos. Deacon agarra o cordão da minha calça de
moletom e me puxa para frente. Ele nunca me viu vestida
assim antes. Estou sempre de saias e jaquetas. Rezo
silenciosamente para estar usando roupas íntimas decentes.
Depois do banho desta manhã, acho que apenas peguei o que
estava limpo e não consigo me lembrar o que era. Ele sorri
para mim quando empurra minha calça para o chão. Olho
para baixo e percebo que não estou usando nenhuma.

Suas sobrancelhas se erguem. — Você veio preparada.


— Alcançando minhas costas com uma mão e dois dedos,
Deacon habilmente remove meu sutiã e o joga pela sala. —
Porra, você é linda. Nunca te vi completamente nua antes. —
Ele dá um passo para trás e me olha de cima a baixo, como
se estivesse me avaliando.

Recuo para a parede. — E quanto ao segurança?

— Ele não vai subir aqui. Confie em mim.

Parte de mim odeia Deacon por planejar isso, e que seu


plano está claramente funcionando.

Já estou nua e definitivamente vou seguir em frente,


então posso muito bem me divertir. Passo por ele e me inclino
sobre sua mesa. Quando sei que ele está olhando, mexo
minha bunda para ele. — Bem, o que você está esperando?

Em um momento ele está atrás de mim, seu pau duro


pressionado contra minha bunda.

O bastardo presunçoso adora me provocar. Seus dentes


afundam em meu ombro e o sinto liberar seu pau. Ele desliza
a coroa em meu clitóris, e já posso sentir o orgasmo pendente
latejando entre minhas pernas. Balançando meus quadris,
me esfrego contra ele, desejando mais.

— Você não tem ideia do quanto quero você nua. Porra.

Olho para trás e sorrio quando ele puxa a camisinha do


bolso. Algumas coisas não são negociáveis, não importa o
quão ridículo meu cérebro decida agir.

Parte de mim sorri por dentro que, embora Deacon seja


o ser humano mais irresponsável que já conheci, não briga
comigo sobre o assunto. É como se soubesse onde pressionar
a sorte e onde não. Apesar de sua imaturidade, ele é muito
inteligente quando precisa ser.

Quando ele está pronto, dá um tapa brincalhão na


minha bunda.

Um leve som escapa dos meus lábios.

— Eu quero levar meu tempo com você, mas não sei se


serei capaz de fazer isso. — Ele penetra-me por trás. —
Assim. Porra.

A rapidez com que me preencheu por dentro é quase


insuportável. Por que ele tem que ser tão bom nisso? Por que
suas palavras fazem isso comigo?

— Você não sabe há quanto tempo eu queria você aqui,


desse jeito. — Uma de suas mãos agarra meu quadril, a outra
pousa no meu ombro. — Curvada sobre minha mesa.

Seus quadris aceleram enquanto seus dedos cavam e


me puxam de volta para encontrar cada impulso.

— Estou tão perto.

Sem avisar, ele levanta uma das minhas pernas sobre a


mesa e, assim, fica ainda mais fundo.

Tão profundo.

Ele está atingindo lugares que não sabia que existiam e


sua mão desliza em volta da minha cintura. Seu dedo circula
meu clitóris e estou a dois segundos de estar nas nuvens.
Deacon se inclina e sua boca está próxima à minha
orelha enquanto suas coxas batem em mim. — Conheço cada
botão para apertar. Ninguém sabe o que você gosta mais do
que eu, Quinn.

— Deus, Deacon, estou tão...

— Goze para mim. Quero te sentir.

E assim, suas palavras me enviam ao limite e estou em


queda livre. Minhas coxas tremem, meu corpo treme. O
orgasmo corre através de mim como um rio selvagem e
descontrolado. Estrelas difusas aparecem na frente dos meus
olhos e não sei como ainda sou capaz de ficar de pé.

Deacon desliza para fora de mim, me chicoteia e, antes


que eu saiba o que aconteceu, minha bunda está em sua
mesa e ele abre minhas pernas. Ele cai de joelhos e sua boca
está em mim, seus olhos fixos nos meus enquanto ele suga
meu clitóris entre os dentes.

Caio sobre os cotovelos, mal conseguindo me sustentar.

Deacon empurra um dedo lentamente dentro de mim


enquanto observa cada reação no meu rosto. Mal consigo me
concentrar em seus dois olhos cinza enquanto ele coloca um
segundo dedo.

Outro orgasmo se constrói no meu centro e não vai


demorar muito para gozar em sua boca.
— Não há nada melhor do que assistir você gozar para
mim.

Agarro a ponta da mesa, segurando para a vida. No


segundo em que estou prestes a soltar, ele se afasta e se
levanta.

Ele se inclina e pressiona sua testa na minha, nós dois


ofegantes, incapazes de formar palavras, apenas olhando nos
olhos um do outro.

— Nada melhor. — Ele desliza seu pau de volta para


mim enquanto diz as palavras, e um leve gemido vem do
fundo de sua garganta.

É tão doce e íntimo, quase como se estivéssemos


fazendo amor em vez de apenas fazer sexo. A mão de Deacon
segura minha nuca, enquanto empurra para dentro e para
fora, golpes longos e profundos. Olhando diretamente para
mim, ele lambe a ponta do polegar, então alcança entre nós e
esfrega meu clitóris.

Nossos olhos permanecem travados enquanto ele


lentamente aumenta o ritmo, e em pouco tempo estamos
fodendo fortes e rápidos.

Sua mandíbula se contrai e cada músculo em seu corpo


fica tenso, assim como meu corpo inteiro retribui.

Seu polegar é implacável, exatamente onde preciso, e


seus quadris batem em mim até que os sons úmidos de nossa
pele ecoem em seu escritório. Minha cabeça cai para trás e
não consigo mais conter.

A boca de Deacon instintivamente se move para o meu


pescoço e ele me beija naquele ponto mágico a meio caminho
entre minha clavícula e orelha.

— Porra, Quinn...

Meus dedos agarram a mesa enquanto Deacon grunhe.


Ele bate em mim o mais fundo que pode e nós dois
explodimos ao mesmo tempo.

Aperto em torno dele com tanta força que me pergunto


se é doloroso para ele. Se for, não demonstra. Seu corpo
inteiro fica rígido enquanto enche o preservativo.

Depois de alguns longos segundos, nossas testas se


encontram novamente. Nós dois ofegamos, nossos lábios a
centímetros de distância, os olhos travados.

Espero alguma observação espertinha que geralmente se


segue, mas não vem. Ele parece fora de si, quase como se
estivesse em um estado de sonho.

Deacon cai em meu pescoço, seus lábios na minha pele,


e juro que ele sussurra: — Você é tudo para mim.

O que diabos foi isso?

Depois de alguns segundos, ele se endireita e sua


respiração volta ao normal. — Porra, eu fui bem, não fui?
É mais parecido com ele.
Deacon
— PORRA .

Corro os dedos pelo cabelo e vasculho meu escritório em


busca da estúpida apresentação que Maria Madalena, uma
das paralegais 5 , fez para mim. Não sei seu sobrenome
verdadeiro, então esse é o nome que todos demos a ela. Ela
está sempre lendo a Bíblia no almoço e não bebe nada, então
imaginei que ela se orgulha de seu trabalho.

Há um PowerPoint no meu laptop, mas ela imprimiu os


slides e quero estudá-los pelo menos uma vez. Tenho o
compromisso de falar na faculdade esta noite.

Porra do Decker.

Vou pegar sua bunda de volta por isso. Ele deveria saber
melhor. Nenhum truque contra mim fica impune. Realmente
preciso ler esses slides, então parece que sei do que diabos
estou falando. Não posso estar lá em cima como se fosse
amador.

5Paralegal é um profissional que pode exercer todas as atividades inerentes a um estagiário de


advocacia.
Deveria ter fingido estar doente ou cancelado, mas
Decker me pegaria. Não quero nem imaginar o prazer que
isso daria a Tate.

Ah não. Eles esperam que eu estrague tudo. Esperam


que sim, para provar que estão certos.

Vou esmagar nesta apresentação e jogá-la de volta na


cara deles. Sei exatamente como todos eles me veem. O irmão
imaturo que não leva nada a sério. O palhaço da turma.
Conheço meu papel e o jogo bem. É o que é.

Uma coisa me incomoda, porém – Quinn.

Tenho vontade de fazer melhor, então ela vai me levar


mais a sério. Vai contra tudo que sei, quem eu sou.

Sai da cabeça, mano.

Encontro a impressão e vou em direção ao elevador.


Ainda tenho que terminar este contrato para os irmãos
Beckley. Vou ter que fazer em casa. Tate queria isso em sua
mesa esta manhã, mas tive que me encontrar com o médico
sobre seu caso de assédio sexual. Não achei nada no vídeo,
então foi uma pena dar a ele essa notícia. Mesmo assim, sei
que ele não fez nada, e serei amaldiçoado se ele pagar ao seu
acusador um centavo.

Tenho certeza que vou ouvir tudo sobre o atraso do


contrato. Ela sabe que tenho um monte de coisas
acontecendo, mas não dá a mínima.
— Pronto para sua palestra, professor? — Donavan ri.

Idiota.

Decker falou a todos aparentemente.

— Você não vai com esse terno, vai?

Fico olhando para ele como que diabos você está


falando?

— Não deveria ser tweed com remendos nos cotovelos,


Robert Langdon?

— Que tal um símbolo antigo? — Eu levanto meu dedo


médio. — O que há de errado? Rancoroso por sua futura
cunhada ter colocado o pau no seu processo?

O rosto de Donavan vibra e ele sai marchando. Maricas.


Não faça piadas se não aguentar o calor. Achei fantástico.
Queimou ele e Tate ao mesmo tempo, enquanto questionava a
masculinidade de Decker. Essa é a trifeta – uma porra de
uma obra de arte. Camadas sobre camadas de comédia,
vadia.

Bem quando acho que tenho um segundo para relaxar,


Dex se aproxima. — Não se preocupe, professor. Sei com o
que você está preocupado.

— O que é isso?

Ele ajusta minha gravata e tenta manter uma expressão


séria. — Preocupado que você não esteja qualificado para dar
uma introdução à aula de direito. É um motivo natural de
preocupação, dada a sua rodada de gameta na academia.

— Isso vindo do cara que fez um C na introdução à lei.


Você deveria esfregar o chão aqui.

Dex ri. Pelo menos não leva as merdas a sério como


Donavan. Deus, ele tem sido um verdadeiro idiota
ultimamente.

— Então eu poderia resolver seus casos à noite em um


quadro-negro, estilo Gênio Indomável.

— Sim, sim, eu joguei aquela bola de softball bem no


meio, porra. De qualquer forma, aproveite sua noite curtindo
a pornografia do iPad enquanto estou mergulhado na boceta
da faculdade.

— Nah, algo me diz que você não vai nem mesmo olhar
para nenhuma das garotas lá. — Um sorriso divertido se
forma em seu rosto.

O que ele sabe?

Encolho os ombros. — Provavelmente não. Tenho


certeza de que será um bando de velhos bastardos na casa
dos quarenta.

— Cara, você está na casa dos trinta.

Eu balancei minha cabeça. — Quem diabos vai para a


escola noturna para ser advogado?
Dexter sorri. — De qualquer forma, esse não é o motivo.

Merda.

— Oh sim? Me esclareça.

Suas sobrancelhas sobem. — Você realmente vai me


fazer dizer isso?

Sei que as pessoas sempre falam sobre como os gêmeos


têm uma conexão, como se eles pudessem sentir as coisas.
Você pensaria que estariam cheios de merda, mas não são.
Posso dar uma olhada nele e ver que sabe que estou me
apaixonando por alguém. Não sei como, mas ele sabe.

Suspiro. — Não. Não diga isso.

— Tudo bem então. Vá arrasar. Imagine seu público nu.


Ouvi dizer que ajuda.

— Vou imaginar você nu, garotão. — Dou um tapa


brincalhão em sua virilha e ele salta para trás.

— Cruzou a linha.

— Nada está fora dos limites.

Dexter ri e vai embora. Vou para o elevador. Quando as


portas se fecham, ouço Decker falando ao fundo e mais
risadas roucas.

Idiotas.
NO MEU APARTAMENTO , aqueço algumas sobras da noite
passada e pego o contrato dos irmãos Beckley no meu laptop.
Eles ganharam uma licitação para um projeto de restauração
de um hotel. Todos os detalhes parecem estar em ordem,
exceto o calendário de pagamentos que discutimos. Li as
notas do acordo e coloco uma garfada de macarrão na minha
boca. Molho respinga na minha camisa Brioni branca.

Porra.

Olho para o relógio e percebo que vou chegar atrasado


se não me mover. Digito o número, marco como final e envio
para Quinn para que possa entregá-lo.

Deve passar por revisão, mas só mudei um número e já


estou atrasado para colocá-lo fora da porta.

Solto um suspiro de alívio. Tecker (meu novo nome para


Tate and Decker) pode tirar minhas bolas agora.

Digitar o nome de Quinn na tela traz à tona sentimentos


familiares novamente. Não falei com ela desde que a inclinei
sobre minha mesa.

Você não tem tempo para pensar nela agora.


A voz na minha cabeça está correta pela primeira vez.
Troco de camisa e me olho no espelho.

— Bem maldita. Você está bem limpo, senhor, se é que


posso dizer.
Quinn
SENTO-me no lugar de sempre na frente da classe,
ansiosa para descobrir quem é o orador convidado.

Sempre fui uma ótima aluna, desde o ensino


fundamental. Se as coisas tivessem ocorrido de acordo com o
planejado, já estaria no caminho de ser um parceiro e não de
uma secretária glorificada.

É o que é. Papai teve um derrame. Não posso mudar o


passado e nunca vou reclamar de sacrificar meus planos para
cuidar dele.

Isso o devora o suficiente do jeito que está.

Cuidar da família é o que você faz. Ele me criou sozinho


e nunca o abandonaria por meus próprios motivos egoístas.
Se tiver que trabalhar duas vezes mais que todos os outros
para alcançar o mesmo resultado, é o que farei.

Nunca pensei que seria eu quem cuidaria dele, no


entanto. Às vezes é difícil. Não o trabalho em si, mas vendo-o
nesta condição. Ele era tão forte e independente quando eu
era mais jovem.
Ele nunca escovou o cabelo de uma menina ou brincou
com bonecas Barbie, e nunca reclamou uma vez. Cuidou de
mim e me incentivou a fazer o melhor. Ainda o faz.

O derrame virou nossas vidas de cabeça para baixo.


Cuidar dele é um trabalho árduo. Seus medicamentos. Sua
dieta. Exercício. É muito para eu assumir enquanto tenho um
emprego de tempo integral e vou para a faculdade, mas amo o
fato de ele saber que estou ao seu lado, que não precisa
enfrentar esses desafios sozinho. Poucas pessoas têm esse
tipo de sistema de suporte. E consigo sair com ele mais do
que em outras circunstâncias. Ajuda a passar os dias
concentrar-se no positivo.

— Quem você acha que vai ser? — Jillian desliza para a


cadeira ao lado da minha.

Somos basicamente as duas nerds que fazem uma


tonelada de perguntas. Às vezes, isso provoca gemidos dos
outros alunos quando nossas discussões nos empurram para
além do final da aula. Realmente não me importo, no entanto.
Estou aqui para aprender e fazer valer o meu dinheiro.

— Não tenho a menor ideia. — Sorrio para ela.

Ela é uma mãe solteira recém-divorciada que tenta


proporcionar um futuro melhor para seus filhos.

— Espero que eles não sejam tão chatos quanto o


último.
— Sim, é difícil tornar o código tributário interessante,
então não posso criticar muito o cara.

O professor Billings entra na sala e o lugar fica


silencioso.

— Boa noite a todos. Temos um convidado esta noite.


Ele é um homem que algum dia poderia ser seu chefe. Dê as
boas-vindas ao Deacon Collins do Grupo Hunter.

Que porra é essa? Isso não pode estar acontecendo


comigo.

Minha boca fica seca e meu estômago dá um nó. A cor


desaparece do meu rosto quando olho para cima e vejo
Deacon.

Ele me vê na primeira fila e seus olhos se arregalam,


então seus lábios se curvam em um sorriso e ele pisca.

Abro uma carranca de volta.

— Uau. Sei onde quero trabalhar. Gostaria de saber se


todos os homens em sua empresa são tão gostosos? — Jillian
zomba dela mesma.

Se ela soubesse.

Mordo minha língua para não dizer algo que vou me


arrepender. Como lhe dizer que está fora dos seus limites e
do meu? Ou, inversamente, que idiota conceituado ele é, ou
talvez o quão bem ele pode usar seus quadris e sua língua?
Isso não pode estar acontecendo agora. Meu peito e meu
estômago apertam com o pensamento dele me curvando
sobre a mesa e me fazendo gozar repetidamente.

Deacon arruma seu laptop e PowerPoint. Sei que não há


como ele juntar tudo. Parece trabalho de Mary. Claro, ele não
fez o trabalho sozinho, mas vai fazer tudo porque é charmoso
e carismático.

Isso é tão embaraçoso. Não contei a ninguém em sala de


aula onde trabalho, porque a minha vida privada é apenas
isso... privada. Além disso, não digo às pessoas do trabalho
que vou para a faculdade à noite. Não quero que saibam que
eu, a assistente, quero ser advogada. Muitos advogados do
Grupo Hunter são presunçosos e não acham que uma
secretária seria capaz de fazer seu trabalho. Vi como alguns
deles me olham com desprezo.

Deacon começa sua palestra sobre direito civil e como


ela é aplicável no mundo real. Na verdade, é muito útil e
poderia aprender muito com isso, mas é impossível me
concentrar. Só fico pensando em como vou explicar isso a ele
mais tarde. Ele não vai esquecer de jeito nenhum.

— Sério, no entanto. Quão gostoso é esse cara? — Jillian


me cutuca com o cotovelo quando ele desabotoa as mangas e
as enrola em seus antebraços musculosos. — Será que posso
conseguir o número dele e obter ajuda no exame de quarta-
feira?
Incapaz de me controlar, lanço-lhe um olhar sujo
quando ela levanta a mão no final da palestra para fazer
perguntas, e percebo que estou sendo ridícula.

Preciso dar o fora daqui antes que ele fale comigo.

Pego minhas coisas o mais rápido que posso e vou para


a porta. Não vou ficar por perto para assistir Jillian bajulá-lo
ou ouvir um de seus comentários espertinhos enquanto ele
flerta com minha colega de classe.

O ciúme passa por mim enquanto saio correndo do


prédio. Não deveria me sentir assim, mas este era o meu
espaço. Era meu, e Deacon veio invadindo-o como uma bola
de demolição. O pensamento dele convidando Jillian para
beber alguma coisa fez meu sangue correr quente. Não
deveria me importar, mas no fundo sei de uma coisa...

Eu me importo.

Muito.
Deacon
SE QUINN NÃO CONSEGUE VER o universo nos unindo,
precisa examinar seus malditos olhos. Quando entrei na sala
de aula e vi os sapatos de salto aberto que ela usava para
trabalhar hoje, não pude conter a felicidade que se espalhou
pelo meu peito.

Ela correu para fora da sala de aula.

Interrompo alguma garota no meio da frase para ir atrás


dela. Não tinha ideia de que Quinn queria ser advogada. Faz
sentido. Ela seria uma ótima advogada.

Corro pelo estacionamento e pego seu braço quando ela


está prestes a deslizar para o lado do motorista de seu carro.

— Para onde você está correndo tão rápido? Vai buscar


uma maçã para mim? — Sorrio. — Caso você esteja se
perguntando, sim, você pode ser o animal de estimação do
professor.

Seus lábios se comprimem em uma linha fina e seu


corpo fica tenso. Merda. Ela parece chateada. Talvez não
fosse melhor começar com uma piada. Estou sempre fodendo
as coisas com ela.

Nós dois sabemos que ela sente essa faísca entre nós.
Porque luta continuamente, nunca saberei. Seria muito mais
fácil se simplesmente cedesse à atração.

Porra, isso me faria um homem feliz. O mais feliz.

Ela puxa as chaves, sem conseguir dizer nada, e desliza


para o assento do motorista. Seu rosto está vermelho de fogo.

Chego dentro e a impeço de colocá-las na ignição. —


Olha, sinto muito. Não queria brincar. Deixe-me levá-la para
jantar.

— Não estou com fome. — Suas palavras são curtas e


cheias de veneno.

— Café, então? — Levanto minhas sobrancelhas para


tentar aliviar o clima.

Não funciona.

— Preciso estudar.

— Você pode estudar enquanto toma um café. Pegue um


café comigo. Talvez eu possa ajudar.

Ela exala uma respiração profunda. — Não é um bom


pensamento. Por favor, deixe-me ir para casa.

— Não sabia que você queria ser advogada.


Quinn desvia o olhar. — Não quero falar sobre isso. E,
por favor, não diga nada a ninguém.

Levanto as duas mãos. — Ok, prometo. Mas deixe-me


levá-la para tomar uma xícara de café. Nem vou tocar no
assunto.

Ela me encara. — Você não vai me deixar em paz até


que consiga o que quer, não é?

Balanço minha cabeça e sorrio. Nenhuma palavra


precisa ser dita.

— Ugh. Bem. Mas falo sério, Deacon, não seja um idiota.

Arregalo meus olhos e finjo inocência. — Nunca sou um


idiota. — Pegando sua bolsa do banco de trás, a levo para o
meu carro e me pergunto o quão rápido vai tentar correr
quando perceber que a estou levando para minha casa.
Melhor guardar essa notícia para quando ela afivelar o cinto
no carro. Não disse para onde iríamos e o café no meu
apartamento é o melhor.

Um fato não foi esquecido por mim. Nunca levo


mulheres para casa. Ela será a primeira.

Meu lugar é apenas isso – meu.

Não quero que apareçam aleatoriamente ou deixem a


bolsa ou a jaqueta como desculpa para voltar. É meu covil e
está fora dos limites para as mulheres.

Bem, foi, ao que parece.


Quinn é diferente. A ideia de levá-la me deixa um pouco
ansioso, mas não consigo evitar.

Quando abro a porta do passageiro, ela afunda no


assento e sua saia sobe um pouco em sua coxa. Meu pau
tenta ganhar vida e vou voltar para dentro das minhas
calças. Entregando sua bolsa para ela, corro ao redor da
parte de trás do carro e me sento no banco do motorista. As
sobrancelhas de Quinn se erguem quando The Chronic do Dr.
Dre toca nos alto-falantes.

Olho para ela, diminuindo o volume. — O quê?

Ela encolhe os ombros. — Nada. Pensei em você mais


como um cara tipo faixa de cabelo dos anos 80. Esperava Van
Halen.

— Hmm. Que tipo de merda você escuta? Deixe-me


adivinhar. Taylor Swift?

— Não, obrigada. Sou mais o tipo de garota do Foo


Fighters.

Concordo. — Não é ruim. É uma espécie de punk rock.


— Arrasto a última sílaba e isso arranca um pequeno sorriso
dela.

Um pequeno passo para o homem...

Navego no tráfego tarde da noite. Passamos por três


cafés.
Quinn percebe, esticando a cabeça para seguir cada um
enquanto dirigimos. — Para onde você está nos levando?
Canadá?

— É um ótimo local. Confie em mim. — Sorrio e coloco


minha mão na parte superior de sua perna que ainda está
coberta. Ela não a afasta e sorrio para mim mesmo.

Um salto gigante...

Estou tentado a empurrar minha mão mais para cima,


mas não quero irritá-la... Ainda não. Estou surpreso que até
entrou no carro e obterei quantas vitórias puder.

Chegamos do lado de fora do meu prédio e Quinn gira


em torno de mim. — Isso é algum tipo de brincadeira? Posso
te apunhalar com minha caneta.

Abro meus olhos para ela. — Não precisa ser violenta,


droga. Você vai gostar da vista e faço uma boa xícara de café.
— Eu lanço um sorriso para ela acalmar seu temperamento.

Ela cruza os braços sobre o peito. Isso empurra seus


seios juntos, e tenho um desejo inacreditável de mergulhar de
cabeça direto neles.

— Não sabia que você era capaz de operar uma


cafeteira.

— Há mais em mim do que meu pau grande.

Suas bochechas ficam rosadas com a menção do meu


pau.
É adorável quando sei o quão suja ela pode ser.

Ela bate no meu peito com as costas da mão. — Droga,


Deacon. Você disse que se comportaria.

— Oh, por favor. Sou um perfeito cavalheiro. — Saio do


carro e abro a porta dela, sorrindo pra caramba. — É apenas
anatomia. Não precisa ser tímida.
Quinn
— SINTA-SE CONFORTÁVEL. Vou preparar o café. — Deacon
remexe em sua cozinha elegante e moderna com
eletrodomésticos de aço inoxidável. Parece desajeitado nele, e
me pergunto se já fez café antes. É bom tê-lo esperando por
mim pela primeira vez. Nunca o vi fazer suas próprias tarefas,
nunca.

Movendo-me pelo apartamento, deixo minha bolsa cair


no balcão da cozinha. Seu lugar é o apartamento de solteiro e
todos os lugares refletem isso, e me pergunto se devo
higienizar minhas mãos antes de tocar em alguma coisa.
Tudo é superdimensionado, desde sua televisão gigante
montada na parede até seu sofá de couro preto que é grande
o suficiente para três pessoas dormirem.

Exploro mais a sala, observando a decoração. Existem


algumas fotos em preto e branco dele com seus irmãos. É de
quando eles eram crianças, e mal consigo diferenciá-los.
Todos exibem os mesmos sorrisos infantis em seus rostos.

Desci um pouco os olhos e havia algumas fotos dele e


Jenny, sua sobrinha. Decker está em alguns deles. Há
algumas bolas de futebol assinadas do Bears que meu pai
enlouqueceria. Walter Payton e Mike Singletary e Brian
Urlacher. Encolho os ombros. Reconheço os nomes e já os
ouvi um milhão de vezes, mas é só isso. Não gosto muito de
esportes. Ocasionalmente, assisto futebol com papai porque
ele adora muito e íamos aos jogos quando eu era pequena.

A cidade se ilumina lentamente abaixo, edifício após


edifício, enquanto o sol se põe no horizonte. O Lago Michigan
fica a leste e as lindas cores do pôr do sol brincam nas águas.
Deacon estava certo sobre uma coisa. Amo a vista. É lindo.
Olho pela janela do chão ao teto que percorre toda a extensão
de sua sala de estar.

O cheiro de café caro preenche o ar.

Acho que ele descobriu como fazer isso. Bom para ele.

Ele se aproxima de mim por trás. — Estará pronto em


alguns minutos. — Chega perto de mim. Estou tão relaxada
que começo a me inclinar para trás e tropeço um pouco.

— Merda, Quinn. — Com reflexos de gato, ele me pega e


por um longo momento me envolve em seus braços.
Demoramos um pouco antes que ele me coloque de pé.

Ele ri e se estica para abrir uma porta que leva a um


pequeno terraço.

Deus, sou uma desajeitada perto dele.


A pequena varanda é linda. Plantas grandes
transbordam de vasos colocados equidistantes6 ao longo da
parede, e há algumas poltronas enormes.

Me movo para o pátio e observo tudo. — Muito


impressionante.

— Sim, você é.

Meu estômago dá um nó e estremeço internamente ao


mesmo tempo. Não deveria estar perto dele, mas não posso
ficar longe.

— Gosto de sentar aqui e tomar café quando trabalho de


casa.

— Posso ver por quê.

Ele passa por mim e acende a luz externa. — Sente-se e


fique confortável. Vou pegar sua bolsa. Há uma conexão
Ethernet se você precisar de internet, ou a senha do Wi-Fi é
KimJongTateSucks. Sem espaços. Primeira letra de cada
palavra maiúscula.

Balanço minha cabeça para ele.

Ele encolhe os ombros. — O quê?

— Nada. Obrigada. — Afundo nas almofadas grossas de


uma das cadeiras e tento imaginar Deacon sentado aqui,
remoendo seus casos. Ele volta minutos depois com minha
bolsa e uma caneca fumegante.

6 Termo usado em geometria – Junção de distância equivalente. Distância igual.


Respiro fundo. Minhas sobrancelhas sobem. É creme de
avelã e dois açúcares. Não é à toa que ele estava se
preocupando com isso por tanto tempo. — Como você sabia
fazer assim? — Sorrio acima da borda, soprando o líquido
quente antes de tomar um gole.

Ele se senta em uma das outras cadeiras, mas seus


olhos cinza fixam-se nos meus. — Presto mais atenção do que
você pensa. Percebo cada pequeno detalhe sobre você, Quinn.

Minhas bochechas esquentam e não tenho certeza se é o


café ou as palavras que saem da boca de Deacon.
Provavelmente ambos. — Eu deveria estudar. — Sei que é
rude cortá-lo quando está sendo tão legal, mas é demais.
Estou impressionada por estar aqui e realmente preciso
revisar minhas anotações.

— Vou deixar você com isso. Preciso fazer uma ligação.


— Ele se levanta da cadeira e volta para a porta.

Para minha surpresa, Deacon permanece fiel à sua


palavra. Me deixa sozinha por quase trinta minutos antes de
voltar para encher minha xícara. Ele leva o bule de volta para
a cozinha e volta com um pãozinho de canela que é de
morrer.

— Agora, isso é bom. — Soltei um longo gemido porque


é simplesmente delicioso.

— Adoro quando você faz esse som. — Seus olhos


penetrantes me aquecem por dentro. Passando o polegar
pelos meus lábios, ele limpa algumas migalhas da minha
boca e as lambe.

Deus, é tão sexy. Sei que ele me quer em sua cama, e se


eu não sair daqui rapidamente, vai conseguir.

Recolho minhas coisas. Surpreendentemente, ele não


tenta me impedir.

— Devo ir. Você disse que estaria em seu melhor


comportamento. Este teste é importante. Esta aula é crucial
para a escola.

— Umm, ok. Não percebi que não estava me


comportando. — Ele balança a cabeça como se estivesse
confuso. — Você sabe que a firma oferece bolsas para esse
tipo de coisa. Eu poderia lhe dar uma boa palavra.
Pagaríamos pelo seu diploma.

Balanço minha cabeça com veemência. Imediatamente


fica claro em minha mente o quão diferente nossa educação
foi e a quantos quilômetros de distância estamos um do
outro. Ou talvez eu esteja apenas procurando uma desculpa
para sair daqui antes que seu pequeno plano funcione
comigo. — Não aceito esmolas. Não sou um caso de caridade.
Quero fazer isso sozinha por mim. Você não entende como é
porque está acostumado a ter tudo entregue a você. — Paro e
respiro fundo. Ele realmente não merecia isso, mas
simplesmente escapou. — Olha, Deacon. Não sou como você.
De onde venho, você tem que ganhar tudo que você tem.
Sua mandíbula estala e ele esfrega o queixo. Posso ver a
intensidade queimando por trás de seu olhar de aço. Não
acho que ele já tenha ficado chateado comigo antes, mas
agora, a maneira como me encara – parece o papel.

Ele não explode, no entanto. Fica sentado ali, calmo.


Quase maduro, e nem sei para quem estou olhando agora. É
como se finalmente estivesse olhando para um adulto.

— Então, está tudo bem para você me resumir? Bem


desse jeito?

Me encolho um pouco no assento. É o mais próximo que


já tivemos de uma conversa séria e estou errada. É um
território desconhecido.

Deacon se levanta e caminha em direção à porta. Agora,


quanto mais as engrenagens em sua cabeça giram, mais
chateado parece. — Sim, minha vida é tão fácil pra caralho.
Você sabe o que é ser o irmão mais novo de Decker Collins? O
deus do beisebol. Poderia ter sido tão bom quanto ele, se não
melhor, mas não queria a pressão de viver de acordo com
isso. Adorava beisebol, mas jogava futebol só para irritá-lo.
Só para provar que podia fazer algo que ele não podia. Você
acha que me conhece, Quinn, mas não conhece. Você nem
mesmo tenta.

Olho para baixo, incapaz de fazer contato visual com ele.

Ele caminha em direção à porta, mas gira no último


segundo. — Eu tento com você. Tento ser melhor. Nunca fiz
isso por ninguém. Mas acho que nunca serei mais do que um
cara que você fode no armário no trabalho, certo?

Suas palavras são um tapa na cara. Isso dói, muito. A


dor é quase insuportável porque ele está certo. Nunca lhe dei
uma chance justa. Tenho sido dura com ele e talvez o tenha
colocado em uma caixa e não me preocupei em olhar mais
fundo. Talvez o lado engraçado dele seja um mecanismo de
defesa que usa para esconder quem ele realmente é.

Ando e alcanço seu antebraço.

Ele não olha para mim. Posso dizer que o machuquei, e


ele não quer que eu veja. Mesmo agora, tenho a sensação de
que não está fazendo isso por vergonha. Está tentando
proteger meus sentimentos, de ver que o feri.

— Sinto muito. Você está certo.

Finalmente se vira e me encara. — Certo sobre o quê?

— Tudo o que você acabou de dizer.

Ele se inclina e coloca as duas mãos em minhas


bochechas e me encara profundamente. Quando ele me olha
assim, todas as minhas paredes desmoronam e quero deixá-
lo entrar. Mas estou com medo de colocar minha confiança
nele. Estou com medo de cair. Deacon Collins me emociona e
me apavora ao mesmo tempo. Tem a capacidade de me
machucar. Nós dois sabemos disso. Mas ele está tão
vulnerável agora. Está me deixando entrar, e tenho a
sensação de que ele nunca deixou ninguém o ver assim ou
contou às coisas que acabou de me contar.

— Olha, gosto de você, Quinn. Não sei o que tenho que


fazer para que você veja que é real.

Antes que eu possa falar, sua boca se conecta com a


minha e tudo desaparece.

Deslizando sua língua manchada de café entre meus


lábios, o homem faz amor com a minha boca como se tivesse
praticado comigo sua vida inteira. Abaixando-se de joelhos,
ele desliza a mão pela minha saia, brincando com os dedos
sobre a minha calcinha, mas descansa sua bochecha contra
meu estômago. — Não quero brigar com você.

Instintivamente, estendo a mão e o puxo para perto de


mim. Me curvo e sussurro — Eu sei — contra sua mandíbula
e me movo para desabotoar sua camisa.

Ele agarra minha mão. — Desacelere. Não estamos


trabalhando. Temos muito tempo.

Ele é tão doce e íntimo agora. Quero que dure para


sempre e, ao mesmo tempo, gostaria que fosse apenas mais
uma rapidinha para que não tivesse que lidar com todas
essas novas emoções passando por mim.

Minha mente dispara. Deacon me faz sentir tão tonta e


confusa.
Quando estamos prestes a nos beijar novamente, meu
telefone vibra na minha bolsa e quebra o encanto entre nós.
Pego e vejo o nome do meu pai iluminar a tela. — Merda.
Tenho que ir. Sinto muito. — Empurro passando por ele,
quase tropeçando nele enquanto corro para pegar minhas
coisas. Meu pai me espera em casa há uma hora.
Provavelmente está preocupado.

— Quinn.

Sua palavra me atinge nas costas e olho por cima do


ombro para dar uma última olhada nele. Só quero ver seu
rosto mais uma vez enquanto está totalmente exposto para
mim, me mostrando quem realmente é.

É um erro. A decepção em seus olhos queima um


buraco no meu peito, mas simplesmente não posso lidar com
isso agora. Tenho muitas coisas acontecendo com meu pai e
a escola.

Se apenas as circunstâncias fossem diferentes. Depois


de tudo que ele me disse, talvez tivéssemos uma chance.
Deacon
UM BANHO FRIO não é suficiente para aliviar a dor depois
que Quinn correu de mim. Não a entendo. Ela age como se eu
fosse o único que joga, mas está puxando minhas cordas
como a porra de um mestre de marionetes. Não consigo tirá-
la da minha cabeça. O gosto açucarado de seus lábios. Seus
olhos verdes e cabelos ruivos.

Eu me abri completamente para ela. Nunca fiz isso com


ninguém. Simplesmente aconteceu e tudo se derramou antes
que pudesse impedir. Esse é o efeito que ela tem sobre mim.
Mas veja o que aconteceu.

É por isso que mantenho essa merda engarrafada dentro


de mim. Odeio nutrir ressentimento e não gosto de parecer
fraco. Toda a minha vida me disseram para não falar sobre
meus sentimentos. Engula isso e faça o trabalho. Ficar por aí
e brincar me impede de enfrentar as duras realidades da vida
e lidar com essa merda.

O que devo fazer é desistir. Mas não posso. Não sou um


desistente e sei o que diabos quero.

Ela.
Desabo na minha cama e olho para o relógio me
perguntando se ela está acordada e com tanto tesão quanto
eu.

A mulher me deixa louco. Queria que estivesse aqui


agora, ao meu lado, em meus braços. Não necessariamente
para transar. Amo quando ela está perto de mim, fala comigo.
Mesmo que seja sobre merda real.

Sim, de jeito nenhum ela vai se livrar de mim. Sou um


filho da puta persistente quando quero algo. Ela vai aprender
e jantar comigo. Não me importo se tiver que encurralá-la e
pressioná-la por anos.

É minha missão. Estou começando a me perguntar se


há algo de errado comigo no que se refere a ela. Estou agindo
como uma vadia. Dói quando constantemente me rejeita e
joga minhas flores no lixo. Especialmente quando sei que me
quer tanto quanto a quero.

Qual é a porra com ela? Se apenas me contasse, talvez


pudesse seguir em frente, mas não faz nenhum maldito
sentido.

Ao mesmo tempo, tudo isso só me faz desejá-la mais.


Ela será minha.

Pego meu celular da mesa de cabeceira e olho para a


nossa última troca de texto, quando ela me enviou a foto do
decote. É quente pra caralho, mas não se compara à coisa
real. Meu dedo paira sobre o botão de ligar e meu pau fica
mais duro com o pensamento de sua voz e a maneira que
sinto quando treme dentro dela. Foda-se. Preciso ouvi-la.
Mesmo que ela grite comigo.

— Por que você está ligando?

— Por que você acha?

— Deacon... — Meu nome desaparece. Ela está em


guerra consigo mesma, posso dizer.

Basta falar comigo, mulher! Deixe-me entrar nesse seu


cérebro.

— Estou tentando estudar.

— Preciso de você.

— Não estou falando sujo com você pelo telefone. Tenho


certeza de que tem uma lista de mulheres reservadas. — Ela
faz uma pausa. — Desculpe, não quis dizer isso. Estou
apenas…

— Não, você não está errada. Mas nenhuma delas me


faz sentir como você. Você é a única que faz isso por mim.
Não há nada que eu ame mais do que envolver minha mão
em sua garganta enquanto você se desfaz.

Ela respira pesadamente no telefone e fecho o punho em


volta do meu pau.

— Vamos. Pelo menos me diga o que você está vestindo.

— Bem. Quer saber o que estou vestindo?


Meu pau endurece na palma da minha mão. Agora,
estamos chegando a algum lugar. — Claro que sim.

— Acabei de tomar banho e me depilar.

Luto contra um gemido. — Continue.

— Eu me depilei em todos os lugares. Completamente


nua, exceto por uma pequena faixa de pelos e não consigo
parar de correr meus dedos sobre o meu corpo, desejando
que fossem os seus.

— Acredito que gosto do som disso. Você é muito boa


nisso. — Bombeio meu pau algumas vezes na minha mão. —
Continue.

— Hmm... quero arrastar minhas unhas pelo seu cabelo,


puxando e empurrando sua cabeça entre minhas pernas,
empurrando sua boca em mim. Estou imaginando sua língua
me lambendo para cima e para baixo, deixando-me bem
molhada para você.

— Deus, estou tão perto, Quinn. — Já posso sentir uma


carga de proporções épicas crescendo em minhas bolas. Não
esperava que ela falasse tão sujo ao telefone.

— Deus, Deacon. Me sinto tão bem. Quero você dentro


de mim agora. Estou usando meus dedos, mas não é o
suficiente. Quero que você assuma o controle. Preciso tanto
de você dentro de mim. — Ela solta um gemido alto, muito
alto. Quase soa como uma atriz pornô de merda gritando
enquanto o cara fode com ela.
— Você não está realmente se tocando, está?

Ela solta uma risada. — Não. Estou sentada aqui,


olhando para minhas anotações, usando uma camisola
grande, chinelos felpudos de coelho rosa e uma máscara
facial de lama verde.

Soltei um suspiro de desaprovação. — Toda a dureza se


foi. Totalmente esvaziado.

Ela ri, claramente se divertindo consigo mesma, e é


ridiculamente fofo. — Você mesmo causou isso, senhor.

— Se você vier, provavelmente poderia amarrar um


graveto nele e ainda colocá-lo dentro.

— Boa noite, Deacon. — Ela morre de rir e a linha fica


muda.

Minha cabeça cai para trás no meu travesseiro e olho


para o meu pau. — Só um pequeno contratempo, amigo. Isso
não vai nos parar. — Fecho meus olhos e permito que meus
pensamentos voltem para a fantasia que ela construiu
momentos atrás. Imagino Quinn deitada em sua cama nua
com as pernas abertas, enchendo sua boceta com três dedos
enquanto pensava no meu pau.

Meu pau sobe na minha mão, duro mais uma vez.

Te disse.

Acaricio para frente e para trás, até que estou fodendo


minha mão com tanta força que meu braço bate contra
minhas coxas. Eu resumiria isso como uma masturbação
vigorosa. A mulher me deixa louco. Seus gemidos passam
pela minha mente. Posso ver agora, uma imagem cristalina.

Aposto que ela está se tocando, desejando não ter


desligado na minha cara. Seus dedos estão escorregadios e
está pensando em montar em mim. Porra. Se eu soubesse
onde ela mora, iria lá agora mesmo e pegaria o que quiser. Se
eu estivesse lá, ela desistiria. Quinn acha que está me
afastando, mas só está ampliando meu desejo por ela.

Ela sabe que aquela boca inteligente dela me excita.

O suor escorre pela minha testa. Quinn me deixa quente


e incomodado, com certeza.

Deus.

Soltei um gemido e puxei com mais força e mais rápido,


pensando em como seria gozar dentro dela, marcá-la como
minha. Porra, é como se minha fantasia de todos os tempos
se transformasse em uma só. Depois, eu puxaria e a colocaria
de joelhos para que ela pudesse limpar sua boceta do meu
pau com a língua.

A visão gira em minha cabeça até que não aguento mais.


Jatos quentes de gozo sobem em meu estômago. Fico ali,
respirando pesadamente, as mãos pegajosas.

Deveria me limpar, mas apenas o pensamento de foder


Quinn totalmente me apaga.
Quinn
MEU ALARME SOA e gemo, cobrindo minha cabeça com o
travesseiro. Não estou pronta para me levantar e começar o
dia. A primeira parte da minha manhã é gasta tirando papai
da cama e colocando-o em sua cadeira para que possa cuidar
de seus negócios matinais. Nosso banheiro é adaptado e com
acessibilidade para que ele possa ser o mais independente
possível, o que tira um pouco do estresse de nós dois. Uma
vez que ele está situado e tenho certeza de que não precisa da
minha ajuda com nada, começo o café da manhã e me
preparo para o trabalho. Ainda tenho quase duas horas, mas
o tempo voará. Sei por experiência própria.

Alguns dias ficam mais suaves do que outros,


dependendo da força de papai. Em um grande dia, ele
funciona com pouca ajuda, mas em um dia ruim, mal
consegue segurar um copo d'água. Hoje é um bom dia e solto
um suspiro de alívio. Algumas vezes ele caiu da cadeira ou
quase colocou fogo no apartamento tentando fazer as coisas
por conta própria. Ele é realmente teimoso.
Ele sai do banheiro e desliza para seu lugar na mesa.
Percebo alguns pequenos pedaços de pele onde tentou se
barbear e acabou se cortando.

— Eu poderia ter ajudado. — Aponto em direção a sua


mandíbula enquanto coloco seus ovos e torradas.

— Estive pensando, garota.

Aqui vamos nós. Já sei o que está por vir.

— Sim? O que é isso?

— Deveria me mudar para um desses lugares de vida


assistida. Você tem o suficiente para se preocupar, e não
trabalhar tão duro o tempo todo para cuidar da minha velha
bunda. Esta não é a vida que quero para você.

Sorrio. Ele fala sobre isso pelo menos uma vez por
semana. — Não há nada que prefira estar fazendo. Você
precisa parar. Quando mamãe foi embora, poderia ter me
deixado com o estado. Teria sido mais fácil. Mas, você não
fez.

— Isso é diferente. Aquele foi o melhor dia da minha


vida. Você me deu um propósito. Ser seu pai me tornou um
homem melhor.

Me levanto e dou um beijo na bochecha dele. — Amo


você pai. Chega de falar sobre morar em uma casa que não
seja esta. Entendeu? — Aponto para ele com uma faca de
manteiga.
— Bem. Entendi, garota. O café da manhã está bom. —
Sua mão treme quando leva a caneca aos lábios e finjo não
notar. Odeio que sua saúde tenha piorado tanto nos últimos
anos.

— Obrigada. Seu almoço está na geladeira. Sanduíche


de atum e salada de frutas. — Termino meu café da manhã e
enxáguo nossos pratos na pia. Olho para o relógio e percebo
que estou fazendo um bom tempo.

Antes de sair para o trabalho, preparo a televisão para


ele. Sei que adora Classic Sports na ESPN e eles estão
exibindo um antigo jogo do Bears.

Algumas das minhas melhores lembranças são de jogos


com ele quando era criança. Seu amigo Joe sempre ia
conosco. Deus dê descanso à sua alma. Sei que papai sente
falta dele. Eu também. Eles eram como parceiros no crime.
Nem um único domingo à noite se passou sem que eles não
saíssem para tomar uma cerveja e assistir a um jogo, uma
vez que eu tinha idade suficiente para ficar em casa sozinha.
Me preocupo vendo-o sozinho. Já se passou quase um ano
desde que Joe faleceu. Ele precisa de alguém de sua idade
com quem possa se relacionar.

Beijo sua testa e recolho minhas coisas. — Devo estar


em casa para o jantar esta noite. — Aponto o dedo para ele.
— Fique longe de problemas.
— Oh, não se preocupe comigo. Apenas convidando
algumas strippers e o garoto Ronnie do corredor. Ele tem a
melhor erva.

Estou mexendo minha cabeça. — Não queime o lugar. E


sem charutos! — Eu encontrei seu novo estoque escondido
em sua poltrona na semana passada. Ronnie os esconde
quando estou no trabalho. Papai tem todos os vizinhos do
nosso andar enrolados em seu dedo.

Assim que chego ao meu carro, Heat liga para me contar


sobre sua noite selvagem com Stewart.

— Acho que ele pode ser o único.

Rolo meus olhos. — Cada homem é único para você.

— Ei, alguns de nós gostam de sexo.

— Eu recebo muita atenção. Não se preocupe comigo.

— Foi aí que você desapareceu no sábado quando me


deu um bolo?

— Fui chamada para trabalhar. — Minhas bochechas


coram pensando em como Deacon me curvou sobre sua mesa
e teve seu caminho comigo. Me pergunto se ele está chateado
por tê-lo deixado pendurado após nosso telefonema.

— É assim que as crianças estão chamando hoje em


dia?

— Pare com isso. Não estamos falando sobre isso.


— Chata. Nós vamos falar sobre isso. Em breve. Mais
bebidas. Você deveria passar na loja nesta sexta-feira.
Estamos tendo uma grande venda.

— Tenho que ir. Estou dirigindo.

— Tchau, vadia.

Deixo meu celular cair no banco do passageiro e me


concentro no trajeto matinal. Definitivamente, não penso em
Deacon Collins no caminho para o trabalho.
Deacon
NO MOMENTO EM que saio do elevador no trabalho,
Tecker me espera com enormes sorrisos em seus rostos. —
Bem-vindo de volta, professor. — Decker ri.

Tate me olha com raiva. Juro, Decker precisa fode-la


melhor porque sempre parece irritada. É triste também,
porque sei que seus insultos são excelentes e muito
engraçados.

— Você ficará feliz em saber que a palestra foi um


sucesso. Eles gostaram tanto de mim que me convidaram
para voltar na próxima semana.

Decker sorri como se estivesse quase orgulhoso.

— A oferta foi rescindida mais tarde, depois que fui pego


com as calças abaixadas e os lábios da melhor aluna
envolvendo meu... bem, você entendeu. — Pisquei.

O rosto do meu irmão fica duro, e o vejo estreitar o olhar


para mim. — É melhor você estar brincando.

Amo que ele não tenha certeza. Levanto minhas mãos


como se estivesse pesando algo com uma balança invisível. —
Talvez esteja, talvez não. — Encolho os ombros. — É isso que
você quer ouvir, certo? Que foi um show de merda.

Idiota.

Verdade seja dita, destruí essa apresentação. Todos os


alunos dessa turma se inscreverão no The Hunter Group
quando se formarem.

Então o Tecker pode comer uma torta de merda.

Sigo em direção ao meu escritório quando eles vão para


a sala da diretoria para uma reunião com Col e Miller e uma
teleconferência com Weston Hunter.

Weston é o grande idiota em Dallas que assumiu o


controle de nossa empresa. Eu não deveria dizer que ele
assumiu. Eles mantiveram o nome, mas só. Todos
trabalhamos juntos em uma grande parceria. Weston é o
chefe de Tate e um dos velhos amigos de Decker.

Tate, Deus, aquela mulher. Nós nos demos bem por um


breve segundo, mas acabei de descobrir que não gosto muito
dela. É muito intensa. Ela e Decker são uma combinação
perfeita. Aposto que eles sentam e repassam o itinerário do
dia pela manhã. Provavelmente tem um cronograma definido
para cada posição sexual e mapeando a partir de segunda.

E meu irmão vai se casar com ela. Ele propôs assim que
nossa fusão com o Grupo Hunter foi concluída. Eu deveria
tentar ficar mais com ela, mas Tate torna isso difícil, já que
acha que dirige esta empresa e isso me irrita. Construímos
essa coisa por uma década e a vejo agir como se pudesse
entrar aqui e começar a mandar nas pessoas.

Foda-se isso.

Ela nem era uma maldita parceira até a fusão acontecer.


Quando Decker começou a empresa, era para ser algo para
nós, os irmãos Collins. Não os irmãos Collins e Tate.

Entendo por que ele fez isso, para Jenny. Parte de mim
está feliz por ele ficar mais tempo com ela, mas poderíamos
ter pensado em uma maneira diferente sem trazer alguns
palhaços do Texas. Se ele apenas nos sentasse e conversasse
conosco, em vez de tomar a decisão final e nos emboscar com
isso.

Me lembro de uma coisa, no entanto. Decker fodeu


comigo me mandando para a faculdade. Pensei que ele
tivesse ganhado uma sobre mim.

Isso não deve ficar esquecido. Simplesmente não é meu


estilo.

Sorrindo para mim mesmo, entro em seu escritório e


começo a mexer com todas as suas merdas como fazia
quando éramos crianças. Eu reorganizaria seus brinquedos e
ele quase estouraria um vaso sanguíneo.

Entro no Microsoft Office e mudo todas as configurações


e fontes, depois mudo o idioma para africano. É o primeiro
que não reconheço. Isso levará algum tempo. Tenho certeza
de que ele não armou tudo sozinho, então precisará chamar
Quinn ou alguém da TI para consertar.

Pretendo causar danos suficientes para mantê-lo


ocupado metade da tarde. Quando estou satisfeito com o
computador dele, reduzo o brilho do monitor até que a tela
fique preta. O burro provavelmente vai pensar que não está
ligando. Isso o ocupará um pouco até que descubra, então
terá que lidar com todas as suas configurações.

Em seguida, começo em sua mesa e prendo todas as


suas canetas na parte de baixo da cadeira. Ele vai
enlouquecer.

Rio para mim mesmo, misturando seus clipes de papel e


grampos extras depois de esvaziar o grampeador. Sim, é
infantil, mas não me importo. Bem feito para ele por me
forçar a esse compromisso de falar besteira. Claro, consegui
ver Quinn fora do negócio, mas isso não vem ao caso.

Decker nunca me leva a sério. Se quiser me tratar como


um irmão menor chato, é assim que me comportarei. Olho
uma pilha de arquivos que parecem importantes e me
pergunto quantas merdas eu entraria se eles fossem
perdidos. Claro, sou um idiota, mas isso pode estar levando
as coisas longe demais e realmente machucar um cliente. Os
deixo e vou para sua estante de livros, reorganizando todos os
títulos com as lombadas voltadas para dentro.

Finalmente terminado, examino minha obra e sorrio


para mim mesmo.
Isso vai servir.

Quando saio do escritório de Decker, vejo Quinn em sua


mesa conversando com um cara com tatuagens no pescoço e
nos nós dos dedos. Não gosto do jeito que ele está olhando
para ela.

Porra, ela está quente, linda, usando uma saia azul


marinho com uma fenda no lado direito que brinca com a
parte de cima de renda de seus sapatos.

Tenho que forçar um gemido e me ajustar quando


ninguém está olhando.

Ela sorri largamente para o homem e faz um gesto para


que ele a siga. Minha mandíbula lateja enquanto o ciúme
pica em minhas veias. É um sentimento ao qual não estou
acostumado e que não gosto. Nunca fico com ciúmes. Já
provei com aquele babaca do clube, e hoje não gosto mais.
Nunca me importo se as mulheres com quem fodo veem
outras pessoas. Quinn não é qualquer outra mulher, no
entanto.

Quando eles se aproximam, reconheço o homem agora.


Cole Miller, um dos velhos amigos de Dex. Ele é dono de uma
rede de academias e já foi lutador profissional de MMA. Ele
provavelmente poderia chutar a merda fora de mim. Eu não
procuraria brigar com ele, e sei que é um cliente, mas não
dou a mínima.

Morreria tentando, se fosse preciso.


Quinn é minha e não aprecio a maneira como ele a fode
com aquela saia. Sua academia está sendo processada em
um caso enorme de assedio. Decker tem trabalhado sem
parar nisso. É por isso que ele me prendeu com aqueles
contratos para os irmãos Beckley.

— Cole Miller, Deacon Collins. — Quinn nos apresenta


enquanto passa por mim para chegar ao escritório de Decker.

Troco um aperto de mão rápido com o cara e seu


maldito aperto parece que pode esmagar alguns ossos. Não
estremeço, no entanto. Foda-se ele.

— Eles estão na sala de reuniões. — Segui em direção


ao corredor.

— Obrigada. — Ela me lança um sorriso e se vira para


Cole. — Se você me der um momento, vou deixar o Sr. Collins
saber que você está aqui.

Ele sorri para mim, em seguida, olha para a bunda dela


enquanto se afasta. Minhas mãos se fecham em punhos ao
lado do corpo. Quero lhe dizer para limpar a porra do sorriso
do rosto, mas sei que preciso estar no meu melhor
comportamento. Decker realmente me despediria se eu
fodesse com este caso para ele.

— Boa sorte com tudo. — Minhas palavras saem por


entre os dentes cerrados.

— Obrigado.
Recuo e espero Quinn chamá-lo para entrar. Quando
retorna para sua mesa, está toda sorrisos, e é melhor que não
seja porque Cole estava flertando com ela.

— Teve dificuldade em gozar ontem à noite depois do


nosso telefonema?

Esfrego meu queixo e sorrio. — De modo nenhum. — Me


inclino e sussurro em seu ouvido: — Nunca gozei tão forte na
minha vida, mas se você ainda precisa de algum alívio, ficarei
feliz em ajudar. Está quase na hora do almoço e estou
morrendo de fome. — Meus lábios roçam a concha de sua
orelha.

— Talvez você devesse comer algo.

Sussurro: — Sua boceta é a única coisa que estou com


fome.

A propósito, ela estremeceu um pouco com as minhas


palavras, sei que a encontrarei no armário de suprimentos
em breve, só tem uma coisa que preciso cuidar primeiro.

RICK LAWRENCE , o investigador particular de nossa


empresa, bate na porta do meu escritório.
— Entre. — Fecho algumas janelas do meu computador
e me levanto para apertar sua mão.

Se alguém pode resolver meu problema, é ele. Pode ser o


bastardo mais arrogante que já conheci, e está cercado pelos
irmãos Collins todos os dias. Isso está dizendo algo. Ele tem
trinta e poucos anos e está vestindo jeans esfarrapados e
uma camiseta elástica Led Zeppelin.

Ele se senta e coloca os pés na minha mesa. É assim


que você sabe que é o melhor no que faz. O cara tem coragem
de andar por aí como se fosse o dono do lugar, e ninguém fala
merda para ele sobre isso. É um maldito mágico e está
prestes a tornar minha vida muito mais fácil.

— E aí?

— Você conhece aquele caso que estou tratando? Flynn?


O cirurgião cardíaco? Merda de assédio sexual?

— Sim. Ouvi dizer que ele deu um tapa na bunda de


uma funcionária e um 'muito bem'. — Ele sorri como se não
visse nada de errado com esse cenário.

Eu tenho que lutar contra uma risada de sua atitude


indiferente. — Sim, é uma besteira total, mas é tudo o que ele
disse, em confronto com o que ela disse até este momento. O
que preciso de você é fazer um trabalho de fundo completo e
segui-la. Quero saber com quem ela se encontra, de quem é
amiga, tudo. Cave bem nisso, mas não deixe ela saber que
você está lá.
— Sem problemas. Serei um ninja porra do rei.

— Perfeito. Esta é a prioridade máxima, coloque-o à


frente de todo o resto. Não dou a mínima para o que qualquer
um dos meus irmãos diz.

Suas sobrancelhas sobem. Sei exatamente o que o gesto


significa.

— Sua cooperação não passará despercebida. —


Normalmente, consigo alguns ingressos para a suíte da firma
no Soldier Field.

Ele se inclina. — Preciso de algo um pouco diferente


desta vez. Chame isso de consideração alternativa.

Interessante.

— O que você tem em mente?

— Há um monte de novas bocetas de Dallas circulando


por este lugar.

Ele pode ser a pessoa mais misógina que já conheci. —


Eu devo ter notado.

— Quero a primeira opção na minha escolha, acima de


Donavan e Dex.

Porra, isso pode ser mais difícil do que eu pensava.

— Não sou um cafetão maldito. Não vão funcionar


alguns ingressos de futebol?
Rick sorri. — Não vou precisar de nenhuma ajuda sua.
Basta mantê-los fora do meu caminho. Posso cuidar do resto.
Confie em mim.

Não tenho dúvidas do que ele está dizendo. Nunca o vi


ter problemas para acertar alguns traseiros.

— Você tem alguém em mente?

Ele acena lentamente. — Oh sim. Mary.

— Madalena? A nova paralegal que lê a Bíblia durante o


almoço e usa saia longa?

Rick se recosta na cadeira. — É essa mesma.

Balancei minha cabeça. — Bem, acho que você está bem


a frente. Vi Dexter cobiçando Abigail sem parar, e nenhum
dos meus irmãos gosta de trabalhar para transar. Mary não é
realmente o tipo deles.

— Bem então. Considere este pequeno problema seu


resolvido.

— Perfeito. Avise-me assim que encontrar algo.

Ele se levanta. — Sem problemas. Vou começar logo,


assim que terminar de revisar alguns versículos da Bíblia. —
Ele me lança um sorriso de comedor de merda. — Vou sair do
seu caminho. Sei que você tem um lugar para estar.

— Onde é isso?

— Armário de suprimentos. — Ele sai pela porta.


Fico olhando para a porta por onde Rick acabou de sair,
balançando a cabeça.

Como diabos ele sabe de tudo?

Esse cara é um enigma maldito.


Quinn
O DIA DE TRABALHO SE ARRASTA e Deacon e suas dicas não
tão sutis não ajudam em nada. Não consigo tirar da minha
cabeça o pensamento dele caindo em cima de mim. É mau. O
homem me transformou em uma viciada em sexo. Como ele
sabe quais botões meus apertar sem parar? Ele é implacável.

Isso me irrita, mas aqui estou verificando o relógio e


mexendo na minha caneta, sabendo que deveria ficar longe
dele. Minha linha vibra com uma ligação de Tate.

— Vamos levar o Sr. Miller para almoçar. Espero que


demore um pouco, então se você tiver algo que precise fazer,
reserve trinta minutos extras.

— Um sim. Obrigada.

Tate é legal.

Conheço Deacon e sua bunda muito, mas gosto dela.


Ela é simpática e às vezes vamos almoçar juntas. É bom ver
uma advogada forte que não aceita merda dos caras e pode se
virar sozinha. Espero ser como ela assim que passar pela
faculdade. Posso me relacionar com ela. Está aqui há meses e
não parece ser boa em fazer amigos no trabalho. Suspeito que
tenha mais a ver com as pessoas pensando que era uma
espiã, e agora, de repente, é a noiva de Decker.

Isso não me incomoda. Alegro-me em ver Decker feliz.


Ele está realmente relaxado desde que ela chegou. Tate era
exatamente o que ele precisava, e por falar em necessidade...
estou precisando de algum alívio.

Deveria usar os trinta minutos extras para estudar, mas


sempre há esta noite.

Vamos ver. Estudar ou ter a boca de Deacon em mim?

As portas da sala de reuniões se abrem. Tate sorri para


mim, e Decker e o Sr. Miller a seguem até o elevador.

Pegando meu celular, mando uma mensagem para


Deacon.

Quinn: Você tem cinco minutos. Não mais.

Faço uma rápida viagem ao banheiro para me refrescar


e decido mexer com Deacon e tirar minha calcinha antes que
possa roubá-la desta vez. Comprei mais roupas íntimas
nestes últimos meses do que em toda a minha vida. Devo
pedir a ele um vale-presente da Victoria's Secret na próxima
vez que quiser me enviar flores. Ele me deve.

O que diabos faz com elas? Espere, não quero saber.

Quando chego ao armário, mais cinco minutos se


passaram e Deacon está esperando.
O olhar irritado em seu rosto suaviza em seu sorriso
diabólico. Esses cinzas tempestuosos se estreitam sobre mim.
— Você está atrasada.

Ele me puxa para dentro e empurra meu peito contra a


parede, em seguida, me imobiliza por trás. O cheiro viril de
sua colônia me envolve e o inspiro.

Fico louca. Me sinto tão selvagem e livre nos momentos


em que estamos juntos. Quando somos nós dois, não há
expectativas. Sem compromissos. Não estou correndo aqui e
ali tentando acompanhar a vida. Não sou uma estudante ou
cuidadora ou, inferno, mesmo uma amiga. Sou simplesmente
eu, e Deacon nunca falha em me fazer sentir muito melhor.

Sua boca se conecta ao meu pescoço com uma paixão


tão crua que quase me tira o fôlego. Ele suga minha
garganta, quase forte o suficiente, que fico preocupada que
deixe marcas. Deveria lutar contra ele, mas não posso. Sou
sua escrava enquanto suas mãos percorrem minhas pernas e
puxam minha saia para cima.

— Achei que você estava fofa com aquela apresentação


na noite passada, não é?

— Deacon... Sinto muito...

— Não, você não sente. — Ele tira a jaqueta e a joga no


chão, depois me gira. — De joelhos.

Olho de volta para ele. — Achei que você fosse almoçar


comigo?
Ele encolhe os ombros. — Mudança de planos. De
joelhos, Quinn.

Deus, ele é tão dominante.

Me ajoelho na frente dele.

Quando ele abre o zíper da calça, seu pau grosso se


projeta para fora.

Talvez não seja tão ruim. Ele nunca deixa de me


proporcionar orgasmos, então realmente é justo, e não me
importo. Lambendo meus lábios, estou ansiosa para saboreá-
lo. Ansiosa por agradá-lo. Agarrando seu pau, Deacon inclina
seus quadris e o dá para mim lentamente. Só fiz isso com ele,
mas nunca lhe disse.

Na primeira vez, o tamanho me assustou, mas me


acostumei. Amo os sons que faz quando o coloco na minha
boca. Deacon é todo alfa, mas quando vou para cima dele,
sou a única no controle. Meus lábios envolvem a coroa e giro
minha língua ao longo da ponta, provando e provocando-o.
Seus dedos cavam em meu couro cabeludo e seguram minha
cabeça no lugar. Achatando minha língua em sua haste, o
levo mais fundo e chupo até meus lábios se esticarem e
queimarem para aceitar mais dele. Balanço para cima e para
baixo e engasgo quando ele começa a foder minha boca.

— Porra, Quinn. — Ele geme.

Estendo minha mão e acaricio o resto dele que não se


encaixa. Posso ter assistido algum filme pornô para tentar
aprender como fazer melhor, depois da minha primeira vez
com ele.

Ele finalmente se afasta e olha para mim, respirando


pesadamente com olhos intensos. — Continue assim e isso
vai acabar mais rápido do que quero.

— Você não tem muito tempo.

— Certo. — Ele se abaixa e me ajuda a levantar.

O vejo fazer os movimentos ao colocar uma camisinha e


espero nervosamente o que está por vir.
Deacon
QUINN OLHA por cima do ombro para mim. Ela está
apoiada na parte de trás da porta do almoxarifado, a saia
empurrada até a barriga, a bunda nua para fora, pronta e
esperando.

Parte de mim franze a testa internamente, imaginando o


quão melhor seria se pelo menos me deixasse levá-la a algum
lugar legal com uma cama de merda. Não que o sexo não seja
bom. É fenomenal, porra, mas é melhor do que isso. Quero
mais com ela do que foder neste armário.

Quero deitá-la e levar meu tempo, em vez de ser tão


apressado. Não que a ideia de ser pego não seja excitante.
Definitivamente é.

Porra, não consigo ficar longe. Penso nela o tempo todo.


Quando acordo, mal posso esperar para chegar ao escritório
só para ver o que está vestindo e, quando me deito à noite,
não penso em trepar com ela.

Imagino como seria levá-la para jantar fora, segurar sua


mão e mostrar que há mais em mim do que um filho da puta
de terno que joga jogos e fode como um deus. As palavras
dela... não minhas, para ser justo.

Tenho certeza de que não vou dizer que não quero


transar com ela agora, no entanto. Isso nunca vai acontecer.
Pego o que posso conseguir. Aproximando-me atrás dela, me
alinho e deslizo direto, porque está muito molhada.

— Porra, isso é bom. — Agarrando seus quadris, bato


nela, desejando poder sentir pele com pele. Nunca fodo sem
camisinha, mas por ela eu correria o risco, apenas por essa
conexão mais profunda. Mantenho esse pensamento para
mim. Primeiro, porque me assusta muito pensar assim e,
segundo, não quero expulsá-la. Não sei quando passei da
luxúria para o gostar, mas gosto mesmo desta mulher. Mais
do que um pouco. Mais do que muito, mesmo.

Quinn treme sob meu toque quando deslizo a mão em


volta de sua cintura e acaricio seu clitóris.

— Ah Merda. — Ela solta um gemido e cubro sua boca


para abafar seus gemidos.

Gostaria de poder vê-la em cima de mim apenas uma


vez. A falta de espaço nunca permitiu que ela me cavalgasse.
Estou tentado a jogá-la por cima do ombro e levá-la para o
sofá do meu escritório. Observar seus seios saltarem
enquanto mói no meu pau.
Há uma velha cadeira dobrável no canto. As
engrenagens em meu cérebro começam a girar. Pode apenas
funcionar.

Quero ver seu rosto quando gozar. Quando saio, ela me


olha com raiva. Um olhar que pode matar homens inferiores.
Desdobro a cadeira e me sento, segurando meu pau para
cima.

Quinn passeia em minha direção e é como se todas as


minhas fantasias acontecessem com cada balanço de seus
quadris. Abaixando-se no meu colo, se acomoda em mim,
agarrando meus ombros. Seus seios esfregam contra meu
peito e amo cada segundo dela pressionada contra mim – o
mais perto que pode chegar. Ela me beija com uma
intensidade que nunca senti antes. Estou me aproximando
dela. Centímetro por centímetro, sei que estou.

Quadris moendo, corpos balançando, nós fodemos


rápido e forte. Ela salta para cima e para baixo enquanto sua
bunda bate nas minhas coxas. As únicas coisas que passam
entre nós são respirações pesadas e gemidos abafados. Seus
olhos abriram um buraco em minhas retinas. Cerrando os
músculos com força, ela estremece e treme... murmurando
meu nome contra meu pescoço.

Seguro um punhado de seu cabelo e puxo sua cabeça


para trás. — Olhos em mim quando você gozar.

Uma vez que se deixa levar pelo orgasmo, ela parece


saciada e completamente exausta. Bato em sua bunda,
tentando trazê-la de volta ao presente, e ordeno que se incline
sobre o balcão.

Quinn pode já ter gozado, mas eu não. Não que esteja


muito atrás, no entanto. Estou tão perto. O que quero é
arrancar este preservativo e realmente senti-la, mas não o
faço. Empurro nela por trás e fodo minhas frustrações. Um
tremor começa nas minhas pernas e minhas bolas levantam e
apertam. Tento me conter o máximo que posso, mas a
intensidade é demais porque o orgasmo sobe pelo meu eixo.

Tudo o que posso dizer é: — Foda-se, Quinn, —


enquanto encho a camisinha.

O tempo todo imagino como seria gozar dentro dela. A


ideia de marcá-la como minha me oprime.

É uma obsessão.

Um dia.

Após alguns momentos de respiração pesada, nós dois


nos olhamos e sorrimos. Foda-se. Não sei como devo voltar a
trabalhar depois disso.

Me sinto uma pequena vadia, porque tudo que eu quero


fazer é segurá-la em meus braços e dormir. Então fodê-la
novamente quando acordar, é claro. Nunca me senti assim
com ninguém. Nunca quis muito nada até Quinn aparecer.
Ela me faz sentir que posso dominar o mundo. Me faz querer
ser melhor para ela.
Quinn
QUANDO T ATE me CONVIDOU para almoçar no The Capital
Grille, não pude dizer não. Deveria estar estudando para a
prova, mas este lugar é incrível e estou morrendo de fome.
Fui atolada durante toda a manhã com o caso Cole Miller e
fazendo recados para Donavan porque sua secretária ligou
dizendo que estava doente.

— Você tem estado quieta ultimamente. — Tate pega as


azeitonas em sua salada.

— Apenas tem muita coisa acontecendo. — Bebo minha


água e espero que continue falando sobre ela. — Não tenho te
visto muito desde que você colocou essa pedra gigante em seu
dedo.

Tate mostra seu anel para mim e sorri. — Ele é bom,


não é?

Concordo. — É lindo. Você definiu uma data?

— Não. Não podemos nem chegar a um acordo sobre um


local agora. Minha família está no Texas, mas a família de
Decker está aqui. Bem, seus pais estão na Flórida, mas todos
os irmãos. — Não sinto falta do desdém em sua voz quando
menciona os irmãos Collins.

É quase shakespeariano como nenhum deles se dá bem.

Pego um pedaço de pão e coloco manteiga nele. — Jenny


ainda está bem com você?

Ela se inclina para trás e sorri. — Nós nos damos muito


bem. Nos divertimos muito fazendo compras nos finais de
semana. O cartão de crédito de Decker, por outro lado... não
muito.

— Posso imaginar.

— E você? — Ela se inclina, olhando fixamente, mas


sorri enquanto fala. — Alguém especial na sua vida?

Olho para cima e para longe antes de me segurar.


Encolho os ombros e tento jogar. — Só meu pai. — Não é
mentira. Não estou namorando Deacon.

— Seu pai está mandando todas aquelas flores?

Juro que ela se diverte me interrogando. Balancei minha


cabeça. — Nah. Um cara que não entende nada.

— Temos um novo funcionário vindo de Dallas. Bem, o


conheço há anos, mas ele será novo aqui. Eu poderia definir
alguma coisa.

Minhas bochechas ficam vermelhas e me pergunto o que


Deacon pensaria disso. — Isso não é contra a política da
empresa? Não estou me referindo a você e Decker,
obviamente, mas... — Deus, quero enfiar o pé na boca.

Ela enfia um cacho dourado atrás da orelha e dá de


ombros. — Tudo bem, pois ele não é seu superior e não
atrapalha o trabalho. Tecnicamente, você trabalha para
Decker e, bem, ele está comprometido. — Ela se inclina e
abaixa a voz. — O último boato no escritório é que ou Deacon
ou Dexter está levando alguém ao armário de suprimentos
para algumas atividades extracurriculares. Você saberia
alguma coisa sobre isso?

Merda.

Meu rosto deve estar branco como um fantasma, mas


coloco um pouco de comida na boca e balanço a cabeça. —
Não presto atenção nesses palhaços.

Tate sorri, e sei que ela vê através da minha besteira. A


mulher pode ler qualquer situação. — Você vai ficar de olho e
me avisar se vir alguma coisa? A última coisa de que
precisamos é de problemas, porque esses idiotas não
conseguem mantê-los nas calças.

— Absolutamente. — Concordo.

Este almoço tem que acabar logo.


QUANDO chego em casa do exame, papai já está
dormindo. Limpo os restos de seu jantar e arrumo o
apartamento um pouco. Esmaguei meu teste e senti como se
um peso enorme fosse tirado de meus ombros. Posso respirar
com mais facilidade, até o próximo.

Esquentando algumas sobras, me enrolo no sofá e surfo


nos canais. Não consigo me lembrar da última vez que assisti
TV. Ironicamente, sinto que meu único tempo livre é gasto
com Deacon, que são dez minutos aqui e ali. Mesmo quando
tentei sair com Heather, acabei com ele. Sei que é patético,
mas no segundo que penso nele, tenho vontade de ligar e lhe
contar sobre meu teste. É a única pessoa que conheço que
posso conversar e sabe que estou indo para a faculdade de
direito. Deveria estar exausta, mas estou cansada depois de
despejar todas as informações do meu cérebro. Dormir não é
uma opção no momento.

Pego o número de Deacon enquanto caminho para o


meu quarto e estou dividida. Devo ligar para ele? Quero
tanto, mas não tenho certeza se é a melhor ideia.

Depois de uma rápida batalha comigo mesmo, desabo


na cama e aperto o botão chamar. Ele atende no terceiro
toque e espero não tê-lo acordado.

— E aí? — Ele não parece nem um pouco cansado.

Não tenho certeza se devo ficar feliz ou se isso deve me


incomodar. Ele saiu com alguém? Não deveria sentir ciúme.
Nem sei se ele está, mas é tudo em que meu cérebro
consegue se concentrar. Só há uma maneira de descobrir.

— Com sorte, seu pau.

Ele limpa a garganta em voz alta e não responde a


nenhum comentário sarcástico ou brinca.

Como uma idiota, continuo. — Acabei de chegar em


casa e estava pensando sobre o armário de suprimentos
ontem quando coloquei você na minha boca. Estava tão
molhada.

Estou prestes a perguntar por que ele está tão quieto


quando ouço a voz de uma mulher ao fundo. — Senhor, sua
mesa está pronta. Sua acompanhante vai se juntar a você em
breve?

— Quinn, vou ter que desligar...

— Não se preocupe. — Termino a ligação e mordo a


raiva crescendo em meu peito.

Nem deveria estar chateada, e me sinto idiota por estar


magoada quando nem sei o que ele está fazendo ou com
quem está. Sem mencionar que eu sabia quem era Deacon
quando começamos esta pequena aventura. É exatamente
por isso que recusei todas as vezes que me convidou para
sair. Ainda assim, não posso evitar o que sinto agora.

Sentimentos estúpidos.

Deacon estúpido.
Armário de suprimentos estúpido.

Não mais.

Não posso voltar lá com ele.

Não vou fazer isso comigo mesma.


Deacon
F ICO OLHANDO PARA O meu telefone quando Quinn
desliga.

O que diabos aconteceu? Ela nem me deixou terminar.

Olho para a anfitriã por usar a palavra 'encontro' para


descrever esta reunião, mas sei que não é culpa dela.

Ainda assim, nem acho que Quinn ouviu e, certamente,


não pode ficar tão chateada se ouviu. Vou apenas contar a
ela o que realmente aconteceu mais tarde e tudo ficará bem.

Karen Richardson ligou quando saí do escritório e pediu


para me encontrar. Ela é a idiota empatada no processo de
Cole Miller que tirou as fotos e as postou online. Quase disse
a ela para ir embora, mas talvez tenha informações que eu
possa passar para Decker, se conseguir arrancar dela. Não
há nenhuma maneira no inferno de eu representá-la, mas
talvez isso possa tirar Tecker da minha bunda.

Quando ela entra, todos os chefes do restaurante se


viram em sua direção. Ela é uma daquelas mulheres que
parece um nocaute de longe. Tem seios enormes falsos e
provavelmente uma bunda de plástico para combinar, cabelo
loiro platinado, minissaia justa. Você conhece o negócio. De
perto, não há nada natural em seu corpo, a pele toda
brilhante e esticada em seu rosto.

Me viro para a anfitriã. — Espere, acho que é ela.

Se aproximando, diz: — Deacon Collins?

Aceno e aperto a mão dela.

Seguimos a recepcionista através do bar lotado até uma


mesa particular nos fundos. É uma cabine murada com uma
mesa e uma cadeira do outro lado. Fico com a cabine porque
sou o Deacon Collins e gosto de estar confortável. A vadia
louca desliza para perto de mim.

Que porra é essa?

Minha mente imediatamente passa para Quinn e meu


estômago dá um nó, sabendo o que ela pensaria se visse isso.
Me afasto dos meus pensamentos, porque preciso ver se essa
garota tem alguma informação que possamos usar.

Assim que pedimos bebidas, ela se aninha bem ao meu


lado e é dolorosamente óbvio que essa mulher está vindo para
cima de mim.

Todos os outros homens no restaurante provavelmente


estão com ciúmes pra cacete agora, e até alguns meses atrás,
eu estaria totalmente aberto para isso. Mas agora não.

Tenho que dar o fora daqui.


Deslizo para longe dela, tentando criar algum tipo de
separação entre nós. — O que posso fazer por você, Sra.
Richardson? — Talvez ela entenda a dica ao usar seu
sobrenome.

Ela finge sacudir o cabelo. — Não queria que as coisas


ficassem tão fora de controle. Você nunca fez algo de que se
arrependeu? — Ela agita seus cílios falsos para mim.

Quero dizer a ela que sim, sei exatamente o que quer


dizer, como concordar em encontrá-la para beber. Já posso
dizer que é uma perda de tempo. Mas talvez possa salvar algo
para passar para Tecker. — Qual era sua intenção quando
postou as fotos?

— Não começou malicioso. Estava tirando selfies no


trabalho e aquela vaca estava no fundo refletida no espelho.
Não a notei no começo, mas minhas amigas apontaram para
mim e nós rimos. Era só uma piada. Não vejo qual é o grande
problema. Foi inofensivo. Sei que deveria ter retirado no
minuto em que ela os viu, mas minha postagem estava
recebendo tantas curtidas e compartilhamentos. Parecia que
eu era famosa até que minha conta foi encerrada e todos se
voltaram contra mim. — Ela se inclina para perto e pressiona
seu decote bem perto do meu braço. — Liguei para você
porque espero que você possa vender os direitos ou algo
assim. Não sei como se chama. Talvez eu consiga algum tipo
de contrato de filme com isso. Eu ficaria bem na TV, você não
acha?
Essa mulher pode ser a maior idiota que já conheci.

Ela não só queria um acordo para o cinema do que fez,


como também ligou para os malditos advogados que
representavam seu ex-chefe. A mão dela na minha coxa é
uma indicação clara do que exatamente está disposta a fazer
para consegui-lo.

Empurro a raiva crescendo em meu peito, e de alguma


forma consigo remover educadamente sua mão da minha
perna. Tudo o que consigo pensar é em Quinn e como ela
ficaria irritada se visse o que estava acontecendo.

— Você pratica direito do entretenimento? Estaríamos


ótimos juntos na mídia. Procurei seu irmão e vi que ele está
noivo, mas você é mais bonito de qualquer maneira.

Parte de mim está tão chocado com essa mulher, o que


torna até mesmo difícil me levantar e dar o fora daqui. Olho
para o meu relógio e tomo o resto da minha bebida, tentando
jogar com calma antes de fugir, porque ela é claramente uma
oportunista em estágio cinco.

— Você acha que Cole gostaria de se juntar?

Ela está falando sério? Cole a despediu. — Não.

A vejo franzir a testa.

Mordo de volta todas as merdas que quero lhe dizer. —


Peço desculpas, mas não poderei ajudá-la. Boa sorte, no
entanto. — Saio da mesa sem olhar para trás. Não quero me
virar e lhe dar algum motivo para vir atrás de mim.

No minuto em que estou fora da porta, já tenho o


número de Quinn discado. Nós precisamos conversar. Tenho
que dizer a ela como me sinto e fazê-la entender, porque não
consigo controlar essas emoções. Ela continua me enviando
para o correio de voz e isso está realmente começando a me
irritar. Se eu soubesse o endereço dela, iria direto para sua
maldita casa.

QUINN NÃO RESPONDEU a nenhuma das minhas ligações


ou mensagens de texto a noite toda ou esta manhã. No
segundo que entro no escritório, procuro por ela, mas não
está em sua mesa ou na sala de descanso. Até verifico o
maldito banheiro. Está claramente saindo de seu caminho
para me evitar.

Ela está tão chateada assim?

Certamente não, mas me deixa ainda mais determinado


a encontrá-la. Ela vai falar comigo de uma forma ou de outra.
Quando chego à minha mesa, ligo e peço flores e duas caixas
de chocolate desta vez.
Afinal, é sexta-feira. Algumas tradições são sagradas.

Ela pode jogá-los fora, mas não consegue esconder


aquele sorriso rápido que ilumina seu rosto todas as vezes.

Sei que é uma mulher de relacionamento permanente. O


tipo de mulher que você leva para casa para conhecer os pais.
Nunca pensei que pudesse fazer coisas sérias, mas me sinto
assim com ela. Bem no fundo, sabia o tempo todo. Não
consigo parar de pensar nisso – nela. Sem parar, vinte e
quatro horas por dia, sete dias por semana, em uma porra de
loop, Quinn no cérebro. Levar isso para o próximo nível é
minha única opção, porque não consigo me imaginar não
querendo estar ao seu lado.

No meu caminho para o almoço, finalmente a encontro


em sua mesa, mas no segundo que me vê, pula da cadeira.

Parte de mim está nervoso, mas sou um filho da puta


competitivo. Isso só alimenta o fogo.

Dois podem jogar este jogo. Ela realmente acha que


pode me evitar para sempre? Pego meu telefone e coloco meu
plano em ação.

Reunião com Deacon!


Quinn
U MA NOTIFICAÇÃO do Outlook soa no meu telefone.

Que diabos?

Abro e as letras vermelhas brilhantes saltam para mim.


É um pedido de reunião com Deacon e está marcado como
urgente. Tem o ponto de exclamação e tudo.

Ele não marca reuniões. Não posso acreditar que


descobriu como funciona a maldita coisa.

Meu rosto esquenta e os pelos na minha nuca se eriçam.


É típico dele abusar de sua autoridade para conseguir o que
quer.

Se eu não comparecer à reunião, ele poderia ir até


Decker e me causar problemas por insubordinação. Não
colocaria isso no passado dele para inventar algum motivo
pelo qual precisa se encontrar e me fazer ficar mal por não
responder.

A pior parte é que ele me conhece tão bem quanto me


conheço. Quando tenho algo na minha agenda, tenho que
verificar. É uma das minhas maiores irritações; tarefas
demoradas e não fechadas. Tranco meus dentes quando
aceito a reunião.

Ele é um idiota.

Chega a HORA de nos encontrarmos, e marchei para seu


escritório, na hora certa, para lhe dar uma chance.

— Feche a porta e sente-se. — Ele fala antes que eu


possa dizer uma palavra e isso me perturba ainda mais.

O bastardo presunçoso sorri atrás de sua grande mesa.


Cara, ele parece poderoso em seu terno Saint Laurent de três
peças.

Mantenha o foco.

Permaneço de pé e olho para longe dele apenas para que


seu olhar ardente não me atinja. Meu cérebro já passou a
noite inteira o amaldiçoando, então, está tentando raciocinar
o que ele estava fazendo. Em uma rara virada de noite, a
parte do meu cérebro que tentava não odiá-lo parecia lógica.
Não lhe dei uma chance de explicar e deveria. Nunca tiro
conclusões precipitadas sobre as coisas, exceto quando se
trata de Deacon. Na verdade, odeio quando as pessoas fazem
isso.

Depois de um longo debate comigo mesmo, percebi que


estava procurando um motivo para terminar as coisas com
ele, para não me machucar. Esta é a oportunidade perfeita
para isso, e não tenho certeza de quando outra se
apresentará.

— Sobre a noite passada…

— Guarde para outra pessoa. — Cruzo meus braços


sobre meu peito e balanço minha cabeça. Suas desculpas
esfarrapadas não fazem diferença, é o que digo a mim mesma
e, ainda assim parte de mim quer ouvir cada palavra. Em vez
disso, convenço meu cérebro de que mereço coisa melhor e
não vou me contentar com um jogador idiota que já dormiu
com boa parte da metade de Chicago.

Nada do que diga vai mudar minha mente. Isso foi bom
enquanto durou, mas não pode continuar. Precisamos parar
enquanto estamos à frente.

Deacon dá um passo em minha direção, pegando meus


antebraços. — Você vai se acalmar por dois malditos
segundos? Na noite passada, quando você ligou, eu estava
em uma reunião. Foi relacionada ao trabalho.

Acabou de me dizer para me acalmar? Não sabe


absolutamente nada sobre mulheres?
Puxo meus braços de volta. — Desculpe, estou sendo
muito histérica para você, Deacon?

Ele deve perceber que disse a coisa errada, porque seus


olhos se arregalam quando vê a carranca em meu rosto.

Levanto minha mão e respiro fundo. — Você sabe o que?


Está bem. Você não é meu namorado. Você não me deve uma
explicação.

— Veja. — Ele segura um bloco de notas como se isso


significasse algo para mim.

Deus, por que ele não pode simplesmente deixar isso


passar? Por que tem que estar tão focado em mim?

— Estava me encontrando com Karen Richardson.

Não sabia que era possível fazer uma carranca mais


forte do que já estava, mas consegui fazer isso de alguma
forma. Isso deveria me fazer sentir melhor? Sei quem é essa
mulher e como ela se parece. Nossa empresa não tem motivos
para se encontrar com ela para negócios. Estamos
representando o Sr. Miller. Há apenas uma razão para
Deacon sair com ela tão tarde. Eu não nasci ontem.

Isso fecha o negócio. Me convenço que essa é a chance


que procuro de colocar toda essa merda no retrovisor. Talvez
se eu fizer parecer que foi minha culpa, isso acalme sua
consciência e ele finalmente siga em frente. — Olha, Deacon.
Está tudo bem, realmente. Tivemos um bom tempo. Foi
divertido até que não era. Fui imprudente e estúpida em
permitir que isso continuasse. É minha culpa ter deixado isso
durar tanto. Estava fadado a terminar em desastre, então
vamos apenas tirar o curativo antes que fique mais
complicado. Por favor?

Enquanto falo, ele se levanta e se serve de um copo


d'água em uma mesa lateral, ignorando minha pergunta.

Fico lá, esperando que ele diga alguma coisa, mas não
diz. Finalmente, aceno. — Tudo bem então. Bom papo. Eu só
estou indo... — Paro quando ele ainda não responde e sigo
em direção à porta.

Bem quando estou a poucos metros da liberdade, ele


agarra minha mão e me gira.

Merda.

Agora, ele está de costas para a porta bloqueando meu


caminho. — Nós não terminamos aqui.

Minha pulsação martela ao vê-lo. Não sei se já vi seu


olhar tão intenso. Uma tempestade assola seus olhos
cinzentos e acho que posso me afogar nela. Ele nem parece
bravo, está tão – sério.

Espero que seus olhos percorram meu corpo para cima


e para baixo como normalmente fazem, mas permanecem
fixos nos meus. Nem mesmo pisca. — Nada aconteceu com
aquela idiota na noite passada.

Aceno, mas é obviamente falso. — Ok.


— Você quer a verdade. Vou dar para você. Ela ligou e
queria se encontrar. Achei que talvez pudesse conseguir
algumas informações que poderiam ajudar no caso Miller,
para que pudesse tirar Tate e Decker da minha bunda.
Aquela mulher se sentou ao meu lado em uma cabine e a
única coisa que me passou pela cabeça foi: 'E se Quinn me
visse assim?' E dei o fora de lá o mais rápido que pude e
tentei te ligar de volta.

Sei que ele está dizendo a verdade, mas esta é minha


única oportunidade de parar essa loucura antes que se
transforme em uma situação que me machuque. — Você não
me deve uma explicação.

— Por que você não pode simplesmente admitir que isso


é real entre nós?

Finjo ignorância. — Eu, humm... do que você está


falando?

— Pare de negar. Você quer que eu te beije, agora.

Sim, quero tanto, mas temos que acabar com isso. — Não,
eu…

— Besteira. É a única merda que está acontecendo


nessa sua cabeça e você se odeia por isso. Não tenho ideia de
porque está lutando contra isso, mas você está. — Ele se
inclina para perto, tão perto que sinto seu hálito quente em
meu ouvido. — E se eu colocar minha mão em sua saia, nós
dois saberemos o que eu encontraria. Sua boceta molhada.
— Você é um idiota. — Cuspo as palavras para ele.

O insulto não impede sua boca de bater na minha,


transformando minhas pernas em nada além de trêmulas
vigas de suporte que podem ceder a qualquer segundo. Por
um momento, minha fraqueza quase vence.

Quase.

Em vez disso, viro minha cabeça, separando nossas


bocas. — Saia do meu caminho.

Os olhos de Deacon queimam em minhas retinas, mas


sua boca forma aquele sorriso arrogante dele, como se ele
soubesse algo que eu não, e ele acena levemente. — Ok. —
Ele sai do caminho. — Vou te dar espaço por agora.

Quando passo por ele, se inclina para o meu ouvido. —


Mas nada mudou. Você vai ser minha.

AS PALAVRAS DE DEACON ainda ecoam em minha cabeça


enquanto saio do meu carro e caminho pela rua até a loja de
Heather. Isso envia um arrepio na minha espinha só de
pensar em sua voz, e arrepios percorrem meus braços.
Meu estômago aperta em um nó nervoso ao pensar
sobre o que ele disse para mim na minha saída.

— Nada mudou. Você vai ser minha.

A autoridade em sua voz e a maneira como disse isso –


ugh, por que não posso ficar longe dele? Não havia como
confundir seu tom. Ele quis dizer até a última palavra. Por
que ele tem que ser assim – Deacon? É terrivelmente quente e
me deixa maluca ao mesmo tempo, não de um jeito bom.
Como ele ousa agir como se me tivesse? O quê? Como se
fosse meu dono? Isso é tudo que sou para ele? Alguma posse,
como um brinquedo que pode tirar e brincar sempre que
quiser?

Ele diz que quer um relacionamento sério, mas


realmente sabe o que está pedindo? Sem falar que não tenho
tempo para uma coisa dessas. Simplesmente não quero.
Mesmo se quisesse lhe dar uma chance, não posso assumir
esse compromisso agora. Mesmo que ele seja capaz disso, o
que não estou convencida de que seja, ainda não é possível.

Estou tão confusa e odeio ficar confusa. Gosto da minha


vida simples. A mais B é igual a C. Fácil e limpo. Preto e
branco.

Deacon Collins turva as águas. Tudo são águas


turbulentas com ele. Parte de mim é totalmente a favor e
parte de mim quer gritar a plenos pulmões.
Realmente poderia usar um pouco de conversa de
garota. Portanto, estou esperando que Heather saia do
trabalho e ganhe coragem para contar a ela sobre meu caso
secreto com Deacon.

Manter tudo isso por tanto tempo me deixou louca. Ela


vai ficar chateada por eu ter escondido o fato, mas espero que
ela supere isso rapidamente porque realmente preciso dela
agora. Esperançosamente, vai entender, porque sabe que
gosto de manter minha vida privada, bem, privada.

Heather deve ver-me debatendo comigo mesma na frente


da loja. Nem mesmo a noto até que ela esteja na minha cara,
dando um abraço. — Ei. Eu estou com saudades de você. —
Ela praticamente brilha enquanto envolve seus braços em
volta de mim.

Esse brilho só pode significar uma coisa, está se


apaixonando por Stewart. Ele é tão errado para ela, mas o
que posso dizer, realmente? Estou transando com o irmão do
meu chefe há meses. Não sou exatamente o Dr. Drew.

— Sim, fiz o grande teste.

— Está certo. Como foi?

— Eles vão postar as notas amanhã, mas tenho quase


certeza de que acertei.

— Sabia que você iria. Devíamos ir beber para


comemorar.
— Soa perfeito.

— Deixe-me ir e pegar minha bolsa. — Seus olhos se


iluminam. — Oh meu Deus. Devíamos fazer karaokê no bar
na estrada. Vou mandar uma mensagem para Stewart.

Rolo meus olhos quando ela não está olhando. Queria


tanto uma conversa de garotas. Não quero chover em seu
desfile, mas sair com Stewart não é a coisa mais divertida que
posso imaginar. Se ela disser que estarei lá, Carter aparecerá
também. Não sei se consigo lidar com isso, mas vou muito
longe com isso.

Ela entra e retorna com sua bolsa. — Você está com


fome? Eles têm aperitivos, acho.

Concordo. — Certo.

Caminhamos alguns quarteirões até o bar. Uma placa


na frente diz KARAOKÊ 24 HORAS POR DIA , 7 DIAS POR SEMANA .

Meu estômago ronca assim que o cheiro de comida frita


chega ao meu nariz. Depois da semana estressante que tive,
estou me empanturrando de gordura e álcool. Entre a merda
com Deacon e a preocupação com o meu teste, sinto como se
tivesse passado por um período difícil.

O trovão ressoa acima e algumas gotas de chuva caem


na minha cabeça. É muita sorte. Nós corremos para o bar e
conseguimos evitar a tempestade que se aproxima. Uma vez
lá dentro, entro no banheiro e me seco com algumas toalhas
de papel. Removo o rímel dos meus olhos enquanto Heather
nos pega uma mesa. Depois de retocar minha maquiagem,
corro meus dedos pelo meu cabelo emaranhado para evitar
nós. Meu telefone apita com uma mensagem de Deacon, mas
clico em excluir sem mesmo ler.

Idiota.

Não sei por que o deixo chegar a mim do jeito que faz.

Porque ele é gostoso, engraçado e implacável.

Cale a boca, cérebro.

Mando uma mensagem rápida para papai, para que não


se preocupe quando não chegar em casa no meu horário
normal. Agora que meu reflexo no espelho está quase
apresentável, coloco meu telefone na bolsa, caso Deacon
decida ligar. Não quero ficar tentada a responder.

Saio e encontro Heather sentada em uma mesa perto do


palco de karaokê me esperando com uma jarra de Bud Light
e uma cesta de palitos de queijo frito.

— Só nós esta noite. Stewart está trabalhando.

Ela franze a testa.

Secretamente, solto um grande suspiro de alívio. —


Bom, — murmuro onde ela não pode ouvir e enfio um palito
de queijo na minha boca. É como o paraíso e deve parecer
que estou me divertindo muito.

Heather fica tensa, mas não diz nada.


Provavelmente é uma coisa boa, porque se ela começar a
me atacar, posso dizer algo de que me arrependerei. Não
quero discutir com ela sobre o quão ridículos os homens são,
e não quero ouvir o quão incrível Stewart é porque é o
namorado desta semana. Só quero me divertir.

Não é como se pudesse dizer muito, de qualquer


maneira. Esta é Heather. Ela é uma romântica, sempre
caindo forte e rápido. Sei disso desde que éramos jovens,
então não deveria esperar nada mais dela.

Em pouco tempo, o assunto da conversa muda para


trabalho e escola, e estamos rindo e conversando como de
costume.

Bebo uma cerveja após a outra, tomando muito mais


rápido do que deveria.

É tão bom quando atinge meus lábios.

Uau, citando Old School? Desacelere.

A multidão do happy hour chega e a música começa.


Depois de algumas rodadas, subimos ao palco para cantar o
hino de todas as garotas. Truth Hurts de Lizzo.

Heather balança a bunda enquanto entoo a letra. Tenho


certeza de que pareço muito melhor comigo mesma do que
com todos os outros, mas quem se importa? Isso é
exatamente o que precisava. Para me soltar e esquecer um
pouco o mundo e todos os meus problemas.
Até eu ter que enfrentar Deacon amanhã no trabalho, de
qualquer maneira.
Deacon
DEIXO um recado com as flores e o chocolate.

Se eu encontrar isso no lixo, haverá duas dúzias na


próxima sexta-feira, juntamente com uma banda de
mariachi.

–D

Eu me movo pelo corredor e a espero chegar. Assistir à


reação dela é a melhor parte, e nunca perco isso. Espio pelo
canto quando a vejo jogar sua bolsa na última gaveta da
escrivaninha como sempre faz.

Olha as flores e o chocolate, mas não os toca. Observo


enquanto ela pega a nota. Ela examina minha caligrafia, seus
lábios se movendo enquanto lê as palavras para si mesma.
Seus olhos se arregalam e ela olha para a lata de lixo ao lado
de sua mesa.

Você não tem isso em você, Quinn.


Seus lábios se curvam em um sorriso, apenas por uma
fração de segundo, antes de uma carranca retornar.

Você é minha e sabe disso.

Ela não joga as flores no lixo. Mas mesmo se tivesse,


valeria a pena ver aquele sorriso.

Pode ter durado pouco, mas sei que se preocupa. Sente


isso entre nós e está, aos poucos, me permitindo entrar.
Estou cansando-a e conquistarei seu coração de uma forma
ou de outra. Espero que ela vá para a sala de descanso para
fazer café. Sua rotina é tão previsível. É uma criatura de
hábitos e não me importo de usar qualquer conhecimento
que acumulei em meu proveito.

No segundo que vejo aqueles saltos peep-to7e virando a


esquina, pego sua mão e a puxo para o armário. Nosso
armário. O lugar onde tudo começou.

— Que diabos está fazendo? — Ela rosna para mim e


foda-se se não amo o fogo em seus olhos.

Eu me movo na frente da porta e a tranco antes que


passe por mim.

— Você sabe o que a palavra 'não' significa, não é?

7
— Claro, mas nós dois sabemos que não é um
verdadeiro 'não'. É isso? — Eu sorrio com a maneira como
seu peito arfa com cada respiração que dá.

— Isso é sequestro. Eu poderia gritar.

Encolho os ombros. — Você poderia, mas não vai.

— Realmente te odeio às vezes. — Seus olhos verdes


brilham como um buraco no meu peito.

— Controle seus hormônios, mulher. Não trouxe você


aqui para foder.

Seus olhos se arregalam e então se concentram em mim.


Suas linhas desenham-se para dentro. — Você ao menos
ouve as coisas que você diz? E por que mais você me puxaria
aqui?

Eu estaria mentindo se dissesse que não me sinto um


idiota porque ela pensa que tudo que quero é colocar meu
pau dentro dela.

O momento me atinge e congelo por alguns segundos.


Esse sentimento desconhecido me atormenta o estômago,
como ansiedade milhares de vezes, juntamente com
borboletas.

— Bem? — Ela balança a cabeça como se estivesse


organizando seus pensamentos. — Por que estou aqui?

Você pode fazer isso, Deacon.


— Eu tenho uma pergunta.

— Bem, rápido. Estou com pressa.

Ela não está com pressa. Está sempre adiantada para


tudo, mas tem que seguir a rotina, ou isso vai estragar seu
dia. Como disse, sei tudo sobre ela.

Respiro fundo. Não sei por que isso é tão difícil, e por
que de repente estou agindo como uma maricas. Minhas
palmas ficam úmidas e exalo um longo suspiro.

— Desembucha.

— Eu sei que você teve um grande teste outro dia e


conhecendo você, tenho certeza que você o matou. Quero te
levar para jantar para comemorar.

Porra, por que isso foi tão difícil?

— Você parece sincero. Você acabou de me convidar


formalmente para um encontro? Um encontro real? Como
sentar em um restaurante e conversar sobre um tipo de
encontro?

— Olha, me sinto péssimo sobre a outra noite. Quero


fazer as pazes com você. E quero ouvir sobre o seu teste e...
— Mexo minhas mãos enquanto paro e finalmente tenho a
coragem de olhar nos olhos dela. — Por favor?

Quinn sorri, como se estivesse gostando disso. — Você


está pálido. Você parece cagado de medo. — Ela ri como se
fosse uma parte nervosa e outra parte exultante. — Você já
convidou alguém para um encontro real antes? Um onde você
quer passar mais tempo com alguém e não porque só quer
transar no final?

— Não.

Suas bochechas ficam rosadas.

— Quero dizer, não gosto do jeito que acabei de


perguntar. Tudo formal ou qualquer outra coisa. — Balanço
minha cabeça para mim mesmo porque estou agindo de
forma ridícula e nervosa. — Porra, nunca enfrentei a rejeição
antes. Essa merda deve ser aterrorizante para caras normais.
Fazendo isso o tempo todo.

Ela sorri. — E ele está de volta.

Eu sorrio por um momento, mas então estreito meu


olhar em sua direção. — Olha, não sei de quantas maneiras
mais posso dizer isso, pelo amor de Deus, mas gosto de você.
Tenho sido franco sobre isso desde o início, e fazer esse tipo
de merda não é fácil para mim, mas faço isso porque quero
você. — Eu me aproximo, para que estejamos cara a cara, e
traço seu queixo com meu dedo. — O que diabos preciso fazer
para você ver o que quero dizer com cada palavra? Você acha
que eu já mandei flores para mulheres antes? Nem mesmo
mando flores para minha mãe.

Ela desvia o olhar, e juro que acho que posso ver uma
lágrima se formando no canto do olho. Quando se volta, ele
se foi. — Eu não…
— Pare de pensar, porra. Esta noite está acontecendo.
Quinn
EU FINALMENTE ACENO COM A CABEÇA.

Aparentemente, isso apazigua Deacon, porque sua boca


bate na minha antes que possa dizer uma palavra. Seu beijo
é diferente desta vez. Não é carente e apressado. Não me beija
como se quisesse me consumir ou me excitar. É gentil e doce,
e ainda não sei como processar nada disso. Ele me convidou
para sair em um encontro real. Não alguns, — Ei, vamos sair
tarde, — depois que terminar de me foder. E ele disse que foi
a primeira vez que convidou alguém para sair. Normalmente
pensaria que estava mentindo sobre a última parte, mas
pude ver a verdade em seus olhos.

O jeito que ele está me beijando é inesperado, mas legal.


Quando sua mão desliza para meu quadril, sei que minhas
roupas estão prestes a cair. Meu corpo inteiro aquece sob seu
toque e borboletas enxameiam minha barriga. Espero que ele
me deixe nua e me empurre contra a parede. Vire-me e me
bata. Alguma coisa.

Mas, ele não faz.

Puxa, destranca a porta e começa a sair.


Olho para frente e para trás, como se alguém pudesse
estar vindo. — Onde diabos você está indo?

Ele encolhe os ombros. — De volta ao trabalho.

Sinto que estou em The Twilight Zone 8 . — Bem, já


estamos aqui e é bastante óbvio que isso é uma coisa certa.
— Eu fico olhando para ele sério, você está deixando de lado o
sexo.

Suas narinas dilatam quando passa o olhar para cima e


para baixo no meu corpo, e parece que está debatendo
consigo mesmo. Finalmente, passa a mão pelo cabelo e franze
a testa. Eu disse algo errado? Qual é o problema dele?

Minha pulsação acelera quando ele vem em minha


direção como um homem em uma missão. Nunca estive tão
confusa em minha vida. Vai ter o que quer comigo ou não?

No último segundo, ele para e se abaixa para que


fiquemos no nível dos olhos. — Não vou te foder neste
armário novamente. Quero mais, e você merece melhor. —
Ele leva meus dedos aos lábios. — Isso é real. Vejo você à
noite.

Exalo um grande fôlego que não percebi que estava


segurando e não consigo encontrar nenhuma palavra quando
o vejo sair do armário. Meu corpo está pegando fogo, meu
rosto está vermelho e meus olhos percorrem a sala.

8 Além da Imaginação no Brasil – é uma série de televisão norte-americana criada por Rod Serling e
dirigida por Stuart Rosenberg, apresentando histórias de ficção científica, suspense, fantasia e
terror.
O que diabos aconteceu aqui?

Uma pequena parte de mim se entristece quando olho


ao redor. Se Deacon quis dizer o que disse, nossos encontros
emocionantes no armário estão acabados. Espero alguns
minutos e pego uma caneta idiota para cobrir minha bunda,
embora não tenhamos feito nada de errado desta vez.

Meu batimento cardíaco bate no meu ouvido e minhas


palmas estão escorregadias de suor. Meu corpo dói de
necessidade por não conseguir minha liberação usual. Ainda
posso sentir seus olhos intensos em mim, como se ele
estivesse aqui, em algum lugar, olhando para mim, e cada
palavra do que disse se repete em minha mente.

Por fim, soltei um longo suspiro e criei coragem para


voltar ao escritório. No momento em que volto para minha
mesa, Tate está parada esperando por mim.

Seus olhos piscam para a caneta em minha mão. —


Plataforma do telhado. Vamos bater um papo.

— Umm. Ok. — Eu a sigo para fora e aprecio a vista do


Lago Michigan, ainda segurando a caneta na palma da mão.

Tate sorri para mim por cima do ombro. — Conseguiu


tudo que você precisava lá atrás?

— Hmm? — Eu poderia alegar ignorância, mas Tate é


inteligente... muito inteligente para mentir.
Felizmente, ela segue em frente antes que eu possa
responder. — Você não jogou fora as flores hoje. Finalmente
cedeu ao cara que não aceita não como resposta?

— Não exatamente.

— Sabe, gosto de pensar que somos amigas. Você pode


falar comigo. Sei que posso ser um pouco ousada. Tenho que
ser assim para lidar com todos os egos neste lugar. Não vou
correr até Decker e jogar você debaixo do ônibus. Aqui somos
apenas amigas. Prometo.

Decido ser honesta. Não quero cavar um buraco para


mim mesma e tenho que dizer as palavras antes que elas me
consumam por dentro. Além disso, se alguém consegue se
identificar com o namoro com um dos irmãos Collins, é Tate.
Assim que abro a boca, as comportas se abrem.

Por alguma razão, não consigo olhar para ela enquanto


falo. — As flores são de Deacon.

Tate sorri. — Eu sei.

Eu penduro minha cabeça de vergonha, incapaz de


olhar para ela. — Como?

— Lembra daquela vez que fomos tomar um brunch?


Você mencionou uma sarda no polegar. Você só sabe algo
assim sobre alguém se for, bem, você sabe.

— Eu sei que ele parece imaturo, mas simplesmente


recusou transar e quer me levar para um encontro.
Tate soltou uma risada que é um suspiro parcial. — Ele
disse agora?

Concordo.

Ela murmura a palavra — Uau — e coloca as duas mãos


nos quadris. — Bem, talvez haja tempo para essa pequena
mancha de merda, afinal. Isso pode ser bom. Talvez você o
transforme em um adulto funcional.

Eu sorrio. — Não sei se isso vai acontecer, mas talvez


uma versão ligeiramente melhorada dele.

— Palavras mais verdadeiras nunca foram ditas.

Nós duas rimos por um segundo. É difícil não sorrir da


natureza infantil de Deacon, mesmo que seja irritante na
maioria das vezes.

— Olha, Quinn. Tudo com que sempre me importei foi


minha carreira e ganhar o respeito dos meus colegas. Um
relacionamento, muito menos um casamento, nunca esteve
realmente nas cartas. Mas se aprendi uma coisa desde que
vim para Chicago, é que tudo é possível. — Ela olha para seu
anel de noivado de diamante. — Deacon teria sorte em ter
você. E por mais que me doa dizer isso, ele está certo. Você
vale muito mais do que uma rapidinha no armário. Faça-o
merecer você. Toda você.

Olho para os barcos no porto e depois para o horizonte


do Lago Michigan. — Tenho medo de ter muitas esperanças.
Na minha experiência, isso geralmente ocorre exatamente o
oposto. O cara parece ser doce e atencioso, mas todas as
suas ações apontam para o outro lado. Com Deacon, ele
parece um jogador. É como eu o percebo. Mas todas as suas
ações apontam para outra direção, quando realmente dou um
passo para trás e olho para elas. Ele sempre foi honesto e
aberto. Ele tenta compartilhar detalhes íntimos comigo. Ele
presta atenção em tudo que eu gosto, e não apenas quando
se trata de sexo. Ele me manda flores todas as semanas
desde a primeira vez que nos encontramos. Ele me confunde
muito.

— Bem, acho que ele gosta de você. — Ela faz uma


pausa por um segundo e olha ao redor. — Isso fica entre nós.
— Ela se aproxima e abaixa o tom. — Pessoalmente não acho
que ele é um grande advogado. — Ela se endireita de volta. —
Mas acho que ele é uma boa pessoa.

Quero acreditar que ela está certa. Quero tanto acreditar


nisso, na parte sobre ele ser uma boa pessoa e gostar de
mim.

— Agora, volte para dentro. Temos trabalho a fazer.

Quando chego à minha mesa, não consigo me


concentrar em nada. Todos os meus pensamentos continuam
indo para Deacon e, para ser honesta, o que vou vestir esta
noite.

Mando uma mensagem para Heather.


Quinn: Emergência. Preciso de um vestido novo. Tenho
um encontro quente.

Heather: Pronto. Venha na loja. Conheço apenas um.

Eu estava tão animada com Deacon que esqueci


completamente de verificar minha pontuação no teste. Entro
no portal do aluno na universidade e mexo na cadeira. Ao ver
minha pontuação, solto um grito que me faz receber alguns
olhares feios de alguns funcionários que passam, mas não me
importo.

Arrasei. Noventa e oito por cento.

A parte mais estranha de tudo... O primeiro desejo que


tenho depois de ver minha pontuação é correr e contar a
Deacon.

— EU DISSE UM VESTIDO. NÃO UM NOVO GUARDA-ROUPA. —


Balanço minha cabeça para a prateleira que Heather puxa
para mim.

— Shh. Quem é o encontro quente? Isso é repentino.

— É Deacon. — Aperto meus lábios e espero sua


resposta.
— O idiota do trabalho? — Ela me entrega um vestido de
alça preta. — É esse. — Ela me apressa para o vestiário, mas
acena com a mão para continuar.

Fecho a porta atrás de mim e falo enquanto coloco o


vestido. — Sim. O mesmo cara. Posso ter reforçado a parte
idiota.

— Se você diz. Quero detalhes amanhã durante o


brunch.

— Combinado. O que aconteceu com Stewart na noite


passada?

— Garota, não sei se você está pronta. Tenho certeza de


que você quer se gabar, mas guarde essa merda para você se
valoriza meu desconto.

Isso não parece promissor. — Ah não. O que ele fez?

— Então, o apartamento para o qual ele estava me


levando nem é dele. Estava cuidando para um amigo que
estava fora da cidade. Finalmente confessou tudo e me levou
ao seu lugar real na noite passada.

Tenho que lutar contra uma risada. Não por sua


situação, mas pelo fato de que não há como saber o que está
por vir.

— Oh, e a melhor parte. Saí do quarto dele esta manhã e


uma mulher mais velha estava lá. Ela me chamou de puta e
me disse para colocar algumas roupas. Sim. Era sua mãe. Ele
mora com ela.

Uau. — Oh cara, sinto muito. Você estava nua?

— Sim!

Saio do vestiário.

Todo o seu comportamento muda e seu rosto se ilumina.


— Oh sim. Definitivamente é esse.

Estou um pouco surpresa por ela não estar mais


chateada com a situação de Stewart, mas pelo jeito que muda
nos relacionamentos, acho que está acostumada. Eu dou um
pequeno giro no espelho. — Não é muito? — Ajeito o vestido
na bunda, puxando mais para baixo nas minhas coxas.
Tenho medo de que minha bunda caia para trás, mas parece
fantástico.

— Definitivamente o vestido. Não vou permitir que você


diga não.

— Bem. Então, o que aconteceu depois que a mãe dele


viu você nua?

— O amigo para o qual ele estava trabalhando era sua


ex-namorada.

— Cale-se. Você nunca percebeu quando estava lá?


Como você descobriu?
— Depois que me vesti e me dirigi para a porta, a ex
apareceu com uma calcinha minha...

— De jeito nenhum. — Cubro minha boca e balanço


minha cabeça.

— Sim. Há um. — Ela abaixa a cabeça, fingindo parecer


triste. — Estou amaldiçoada.

A puxo para um abraço. — Talvez você precise tentar


namorar fora do seu tipo usual.

— Qual é o meu tipo? — Ela se inclina para trás.

— Meninos bonitos que parecem ricos, mas podem viver


com a mãe.

— Você tem um ponto válido.

— Você precisa de um trabalhador. Mãos ásperas. Bom


coração. Humilde.

— Pena que seu pai não é mais jovem. — Ela sorri.

Bato em seu ombro um pouco mais forte do que o


pretendido. — Você é terrível.
Deacon
O SUOR FRIO ESCORRE pela minha testa e me atinge de
uma vez. Essa merda com Quinn é real. Ela não me recusou.

Nunca pensei sobre meu futuro com nenhuma mulher,


mas é tudo que penso com ela. Sairmos em alguns encontros
é o primeiro passo, mas e tudo o que vem a seguir? Posso
viver de acordo com isso? Eu sou capaz de lhe dar tudo que
merece?

Olho ao redor da minha sala de estar. É másculo e


incrível. Gosto das coisas do jeito que estão – brinquedos e
dispositivos e todas as minhas merdas de futebol.

O que acontecerá quando ela começar a ficar e deixar as


coisas aqui?

Tenho certeza de que vai começar com uma escova de


dentes ou algumas roupas, talvez algo para dormir. Vai tomar
conta da minha casa lentamente como um vírus até que
esteja cheia de velas de frutas e cortinas novas. A próxima
coisa que sei é que ela será o rei se morarmos juntos e
deixará revistas de casamento no balcão. Você sabe? Dando
dicas subliminares como as mulheres fazem.
Ela vai substituir minhas coisas por pequenos arranjos
de flores aconchegantes e almofadas. Vai esperar um anel em
seu dedo em breve? Vai arrumar todas as minhas merdas e
reduzir tudo que eu era a nada além de algumas caixas na
garagem?

Vai começar a planejar nossa família?

Sim, definitivamente fará isso. Usará um aplicativo para


me mostrar como nossos filhos serão. Vai corroer lentamente
minha vida anterior, pedaço por pedaço, até que eu não seja
nada além de uma casca de quem fui flutuando no mar,
pedindo permissão para comprar ingressos para a temporada
dos Bears.

Saia da sua cabeça. Você está pirando sem motivo.

Encolho os ombros, mas, surpreendentemente, aquela


sequência de pensamentos de pesadelos correndo pelo meu
cérebro não me incomoda tanto quanto deveria.

Estar solteiro tem sido divertido. Não posso mentir sobre


isso. Mas quero Quinn. Além disso, tenho certeza de que
podemos levar as coisas devagar. Sei que ela diz que está bem
com o jeito que as coisas estão, mas preciso melhorar meu
jogo. Ela merece o mundo, e se eu não posso lhe dar, por
mais difícil que seja, preciso deixá-la seguir em frente.

Uma batida na minha porta me deixa em pânico


completo. Olho para o meu relógio. Não está nem perto da
hora de buscá-la e não tenho nenhum compromisso da
empresa.

— Abra, idiota. — É o Dex.

Abro a porta. — Que porra você está fazendo aqui?

Ele passa por mim e vai até a geladeira e se serve de


uma cerveja. — Preciso planejar a despedida de solteiro de
Decker. Estou pensando em strippers peitudas e bebida. —
Ele balança as sobrancelhas e puxa a tampa de uma Bud
Light.

Parece exatamente o oposto do que Decker gostaria, mas


está agindo como um idiota, então pode ser divertido assistir
sua bunda desconfortável em um clube de strip.

— Tenho planos para esta noite.

Ele zomba. — Planos? O que é mais importante do que


embaraçar Decker para o resto da vida?

Desvio o olhar e sua intuição gêmea me lê como um


livro.

— Puta que pariu. Lembre-me de não beber água no


escritório. Primeiro Decker e agora você? — Balançando a
cabeça, ele toma um gole da garrafa. — Dois cachorrinhos
apaixonados. — Ele aponta o dedo para meu rosto. — Isso
nunca vai acontecer comigo. Preciso de uma cornucópia de
bocetas à minha disposição o tempo todo. Quem é a sortuda?
Engulo, me perguntando se devo contar a ele. No final,
não posso esconder. É meu irmão gêmeo. Não guardamos
segredos.

Quinn concordou com o encontro. Certamente, não se


importa se as pessoas descobrirem, já que vamos oficializar
as coisas. — Quinn.

As sobrancelhas de Dexter se erguem. — Do escritório?

Concordo.

— Você está bem? Você parece um pouco pálido.

Há algo na maneira como ele me encara. Uma onda de


incerteza bate em meu peito. Estou me enganando pensando
que um relacionamento com Quinn é possível? A julgar pelo
rosto de Dexter, parece que acabei de sugerir que o inferno
pode congelar.

Tento fingir e encolher os ombros. — Talvez eu deva


cancelar. O que há com as strippers?

Ele dá um passo para trás. — Filho da puta. Você está


realmente torcido por dentro.

É impossível esconder merda dele. Aceno, porque é


verdade. Nunca me senti assim antes.

— Olha, cara. Eu só estava te dando merda. Não


cancele. Quinn é a melhor. Olha como ela aguenta todas as
merdas que lhe damos no trabalho. — Ele sorri, como se tudo
fizesse mais sentido agora. — Você tem mandado flores e
chocolates para ela.

Aceno de novo, esperando que me chame de vadia e


classifique minha masculinidade em algum lugar entre 0 e 1.

— Aquele chocolate estava bom, aliás. Roubei um pouco


quando ela não estava olhando. — Ele sorri. — Se você gosta
dela, vá em frente, cara. — Ele dá alguns passos em direção à
janela e resmunga: — Quinn. Quem diria?

— É isso aí? Você não vai me dar uma merda sobre


isso?

— Oh eu vou. Confie em mim. Mas não quero ser


culpado se você estragar tudo. — Ele sorri. — Além disso,
parece que você está prestes a ter um colapso. Precisa relaxar
e aproveitar o momento, se este for seu primeiro encontro.

Não tenho certeza de como lidar com tudo isso. Ele


nunca agiu tão despreocupado antes. Algo está acontecendo
com ele, mas percebo que está certo, e minha confiança volta
aos níveis apropriados. — Obrigado pelo conselho. Você é um
grande americano. Agora pare de beber toda a minha cerveja
e saia. Preciso me preparar e esmagar isso como faço com
tudo na vida. Isso significa ser melhor do que você.

Ele coloca a cerveja na mesa e caminha até a porta,


então se vira no último segundo. — Então pare de ser um
maricas e faça jus ao seu nome. Você sabe o que dizem sobre
os irmãos Collins... ninguém fode com mais força, no tribunal
ou no quarto.
Quinn
LEVANTO meu cabelo pela milionésima vez e suspiro. Não
consigo decidir se devo usá-lo preso ou solto. Deveria ter me
aprontado na casa de Heather. Isso é um desastre. Nem sei
onde devo encontrar Deacon – ou quando.

Que diabos? Por que ele não ligou ou mandou


mensagem?

Verifico meu telefone novamente em busca de alguma


mensagem. Nada. Nada.

Se ele furar, vou matá-lo. Eu me viro, me olhando no


espelho de corpo inteiro na parte de trás da minha porta.
Olho para o meu telefone pela milionésima vez, mas verifico o
relógio em vez de minhas mensagens. Felizmente, ainda
tenho algumas horas e preciso garantir que papai seja
alimentado antes de sair. Minha mente dispara sobre este
encontro.

O que vai acontecer depois?

Vamos voltar para a casa dele?

Acalme-se.
Devo levar roupas reservas?

De jeito nenhum. Não quero parecer que espero passar a


noite.

Quero passar a noite? Se isso for uma opção?

Tirando o vestido, coloco uma calça de ioga e uma


camiseta para fazer o jantar. Não quero papai queimando o
lugar. Às vezes, ele se esquece de coisas simples e vivo em
constante estado de ansiedade. Estou preocupada que ele
possa estar mostrando sinais de demência de início precoce.
Em meu tempo livre, passo horas demais olhando para
WebMD. Não sou médica, mas os sinais estão presentes. Digo
a mim mesma que você pode enlouquecer ao comparar os
sintomas desse site, mas estou preocupada que isso possa
ser legítimo.

Alguns dias atrás, ele estava falando sobre Joe como se


estivessem saindo para tomar cerveja e comer asas como nos
velhos tempos. Ele jogou como se estivesse relembrando, mas
vi a confusão gravada em seu rosto.

Entro na sala de estar enquanto ele grita com algum


time na TV. Parece hockey. Blackhawks, talvez? É difícil
acompanhar todos os diferentes esportes que assiste.

Meu telefone vibra e meu coração bate na quinta


marcha, mas é uma mensagem de Heather me desejando
sorte esta noite. Mentalmente a amaldiçoo por um crime que
ela não sabe que cometeu.
Envie-me um maldito texto, Deacon! Você está me
deixando louca.

Colocando no prato o frango e os vegetais do meu pai,


percebo que ele vai comer sozinho esta noite, enquanto estou
me divertindo. A culpa se arrasta em meu peito. Não deveria
me sentir assim, e ele me repreenderia se soubesse disso.
Fora nossos vizinhos, ninguém sabe que cuido dele, exceto
Heather e Tate, e não contei muito a Tate.

Não pedimos esmolas e não preciso que ninguém pense


que somos um caso de caridade. Claro, nós lutamos para
sobreviver aqui e ali, mas nossa vida é boa. Nós temos um ao
outro.

Às vezes, papai conta aos médicos sobre nossa situação


e vejo pena em seus olhos. Não precisamos que as pessoas
sintam pena de nós. Não cuido dele por obrigação. É porque o
amo e é isso que você faz.

O vejo se virar para mim depois que eu coloco seu jantar


em uma bandeja. — Estou jantando sozinho, pelo que vejo. —
Seus lábios se transformam em um sorriso. — Grandes
planos?

— Tenho um encontro.

Lanço uma piscadela para ele e caminho para o meu


quarto para evitar um interrogatório. Ok, é também para ver
se Deacon já respondeu minhas mensagens.

Zero notificações.
Franzo a testa, mas sigo como planejado. Decido deixar
meu cabelo solto, já que sempre o uso preso no trabalho.
Uma vez satisfeita do pescoço para cima, coloco o vestido
justo e calço os sapatos. Eles são peep toes em cunha 9 .
Heather insistiu que combinariam perfeitamente com o
vestido para mostrar minhas pernas e adicionar alguns
centímetros à minha altura.

Quando volto para a sala de estar, papai assobia, mas


diz: — Onde está o resto do seu vestido?

Dou a ele um olhar severo.

— Provavelmente deveria colocar um casaco. Tenho


minha velha trincheira.

Eu o corto. — Oh, pare. Não é tão revelador.

Suas bochechas ficam vermelhas e ele solta um bufo de


escárnio. — Quem é o cara?

— Alguém do trabalho.

Ele aponta para mim com o braço bom. — Melhor não


tocar em você. Quero dizer. — Suas palavras saíram como
um rosnado, e não o via assim há algum tempo.

Meu coração aquece e, ao mesmo tempo, olho para sua


cadeira de rodas. — Vai atropelar os dedos dos pés dele?

9
Ele bate no apoio de braço e sorri. — Tenho uma
espingarda ao lado desta coisa que vai saltar para fora.
Ronnie me ajudou a instalá-la.

Balancei minha cabeça. — Você é ridículo. —


Secretamente, estou um pouco preocupada que ele possa não
estar mentindo.

— Quer eu consiga andar ou não, você sempre será


minha princesa.

— Eu sei, pai. — Me curvo e dou um beijo em sua testa.

— Sério, você está linda. Você me deixa orgulhoso,


garota. Espero que você saiba disso. É melhor esse cara
perceber o quão sortudo ele é. Certifique-se de que te trata
bem.

— Pare, pai. Você vai estragar minha maquiagem.

— Está bem, está bem. Mas quero dizer cada palavra.

— Ainda tenho o spray de pimenta que você me deu. —


Pisquei.

Por dentro, meu estômago se revira. Deacon ainda não


ligou ou mandou mensagem e faltam apenas alguns minutos
para as sete e não sei para onde diabos estou indo.
Certamente, ele não sentiu medo. Parecia tão determinado
quando me convidou para sair.

A campainha toca.
O que. No. Inferno.

Congelo e olho para papai. — Pretende receber Ronnie


sem me contar?

Papai balança a cabeça. — Não. Ele está trabalhando


hoje à noite. — Ele grunhe e se move para destrancar sua
cadeira.

— Fique aqui. Deixa comigo. — É provavelmente uma


das mulheres da vizinhança que ele envolveu em seu dedo.
Quem sabe o que eles farão quando eu partir.

Abro a porta e meu rosto empalidece.

Merda!

É Deacon.

Como diabos ele sabe onde eu moro?


Deacon
A PORTA SE abre e Quinn sorri por um breve segundo –
então me encara.

O que ela esperava?

Eu disse a ela que estava fazendo isso da maneira certa.


Isso significa que viria buscá-la em sua casa. Ela não vai
dirigir e me encontrar em nosso primeiro encontro. Subornei
Rick para descobrir onde ela mora e agora devo a ele outro
favor, mas vale a pena. Ela precisa saber que estou falando
sério sobre namorá-la. A cortejando? É assim que se chama?
Independentemente disso, será feito corretamente e o farei
melhor do que qualquer outro homem no planeta.

— Ei.

Ela abaixa a voz e sussurra-grita. — O que você está


fazendo aqui?

— Não é um encontro real a menos que eu te busque. É


assim que o mundo funciona. — Me inclino para beijar sua
bochecha, mas ela se esquiva de mim e se move para
bloquear a porta. Fecha a porta atrás dela quando ouço um
cara gritar ao fundo. Tento olhar por cima do ombro, mas ela
fecha antes que eu possa ver o interior.

— Você mora com alguém?

Ela estremece. — Meu pai.

Esfrego meu queixo e olho para trás para a porta. —


Você tem vergonha de mim?

Seus olhos se arregalam. — O quê? Não. É só, sabe? —


Ela hesita por um breve segundo. — Conhecer os pais não é
coisa do primeiro encontro, certo?

Escovo meus lábios contra os dela, mas rapidamente me


paro e me afasto. Não quero ir muito forte. — Deus, você está
linda.

Suas bochechas adquirem um leve tom de rosa. —


Obrigada, você também está muito bem. — Ela balança a
cabeça para frente e para trás. — Fiquei muito preocupada
por um tempo. Você poderia ter ligado.

— Queria fazer uma surpresa para você e sabia que não


me deixaria buscá-la.

— Sim, você está certo. Isso é exatamente o que teria


acontecido.

Aponto em direção a seu apartamento. — Quero


conhecê-lo. — Giro a maçaneta e abro a porta.

Quinn enrijece. — Não, Deacon...


Mas já passei por ela.

Ela segue atrás, puxando meu bíceps. — Apenas


espere…

— Vou acabar com ele no joelho! — Uma voz rouca


ressoa pelo apartamento quando viro em direção a voz.

Paro imediatamente antes de estar em sua linha de


visão e me viro para encará-la.

Os lábios de Quinn se curvaram em um sorriso


divertido. Ela encolhe os ombros. — Você queria conhecê-lo.

Respiro fundo. Foda-se. Eu quero impressioná-lo, e


quero que ele saiba que sua filha está em boas mãos.

Viro para a sala quando ele está latindo outra ameaça.

No momento em que seu olhar encontra o meu, ele


aperta os olhos e então seus olhos se iluminam. — Deacon,
porra, Collins?

Me viro e sorrio bem a tempo de pegar Quinn revirando


os olhos com mais força do que já vi.

Isto vai ser divertido.


Quinn
VEJO quando papai muda de ameaçar quebrar os joelhos
de Deacon para apertar sua mão e sorrir como um menino no
parquinho. Ele é absolutamente fantástico, e não tenho ideia
do porquê.

Que diabos? Eles se conhecem?

— Quarterback10 para o Illinois!

— Sim, senhor. — Deacon concorda.

Ótimo.

Papai é o maior fã de futebol do mundo. Se eles


começarem a conversar, nunca tirarei Deacon daqui. Os
deixo sozinhos por um momento para pegar algo para o papai
beber na cozinha. Quando volto, ele está entusiasmado com
uma grande jogada de Deacon em algum jogo de boliche.

É ao mesmo tempo fofo e irritante. Achei que os pais


deviam insultar os caras que namoravam suas filhas.

— Ainda não consigo acreditar naquela lesão. Cara, os


Bears iam derrotar vocês na primeira rodada.
10 Posição do futebol americano.
Deacon sorri como se tivesse tido essa conversa mil
vezes, mas não mostra nenhum sinal de irritação. — Foi um
revés, mas as coisas correram bem.

— Poderia ter te usado lá aos domingos.

— Agradeço as palavras gentis. — Deacon olha para


mim. — Devíamos ir, mas posso ficar apenas um minuto com
ele?

— Certo. — Eu me inclino contra a parede.

Os dois me olham como se fosse algum tipo de doença,


como se eu devesse saber exatamente o que está
acontecendo.

— Eu quis dizer em particular. — Os olhos de Deacon se


estreitam em mim.

Olho para trás e para frente entre eles. — Você está me


banindo no meu próprio apartamento?

Deacon me olha como se já estivesse implorando por


meu perdão. — Por favor?

Solto um suspiro e levanto minhas mãos. — Bem. —


Ando pelo corredor em direção ao meu quarto, mas paro onde
ainda posso ouvir a conversa.

— Só queria tranquilizá-lo, senhor. Cuidarei


pessoalmente da segurança de sua filha esta noite.
Antes que eu possa me segurar, minha palma está no
meu peito e meu rosto deve estar rosa brilhante. Pode ser a
coisa mais doce que já ouvi e o redimiu totalmente por me
exilar para o quarto.

— Bem, olhe. Gosto de você, garoto. E você era um


ótimo jogador de futebol. Ela pode parecer uma mulher para
você, mas é minha garotinha e minha vida. Estou confiando
em você. Então, só tenho um conselho.

— Senhor?

— Não estrague tudo.

— Sim, senhor. Ela será tratada com nada além do


respeito que merece.

— Tudo bem então. Você cuida dela ou eu cuido do seu


outro joelho.

— Entendido. Acho que devo buscá-la antes que ela


cuide de nós dois.

— Você entende rápido, filho. Acho que você vai se sair


bem.

Merda!

Tenho que acelerar pelo corredor o mais rápido que


meus sapatos permitem antes que Deacon me pegue. Meu
coração acelera quando se aproxima do quarto. Finalmente,
ele abre a porta.
Olho para ele e finjo estar irritada quando realmente
quero pular, envolver minhas pernas em volta de sua cintura
e beijá-lo até o sol raiar. — Vocês terminaram?

Ele dá um passo para dentro do quarto e estende a mão.


— Me desculpe por isso. Sem mais distrações, prometo. Está
pronta?

Pego sua mão e aceno, incapaz de conter o meu sorriso.


— Ok. — No segundo que nossas mãos se tocam, meu
coração dispara a um milhão de milhas por hora e a
adrenalina inunda minhas veias. Não posso deixar de pensar
que este é o começo de algo novo, algo novo e excitante. Tudo
parece, certo, e não sei se já me senti assim antes.

Beijo papai na bochecha quando saímos. — Tchau.

— Vocês dois tenham um bom tempo. — Ele faz um


sinal de positivo com o polegar para Deacon.

Movimento clássico do pai.

— Não se preocupe, senhor. Eu a trarei para casa em


uma hora decente. — Deacon dá um sorriso malicioso na
minha direção enquanto diz isso.

No nosso caminho para o carro, o olho de cima a baixo.


Ele está vestindo um terno que provavelmente custa mais do
que o pagamento do meu carro. Você não saberia pela
maneira como ele se comporta, no entanto. É confiante e
arrogante, mas nunca o vi falar com ninguém como se fosse
melhor do que eles, mesmo no escritório com seus
subordinados.

Parte de mim está preocupada que ele veja de onde


venho e me deixe passar. É bobagem, eu sei, mas lidei com
tantos clientes ricos e advogados que me tratavam como se
eu não fosse nada além de uma ajudante. Não venho de seu
mundo de muito dinheiro. Trabalho muito por tudo que
tenho, mas sei que essa característica não é exclusividade
dos pobres. Observei nos últimos meses que há mais em
Deacon do que percebi.

Realmente gosto desse lado dele. Na verdade, gosto


muito disso.

— Onde você está me levando?

Deacon dá a volta e abre minha porta. É incrivelmente


fofo o quão atento está a cada detalhe, para se certificar de
que acertará nosso primeiro encontro.

— É uma surpresa.

— E se eu não gostar de surpresas?

— Acho que é melhor eu te deixar em sua casa e ver se


seu pai quer ir jantar. — Ele pisca.

— Tão engraçado.

— Se eu não soubesse melhor, pensaria que você está


com ciúmes do seu velho gostar tanto de mim. — Deacon sai
do complexo de apartamentos e direciona para uma rodovia.
— Você me pegou, senhor. Estou verde de inveja. — Eu
ri. — Sério, entretanto? Não foi exatamente como eu
imaginava.

— Então, você me imaginou conhecendo seu pai?

Sorrio e olho para as árvores e outdoors voando ao lado


da estrada. — Tão arrogante.

Sua mão vai para minha coxa e envolve meu corpo em


chamas. Como ele faz isso? É um gesto normal. Não está
tentando nada, mas não posso deixar de notar como cada
toque dele envia meu corpo para a estratosfera.

— Gostei de conhecê-lo. Ele é um cara legal.

Quando paramos em um hotel, minha mandíbula aperta


e atiro a Deacon uma carranca do inferno.

Ele ri, ignorando completamente minha reação. — Oh,


limpe esse maldito olhar de seu rosto. Não é o que você
pensa. Confie em mim.

— Confio em você, Deacon.

É isso que me assusta.

Ele abre a porta para mim e caminhamos em direção ao


hotel. Posso dizer que Deacon está nervoso, mas ele esconde
isso bem. É tão fofo.

Sua mão desliza para a minha e nossos dedos se


entrelaçam. Nós dois olhamos para nossas mãos ao mesmo
tempo, depois voltamos um para o outro e sorrimos. Tudo
sobre isso está perfeito até agora.

Ele me leva a um elevador privativo, e nunca quero que


solte minha mão. Quando saímos, é o jardim no telhado mais
bonito que já vi – luzes cintilantes, flores, velas e champanhe
chique – engolido por arranha-céus iluminados em todos os
quatro lados, projetando-se no céu noturno.

Sei que as pessoas sempre dizem que as coisas tiram o


fôlego, mas a visão diante de mim realmente me deixa sem
fôlego.

Sorrio para Deacon. Tudo o mais na minha vida, todas


as minhas preocupações, medos e estresse, desaparece em
um momento, e sou apenas uma garota em um encontro com
um cara que gosta de mim. Deacon se superou.

— Impressionada? — Ele puxa minha cadeira para mim.

— Você poderia dizer isso. — Deveria provocá-lo e fazê-lo


trabalhar um pouco mais por elogios, mas não o faço. Nunca
estive em um encontro como este.

— Você parece surpresa. — Ele senta-se próximo de


mim e tira uma rolha de uma garrafa de champanhe.

— Estou. Ninguém nunca fez algo assim por mim.


Simplesmente não entendo. Por que eu?

Ele tira a rolha da garrafa e enche meu copo. — Eu


poderia sentar aqui e listar suas boas qualidades a noite
toda, mas é realmente muito simples. Gosto de você. Você
vale o esforço.

Dou um gole e tento absorver tudo e viver o momento.


Quando ele coloca todo o foco em mim, fico um pouco
desconfortável. Não estou acostumada com elogios. Não que
eu queira ou peça, mas é muito bom. Todo mundo adora
ouvir alguém apreciá-los.

Preciso mudar de assunto, no entanto. Os holofotes


estão sobre mim há tempo suficiente. — Não tinha ideia de
que você fosse uma grande estrela de futebol.

Ele avança para os edifícios circundantes. — Não é


nada.

— Não seja modesto. Meu pai é um admirador fanático e


direto. Se ele não achasse que você era bom, teria te contado.

Seu olhar pousa de volta no meu. — Eu estava bem.


Poderia ter me tornado profissional, mas estourei meu joelho.
— Ele encolhe os ombros. — Acontece. Fico feliz por ter
minha família e a empresa com quem contar. E você? Não
sabia que você morava com seu pai.

Se há uma coisa que notei desde que Deacon apareceu


na minha casa, é que ele não mostrou um sinal de
julgamento por eu morar com meu pai em nosso minúsculo
apartamento. — Não é algo que falo para as pessoas. Papai
era realmente independente. Ele dirigiu um ônibus pela
cidade por cerca de vinte anos. Minha mãe me deixou com ele
quando eu tinha cinco anos e nunca mais a vi. Ele me criou
sozinho. Alguns anos atrás, teve um derrame e sofreu graves
danos nos nervos. Não podia mais funcionar. Então, era a
minha vez de cuidar dele.

— Mas por que você não conta para ninguém? Talvez as


pessoas ajudassem ou algo assim? Ele parece um cara social.
Tenho certeza de que fez muitos amigos na vida.

Balancei minha cabeça. — É o meu trabalho e não quero


que ninguém sinta pena de nós. Quando sua família precisa
de você, vocês ficam juntos. Não sei se confiaria em mais
alguém, de qualquer maneira.

Deacon me lança um olhar, como se sentisse que não


deve pressionar com mais força. — Bem, ele parece ser um
cara ótimo.

Sorrio.

— Tenho certeza que ele tem que ser.

— Por quê?

— Ele criou uma filha notável.

— Ele é o melhor... — Balanço minha cabeça e um


milhão de sentimentos me golpeiam no peito ao mesmo
tempo. Agora não. Aqui não. O passado passa pela minha
mente, de como papai era antes e agora.
Deacon pega minha mão do outro lado da mesa. — Você
sabe que pode falar comigo. Não estou dizendo isso apenas
para ser legal. Quero conhecer você e sua família.

Soltei um suspiro ofegante. — Estou preocupada que ele


esteja mostrando sinais de demência precoce.

Deacon se inclina. — Que tipo de sinais?

— Pequenas coisas, como mudanças de humor, perda


de memória de curto prazo, alguns dias ele quase consegue
cuidar de si mesmo e alguns dias está quase desamparado.
— Limpo o canto do olho.

— Ei, ei, está tudo bem. — Sua mão cobre a minha. —


Talvez devêssemos falar sobre outra coisa em nosso primeiro
encontro. Guarde as lágrimas para o segundo encontro. —
Deacon sorri.

Rio e aceno. — Por favor. Isso seria bom.

— Quero saber tudo, mas você está tão linda e é tão


bom aqui fora. Não tive a intenção de desenterrar tudo isso.
— Ele se recosta na cadeira e coloca as mãos atrás da cabeça.
— Pergunte qualquer coisa sobre mim. Sou um livro aberto.

— Filme favorito?

— Die Hard11. Próximo.

Eu rio.

11 Duro de Matar – título em português.


— O quê? Quem não ama Die Hard? É o maior filme de
Natal de todos os tempos.

— Uhh, não é um filme de Natal.

A sobrancelha de Deacon sobe. — É sim. Nem mesmo


um filme de Natal, o maior, como eu disse. Próximo.

Não consigo parar de rir, então paro e apenas olho em


seus olhos e sorrio.

— O que é isso?

— Nada, você só... você vai se dar muito bem com o


papai.

— Espero que sim. Ele tem excelente gosto para cinema


e zagueiros.

Como ele me levou da beira das lágrimas para sorrir e


rir como uma idiota em dez segundos?

Bebemos, comemos e rimos.

A noite passa rápido demais e, antes que eu perceba, ele


está me acompanhando até minha porta. Não sei por que me
sinto tão nervosa no momento. Nosso primeiro encontro é
perfeito e não quero que acabe nunca. É anos luz além de
qualquer outro encontro em que já estive, como algo de um
filme ou livro.

— Realmente gostei desta noite. — Seus lábios roçam


nos meus enquanto ele me empurra contra a porta. Não é um
beijo normal dele, mas ainda me deixa sem fôlego. Sua boca
se move lentamente sobre a minha. Sem língua.

Meus joelhos ficam fracos com o quão sensual isso é. É


um beijo suave e dominante ao mesmo tempo. Um beijo que
diz você é minha. É um beijo que diz que ele se preocupa
comigo, quer mais do que apenas sexo no armário.

O que quer que esteja fazendo, está funcionando porque


já sinto a pulsação familiar entre minhas pernas e arrepios
passando pela minha pele.

Estou pronta para isso. O quero muito agora, e não é


apenas para gozar. Quero sentir a conexão entre nós. Algo me
diz que sexo com ele agora seria em um plano de existência
totalmente diferente. Mentalmente, estou implorando ao seu
corpo grosso para bater em mim, me prender contra alguma
coisa.

Ele se afasta e deixo escapar um suspiro antes que


possa impedir. Não posso dizer se estou irritada ou tonta ou
ambos, mas imediatamente sinto falta dele pressionado
contra mim.

Aponto em direção ao apartamento. — Você sabe... Ele


está dormindo. Poderia te mostrar meu quarto. Você não viu
antes.

Deacon deixa escapar um leve gemido. — Deus, não faça


isso comigo agora. — Sua mão dispara na minha frente,
palma para cima. — Desculpe, saiu errado.
Fico lá o olhando, incapaz de formar palavras.

Ele está realmente prestes a recusar sexo novamente?


Em que mundo estou vivendo?

Deacon estende a mão e puxa seu cabelo.

Ele parece tão quente em seu terno, guerreando consigo


mesmo a ponto de arrancar o cabelo. Chamas rugem pelo
meu corpo e lambem meus dedos das mãos e dos pés com a
visão deste homem lindo que me quer tanto que tem que
lutar contra isso. Quero pular e envolver minhas pernas em
volta dele e me recusar a soltar até que entre.

— Não posso acreditar que essas palavras estão prestes


a sair dos meus lábios, mas não.

Meus olhos se arregalam. — Não?

Ele coloca as duas mãos nas minhas bochechas e planta


outro beijo suave em meus lábios e não tenho certeza de
quanto mais posso aguentar.

Quando ele se inclina para trás, seus olhos imploram


por mim. — Por favor. Tudo que quero é o final perfeito para
esta noite. Quero ver você passar por aquela porta, e quero
sentir sua falta como um louco no segundo que ela se fechar.
Então, quero ir para o meu carro, ir para casa e repetir o
momento indefinidamente na minha cabeça até que esteja
gravado no meu cérebro. O momento perfeito desse nosso
primeiro encontro perfeito, para que eu possa contar a
história daqui a cinquenta anos e lembrar cada detalhe
vivido. Da maneira que um primeiro encontro deve ser. — Ele
estende a mão e me puxa para perto dele. Suas mãos
deslizam pelo meu vestido e seguram meu traseiro. — Mas,
para que você não ache que me transformei em um
vagabundo total, vou cobrar esta oferta no futuro. — Ele beija
meu pescoço. — Novamente. — Ele aperta minha bunda. — E
de novo. — Deacon me beija mais uma vez, com força
suficiente para machucar meus lábios, e posso dizer que ele
está lutando contra tudo em seu corpo para não me arrastar
para o apartamento e fazer coisas indizíveis.

Santa mãe.

Quando nos separamos, dou a ele exatamente o que ele


pediu. Me viro e lanço-lhe um último sorriso e um aceno
estranho antes de fechar a porta.

O que ele não sabe é que estou fazendo exatamente a


mesma coisa que ele agora. Aproveitando o momento, para
que possa me lembrar claramente deste dia no futuro. É
quase impossível concentrar-me porque ele parece tão
maldito – apenas feliz, como um menino depois de dar uma
flor a uma menina pela primeira vez. Tenho que estar
sorrindo como uma idiota. A noite estava perfeita.
Absolutamente perfeita.

Assim que fecho a porta, me viro, minhas costas batem


nela e ofego por ar. Pressiono a ponta dos meus dedos nos
meus lábios inchados e sussurro: — Uau.
Deacon
QUINN não TEM ideia de como foi difícil não jogá-la por
cima do meu ombro e arrastá-la para o quarto.

Acho que meu pau ainda está chateado comigo por


causa disso.

A queria tanto, mas simplesmente não conseguia.


Prometi a mim mesmo que faria isso direito e a trataria com o
respeito que merece. Realmente gostei do pai dela também e
fiz uma promessa a ele. De jeito nenhum iria entrar em seu
apartamento e transar com ela enquanto ele estava dormindo
no quarto ao lado.

Mesmo Quinn dizendo que estava tudo bem, nunca o


desrespeitaria assim. Não vai acontecer. Seu pai foi uma
surpresa agradável. Não pensei que fosse possível, mas agora
a admiro ainda mais; a maneira como ela cuida dele, vai para
a faculdade de direito e trabalha em um emprego de tempo
integral.

Ela é totalmente foda e me sinto como o preguiçoso


final.
Posso ver agora por que era tão avessa a namorar
alguém, especialmente eu. Vejo tudo o que está acontecendo
em sua vida.

Vou ter que fazer melhor se quiser manter um


relacionamento com ela.

Um relacionamento.

Estou em um agora, e parece estranho e incrível ao


mesmo tempo. Acho que nunca estive realmente com outra
mulher. Claro, namorei, ou algo assim, mas foi apenas saídas
de mais de uma vez. Nunca pareceu real, até Quinn.

Quando paro na garagem, não consigo afastar a emoção.


Estou praticamente quicando na ponta dos pés, pronto para
bater em alguém. É melhor do que andar pelo túnel no Rose
Bowl12 em Pasadena ou depois de ganhar o campeonato Big
Ten no meu último ano. E essa merda era louca. Nunca
pensei que sentiria uma descarga de adrenalina como aquela
novamente.

Depois de um longo banho, rastejo para a cama e tento


assistir algo na TV. Nada prende meu interesse. Passo pelos
canais por cerca de quarenta e cinco minutos.

Continuo olhando e olhando para o meu telefone. Me


sinto uma idiota porque quero ligar para um amigo e contar
tudo sobre meu encontro. Dex é praticamente o único que

12 Estádio de Futebol Americano na cidade de Pasadena – Califórnia.


entenderia, mas ainda não sei se entenderia. Na verdade, só
há uma pessoa com quem quero falar agora.

Foda-se. Estou ligando para ela.

Quinn responde com um bocejo após o terceiro toque. —


Deacon?

— Merda, te acordei?

— Não. Está tudo bem. Estava indo para a cama.

— Você não tem que mentir. Você vai para a cama cedo
pra caralho, não é?

— 22:42.

— Hã?

— Nada, só estava vendo quanto tempo você poderia


ficar sem usar palavrões. Sei que você estava fazendo isso
para o nosso encontro.

Olho para o meu relógio na mesa de cabeceira e são


22:42. Não posso fazer nada além de sorrir e alegar
ignorância. — Mesmo?

— Ok, vou ser honesta se você quiser. Estava dormindo.


Mas tudo bem. É bom ouvir sua voz.

— Ok, bem, quando cheguei em casa, gritei 'porra' por


cerca de quarenta e oito vezes para compensar quaisquer
bombas que normalmente teria lançado entre as sete e nove
horas.
Uma risada vem do receptor. Nunca a fiz rir tanto no
passado. Ela está gostando muito de mim.

— Ok, estou de pé. O que está acontecendo?

Estou pensando em inventar algo, mas apenas disse a


ela que estávamos sendo honestos. — Só prometi não mentir,
então aqui vai. Preciso dizer algo e realmente não tenho mais
ninguém com quem falar sobre isso. Ninguém que não vai me
dar merda, de qualquer maneira.

— E aí?

— Bem, você é praticamente meu ‘melhor amigo’13, fora


meus irmãos, e eu...

— Fale logo, Collins.

— Ok. Bem, tive um primeiro encontro incrível com a


garota perfeita esta noite, e só queria contar a alguém.

Ela funga.

— Porra, você está chorando?

— Não! Não seja ridículo. — Ela funga novamente. —


Não... é só alergia. E, Deus, você pode ser muito doce quando
quer. Você sabe disso?

— Sou como aquele doce que é muito azedo no começo,


depois doce quando você chega ao meio.

Ela ri. — Sim! Analogia perfeita. E Deacon...

13 Deixei no masculino para dar a conotação do personagem ter apenas os irmãos como amigos.
— Sim?

— Também me diverti muito.

— Você se divertiu?

— Sim, veja, há esse cara... nunca soube realmente o


que fazer com ele. Estamos dormindo juntos há meses, mas
nunca o levei a sério até agora.

— Bem, ele soa incrível. Você deveria vê-lo novamente.

— Você realmente acha que deveria? Meio que gosto


dele.

— Com certeza, aposto que o pau dele é enorme.

Quinn começa a rir. — Não sei sobre a última parte. Ele


é bem mediano. Mas talvez eu aceite. Afinal, ele sabe usar a
língua.

Não consigo parar de sorrir. — Ei, Quinn?

— Sim?

— Obrigado por me ouvir. Boa noite.

— Boa noite, Deacon.

Encerro a ligação e sinto que vou flutuar até o teto.

Porra, a vida é boa.


Quinn
DESENROLO meu tapete de ioga ao lado do de Heather.

Ela me cutuca com o cotovelo. — Então, como foi? —


Pergunta, enquanto se abaixa e tira os sapatos.

Tomo um gole rápido da minha garrafa de água antes do


início da aula. — Perfeito.

— Oh uau, olhe para você, brilhando como uma idiota.


Deve ter sido muito bom. — Ela balança as sobrancelhas.

Balanço minha cabeça concordando. — Não foi assim.


Ele reservou um telhado privado. Jantamos com champanhe.
A conversa foi incrível, então ele me levou para casa e me deu
um beijo de boa noite.

Ela para de desenrolar o tapete e me encara. — É isso


aí? Sem preliminares? Você já bateu nesse cara, certo?

— Estou falando sério. — Bato nela. — Foi bom, perfeito


até. Ele me ligou quando chegou em casa porque não
conseguia parar de pensar em mim.
— Ele vai vir hoje à noite para lavar e trançar seu cabelo
também? — Diz, gargalhando, mas limpa a garganta quando
o instrutor aparece.

Faço uma carranca para ela e olho para frente.

— Bom Dia classe.

— Bom dia, — todos dizem em uníssono.

— Vamos entrar em posição. Começaremos com o cão


voltado para cima.

— Deve ser a primeira vez para você. — Heather


certifica-se de dizer isso quando a instrutora não está
olhando e dispara a língua para fora.

Finjo que coço meu nariz e uso meu dedo médio.

Depois de voltar minha atenção para a ioga, concentro-


me na respiração e relaxo.

— Levante a cabeça, Quinn, — diz a instrutora.

Faço o que ela diz e meus músculos se tensionam da


melhor maneira possível.

— Mantenha sua posição. Bom. Agora vamos entrar no


cão descendente.

Os próximos trinta minutos voam sem Heather latindo


em meu ouvido. Ela é minha melhor amiga e a amo
profundamente, mas é bom manter alguns dos meus
sentimentos sobre Deacon em segredo. Gosto de tê-lo só para
mim.

Heather sai para se preparar para o trabalho. Eles estão


fazendo o inventário mensal esta noite, mas não estou pronta
para ir para casa ainda. Não tenho muitas noites de folga.
Depois de me trocar, desço a rua com minha bolsa de
ginástica.

Entro em uma das minhas cafeterias favoritas e


saboreio um mocha latte branco com um toque de canela.
Pago e pego minha bebida, em seguida, caminho pelo
pequeno parque a caminho do apartamento, observando as
crianças brincarem. Elas são tão despreocupadas, sem
nenhuma preocupação com o mundo. Nenhum cronograma
de curso ou carga de trabalho loucas. Sem contas. Nenhum
pai doente para cuidar.

É bom assistir, e me pergunto quando fui desse para o


meu estado atual. Isso não aconteceu durante a noite. A
idade adulta não dá um tapa na cara, ela se arrasta
lentamente até que um dia você não se reconhece mais.

Percorro meu telefone e penso em mandar uma


mensagem para Deacon, mas me lembro que ele tem a
despedida de solteiro de Decker hoje. Uau, finalmente uma
noite livre e Deacon está ocupado. Nunca poderia pedir a ele
para faltar à festa, no entanto. Isso seria ridículo e irracional
e algo que nunca faria. Mas, posso secamente desejar que ele
estivesse aqui, passando um tempo comigo. Nada de errado
com isso.

Tate voou para Dallas no fim de semana para sair com


suas amigas, em casa, para sua despedida de solteira. Ela me
convidou para ir, mas não havia como deixar papai. Quem
estou enganando? Não poderia pagar o voo, mesmo se
quisesse ir. No entanto, foi gentil da parte dela oferecer.

Antes que eu perceba, já é tarde e preciso ir para casa


fazer o jantar. Tento seguir uma rotina com papai tanto
quanto posso. Enquanto subo a calçada em direção ao nosso
prédio, congelo no meio do caminho. Há uma ambulância na
frente, e luzes azuis e vermelhas giram e refletem nos
edifícios. Os paramédicos levam alguém para fora da porta
em uma maca. Meu café atinge a calçada e explode no ar.
Decolo em uma corrida rápida.

Por favor, não deixe ser ele. Por favor, não deixe ser ele.

É ele.

Olly, o proprietário, me encontra na ambulância. — Ele


caiu e bateu com a cabeça. Ronnie o ouviu gritar por ajuda.
Ele vai ficar bem, Quinn. Não se preocupe.

Minha cabeça gira tão fortemente que me sinto tonta. É


demais para absorver de uma vez. Ele vai ficar bem. Ele tem
que ficar.
Eles não me deixam entrar na ambulância. Não há
espaço e estão tentando se apressar para o caso de ele ter
outro derrame.

O cara da ambulância grita: — University of Chicago


Medical Center.

Corro para o meu carro para poder segui-lo.


Deacon
DECKER REVIRA os olhos e derruba outra chance no
clube de strip. — Seus idiotas planejaram isso para mim ou
para vocês? — Ele solta um bufo zombeteiro.

Levanto as duas mãos. — Não olhe para mim. Estes


foram os outros dois. — Aponto um dedo e aceno entre
Dexter e Donavan. Tudo que quero é sair com Quinn agora,
mas estou preso aqui. Não há como sair dessa e o tempo está
me arrastando.

Uma morena de peitos gigantes falsos sobe no poste. As


bochechas de sua bunda batem contra uma tira de fio dental
enquanto nossos irmãos idiotas jogam maços de notas de
dólar nela. Os dois têm charutos apagados pendurados na
boca e riem disso. Não posso deixar de pensar que apenas
alguns meses atrás estaria ali com eles. Esse era o velho
Deacon, no entanto.

Parte de mim sorri com a visão. Pelo menos Decker e


Donavan estão na mesma sala juntos. A merda está tensa
entre eles desde que Donavan ligou para Weston e contou a
ele sobre Tecker. Eles precisam se beijar e fazer as pazes.
Nunca vi meus irmãos chateados um com o outro por mais
de um ou dois dias.

— Eu teria ficado feliz com uma noite de pôquer. —


Decker bebe outra bebida. — Porra, imagine todos os germes
neste buraco de merda.

Concordo. — Eu te escuto.

Decker revira os olhos. Sei que não acredita em mim,


mas ele não sabe sobre Quinn e eu. Não contei a ninguém
além de Dex. Não quero tornar as coisas estranhas para ela
no trabalho e Dex não dirá nada. Não tem como ela ser
despedida. Eu teria certeza disso, mas ela não precisa de
ansiedade adicional. Já tem o suficiente com que se
preocupar.

— Você está vendo essa merda? — Dex uiva e aponta


para o palco. A stripper está pegando notas de um dólar com
a velha lá embaixo.

— Porra. — Desviei o olhar.

Esta não é minha cena de jeito nenhum. Na verdade, é


um pouco repulsivo. Não acredito que gostava desse tipo de
merda.

Preferiria estar em qualquer lugar do mundo, exceto


aqui. O que mais adoraria é levar Quinn para jantar ou
apenas sair e assistir a um filme.
Sei que pareço um maricas, mas não dou a mínima. Eu
me pergunto se Decker me mataria se saísse mais cedo? Olho
para o meu telefone para ver se Quinn mandou uma
mensagem.

— O que há com você? Você parece distraído. Tem outro


lugar que você prefere estar?

— Quem, eu?

— Sim, você, merda. Qual é o nome dela?

— Quem?

— Quem quer que esteja ligando, você está esperando


no seu telefone. Você não consegue parar de olhar para ele.

Antes que possa atender, meu telefone toca e o nome de


Quinn pisca na tela.

— Não pense que não sei que foi você quem mexeu com
toda a merda na minha...

Suas palavras diminuem e tudo mais desaparece


quando deslizo a tela. — Tenho que atender isso. — Cubro o
receptor até sair. — Ei.

— Deacon. — Meu nome é filtrado pelo alto-falante em


um soluço.

Minha mão agarra o telefone com tanta força que meus


dedos ficam brancos e meu estômago se contorce. — O que
há de errado?
— É meu pai... Ele humm, caiu. Estou indo para o
hospital e não sabia para quem mais ligar. Não pude ir com
ele. Eles não deixaram...

— Que hospital? Estou a caminho.

— Não, você tem a coisa de Decker. Estou sendo egoísta.


Só queria ouvir sua voz por um segundo.

Ela parece que está prestes a ter um colapso nervoso e


tudo que quero fazer é segurá-la em meus braços.

— Decker vai entender. Qual hospital?

— University of Chicago Medical Center.

— Tudo vai ficar bem. Ele vai ficar bem. Dirija com
cuidado, estou a caminho. — Saio correndo para a rua. A
única coisa que importa agora é o quão rápido posso chegar
até ela. Chamo um táxi e devo assustar o taxista pra caralho
quando pulo dentro.

— University of Chicago Medical Center! Agora! — Puxo


trezentos dólares da minha carteira e jogo em seu assento. —
O mais rápido que você puder.
C HEGO ao hospital e vejo Quinn sozinha na sala de
espera. Corro até a mesa antes que ela possa me interromper.

— Por que diabos ela não está lá com o pai?

A senhora atrás do balcão levanta as mãos e seus olhos


se transformam em duas enormes esferas brancas.

Eu aponto para Quinn, mas nem mesmo me viro. —


Essa merda é inaceitável. Eu a quero lá. Agora!

Quinn coloca a mão no meu braço e me vira para


encará-la. — Está bem. Eu já o vi. — Ela dispara em meus
braços. A puxo para perto de mim e corro minha mão para
cima e para baixo em suas costas, em seguida, seguro a parte
de trás de sua cabeça em minha palma e aliso seu cabelo
com ele. Deveria me sentir péssimo por seu pai, mas ao
mesmo tempo não posso deixar de pensar que é isso que devo
fazer. Ser a resposta para ela quando precisar de mim. Tudo
no meu mundo parece certo novamente.

Me afasto dela, coloco as duas palmas em suas


bochechas e limpo suas lágrimas com meus polegares. — O
que aconteceu?

— Deus, eu não sei, só... Obrigada por ter vindo. Eu


teria ligado para Heather, mas ela está trabalhando e eu...

— Apenas diminua a velocidade. Vai ficar tudo bem.


Estou feliz que você ligou.
Seus olhos injetados de sangue encontram os meus. —
Está?

— Claro que sim. Então o que está acontecendo?

— Eu não estava em casa. Estava andando pelo parque


e vi a ambulância e tudo aconteceu muito rápido. Eles me
levaram para vê-lo bem quando chegamos aqui, mas agora
estão fazendo algum tipo de exame e verificando se não teve
outro derrame. Acho que ele tentou trocar de cadeira, mas se
esqueceu de travar as rodas no lugar. Bateu com a cabeça no
canto da estante.

Solto um suspiro de alívio. Parece uma pancada na


cabeça, mas me certifico de não minimizar nada. — Tenho
certeza de que tudo ficará bem. Ele é duro como prego.

Quinn balança a cabeça. — Eu deveria ter estado lá.

— Não é o seu problema. Acidentes acontecem.

— Eu sei, mas ainda assim. Ele é minha


responsabilidade. Se eu estivesse lá...

— Você não pode pairar sobre ele vinte e quatro por


sete. Você poderia estar no chuveiro ou na cozinha. Ele não
vai culpar você. — Beijo sua têmpora e a seguro contra mim.

A enfermeira vem pela porta dupla e chama Quinn.

Eu sigo.
— Ele não teve outro derrame, mas vamos mantê-lo
durante a noite para monitorar os sinais de uma concussão.
Desculpe, sei que você estava preocupada aqui. Você pode
voltar e vê-lo agora.

Aponto para longe quando ela olha para mim. — Vá.


Vou esperar aqui.

Ela segue a enfermeira.

Caminho até a mesa. A mulher parece que pode ter um


ataque de pânico comigo ali.

— Sinto muito. Não sabia que ela já tinha entrado para


vê-lo.

A mulher acena com a cabeça. — Está bem. Sem


problemas.

— Não, não está tudo bem. Deveria ter tido todos os


fatos antes de começar a falar de você. Peço desculpas.

— Ok, bem, desculpas aceitas, senhor.

— Obrigado. — Saio para tomar um pouco de ar fresco e


mando uma mensagem para Decker.

Deacon: Desculpe. Tive que sair. Algo importante surgiu.

Decker: Algo ou alguém?

Deacon: Ambos.

Decker: Tudo bem?


Deacon: Vai ficar, mas não consigo voltar. Sinto muito.

Decker: Tudo bem. Você me deve.

QUANDO QUINN finalmente retorna da sala, está sorrindo.


— Obrigada por vir e esperar. Desculpe se fui um pouco
dramática no telefone.

Ele deve estar bem se ela está sorrindo.

— Não mencione isso. Ele está bem?

— Acho que sim. Está um pouco abalado, mas está tudo


normal.

— Bom. Então, você descobriu?

— Sim. Por um instante. Papai disse que nós dois


precisamos descansar e que mandaria eles me expulsarem se
eu não fosse dormir um pouco.

— Vou te levar para casa.

Quinn balança a cabeça. — Isso não é...

— Quinn, estou dirigindo.


Ela acena com a cabeça e entrega as chaves. Saímos
pelo pronto-socorro e entramos no estacionamento até o
carro dela. Abro a porta do passageiro para ela, depois dou a
volta e subo no lado do motorista.

Durante toda a volta para casa não falei muito. Sei que
ela tem muito em que pensar.

Quando chegamos, a acompanho até a porta. Dou-lhe


um beijo, mas não quero que pense que quero mais, com
tudo que está acontecendo.

Quando nossos lábios se separam, seus olhos vagam até


os meus. — Fica comigo? Por favor.

Sei que lhe disse que precisávamos ir devagar, mas


porra, ela está fazendo uma jornada torturante.

Como diabos posso dizer não? É impossível. Não há


nada que eu queira mais do que abraçá-la e confortá-la,
cuidar dela e garantir que tenha tudo o que precisa. Aceno
para ela.

Nós dois entramos e ela vai para o quarto. — Sinta-se


confortável. Vou trocar de roupa.

— Certo. — Finjo que estou prestes a me sentar, mas


quando ela está no quarto, vou até o banheiro e lhe preparo
um banho. Encontro alguns sais de banho de lavanda
embaixo da pia e jogo-os dentro. Assim que começa, pego
meu telefone para pedir uma pizza. Feito isso, volto para a
sala, mas ela aparece na frente da porta do quarto.
— Achei que você estava se acomodando no sofá?

Saio do caminho dela e aponto para a banheira. — Entre


lá. Não quero ouvir de você por trinta minutos. Avisarei
quando a comida chegar.

— Que tipo de comida?

— Pizza.

Ela balança a cabeça. — Eu não sei como, mas parece


que você pode ler minha mente às vezes.

— Eu presto atenção.

— Oh sim? Que tipo de pizza você comprou?

— Cogumelo e queijo extra. — Passo por ela e dou um


tapinha brincalhão na bunda dela, junto com uma piscadela.
— De nada.

— Fico feliz em ver que você ainda está tão convencido


como sempre. — O jeito que ela sorri enquanto diz as
palavras me diz que estou batendo fora do parque agora.

— Trinta minutos. Não antes. Relaxe. Vou segurar o


forte.
QUARENTA E CINCO MINUTOS DEPOIS , ela sai do banheiro
vestindo calças de pijama idiotas com patos de borracha e
uma blusa combinando. Posso ver seus mamilos através do
material fino e meu pau percebe.

Puxo sua calça enquanto ela se senta no sofá. — Calças


legais.

— Só para você. — Quinn se enrosca em mim e é tão


bom apenas abraçá-la. — Obrigada pelo banho. Foi perfeito.
Você sempre sabe exatamente do que preciso.

Um filme passa ao fundo na TV, mas não consigo parar


de olhar para ela.

Ela mexe sua bunda contra mim para ficar confortável e


é um pouco de céu e inferno ao mesmo tempo. — Estou feliz
por você estar aqui. Obrigada.

Coloco alguns fios de cabelo atrás da orelha. — Não há


nenhum outro lugar em que prefiro estar. — Inclino seu
queixo e a beijo suavemente nos lábios. Isso é perfeito pra
caralho.

A porta vibra. Deve ser a pizza.

Quinn começa a se levantar.

Eu a paro. — Deixa comigo. Apenas deite aí e relaxe.

— Sim senhor. — Ela sorri.


Porra, até o jeito que ela me chama, de senhor, deixa
meu pau duro.

Volto com a pizza e coloco na mesa de centro. — Ainda


não sei que tipo de ser humano normal de Chicago não gosta
de prato fundo.

Quinn encolhe os ombros. — Não posso ajudar no que


gosto. — Ela pega um pedaço direto da caixa. — E não
acredito que você se lembrou do meu lugar favorito e da pizza
exata que sempre peço.

— Vi você com sobras no escritório. Noto tudo em você.

Quinn deu uma grande mordida e seus olhos reviraram


como se estivesse no céu. — Não posso discutir com você.
Você está batendo cem.

Eu rio. — Isso é realmente uma estatística de beisebol, e


cem é péssimo. Mil é perfeito.

Ela dá de ombros, nem remotamente interessada em


qualquer coisa além de sua pizza. — Bem, dei tudo de mim.

— Aplaudo seu esforço.


Quinn
É atenuante dizer que estou nervosa por deixar papai
sozinho hoje, mas ele se saiu bem nos últimos dias, quando
finalmente voltei ao trabalho. Realmente não precisava tirar
dois dias de folga na semana passada, mas Deacon passou
por cima da minha cabeça até Decker e insistiu que eles me
dessem o tempo. Já se passou uma semana desde a queda.

Ainda estou surpresa que Deacon não tentou nada


enquanto estávamos sozinhos em casa. Tudo o que ele fez foi
pairar sobre mim e correr para pegar o que eu precisava. Foi
doce e fofo e não como o imaginei lidando com qualquer tipo
de crise.

Os nervos vibram pelo meu estômago pensando nele.


Estou indo para o seu apartamento, ainda não fizemos sexo
desde que começamos a namorar. Foi bom conhecê-lo, mas
estaria mentindo se dissesse que não sinto falta do sexo. Uma
garota tem necessidades. Receio que seja diferente, embora
haja uma conexão emocional aí. Ainda assim, se há uma
coisa que sei, é que quero sexo. Quero sexo com Deacon,
muito.
Quando chego em seu apartamento, ele me
cumprimenta com um beijo. — Estou quase pronto.

— Ok. — Sorrio para as paredes. Sério, parece que ele


contratou meu pai para decorar.

— Esse capacete é assinado por Tom Brady.

— Quem? — Sorrio. É divertido brincar com ele. Até eu


sei quem é Tom Brady.

— Você está brincando certo?

Rio. — Sim. Ele é casado com Gisele.

Deacon me lança um olhar brincalhão. — Essa é a única


razão pela qual você sabe quem ele é?

Encolho os ombros. — Há mais alguma coisa importante


sobre ele?

Ele se aproxima e segura minhas mãos. — Sabia que


você é perfeita?

— Sou? O que estou fazendo aqui com você então? —


Sorrio.

Ele passa o braço em volta da minha cintura e faz tiques


em minhas costelas. Nossos lábios se encontraram e sair
para almoçar tornou-se apenas uma reflexão tardia.

— Porra, senti falta da sua boca espertinha. É bom ter


você de volta.
— Isso é tudo que você perdeu? — Sussurro.

— Não. Senti falta disso também. — Seus lábios


salpicam beijos doces na minha garganta enquanto suas
mãos deslizam para os meus seios sobre a minha camiseta.

Finalmente!

Deacon não perdeu tempo agarrando a barra da minha


camisa e puxando-a sobre a minha cabeça. Um gemido sai de
sua garganta quando ele dá uma olhada completa no sutiã de
renda branca que estou usando.

— Estes. Fora. — Ele se atrapalha com o botão da


minha calça jeans, e tiro os saltos de couro vermelho que usei
só para ele. No momento em que minha calça jeans está fora,
Deacon me levanta em seu peito.

Minhas pernas engancham em torno de sua cintura e


ele me carrega para seu quarto.

— Suas roupas estão no meu caminho agora, Sr.


Collins.

— Deveríamos fazer algo sobre isso.

— Sim nós deveríamos.

— Alguém quer transar.

Balanço minha cabeça e o beijo novamente. — Você não


tem ideia.
— Bem, bem, minha vagabunda suja de escritório ainda
está aqui.

Qualquer outro homem levaria uma joelhada nas bolas


por falar assim comigo, mas agora, no momento, está quente
como o inferno. A excitação desce e se acumula entre minhas
coxas por sua boca suja. Ele me joga na cama e percebo uma
coisa. Não é apenas a minha primeira vez na cama dele, mas
é a nossa primeira vez em uma cama.

Parece que devemos comemorar ou algo assim. Suponho


que o sexo será uma recompensa suficiente, mas há algo
especial sobre o momento.

Não tenho certeza como, mas suas roupas são tiradas


em um instante, como se tivessem desaparecido
magicamente.

Ele paira sobre mim e coloca uma mecha de cabelo atrás


da minha orelha. — Você não tem ideia de quantas vezes
imaginei isso. — Suas mãos fortes percorrem meu corpo
enquanto olha nos meus olhos. — Sozinhos. No meu quarto.
Sem restrições de tempo.

Engulo em seco ao olhar em seus olhos agora. Ele


parece uma parte lobo, uma parte leão.

Ele traça um dedo ao longo da curva do meu ombro. —


Você tem alguma ideia de como você é bonita?

— Gosto de ouvir você me dizer.


— A mulher mais bonita que já vi. — Seus lábios vêm
para os meus.

É suave e lento no início, mas preciso de mais do que


isso. — Obrigada, Sr. Collins. — Pisco meus cílios para ele,
alcanço entre suas pernas e acaricio seu pau. Ele fica maior
contra a minha palma.

— Porra, vou aproveitar isso.

— Espero que sim, garotão. — Sorrio, mas toda tolice


deixa meu rosto quando aqueles olhos tempestuosos se
estreitam em mim.

Sua mão desliza entre minhas coxas. — Muito grande,


mas você já sabe disso. — Sua voz é áspera e cheia de
necessidade crua. É primitivo e faz meu sangue zumbir de
desejo.

Minha nuca se curva para ele, ansiosa por seu toque,


ansiando por qualquer tipo de atrito que possa conseguir.

Deslizando pelo meu corpo, sua boca substitui sua mão


entre minhas pernas. Seu nariz pressiona contra minha
calcinha e ele me inspira. — Gosto disso. Que pena que ela
está no meu caminho. — Deacon agarra minha cintura em
um movimento possessivo.

Solto um suspiro antes que possa me conter.

Se eu achava que ele era sexy e dominador no armário


de suprimentos... é um outro nível de alfa em seu quarto. O
olhar em seus olhos me diz tudo o que quer fazer comigo, e
estaria mentindo se dissesse que minha frequência cardíaca
não diminui ao vê-lo.

Olho ao redor do quarto. Não há nada pessoal em


exibição além de uma fotografia em preto e branco dele e de
seus irmãos. Quase peço a ele para virá-la. É como se seus
olhos estivessem observando – julgando – e esperando para
pontuar seu desempenho.

Se eu disser, ele pode pensar que sou louca, mas agora,


posso estar louca pelo jeito que está me provocando.

Lento e metódico, beijando o topo das minhas coxas,


levando seu tempo doce. Preciso mais dele, agora, mas ele
sabe exatamente o que quero e me nega como sempre faz, me
provocando em um frenesi. Ele morde minha pele com força
suficiente para deixar uma marca.

Solto um pequeno grito de aprovação e passo minhas


unhas em seu cabelo.

Olhando para mim, ele diz: — Isso é meu. — Ele passa a


língua em meu clitóris, seus olhos fixos em mim, observando
cada reação. — Só meu, Quinn.

Suas palavras transformam minhas entranhas em


gelatina. Quando ele diz coisas assim, todos os meus
pensamentos e reservas vão embora. Tudo que posso fazer é
acenar em sinal de rendição.
— Dedos ou boca? — Ele provoca meu clitóris com a
língua e desliza um dedo dentro de mim.

Aceno furiosamente.

— Use suas palavras, Quinn. — Ele desliza o dedo para


fora, e aperto o nada no segundo que ele me deixa.

Meus quadris levantam instintivamente, praticamente


implorando por seu toque, e todo o fôlego é roubado de meus
pulmões. — Ambos. — É a única palavra que consigo
pronunciar.

— Tão gananciosa. — Sua boca trava no meu clitóris e o


homem é implacável. Desta vez, ele empurra dois dedos
profundamente e com mais força.

Bem quando estou à beira de um orgasmo épico, ele se


levanta, não me deixando terminar. — Não há nada melhor
do que assistir você gozar. — Ele pressiona sua boca contra a
parte interna da minha coxa e escova as mãos sobre meus
mamilos. Com um movimento rápido, estende as duas mãos
e puxa o bojo do meu sutiã para baixo, deixando-me exposta.
Seus dedos se tornam possessivos e cavam em meus quadris
enquanto me puxa contra seu rosto, mais e mais. — Poderia
foder essa boceta com minha boca o dia todo.

— Eu. Não. Reclamaria. — O homem transforma minhas


palavras em jargões, e um leve gemido sai de meus lábios.

Ele desliza pelo meu corpo, inclinando-se sobre mim.


Seus lábios encontram os meus e contra a minha boca
ele sussurra: — Você pode se provar na minha língua?

Oh. Meu. Deus.

Ele pode ficar mais sujo?

Sim. Sim ele pode. É uma pergunta ridícula.

Balançando-se nas panturrilhas, ele puxa um


preservativo da gaveta do criado-mudo.

Pré-gozo sai de seu pênis e quero lambê-lo.

Deacon leva seu tempo rolando o preservativo. Observo


o tempo todo, rezando para que se apresse e me tire de lá.
Estou praticamente me contorcendo em sua cama. Se ele
respirar em mim, vou entrar em combustão imediatamente.

Há algo entre nós e ambos sentimos isso. Preciso apenas


desistir e abraçar, colocar todas as minhas fichas na mesa,
porque não ser sério com Deacon não parece uma opção.

Ele se deita e empurra seu pau para que fique apontado


para o teto.

Rastejo em direção a ele, incapaz de resistir à atração


que vibra por cada átomo do meu corpo. Levanto uma perna
e lentamente deslizo sobre ele, até que o tome por completo.

Ele geme enquanto aperto em torno dele, e seus olhos


rolam para trás por um breve segundo. — Tenho morrido por
isso. Ter você na minha cama, em cima de mim.
— Bem, você me tem. — Nossos corpos se movem juntos
em um ritmo perfeito, como se tivéssemos feito isso um
milhão de vezes. De certa forma, parece que sim. Agora,
somos duas velhas almas que sempre compartilharam uma
conexão. Movimento meus quadris em pequenos círculos,
amando o que isso faz com ele.

Seu polegar vai direto para o meu clitóris, acariciando-o


para frente e para trás enquanto observa meu rosto. Sua
outra palma bate na minha bunda e ele geme. — Porra. Ali.

Estremeço com suas palavras, seu polegar, seu pênis –


tudo dele. Por mais que ame a maneira como me sinto
quando está dentro de mim, também adoro saber o quão
louco o deixo. Que posso satisfazê-lo tanto quanto ele me
satisfaz.

— É isso aí. Goze no meu pau. Quero te sentir.

— Oh Deus, Deacon. — Meu orgasmo me atinge,


girando e girando como um furacão.

Seu polegar acelera no meu clitóris e monto as ondas


até que estou sem vida. Não sei como consigo não desabar
sobre ele. Estou funcionando com pura determinação e força
de vontade agora.

— Assim. Perto. Também. — Seus olhos ficam fixos nos


meus o tempo todo, me observando ficar desfeita em cima
dele.
Ele finalmente coloca as duas mãos em meus quadris e
me pressiona para baixo, então tomo cada pedaço dele o mais
fundo possível. Ao mesmo tempo, ele grunhe. Seu pau se
contrai dentro de mim.

— Porra, Quinn.

Meus olhos se abrem com a visão dele se esvaziando, e


por um breve segundo desejo que não estivesse usando a
camisinha. Quero senti-lo nu dentro de mim, me enchendo.

Não deveria pensar isso. Seria incrivelmente imprudente


e estúpido, mas não consigo evitar. Quero saber como seria.
Isso deveria me assustar muito, mas não o faz. Não consigo
formar pensamentos racionais agora. Meu cérebro é uma
confusão de fios expostos.

Quando ele termina, desabo por cima de seu corpo, e ele


me segura contra o peito pelo que parece uma eternidade,
mas provavelmente não é mais do que alguns segundos.
Então, lembro que ele ainda está dentro de mim com a
camisinha cheia e rolo para o lado dele.

Nós dois ficamos ali, ofegantes, olhando para o teto. Ao


mesmo tempo, nós dois nos viramos para encarar um ao
outro.

Por meio de várias respirações difíceis, digo: — Isso foi...

— Incrível. — Ele termina a frase por mim.


Nunca quero me levantar. Nunca mais quero sair de sua
cama.

Por fim, meu cérebro retoma sua função normal e peço


licença para ir ao banheiro.

Olhando no espelho, jogo água fria no rosto.

Olhando em volta, ainda não consigo acreditar que


estou aqui com Deacon em seu apartamento. É surreal
depois de meses namorando no trabalho. Três meses atrás,
se alguém tivesse me dito que estaria namorando um dos
irmãos Collins, teria morrido de rir. Os consideraria loucos.

Mas, aqui estou.

Quando volto para o quarto, Deacon está na frente de


sua cômoda tirando algumas roupas. Ele me joga uma
camiseta enorme enquanto caminha em minha direção. Para
e dá um beijo na minha testa, depois entra no banheiro.

Tenho que parar de cobiçá-lo enquanto se afasta. Ele é


tão perfeito, masculino e viril como o inferno. Seus ombros
largos e músculos da coxa se expandem e contraem a cada
passo. O jeito que anda quase parece que está se
pavoneando, mas não é porque é um idiota tentando parecer
forte, é porque seu peito é tão largo que força seus braços em
um ângulo. Não posso evitar e olho para baixo de suas costas
para entre suas pernas. Seu pau grosso pende para baixo,
saltando de um lado para o outro, não posso deixar de dar a
ele um assobio.
— Apreciando a vista? — ele pergunta por cima do
ombro.

Mordo meu lábio inferior entre os dentes da frente. — Na


verdade, estou.

— Vai acabar no RH por assédio sexual. — Ele fecha a


porta do banheiro, rindo ao entrar.

— Vale a pena, — sussurro para mim mesma.

Meu corpo já começa a vibrar de desejo mais uma vez,


apenas imaginando ele se afastando de mim. Puxo sua
camisa sobre a minha cabeça, amando como ela cheira
exatamente como ele.

Ele sai do banheiro ainda totalmente nu.

Minhas bochechas ficam vermelhas com a visão dele de


frente.

Nós só tivemos relações sexuais em sua cama.

— Amo quando você fica vermelha. — Ele se aproxima e


traça meu queixo com o dedo. — Com fome?

— Morrendo de fome.

— Bem, então, como você gosta de seus ovos?

Bato em seu peito, em seguida, agarro um pouco porque


é duro como granito e não consigo evitar. — Cale-se. Você
cozinha?
— Posso fazer muitas coisas. — Ele veste a boxer.

O sigo até a cozinha. — O que posso fazer para ajudar?

Ele aponta para um banco de bar ao longo da ilha da


cozinha. — Apenas sente sua bunda gostosa lá e fique bonita.
Eu cuido disso. — Ele beija meu nariz.

— Ok então, figurão. Vamos ver o que você tem. — Eu


me encolho com minha rima estranha e acidental e sento no
banquinho.

— Ok, Funkmaster Flex14 . — Ele ri. — Vejo que você


está sentada na primeira fila. Grande choque. Pode ser que
você queira pegar seu caderno e lápis.

— Para que eu possa escrever uma avaliação do Yelp15


destruindo seus ovos?

— Você vai se arrepender em alguns minutos. Apenas


espere. — Ele puxa uma espátula de uma prateleira
pendurada e aponta para mim. — Você vai ver.

Rio e o vejo ir trabalhar. Deus, que visão. Há algo


inerentemente sexy em um homem cozinhando em nada além
de sua boxer. Seus músculos se expandem e contraem ao
menor movimento enquanto ele caminha pela cozinha. Juro
que ele parece uma escultura de Michelangelo que respira.

Ele sorri para mim enquanto tira bacon e ovos da


geladeira. — Gosta de omeletes?

14 Rapper Americano
15 Site de avaliação de estabelecimentos comerciais.
— Sim. — Qualquer coisa com Deacon soa bem. Por que
parece que todo o ar sai da sala quando ele está por perto?
Ele me deixa louca.

Não posso acreditar que está cozinhando em sua


cozinha para mim. Parece um sonho. Este dia inteiro foi
incrível até agora. Nunca quero que acabe, mas sei que
conforme o sol se põe no horizonte, a realidade espera. Em
algum momento, precisarei ir para casa e cuidar de papai.
Não me importo com isso. Só queria que houvesse alguma
maneira de ter tudo o que quero de uma vez. Minha vida
parece um jogo de soma zero. Se quero tempo com Deacon,
tem que sair do tempo com papai. E se quero tempo com
papai, tem que sair do tempo com Deacon.

Eu me permito pensar brevemente sobre como seria se


todos vivêssemos juntos. É uma loucura, sei. Mas não teria
que me sentir tão dividida entre os dois. Tentar estar em dois
lugares ao mesmo tempo é exaustivo. Tenho permissão para
pensar como seria, mesmo que nunca fosse acontecer.

— O que está acontecendo nesse seu cérebro? — Ele


deve notar o olhar distante em meus olhos.

— Me perguntando o quão terrível essa omelete vai ser.


— Eu rio e respiro um suspiro de alívio quando ele ri da
minha piada terrível.

De jeito nenhum vou lhe dizer que estava fantasiando


sobre ele morar com papai e comigo. É tão hilário que quase
rio alto, mas me contenho. Tenho essa imagem vívida de sua
reação em minha mente. Consiste em sua silhueta
disparando no horizonte, diminuindo ao pôr do sol. Ele não
está usando nada além de sua boxer e não olha para trás.
Não. Nem uma vez. Não há nada além de uma trilha de poeira
em seu rastro.

Não quero assustá-lo, mas meus sentimentos por


Deacon são tão intensos. Ele me faz tão feliz. Mais feliz do
que nunca.

— Minha dama. — Ele faz uma reverência medieval e


desliza um prato na minha frente, em seguida, pega um copo
de suco de laranja.

Parece tão bom que quase quero tirar uma foto com meu
telefone. Dou uma mordida nos ovos fofos, no queijo e no
bacon crocante e quase tenho outro orgasmo. Ok, não
realmente, mas é incrível. Tão incrível que deixo escapar um
leve gemido. Ele realmente acabou de cozinhar isso? Estou
tão envolvida no momento de saborear a omelete que não
percebo que ele se aproxima de mim com um prato para ele.

Seu hálito quente chega direto ao meu ouvido. — Amo


quando você faz esse som, mas geralmente é porque estou
dentro de você.

O calor floresce em minhas bochechas, eles devem ter


dez tons diferentes de rosa. Como ele ainda encontra
maneiras de me fazer corar? Eu deveria ver essas coisas
parando, mas secretamente espero que nunca pare. Também
não posso deixar de notar como ele quase parecia com ciúme
dos ovos. Ele é tão maldito, eu não sei. Ele é apenas Deacon.
Nunca conheci ninguém como ele.

— Não seja tímida. — Ele mexe em seu prato, comendo


mais rápido do que já vi alguém comer na minha vida.

Ele deve me pegar olhando para ele, porque para de


inalar sua comida e pergunta: — O quê? — Com a boca cheia
de ovos.

Eu sorrio e balanço minha cabeça. Não há palavras.

— Você nunca esteve em um refeitório com oitenta


jogadores de futebol universitário. Você come quando pode,
porra, ou os eletricistas levam toda a maldita comida.

Bem, isso faz mais sentido. Também explica muitas das


piadas práticas e seu senso de humor. Papai sempre
chamava isso de conversa de vestiário.

Deacon recomeça a aniquilar sua comida, e não posso


deixar de olhar para seu corpo. É preciso muita proteína para
ficar nesse tipo de forma. Estou começando a achar que seus
ternos não fazem justiça a ele. Todos os homens Collins são
altos, mas Deacon é definitivamente mais corpulento e mais
musculoso do que todos eles. O futebol faz sentido.

Seus olhos rolam para encontrar os meus. — E aí?

— Tudo o que posso pensar é em colocar você de volta


na cama e tirar isso de você. — Puxo o cós de sua boxer.
Ele toma um grande gole de suco e começa a enfiar mais
ovos em sua boca.

Fico olhando para ele com olhos arregalados. Seu


maldito garfo se parece com as pernas do Roadrunner16.

Sua mão dispara com o garfo e ele bate no meu prato. —


Coma. — Parece um instrutor dando ordens.

Continuo apenas boquiaberta para ele.

Ele para por um segundo, se vira e diz: — Você vai


precisar das calorias, Quinn.

Balanço minha cabeça e rio. — Você é louco.

— Louco por você.

16 Papa-Léguas em português.
Deacon
GEMENDO E ME ESPREGUIÇANDO , me movo para rolar para
fora da cama e percebo que a cabeça de Quinn está no meu
peito. Tiramos uma soneca depois de terminar de comer.
Olho ao redor da sala, observando a cena, e corro meus
dedos por seus cabelos. Está perfeito.

A vida é perfeita.

Fico lá, pensando nela morando comigo. Alguns meses


atrás, teria vomitado ao pensar em uma mulher se mudando,
mas agora, acho que poderia me acostumar a acordar ao lado
de Quinn todas as manhãs.

Puxo o lençol e olho para a curva de seu quadril


pressionado contra mim. Há sardas em seu ombro direito. É
impossível ver e não querer beijá-las.

Meus olhos percorrem as marcas de dentes em seu seio


esquerdo. Algo primitivo se agita em mim, na parte não
evoluída do meu cérebro, quando os homens das cavernas
marcavam seu território. Isso não me incomoda, no entanto.
Não há nada que queira mais do que protegê-la, cuidar dela,
embora saiba que pode se defender sozinha.
Dizer que estou excitado agora é o eufemismo do século.
Sou como um maldito viciado. Apenas observá-la é como um
narcótico inundando minhas veias.

Meu pau endurece ao ver sua pele pálida e pernas lisas.


Olho para o relógio e sei que seu pai provavelmente a espera
em casa logo. Saio da cama pensando no que estou prestes a
fazer e que pode ser um erro, mas não consigo me conter.
Pego o telefone dela da mesa de centro e pressiono o botão de
chamada.

— Olá. — Sua voz está rouca.

— Sr. Richards, é o Deacon Collins.

— Quinn está bem?

— Ela está bem. Só queria que você soubesse que ela


adormeceu. Sei que ela estaria normalmente em casa agora.
Não queria que se preocupasse, mas se precisar de alguma
coisa, farei o que puder.

— Estou bem por mais algumas horas.

— Ótimo. Obrigado, senhor. — Termino a ligação e pego


um copo d'água, em seguida, volto para a cama.

Quinn rola para o lado dela, abraçando meu travesseiro.


O desejo de estender a mão e tocá-la é insuportável e desisto.
Traço suas curvas com a ponta do meu dedo indicador,
descendo por seu quadril em direção à sua coxa, avançando
meu caminho entre suas pernas. Ela está prestes a receber o
chamado de despertar de sua vida, um despertador especial
Deacon Collins.

Não consigo imaginar como seria afundar meu pau nela


todas as manhãs.

Seria perfeito. Nós levantaríamos e foderíamos. Iríamos


trabalhar, voltaríamos para casa, jantar e foda de novo.

Pego um de seus mamilos entre meus dedos e deslizo


minha cabeça em seu estômago. Ela precisa saber como é
acordar com a minha língua todas as manhãs.

Não desço a tempo.

Quinn soltou um bocejo suave e seus olhos se abrem.


Eles disparam para baixo e pousam na minha cabeça entre
suas coxas, olhando para ela.

— Oi — ela sussurra.

— Oi. — Deslizo de volta para cima e tiro um pouco de


cabelo de sua bochecha. — Dormiu bem?

— Como um bebê. Acho que estou apaixonada pela sua


cama. — Ela estica os braços atrás da cabeça.

Aproveito a oportunidade para agarrar seus pulsos e


prendê-los lá. Ficamos ali por um momento, os rostos a
centímetros de distância. Quero perguntar a ela se isso é
tudo que ama, minha cama, mas engasgo com as palavras. É
muito cedo para esse tipo de conversa.
— Que horas são? — Seus olhos se arregalam com o
pânico gravado em seu rosto.

— Cinco e meia.

— Merda! — Ela se liberta e passa por mim. Seus pés


caem no chão. — Eu preciso ir. Meu pai.

A observo da cama. — Não se preocupe. — Coloco meus


braços em volta da sua cintura e a puxo de volta para as
cobertas comigo. — Ele está bem. Liguei para ele.

Os olhos de Quinn se transformam em duas enormes


esferas. — Você ligou para ele? — Então, um sorriso se
espalha por seu rosto. — E como foi?

Encolho os ombros como se não fosse nada demais. —


Ele disse que está bem por uma ou duas horas.

Quinn cai em meus braços e dá um suspiro de alívio.

Descanso meu queixo em seu ombro onde ele encontra


seu pescoço.

— Vocês dois são melhores amigos agora? Devo me


preocupar se enviarão mensagens de texto e trocarão
histórias de futebol? — Ela ri de si mesma e adoro ouvir esse
som. O som de sua felicidade.

— Venha aqui, — rosno. — Temos apenas duas horas e


não sei se teremos tempo suficiente.
Suas sobrancelhas sobem enquanto sua cabeça cai para
trás no meu peito. — Para quê?

— Para foder um ao outro com nossas bocas.

Ela grita meu nome quando a viro. — Deacon!

— Tem algo contra um bom 69? — Me inclino e pego seu


mamilo entre os dentes.

Ela solta um gemido suave, mais como um ronronar, e


meu pau endurece com o som. Vou para frente e para trás
entre seus seios tentando decidir qual gosto mais. É uma
tarefa impossível. A provoco repetidamente até que ela abre
as pernas e diz: — Tudo bem. Faça o que for preciso, senhor.
Vou aguentar.

— Gosto quando você me chama de senhor. Me faz


sentir poderoso e uma merda.

— Agora?

— Maldição, sim. — Rolo ao lado dela, abandonando a


ideia de levar meu tempo. Não consigo tirar minhas mãos
dela. — Preciso de você aqui.

Ela grita quando aperto seus quadris e a puxo para


minha boca. Está de costas para mim e montada em meu
rosto. Exalo um hálito quente em seu clitóris, sabendo que
isso a deixará louca. Como esperava, suas coxas tremem
contra minhas bochechas.
Sua boceta desce até minha boca e cavo meus dedos em
suas coxas para que ela possa fugir se as coisas ficarem
muito intensas. Enterro minha língua nela, lambendo,
chupando e provocando.

Suspiros suaves de aprovação saem de seus lábios, e


então sinto sua boca em mim.

— Porra.

Ela para pra dizer algo e luto contra a vontade de


agarrar sua cabeça e empurrá-la de volta para baixo. —
Parece que estou fazendo um bom trabalho do meu lado.

Eu rio. — Oh, você quer que isso seja uma competição?

— O primeiro a gozar perde.

— Combinado. — Bato na bunda dela de brincadeira


para selar o acordo.

Seus lábios encontram meu pau mais uma vez, e já sei


que estou correndo o risco de perder esta aposta. Sua boca
quente suga meu eixo, levando-me o mais longe que ela pode.

Aplico minha língua em sua boceta e provoco seu clitóris


com a ponta da minha língua. Ela se contorce imediatamente
e suas bochechas ficam mais apertadas em torno de mim.

Isso é o céu. Pura porra do céu certamente.


Sempre operei supondo que poderia comer uma boceta
melhor do que jogar futebol, mas Quinn é um oponente
digno.

Afundo um dedo dentro dela enquanto lambo seu


clitóris. O ângulo quase faz minha mão doer, mas não estou
prestes a perder. Sua umidade escorre por suas coxas e
pousa na minha língua e ela tem gosto de... minha.

Tudo meu, porra.

Isso não faz nada além de me alimentar e acelero o


ritmo. Suas pernas tremem, mais e mais, aumentando em
intensidade, e sei que ela está muito perto. Deslizo um dedo
para baixo para coletar um pouco de lubrificante de sua
boceta quente, em seguida, provoco sua bunda com ele.

Seus quadris começam a sacudir, e sei que ganhei essa


coisa agora. Na verdade, estou tão confiante que tiro minha
boca dela por um momento para fazer uma pequena conversa
de merda no meio do jogo. — Está tudo acabado para você,
Quinn. — Vejo meu dedo pressionar com mais força contra
ela e sorrio quando ela treme ainda mais forte com a
sensação. — Quem diria que a garota inocente no escritório
era uma vadia nojenta no quarto.

Ela sempre vem rápido quando falo sujo.

Cantarolo contra seu clitóris e provoco seus dois


buracos.
Sua boceta aperta com força em torno do meu dedo e
posso dizer que está lutando contra, com tudo que tem. Seus
quadris resistem contra minha boca até que ela está fodendo
meu rosto e dedos. Amo cada segundo disso. Adiciono um
segundo dedo em sua boceta e provoco sua bunda com meu
polegar.

Um dia vou transar com ela lá.

De repente, noto que estive tão concentrado em agradá-


la que não percebi que meus próprios quadris estavam
empurrando para cima e para baixo, fodendo sua boca.

— Deacon. — Ela afasta a boca do meu pau e todo o seu


corpo treme. — Oh Deus.

A puxo para mim, e o orgasmo pulsa através dela, de


seus quadris até os dedos dos pés enrolados. Ela é como um
fio elétrico, causando curto-circuito em todo o lugar.

Enquanto ela cavalga meu rosto, minhas bolas sobem


alto e apertadas.

Uh oh! Que diabos?

Então, sinto isso. Seus dedos, acariciando meu pau


para cima e para baixo. Tudo fica embaçado por uma fração
de segundo, quase como uma experiência fora do corpo,
então gozo em sua mão inteira.

Não consigo parar de ofegar. Duas práticas por dia no


clima quente a minha vida toda, e nunca estive tão gasto
como estou agora. Assim que recupero o fôlego, a boca de
Quinn está no meu pau.

Me inclino em torno de sua bunda e ela está me


limpando com a língua. Já tenho vontade de transar com ela
de novo. Não vou amolecer tão cedo, não com ela lambendo
meu eixo.

— Diria que foi um empate.

Ela não me vê olhando em sua direção, mas sorri contra


o meu pau. — Eu ainda estava indo depois que você bateu.

— Oh besteira. Lembre-me de ter câmeras instaladas.


Para o caso de precisarmos de uma revisão oficial no futuro
para evitar que você trapaceie.

— Tenho certeza de que é exatamente por isso que você


quer uma câmera aqui.

Sorrio. Porra, ela é perfeita.

Não estou nem perto de terminar com ela, então a viro e


a coloco em cima de mim.

Ela não perde o ritmo. Sua boceta quente desliza para


baixo em meu pau, e quase perco o controle. Deus, ela está
tão quente e molhada. Não estou usando camisinha e nunca
imaginei que seria tão incrível.

Começa a se mover para cima e para baixo, mas a


agarro pelos braços e a paro. Fico olhando nos olhos dela. —
Tem certeza disso?
Suas bochechas ficam vermelhas e ela concorda.

Puta merda.

Quinn me leva até a base e gemo quando ela me aperta


com força. É muito melhor assim, pele com pele. Coloco a
palma em sua bunda e afasto suas bochechas. Depois de seu
pequeno show mais cedo, não vou desistir de pressionar esse
botão. Deslizo meu dedo mindinho contra seu rabo enrugado
enquanto ela me cavalga. Não demora muito. Outro orgasmo
a atinge. É tão intenso que mal consigo aguentar.

Sua boceta quente aperta em torno de mim, e sem a


camisinha entre nós, não sei o quanto mais posso aguentar.
Tudo nela se intensifica.

Ela não sabe, mas Quinn é a única mulher que já


transei sem proteção. De certa forma, sinto que ela é a minha
primeira. É muito mais do que sexo. É real, apaixonado e
emocional. É tudo, e não posso deixar de lado agora que
experimentei.

Meus olhos rolam para trás em minha cabeça e quero


gozar dentro dela tanto que dói até meus ossos. Me contenho,
sabendo que não deveria.

Meu cérebro vai para a guerra, porque não quero me


conter. Quero isso mais do que qualquer coisa que já quis na
minha vida. O pensamento por si só deveria me aterrorizar,
mas com Quinn parece tão fodidamente certo e o resto do
mundo desaparece, deixando nada além de nós dois aqui
neste momento.

Me inclino e a empurro de volta, interrompendo nossa


conexão por uma fração de segundo antes de deslizar de
volta.

Seus tornozelos engancham em volta da minha cintura e


inclino sobre sua boca e a beijo. Sei que disse que sou
possessivo, que Quinn é minha, mas ela me possui tanto, se
não mais. Nada nunca pareceu mais certo do que isso, do
que nós.

Nossas línguas se entrelaçam enquanto a tomo o mais


profundamente que posso. Nossas testas se juntam, e travo
os olhos com os dela. Juro que posso ver tudo neles, todos os
seus pensamentos e sentimentos, seus objetivos e desejos.

Deslizo dentro dela repetidamente, golpes longos e


profundos. Ela me dá tudo que quero e muito mais. Coisas
que nunca soube que queria ou precisava, mas que queria e
preciso que ela me dê.

Somente ela.

Assim.

Porra.

Intenso.

Mordo seu ombro enquanto minhas bolas apertam. A


guerra assola meu cérebro enquanto um orgasmo sobe
lentamente pelo meu eixo, mas no último segundo, puxo e
gozo em todo o seu estômago. Usando a cabeça do meu pau,
assino meu nome nela, bem ali em sua barriga, meus olhos
nunca deixando os dela.

Através das minha respiração ofegante, a única palavra


que escapa dos meus lábios é: — Minha.

Quinn envolve seus braços em volta do meu pescoço,


puxando minha boca para a dela para um beijo.

Depois de recuperarmos o fôlego, sorrio


preguiçosamente para sua expressão corada. — Precisamos
de um banho. Você não pode ir para casa assim.

Nós dois rimos enquanto ela balança a cabeça.

— Definitivamente não. Não me importa o quão bom


você foi no futebol.

É difícil como o inferno manter minhas mãos longe dela


no chuveiro. É igualmente difícil evitar que meu pau fique
duro, mas sei que se eu a tocar agora, isso vai me enviar em
uma missão para convencê-la a passar a noite. Recuso-me a
colocá-la nessa posição, independentemente de quantas
posições eu gostaria de colocá-la. O pai dela precisa de sua
presença em casa.

Sei que, sem dúvida, estarei me masturbando mais


tarde com a imagem dela toda ensaboada no banho.

Uma vez que estamos enxugados e vestidos, e é hora


dela ir embora, a puxo de volta mais uma vez para um beijo.
Quem estou enganando? A puxo quatro vezes, prometendo
que cada uma é a última. Não me lembro de alguma vez ter
me sentido tão despreocupado em minha vida. As cores são
mais vibrantes e soam mais vivas. Parece que estou
flutuando nas nuvens, completamente sem peso.

Ela se separou do meu último beijo muito cedo.

Minhas mãos percorrem instintivamente seus quadris.

— Deacon, tenho que ir. — Ela se afasta, ainda


sorrindo.

— Me mande uma mensagem quando chegar em casa.

— Eu vou. — Ela para antes de entrar no elevador,


antes de fechar a porta, corre de volta para mais um beijo,
então finalmente se solta e vai embora.

Quando desaparece no elevador, um vazio se apodera de


mim e não gosto nada disso.

Ela é a única que pode aliviar essa dor dentro de mim.


Não ver seu rosto é uma tortura.
Meu telefone toca do outro cômodo e é uma distração
bem-vinda pensar em Quinn indo embora. Corro de volta
para o quarto e o nome de Rick Lawrence aparece na tela.

Já era hora de merda.

Estou esperando esta ligação. Passo meu dedo na tela e


coloco o telefone próximo ao meu ouvido. — Diga-me algo
bom, porra.

— Melhor do que bom. Precisamos nos encontrar.

— O Gage? — É um restaurante com um bar agradável


perto do Millennium Park. Todo mundo do escritório vai lá
depois do trabalho às vezes.

— Quinze minutos.

— No momento ideal. Vejo você lá.

SALTO de um táxi na Michigan Avenue, do outro lado da


rua do parque. Não tinha vontade de dirigir e estacionar no
centro, e queria ser capaz de pensar livremente sobre Quinn,
sem lidar com o tráfego. Caminhando pela porta de vidro, vejo
Rick no bar derrubando um copo de gelo que provavelmente
está cheio de uísque caro.
Pego o banquinho ao lado dele e peço um uísque.

Ele não diz uma palavra, apenas desliza um arquivo na


minha frente. — Sinto cheiro de boceta virgem no meu
futuro.

Jesus, esse cara.

Viro minha cabeça para ter certeza de que ninguém está


ao alcance da voz.

Rick sorri largamente, mas olha para a frente,


claramente divertido com o quão desconfortável ele deixa as
pessoas. O cara não tem filtro. Uma coisa é falar assim com
os caras em uma porra de vestiário, mas ele deixa voar, não
importa onde esteja.

— Depende do que você tem aqui. — Folheio a pasta e


meus olhos se arregalam. Minhas mãos aceleram nos papéis,
meus olhos examinando as páginas. — Porra, posso usar
isso? Como diabos você conseguiu?

— Primeiro, temos algo mais importante para discutir.

— Ok?

— Vi Donavan olhando para minha doce e inocente


Mary outro dia. Você vai cuidar disso, certo?

Aceno uma mão petulante em sua direção, meus olhos


ainda vagando pelas evidências que ele trouxe. — Sim, sim.
Considere isso feito. Posso usar essa merda?
— Tudo admissível. Não precisei fazer nada obscuro.

Eu me viro e dou a ele um olhar que diz não brinque


comigo.

Ele levanta as duas mãos e ri. — Não sou idiota.


Ninguém sabe. Mantive minha parte no trato.

Deslizo meu copo e bato nele, incapaz de desviar meus


olhos dos documentos na minha frente. — Vou falar com
Donavan. — De jeito nenhum vou falar com Donavan, porque
então ele pode realmente se interessar se souber que há
competição. Já sei que não há nenhuma maneira no inferno
de ele querer Mary e suas saias até os tornozelos. Tenho
certeza de que ele apenas olhou na direção dela ou ordenou
que fizesse algo por ele.

Rick bebe seu uísque e se levanta. — Bem, então tenho


que ir à missa ou como quer que se chame. Tenho que me
acertar com o Senhor. Jesus não será o único a ser pregado
na igreja esta semana. — Ele me lança um sorriso e sai antes
que eu possa responder à sua blasfêmia.

Meus olhos olham mais uma vez para os papéis. Estou


prestes a marcar um touchdown para a vitória do jogo para a
empresa e vou esfregar essa merda bem na cara presunçosa
de Tecker.
Deacon
É segunda-feira de manhã cedo e não poderia me sentir
melhor.

Dr. James Flynn está na frente do prédio enquanto pulo


de um táxi.

— Sr. Flynn.

— Deacon. — Ele estende a mão e aperta minha mão.

O cara tem uma pegada decente por estar na casa dos


sessenta. Parece confuso.

Seguro o arquivo que Rick me deu. — Tudo fará sentido


em um minuto. Obrigado por ter vindo em tão pouco tempo.

Entramos no prédio e nos dirigimos para a mesa da


recepcionista.

Os olhos do Dr. Flynn vagam ao redor, observando os


arredores. — Por que vamos nos encontrar no escritório do
advogado dela?

— Estou prestes a deixar toda essa provação para trás.


Confie em mim.
— Posso ajudar? — pergunta a recepcionista.

— Temos uma reunião com Chauncey. — Ele é o


advogado que representa a mulher que acusou o Dr. Flynn.

— Oh sim, por aqui.

Ela nos conduz por um longo corredor, o barulho de


seus saltos amplificado pelos ladrilhos e pelo teto de 3,6
metros. No final, entramos em uma sala de conferências
rodeada por quatro paredes de vidro.

É bom, mas não tão bom quanto o prédio da minha


empresa. A merda deles é no primeiro andar, e estou prestes
a lembrar Chauncey e seu cliente que eles foderam com as
pessoas erradas.

— Sr. Collins, Dr. Flynn. — Chauncey aperta nossas


mãos. Ele tem mais ou menos a idade do Dr. Flynn e
provavelmente pensa que está prestes a arrastar um jovem
advogado para um acordo.

Disse a ele por telefone que estávamos prontos para


conversar sobre um acordo, mas na verdade era apenas
preparar uma armadilha para uma emboscada.

A cliente está sentada com um sorriso arrogante no


rosto. Posso praticamente ver os cifrões em seus olhos.

Apesar disso, não posso deixar de notar que o Dr. Flynn


não parece zangado. Ele não tem ideia do que tenho em meu
arquivo, mas não parece nem um pouco emocionado. Sua
expressão é até amigável.

Porra, esse cara tem muito mais compostura do que eu.


Se alguma mulher tentasse arruinar minha carreira,
queimaria a casa dela até o chão. Não há como sorrir e ser
legal. Nem mesmo fingiria.

Todos nós nos sentamos e Chauncey começa, — Então,


temos assuntos para discutir.

— Sim, nós temos. — Pego a pasta de papel e coloco na


minha frente.

Todos os olhos na sala pousam nela.

— O que é isso? — Pergunta Chauncey.

— Apenas algumas pesquisas. — Abro e folheio as


páginas, fingindo lê-las, mesmo que as tenha praticamente
memorizado. — Sua cliente já morou em Phoenix?

O sorriso presunçoso desaparece de seu rosto e seus


olhos se arregalam.

— Talvez trabalhou para um... — Eu paro, para um


efeito dramático. — Dr. Lancaster?

Agora, seu rosto fica vermelho de raiva. Seu corpo


inteiro fica tenso e suas mãos agarram os braços da cadeira.

— O que é isso? — Chauncey alcança seu antebraço. —


Achei que estávamos discutindo um acordo?
Ignoro sua pergunta e continuo, olhando diretamente
para ela. — Claro, você não estava usando o nome Bridgette
Smith naquela época, estava? Que tal New Orleans e um Dr.
Markwardt? Isso faz soar um sino?

Chauncey olha para Bridgette, depois de volta para


mim. — O que está acontecendo aqui?

— Bem, parece que sua cliente tem um padrão.


Trabalha como enfermeira. O assédio sexual é adequado. Dia
do pagamento. Avança quando acaba o dinheiro, suponho. É
um pequeno ciclo inteligente, até que você seja pego.

— Deixe-me ver isso.

Deslizo os papéis para ele, mas mantenho alguns na


minha frente.

Ele folheia as páginas. — Mesmo que você possa provar


que é ela, isso não significa que seu cliente não praticou o
fato pela qual está sendo acusado.

Bridgette, ou qualquer que seja seu nome verdadeiro, se


anima em sua cadeira, como se talvez ainda houvesse alguma
esperança.

Surpreendentemente, o Dr. Flynn permanece calmo e


controlado, como se não se importasse com o mundo. Ele não
disse uma palavra e não pareceu preocupado durante todo o
tempo em que o caso se desenvolveu. Tudo o que sempre
insistiu foi em uma defesa justa, desde o início.
Olho para a mulher na minha frente, porque a merda
que ela faz enfraquece todas as vítimas reais de violência e
agressão sexual e torna difícil para elas se apresentarem. Há
o temor de que não acreditem, porque é raro que evidências
concretas estejam presentes nesses casos. Para não
mencionar, simplesmente não gosto dela.

— Deixe-me esmagar qualquer esperança que você


tenha de receber o pagamento hoje. — Mantenho meus olhos
fixos nela. — Esses... — Coloco mais papéis no meio da mesa.
— São mensagens de texto para sua amiga, Crystal.

Seu rosto esquenta novamente e sua mandíbula se


firma. Ela sabe que a tenho.

— Se você tivesse ficado quieta, poderíamos estar


pagando um cheque para você. Mas você tinha que se gabar,
não é? E estou supondo, já que você gosta de ferrar as
pessoas, nenhum de seus amigos é realmente um amigo fiel.
No entanto, você falou para Crystal sobre como estava
prestes a obter um grande acordo do Dr. Flynn. — Eu tiro
outra folha de papel. — Esta é uma declaração juramentada
de Crystal afirmando que você também disse a ela que
inventou tudo. Pode ler se quiser. Você entra em muitos
detalhes.

Empurro os papéis em sua direção e ela os empurra de


volta para mim.
Rio e gesticulo em direção à declaração. — Sabe o que
isso me custou? Todas as suas mensagens, e-mails e essa
declaração?

Bridgette o encara. — Eu não sei. O quê?

— Quinhentos dólares. É assim que sua amiga


atropelou você facilmente.

— Bem, eu acho que todos nós precisamos recuar um


momento... — Chauncey diz com pressa. Não posso dizer se
ele está chateado ou envergonhado por nós o deixarmos cego.

— Isso não será necessário. — Todos os olhos vão para o


Dr. Flynn. Ele olha direto para Bridgette.

Ela superou a raiva, e juro que parece que está prestes a


chorar agora. Tem que ser uma atuação. Ela é uma maldita
vigarista.

Dr. Flynn olha para ela do outro lado da mesa com olhos
suaves. — Você ainda quer seu emprego no hospital?

Que porra é essa?

Coloquei a mão em seu braço. — Doutor, aconselharia


fortemente...

Ele levanta a outra mão para me interromper, mas não


quebra o contato visual com ela. — Você gostaria de seu
trabalho de volta, Bridgette?
As lágrimas escorrem pelo seu rosto e ela funga. — Sim,
por favor. Sinto muito.

— Bem então. Afinal, parece que temos um acordo. —


Ele se levanta de sua cadeira, dá a volta na grande mesa de
conferências e estende a mão na frente dela. — Vejo você no
trabalho na segunda-feira.

Ela olha para ele e pega sua mão, balançando a cabeça.


— Sim. Estarei lá.

— Parece bom. Mal posso esperar para ter você de volta.


— Ele olha para mim e aponta com a cabeça em direção à
porta. — Vamos, filho.

Não sei o que diabos aconteceu, mas pego tudo e saio


com ele. Nós caminhamos para a frente do prédio e me viro
para encará-lo.

— Tenho que avisar que é uma péssima ideia. Quer


dizer, entenderia se você não quisesse ir atrás dela por
difamação de caráter, mas contratá-la de volta...

— Você viu aquela mulher aí?

Encolho os ombros. — Certo.

Ele suspira. — Ela não começou a fazer as coisas que


ela faz um dia do nada. Alguém lhe ensinou. Cresceu com
isso. É tudo o que sabe.

— Quero dizer, ok? Essa não é uma boa razão para


arruinar a vida das pessoas para seu próprio ganho. Você viu
o que eles falaram sobre você na internet? E mesmo quando
rejeitarmos este caso, o estigma ainda estará lá. Está tudo no
Twitter. 'Cirurgião cardíaco de alto perfil agride sexualmente
enfermeira.' Só é preciso ser acusado. Eles não vão divulgá-
los abandonando o caso porque é chato. Será uma nova
página de volta.

— Você tem bons pais? Eles amam você


incondicionalmente?

O que diabos ele está falando? — Certo. Quero dizer,


minha mãe diria que nos ama de qualquer maneira. Sempre
soube que meu pai se sentia assim, mesmo que não dissesse
isso.

Ele aponta para o prédio. — Ela nunca soube disso.


Nunca teve ninguém se importando, mesmo depois que
cometeu um erro. Esta é uma oportunidade de mostrar a ela
como é. Se ela continuar com o mesmo comportamento, que
seja. Mas não serei eu que o perpetuarei.

— Eu só t... Ok. Bem. Você é o cliente. Se é isso que


você quer fazer, vá em frente.

Suspiro.

Pondo a mão no meu ombro, diz: — Você é um bom


garoto, Deacon. É por isso que gosto de você. Posso ver que
se preocupa com as pessoas próximas e seus clientes mais do
que com dinheiro. Sei que você pensa que está cuidando de
mim e agradeço isso. As pessoas precisam recuar e ver o
quadro geral, no entanto, antes de correr para condenar
alguém. Ninguém é perfeito, não importa quem você seja. —
Ele olha para o outro lado da rua. — Deus sabe que não sou,
mesmo que não tenha feito isso. O mundo precisa de muito
mais empatia e muito menos julgamento.

Ele sobe em um táxi e aceno. Não foi exatamente como


vi essa coisa acontecendo, mas ainda é uma vitória para a
empresa. Além disso, em cerca de uma década como
advogado, acho que nunca vi algo assim acontecer.

Independentemente disso, mal posso esperar para ver a


cara de Tecker quando enfiar isso na bunda deles.
Quinn
NÃO CONSIGO PARAR DE LEMBRAR do meu tempo com
Deacon. Não é nada como esperava que um relacionamento
com ele seria. Me deixa sem fôlego com as coisas que diz e as
coisas doces que faz.

Ainda não consigo acreditar que ligou para papai para


ver como estava. Quero dizer, quem diabos faz isso? Não me
lembro de nenhum cara com quem saí tomando esse tipo de
iniciativa. O velho ficou impressionado.

Como se já não fosse ruim o suficiente, ele adora


Deacon como um deus do futebol. Papai fica resmungando
coisas como: — Esse menino é perfeito.

O engraçado é que não posso discutir com ele.

Ele cozinhou pra mim!

Talvez esteja um pouco cansada de anos preparando


todas as refeições, mas não consigo me lembrar de um
homem cozinhando para mim, além de papai, e isso parece
que foi há muito tempo.
Minha única reclamação sobre o fim de semana é que
passou rápido demais. Não queria que acabasse. Passei a
maior parte do dia ontem estudando e mandando mensagens
de texto para a frente e para trás com Heather. Deve ter
pensado que eu era louca, porque nunca compartilho
detalhes íntimos da minha vida amorosa, nem mesmo com
ela.

Mas não pude evitar. Talvez nunca tenha me aberto com


ela porque nunca namorei ninguém que valesse a pena
mencionar. Não compartilhei tudo, é claro, mas tenho certeza
de que jorrei sem parar ao ponto que ela provavelmente
revirou os olhos e queria que a conversa acabasse. Foi uma
vingança por todas as vezes que fez isso comigo.

Agora é segunda-feira e já estou ansiosa para sexta-


feira.

Chego à minha mesa e nem preciso olhar, o som dos


saltos de Tate batendo no chão é inconfundível. Olho naquela
direção a tempo de pegar um vislumbre de seus cabelos loiros
e encaracolados virando a esquerda. Juro que ela está
sempre tão arrumada e se veste como se tivesse saído de uma
revista de moda.

Ela começa a passar por mim, então para, se vira e


sorri. — Alguém teve um bom fim de semana.

Como diabos ela faz isso?


Devo ter gritado como uma idiota na minha mesa. Sim,
Tate, foi de fato o melhor fim de semana que tive em muito
tempo. Ainda não consigo acreditar que fiz sexo desprotegido
com Deacon Collins. Ele é o primeiro homem que deixei fazer
isso. Estou no controle de natalidade e ele tirou, mas a
gravidez não é algo com que quero me preocupar tão cedo.

Foi tão intenso, nus, pele com pele. Tenho certeza de


que poderia fazer sexo com ele 24 horas por dia, sete dias por
semana, o resto da minha vida e morrer feliz. Provavelmente
viveria cem anos. Às vezes, sinto que só penso em sexo agora
que estou com ele.

Estou com ele.

Merda, Tate ainda está parada aí.

— Foi meio que perfeito. Como foi o seu?

— Louco. Passei os dois dias com um planejador de


casamento e peças centrais. — Ela revira os olhos.

Meio que sinto muito pelos planejadores do casamento.


Não esperava que Tate fosse uma noivazilla 17 porque está
louca para que seu casamento seja perfeito.

— Bem, você só fará isso uma vez. — Digo,


esperançosamente.

— Se soubesse que iria consumir tanto tempo, poderia


ter sugerido que fugíssemos em vez disso. — Ela respira

17Uma mulher obcecada com o casamento perfeito – para atingir esse objetivo, ela não mede
esforços, endivida-se e enlouquece quem está à sua volta.
fundo e é raro que pareça nervosa. — É tudo para passar o
resto da minha vida com Decker. Essa é a única coisa que me
impede de enfiar um candelabro na bunda de alguém. — Ela
fica com uma expressão tão distante em seus olhos quando
menciona Decker. Quero isso para mim.

Poderia ter isso com Deacon? Não, já tenho esse olhar


com Deacon?

A resposta em minha mente é um sonoro sim. Nem


preciso pensar sobre isso.

— Você entendeu mal, — murmura Tate.

Rio e o telefone toca.

Levanto um dedo para Tate e atendo. — Escritório de


Decker Collins. Como posso ajudá-lo?

— Preciso do seu chefe agora.

— Ele está em uma reunião. Posso anotar uma


mensagem para ele?

— Alguém no seu escritório fodeu meu contrato. Recebi


apenas um por cento do pagamento. Não posso comprar
nenhum material para o trabalho. — A voz irritada explode
na linha e percebo que é um dos irmãos Beckley.

— Vou investigar isso imediatamente, Sr. Beckley. Se


você pudesse me dar os detalhes do Sr. Collins.
Anoto as informações e Tate dá uma olhada nas minhas
anotações, claramente interessada no que está acontecendo.

Levanto um dedo para ela enquanto o homem grita mais


alguns palavrões antes de bater o telefone. Me sinto péssima
por ele, mas gritar comigo não vai resolver o seu problema.
Decker vai explodir quando ouvir. Não vai ser bonito no
escritório.

Coloco o telefone no gancho e pego o contrato da


Beckley no computador. Examino as páginas, procurando a
seção sobre condições de pagamento.

Uh oh.

— Erm, Tate… este contrato sobre a renovação do hotel.


Não deveria ser dez por cento em vez de um? Não sou
especialista nem nada, mas eu... — Me contenho antes de
contar a ela sobre minha aula sobre contratos na escola.

— Deixe-me ver. — Ela gira meu monitor em sua


direção, estreitando os olhos no texto que destaquei. — Sim.
— Seus lábios se comprimem em uma linha fina e sua
mandíbula se flexiona. Alguém vai estar na merda do riacho.
Não gostaria de estar do outro lado dessa conversa. Tate
escreve alguma coisa em um Post-it e corre em direção ao
escritório de Decker.

Fecho o contrato e espero que quem quer que tenha feito


isso não tenha muitos problemas. No entanto, esse é um erro
significativo a ser esquecido, e não tenho ideia de como isso
pode acontecer. Há um processo de revisão para evitar esse
tipo de coisa.

Me mantenho ocupada executando minha programação


e certificando-me de que estou adiantada em minhas tarefas
do dia. Aprendi que a melhor coisa a fazer quando Decker
está em pé de guerra é manter minha cabeça baixa e parecer
ocupada. Se eu puder ter o que ele deseja antes que
pergunte, melhor ainda.

Onde diabos está Deacon? Ele normalmente já chegou a


essa hora.

Meu telefone vibra com uma mensagem, como se


pudesse ler minha mente.

Deacon: Bom dia, linda.

Sorrio para a tela, em seguida, o pego saindo do


elevador.

Dou a ele um pequeno aceno. É estranho como o


inferno, mas parece tão fofo com seu sorriso tímido quando
me vê.

Ele levanta a mão para retribuir, mas imediatamente a


deixa cair quando Decker puxa o traseiro em sua direção.

Ah não.

Deacon, o que você fez?


Talvez Decker esteja chateado e só queira dizer a Deacon
que alguém cometeu um erro e ele precisa mandar consertar.
Tem que ser isso. Pelo menos, espero que seja isso.
Provavelmente é uma ilusão.

Quanto mais aquecido Decker parece, mais meu


estômago dá um nó.

Em alguns segundos, fica claro que Deacon cuidou do


contrato. Gostaria de saber previamente que era ele. Talvez
pudesse o ter procurado após o telefonema e lhe dado a
chance de corrigir antes que alguém descobrisse. Mas Tate
estava bem ali, e não podia mentir para ela.

Decker e Deacon vão em direção a uma sala de


conferências, uma vez que percebem todos os associados e
paralegais olhando para eles. E se Decker e Tate disserem a
Deacon que fui eu quem disse a eles sobre o erro no
contrato?

Diga adeus a esta fantástica segunda-feira.


Deacon
MANDO uma mensagem para Quinn, então saio do
elevador me sentindo no topo do mundo. A vejo quando
recebe minha mensagem. Sorrio e aceno.

Estou um pouco atrasado para chegar ao escritório


depois da minha reunião com o Dr. Flynn, mas liguei antes e
disse ao escritório que chegaria às dez.

Não demora muito para Decker arruinar minha manhã


fantástica.

Ele vem direto para mim com uma carranca no rosto. —


Sala de conferências, agora.

Olho ao redor e todo o escritório olha para nós. — Ok. —


Olho para Quinn, que está de cabeça baixa. O olhar inquieto
em seu rosto me faz franzir a testa.

O que diabos aconteceu aqui? Acabei de ganhar. Uma


grande vitória maldita e eles estão vindo em cima de mim?

Sigo Decker até a sala de conferências e me sento. Tate


entra alguns segundos depois.

Fodidamente maravilhoso.
— Alguém urinou na sua aveia? — Sorrio.

— Que tal você explicar isso para mim. — Decker bate


um contrato na mesa.

Olho para ele. É o contrato de construção dos irmãos


Beckley. — O que tem isso? Enviei isso há muito tempo.

— Veja. Isto.

— Você cometeu um grande erro. — Tate me encara com


um sorriso maroto, como se estivesse contente por eu ter
cometido um erro.

Não consigo pensar com ela olhando para mim enquanto


tento ler o contrato. Meu rosto esquenta enquanto examino
as palavras. Não posso acreditar que passei por toda aquela
merda, assassinando o caso Flynn como um maldito
campeão, e eles têm a coragem de sentar aqui e me afogar
por causa de um contrato de merda.

Tate fica mais perto, quase ao meu lado.

— Jesus Cristo, você poderia tirar ela daqui, Decker?

— Desculpe? — Tate vem na minha direção como se


pudesse chegar na minha cara, todo seu um metro e meio de
salto alto.

Olho de volta para ela. — Você me ouviu. Não preciso de


você falando comigo sem parar. Essa merda não diz respeito
a você.
Suas mãos vão para os quadris. — Sou um parceiro
igual a você. Tudo me preocupa.

— Sim, você teve que foder o chefe para obter o título


também. O que agora? Você fodeu Donavan e isso não foi
bom o suficiente? Você tem que começar em mim?

— Seu pequeno filho da puta. — A vejo disparar em


minha direção mais uma vez e Decker a agarra pela cintura e
a puxa de volta. Ela não para de gritar comigo por cima do
ombro. — Você teve que dividir uma mãe com o chefe para
obter o seu título, seu pequeno ingrato...

Decker se coloca entre nós e gira em torno dela, então


me encara. Seu rosto está vermelho como um bombeiro. — O
suficiente! Droga! — Ele anda para a frente e para trás e
agarra a têmpora como se tivesse um aneurisma. — Vocês
dois estão me dando uma dor de cabeça do caralho com suas
besteiras de bebê chorão.

Tate me encara. Sabia que tinha atingido um nervo, mas


não dou a mínima. Ela não tem nem trinta anos e anda por aí
como se fosse a porra de uma gerente. Ela correu até Decker
e o fez desistir do processo de Donavan contra um de seus
clientes. Decker fez exatamente o que ela disse a ele para
fazer. Ele é como um cachorrinho seguindo sua bunda.

Fodido bastardo. Seria compreensível se ela fosse legal


como Quinn, mas não sei o que diabos ele vê nela. De vez em
quando, acho que estamos bem, então ela faz essas merdas.
Decker e Donavan mal se falam agora. Ela está destruindo
nossa família.

Minhas mãos se fecham em punhos, e sei que preciso


manter minha merda sob controle e apenas ignorar Tate e
consertar o problema. Adoraria devolver o caso Flynn a eles,
mas eles não se importarão. Só se concentram nas merdas
quando se trata de mim. Todo o resto é varrido para debaixo
do tapete ou encoberto. Não vou dar a eles a satisfação de
minimizar meu sucesso.

Respiro fundo algumas vezes e leio o contrato,


finalmente capaz de pensar. Não demorou muito para
detectar o erro.

Sim, eu estraguei tudo. E daí? Digitei um por cento em


vez de dez. É minha culpa. Sei que é. Não teria sido um
grande problema se não tivesse ignorado o processo de
revisão e enviado. Não é desculpa para eles me repreenderem
como uma criança em vez de me tratarem como um colega
adulto.

Balancei minha cabeça. Jesus, na única vez que pulo


uma etapa, essa merda acontece. É como se o universo me
odiasse.

— Cuidarei disso.

Decker dá um passo em minha direção. Claramente, não


vai me deixar fazer meu trabalho e consertar o problema sem
reclamar de como sou irresponsável. — Você sabe quanto
dinheiro isso custou para um cliente novo? Ele está chateado
e nos ameaçando com litígios.

— Porra, disse que consertaria. Acalme-se e vou


analisar.

Tate surge do canto da sala. — Não estou confortável


com ele fazendo...

A cortei, falando com os dentes cerrados. — Decker, se


você não calar a boca dela, vou estrangulá-la e jogá-la nessa
mesa no estilo agente funerário.

Os olhos de Decker se arregalam e ele lança um olhar


furioso para Tate como, não sei se ele está falando sério, mas
por favor, cale a boca por cinco segundos.

Sua carranca retorna quando se vira para mim. — Isso é


uma merda de novato, Deacon. Você não deveria ter feito
alterações neste contrato. Você deveria estar revendo a porra
da coisa depois que um associado cuidou dele.

— Você já terminou? Vou consertar isso, porra. Quantas


vezes preciso dizer isso?

— Oh sim, talvez você devesse ter sua namorada


revisando desta vez. Ela é quem encontrou o seu erro. —
Suas palavras são como um tapa na minha cara.

O que diabos Quinn estava fazendo olhando para os


meus contratos? Então ela correu para Tate e Decker e me
delatou?
— Que porra você disse? — Quando olho para cima, vejo
algo que não esperava.

Tate está praticamente atirando lasers nos olhos, mas


eles estão direcionados diretamente para Decker. Seu olhar
rola de volta para mim e seus olhos suavizam. É talvez o
olhar mais gentil que já me deu.

Balancei minha cabeça. Não preciso dessa merda.


Também não quero a maldita piedade de Tate.

Decker não sabe quando parar, no entanto. É sua


oportunidade de acumular e não perde o ritmo. — Talvez
devêssemos dar a ela seu escritório. Colocar você no telefone
para anotar recados.

Ele está levando essa merda longe demais, e não posso


mais conter a raiva correndo em minhas veias.

Voo da minha cadeira.

Os olhos de Tate saltam de sua cabeça.

Em duas longas passadas, estou bem na cara de


Decker. — Continue me pressionando. — Me inclino tão perto
que estamos a centímetros de distância. — Te desafio, porra.

Decker engole um pouco. Temos quase a mesma altura,


mas tenho pelo menos quinze quilos a mais e não pratico um
esporte de boceta como baseball. Ele dá um passo para trás e
acena para mim com uma mão petulante, tentando salvar a
cara. — Basta cuidar disso, porra.
— Sim. — Olho para os dois, em seguida, saio para o
corredor antes de fazer algo ridículo como jogar Decker pela
janela. Não consigo me lembrar de alguma vez ter ficado com
tanta raiva e não gosto disso. Não sou eu. Meu peito arfa para
cima e para baixo e quero destruir a porra das paredes deste
lugar.

Nem mesmo tenho um temperamento ruim, mas quando


ele mencionou Quinn, quase perdi minha cabeça. Nunca me
senti assim, nunca perdi o controle daquele jeito. Preciso sair
deste lugar por um tempo. Só para me acalmar.

Assim que passo pela mesa de Quinn, Dexter aparece


bem ao meu lado. — Bebidas hoje à noite no The Gage, você
está dentro? Estou tirando algumas meninas novas do
escritório de Dallas. — Ele me dá um soco no ombro, alheio
ao que acabou de acontecer.

Mostro uma carranca para Quinn e ela se encolhe em


seu assento.

Nem sei por que, mas sem pensar eu digo: — Sim.


Estarei lá.

Seu rosto empalidece, e imediatamente me arrependo


das palavras, mas estou muito chateado para falar com ela
agora. Vou dizer coisas que não quero dizer, como acabei de
fazer. Preciso ficar longe de todos.
Porra. Odeio Tecker. Odeio o mundo inteiro agora.
Acima de tudo, me odeio porque sei que acabei de machucar
Quinn.

Não apenas bati nela. Poderia dizer pela expressão em


seu rosto, a esmaguei.

Vou para o meu escritório me sentindo o maior idiota do


mundo.

Nunca vi ninguém melhorar uma situação quando está


puto.

Chego à minha mesa e afundo na cadeira. Não é que o


problema seja difícil de resolver. Adicione um zero maldito e
faça um novo contrato, dê um beijo na bunda e limpe suas
mãos dessa bagunça.

Foda-se o cliente por não ler a merda que assinou de


qualquer maneira. Eu nunca poderia dizer isso na cara dele,
mas é o maior idiota em toda essa provação. Quem assina
algo que não leu?

Coloco minha cabeça em minhas mãos e fecho meus


olhos.

Quinn.

Por que disse essa merda na frente dela? Estou me


sabotando? Ela não merecia isso. Nem sei o que realmente
aconteceu e agora ela provavelmente me odeia.
Simplesmente não entendo. Se ela sabia, por que não
veio até mim? Por que ir pelas minhas costas para Tate e
Decker?

Sei que Tate e Quinn são amigas, mas Quinn sabe que
não me dou bem com ela. Conhece todos os detalhes sobre
cada pessoa no escritório. Está bem ciente de como meus
irmãos, fora Decker, se sentem sobre Kim Jong Tate.

Independentemente disso, não posso me concentrar na


minha merda pessoal agora. Tenho que resolver a situação do
contrato rapidamente. Quinn terá que esperar, e será bom
recuar como o Dr. Flynn disse. Empatia em vez de julgar.

Isso é o que preciso fazer.


Quinn
NÃO SEI se alguma vez me senti tão estúpida como agora.
Achei que Deacon se importava comigo, que estávamos
avançando e iniciando um relacionamento sério que
significava muito para ele. Significava algo para nós dois.

Talvez estivesse vendo o que queria ver ou construindo


uma fantasia na minha cabeça que não refletia a realidade.

O Deacon com quem estive no sábado não é o Deacon


que apareceu depois que saiu da sala de conferências.

Não consigo respirar. Meu peito queima e meu estômago


se revira em um pretzel. Foi tudo um jogo? Estava me
construindo apenas para arrancar meu coração?

— Exatamente a pessoa que eu procurava. — Decker


sorri.

Tate lhe lança um olhar mortal que até faz meus dedos
tremerem.

— Oh sim? — Grito as palavras e minha garganta


queima.
Lágrimas tentam se acumular nos cantos dos meus
olhos e luto. Não vou chorar na frente do meu chefe. Não
posso quebrar, mas tudo que quero fazer é desmoronar bem
aqui no local. As palavras de Deacon se repetem em minha
cabeça e não consigo tirar a expressão sombria em seus olhos
do meu cérebro.

— O que há de errado? — Ele lança a Tate um olhar de


que porra é essa, mas ela o ignora. — Eu vou, uhh, voltar.

Quando ele vai embora, Tate me agarra pelos ombros. —


Vamos para o meu escritório.

Aceno, mordendo minhas lágrimas. Não sei se estou


prestes a chorar porque estou chateada e quero dar um soco
nas bolas de Deacon ou porque estou machucada. Talvez seja
um pouco dos dois. Isso é exatamente o que temia que
acontecesse. Ele me fez confiar nele. O deixei entrar e
aproveitou a primeira oportunidade para me esmagar.

Ele pode tomar suas bebidas com as novas funcionárias


de Dallas. Não vou ficar sentada esperando por suas
promessas vazias.

Vai passar.

Sinto-me completamente vazia, como uma concha.


Usada? Confusa? Quero bater em algo.

Tate me leva para o sofá de couro em seu escritório.


Estou muito chateada para sentar, mas faço isso de qualquer
maneira para me impedir de ir atrás de Deacon e gritar na
sua cara. Meu lábio inferior treme e afundo meus dentes
nele, tentando qualquer coisa que possa substituir a dor em
meu coração. Isso não ajuda. Acho que nada vai.

— Quinn, — sussurra Tate. — Sinto muito.

— Por que você está arrependida? Você não fez nada,


não é?

— Decker não deveria ter mencionado seu nome. Ele me


disse que não iria, mas os dois egos maníacos lá, ficaram
chateados um com o outro, e merdas pessoais começaram a
voar pela sala. Você fez a coisa certa ao apontar isso. — Ela
estende a mão para pegar minha mão. — Você sabe como eles
ficam. Foi feio e tenho certeza de que Deacon não quis dizer o
que disse agora. Está chateado e envergonhado.

— Somos dois.

Tate fez seu trabalho, mas também me sinto traída por


ela, já que contou a Decker sobre mim e Deacon. Sei como
Decker fica quando fica puto.

Tenho certeza de que adora esfregar o nariz de Deacon


na lama, só porque pode. — Talvez deva procurar um
emprego em outro lugar.

— Isso parece muito precipitado. — Tate se inclina para


trás, claramente surpresa.

— Tate, estou indo para a faculdade de direito à noite há


três anos. Estou quase terminando.
Sua carranca se transforma em um sorriso. —
Realmente? Bom para você. Fantástico.

— Fico pensando. Você sabe como vai ficar se estiver


namorando um parceiro quando terminar. As pessoas vão
pensar que dormi para obter uma posição que não ganhei.
Trabalhei muito para esta empresa.

— Se alguém pode te entender, sou eu. Tive que


arranhar e agarrar por tudo o que tenho. Provavelmente diria
para você fazer exatamente isso, vá para outra empresa e
comece do zero, mas precisamos de você aqui. É
insubstituível. Não tenho dúvidas de que será uma ótima
advogada.

— Ninguém vai me olhar como outra coisa senão a


glorificada assistente de Decker e a ex-namorada de Deacon.

Tate solta um longo suspiro. — Tem que fazer o que é


melhor para você. Existem muitas empresas excelentes por aí
e irei escrever pessoalmente uma carta de recomendação.
Mas agora, não faça nada de repente. Os homens esperam
que ajamos emocionalmente porque isso é tudo que eles
pensam que somos, uma grande bola de emoções esperando
para explodir. Dê um passo para trás e saia da sua cabeça.
Tome decisões sensatas e lógicas. Sente-se e faça o que você
faz de melhor, analisar. Confie em mim. Já passei por isso.

Aceno. Sei que está certa. Quando os homens agem de


forma mesquinha ou ficam com raiva, todos simplesmente
ignoram. Como Decker e Deacon brigando como crianças na
sala de conferências. Não será mencionado em revisões ou
discussões de gerenciamento. Mas todos se lembram de
quando uma mulher faz isso e ela é vista como uma bomba-
relógio esperando para explodir. — Vou pensar sobre isso.

— Será uma verdadeira vergonha se perdermos você.


Quero dizer isso como colega e como amiga.

— Obrigada.

— A qualquer momento. — Ela olha para o relógio. —


Por que você não almoça cedo. Deixe a temperatura esfriar
um pouco por aqui.

Deixo seu escritório me sentindo um pouco melhor, mas


ainda não consigo tirar o olhar de ódio de Deacon da minha
mente. Passo por seu escritório e penso em bater, mas meu
orgulho não me deixa. Não fiz nada de errado. Se sua
primeira reação for jogar outras mulheres na minha cara em
vez de falar comigo como um adulto, não é maduro o
suficiente para um relacionamento.

Lágrimas queimam em meus olhos mais uma vez


quando passo pelo armário de suprimentos. Nosso armário.

Preciso dar o fora daqui por um tempo. Chego na minha


mesa e envio uma mensagem para Heather perguntando se
ela pode me encontrar para almoçar.
Quinn
JÁ SE PASSARAM dois dias e não consigo parar de pensar
em Deacon. Sinto falta dele mais do que deveria. Mais do que
percebi que poderia. Sinto falta de seu sorriso e de seus
textos aleatórios. Sinto falta dele me puxando para o armário.

Nenhum de nós tentou entrar em contato e ele não


esteve no escritório. Não tenho ideia se saiu para beber com
Dexter ou não. Digo a mim mesma que não me importo, mas
me importo. O que me consome porque não tenho tempo para
me preocupar com ele ou ficar com ciúmes.

Tenho que pensar na escola e no meu pai. A única coisa


de que tenho certeza é que estou feliz por ter ouvido Tate
sobre gastar meu tempo pensando nas coisas. Ainda não
decidi o que fazer com meu trabalho.

Isso me faz odiar Decker ainda mais por me pagar tão


bem. Estou dependente dele agora. Tenho que pensar em
nossas contas e nos cuidados médicos de papai. No entanto,
sei que nunca serei levada a sério no The Hunter Group.
Sempre serei a garota que ficou com o Deacon Collins no
armário de suprimentos e dormiu até o topo, ou a garota que
foi a melhor em buscar o café de Decker.

Mesmo que não seja verdade, a percepção supera a


realidade, sempre. Uma vez que as pessoas saibam que
Deacon e eu estivemos juntos, será tudo o que falarão no
escritório. Poderia me transferir para Dallas, mas então teria
que mudar meu pai para o outro lado do país. Não há
nenhuma maneira no inferno de que aceitaria esta mudança.
Ele é um Chicagoan, nascido e criado.

Meu peito aperta com o pensamento de Deacon e deixo


escapar um suspiro.

Papai olha para mim. — Qual é o problema, garota? —


Seus olhos se enrugam nas laterais, mostrando sua idade.

Não lhe disse nada sobre Deacon. Independentemente


de quão chateada esteja, não consigo dizer nada de ruim
sobre ele. Não sei se é para proteger papai ou Deacon.
Provavelmente ambos. Não posso manter essa farsa para
sempre, no entanto. Meu pai consegue me ler melhor do que
ninguém.

Chego na metade da história e paro, não querendo mais


pensar em tudo. Isso dói muito.

Meu pai dá uma risadinha.

Olho para ele. — Por que você está rindo? — Como isso
é remotamente engraçado para ele? Não pode ver que estou
sofrendo e em conflito? Minha maldita vida está numa
encruzilhada e não tenho ideia do que devo fazer.

— Não estou rindo de você. Só me lembro desses


sentimentos.

— Hã?

— Estar apaixonado.

Eu rolo meus olhos. — Não estou apaixonada.

— Certo. — Ele ri novamente.

Meu rosto esquenta, mas no fundo sei que está certo.


Amo Deacon e é por isso que isso dói tanto.

Papai consegue olhar tão longe nos olhos, como se


estivesse revivendo o passado. — Quando conheci sua mãe,
ela era a coisa mais bonita que já vi. Ela tinha seus grandes
olhos verdes. Claro, naquela época eu ainda tinha meu cabelo
ruivo. — Ele dá um tapinha na cabeça careca e ri.

Sorrio.

Ele nunca fala sobre minha mãe... sobre antes.

— Cometi muitos erros com ela. Mas Deus, a amo e


gostaria de poder ser o homem que ela queria que eu fosse.
Sinto falta dessa sensação. Sinto falta do sorriso dela e às
vezes a vejo em você quando você ri.

— Você acha que ela pensa em nós? — Nunca me


permiti sentir falta dela de verdade. Quer dizer, você não pode
perder algo que nunca teve, mas tinha um pequeno pedaço
de Deacon e sinto muita falta dele.

O idiota.

— Talvez. Sei que penso nela e me pergunto se deveria


ter ido atrás. Ou pedir para ficar. As coisas estavam
complicadas, garota. Ela tinha sonhos que queria perseguir, e
correu atrás. Acho que consegui o melhor final do negócio. —
Ele pisca para mim.

— Caramba, valeu. — O cutuco com meu cotovelo.

— Você ama esse cara? Seja honesta consigo mesma.

Por alguma razão, tudo bate em mim de uma vez. Talvez


seja só admitir que estou apaixonada e sentir a dor de saber
que ele não deve se sentir da mesma maneira. Se me amasse,
já teria vindo atrás de mim. Minhas mãos sobem para cobrir
meu rosto e as lágrimas escorrem enquanto aceno para meu
pai.

— Oh, querida. — Ele envolve um braço em volta do


meu ombro, e desmorono direto nele.

Ele alisa o cabelo da minha cabeça enquanto choro em


seu ombro. Quando finalmente me levanto, ele está sorrindo.

— Deus, realmente queria que você sorrisse para mim


agora.
— Oh querida. Não é porque você está tendo problemas
com o cara ou porque está sofrendo. Sei que você está com
dor.

— Então o que é?

— É porque há anos não consigo fazer isso.

— Fazer o quê?

— Ser aquele que cuida de você.

Bem, se eu estava chorando muito antes, as comportas


se abrem agora.

— E não se preocupe. Tenho um cartucho de espingarda


lá com o nome de Deacon escrito nele. Não me importo o
quão bom ele era no futebol, ninguém mexe com a minha
garotinha.

— Obrigada, papai. — Me enrolo ao lado dele


novamente.

— Brincadeiras à parte, querida. Vi o jeito que aquele


garoto olha para você. Pode achar que não, mas ele está
sofrendo agora. Muito. Acredite em mim, sei dessas coisas.

— Não sei o que fazer. É complicado. Ele provavelmente


me odeia.

— Por mais que eu ainda não goste de algumas das


escolhas de sua mãe, ainda a amo. Acho que sempre amarei.
Conclua a faculdade de direito e vá trabalhar em uma firma
diferente. Ele virá correndo, implorando por perdão.

— Quando você ficou tão sábio?

Papai solta uma risada. — Não sou sábio. Acabei por


passar por muita merda. A experiência tem seus méritos.

Balanço minha cabeça para ele. Essa conversa foi legal e


me sinto um pouco melhor.

Meu coração dói um pouco menos.

Mas ainda sinto falta de Deacon e não consigo ver esse


sentimento indo embora.
Deacon
— BOM TRABALHO EM RESOLVER essa merda de contrato.
Sei que você tem trabalhado sem parar. Todos ficaram felizes
com os termos. Não faça isso de novo. — Decker semi-sorri
para mim enquanto seus olhos se voltam para uma foto dele
e de Tate. Depois de alguns longos segundos, ele diz: — Pode
ter sido um erro mencionar Quinn. E eu não deveria ter dito
toda aquela merda.

Sorrio. — Quase soa como um pedido de desculpas. —


Sim, trabalhei pra caramba, seu idiota. Tive que redigir um
novo contrato inteiro e negociá-lo entre as partes, depois tive
que oferecer cem horas legais gratuitas a cada uma delas
para evitar que fossem a outro lugar.

— Você fodeu tudo. Não abuse da sorte. — Ele


embaralha alguns papéis em sua mesa e não posso deixar de
olhar para eles. O ouço murmurar: — Desculpe.

— O que foi isso?

— Não me faça chutar seu traseiro. Sou seu irmão mais


velho. Não dou a mínima para quantos quilos extras de
intestino você está usando sob esse terno.
— Duro como granito, besta. — Esfrego meu abdômen e
rio. — Também não deveria ter gritado com Tate daquele
jeito. Foi puramente do ponto de vista profissional e não
pessoal. Mas ela é sua noiva e me sinto mal por isso.

— Obrigado. É como uma creche por aqui tentando lidar


com todos vocês.

É assim que sempre foi entre todos nós. Num minuto


estamos prestes a lutar, no próximo segundo somos melhores
amigos. É o que é. Embora, a pequena rixa de Donavan e
Decker ainda esteja em andamento e me preocupa pra
caralho.

— A propósito, resolvi o problema do Dr. Flynn. Teria te


contado antes, mas você rasgou minha bunda com o
contrato.

Os olhos de Decker se fixam nos meus. — Realmente?


Você fez isso ir embora?

— Sim, faço muito mais do que apenas festejar com


clientes. Trabalho duro por aqui, mesmo que às vezes saia
merda.

— Como você cuidou disso?

Conto tudo o que aconteceu e, no final, ele sorri como


um louco.
— Bem, foda-se. Bom trabalho. — Seus olhos vagam
para a parede. — Talvez eu seja muito duro com você às
vezes, mas é só porque sei o quão bom pode ser.

— Sim. De qualquer forma, tenho algumas merdas para


cuidar. — Eu me levanto da cadeira.

Decker desliza alguns papéis para o canto de sua mesa.

Percebo o nome de Quinn e me curvo para poder ler.

— Merda. — Decker tenta encobrir, mas sou mais


rápido.

Eu o pego de sua mesa.

— Não...

Levanto a mão e começo a ler. No final, o papel está


enrolado em meu punho e meus olhos percorrem seu
escritório.

Não falo com ela desde que tudo explodiu alguns dias
atrás. Sei que provavelmente pensa que sou um idiota, mas
tive que consertar essa bagunça e isso me consumiu todo o
tempo. Achei que estava brava pra caralho e simplesmente
não sabia o que lhe dizer. Pensei em dar alguns dias para se
acalmar e então estender a mão. Mas agora…

— Você não deveria ver isso. — Decker passa a mão pelo


cabelo e segura a nuca. — Deus, gostaria que todos
mantivessem suas merdas pessoais fora do escritório. Não
sou bom em lidar com isso.
— Sou seu irmão. — Agito o papel na frente de seu
rosto. — Você deveria ter me dito que Quinn estava se
demitindo. Tate te contou sobre nós. Você sabe como me
sinto por ela.

— Você acha que ela sabe o que você sente? — Ele olha
para o papel em minha mão.

Saio correndo de seu escritório em uma missão maldita,


ignorando a pergunta.

Mulheres fodidas.

Dois dias e ela já renunciou.

Vou para a mesa dela, mas não está lá.

Porra.

Ela pode correr, mas não pode se esconder de mim para


sempre. A merda do contrato acabou, e não tenho nada além
de tempo em minhas mãos. Vamos conversar sobre isso quer
goste ou não e não vai ser bonito.

Faço uma pausa para pensar no problema. Se alguém


souber onde ela está, será sua amiguinha Tate. Isso
provavelmente foi ideia dela, de qualquer maneira. Juro que
aquela mulher quer arruinar minha vida. Se Decker tivesse
alguma ideia do que estava para acontecer, seria a terceira
guerra mundial, porque sei que Tate ainda está fervendo de
tudo que eu disse a ela, mas não dou a mínima.
Posso ter prometido ser legal com ela, mas isso foi antes
de saber disso.

Entro em seu escritório sem bater. Ela termina a ligação


e me olha com os olhos arregalados. Seu rosto lentamente
fica vermelho e estou implorando para que ela me dê um
motivo para descontar toda essa frustração nela.

— Onde ela está?

— Que tal você sair do meu escritório e depois voltar e


perguntar com educação. — Ela cruza as mãos
cuidadosamente sobre a mesa e continua a me encarar.

Minha mandíbula lateja. Ela realmente espera que eu


diga por favor? Já estou farto dessa garota, mas serei
amaldiçoado se não sair de seu escritório, engolir meu
orgulho e o desejo de arrancar a porta das malditas
dobradiças. Quero respostas e essa é a melhor maneira de
consegui-lo, mas por dentro estou furioso. Faço o meu
melhor para esconder atrás dos meus olhos e volto para
dentro. — Você poderia me dizer onde Quinn está?

Espero que Tate ria histericamente de mim, mas não.

Que porra é essa?

— É real, não é?

— O quê? Não sei o que você está dizendo. Você pode me


dizer onde ela está?
— Você está apaixonado por ela. — Ela me olha da
cabeça aos pés. — Tipo, totalmente louco de amor. Nunca vi
você parecer louco desde que te conheço, e agora você está
prestes a se enfurecer com qualquer coisa à vista.

Fico lá, incapaz de formar qualquer palavra. Apenas


olho para o chão e aceno.

— Sabe de uma coisa, Deacon? Você pode não acreditar,


mas realmente gosto de você.

— Hã? — Solto uma meia risada. Estou mais surpreso


do que qualquer coisa.

— Sim. E acho que você e Quinn são ótimos um para o


outro. Mesmo que não deva quebrar o código de garotas, vou
te dizer onde ela está. Mas ouça isso e preste atenção. Se
você a irritar, machucá-la mais do que já está sofrendo, vou
tirar o taco de golfe do seu escritório. Você sabe, àquele que
te mostrei como usar quando vim para a empresa, porque
você é péssimo no golfe... lembra disso?

Cerro os dentes e ignoro seu insulto porque quero saber


onde Quinn está mais do que qualquer coisa no mundo. —
Lembro.

— E você se lembra de toda aquela merda que você me


disse na sala de conferências?

— Eu estou…
— Não se desculpe por isso. Você não quis dizer nada
dessa merda. Você ficou puto com Decker e descontou em
mim.

— Está correto.

— Ok, então sim, o clube de golfe...

— Porra, eu me lembro, ok? Jesus Cristo.

Tate sorri. — Bem, você fala comigo desse jeito de novo,


ou diga a Quinn como você descobriu onde ela estava... Vou
enfiar isso tão fundo na sua bunda que vai bater sua maldita
cabeça para o verde dezoito. Está claro?

— Sim, sim. Entendi. Você é uma fodona e eu um idiota,


então me diga onde ela está.

Tate respira fundo e desvia o olhar para a parede. — Ela


foi a uma cafeteria estudar na hora do almoço. Aquela a dois
quarteirões é a sua favorita.

Aceno e sigo em direção aos elevadores.

— De nada.

Juro por Deus que a ouço resmungar — Idiota —


quando viro em direção aos elevadores.

Não dou a mínima.


Quinn
NÃO ESPERAVA ficar tão triste quando entreguei minha
carta de demissão, mas me sinto murcha como um balão
após um encontro com uma agulha. Ainda estou lutando
para saber o que dizer a Deacon quando falar com ele.

Meu pai estava certo. O amo. Amei-o no segundo em que


começamos a namorar, simplesmente não conseguia admitir
para mim mesma. Quero contar a ele, mas estou com medo.
Metade de mim o ama com cada fibra do meu corpo e quer ir
atrás dele. A outra metade grita para cortar minhas perdas e
continuar com a vida.

Tomo um gole de café e folheio minhas anotações de


estudo, não consigo me concentrar. Mais ou menos na hora
em que decido me levantar e sair, eu olho para a entrada.

Isso não pode estar acontecendo.

Agora não. Não estou preparada.

Deacon entra pela porta e quase colide com um hipster.


Sua mandíbula está firme e seus olhos examinam a sala, até
que pousam em mim.
Que diabos? Dei espaço a ele. Sentei-me esperando que
ele fizesse um movimento e apenas dissesse algo. Qualquer
coisa. Contudo, me deu silêncio em troca e agora quer olhar
para mim como se estivesse irritado?

— Você ia me contar? — Ele marcha em minha direção


olhando-me diretamente nos meus olhos.

Pisco algumas vezes.

Isso tudo está errado.

Eu deveria ter tempo para me preparar antes de falar


com ele. — Deacon... eu...

— Tenho trabalhado ‘pra’ caramba para consertar


aquele contrato e fico pensando, Quinn virá falar comigo.
Certamente, virá para mim e explicará por que foi pelas
minhas costas e me jogou debaixo do ônibus para meu irmão
e... — Ele olha pela janela, incapaz de sequer olhar para mim.
— Deus, não quero nem dizer o nome dela, mas Tate de todas
as pessoas. Em vez disso, você me ignora e finge que nada
aconteceu. — Seus olhos pousam em mim mais uma vez e
sua voz aumenta um pouco mais. — Eu ia pedir desculpas
por tudo que disse naquele dia no corredor. — Sua
mandíbula estala e todos no lugar nos encaram, mas ele não
parece se importar. — Não quis dizer aquilo. Não fui a lugar
nenhum com nenhuma garota. Tudo o que fiz foi trabalhar
‘pra’ caramba.

— Deacon, se você apenas...


Ele me interrompe e fala por cima de mim, balançando a
cabeça. — Mas nunca pensei que você desistiria. Achei que
você fosse durona, toda aquela história de ganhar tudo que
você ganha. Pensei que talvez significasse algo para você, mas
acho que estava errado.

Lágrimas se formam nos cantos dos meus olhos e a


parte de trás da minha garganta queima. — Tenho desejado...

— Só não faça isso, Quinn. Guarde isso para o próximo


cara que te amar e quebre seu coração.

Não consigo parar de tremer. Quero dizer tantas coisas,


mas ele não deixa, e nem tenho certeza de que sairiam da
minha boca se eu quisesse.

Deacon dá uma última olhada em mim e diz: — Boa


sorte com sua carreira de advogada.

Ele já está fora da porta antes que eu possa processar o


que acabou de acontecer. Nem sei o que pensar agora
enquanto limpo meus olhos e corro para pegar minhas
coisas.

Um barista chega com alguns lenços de papel. Deus, ele


me fez chorar duas vezes esta semana. Como poderia pensar
que tudo isso é minha culpa?

— Querida, você está bem?

— Estou bem. Obrigada. — Pego minhas coisas em


meus braços e silenciosamente saio pela porta o mais rápido
possível. Nem me deu chance de explicar. Por que pensaria
que eu iria colocá-lo em problemas de propósito?

Então, ele basicamente diz que me ama e, ao mesmo


tempo, me insulta.

Você tomou a decisão certa. Você não precisa disso em


sua vida.

Amaldiçoo as lágrimas que não param de vir e caminho


em direção ao meu carro. Assim que entro, ligo para Heather.
Preciso dela mais do que qualquer um. — Ei. — A palavra sai
como um grasnido.

— Tudo certo? Você parece doente.

— Está tudo completamente fodido.

— Quer que eu enterre aquele filho da puta? Conheço


alguém. Os caras da máfia entram na loja o tempo todo.

Não consigo nem rir da piada dela. — Não. É ainda pior


porque não quero e deveria.

— Você está bem para dirigir?

Fungo. — Sim. Vou ficar bem. Só preciso respirar.

— Ok, venha até aqui. Tenho vinho e cheesecake.


Podemos chorar para fora do seu sistema.

— Estou entrando no meu carro agora.

— Te vejo em breve.
— Sim. — Desligo o telefone e vejo o protetor de tela que
tirei de Deacon e eu quando estava em sua casa. Tudo se
filtra pelo meu peito novamente. Largo meus livros no banco
de trás e coloco minha cabeça no volante e tento respirar.

Foda-se estar apaixonado. É a pior coisa que já


experimentei.
Deacon
APÓS O CONFRONTO COM QUINN, voltei direto para casa. Não
poderia voltar para o escritório e olhar para ela, sentada em
sua mesa, sabendo que não posso tê-la. Ela desistiu, saiu
antes mesmo de começarmos. No começo sempre tinha um
pé fora da porta, mas não parecia assim até o fim.

Acho que deveria estar grato por ter terminado agora,


antes que ficasse ainda mais sério. Quem diabos estou
enganando? Estou falando sério sobre ela desde a primeira
vez que a vi. É a única mulher que levei a sério, isso me fez
sentir algo.

Tomo uma bebida e olho para o horizonte do meu pátio,


me perguntando se as coisas teriam sido diferentes se tivesse
falado com ela antes.

Foram dois malditos dias! Dois dias e ela largou o


emprego?

Sou uma criança crescida e ainda sou mais maduro do


que isso. Outra coisa que ela e Tate sempre entendem errado
sobre mim. Aposto que Tate não está fugindo contando a
todos como Quinn é irresponsável e imatura.
Repasso a situação de cada cenário na minha cabeça,
adivinhando cada decisão que tomei nos últimos dias,
incluindo emboscá-la no café. Porra, fui muito cruel. Merecia
saber como me sentia, mas não assim.

Esse é o tipo de merda que acontece quando você


enterra trinta anos de bagagem emocional e se esconde atrás
de brincadeiras práticas. Finalmente, encontro alguém de
quem gosto, com quem tenho uma conexão real e saboto o
relacionamento.

Acima de tudo, não consigo parar de pensar em como


éramos bons juntos. Estava louco por ela. Porra. Ainda estou.
Nem sei o que fazer agora. É como se minha pele coçasse em
todos os lugares e não soubesse onde coçar.

Ouço passos atrás de mim e me viro meio que esperando


ver Quinn, embora saiba que não há nenhuma maneira no
inferno de que aparecesse aqui.

— Que porra você está fazendo aqui? Parece que está


prestes a ter uma crise de meia-idade, comprar uma Harley e
se casar com uma stripper. — Dexter ri.

— Olha, realmente não estou com humor. Assim...

— O que diabos você fez com Quinn?

— O quê? — Minha mandíbula lateja.

— Estava no escritório de Decker e Tate apareceu como


Pôncio Pilatos, pronta para crucificar você. Decker me
expulsou antes que eu pudesse ouvir toda a história. Tudo o
que entendi foi algo sobre um clube de golfe e Quinn nunca
voltou do almoço.

— Que porra isso importa? Ela desistiu.

Dexter balança a cabeça. — Às vezes acho que você é


um idiota maior do que eu. E às vezes você prova que estou
certo. Hoje é um daqueles dias, vadia.

Me levanto. — Disse que não estou com humor. Por


favor, não me faça ser um idiota com você também.

Ele balança a cabeça e dá um passo em direção à porta


do pátio. — Você sabe que era uma carta de demissão que
não entra em vigor até ela se formar na escola, certo? Ela não
iria desistir tão cedo.

Meus olhos vagueiam para encontrar os dele, então


coloco minha cabeça em minhas mãos.

— Você não sabia, não é? — Dexter dá um passo para


dentro do meu apartamento, então parece mudar de ideia e
sai andando. — Decker só queria isso como uma formalidade
para que ele pudesse procurar alguém para treinar ao lado
dela. Merda, até eu sabia disso e não presto atenção em
nada. — Ele encara o lago à distância. — Do jeito que você
está, estou supondo que ela se foi de verdade agora.

— Porra! — Bati meu punho na cadeira.


Olhando para Dexter, meu peito se agita em ondas
enormes e tento apenas respirar. Meu rosto deve estar mais
vermelho do que o inferno, mas sei que perder a calma é o
que causou todos os meus problemas em primeiro lugar. Não
é nem raiva, na verdade. Simplesmente me odeio e é difícil
respirar. Acho que posso estar tendo um ataque de pânico.

Ela só me deixa louco. Somente a quero. É a única coisa


que quero na minha vida. Desistiria de tudo por mais um dia
na sua presença. A quero tanto que dói fisicamente por
dentro, uma dor que atinge os ossos, em todos os lugares ao
mesmo tempo.

— O que você fez?

Esfrego a mão no rosto e me sirvo de outra bebida. Uma


lágrima desliza pela minha bochecha e congelo quando
acontece. É algo que nunca senti antes, pelo menos não
desde que era criança. Viro a cabeça e limpo com o ombro,
para que Dexter não veja. Já me humilhei o suficiente por um
dia. — A encontrei na cafeteria.

— E?

— Você conhece aquelas grandes máquinas que


destroem estacionamentos?

— Jesus.

— Foi um pouco assim. Não pude me conter. Estava


sofrendo tanto, cara. Acho que, inconscientemente, só queria
que ela sentisse o que eu estava sentindo.
— Bem, isso não é bom.

Não sei se devo rir ou bater na cara dele por sua reação
indiferente. É apenas como falamos um com o outro. Nada
está fora dos limites de uma boa piada. — A fiz chorar. Nem
uma única lágrima escorrendo pela bochecha também. Tipo,
as comportas se abriram e sei que ela é dura como pregos.
Guardada. A chamei de covarde, a culpei por sair. Então,
desejei-lhe sorte com sua carreira. Nem acho que foi tanto o
que disse a ela, mas como falei. — Balancei minha cabeça. —
Porra, até disse a ela que a amava, mas de alguma forma
transformou isso em um insulto na mesma frase. Como para
ela guardar suas merdas para o próximo cara que a ama e
esmagar seu coração com isso. — Expiro, agora ainda mais
envergonhado do que antes. — Não há como se recuperar
disso. Nunca mais vai falar comigo. Eu não falaria comigo de
novo.

Dexter me encara sem expressão por um tempo e serve


um copo de gelo para si mesmo. Ele dá um longo gole e geme.
— Foda-me.

— O que?

— Você tem cem por cento de certeza de que a ama?


Que ela é a única?

Meus olhos se estreitam sobre ele, mesmo questionando


meus sentimentos por Quinn. — Que porra você acha? Claro
que estou loucamente apaixonado por ela. O que mais
explicaria toda essa merda que te contei? Isso soa como eu?
— Na verdade não. Já vi você levar mastigações dos
treinadores mais cruéis do país e apenas sorrir como se
pudesse fazer isso o dia todo. — Ele suspira alto. — Jesus.
Quer dizer, eu poderia consertar isso para você. Quinn é uma
ótima garota e poderia fazer muito melhor, no entanto.

Vou em direção a ele que sorri e levanta as mãos em


sinal de rendição.

— Olha, te peguei, cara. Você a terá de volta. Você


apenas tem que fazer cada merda que eu disser, exatamente
como digo para fazer.

Fico lá, balançando a cabeça, nem mesmo acreditando


que estou considerando o que está prestes a dizer. É tão
absurdo e, ao mesmo tempo, sei que faria qualquer coisa por
mais dez segundos com Quinn. — O que exatamente você
sabe sobre romance, Sir Fucksalot18?

Ele finge apertar seu coração. — Você me feriu. — Diz,


rindo. — Assisto filmes de romance.

Bufo. — Sim. Ok. Tanto faz.

Seu rosto se contrai. — Estou falando sério. Você nunca


teve que assistir filmes de mulheres para conseguir uma
boceta? Você conhece Netflix e outras coisas relaxantes?
Canal de marca?

18 Senhor muito fodido – preferi deixar no original.


— De jeito nenhum. Traço uma linha dura em filmes de
meninas. Eu não posso lidar com eles. Até mesmo as
comédias são péssimas.

— Não admira que você não possa manter uma mulher.

Rolo meus olhos.

— OK tudo bem. Tanto faz. Só estava tentando ajudar,


mas se você não precisa de nenhuma... — Ele começa a se
afastar.

Antes de saber o que estou fazendo, giro-o pelo


antebraço. — Não vamos fazer nada precipitado agora. Você
tem um plano ou o quê?

Ele finge limpar um pouco de sujeira imaginária de sua


manga onde meus dedos tocaram. — Ao contrário de você,
assisto esses filmes, e presto atenção a essa merda, fazendo
anotações em minha cabeça como ir junto. Para o caso de
precisar enfiar bunda na boca, soco de burro, sabe? O
normal.

Balanço minha cabeça para ele.

— Mas para responder à sua pergunta... sim. Para


entender completamente, você precisa compreender o quadro
geral e, em seguida, resolver os detalhes. Você tem que
quebrar o romance em sua estrutura básica. Lá é o encontro-
fofo no começo. Você sabe? Alguma maneira exagerada pela
qual as duas pessoas se chocam que é uma coincidência
quase impossível. Então eles namoram por um tempo. É aí
que surge o primeiro problema. Algo para lançar uma chave
em suas vidas e separá-las. Eles voltam juntos. Outro
problema maior os separa. Isso se repete, amplificando em
intensidade, até que surge o conflito épico, geralmente onde o
homem faz alguma merda que parece imperdoável aos olhos
do público. Seja a causa o público-alvo é do sexo feminino, o
cara tem que ser o problema. É como uma lei do romance.
Ele tem que ficar de joelhos e rastejar para reconquistá-la. As
mulheres ficam loucas por isso. — Ele me cutuca com o dedo.
— E é aí que você está agora.

Não posso deixar de balançar a cabeça sobre o que


pensa sobre essa merda. Riria se não estivesse tão
desesperado. O que é ainda pior é que ele está realmente
fazendo algum sentido. — Então, como diabos ele conserta
isso? O cara do filme?

Dexter levanta o dedo indicador e arregala os olhos. —


Ahh, essa é a parte que chamo de gesto redentor exagerado.
— Ele balança as sobrancelhas.

— Bem, o que diabos isso implica?

— Sente-se, torre. Vou precisar de alguns marcadores e


um quadro branco para mapear algo espetacular depois de
sua foda épica.
Quinn
PEGO meu guia de estudo. É domingo e foi a semana
mais longa da minha vida. Quatro dias se passaram desde
que Deacon arrancou meu coração e pisou nele. Sinto-me
culpada por deixar todos no escritório pendurados a semana
toda. Não é normal eu não estar bem.

Consegui ligar para a Tate mais tarde na quarta-feira,


após o incidente do café, e disse a ela que não estava me
sentindo bem. Ela viu através disso, mas não foi nada além
de gentil e disse que entendia.

Nem tanto as palavras que Deacon disse, mas a maneira


como olhou para mim. Era como se me amasse e me odiasse
ao mesmo tempo.

Não consigo me concentrar. Não posso comer. Não


consigo dormir.

Finalmente, desisto de estudar e me junto a papai na


sala de estar. Ele está assistindo aos primeiros jogos de
futebol.

Desabo no sofá. — Os Bears jogam hoje?


— Oh sim. Horário nobre.

Não posso perguntar contra quem eles estão jogando


porque a campainha toca. Provavelmente é Heather vindo me
verificar. Ela me convidou para sair ontem à noite, mas não
tive coragem de sair do sofá. Ainda não tenho, de qualquer
maneira. É muito cedo, e da última vez que saí com ela,
encontrei Deacon. Preciso de alguns dias para ficar deprimida
e sentir pena de mim mesma, então vou sacudir meus
ombros e voltar à vida. — Eu atendo.

Abro a porta sem me preocupar em verificar o olho


mágico. Quase posso ter um ataque cardíaco quando a raiva,
a humilhação e o alívio tomam conta de mim em
aproximadamente dois segundos. Eu pisco e percebo que é
Dexter. — O que diabos você está fazendo aqui? — O som de
um motor a diesel chega aos meus ouvidos. Me movo para
olhar ao redor dele e vejo uma van branca estacionada na
frente. Há uma pequena rampa descendo na lateral para uma
cadeira de rodas. Balanço minha cabeça furiosamente, direto
para Dexter. — Não. — Aceno uma mão para a van. — Seja o
que for, a resposta é não.

Me viro para fechar a porta na sua cara, mas ele passa


por mim como se eu nem estivesse lá.

Ugh! Irmãos Collins!

— Sr. Richards, você assiste a jogos nesta TV há muito


tempo. Isso muda hoje. — Ele joga uma camisa do Bears no
colo do papai.
Fico no corredor, pasma, olhando para a sala de estar.

— Você tem um conjunto de bolas de bronze aparecendo


aqui, filho! — Papai encara Dexter por um segundo. — Quem
diabos é esse palhaço, Quinn? Ele se parece com Deacon,
mas não é ele.

Dexter não perde o ritmo, como se fosse um comerciante


de alta pressão. — Sou o maldito palhaço que vai realizar
todos os seus sonhos hoje, senhor. — Dexter tira os ingressos
do bolso e os abre na frente de papai.

Os olhos de papai se arregalam. Rápido. — Bem, ok


então. Me diga mais. — Ele olha para mim e encolhe os
ombros, apontando para Dexter. — Quero dizer, ele não é
Deacon.

Isso está diminuindo rapidamente, passando do ponto


de recuperação. Posso muito bem nem mesmo estar aqui.

Dexter parece que está no The Price is Right 19 ,


anunciando um pacote de prêmios. — Bem, diga-me como
isso soa, senhor. — Ele faz uma pausa para abrir um sorriso
direto para mim, e juro por Deus que seu dente brilha.

Tenho que estar em um sonho agora. Isso não pode


estar acontecendo.

— Utilização não autorizada no nível superior do convés


Waldron. Você vai sair com Mike Ditka e Brian Urlacher20 por

19 O show gira em torno de concorrentes, identificando preços precisos de mercadorias para ganhar
dinheiro e prêmios.
20 Ex-jogadores de futebol americano.
uma hora. Faremos um barril flutuando juntos e depois
faremos uma refeição no The Chicago Firehouse Restaurant.
Seguido com uma suíte VIP para assistir ao jogo.

Sei que Deacon o colocou nisso, mas por quê? As coisas


que ele me disse no café fizeram com que soasse o fim. Por
que diabos ele está saindo do seu caminho pelo meu pai?

Nada disso faz sentido.

— Sei que parece incrível, pai, mas não há como você


lidar com tudo isso. — Odeio esmagar o coração do meu
velho, mas é verdade.

— Não se preocupe. — Dexter sorri para mim. —


Senhor, tenho uma enfermeira esperando do lado de fora com
uma van totalmente acessível para deficientes físicos para
fornecer transporte e cuidados de saúde em caso de
necessidade. — Ele se inclina para papai e sussurra algo,
mas depois estende as mãos na frente do peito, sugerindo
que a enfermeira pode estar bem casada também.

Esses idiotas pensaram em tudo.

Dexter vai até a janela perto de papai e puxa a cortina.


Papai se inclina ligeiramente para a frente e vê a mesma coisa
que eu. Há uma garota loira vestida com jeans justos com
uma camisa do Bears amarrada na cintura, mostrando sua
barriga.

Puxo Dexter pela gola. — Essa é Abigail do escritório de


Dallas. — Assobio as palavras para ele.
Ele encolhe os ombros. — Ela foi para a escola de
enfermagem por um semestre. Está tudo bem e ela é gostosa.
Veja como está feliz. Não seja uma idiota. Você está
arruinando o momento dele.

Abro uma carranca em sua direção. Ele acha que estou


sendo uma idiota. Ele é quem veio aqui e deixou meu pai todo
animado com este jogo.

Papai encara Abigail e depois olha para mim, levanta as


sobrancelhas e diz: — Oh, vamos nos divertir um pouco hoje,
querida.

— Excelente escolha, Sr. Richards. Permita-me. —


Dexter passa por mim e agarra a parte de trás de sua cadeira
de rodas.

Papai dá um tapinha no braço dele enquanto se dirigem


para a porta. — Você pode ser apenas meu novo melhor
amigo.

Dexter olha para mim e diz: — Você vem?

Bufo e pego minha bolsa. Não é como se eles estivessem


me dando muita escolha. De jeito nenhum vou deixar Dexter
solto com meu pai o dia todo.

O motorista carrega papai para dentro da van e eu puxo


Dexter pela manga da camisa. — Sei que Deacon colocou
você nisso e não vai funcionar. Mesmo que leve meu pai para
o jogo e ele tenha o melhor momento de sua vida... — Meu
coração gagueja no peito quando Dexter sorri para mim. Ele
se parece tanto com Deacon que é doloroso ver seu sorriso.

Dexter coloca as mãos nos meu queixo, e me pergunto o


que diabos está fazendo até que o belisca e sorri ainda mais.
— Bem, você não é adorável. Vejo por que Deacon gosta de
você. Mas adivinhe?

— O quê? — Coloco as duas mãos na cintura, mas não


consigo nem olhar para ele.

— Já está funcionando.

Minha confiança vacila um pouco quando ele se afasta.


Inalo uma respiração profunda e coloco minhas coisas no
lugar. Deus, cada um daqueles irmãos é tão arrogante.
Vamos ver se funciona.

Antes que Dexter possa entrar, bato em seu ombro, com


menos força desta vez.

Ele se vira, mas não parece irritado. — E aí?

Olho para o chão porque não quero que ele veja a


vergonha que eu sei que está estampada em meu rosto. — Ele
vai estar lá?

Dexter coloca a mão no meu ombro, e serei amaldiçoada


se ele realmente não parece sincero desta vez. — Quando for
a hora certa. Não antes.

Aceno e subo na van. Papai está sorrindo tanto que é


meio contagioso. É extremamente impossível ficar chateada
quando ele está possivelmente tendo o melhor dia de sua
vida.

Abigail pôs suas patas em cima dele, ajudando-o a vestir


a camisa.

Papai está no céu e parece que um pedacinho do meu


coração pode ter se costurado novamente.

DEXTER CUMPRE sua palavra. O dia tem sido incrível até


agora. Meu pai saiu com Mike Ditka e Brian Urlacher, e eles
conversaram sobre futebol a hora toda. Eles nem mesmo
ficaram envergonhados com todas as perguntas de papai.
Todos ficaram sentados ali como se fossem amigos a vida
inteira.

Tivemos comida excelente. Deus, a comida era incrível.


Me bate no peito o quanto papai precisava disso, e eu nunca
tive tempo ou apoio financeiro para fazer isso por ele.

Deacon fez isso acontecer. Fez isso por mim. Significa


mais para mim do que jamais saberá, e meu coração parece
que está lentamente voltando ao normal, porque ele
realmente presta atenção a cada pequeno detalhe e conhece
cada pequena engrenagem que me faz funcionar. Sei que em
algum lugar do meu coração posso perdoá-lo, mas ainda não
me convenci. Me machucou tanto que até pensar nele agora é
doloroso. Se eu simplesmente desistir, que tipo de precedente
isso abre para qualquer relacionamento possível? Que pode
simplesmente passar por cima de mim quando quiser, e
então passar pela porta da frente no dia seguinte?

Não, ele precisa implorar muito. Preciso olhar nos olhos


dele e ver se ele é sincero ou não.

Ao mesmo tempo, olho em volta, sentindo falta dele mais


do que nunca e desejando que estivesse aqui e que as coisas
entre nós estivessem bem novamente.

É doloroso dizer isso, mas Dexter estava certo. Seu


plano está funcionando, lento mas seguramente. Esta manhã
eu não teria dado a Deacon a hora do dia, e agora já estou
disposta a ouvi-lo.

Homens estúpidos!

Agora, estamos na suíte VIP. Papai está bebendo cerveja


sem álcool por causa dos medicamentos, mas não se importa.
Está fazendo o que ama. Está vivendo de novo, e tenho que
reprimir as emoções que estão girando dentro de mim.

— Está se divertindo? — Dexter se inclina contra mim.

— OK. Vou admitir, isso é incrível. Muito obrigada por


fazê-lo feliz. — Digo, apontando para papai.
Dexter dá de ombros. — Não mencione isso. Não é nada.
Fazemos isso todos os domingos, quando há um jogo em
casa. Ele é sempre bem-vindo.

Vários segundos se passam entre nós e giro meus


polegares. — Onde ele está? — A pergunta surge antes que
possa impedi-la.

Dexter se vira. — Ele não queria causar uma cena ou


interromper você e seu pai se divertindo. Só se importa que
vocês dois se divirtam e achou que isso não aconteceria se
aparecesse. Sabe entre a condição médica, trabalho e
escola... — Ele faz uma pausa. — Merda. Desculpe, ele me
contou sobre a faculdade de direito.

Encolho os ombros. — Não importa agora. Tenho certeza


de que ele precisava de alguém para conversar e parece que
foi você. O que faz sentido, gêmeos e tudo isso, certo?

Dexter concorda. — De qualquer forma, ele sabe que


vocês não podem sair e fazer coisas assim. Acredite ou não,
não é apenas uma coisa para reconquistá-la. Sua prioridade
número um hoje é que você e seu pai tenham o melhor dia de
todos. Isso é tudo com que ele se preocupa agora. Tenho
certeza que vocês têm um monte de merda para resolver, mas
isso pode esperar.

Envolvo meus braços em volta da minha cintura e


desejo que Deacon estivesse aqui para que eu pudesse pelo
menos agradecê-lo.
— Pare de pensar demais nisso. Solte o cabelo e finja
que gosta de futebol. Aqui, tome uma cerveja. — Ele me
entrega uma garrafa.

Tento fazer o que ele diz e apenas aproveitar este dia e


relaxar, mas não posso simplesmente desligar a maneira
como me sinto. Não há interruptor para ligar e desligar.

Dexter sorri. — Eu normalmente não sou tão legal,


então você pode pelo menos fingir que gosta de sair comigo
também.

— Sim, sim. — Brindo minha garrafa com a dele e tomo


um grande gole.

Tem um gosto muito bom. Aproximo-me de papai, coloco


meu braço em volta de seu pescoço e dou-lhe um aperto
suave. — Você está se divertindo muito ou o quê?

— Sim, garota. Estou.

— Eu também.

Estou tão apaixonada por Deacon, mas simplesmente


não sei o que fazer. Uma pergunta permanece no fundo da
minha mente.

Ele está fazendo isso por culpa ou porque quer fazer isso
funcionar?
Deacon
FIQUEI a uma distância segura o dia todo observando
Quinn e seu pai. Houve alguns momentos em que jurei que
ela estava olhando em volta, tentando me localizar. Talvez
seja uma ilusão da minha parte, mas vou acreditar que é
verdade.

Foi quase impossível não correr para ela, envolvê-la em


meus braços, implorar por seu perdão e lhe dizer que tudo
ficaria bem. Sei que é apenas minha mente pregando peças
em mim. Duvido que esse plano tenha a porra de uma única
chance de funcionar depois da maneira como a tratei, mas
uma vez que Dexter me contou sua ideia geral — Dê a Quinn
o melhor dia de sua vida sem você lá. — Eu sabia exatamente
o que fazer.

Nem tive que pensar duas vezes. Mesmo que não me


aceite de volta, quero que ela e seu pai tenham o melhor dia
de todos. Eles merecem depois de toda a merda que
passaram. Este não será o último, tampouco. Assim como as
flores todas as sextas-feiras, nunca vou parar de fazer coisas
boas para ela.
Não quero que Quinn trabalhe em outro lugar. Ela
pertence a mim, todos os malditos dias. Quero ir trabalhar na
sua companhia e voltar para casa juntos. Teremos o sonho
americano. Ela irá morar comigo, nós nos casaremos e
começaremos a fazer bebês, se ela quiser. Se não quiser
filhos, vou fazer uma maldita vasectomia. Não dou à mínima.
Só quero dar a ela tudo que deseja pelo resto de nossas vidas.

Posso ver tudo tão visivelmente dentro da minha cabeça.


Nada vai estar bem novamente se Quinn não me aceitar de
volta. Nada vai importar se não estiver com ela para
compartilhar.

Não sou muito religioso, mas foda-me se não tenho feito


orações silenciosas o dia todo, fazendo a Deus todos os tipos
de promessas possíveis que provavelmente não poderia
cumprir, se pudesse apenas tê-la de volta.

Já se passou bastante tempo, mas eles ainda não


saíram da suíte. É hora de agir. Minhas mãos tremem como
um novato no Super Bowl e minhas palmas se fecham.
Joguei futebol em alguns dos níveis mais altos possíveis e
nunca fiquei nervoso, mas agora, estou prestes a morrer.

As apostas nunca foram tão altas em minha vida.


Porque é meu futuro em jogo. Não posso viver sem ela.

É agora ou nunca com Quinn e não posso viver com


nunca. Vou até a entrada e dou a Dex o sinal. Coço meu
nariz com meu dedo médio e reviro meus olhos ao mesmo
tempo.
Ele faz um círculo com o dedo indicador e o polegar na
perna, depois ri quando olho em sua direção, porque ele vai
conseguir me dar um soco no braço mais tarde. Ele dá um
tapinha no ombro de Abigail, que leva o Sr. Richards em
direção à saída. Depois disso, Dex sorri e realmente me dá
um sinal de positivo.

Talvez ele tenha um coração, afinal.

Quinn ainda não me notou. Eu ouço sua voz gritar de


dentro da sala. — Onde diabos você o está levando agora?
Depois da festa com os jogadores, papai vai ficar acordado até
tarde esta noite.

— Não se preocupe. Ele está em boas mãos.

Estou parado do lado de fora da porta enquanto eles o


levam para fora.

Abigail e o Sr. Richards param ao meu lado.

Estendo minha mão. — Espero que você tenha se


divertido hoje, senhor.

— Sim, me diverti. — Ele estende a mão, mas faz uma


careta para mim. Faz um gesto para que eu me incline e o
faço. Ele range no meu ouvido, reunindo o tom mais
ameaçador que pode, — Pise com cuidado. Machuque minha
filha de novo e você perderá um joelho. Nós nos entendemos?

— Sim senhor.
Ele se endireita e sorri, como se tudo estivesse resolvido.
— Tudo bem então. Se você me der licença, esta linda
senhora está me levando a uma festa.

Dex me dá um soco de punho enquanto os segue.

Entro assim que Quinn começa a ir em direção à porta.


Ela congela no lugar e seu rosto empalidece. Porra, parece
que está prestes a chorar, e acho que meu coração se quebra
em um milhão de pedaços, apenas vendo-a prestes a
desmoronar.

Sem hesitar, corro até ela, com medo de que desmaie.

Ela levanta a mão antes que eu chegue e paro no meio


do caminho, segurando minhas mãos para cima.

— Desculpe, eu só, você parecia...

— Está bem.

Coloco o polegar sobre meu ombro. — Olha, eu posso ir.


Parecia que...

Ela balança a cabeça. — Não, está tudo bem. Agora


estou bem.

— Olha, Quinn, tentei pensar nas coisas certas para


dizer o dia todo. Como, quero dizer que... Deus, isso é difícil.
Apenas, nada parecia bom o suficiente. Acho que não há
palavras que sejam boas o suficiente.
Ela olha para o chão e acho que é porque está prestes a
chorar e não quer que eu veja.

Porra, estou estragando isso.

— Quinn, por favor, você pode olhar para mim? —


Então, sinto isso de novo, uma maldita lágrima escorrendo
pela minha bochecha. Não tento esconder isso, no entanto.
Não tento empurrar toda a dor para dentro, porque não dou a
mínima para o que os outros pensam. Quero que saiba e veja
que a dor que causei, é a experiência mais dolorosa da minha
vida.

Sua cabeça se inclina para cima e seus olhos pousam


na minha bochecha.

Minha voz começa a falhar enquanto falo. — M-me


desculpe.

Seu rosto está rosa e não posso dizer se suas lágrimas


são de raiva ou se apenas está magoada.

— Exagerei. Eu só... poderia inventar mil desculpas


sobre merdas, mas não vou. Não quero dar desculpas. Nunca
fiz nada parecido em minha vida. Não é quem sou, e
realmente sinto muito por tê-la feito passar por isso e a
humilhado do jeito que fiz.

— Nunca iria falar por suas costas, Deacon. — Ela


enxuga uma lágrima do olho. — Estava em minha mesa
conversando com Tate quando Beckley ligou. Ela estava bem
ali quando retirei o contrato. Não havia nada que pudesse
fazer. Sequer percebi que você era pessoa que lidou com isso
até que Decker o chamou para a sala de conferência. Você me
machucou, Deacon. Me esmagou. Quebrou meu coração.

É difícil olhar nos olhos dela porque estou com muita


vergonha, mas não ouso desviar o olhar porque mereço cada
vez mais dor. — Sinto muito. Farei o que for preciso. Se você
não quiser mais nada comigo, entendo e vou ficar longe. Só
quero que você seja feliz, mesmo que isso não me inclua. —
Fungo novamente. — Será um inferno absoluto. Tortura, até.
Mas vou deixá-la sozinha. — Então, faço algo que nunca
pensei que faria em toda a minha vida. É como se meu corpo
tivesse vontade própria. Caio de joelhos na frente dela.

Seus olhos se arregalam.

— Estou te implorando, no entanto. Por favor. Quero


outra chance. Não tem que ser hoje, ou amanhã, ou mesmo
daqui a um mês. Se você prometer me dar mais uma chance,
juro que vou compensar mil vezes. Nunca implorei na minha
vida, nunca pedi nada a ninguém, mas um pedaço de
esperança com você vale uma vida inteira implorando.

Seus olhos suavizam uma sugestão e mais lágrimas


escorrem pelo seu rosto.

Não quero nada mais do que envolvê-la em meus braços


e beijá-la com tanta força que a deixe tonta, mas não posso.
Não mais. Olho em seus olhos verdes e é difícil não me perder
neles. — Eu te amo, Quinn. Estou apaixonado por você há
muito tempo. Desde quando comecei a te enviar flores.
Deveria ter te contado antes.

Seus olhos se estreitam. — Não diga coisas que você não


quer dizer, Deacon. Éramos apenas uma aventura naquela
época.

— Não. — Balancei minha cabeça. — Te amei desde a


primeira vez que te vi. Sei que parece ridículo, mas é a
verdade. Sabia que a única maneira de você me dar qualquer
tipo de chance seria se fosse casual. Sei o que você pensa de
mim, minha reputação, mas você é a única mulher com quem
estive desde que começou a trabalhar na empresa. É aí que
entra o armário. Aprendi todos os detalhes que pude sobre
você desde o início, e amei você com tanta força o tempo todo.
Estava com muito medo de te dizer, porque pensei em
confessar. Usei o sexo como uma razão apenas para estar
perto porque você ficava me recusando e jogando as flores
fora. Mas não desisti naquela época e não desistirei agora.
Estraguei tudo. Sei disso. Não vai acontecer de novo. Você é
tudo para mim, deixe-me provar para você. A única maneira
de se livrar de mim é me dizer para deixá-la em paz. E a
única razão pela qual te deixaria em paz... É porque te amo
‘pra’ caralho, e nunca quero ver você sofrendo por causa de
algo que fiz.

Lágrimas escorrem pelo seu rosto, e não quero mais do


que apenas enxugá-las, apenas abraçá-la e prometer
repetidamente que isso nunca vai acontecer novamente.
— Eu também te amo, Deacon. Eu só…

Eu me levanto. Ela disse as palavras que esperei uma


vida inteira para ouvir.

Estendo meus braços, deixando-a tomar a decisão por si


mesma. Não quero forçar nada neste momento. Quero que
seja uma decisão puramente dela. — Volte para mim, por
favor. Quinn, não sou nada sem você.

Ela fica parada por um momento, olhando para meus


braços estendidos.

Lágrimas escorrem pelo seu rosto, então, corre para


mim, enterrando o rosto no meu peito.

A envolvo em um abraço e aperto-a contra mim com


tanta força que me preocupo que não consiga respirar. —
Graças a Deus. — Olho para ela. — Graças a Deus. — Dou
um beijo em seu cabelo e corro a mão para cima e para baixo
em suas costas.

Só de senti-la contra mim, seu coração batendo forte


contra minhas costelas, tudo na vida está perfeito de novo,
mesmo que seja apenas por um momento. Apenas fico lá e a
abraço, rezando para que nunca acabe. Rezando para que
seja real.

Finalmente, seu queixo se inclina e ela olha para mim


mais uma vez, só que desta vez há um sorriso em seu rosto.
— Oi.
— Oi. — Me inclino e a beijo, porque parece a coisa certa
a fazer. Tudo clica. No momento em que nossos lábios se
tocam, o calor floresce em meu peito novamente e as cores
ficam vibrantes. Essa sensação de flutuar nas nuvens
retorna.

Continuamos a nos beijar, como duas velhas almas


reunidas depois de décadas. É assim que parece, embora
tenha se passado apenas alguns dias.

— Preciso tanto de você. — Sussurro as palavras contra


seu pescoço, fazendo-a voltar para o vidro da janela da suíte
que dá para o Camp Soldier Field. — Preciso de você na
minha vida. Não consigo respirar sem você.

— Preciso de você também, Deacon. — Desta vez, Quinn


é quem me beija.

Torna-se apaixonado rapidamente, suas mãos


necessitadas percorrendo meu peito.

A agarro por cada pulso e os prendo acima de sua


cabeça no vidro, em seguida, levanto meus olhos para cima e
para baixo em seu corpo enquanto seu peito arfa com
respirações profundas e difíceis. Quando minha boca atinge
seu ouvido, sussurro: — Você não tem ideia do quanto te
quero. Bem aqui. Agora mesmo. Mas precisamos passar um
tempo com seu pai na festa. E é muito cedo. Quando estou
com você, quero me mover na velocidade da luz, mas sei que
ir devagar é melhor para nós.
As sobrancelhas de Quinn sobem. — Você está
recusando sexo comigo, de novo, no Soldier Field, para sair
com meu pai?

— Bem... — Meus olhos se estreitam sobre ela. — Tenho


uma coisa que poderia fazer que seria aceitável.

— O que é isso?

— Um pedido de desculpas adequado.

Quinn me encara como se eu fosse um alienígena de


outro planeta. — Não é isso, tipo, o que foi tudo isso?

— Disse um pedido de desculpas adequado, Quinn. — A


viro e a pressiono contra o vidro.

— Ohh.

Minha boca está bem em seu ouvido. — Um que seja


feito sob medida para seu próprio benefício.

— Bem, gosto do som disso.

Chego ao redor e desabotoo seu jeans, em seguida, jogo-


o no chão. — Um pedido de desculpas que deixará minhas
bolas doendo a noite toda como punição.

— Conte-me mais, senhor.

Puxo sua calcinha para o chão e ela sai dela e de seu


jeans. — Requer uma demonstração.
Me curvo e coloco sua calcinha no bolso. Algumas
tradições devem continuar. Me levanto e seguro sua boceta
em minha mão. — Assim. Porra. Molhada.

A boca de Quinn se move para dizer algo, e deslizo um


dedo. Isso transforma sua frase em um gemido suave. Há
algo sobre ela se contorcer e se contorcer sob o meu toque
que simplesmente faz isso por mim, todas as vezes. Ela é
como um instrumento que já dominei. Amo jogar mais do que
qualquer coisa no mundo e mal posso esperar para tocar pelo
resto da minha vida.

Me abaixo em meus joelhos atrás dela, abro sua bunda,


e me sento nos calcanhares, apenas para olhar para suas
dobras lisas e brilhantes. — Preciso trabalhar rápido, já que
temos um lugar para estar.

Quinn concorda.

Sempre amo fazer o oposto do que ela pensa, pegá-la de


surpresa. Então, lentamente beijo a parte de trás de suas
pernas, todo o caminho até a parte inferior de sua bunda.
Levo meu tempo trabalhando em suas coxas, provocando
cada vez mais perto de onde sei que precisa da minha boca.
Ela tenta empurrar de volta para mim, mas tenho minhas
mãos em sua bunda e a impeço de conseguir o que quer.

— Achei que você fosse ser rápido. — Suas palavras


saem em várias calças.

Provocá-la é a melhor parte. — Não apresse um artista.


— Tão convencido.

Sorrio, minha boca a apenas alguns centímetros de sua


boceta, querendo prová-la mais do que qualquer coisa no
mundo. Pretendo trabalhar rápido, quando chegar a hora
certa, mas animá-la com antecipação é vital para o processo.
Tem que ser uma construção lenta e que vá crescendo.

Minha língua se lança para fora e roça seu clitóris. Isso


envia um arrepio pela parte de trás de suas pernas.

Isso mesmo.

Deslizo meu polegar para baixo e faço círculos


preguiçosos em torno dele enquanto levo minha língua o mais
fundo que posso. Uma de suas mãos voa para trás e para ao
lado da minha cabeça, procurando por algo para agarrar. Ela
já está tão perto, posso sentir nas pequenas vibrações de seu
corpo. Em pouco tempo, tenho dois dedos provocando o
ponto secreto dentro dela enquanto minha língua passa
rapidamente em seu clitóris.

— Deus, Deacon. — Suas unhas cavam no meu couro


cabeludo e ela puxa meu rosto enquanto libera. Suas coxas
tremem e não há melhor sensação no mundo do que
satisfazê-la, dando-lhe exatamente o que precisa, quando
precisa.

Seus quadris resistem e ela sacode mais algumas vezes,


então seus músculos relaxam. Lentamente coloco sua calça
jeans de volta em volta da cintura e abotoo na frente,
beijando o lado de seu pescoço enquanto faço isso.

— Minha calcinha?

Amo quando ela está tão cansada que fala fragmentos


de frases. — Elas pertencem a mim, assim como você.

Quinn cai de volta em meus braços e balança a cabeça,


nós dois olhando para o campo. — Não acredito que você fez
tudo isso por nós.

— Não posso levar todo o crédito. Foi ideia de Dexter.

— Eu sei. Ele me disse.

A giro para me encarar. — Claro que ele fez. — Eu ri.

— Não é desse jeito. Acredite ou não, ele foi doce e me


disse que você pensou em todos os detalhes. Apenas o
empurrou na direção certa.

— Ele assiste a comédias românticas.

Nós dois rimos.

— Realmente?

— Ele afirma que é para transar, mas acho que os


observa sozinho à noite tomando sorvete.

Quinn balança a cabeça. — Quem teria pensado...


— Então funcionou? — Sorrio para aliviar o clima, mas
por dentro estou tremendo em partes iguais de antecipação e
medo de sua resposta.

Ela bate no meu ombro. — Sim, idiota. Funcionou. Você


pegou a garota. — Ela se inclina na ponta dos pés trazendo
sua boca à minha para um beijo suave. — Só nunca me faça
passar por isso de novo. Promete?

Não há dúvida em minha mente. Nunca vou perdê-la


novamente. — Eu prometo.
Quinn
— ESTOU TÃO ORGULHOSO DE VOCÊ. — Deacon abre a porta
do carro e me conduz para o mar de passageiros. — Hora de
celebrar. Fiz reservas.

— Ok. — Sorrio e afivelo meu cinto de segurança


enquanto ele dá a volta para o lado do motorista. — Onde
você está me levando?

— É uma surpresa. — Ele liga o carro e sai de sua vaga


de estacionamento.

— Tenho uma surpresa para você também.

— Oh sim? O que é isso?

— Se eu te contasse, teria que te matar.

— Você tem assistido muitos filmes de ação com seu


pai.

— Olha quem fala. Ouvi vocês dois acordados no final


da semana passado.

— Culpado. Mas estávamos assistindo pornografia.


— Deacon Collins! — Bato em seu braço e rio ao mesmo
tempo.

Algumas coisas nunca mudam.

— Estávamos estudando cinematografia. Foi incrível.


Você deveria ter visto a iluminação, e eles tiraram essa foto...

— Apenas pare antes de cavar um buraco.

Deacon levanta as mãos em sinal de rendição simulada,


segurando uma risada.

Demorou um pouco para convencer papai a morar


conosco. Ele implorou para que o colocássemos em um local
para assisti-lo quando lhe disse que iria morar com Deacon,
mas nenhum de nós iria aceitar isso. Deacon sai de seu
caminho para passar mais tempo com ele. Eles assistiam
esportes sem parar enquanto eu estudava para as provas
finais e tenho certeza de que isso continuará enquanto estiver
na faculdade.

Vamos a todos os jogos em casa do Bears e Deacon está


lentamente me ensinando tudo o que sabe sobre futebol.
Geralmente caio no sono enquanto papai fica sentado
absorvendo cada pequeno detalhe das histórias de Deacon.

Ele teve sua casa completamente renovada para


acomodar papai. Tudo é acessível para deficientes físicos, e
papai quase consegue funcionar sozinho quando não estamos
lá.
Às vezes nem parece real que estou com ele.

— Você vai pelo menos me dar uma dica?

Não posso mantê-lo por mais tempo. Estou prestes a


estourar de alegria. — Queria discutir uma escolha de
carreira com você.

— Oh sim? — Os nós dos dedos seguram o volante com


um pouco mais de força, mas ele não reage de forma
exagerada e mantém um sorriso estampado no rosto.

— Sim. Acho que é melhor para todos nós se eu ficar no


The Hunter Group. Quais são seus pensamentos? — Observo
sua reação em minha visão periférica.

— Seriamente? Não brinque comigo, mulher.

— Sim, quero terminar onde comecei.

— Isso me deixa tão feliz. — Ele para em um


estacionamento perto do restaurante. Antes de sairmos do
carro, Deacon pega minha mão e se inclina sobre o console.
— Você não vai se arrepender. Prometo.

— Eu sei. — Toco seu rosto e beijo seus lábios.

— Mmm. — Ele se inclina para trás e olha nos meus


olhos. — Vamos, é melhor entrarmos antes que eu coloque
você sobre o capô do meu carro.

Deacon me leva pela porta da frente e no momento em


que entramos na sala de jantar, todos do trabalho pulam e
gritam: — Surpresa! — Há um banner enorme que diz
PARABÉNS, QUINN.

— O que é isso?

Ele levanta uma sobrancelha para mim. — Eu não sei.


Um centro para formigas? Como é isso?

Balancei minha cabeça. — Entendi. — Dou-lhe um


grande abraço e, em seguida, atravesso a sala para agradecer
a todos por terem vindo.

Mesmo quando estamos separados, não consigo parar


de esticar o pescoço para trás para sorrir para ele. É difícil
tirar meus olhos do homem que amo.
Deacon
Fico ao lado de Quinn, observando-a escanear a sala.
Eu sei quem ela está procurando e não há como não ter
certeza de que está aqui. Quando ela não o vê, seu sorriso
desaparece.

Sussurro em seu ouvido: — Tenho outra surpresa para


você. — Aceno para Abigail e ela passa por uma porta lateral
e então retorna, empurrando o Sr. Richards.

— Papai! — Ela corre até ele.

Ando atrás, lentamente absorvendo o momento e tirando


vídeos e fotos com meu telefone, para que ela os tenha mais
tarde.

— Estou tão orgulhoso de você, garota.

Ela se abaixa e lhe dá um beijo na bochecha. — Eu te


amo.

Ele me dá uma piscadela e todos nós fazemos o nosso


caminho para a enorme mesa no meio da sala. Ao longo da
noite, todos se revezam contando histórias sobre como Quinn
os livrou de um engarrafamento ou foi além no trabalho. O
pai dela sorri o tempo todo, amando o elogio sendo feito à sua
filha. O objetivo era fazer com que ela se sentisse no topo do
mundo e tenho certeza de que consegui.

— Acho que falo por todos quando digo que não


distinguiríamos nossas cabeças de nossas bundas sem você,
Quinn. — Tate levanta seu copo.

— Isso é exatamente correto. Ficaria completamente


perdido sem você e sei que será eficaz também como
advogada. Estou tão orgulhoso por você ser uma das nossas.
— Decker pisca em sua direção.

Quando chegamos mais cedo, disse a ele que ela ia ficar


na empresa.

— Quinn, você definitivamente mantém meus irmãos


sob controle. — Donavan sorri pra caramba, como se não
salvasse sua bunda tanto quanto a de ninguém, mas está
claro que está brincando.

— Quinn, sei tudo sobre o seu estoque secreto de


canetas e material de escritório. — Dex ri e Abigail dá um
tapa na nuca dele, no estilo de Gibbs. — Ai! Droga. Ok. Você
é incrível, Quinn. Obrigado por tudo. — Ele sorri e acena
para mim. — Sua vez, garotão.

Só há mais uma coisa que tornará o dia perfeito.

Puxo minha cadeira para trás e estendo minha mão


para ela.
— Humm. Ok. O que é isso? — Ela pega minha mão e se
levanta da cadeira. — O que você está fazendo?

A confusão em seu rosto torna isso muito melhor. Ando


até o pai dela e estendo minha mão. Ele sorri enquanto enfia
a mão no bolso e tira uma caixa preta.

Volto para Quinn. Estou fazendo isso da maneira certa.


Como nos filmes de romance que assisti com ela. Claramente
essa merda funciona, e quero todas as ferramentas do meu
arsenal para fazer Quinn feliz pelo resto de sua vida. Encaro
profundamente os mesmos olhos verdes pelos quais me
apaixonei na primeira vez que os vi, sabendo, sem dúvida,
que era ela.

Pego sua mão esquerda na minha e ajoelho.

— Quinn, você é a mulher mais bonita que já conheci,


por dentro e por fora. A primeira vez que te vi, sabia. Não
posso explicar como ou por que, apenas senti em cada célula
do meu corpo. E quero te dizer algo na frente de todos esta
noite. — Olho por cima do ombro para meus irmãos e nossos
amigos mais próximos.

Tate, que nunca chora, enxuga com um guardanapo o


canto dos olhos.

— Não existem palavras para expressar com precisão o


quanto eu te amo. Você é minha melhor amiga. Todas as
manhãs, quando acordo ao seu lado, me sinto o homem mais
sortudo do mundo. Mas está faltando uma coisa. Uma
promessa de que você será minha para sempre. Então, estou
me ajoelhando diante de vocês hoje para fazer uma pergunta.
Você quer se casar comigo?

Sua cabeça balança para cima e para baixo. — Sim,


Deacon. Sim! Mil vezes sim! — Seu corpo inteiro treme
quando ela se inclina para me beijar.

Deslizo o anel em seu dedo. É um corte princesa verde-


esmeralda que combina com seus olhos.

— Eu te amo muito. Não tinha ideia de que você ia fazer


isso. — Seus olhos continuam correndo pelo anel, em
seguida, de volta para mim. O maior sorriso que já vi se
espalhou por seu rosto.

Ela está absolutamente radiante, e pretendo trabalhar


pra caramba todos os dias para mantê-la assim.

Quando nosso momento acaba, todos se aproximam nos


parabenizando.

Olho para Dex e Donavan, imaginando qual pobre


coitado será o próximo, agora que Decker e eu estamos fora
do mercado.

Depois que todos nos disseram o quanto estão felizes


por nós, pego as mãos de Quinn nas minhas e apenas olho
em seus olhos. — Noiva.

— Noivo. — Ela faz uma pequena reverência


extravagante e nós dois rimos.
A pego em meus braços e a seguro perto de mim, nunca
querendo me soltar. Beijo sua testa, em seguida, puxo-a de
volta para mim mais uma vez.

Não consigo pensar em nada melhor no mundo do que


este momento, bem aqui, agora, e sei que o futuro só será
melhor.

Porque ela é toda minha.

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