Superstição (Damiani) 2005
aspectos se entrelaçam para moldar
Os estudos mais aprofundados
sobre a superstição, do ponto de
vista teórico, não se encontram
facilmente em teorias sociológicas e
filosóficas. No entanto, como
constatado pelo senso comum e em
especial pela consulta aos meios de
comunicação há uma variedade
enorme de condutas que podem ser
classificadas como supersticiosas.
No desporto isso é fato habitual e
aceito por todos (embora alguns
digam que não têm superstição,
apenas vestem a mesma camisa em
dias de clássico – caso de alguns
técnicos de futebol). É também
desse contexto que os meios de
comunicação de massa – a mídia –
extraem seus assuntos mais
curiosos de superstição. Porém,
assim como na vida cotidiana,
também no âmbito esportivo não se
encontram análises mais
aprofundadas sobre esse fenômeno.
Importância da Antropologia
A Antropologia é uma disciplina
que estuda a humanidade em sua
totalidade, buscando compreender
as diferentes culturas, sociedades e
expressões humanas ao longo do
tempo. Sua importância é vasta e
abrange várias áreas da vida
humana:
a Antropologia desempenha um
papel crucial na compreensão da
humanidade em toda a sua
complexidade, promovendo a
tolerância, a compreensão e a
capacidade de adaptação em um
mundo em constante mudança.
Compreensão Cultural: Adaptação e
Mudança Social: Pesquisa em
Comportamento Humano:
Contribuição para Ciências Sociais:
Aplicação em Desenvolvimento:
História e Evolução Humana,
Diálogo Intercultural: Aplicação em
Políticas Públicas.
Importância de etnografia no
desporto
A etnografia no contexto desportivo
pode oferecer uma compreensão
rica e profunda das práticas,
significados e interações que
ocorrem no mundo do desporto.
Aqui estão algumas razões que
destacam a importância da
etnografia no âmbito esportivo:
a etnografia no desporto é uma
ferramenta valiosa para entender a
complexidade das práticas
esportivas, suas ramificações
culturais e sociais, e como esses
Discussão sobre questões éticas no
a experiência desportiva.
Cultura Esportiva:
- A etnografia pode revelar a cultura
única associada a determinados
desportos, equipes ou comunidades
desportivas. Isso inclui rituais,
tradições, símbolos e valores
compartilhados pelos participantes.
Comportamento dos Atletas: Fãs e
Comunidade Esportiva: Estrutura
Organizacional: Identidade
Representação: Questões Sociais e
Éticas: Dinâmica de Equipa:
Adaptação Cultural de Práticas
Esportivas:
Impacto Social do desporto:
Desenvolvimento de Políticas
Esportivas:
falar do que aprendeste na
disciplina de antropológica
Cultura Esportiva: Estudo das
práticas culturais associadas a
desportos específicos, incluindo
rituais, tradições, símbolos e
valores compartilhados por
participantes e fãs.
Identidade e Representação:
Exploração de como o desporto
contribui para a construção de
identidades individuais e coletivas,
e como diferentes grupos são
representados no contexto
esportivo.
Etnografia em Eventos
Esportivos: Aplicação de métodos
etnográficos para estudar eventos
esportivos, incluindo a experiência
dos fãs, a dinâmica de equipe, a
estrutura organizacional e o papel
do desporto na sociedade.
Globalização e Localização:
Análise de como práticas esportivas
são adaptadas, reinterpretadas e
incorporadas em diferentes
contextos culturais, destacando os
efeitos da globalização no mundo
esportivo. Impacto Social do
desporto: Investigação sobre como
o desporto afeto comunidades
locais, incluindo questões como
desenvolvimento local, economia,
coesão social e identidade
comunitária.
Gênero e desporto: Exploração das
dinâmicas de gênero no desporto,
incluindo questões relacionadas à
participação, representação e universais para avaliar todas as
estereótipos de gênero no contexto
esportivo.
Questões Éticas no desporto: -
desporto, como doping,
discriminação, violência e outras
considerações morais relacionadas
à prática e à administração
esportiva. Desenvolvimento de
Políticas desportivas - Exame de
como as políticas esportivas são
desenvolvidas, implementadas e
seu impacto nas comunidades e na
sociedade em geral.
diferencie etnocentrismo e
relativismo cultural
Etnocentrismo e relativismo
cultural são conceitos fundamentais
na Antropologia, que refletem
diferentes abordagens para entender
e avaliar culturas diversas. Vamos
explorar cada um desses conceitos e
suas diferenças:
Etnocentrismo
Definição
Etnocentrismo é a tendência de
avaliar as práticas, valores e crenças
de outras culturas com base nos
padrões da própria cultura. Isso
geralmente leva à crença na
superioridade da própria cultura em
relação às outras.
Características
- Julgamento de outras culturas
usando os padrões da cultura do
observador.
- Tendência a ver as próprias
práticas culturais como normativas
e corretas.
- Pode resultar em falta de
compreensão e aceitação de outras
culturas.
Relativismo Cultural
Definição
Relativismo cultural é a perspectiva
que reconhece e aceita que todas as
culturas têm seus próprios valores e
práticas válidas em seus próprios
contextos. Ele busca compreender
as culturas sem julgamento,
reconhecendo a diversidade
cultural.
Características
Suspensão do julgamento cultural,
reconhecendo que não há padrões
culturas.
Aceitação da validade intrínseca das
práticas culturais dentro de seus
próprios contextos.
Destaca a importância de
compreender o significado cultural
subjacente às ações e crenças.
Diferenças Principais
Perspectiva
Etnocentrismo envolve uma
perspectiva centrada na própria
cultura.
Relativismo cultural envolve uma
perspectiva aberta e receptiva à
diversidade cultural.
Julgamento
Etnocentrismo implica em julgar
outras culturas com base nos
valores da cultura do observador.
Relativismo cultural evita
julgamentos e busca compreender
as práticas culturais dentro de seus
próprios contextos.
Atitude
-Etnocentrismo pode resultar em
atitudes de superioridade ou
inferioridade cultural.
Relativismo cultural promove uma
atitude de respeito e tolerância em
relação às diferenças culturais.
É importante notar que, na prática, a
adoção de uma atitude puramente
etnocêntrica ou relativista pode ser
difícil, e muitos antropólogos
buscam um equilíbrio,
reconhecendo a diversidade cultural
sem perder a capacidade de avaliar
práticas que possam ser prejudiciais
ou violar direitos humanos
universais.
escolher uma teoria
antropológica é descreva e do
exemplo
Escolher uma teoria antropológica
dependerá do foco da pesquisa, das
perguntas que se deseja responder e
da abordagem preferida para
entender a cultura. Muitos
antropólogos utilizam uma
combinação de teorias, adaptando
suas abordagens conforme
necessário para abordar questões
específicas em suas pesquisas.
O Funcionalismo é uma
abordagem que enfatiza a Haka na cultura maori A dança
interconexão e a interdependência
de diferentes partes de uma
sociedade. Ele sugere que as
instituições culturais e sociais
existem porque desempenham
funções específicas que contribuem
para a estabilidade e coesão social.
-Exemplo: No estudo das religiões,
um funcionalista pode argumentar
que as práticas religiosas e rituais
servem para reforçar a coesão social
ao criar um conjunto compartilhado
de crenças e valores. Além disso, as
funções da religião podem incluir
proporcionar conforto emocional,
reforçar normas morais e oferecer
explicações para fenômenos
desconhecidos.
O Estruturalismo, associado
principalmente ao trabalho de
Claude Lévi-Strauss, examina as
estruturas subjacentes das práticas
culturais e sociais. Ele busca
identificar padrões recorrentes e
universais na forma como as
sociedades organizam suas
experiências.
Exemplo. No estudo de mitos e
mitologia, um estruturalista pode
analisar os elementos narrativos
recorrentes em diferentes mitos para
identificar estruturas subjacentes.
Por exemplo, Lévi-Strauss
examinou mitos de diversas
culturas para identificar oposições
binárias, como natureza versus
cultura, e argumentou que essas
oposições revelam padrões
estruturais fundamentais na mente
humana.
Escolher uma teoria antropológica
dependerá do foco da pesquisa, das
perguntas que se deseja responder e
da abordagem preferida para
entender a cultura. Muitos
antropólogos utilizam uma
combinação de teorias, adaptando
suas abordagens conforme
necessário para abordar questões
específicas em suas pesquisas.
reflita sobre a importância da
antropologia do desporto.de
exemplos do desporto.
Compreensão da Diversidade
Cultural
A Antropologia do desporto permite
uma compreensão mais profunda da
diversidade cultural por meio da
análise das práticas esportivas em
diferentes contextos. Cada cultura
aborda o desporto de maneira única,
influenciada por suas tradições,
valores e história.
Identidade e Representação
- O desporto desempenha um papel
significativo na construção da
identidade individual e coletiva. A
Antropologia do desporto explora
como as práticas esportivas
contribuem para a formação da
identidade e como diferentes grupos
são representados no contexto
desportivo.
Cultura Corporal
A análise antropológica do desporto
inclui a "cultura corporal", que se
refere às atitudes e significados
atribuídos aos corpos em
movimento. Isso envolve a
compreensão das normas culturais
em relação ao corpo e ao
desempenho atlético.
Globalização e Glocalização
A globalização afeta o mundo
esportivo, mas a Antropologia do
desporto examina como essas
influências globais são
reinterpretadas e incorporadas
localmente. Esse processo é
conhecido como "glocalização",
evidenciando a importância de
entender as interações complexas
entre o global e o local no desporto.
Gênero e Inclusão
A disciplina explora as dinâmicas
de gênero no desporto, destacando
desafios e progressos em termos de
participação, representação e
igualdade de oportunidades.
Examina também como diferentes
culturas abordam questões de
gênero no contexto esportivo.
Rituais e Celebrações
Os eventos esportivos
frequentemente incorporam rituais
e celebrações culturais. A
Antropologia do desporto investiga
como essas práticas simbólicas
contribuem para a coesão social e a
expressão cultural.
Desigualdades Sociais
- Ao analisar o desporto, a
Antropologia destaca as
desigualdades sociais relacionadas
ao acesso aos recursos esportivos,
oportunidades e reconhecimento.
Ela questiona como essas
disparidades podem ser abordadas
para promover a inclusão.
Exemplos:
Haka, realizada pelos Maoris da
Nova Zelândia antes de eventos
esportivos, é um exemplo de como
práticas culturais são integradas ao
mundo esportivo, demonstrando a
importância da cultura na expressão
atlética.
Luta livre tradicional na Índia A
luta livre tradicional, conhecida
como Kushti, é profundamente
enraizada na cultura indiana.
Estudar essa prática oferece insights
sobre a relação entre tradição,
identidade e desporto em contextos
específicos.
A Antropologia do desporto, ao
explorar esses elementos, não
apenas contribui para uma
compreensão mais holística do
desporto, mas também oferece
insights valiosos sobre questões
sociais mais amplas, promovendo a
apreciação da diversidade humana
em suas várias manifestações
desportivas.
observação participante em
antropologia. use um exemplo do
desporto para elucidar sua
explicação.
Método de Trabalho de Campo
O trabalho de campo é o principal
método de pesquisa em
antropologia, envolvendo a imersão
do pesquisador na comunidade ou
contexto que está estudando.
Durante esse período, o pesquisador
interage com os participantes,
observa práticas culturais e coleta
dados de forma direta e intensiva.
Observação Participante
A observação participante é uma
técnica específica dentro do
trabalho de campo, na qual o
pesquisador não apenas observa,
mas participa ativamente das
atividades e interações da
comunidade estudada. Isso permite
ao pesquisador obter uma
perspectiva mais íntima e
compreensiva das práticas culturais.
Exemplo no Desporto
Vamos imaginar um antropólogo do
desporto interessado em estudar a
cultura de um time de futebol local
em uma comunidade específica. Ele
decide usar o método de trabalho de
campo com ênfase na observação
participante.
Imersão na Comunidade
- O antropólogo se integra à
comunidade relacionada ao time de
futebol, frequentando treinos,
jogos, eventos sociais e interagindo
com jogadores, treinadores e explique a diferenças para os
torcedores.
Observação Ativa
- Durante os treinos, o antropólogo
não apenas observa à distância, mas
também participa de atividades
específicas. Ele pode se juntar a
exercícios, conversar
informalmente com os jogadores e
treinadores, e até mesmo tentar
entender o jogo do ponto de vista
prático.
Participação em Eventos Sociais
Além dos aspectos esportivos, o
antropólogo participa de eventos
sociais relacionados ao time, como
festas de comemoração, reuniões de
torcedores e outras atividades que
fazem parte da cultura esportiva
local.
Coleta de Dados Diretos
O antropólogo registra suas
observações em um diário de
campo, coletando dados detalhados
sobre as interações sociais, a
linguagem utilizada, as normas e
valores compartilhados, além de
quaisquer rituais específicos
associados ao time de futebol.
Reflexividade
- Durante todo o processo, o
antropólogo se mantém reflexivo
sobre seu próprio papel na
comunidade e sobre como sua
presença pode influenciar as
interações. Isso é uma parte
fundamental da abordagem
antropológica, chamada de
reflexividade.
O uso da observação participante no
contexto esportivo permite ao
pesquisador ir além da superfície
das práticas esportivas e argumentando que essas estruturas
compreender as complexidades
culturais que permeiam o ambiente
esportivo local. Esse método
proporciona uma visão mais rica e
contextualizada das relações
sociais, identidades e significados
associados ao desporto na
comunidade estudada.
As diferenças humanas,
diferenças culturais, diferenças
desportivas são uma riqueza da
humanidade e não um problema.
Explique a afirmação. Faca
menção a dois aspectos explicar a
diferenças para os etnocêntricos
(evolucionismo e difusionismo) e
relativistas (funcionalismo e
estruralismo). Mencione
exemplos do desporto.
A afirmação de que as diferenças
humanas, culturais e desportivas
são uma riqueza da humanidade e
não um problema destaca a
importância da diversidade como
um valor positivo e enriquecedor
para a sociedade. A diversidade
cultural é vista como uma fonte de
criatividade e inovação, e é
celebrada por sua capacidade de
promover o diálogo e o
desenvolvimento¹¹.
Para os etnocêntricos, que tendem a
ver a sua própria cultura como
superior, as teorias do
evolucionismo e do difusionismo
oferecem perspectivas diferentes
sobre as diferenças culturais. O
evolucionismo sugere que todas as
sociedades passam por estágios
semelhantes de desenvolvimento,
com algumas culturas sendo vistas
como mais "avançadas" do que
outras. Já o difusionismo propõe
que as inovações culturais se
originam em certos centros e se
espalham para outras culturas¹⁶.
Ambas as teorias podem ser usadas
para justificar uma visão
etnocêntrica, pois implicam uma
hierarquia de culturas.
Em contraste, os relativistas
culturais, como os funcionalistas e
estruturalistas, valorizam as
diferenças culturais como
expressões igualmente válidas da
experiência humana. O
funcionalismo vê cada elemento da
cultura como tendo uma função
específica que contribui para a
estabilidade da sociedade⁴. O
estruturalismo, por outro lado,
analisa as estruturas subjacentes
que moldam as crenças e
comportamentos culturais,
são universais, apesar das variações
superficiais entre as culturas.
No mundo do desporto, a
diversidade é evidente e celebrada.
Por exemplo, as Olimpíadas de
Tóquio 2020 destacaram a inclusão
de novos desportos como surfe,
skate e karatê, refletindo a
diversidade de interesses e
habilidades dos jovens atletas de
hoje⁶. Além disso, atletas como
Caster Semenya e Annet Negesa
desafiaram as noções tradicionais
de gênero no desporte, trazendo à
tona discussões importantes sobre
diversidade e inclusão⁸.
Esses exemplos mostram como as
diferenças podem ser vistas como
uma fonte de força e riqueza, em
vez de serem vistas como um
problema. A diversidade no
desporto, assim como na cultura e
na humanidade em geral, oferece
oportunidades para aprender,
crescer e apreciar a vasta gama de
experiências humanas.
No texto "Gênese da sociologia do
desporto: evolução histórica" de
Freita e Costa, são mencionados
cinco períodos principais que
marcam a história da análise das
ciências humanas ao desporto. Um
desses períodos é o estado atual da
sociologia do desporto, que é
particularmente novo no Brasil
como objeto de pesquisa¹.
Neste período, as análises que
tomam o desporto como tema de
estudo geralmente se restringem aos
aspectos fisiológicos, sendo raras as
reflexões sob a perspectiva das
Ciências Sociais². É um campo de
estudo recente que busca
referências nos sociólogos clássicos
como Weber, Durkheim e Simmel².
Na década de sessenta,
especialmente nos Estados Unidos,
Canadá e Alemanha Ocidental,
foram desenvolvidos estudos
relevantes, mas muitos deles eram
de natureza prática, centrados em
problemas concretos da educação
física e do desporto, sem estabelecer
conexões sociais mais amplas².
Elias e Dunning chegaram a
concluir que grande parte dos
trabalhos realizados na sociologia
do desporto têm poucas
possibilidades de interessar a quem
está fora da área da educação física².
No entanto, os escritos teóricos
recentes dos sociólogos do
desporto, como Caillois, Edwards,
Kenyon, Loy e Sack, têm-se
restringido ao problema da
definição e da classificação dos
desportos, não tendo ainda sido
abordado sob ótica sócio-
antropológica².
Este período destaca a necessidade
de um maior aporte teórico nas
análises sociológicas e a
importância de repensar o processo
social em que se dá o desporto,
considerando o comportamento e as
formas de organização social
humana como focos centrais de
estudo².
Domingos (2006) refere que
assistiu se quem moçambique, a
dominação e apropriação do
futebol. Explique como se deu
esse processo, não te esqueça de
fazer referência a identidade cultural de Moçambique.
instrumentalizado do desporto
durante o colonialismo assim
como enquanto elemento de
resistência.
Nuno Domingos, em seu artigo de
2006, discute a relação entre
futebol, colonialismo, dominação e
apropriação em Moçambique¹.
Durante o período colonial, o
futebol foi introduzido pelos
colonizadores portugueses e fenómeno social que reflete e
rapidamente se tornou uma parte
importante da cultura
moçambicana. No entanto, o
desporto foi inicialmente utilizado
como uma ferramenta de
dominação e controle social, onde
as práticas desportivas eram muitas
vezes restritas à população colona,
reforçando a ideia de superioridade
racial e cultural dos europeus⁹.
Com o tempo, o futebol começou a
ser apropriado pela população local,
que começou a formar seus próprios
clubes e associações, criando uma
identidade e uma cultura desportiva
própria¹. Este processo de
apropriação e transformação do
futebol em Moçambique pode ser
enquadrado pelo conceito de
"crioulização", que expressa a
dinâmica do encontro colonial¹.
Além de ser uma ferramenta de
dominação, o futebol também se
tornou um elemento de resistência.
As associações e clubes desportivos
locais começaram a atuar no jogo
político, criando significados
políticos através da prática
desportiva, muitas vezes mais pela
ação do que por estratégia
deliberada¹. Esses significados
podiam sugerir tanto adesão quanto
resistência aos valores dominantes,
e devem ser interpretados à luz de
situações históricas concretas¹.
Durante o colonialismo, o desporto
foi instrumentalizado para servir
aos objetivos políticos e sociais do
regime, mas após a independência,
o desporto continuou a ser utilizado
para fins políticos, desta vez para
contribuir para a liquidação dos
vestígios da dominação colonial e
para a construção de uma nova
sociedade moçambicana.
Em resumo, o futebol em
Moçambique passou por um
processo complexo de dominação,
apropriação e resistência, refletindo
as tensões e dinâmicas sociais do
período colonial e pós-colonial. O
desporto, e em particular o futebol,
desempenhou um papel
significativo na história e na
Segundo costa o desporto e um
fenómeno humano ligado a
origem, estrutura e
funcionamento da sociedade.
Explique a ideia do autor.
Muitos sociólogos e teóricos sociais
argumentam que o desporto não é
apenas uma atividade física ou de
entretenimento, mas também um
influencia vários aspectos da
sociedade. Aqui estão algumas
maneiras pelas quais o desporto
pode ser entendido como parte
integrante da vida social:
Origem Cultural: O desporto
muitas vezes tem raízes culturais
profundas em uma sociedade. As
práticas desportivas podem ser
heranças de tradições antigas e
refletir valores culturais, identidade
e história.
Estrutura Social: O desporto
frequentemente reflete e perpetua
estruturas sociais existentes. Pode
haver divisões socioeconômicas,
étnicas ou de gênero evidentes no
envolvimento e na prática
desportiva. Além disso, o acesso ao
desporto pode ser determinado por
fatores sociais, como classe social e
oportunidades educacionais.
Funcionamento da Sociedade: O
desporto desempenha papéis
específicos na coesão social, na
construção de identidade e na
expressão de valores. Eventos
desportivos de grande escala podem
unir comunidades, enquanto a
competição desportiva pode ser
vista como um reflexo da
competição na sociedade em geral.
Instituições Desportivas: as
organizações desportivas, como
clubes, federações e ligas, são
instituições que desempenham um
papel importante na sociedade. Elas
não apenas regulam as atividades
desportivas, mas também refletem
dinâmicas sociais mais amplas,
como governança, poder e tomada
de decisões.
Em resumo, a ideia de que o
desporto é um fenómeno humano
ligado à origem, estrutura e
funcionamento da sociedade
destaca a interconexão entre o
desporto e aspectos mais amplos da
vida social. Essa perspectiva
sociológica permite uma
compreensão mais profunda das
relações entre o desporto e a
sociedade em que está inserido.
Segundo António da Silva Costa,
o desporto é um fenómeno humano
profundamente ligado à origem,
estrutura e funcionamento da
sociedade¹. Costa argumenta que é
possível analisar qualquer
sociedade através dos desportos que
ela pratica, pois o fenómeno
desportivo é trans histórico e suas
origens remontam aos primórdios
da cultura humana, talvez até
mesmo antes de qualquer tipo de
organização social¹.
Costa vê o desporto como um "facto
social total" de natureza e
funcionamento simbólicos, capaz
de
receber os mais diversos
investimentos sociais¹. Por um lado,
o desporto está profundamente
ligado à sociedade e, por outro, é
um fenómeno humano
estreitamente relacionado ao mito, à
religião e à cultura. O universo
desportivo é, portanto, um campo
de observação excelente da
sociedade, onde se podem encontrar
elementos para estruturar modelos
ideais de análise social¹.
Além disso, o desporto pode ajudar
a descobrir formas de pensamento e
modelos de ação que permitem uma
melhor compreensão do sentido da
existência humana e da sua
integração na comunidade humana.
Costa sugere que o estudo do
fenómeno desportivo, situado no
campo da sociologia, mas próximo
das fronteiras da antropologia, é de
grande interesse não só para
compreender a sociedade, mas
também para avançar na
compreensão do homem, da sua
missão social e da sua vocação à
realização de um destino orientado
para o transcendente¹.
O desporto moderno, segundo
Costa, é um produto da sociedade
industrial e nasceu na Europa na
segunda metade do século XIX,
com as regras e instituições que
transformaram os jogos físicos
tradicionais do ritual ao recorde¹. A
obsessão pela busca contínua de
novos recordes é um símbolo
fundamental do desporto moderno e
reflete a integração do desporto
numa sociedade que exalta a
eficácia, o rendimento e o
progresso¹.
Em resumo, a ideia de Costa é que
o desporto é um reflexo da
sociedade e que, ao estudar o
desporto, podemos aprender muito
sobre a sociedade em que ele é
praticado. O desporto serve como
uma lente através da qual podemos
observar e entender as
complexidades da condição humana
e da organização social.
Em Bourdien (1979) poder
simbólico e exemplos no desporto
Pierre Bourdieu, em sua obra de
1979, introduziu o conceito de
poder simbólico. No contexto do
desporto, o poder simbólico pode
ser observado na maneira como
certos desportos ou atletas são
valorizados, na distribuição de
recursos e reconhecimento, e nas
estruturas que definem quem tem
acesso e quem é excluído.Por
exemplo, no futebol, o poder
simbólico pode ser visto na
veneração de clubes com grande
história e tradição, na celebração de
jogadores como heróis nacionais, e
na forma como o esporte pode
refletir e reforçar identidades
culturais e sociais.
O poder simbólico no desporto
também pode ser identificado na
forma como ele é usado para
promover ideologias políticas ou
econômicas, como quando
governos utilizam eventos
esportivos internacionais para
melhorar sua imagem no cenário
mundial ou quando empresas usam
atletas e competições para vender
produtos e serviços. Essas práticas
demonstram como o esporte pode
ser um instrumento de poder
simbólico, influenciando a forma
como as pessoas pensam, se
comportam e se identificam com
determinados grupos ou na ções.
mencione o objetivo desta luta, o
que por detrás dela, o que a
mesma significa na sociedade
balinesa.
A luta de galos, na sociedade
balinesa, é um evento com profunda
riqueza simbólica e significado
cultural. Clifford Geertz, em seu
estudo antropológico, descreve a
briga de galos como uma
representação das tensões sociais e
hierarquias de status entre os
homens da aldeia¹. Os galos são
vistos como extensões dos seus
donos e a luta é uma forma de
expressar rivalidade, orgulho e
masculinidade¹.
O objetivo da luta de galos vai
além do combate físico entre os
animais; é uma manifestação de
identidade, status e poder
simbólico. As rinhas são eventos
públicos, realizados exclusivamente
por homens, e são tão significativas
que suas regras são transmitidas de
geração em geração, mantendo a
tradição legal e cultural das aldeias¹.
Os homens dedicam grande parte do
tempo ao cuidado de seus galos, o
que inclui dietas especiais, treinos e
até massagens¹.
Na sociedade balinesa, a luta de
galos é também uma forma de
comunicação social, onde os
homens se confrontam
simbolicamente através dos galos.
A linguagem cotidiana é permeada
de imagens de galos, e as
características atribuídas aos
animais são usadas
metaforicamente para elogiar ou
insultar alguém¹. As rinhas, apesar
de ilegais, são permitidas em datas
especiais e sãoeventos de grande
porte que acontecem em quase
todas as aldeias¹.
Em resumo, a luta de galos em Bali
é um jogo de status, uma simulação
formal das tensões de status na
sociedade, onde o resultado da luta
afirma ou insulta simbolicamente o
status dos participantes¹. É um
evento que reflete e reforça a
estrutura social, as relações de
poder e as identidades culturais da
sociedade balinesa.
Comelsen (2014) fala das
vantagens de estudar o
simbolismo em organizações
desportivas. Explique em que
consiste a suposta vantagem. De
exemplos típicos do nosso
quotidiano.
Segundo Comelsen (2014), estudar
o simbolismo em organizações
desportivas oferece vantagens
significativas, pois permite
compreender melhor como as
identidades, imagens e reputações
são construídas e mantidas. O
simbolismo pode ser usado
estrategicamente para diferenciar
uma organização das demais, criar
uma conexão emocional com o
público e gerar lealdade e apoio.
Um exemplo típico do nosso
quotidiano é a forma como os
clubes de futebol utilizam símbolos
e cores para criar uma identidade
única. As cores do clube, o
emblema e até a mascote são
elementos simbólicos que
representam a história, os valores e
a cultura do clube. Os adeptos usam
camisolas e cachecóis com esses
símbolos para mostrar seu apoio e
pertença ao grupo. Essa
identificação simbólica cria uma
comunidade de adeptos que
compartilham uma paixão comum e
se unem em torno do clube.
Outro exemplo é a forma como as
marcas desportivas utilizam atletas
famosos em suas campanhas
publicitárias. Os atletas
representam não apenas a análise das práticas esportivas em
excelência desportiva, mas também
valores como determinação,
superação e sucesso. Ao associar
esses valores aos seus produtos, as
marcas criam uma imagem
poderosa que pode influenciar a
percepção e o comportamento dos
consumidores.
Estudar o simbolismo em
organizações desportivas ajuda a
entender essas dinâmicas e a
importância dos símbolos na
construção de relações duradouras
entre as organizações e seus
públicos. É uma vantagem
estratégica que pode ser explorada
para fortalecer a marca e a posição
no mercado.
De souza (2010) usa conjunto de
conhecimento antropológicos.
Como eram olhados e como antes
e como são olhadas hoje as
claques ou torcidas de futebol.
As torcidas organizadas de futebol,
também conhecidas como "claques"
em alguns países, têm sido objeto de
estudo de várias disciplinas,
incluindo a antropologia. As
torcidas de futebol são grupos
sociais que se reúnem para apoiar
seus times de futebol favoritos. Elas
são conhecidas por sua paixão,
lealdade e entusiasmo, mas também
por sua violência e comportamento
agressivo.
No passado, as torcidas de futebol
eram frequentemente vistas como
grupos de jovens desordeiros e
violentos, que causavam problemas
nos nas ruas. Elas eram estádios e
frequentemente associadas a sociedade balinesa¹².
comportamentos antissociais, como
vandalismo, brigas e uso de drogas.
No entanto, nos últimos anos, houve
uma mudança na forma como as
torcidas de futebol são vistas.
Muitas torcidas organizadas têm
trabalhado para melhorar sua
imagem e se envolver em atividades
positivas, como caridade e
voluntariado. Além disso, muitos
governos e organizações esportivas
têm trabalhado para combater a
violência nas torcidas de futebol e
promover um ambiente mais seguro
e amigável nos estádios.
De seguida sintenize as principais
ideias de tal texto e diga em que
medida as mesmas são
importantes nesta disciplina.
A antropologia do desporto é uma
área de estudo que se concentra na
diferentes culturas e sociedades. Ela
busca entender como o desporto é
usado para expressar identidades
culturais, políticas e sociais, bem
como como ele é influenciado por
esses fatores. A disciplina também
se preocupa com questões como
gênero, raça, classe e nacionalidade
no contexto do desporto.
Um dos principais objetivos da
antropologia do desporto é ampliar
o campo de visão da antropologia,
levando em consideração a
importância do desporto como
fenômeno cultural e social. A
disciplina busca entender como o
desporto é usado para construir
identidades coletivas e individuais,
bem como como ele é influenciado
por fatores sociais, políticos e
econômicos.
São várias vezes que na nossa
sociedade fala-se de ritos.vann
geneep (1978) fala dos ritos
Passagem. Não esqueça de
caracterizar os indivíduos na fase
de transição de uma fase para
outra de exemplos de rito de
passagem no desporto.
Os ritos de passagem são
celebrações que marcam mudanças
de status de uma pessoa no seio de
sua comunidade. Os ritos de
passagem são importantes porque
ajudam a marcar as mudanças
importantes na vida, como a
transição da infância para a idade
adulta, casamento, etc.
Os rituais – sejam eles festivos,
militares ou religiosos – têm como
marca comum a repetição e
oferecem uma sensação de
segurança, não apenas por sua
familiaridade, mas porque
promovem um sentimento de
coesão social. Eles demonstram a
ordem e a promessa de continuidade
desses grupos 1.
No desporto, os ritos de passagem
são comuns em muitas
modalidades. Por exemplo, no
futebol, quando um jogador marca
seu primeiro gol, é comum que ele
faça um gesto simbólico, como
beijar o escudo do clube ou apontar
para o céu.
Geertz na sua descrição sobre
briga de galos de importância seta
manifestação desportiva.
Caracterize o evento em causa.
Clifford Geertz, em sua obra "A
Interpretação das Culturas",
descreve a briga de galos em Bali
como uma manifestação desportiva
de grande importância cultural e
social. Segundo Geertz, a briga de
galos é, antes de tudo, um
**sacrifício de sangue** oferecido
aos demônios para pacificar sua
fome voraz¹. É uma atividade
pública relevante, realizada
exclusivamente por homens, e pode
ser vista como uma guerra de
**"eus simbólicos"**, onde os
homens se confrontam através dos
galos².
As rinhas de galos são eventos de
grande porte que acontecem em
quase todas as aldeias,
especialmente em datas especiais,
apesar de serem ilegais². Os homens
dedicam muito tempo ao cuidado de
seus galos, com dietas e treinos
especiais, refletindo a importância
que esses animais têm para eles². A
briga de galos é também uma forma
de expressar e reforçar o status
social, onde o status de quem ganha
e de quem perde é simbolicamente
afirmado ou insultado².
Em resumo, a briga de galos
balinesa é uma prática que envolve
**sacrifício masculinidade**,
**status social** e **tradição
cultural**, sendo um evento que
transcende o simples ato de dois
galos lutando, tornando-se uma
representação simbólica da