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CETI PROFª JULIA NUNES ALVES

TERESINA,____________ DE ______________________________ DE 2023.


SÉRIE: 2º ANO TURMA:______________ TURNO:_______________________
DISCIPLINA: FILOSOFIA PROFª: LAUDIENE SILVA
ALUNO(A): _____________________________________________________________________

A metafísica, por outro lado, procura


A METAFÍSICA NA MODERNIDADE
entender o todo, pois ao se perguntar: “o que
A palavra metafísica vem do grego
é?”, já está intrínseco o como e outras
metá, que significa “depois de” ou “além” e
curiosidades.
physis, “natureza”, “física”. De um modo geral
a metafísica procura buscar a essência das
A Filosofia na Modernidade
coisas, ou seja, vai além daquilo que todo
Agora que já entendemos o que é
mundo vê e sabe. Vou dar um exemplo para
metafísica vamos entender o período da
ficar mais fácil de entender: se eu perguntar
Modernidade. A Modernidade tem seu início
como surgiu o Universo você terá condições
no Renascimento (período da História da
de responder a partir de algumas Teorias
Europa aproximadamente entre fins do século
estudadas ou derivadas de sua fé.
XIV e o fim do século XVII.), desenvolve-se na

Idade Moderna (período específico do


O que é a Metafísica?
Ocidente e desenvolve-se entre os séculos XV
Uns podem dizer que foi Deus quem
a XVIII) e atinge seu auge no Iluminismo
criou o Universo e outros podem dizer que
(também conhecido como século das luzes.
tudo existe a partir da grande explosão do Big
O Iluminismo foi um movimento
Bang. A metafísica nesta questão vai perguntar
cultural do século XVIII que procurou centrar o
o que é o universo? Procurando buscar a causa
poder da razão para reformar a sociedade e
e a essência das coisas.
purificar o conhecimento herdado do período
Para ficar mais claro ainda, podemos
medieval.
afirmar que enquanto a ciência de um modo
A modernidade é um período que
geral procura estudar as partes, como no
busca dar total confiança na razão. Nós
exemplo acima, está questionando uma parte
chamamos de racionalismo, ou seja, todo
do todo, isto é: como surgiu.
conhecimento dever ser único e exclusamente

proveniente de nossa razão, abortando nossas

fontes sensoriais.
Mas, qual era o objetivo da Metafísica Por fim, outra característica desse

na Modernidade? Lembrando que neste período é a busca de um método para que se


período, assim como foi citado no Iluminismo, evite o erro, ou seja, a busca da certeza.

a Metafísica rompe com a tradição e, Descartes enumera 4 regras para se chegar ao

principalmente, com as autoridades religiosas. conhecimento seguro: Evidência, Análise,

Busca, portanto, investigar “sobre a Ordem e Enumeração.


capacidade humana de conhecer a verdade, Em reação a esta centralidade no sujeito e na

de modo que uma coisa ou um ente só é confiança demasiada na razão, surge nesse

considerado real se a razão puder conhecê-lo” período uma movimento chamado empirista
(CHAUÍ, 2011, p. 202). que enfatiza o papel dos sentidos e da

experiência sensorial nesse processo de

A Metafísica & René Descartes conhecimento. Alguns representantes

Segundo Marilena Chauí, a Metafísica importantes desse movimento são: Bacon,

nesse período afirma a incompatibilidade Locke e Hume.

entre fé e razão, já que durante a Idade Média

a razão estava a serviço da fé. Neste período Resumo sobre Metafísica:


também se busca um redefinição do Ser (da Metafísica é o estudo daquilo que vai
essência) ou da substância . além do físico, é a compreensão de um todo
Aqui entra um grande filósofo que é daquilo que está sendo investigado. Durante o
tido como o pai da metafísica da período da Modernidade a Metafísica
modernidade, René Descartes que afirmava concentrou-se na possibilidade do
que o ser humano seria composto por duas conhecimento, isto é, o que é conhecimento?
substâncias, que são distintas e separadas, res Podemos conhecer tudo? Como se dá o
cogitans ou substância pensante e res extensa conhecimento?
ou substância extensa. ATIVIDADE
A primeira corresponde ao
QUESTÃO 1
pensamento, à consciência e, a segunda

corresponde aquilo que é matéria, ao corpo.


É o caráter radical do que se procura que exige
Dando, portanto, uma nova interpretação ao
a radicalização do próprio processo de busca.
ser humano e também a sua capacidade de
Se todo o espaço for ocupado pela dúvida,
conhecer, dando ênfase ao sujeito que
qualquer certeza que aparecer a partir daí terá
conhece e não mais ao objeto.
sido de alguma forma gerada pela própria
dúvida, e não será seguramente nenhuma e regiões do mundo, como na Atenas de

daquelas que foram anteriormente varridas Péricles, na Índia do imperador Ashoka ou no


por essa mesma dúvida. Brasil de hoje.
SILVA, F. l. Descartes: a metafísica da modernidade. São
Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).
(Antonio Cícero. Resenha sobre o livro “O Roubo da
História”. Folha de S. Paulo, 01.11.2008. Adaptado)
Apesar de questionar os conceitos da tradição,
a dúvida radical da filosofia cartesiana tem
Com a leitura do texto, a modernidade pode
caráter positivo por contribuir para o(a)
a) dissolução do saber científico. ser entendida como

b) recuperação dos antigos juízos. a) uma tendência filosófica especificamente

c) exaltação do pensamento clássico. europeia e ocidental de crítica cultural e

d) surgimento do conhecimento inabalável. religiosa.

e) fortalecimento dos preconceitos religiosos. b) uma tendência oposta a diversas formas de


desenvolvimento da autonomia individual.

QUESTÃO 2 c) um conjunto de princípios morais absolutos,

A modernidade não pertence a cultura dotados de fundamentação teológica e cristã.

nenhuma, mas surge sempre CONTRA uma d) um movimento amplo de propagação da

cultura particular, como uma fenda, uma crítica racional a diversas formas de

fissura no tecido desta. Assim, na Europa, a preconceito.

modernidade não surge como um e) um movimento filosófico desconectado dos

desenvolvimento da cultura cristã, mas como princípios racionais do iluminismo europeu.

uma crítica a esta, feita por indivíduos como

Copérnico, Montaigne, Bruno, Descartes, QUESTÃO 3

indivíduos que, na medida em que a O principal problema de Descartes pode ser

criticavam, já dela se separavam, já dela se formulado do seguinte modo: “Como

desenraizavam. A crítica faz parte da razão poderemos garantir que o nosso

que, não pertencendo a cultura particular conhecimento é absolutamente seguro?”

nenhuma, está em princípio disponível a todos Como o cético, ele parte da dúvida; mas, ao

os seres humanos e culturas. Entendida desse contrário do cético, não permanece nela. Na

modo, a modernidade não consiste numa Meditação Terceira, Descartes afirma: “[…]

etapa da história da Europa ou do mundo, mas engane-me quem puder, ainda assim jamais

numa postura crítica ante a cultura, postura poderá fazer que eu nada seja enquanto eu

que é capaz de surgir em diferentes momentos pensar que sou algo; ou que algum dia seja
verdade eu não tenha jamais existido, sendo sistematicamente a todas as possibilidades de

verdade agora que eu existo […]” erro, de modo que ele resista à dúvida mais
obstinada.
(DESCARTES. René. Meditações Metafísicas. Meditação
Terceira, São Paulo: Nova Cultural, 1991. p. 182.
Coleção Os Pensadores.) QUESTÃO 4

TEXTO I
Com base no enunciado e considerando o Há já algum tempo eu me apercebi de que,
itinerário seguido por Descartes para desde meus primeiros anos, recebera muitas
fundamentar o conhecimento, é correto falsas opiniões como verdadeiras, e de que
afirmar: aquilo que depois eu fundei em princípios tão
a) Todas as coisas se equivalem, não podendo mal assegurados não podia ser senão mui
ser discerníveis pelos sentidos nem pela razão, duvidoso e incerto. Era necessário tentar
já que ambos são falhos e limitados, portanto seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-
o conhecimento seguro detém-se nas me de todas as opiniões a que até então dera
opiniões que se apresentam certas e crédito, e começar tudo novamente a fim de
indubitáveis. estabelecer um saber firme e inabalável.
b) O conhecimento seguro que resiste à
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira
dúvida apresenta-se como algo relativo, tanto
Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
ao sujeito como às próprias coisas que são
percebidas de acordo com as circunstâncias TEXTO II

em que ocorrem os fenômenos observados. É o caráter radical do que se procura que exige

c) Pela dúvida metódica, reconhece-se a a radicalização do próprio processo de busca.

contingência do conhecimento, uma vez que Se todo o espaço for ocupado pela dúvida,

somente as coisas percebidas por meio da qualquer certeza que aparecer a partir daí terá

experiência sensível possuem existência real. sido de alguma forma gerada pela própria

d) A dúvida manifesta a infinita confusão de dúvida, e não será seguramente nenhuma

opiniões que se pode observar no debate daquelas que foram anteriormente varridas

perpétuo e universal sobre o conhecimento por essa mesma dúvida.

das coisas, sendo a existência de Deus a única


SILVA, F.L. Descartes. a metafísica da modernidade. São
certeza que se pode alcançar. Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).
e) A condição necessária para alcançar o

conhecimento seguro consiste em submetê-lo


A exposição e a análise do projeto cartesiano c) entendimento.

indicam que, para viabilizar a reconstrução d) metafísica.


radical do conhecimento, deve-se e) sensibilidade.

a) retomar o método da tradição para edificar

a ciência com legitimidade.

b) questionar de forma ampla e profunda as


antigas ideias e concepções.

c) investigar os conteúdos da consciência dos

homens menos esclarecidos.


d) buscar uma via para eliminar das memórias

saberes antigos e ultrapassados.

e) encontrar ideias e pensamentos evidentes


que dispensam ser questionados.

QUESTÃO 5

Leia o texto a seguir.


A razão humana, num determinado domínio

dos seus conhecimentos, possui o singular

destino de se ver atormentada por questões,


que não pode evitar, pois lhe são impostas

pela sua natureza, mas às quais também não

pode dar respostas por ultrapassarem

completamente as suas possibilidades.

(KANT, I. Crítica da Razão Pura (Prefácio da primeira


edição, 1781). Tradução de Manuela Pinto dos Santos e
Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1994, p. 03.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre


Kant, o domínio destas intermináveis disputas

chama-se

a) experiência.
b) natureza.

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