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Tendo em conta os princípios da Justiça apresentados por John Rawls, em que medida
consideras que a União Europeia cumpre aquilo que este filósofo considera como “Um Estado
Justo”.
John Rawls argumenta que para um estado ser considerado justo e equânime, é
necessário cumprir dois princípios por ele defendidos. Um deles é o princípio da Liberdade,
que consiste na abstração de que cada pessoa tem o direito de ter o máximo de liberdade
possível, desde que não prejudique a liberdade dos outros. O outro princípio, o princípio da
diferença, passa pela exigência de que as desigualdades sociais e económicas sejam
organizadas de forma que beneficiem os mais desfavorecidos.
Em relação ao princípio da diferença, a União Europeia não cumpre com aquilo que
este filósofo considera como um estado justo, porque esta tem uma grande desigualdade
socioeconómica entre os seus Estados membros, em que os diferentes graus de
desenvolvimento e níveis de riqueza são bastante percetíveis entre alguns países. Esta
desuniformidade pode levar a um acesso desigual a serviços básicos, como saúde e educação,
assim como a oportunidades de emprego. Da mesma forma, uma crítica feita à UE é o facto
desta não garantir proteção adequada aos direitos trabalhistas, especialmente em relação aos
trabalhadores migrantes. Estes, numa grande maioria, confrontam-se perante salários baixos e
condições de trabalho precárias, colocando-os, por isso, em desvantagem em relação a outros
operários. Logo, estas abordagens não são consistentes com o princípio da diferença de Rawls,
que exige que as políticas sejam projetadas para beneficiar os menos favorecidos.
Por outro lado, a União Europeia põe em prática o princípio da liberdade, na medida
em que garante um conjunto de políticas e providências que visam promover e proteger a
liberdade, consoante o que é defendido por John Rawls. A UE tem uma extensa formalidade de
direitos humanos e promove, por exemplo, a Convenção Europeia dos Direitos Humanos e a
Carta dos Direitos Fundamentais da UE, que são exemplos claros de acordos internacionais
que providenciam a igualdade e a liberdade comum. Do mesmo modo, a UE oportuniza e
favorece a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais entre os seus 28 Estados
membros. Isto possibilita que os seus 507 milhões de cidadãos possam viver, trabalhar e
estudar em qualquer um dos Estados membros, sem restrições excessivas. Estas concepções
expressam a forma como a UE cumpre o direito da liberdade, conforme o pensamento de John
Rawls.