Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE JEAN PIAGET ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE


(CRIADA PELO DECRETO nº44-A/01 de 6 de JULHO DE 2001)

Licenciatura em Medicina 2º Ano

Trabalho de História da Medicina

MEDICINAS ALTERNATIVAS
PROVENÇÃO DE DOENÇA

Docente
________________________
Dr. Bartolomeu Canda MD, MSc,
Ph.D.
Luanda, Janeiro de 2024

UNIVERSIDADE JEAN PIAGET ANGOLA


FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE
(CRIADA PELO DECRETO nº44-A/01 de 6 de JULHO DE 2001)

Licenciatura em Medicina 2º Ano

Integrante do Grupo
 Ashley Isabel da Silva Gomes Ferreira- V0052872
1.INTRODUÇÃO

A medicina é tão antiga quanto a própria consciência do homem. A medicina parece


ter se originado através de praticas mágicas e sacerdotais de acordo com estudos feitos nos
séculos XIX e XX. Foram aos poucos se convencendo de que a doença e a morte, eram
causadas por demônios e que a parte boa da vida eram divindades. Era atribuídos também aos
demônios as tempestades, escuridão e as noites sem luar. Através desses poderes
sobrenaturais, portanto por meio de rezas e sacrifícios surgiram os feiticeiros, que alegavam
possuir conhecimento sobre as estrelas, as ervas curativas, os venenos e também que podiam
acalmar a fúria dos demônios. Os feiticeiros usavam máscaras de animais para espantar os
demônios causadores de doenças e para impressionar o paciente, a fim de despertar-lhes a fé.
Os feiticeiros eram mágicos cujos sortilégios deixavam as pessoas doentes ou curadas das
doenças. Eles utilizavam amuletos para afastar a doença. Seus ritos não deixam de ter relação
com a medicina moderna, pois seus conhecimentos vinham de estudos da natureza,
principalmente das propriedades das plantas e dos venenos de animais, como o uso das
mandrágoras que contem hioscinas como soporífero e antídotos para veneno de cobra,
antecipando dois avanços da ciência médica: sedativos e vacinas.

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1-FACTORES PARA O DESENVOLVIMENTO DAS MEDCINAS
ALTERNATIVAS NO MUNDO CONTEMPORANEO

O surgimento de novos modelos em cura e saúde a partir da segunda metade do século


XX, sobretudo com o movimento social urbano denominado contracultura, desencadeado nos
anos 60 e prolongado durante os anos 70 nos EUA e na Europa, incluiu a importação de
modelos e sistemas terapêuticos distintos daqueles da nossa racionalidade médica, e mesmo
opostos a ela, numa atitude, do ponto de vista deste trabalho, de rejeição cultural ao modelo
estabelecido, em função das razões já apontadas.
Além da importação de antigos sistemas médicos, como a medicina tradicional
chinesa e a ayurvédica, a reabilitação das medicinas populares ou folk do país (como as
xamânicas ou as ligadas às religiões afro-indígenas) foi um evento histórico que atingiu não
apenas o Brasil, mas o conjunto dos países latino-americanos, principalmente durante a
década de 80, basicamente nos grandes centros urbanos.
Tal evento pode ser evidenciado pelos seguintes indícios, entre outros: grande
desenvolvimento, nos centros urbanos, de farmácias e lojas de produtos naturísticos
tradicionais ou recentes; reaparecimento, em feiras populares urbanas, do “erveiro” (vendedor
de plantas medicinais) como agente de cura, e aparecimento, no noticiário da grande
imprensa escrita e televisiva, de reportagens freqüentes sobre os efeitos curativos de terapias
ou práticas terapêuticas não-convencionais, denotando aumento da procura das mesmas por
um número significativo de pessoas. Esse evento assinala também o boom das medicinas
tradicionais complexas na sociedade ocidental, que passaram a ser denominadas de terapias,
ou medicinas “alternativas”, e começaram a disputar espaços não apenas junto à clientela
liberal ou privada, mas também nos serviços de saúde, demandando uma legitimação
institucional até então não reconhecida ou concebida, e obtendo paulatinamente espaços de
inserção na rede pública. É necessário, entretanto, que se olhe agora um pouco mais de perto
essas “medicinas alternativas”, dada sua grande diversidade interna, bem como sua forma
diferenciada de inserção e enraizamento na cultura dos países africanos. (Luz Madel,2005)

2.2- MEDICINA ALTERNATIVA NO SÉCULO XIX

As práticas curativas domésticas e públicas dos grupos étnicos e das populações


mestiças com forte ascendente nativo são parte indissociável das formas de vida, das
cosmovisões e dos sistemas de valor e de significação das culturas locais. Esse tipo de
práticas, com seus recursos materiais, em geral erbolários, de vez em quando redescobertos
pelo olhar civilizador do Ocidente, faz parte de verdadeiros sistemas médicos complexos,
cuja racionalidade evidentemente difere do logos iluminista newtoniano. As medicinas
tradicionais indígenas, fortemente enraizadas nas culturas locais dos países sul-americanos,
sobreviveram como puderam ao massacre cultural do período histórico da colonização, e ao
da modernização que lhe sobreveio com o século XIX. Caracterizam-se como sistemas de
cura nos quais a integração ou harmonia homem/natureza, e natureza/cultura é um sinônimo
do que designaríamos, em nossa cultura, de equilíbrio para os indivíduos, e uma garantia de
saúde para a comunidade. (Luz Madel,2005)

2.3- EM TORNO DA RESOLUÇÃO OS NOVOS SISTEMAS ALTERNATIVOS


Acreditasse que um novo paradigma médico pode nascer justamente ali onde a
racionalidade médica ocidental esqueceu que era mais que um saber científico – isto é, que é
também uma arte de curar sujeitos doentes, distanciando-se da sua dimensão terapêutica, na
busca de investigar, classificar e explicar antigas e novas, sobretudo as novas, patologias
através de métodos diagnósticos crescentemente sofisticados. E na arte de curar predomina a
terapêutica sobre a diagnose.
À medicina tradicional indígena, há uma medicina em parte também originalmente
xamânica, mas marcadamente mais religiosa que a primeira, relacionada com a população de
origem africana, introduzida nos países da América do Sul e América Central através da
escravidão praticada no continente pelos colonizadores europeus, basicamente a partir do
século XVII e desenvolvida durante os séculos XVIII e XIX com o tráfico de escravos vindos
do continente africano. Essa medicina tradicional, ou mais exatamente, esse sistema de cura
complexo, que se enraizou fortemente na cultura das grandes fazendas e na dos centros
urbanos por influência da força de trabalho escrava, também tem uma base terapêutica
fortemente ancorada na fitoterapia.
Entretanto, embora empregue a natureza como recurso básico de intervenção de cura,
é inegavelmente mais espiritualista em sua abordagem dos fenômenos de adoecimento
individual e grupal, e seu agente de cura mais importante é normalmente um sacerdote (ou
sacerdotisa), através da figura do pai de santo ou mãe de santo, que opera terapeuticamente
intermediando entidades espirituais, divindades de diversas hierarquias, geralmente em rituais
em que possessão e exorcismo podem ter papel importante na cura. (Luz Madel,2005)
3-PREVENÇÃO DA DOENÇA
A prevenção de doenças é um ramo da medicina que possui o intuito de auxiliar as
pessoas a evitar ou contrair doenças. Para isso, pode-se incluir o uso de medicamentos de
vacinação, medidas preventivas de saúde e a identificação de fatores de risco que podem
tornar um indivíduo mais propenso a contrair uma doença. Além de promover bem-estar, pois
pessoas com hábitos saudáveis possuem menor risco de desenvolver doenças.
Por isso, é importante estar sempre atento ao sistema imunológico, afinal é ele o
responsável por garantir a proteção do corpo contra substâncias estranhas que possam surgir.
A prevenção de doenças é qualquer atividade destinada a proteger pacientes ou outros
membros da comunidade de ameaças reais ou potenciais à saúde e as suas consequências
nocivas.
A prevenção primária são as ações que visam evitar a manifestação de uma doença.
Isso pode incluir ações para melhorar a saúde, alterando o impacto dos determinantes sociais
e económicos na saúde; o fornecimento de informações sobre comportamento e riscos para a
saúde, juntamente com medidas para reduzi-los a nível pessoal e comunitário; suplemento
nutricional e alimentar; educação em higiene oral e dental; e serviços de prevenção clínica,
como imunização e vacinação de crianças, adultos e idosos, bem como vacinação ou
profilaxia pós-exposição para pessoas expostas a um doença transmissível.
A prevenção secundária trata da deteção precoce quando isso melhora os resultados
positivos para a saúde (isso inclui atividades como programas de triagem baseados em
evidências para deteção precoce de doenças ou para prevenção de malformações congénitas e
terapias preventivas com medicamentos de eficácia comprovada quando administrados numa
fase inicial da doença).
Deve ter-se em conta que, embora as atividades de prevenção primária possam ser
implementadas independentemente do desenvolvimento de capacidades noutros serviços de
saúde, este não é o caso da prevenção secundária. A triagem e a deteção precoce são de valor
limitado (e podem até ser prejudiciais ao paciente) se as anomalias não puderem ser
prontamente corrigidas ou tratadas através de outros serviços do sistema de saúde. Além
disso, um bom sistema primário de saúde com população registada, facilita a organização
ideal e a disponibilização de programas acessíveis de rastreamento populacional e deve ser
vigorosamente promovida. (Clínica da cidade,2023)

3.1- EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA HIGIENE INDIVIDUAL


Para o senso comum actual, higiene é sinônimo de limpeza. Nem sempre foi assim, e
os especialistas em saúde bem o sabem. Actualmente, as palavras higienismo e higienista são,
diversas vezes, usadas de maneira pejorativa, pois higiene ganhou o sentido de uma
intervenção autoritária, centralizadora e de controle social por parte do Estado sobre os
indivíduos.1 A “criminalização” ocorre por se associar higiene a esse tipo de “medicalização
da vida” ou à eugenia (Guimarães, 2013).
A higiene pode, de fato, estar próxima daquilo de que tem sido acusada, mas nem
sempre foi assim. Hygeinos, em grego, significava “saudável” (Vigarello,1988), e Hygeia era
a deusa grega da saúde. Os conceitos de higiene e de saúde, desde os gregos, estão muito
próximos, e, conforme se verá, estiveram durante muito tempo associados às ideias de dieta
alimentar e sobriedade. O primeiro higienista da Idade Moderna, Luigi Cornaro (1467-1565),
não associava higiene a limpeza.
3.2- POLITÍCA SANITÁRIA E HIGIENE INDIVIDUAL
Ao comparar as mudanças da palavra higiene no tempo e no espaço, podemos ter alguma
compreensão de determinadas forças sociais, políticas, econômicas e acadêmicas em disputa.
Não poderíamos, dessa maneira, ignorar as inter-relações entre as esferas de poder – político,
econômico e acadêmico – na conformação recíproca do que se esperava e do que podia ser
repreensível no processo de legitimação dos grupos internos e, também, na busca de
reconhecimento por parte dos aspirantes aos quadros de mando de cada campo (chamados
por Bourdieu de profanos):
A fronteira entre o que é politicamente dizível ou indizível, pensável ou impensável para
uma classe de profanos determina-se na relação entre os interesses que exprimem esta
classe e a capacidade de expressão desses interesses que a sua posição nas relações de
produção cultural e, por este modo, política, lhe assegura. ... a passagem do implícito ao
explícito, da impressão subjetiva à expressão objetiva, à manifestação pública num
discurso ou num ato público constitui por si um ato de ‘instituição’ e representa por isso
uma forma de oficialização, de legitimação (Bourdieu, 2007).

E essa busca por legitimação impõe a concorrência interna para que sejam satisfeitos
os interesses dos mandantes, na homologia entre as esferas sociais (seja a artística, a
religiosa, a acadêmica) e a política. ( Mantovani Rafael,2018)

3.3-INDUSTRIALISMOS E MEDICINA LABORAL


A Medicina do Trabalho surgiu na Inglaterra junto da Revolução Industrial, durante o
século XIX. Com a exploração da mão de obra feita por processos desumanos, os
trabalhadores das indústrias foram afetados por diversos tipos de doenças, o que exigiu
intervenção médica dentro das empresas.
Foi assim que surgiu a Recomendação 112/45, que trata do “serviço de medicina do
trabalho” para assegurar proteção contra todo o risco que prejudique a saúde do trabalhador e
comprometa a atividade executada na empresa.
Com a expansão da Industrialização, a Medicina Ocupacional passou a ser
indispensável para a redução de afastamentos provocados pelas doenças do trabalho.
O que foi muito relevante para a história da segurança do trabalho foi quando a
revolução industrial percebeu a necessidade de preservar o potencial humano como forma de
garantir a produção. A sistematização dos procedimentos preventivos ocorreu primeiro nos
Estados Unidos, no início do século XX.(RSData,2023)

3.4- MEDCINA PREVENTIVA


A medicina preventiva é uma área da medicina que busca prevenir doenças e outros
problemas de saúde, por meio de intervenções que podem ser aplicadas tanto no nível
individual quanto coletivo.
Seu objectivo é evitar a manifestação de doenças ou minimizar seus efeitos,
antecipando-se aos fatores de risco que podem levar ao surgimento de patologias e oferecer
uma abordagem integrada e multidisciplinar, que leve em conta as particularidades de cada
indivíduo e sua situação de saúde.
A medicina preventiva se diferencia da medicina curativa, que se dedica ao tratamento
de doenças já instaladas no organismo.
Na medicina preventiva, o foco está em medidas que possam evitar o aparecimento de
doenças, como a adoção de hábitos saudáveis, a realização de exames periódicos e a
vacinação.
A medicina preventiva abrange diversas áreas de atuação, como a promoção da saúde, a
prevenção de doenças crônicas, a imunização, o controle de infecções e a segurança do
paciente. (Miranda Victor,2023)

4. Conclusão

Depois da concepção de que as doenças não eram causadas por demônios,


tempestades, escuridão e outros fenômenos sobrenaturais que as curas para estas doenças
estavam atreladas ao conhecimento sobre as estrelas, ervas curativas, venenos ou qualquer
outro acto que pudesse acalmar a fúria dos demônios, o homem implementou novos modelos
em cura e saúde a partir da metade do século XX. Com a importação de antigos sistemas
médicos como a medicina tradicional chinesa e ayuverídica.
Já no século XlX, as práticas curativas domésticas e públicas dos grupos étnicos e das
populações mestiças com forte ascendente nativo tornaram-se parte indissociável das formas
de vida. A prevenção de doenças é um ramo de medicina que possui o intuito de auxiliar as
pessoas a evitar ou contrair doenças.
4.Referências bibliografica

1. BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2007.


2. GUIMARÃES, Reinaldo. O mal-estar na saúde pública. Saúde em Debate, v.37, n.96,
p.159-188. 2013;
3. Madel T. Luz PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 15(Suplemento):145-
176, 2005;
4. VIGARELLO, Georges. Concepts of cleanliness: changing attitudes in France since
the Middle Ages. New York: Cambridge University Press. 1988;
5. https://blog.iclinic.com.br/medicina-preventiva/;
6. https://www.ipleiria.pt/inovar/qualidade/healthy-campus/prevencao-de-doencas/;
7. https://clinicadacidade.com.br/prevencao-de-doencas/;
8. https://www.rsdata.com.br/como-comecou-a-medicina-do-trabalho-no-mundo/.

Você também pode gostar