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Cliff Blair1
História da Igreja
Uma de nossas janelas antigas para a Igreja Primitiva vem da famosa carta do
governador da Bitínia, Plínio, o Jovem, ao Imperador Trajano (c. 112 d.C.). Nela ele
descreve o culto dos cristãos primitivos da seguinte forma: “no dia determinado,
costumavam se encontrar antes da alvorada, e recitavam em antífona um hino a Cristo,
como a um deus; ligavam-se por juramento, não para cometerem algum crime, mas para
se absterem de furto, assalto, adultério, perjúrio e sonegação de depósitos quando
reivindicados”.20 Assim, desde os dias mais antigos da Igreja pós-bíblica nós vemos o
canto congregacional como a norma para o culto do povo de Deus. 21 Na realidade, em
alguns séculos os corais seriam desenvolvidos. A maioria dos estudiosos concorda que
foi no período medieval antigo que a complexidade da música cresceu e “o canto se
tornou o privilégio dos monges e clérigos, e a congregação foi colocada na posição de
ouvinte e espectadora”.22 Old escreve sobre esse período: “Cada vez mais os monges
eram encarregados do louvor na igreja”. 23 Felizmente, isto não durou: “Com a Reforma
os louvores da igreja tomaram uma direção completamente diferente. Os Reformadores
quiseram que toda a congregação entoasse os louvores da igreja. Eles quiseram o povo
para cantar em sua própria linguagem e em melodia simples o bastante para que o povo
aprendesse”. 24 Focalizando em João Calvino, James Hastings Nichols observa que os
Reformadores não viram os seus esforços como uma inovação, mas sim como uma
restauração da prática da Igreja Primitiva com estava baseada nas Escrituras: “Calvino
sabia, como fez a igreja primitiva, que „cada cristão assume o exaltado título de
sacerdote‟ e tem lugar legítimo no oferecimento corporativo de louvor e intercessão. As
pessoas deveriam entender, e na medida do possível, unir suas vozes para cantar e orar
no serviço de culto. Assim eles fizeram no terceiro e quarto século”. 25
Assim, foi debaixo da liderança dos grandes Reformadores como Calvino,
Lutero e Bucer, que o canto foi legalmente restabelecido à congregação como um todo.
A era da Reforma e os séculos seguintes viram uma produção firme de Saltérios e hinos
designados com o grande objetivo de equipar o povo de Deus para fielmente cumprir o
seu chamado de cantar louvores a Ele.
Não foi até o século dezenove que este estado de coisas no Protestantismo
começou a mudar. A fonte desta regressão pode ser traçada até uma pessoa e um
movimento. A pessoa foi John Jebb, e o movimento foi o Anglo-Católico dentro da
Igreja da Inglaterra.26 James White descreve o papel de Jebb assim:
Em 1841, sob sugestão de Jebb, [Walter Farquhar] Hook introduziu
um completo serviço coral na nova paróquia que ele estava
construindo em Leeds. Antes deste tempo, a única forma comum de
coro nas paróquias inglesas era uma pequena faixa de músicos que
ficavam na galeria ocidental. Além de um hino ocasional, sua
participação no serviço era desprezível. Jebb convenceu Hook que os
serviços corais, mantidos desde os tempos antigos nas catedrais,
podiam ser usados amplamente nas igrejas da paróquia. Deve ser
notado que, nos serviços das catedrais os coristas e o clero eram
geralmente os únicos adoradores, além do que o serviço das catedrais
não era projetado para a participação da congregação. Não obstante,
Jebb sentiu que o serviço das catedrais poderia ser usado em algumas
igrejas da paróquia e advogou o seu uso no seu livro The Choral
Service of the United Church of England and Ireland (1843). Hook
fez uma inovação maior dando ao coro um lugar importante no culto
das igrejas da paróquia. Sua prática de vestir o coro de forma especial
e colocá-lo no santuário foi logo amplamente adotada, em grande
prática, por uma razão arquitetônica. Durante a década de 1840 a
Cambridge Camden Society estava ativamente promovendo a
“correta” construção de igrejas góticas do décimo-quarto século com
os seus fundos característicos. O coro investido muito nitidamente
resolveu o problema do que fazer com o santuário. Dentro de poucas
décadas, quase todas as paróquias Anglicanas tinham adotado a
moderna prática de encher o santuário com um coro de leigos.27
Nichols reconta muitos dos mesmos detalhes, e afirma que, “Jebb explicitamente
se opôs ao cântico congregacional como „uma noção errada e moderna‟. As
congregações deveriam ficar sentadas e ouvir os profissionais fazerem corretamente”. 28
Nichols opina: “Talvez o legado mais infeliz do movimento Anglo-Católico para as
igrejas reformadas, em geral, tenha sido essa epidemia de santuários e corais teatrais”. 29
De forma esquisita, essa “epidemia” não foi desafiada e documentada. Dentro do
Presbiterianismo Americano, existe pequena evidência de um grande debate sobre esse
ponto – que é ainda mais impressionante quando alguém considera as implicações
sacerdotais do empreendimento. Julius Melton simplesmente diz desse período: “O
século dezenove estava testemunhando mudanças mesmo na piedade e no culto da
Velha Escola Presbiteriana. Mas poucas pessoas parecem estar perturbadas com isso”.30
As atas da Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana (Velha Escola) de 1867 registraram
pelo menos um comentário sobre esse assunto:
A introdução de coros ou instrumentos musicais só pode ser
justificada se eles servem a este fim (inspirar e expressar devoção) e
ajudar e acompanhar a música sacra; e não para nenhuma exibição de
habilidade artística, nenhuma delicadeza de treinamento vocal,
nenhuma medida de habilidade musical, compensa a violação, ou
mesmo a negligência, dos decoros do culto divino. Sendo assim, a
Assembléia não pode observar, sem séria preocupação, o grande e
crescente mau, que a música do santuário, em vez de auxiliar a
adoração a Deus, frequentemente é pervertida para fins carnais, sendo
secular em caráter e associações, inadequada ao uso congregacional...
A Bíblia não reconhece o serviço musical como sendo executado por
poucos no lugar de muitos; mas ela nos ensina que Deus se deleita nos
louvores entoados por todo o povo. 31
As décadas que seguiram as grandes mudanças trazidas pela febre reavivalista
do Segundo Grande Despertamento não eram auspiciosas para seguir tal raciocínio
contido. Como Melton descreve a terceira parte do século dezenove: “A história tinha
desafiado as igrejas presbiterianas americanas por criar, repentinamente, „públicos‟ nos
seus serviços de domingo, que incluíam grande número de pessoas sem igreja. para
responder a esse desafio, os serviços começaram a mudar de períodos de adorar a Deus
e edificar os crentes em oportunidades para convencer e persuadir o não-salvo”.32 Essas
mudanças incluíram (entre outras coisas) a difundida inclusão de corais no culto. Estes
corais, admitidos nos dias do reavivalismo por motivos estéticos e sem o exame dos
motivos teológicos arraigados no movimento Anglo-Católico, permanece como a vasta
maioria da Igreja Protestante de hoje. Poucos afirmariam que o culto da Igreja
significativamente próspero nestes anos.
Conclusão
Nós vimos que o argumento para corais no culto público não é nenhum
argumento, mas uma mera suposição. Ela não pode descansar no precedente dos corais
levíticos sem participar de uma teologia sacerdotal que está em total conflito com o
sacerdócio de todos os crentes ensinado no Novo Testamento. A história da Igreja
mostrou que o avanço dos corais se deu nas épocas em que a teologia sacerdotal estava
elevada (no período medieval e em conexão com o movimento Anglo-Católico do
século dezenove). Além disso, nas estações mais vigorosas e frutíferas da história da
Igreja (i.e., os séculos primitivos e a Reforma) foram distintamente marcadas pelo
cântico congregacional no culto do povo de Deus. Por último, nós vimos que muitas das
objeções contra os princípios bíblicos aqui defendidos já são conhecidas; caem diante
do fracasso de suas próprias suposições; ou podem ser respondidas na maneira em que
comporta com nossa tese.
Quando todas estas coisas são consideradas, não resta lugar para corais no culto
independente do povo de Deus unido em Cristo. É bastante, que permaneça para esse
povo unir suas vozes em louvor como nós respondemos ao chamado dEle: “Saiu uma
voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o
temeis, os pequenos e os grandes” (Apocalipse 19.5).
1
O autor é pastor da Redeemer Orthodox Presbyterian Church em Charlotte, Carolina do
Norte.
2
E-mail para contato: alanrenne@hotmail.com. Traduzido em abril de2010.
3
John Calvin, The Necessity of Reforming the Church, (1544; reprint, Dallas: Protestant
Heritage Press, 1995), 15.
4
Catecismo Maior, perguntas 107-110 e Breve Catecismo, perguntas 49-52.
5
Particularmente, tem-se em mente os corais que cantam no culto enquanto a congregação
está em silêncio. Alguma consideração será dada na seção 3 aos corais distintos da
congregação, mas que cantam em uníssono com ela. Especificamente, neste trabalho não se
abordará concertos corais ou outras performances musicais fora dos serviços de culto da
Igreja.
6
James F. White, “The Church Choir: Friend or Foe?” The Christian Century, 23 March, 1960,
355.
7
John Frame, Worship in Spirit and Truth, (Phillipsburg, NJ: P&R, 1996), 127-9 [John Frame,
Adoração em Espírito e em Verdade, (São Paulo: Cultura Cristã, 2006)]; Joe Morecraft III, How
God Wants Us to Worship Him, (San Antonio: Vision Forum, 2001), 193-5; e com menor
precisão Robert Webber, Worship Old and New, (Grand Rapids: Zondervan Publishing House,
1982), 178, que afirma que, “as raízes do som na igreja antiga são encontradas na herança do
Antigo Testamento”.
8
O New Brown, Driver and Briggs Hebrew-English Lexicon diz da ambígua frase
lamenatseach: “nos títulos dos Salmos existe um provável e simples significado, de diretor
musical ou mestre do coro” (664). NASB: diretor do coral; KGV: Músico-chefe; NIV diretor de
música.
9
Daqui em diante, as referências aos corais levíticos ou músicos devem ser entendidas como
se referindo a ambos.
10
É importante distinguir os cantores levíticos mencionados em Esdras 2.41,70; 7.7; Neemias
7.1,44,73, etc., dos “cantores e cantoras” em Esdras 2.65 e Neemias 7.67. Comentando Esdras
2, Derek Kidner observa: “Os cantores eram distintos dos corais do templo do verso 41 e eram
simplesmente uma adição agradável para um rico estabelecimento”: cf. 2 Samuel 19.35” “Ezra
and Nehemiah”, Tyndale Old Testament Commentaries, Vol. 11 (Downers Grove, Ill.: Inter-
Varsity Press, 1979), 44. Semelhantemente, C. F. Keil afirma: “Os israelitas empregaram
homens e mulheres cantores... estes, porque cantaram e tocaram por contrato, são nomeados
juntamente com os servos e as servas, e distintos dos cantores e músicos levíticos”. Ezra,
Nehemiah, and Esther, trans. Sophia Taylor (reprint; Grand Rapids: William B. Eerdmans
Publishing Co., n.d.), 47. Tais observações da menção separada de ambos os grupos na
mesma passagem deveriam ser óbvias, mas nós as sublinhamos aqui pois elas serão
importantes para a nossa discussão posterior sobre os coros levíticos.
11
O esplendor do evento é destacado no original por uma mudança de vocabulário. A
expressão traduzida “as companhias deles renderam graças” (KJV) ou “corais” (NASB) (vv.
31,38,40) é o substantivo hattodoth (significando ações de graças ou confissões) em lugar da
palavra habitual para cantores ou corais hammeshorrim (piel plural particípio de shir). “Era
como se esses corais fossem a incorporação do que eles cantavam” Kidner, 126.
12
Hughes Oliphant Old, Worship That is Reformed According to Scripture (Atlanta: John Knox
Press, 1984), 41.
13
É importante sublinhar que estes não eram corais mistos como às vezes é afirmado. Por
exemplo, sobre a discussão de “Hemã”, um dos líderes dos coros levíticos, o NIV Dictionary
cita 1 Crônicas 25 e declara: “Suas... três filhas estavam no coral”. Semelhantemente, The New
Nave’s Topical Bible sobre o assunto “mulheres” afirma que elas serviam nestes corais, citando
a mesma passagem e as de Esdras e Neemias, que mencionam as cantoras femininas em
distinção dos corais levíticos (veja a nota nº 8). Ambas as fontes interpretam mal a passagem,
o que acontece se os versos 5 e 6 são tirados do seu contexto. 1 Crônicas 25.5-6 diz em parte:
“dando-lhe catorze filhos e três filhas. Todos estes estavam sob a direção respectivamente de
seus pais, para o canto da Casa do SENHOR...”. O contexto maior mostra claramente que
apenas os seus filhos estavam no coral. O “todos estes” do verso 6 é a “subscrição à
enumeração dos versos 2-5”. C. F. Keil, Chronicles, trans. Andrew Harper (reprint; Grand
Rapids: William B. Eerdmans Publishing Co., n.d.), 272. Que as filhas são nomeadas como
uma indicação da bênção de Deus sobre Hemã e não como participantes do coral fica claro no
versículo 1, que afirma: “Davi... separou para o ministério os filhos de Asafe, de Hemã e de
Jedutum”, e também do final do capítulo que lista o serviço de todos os vinte e quatro filhos
nomeados nos versos 2-4 – mas não diz nada a respeito das filhas.
14
Além dessas duas passagens, Old sugere que Atos 4.23-31 pode se tratar do canto
congregacional de um salmo (v. 24: “Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus...). O
ponto é discutível; se está correto, apenas sublinha a tese do presente trabalho. Veja a
discussão de Old, 43-44.
15
Mary Hopper, “Music and Musical Instruments” in Baker Encyclopedia of the Bible, (1997).
Uma nota adicional em 1 Coríntios 14.26: “… Quando vos reunis, um tem salmo, outro,
doutrina...”. Este verso não dá nenhuma indicação se o salmo era cantado ou falado, se era de
origem carismática ou não, ou que uso adicional do salmo seria feito em reuniões posteriores.
O certo, é que nenhum argumento para solos pode descansar em uma fundação tão vaga (e
em uma preocupação tangencial de Paulo nesta passagem). Menor crédito é dado à noção de
que o salmo trazido “quando vos reunis” seria dado, então, apenas a uma porção da
congregação para cantar. Hughes Old, Worship That is Reformed According to Scripture, 43,
especula que este verso “provavelmente significa que toda a congregação estava cantando um
salmo, mas pode indicar que os primeiros cristãos tinham cantores como na sinagoga. O cantor
cantaria o texto enquanto a congregação respondia cantando „Aleluia‟ depois de cada verso.
Seguramente, não quer dizer que cada um se levantava e cantava um solo”. Mesmo se a
especulação de Old acerca de um cantor estiver correta, ainda assim, isso requereria a
participação de toda a congregação.
16
Efésios 5.19: “falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor
com hinos e cânticos espirituais”; Colossenses 3.16: “Habite, ricamente, em vós a palavra de
Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com
salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração”; Tiago 5.13: “Está
alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores”.
17
Daniel B. Wallace, Greek Grammar Beyond the Basics (Grand Rapids: Zondervan Publishing
House, 1996), 350.
18
Apocalipse 5.9-10: “e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-
lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem
de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e
reinarão sobre a terra”; Apocalipse 14.3: “Entoavam novo cântico diante do trono...”; Apocalipse
15.3: “e entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro”.
19
Romanos 12.5: “somos um só corpo em Cristo”; Efésios 4.16: “de quem todo o corpo, bem
ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta”; Colossenses 2.19: “e não retendo a cabeça,
da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o
crescimento que procede de Deus”.
20
Henry Bettenson, ed., Documents of the Christian Church (London: Oxford University Press,
1943), 4-5.
21
A carta de Plínio não é uma testemunha singular da Igreja Primitiva. Eusébio faz numerosas
referências a tal na sua História Eclesiástica (e.g. V, xxviii, 5; VII, xxx, 10; X, iii, 3) como faz
Sócrates Scholasticus (VII, viii) e Sozomen (em referência à hinódia de Santo Efraim, III, xvi)
em suas obras de mesmo título. Terry Johnson (provavelmente confiando no Velho) afirma
que, “abundam numerosas referências [para o canto congregacional dos Salmos] nos sermões
de Agostinho, Basílio, o Grande, e Crisóstomo”. Terry L. Johnson, ed., Leading in Worship (Oak
Ridge, TN: Covenant Foundation, 1996), 11, n. 16.
22
Webber, Worship Old and New, 179.
23
Old, Worship That is Reformed According to Scripture, 47.
24
Ibid.
25
James Hastings Nichols, Corporate Worship in the Reformed Tradition (Philadelphia:
Westminster Press, 1968), 15. A citação é da Operi Calvini, ed. por G. Baum, E. Cunitz, E.
Ruess (Brunsvigae, 1884), XXVII, 407. Realmente, tão clara era a intenção de Calvino de
reformar as práticas da sua época de acordo com o padrão da igreja antiga que ele intitulou o
seu livro de culto como A Forma das Orações de Acordo com o Costume da Igreja Primitiva.
26
Nota do Tradutor: O movimento Anglo-Católico foi um protesto contra o domínio da Igreja
pelo Estado. Foi iniciado por Edward Pusey, John Keble e John Henry Newman, que viam o
relacionamento da igreja com o estado como uma verdadeira ameaça. Eles insistiam em que a
autenticidade da igreja achava-se na natureza essencial do episcopado. A ordenação pelos
bispos era, portanto, considerada a essência da igreja, sem a qual uma igreja não é aceita
como tal. De acordo com C. F. Allison, nos tempos modernos foram discernidas quatro linhas
do anglo-catolicismo, de maneira que a enfatizada neste trabalho é a da Sociedade Camden de
Cambridge e seus sucessores, que de acordo com ele, “enfatizam bastante, e com um pouco
de romantismo, a história da Inglaterra e os ritos e vestimentas ingleses da pré-Reforma”. Isso
explica o apego aos corais católicos. Cf. Walter A. Elwell (Ed.), Enciclopédia Histórico-
Teológica da Igreja Cristã, Vol. 1, (São Paulo: Vida Nova, 2009), 70. Comentando as ênfases
do movimento Anglo-Católico, Cairns afirma: “O movimento romântico, com seu destaque das
glórias do passado gótico e seu amor pela beleza ritual para estimular as emoções estéticas no
culto, fomentou as ideias ritualistas do movimento”. Cf. Earle E. Cairns, O Cristianismo Através
dos Séculos, (São Paulo: Vida Nova, 2003), 382. Com tais ênfases, os defensores da prática
de corais no culto encontraram um terreno muito fértil.
27
White, “The Church Choir: Friend or Foe?”, 355.
28
Nichols, Corporate Worship, 161. A citação é de G. W. O. Addleshaw e F. Etchells, The
Architectural Setting of Anglican Worship (London: Faber & Faber, Ltd., 1948), 219.
29
Ibid., 161-62.
30
Julius Melton, Presbyterian Worship in America (Richmond, VA: John Knox Press, 1967), 42.
31
Citação de William E. Moore, Presbyterian Digest, (1873), 781, citado em Joseph A. Pipa, Jr.,
“Unpublished lecture notes of Covenantal Worship”.
32
Melton, Presbyterian Worship, 57.
33
Frame, Worship in Spirit and Truth, 129. Nota do Tradutor: A citação foi retirada da edição
em português: John Frame, Em Espírito e em Verdade, (São Paulo: Cultura Cristã, 2006), 174-
75.
34
Interessantemente, enquanto Morecraft adere aos argumentos de Shaw, Shaw não mais. Em
uma recente conversa particular, ele disse a este autor que mudou significantemente a sua
posição e já não acredita que há autorização bíblica para os corais no culto.
35
Benjamin Shaw, Studies in Church Music (Taylors, SC: GPTS Press, 1993) citado em
Morecraft, How God Wants Us to Worship Him, 194.
36
White, “The Church Choir: Friend or Foe?”, 355.
37
Ibid.
38
G. Vandooren, The Beauty of Reformed Liturgy, (Winnipeg: Premier Publishing, 1980), 51-52.
White, “The Church Choir: Friend or Foe?”, The Christian Century, 23 (Março, 1960), 356, faz
um comentário parecido: “Não existe nenhuma razão porque o coro não pode ser usado para
encorajar o cântico congregacional... Algumas experiências notáveis foram feitas, nas quais
membros de corais treinados se espalharam ao longo da congregação com a intenção de
encorajar o cântico por parte de todos os adoradores”.
39
Melton, Presbyterian Worship, 101.