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Texto A
1. Assinala com um , nos itens 1.1 a 1.4, a opção que completa cada frase, de acordo com o texto.
1.2. Para um interveniente, a principal diferença entre animais de companhia e animais selvagens
A. é que os primeiros estão presos e os segundos não.
B. é que os segundos estão presos e os primeiros não.
C. é que os primeiros vivem em casa e os segundos não.
1.3. Algumas crianças usam a expressão «de companhia» com outros sentidos, por exemplo
A. viver no zoo acompanhado de animais.
B. trabalhar com pessoas numa companhia.
C. estar acompanhado a caçar.
Texto B
Cães choram de alegria quando se reencontram com os donos, aponta estudo
3. Assinala com um , nos itens 3.1 a 3.3, a opção que completa cada frase, de acordo com o texto.
3.3. Através da comparação com os “humanos” (linhas 26 e 27) pretende-se afirmar que
A. os cuidados prestados a animais não têm qualquer relação com as suas ações.
B. os donos dos animais não se deixam influenciar pelas interações com os cães.
C. as reações dos animais influenciam a forma como os donos cuidam deles.
D. os donos de animais que têm filhos são mais empáticos com os seus animais.
Texto C
O professor Eisaburo Ueno abrigou-se bem. Apesar de ainda não ter nevado em Tóquio,
o vento era tão gelado que se cravava nas costelas como um punhal traiçoeiro. (…)
– Vimos buscar uma caixa proveniente de Odate, com um cão. – explicou o professor.
– Ah, sim! Pobre animal. Chegou esta tarde. Não sei se está vivo.
5 Ao ouvir aquilo, o professor sobressaltou-se, mas não pôde perguntar nada porque Ibuki já
tinha desaparecido entre as estantes a maldizer o frio. Reapareceu pouco depois com uma caixa
de madeira cheia de buracos.
– Aqui está ele – disse Ibuki, entregando-lhe a caixa.
– O que eu lhe dizia, professor. É um akita, branco
10 como um floco de neve. Coisa estranha em cães desta
raça, mas tanto faz, pois temo que não tenha resistido
à viagem. Agora parece mais um novelo de lã do que
um cão. (…)
Naquele momento, o cão levantou a cabeça e olhou
15 fixamente para o professor que se apercebeu de que
ele era manso, peludo como todos da sua espécie e de
que estava tão enjoado que nem se segurava em pé.
(…)
– Isso… – interrompeu o professor – Vou levá-lo.
20 Ao ouvir que o professor o ia tirar daquele
armazém, a cauda do animal começou a abanar e a
bater na caixa onde o tinham enfiado. (…)
– Bem – disse o professor para se despedir. – Amanhã será outro dia.
– Claro que sim, professor. (…) Mas a este já nada lhe vai faltar. Ou estou enganado?
25 O professor não lhe respondeu, mas sorriu, meteu o cão debaixo do casaco e saiu pela porta
principal da estação, seguido pelo seu criado, que não abrira a boca o tempo todo.
(…) Ao chegar a casa, tanto a Senhora Yaeco como a sua filha, Chizuko, estavam à porta à sua
espera e as duas aproximaram-se para ver o cachorrinho, mas num segundo passaram do sorriso
a consternação.
30 – Ele… ele está morto? – disse Chizuko, levando as mãos à cara.
– Não, não está morto. – respondeu-lhe o pai, enquanto tirava o casaco sem soltar o cão, que
continuava a dormir placidamente. – Mas não fiquem aí especadas- ordenou-lhes secamente.
– Vão buscar leite.
Talvez tenha sido ao sentir o cheiro da tigela de leite quente que o cachorro espertou e
35 levantou a cabeça farejando aquilo que cheirava tão bem. O professor ficou um bom bocado a
dar-lhe calor e a fazer com que ele bebesse o leite quente, enquanto o acariciava. (…)
– Antes de mais, temos de lhe pôr um nome – disse o professor, enquanto continuava a fazer-
-lhe festas.
– Eu tinha pensado em Fuji, como a montanha – disse a sua filha.
40 – Fuji? – estranhou Eisaburo Ueno – Nem pensar. Vamos chamar-lhe Hachiko. (…) Não viram
as pernas dele? – exclamou o professor. – São tortas, parecem um hashi, o número oito.
As mulheres ficaram caladas e, como não disseram mais nada, o professor Ueno concluiu
satisfeito:
Hachiko o cão que esperava, Lluis Prats, Fábula, 2022, pp. 26-33.
6.1. Na frase «… o vento era tão gelado que se cravava nas costelas como um punhal
traiçoeiro.» (linha 2) está presente
A. uma personificação que destaca a dor que o punhal provocava.
B. uma enumeração que refere as condições meteorológicas em Tóquio.
C. uma comparação que evidencia o doloroso impacto do frio naquele dia.
D. uma metáfora que acentua a dor de uma ferida que o professor apresentou.
6.3. Na resposta do professor, «– Isso… – interrompeu o professor. – Vou levá-lo.» (linha 19),
estão presentes
A. um determinante demonstrativo e um pronome pessoal.
B. um pronome demonstrativo e um pronome pessoal.
C. dois pronomes pessoais.
D. um determinante demonstrativo e um pronome demonstrativo.
6.4. Ao despedir-se, dizendo «Amanhã será outro dia.» (linha 23), o professor demonstra
A. o desconhecimento do que ia acontecer ao cão.
B. má vontade para com o empregado.
C. esperança de que o cão recupere bem.
D. apenas a constatação de que o dia está a terminar.
6.5. Na frase «… as duas aproximaram-se para ver o cachorrinho, mas num segundo
passaram do sorriso a consternação.» (linhas 28-29) verifica-se
A. que ambas apreciaram o cão, mas ficaram preocupadas pelo seu estado.
B. que ambas rejeitaram o cão devido ao seu mau estado.
C. que ambas se entristeceram devido à chegada do cão a casa.
D. que nenhuma desejava o cão e que esta chegada as preocupou.
«Talvez tenha sido ao sentir o cheiro da tigela de leite quente que o cachorro espertou e
levantou a cabeça farejando aquilo que cheirava tão bem. O professor ficou um bom bocado
a dar-lhe calor e a fazer com que ele bebesse o leite quente, enquanto o acariciava. (…)»
9. Fechem a porta!
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Texto D
11. Comprova que estamos perante uma publicidade INSTITUCIONAL, fazendo referência a dois
aspetos distintos que contribuam para a eficácia da mensagem.
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços
em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/).
Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do número de algarismos
que o constituam (exemplo: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
– um desvio dos limites de extensão implica uma desvalorização parcial de até dois pontos;
– um texto com extensão inferior a 55 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.
FIM
Item
Textos
Cotação (em pontos)
11. 4
Texto D
12. 20
TOTAL 100
Texto A
1. 1.1 B 1.2 A 1.3 C 1.4 B
Texto B
2. 3 – 1 – 4 – 2 – 5
3. 3.1 A 3.2 B 3.3 C
Texto C
4. D – B – A – E – C – G – F
5. Eu concordo com o empregado do armazém que estava preocupado pelo facto de o cão estar dentro
de uma caixa sem comer e cheio de frio, depois de uma viagem. Um cão não é uma mercadoria, é
um ser vivo, e precisa de cuidados.
6. 6.1 C 6.2 B 6.3 B 6.4 C 6.5 A
7. B.
8. O cão foi chamado de «Hachiko», porque, em japonês, «oito» diz-se «hachi» e as pernas tortas do
cão lembravam esse número.
9. 9.1. Fechem-na.
10. (1) b; (2) a; (3) b; (4) a
Texto D
11. Trata-se de uma publicidade institucional, na medida em que se pretende apelar a uma mudança de
comportamento por parte dos recetores da mensagem. Neste caso, pretende-se sensibilizar as pessoas
e levá-las a não abandonarem os seus animais de companhia nas férias como, infelizmente, acontece
com alguma frequência.
A eficácia da mensagem é conseguida através
− da repetição do advérbio de negação “não”, com destaque da palavra na primeira ocorrência,
mostrando que o abandono é uma ação negativa;
− da imagem de um cão com uma expressão de tristeza;
− do uso da forma “abandone” no presente do conjuntivo, remetendo para um pedido/um conselho;
− do uso da expressão animal de companhia, mostrando que não devemos abandonar quem nos faz
companhia;
− do apelo às emoções através do slogan “O amor não tira férias”;
− …
12. A primeira manhã na nova casa de Hachiko foi cheia de emoções fortes!
Primeiramente, o cachorrinho saiu timidamente da sua cama, foi explorando a sua nova residência,
até que chegou à cozinha.
Eisaburo Ueno observava-o à distância. Era uma pessoa tranquila, que gostava de observar os
outros, intervindo apenas se fosse pertinente. Os alunos adoravam-no, pois raramente se zangava, e,
para não o dececionarem, portavam-se (quase sempre) bem. Era assim também em casa: calmo e afável.
Eisaburo Ueno pegou no novelo de lã Hachiko e teve com ele um diálogo de homem para cão:
– Hachiko! – começou muito sério – presta atenção! É necessário que obedeças aos teus donos em
tudo. Tu vais ser muito bem tratado por toda a família. Em troca apenas queremos que te portes como
um cão de palavra! Tens de ser limpinho e nada de asneiras. De acordo?
– Ão... Ão! – respondeu com a mesma seriedade o canino.
– Muito bem! – sorriu. Podes ir tomar o teu pequeno-almoço.
– Ão... Ão! – parecia agradecer Hachiko.
Estava tão feliz que a sua cauda parecia uma ventoinha movida à velocidade da luz! Saltou para o
chão onde estava a sua tigela de leite, mas com a excitação, rodopiou em demasia e a sua cauda
derrubou um jarrão de porcelana!
– Hachikoooo!!! – gritou Eisaburo Ueno.
Mas já o cachorrinho lhe tinha saltado novamente para os braços e lhe lambia o pescoço…
Eisaburo Ueno não resistiu àquele novelo de lã e exclamou:
– Vamos ter um longo treino pela frente!
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