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Estratégias em Terapias de Terceira Geração LIVRO SINOPSYS
Estratégias em Terapias de Terceira Geração LIVRO SINOPSYS
ISBN 978-85-64468-18-4
CDU 159-922:616.89
Prefácio
David A. Clark
2014
© Sinopsys Editora e Sistemas Ltda., 2014
Estratégiaspsicoterápicas e a terceira onda em terapia cognitiva
Sinopsys Editora
Fone: (51) 3066-3690
E-mail: atendimento@sinopsyseditora.com.br
Site: www.sinopsyseditora.com.br
Autores
Wilson Vieira Melo (org.). Doutor em Psicologia (UFRGS), com estágio de pesqui
sa na University of Virginia (USA) estudando o viés cognitivo nos transtornos de an
siedade. Mestre em Psicologia Clínica (PUCRS), foi professor de Graduação em Psi
cologia durante dez anos (FACCAT / ULBRA / IBGEN). Atualmente, é professor de
Pós-Graduação em nível de Especialização em Terapia Cognitiva em diversos estados
do Brasil. Ministrou curso como Professor Convidado na Palo Alto University (USA)
sobre Terapia Comportamental Dialética para o Transtorno da Personalidade Border-
line. Ex-Diretor e Ex-Coordenador Técnico da WP — Centro de Psicoterapia Cogniti-
vo-Comportamental (2002/2011). Participou dos Estudos de Campo para elaboração
do Código Internacional de Doenças — CID 11 (OMS) nas Comissões de Transtornos
Específicamente Associados ao Estresse e também na de Transtornos do Comporta
mento Alimentar. Segundo-Secretário da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas
— FBTC (Gestão 2011/2013) e Vice-Presidente (Gestão 2013/2015). Coordenador
do processo de implementação e da Comissão de Certificação de Terapeutas Cogniti
vos no Brasil pela FBTC (2013/2015). É Membro Fundador da Associação deTera-
pias Cognitivas do Rio Grande do Sul (ATC-RS) e Fundador do Instituto de Terapia
Cognitiva do Rio Grande do Sul (ITC-RS) em Porto Alegre — RS, onde atua como
psicoterapeuta, presta supervisão clínica e consultoria diagnostica.
Prefácio..................................................................................................... 15
David A. Clark
Apresentação............................................................................................ 19
Wilson Vieira Melo
Parte I
Estratégias Psicoterápicas
2 Entrevista Motivational............... 57
Elisabeth Meyer
7 Mindfulness............................................................................................. 209
Carolina B. Menezes, Isadora Klamt-Conceição e Wilson Vieira Melo
8 Prevenção da Recaída..................... 238
Luciano Dias de Mattos Souza, Evelin Franco Kelbert
e Wilson Vieira Melo
Parte il
As Abordagens da Terceira Onda
Parte III
Tópicos Especiais
Referências
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Apresentação
Wilson Vieira Melo
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Ministrar miniaulas
Recomendar leituras
Miniaulas
Para auxiliar os pacientes no entendimento de conceitos, são
necessárias, em certos momentos das sessões de terapia, pequenas
explicações ou ilustrações sobre a teoria ou intervenções da TCC.
Recomenda-se o uso de um estilo amigável, interativo e envolvente
em vez de um estilo de palestra. Para estimular o envolvimento do
paciente no processo de aprendizado, perguntas socráticas podem ser
utilizadas. Diagramas cognitivos por escrito ou outras técnicas de
aprendizado podem contribuir para um incremento da psicoeducação.
O diagrama deve mostrar a ligação entre a situação, o pensamento, a
emoção e o comportamento associado. Idealmente, deve ser feito com
um exemplo do próprio paciente. O entendimento adquirido com
essa intervenção de psicoeducação prepara o paciente para o estágio
seguinte da terapia, quando as cognições disfuncionais e estratégias de
enfrentamento serão abordadas.
Leituras
TCC computadorizada
mais novos na TCC. Nos últimos anos, tem havido um interesse cres
cente pela ideia de integrar a terapia computadorizada ao processo de
tratamento (Wright, 2004). No tratamento do transtorno de ansiedade
social (TAS), por exemplo, resultados preliminares apontam para uma
possível efetividade de protocolos de TCC virtual devido ao maior
acesso ao tratamento e ao melhor custo-benefício (realidade virtual ou
internet). Há quem questione a perda da relação terapeuta-paciente e/ou
a percepção negativa dos pacientes acerca dos softwares de tratamento.
No entanto, alguns estudos em TCC têm mostrado resultados promis
sores quanto à aceitação por parte dos pacientes (Wright, J. H., Wright,
A. S., & Salmón, 2002; Wright, 2004; Acarturk, Cuijpers, van Straten
& Graaf, 2009; Cantón, Scott, & Glue, 2012).
Conceituação cognitiva
É a formulação do caso com base na concepção cognitiva do pa
ciente e do modelo cognitivo específico de sua psicopatologia. De acordo
com Persons (1989), a conceituação cognitiva é a habilidade clínica mais
importante de domínio do terapeuta cognitivo, pois é a base de todo o
planejamento da terapia. De acordo com Knapp e Rocha (2003), “sem o
entendimento cognitivo do paciente, todo o tratamento será apenas a
aplicação de um punhado de técnicas cognitivas e comportamentais com
resultado pobre, quando não ineficaz”. As autoras enfatizam que a con
ceituação cognitiva não é uma técnica de reestruturação cognitiva e sim
uma forma de compreensão do caso clínico.
Seta descendente
Após a identificação de pensamentos automáticos, a técnica so
crática denominada seta descendente envolve o processo de desvendar
camadas das cogniçóes mais profundas para chegar nas crenças condi
cionais (pressupostos e regras) e nas crenças nucleares. Judith Beck
(2013) sugere que ao perguntar-se o que um pensamento significa para
o paciente, evocam-se crenças condicionais, tais como: “se eu mostrar
minha insegurança, ruborizando, serei humilhado”; ou “se eu não for
impecável no meu comportamento, serei desprezado”. E a pergunta ao
paciente acerca do que o pensamento sugere sobre ele evoca crenças
nucleares, tais como: “eu sou incompetente/incapaz”, “eu sou estranho/
diferente” e “eu sou insignificante/sem valor”. A identificação do nível
de distorção cognitiva é primordial na escolha da técnica mais eficaz
para a reestruturação cognitiva.
Greenberger e Padesky (1999) oferecem a sistematização dos
cinco aspectos das experiências de vida — ambiente, estados de humor,
pensamentos, reações físicas e comportamentos. A título de ilustração,
a Figura 1.1, utilizada para psicoeducação, apresenta a conceituação
cognitiva em um caso de abuso de drogas ilícitas.
32 Psicoeducação e Reestruturação Cognitiva
AMBIENTE
Exame de evidências
Uma forma efetiva de modificação dos pensamentos automáticos
é ensinar o paciente a pesar as evidências disponíveis pró e contra o
seu pensamento e a buscar interpretações alternativas, adaptativas,
racionais e mais adequadas às evidências (Knapp, 2004). Greenberger
e Padesky (1999), no RPD de sete colunas, incluem duas colunas para
análise de evidências que apoiam (coluna 4) e que não apoiam (colu
na 5) o pensamento “quente”, para posterior construção de pensamen
tos alternativos e compensatórios (coluna 6).
Estratégias Psicoterapias e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 35
Figura 1.2 Modelo de pânico criado por David Clark, Oxford University, 1986.
Esquematizado em 1988 pelo Centro de Terapia Cognitiva. Traduzido e adaptado
para um exemplo clínico de ansiedade aguda por Lia Silvia Kunzler.
36 Psicoeducação e Reestruturação Cognitiva
Figura 1.3 Terapia cognitiva para desafios clínicos. Judith S. Beck, 2007. Adaptado
para um exemplo clínico de uso de drogas por Lia Silvia Kunzler.
38 Psicoeducação e Reestruturação Cognitiva
Exemplo clínico
lo, com muita dificuldade e sofrimento (decorou o texto, falou sem pausas
e rápido e náo olhou nos olhos dos colegas e professor).
Nas situações sociais apresentadas, experimentava medo e ansiedade
intensos (taquicardia, brancos, rubor facial, sudorese) e quase incapacitan
tes. Paulo era invadido pelas seguintes cogniçóes: “os meus colegas perce
berão que eu sou estranho e me rejeitarão”; “eles são superiores porque
apresentam trabalhos naturalmente”; “na hora eu não saberei o que falar”;
“eu nunca serei aprovado nessa cadeira” e “se sempre que eu tento apre
sentar um trabalho, é um ‘fiasco’, então não tem porque eu seguir na fa
culdade”. Sendo assim, em sala de aula, temia o julgamento negativo por
parte dos colegas e receava que o percebessem como estranho e inferior,
com consequente diminuição de sua autoestima.
A primeira opção terapêutica foi prescrever medicação antide-
pressiva, para combater os sintomas de ansiedade e depressão associados,
e iniciar a psicoeducação do paciente e de seus familiares. Em 12 sema
nas, Paulo apresentou melhora leve dos sintomas. Nesse momento, foi
indicado TCC individual (protocolo específico para TAS).
Os dados apresentados em forma de texto no exemplo clínico de
Paulo foram resumidos e utilizados no preenchimento de dois exercícios
propostos para reestruturação cognitiva (Figuras 1.5 e 1.7 — Knijnik,
2014 — e Figuras 1.8, 1.9 e 1.10 — Kunzler, 2014). Exercícios em branco
são oferecidos nos Anexos 1, 2 e 3 para que sejam utilizados em outras
situações, tanto durante as sessões de terapia quanto fora delas, quando
as habilidades cognitivas e comportamentais devem ser praticadas para
a manutenção da melhora e prevenção de recaídas.
Como é feito em uma sessão de terapia, o paciente aborda e de
talha o seu raciocínio e, colaborativamente com o terapeuta, os dados
mais relevantes são utilizados tanto para o preenchimento dos exercí
cios quanto para registro no seu bloco de notas e para a construção de
cartões de enfrentamento. Esse processo auxilia o paciente a ter a
mesma conduta fora das sessões — no seu dia a dia, pois torna claro
que ele toma a sua decisão de manter o foco nas dificuldades e no
descontrole da emoção ou em uma maneira alternativa de “pensar e
agir” naquela situação geradora de ansiedade aguda e depressão.
44 Psicoeducação e Reestruturação Cognitiva
Considerações finais
Referências
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54 Psicoeducação e Reestruturação Cognitiva
Elisabeth Meyer
Os princípios
cias com o comprar e o modo como lidaram com essa situação. Penso
que isso é muito relevante”. A segunda maneira aplica-se aos casos em
que o paciente não pediu a informação diretamente e o terapeuta pede
permissão: “Eu sei de algumas coisas a respeito disso. Você estaria in
teressado em ouvir?”, ou: “Você se importaria de gastar alguns minutos
falando sobre [comportamento-alvo] e como isso podería afetar sua
vida?”. A maioria dos pacientes responde que sim, mas se falam que não,
o terapeuta deve respeitar seu desejo. Não respeitá-lo é desestimular a
autonomia, o que pode aumentar a resistência. A terceira maneira é
utilizada quando o terapeuta se sente eticamente obrigado a dar uma
informação e não pede permissão diretamente, mas deixa claro que
respeita a autonomia e reconhece o direito do paciente em concordar ou
não. Por exemplo: “Eu não sei se isso vai lhe preocupar, e concordar ou
não com essa ideia é claramente uma escolha sua, mas...”.
manter como está”. Por exemplo: “Você não tem certeza de que está
pronto para tomar a medicação, mas parece muito consciente de que
não usá-la tem causado preocupações em seus familiares e afetado
seu trabalho.” A Escuta Reflexiva pode ser simples ou complexa. Na
Reflexão Simples o terapeuta repete literalmente uma parte ou apenas
uma palavra da frase que o paciente acabou de dizer de uma forma
neutra. Esta é a resposta mais simples para lidar com a resistência ou
quando o terapeuta ainda não tem certeza do que dizer, mas quer
mostrar que está escutando, que reconhece e valida o que foi dito
pelo paciente.
P: “Eu sei que poderia fazer algumas coisas de forma diferente. Mas,
se ela pudesse me deixar em paz, a situação seria muito menos tensa, e
então essas coisas não ocorreríam”.
T: “Você sabe que poderia fazer algumas coisas de forma diferente”.
Referências
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Automonitoramento e psicoterapia
2 fatias de bolo
"Não
de banana
experimentei
1 copo de leite Fissura
este bolo
200ml (80%)
Em casa, ainda."
14:20h 2 colheres (sopa) 4 Sim
sozinha. "Se eu comer
de achocolatado Ansiedade
só um pouco,
1 bombom (50%)
não vai alterar
3 colheres (sopa)
minha dieta."
de sorvete
"Posso fazer
mudanças."
para a tela do seu celular e clicar num aplicativo do que pegar folha e
caneta na bolsa ou carteira e escrever.
Apesar de nem todos os pacientes se adaptarem a essa nova reali
dade, tais ferramentas digitais podem ser um importante recurso para
aqueles que prefiram mexer em seu smartphone do que registrar manual
mente por escrito, como ocorre com muitos adolescentes, por exemplo.
8 Leitura mental Acredito que conheço os pensa "Ele está pensando que eu falhei." "Ela
mentos e intenções de outros (ou pensou que eu não conhecia o projeto."
que eles conhecem meus pen "Ele sabe que eu não gosto de ser tocada
samentos e intenções) sem ter evi deste jeito."
dências suficientes. Meu exemplo:
9 Supergeneralização Eu tomo casos negativos isolados "Estava chovendo essa manhã, o que sig
e os generalizo, tornando-os um nifica que choverá todo o fim de semana."
padrão interminável com o uso re "Que azar! Perdí o avião, logo isto vai es
petido de palavras como "sempre" tragar minhas férias inteiras." "Minha dor
"nunca", "todo" "inteiro", etc. de cabeça nunca vai parar."
Meu exemplo:
10 Personalização Assumo que comportamentos dos "Senti-me mal porque a moça do caixa
outros e eventos externos dizem não me agradeceu" (sem considerar que
respeito (ou são direcionados) a ela não agradeceu a ninguém). "Meu ma
mim, sem considerar outras expli rido me deixou porque eu fui uma má es
cações plausíveis. posa" (não considerando que ela foi sua
quarta esposa).
Meu exemplo:
11 Afirmações do tipo "de Digo a mim mesmo que os aconte "Eu devia ter sido uma mãe melhor". "Ele
veria" (também "devia" cimentos, os comportamentos de deveria ter se casado com Ana em vez de
"devo" "tenho de") outras pessoas e minhas próprias Maria." "Eu não devia ter cometido tan
atitudes "deveríam" ser da forma tos erros."
que espero que sejam e não o que Meu exemplo:
de fato são.
12 Conclusões precipitadas Tiro conclusões (negativas ou po "Logo que o vi, soube que ele ■fiaria um
sitivas) a partir de nenhuma ou trabalho deplorável." "Ele olhou para
poucas evidências que possam mim de tal modo, que logo concluí que
confirmá-las. ele foi o responsável pelo acidente."
Meu exemplo:
13 Culpar (outros ou a si Dirijo minha atenção aos outros 'Meus pais são os únicos culpados por
mesmo) como fontes de meus sentimentos minha infelicidade." "É culpa minha que
e experiências, deixando de consi meu filho tenha se casado com uma pes
derar minha própria responsabili soa tão egoísta edescuidada"
dade; ou, inversamente, tomo para Meu exemplo:
mim mesmo a responsabilidade
pelos comportamentos e atitudes
de outros.
14 E se...? Fico me fazendo perguntas do tipo "E se eu bater o carro?" "E se eu tiver um
"e se acontecer alguma coisa?" enfarte?" "E se meu marido me deixar?"
Meu exemplo:
15 Comparações injustas Comparo-me com outras pessoas "Meu pai prefere meu irmão mais velho a
que parecem se sair melhor do que mim porque ele é mais inteligente do que
eu e me coloco em posição de des eu." "Estou triste porque ela tem mais su
vantagem. cesso do que eu."
Meu exemplo*.
Cartões de Enfrentamento
Uma das técnicas mais simples da terapia cognitiva é o uso dos Car
tões de Enfrentamento. Tal técnica consiste em escrever em um cartão
lembretes ou elementos motivacionais que sirvam como um monitor ex
terno para ajudar o paciente a lembrar dos temas abordados em sessão.
Os Cartões podem ser fotos, frases ou palavras que simbolizem a
ideia central de um determinado tópico. Eles têm o poder de funcionar
como gatilhos que provocam a metacognição, aumentando o nível de
controle acerca de determinados automatismos, sejam eles cognitivos ou
comportamentais. Por exemplo, uma paciente tabagista, com aproximada
mente 60 anos, buscou tratamento porque queria parar de fumar. Dentre
todas as técnicas utilizadas, a que mais surtiu efeito foi um Cartão de En
frentamento em que ela escreveu uma frase que ela ouviu da netinha, de 2
anos de idade: 'Vovó, larga o cigarro e pega eu”.
Automonitoramento na Infância
Enquanto adultos podem se beneficiar mais facilmente de técni
cas complexas e que atendem a diversos tipos de necessidades no que
se refere ao automonitoramento e à resolução de problemas, crianças
exigem algumas modificações.
As crianças muito jovens que ainda não sabem ler e escrever preci
sam de uma sessão lúdica em que o terapeuta a auxilie bastante com a iden
tificação de seus sentimentos, pensamentos e construção de idéias para re
solução de problemas. Por isso, o terapeuta inclui em seu trabalho o uso de
materiais, como bonecos e personagens, que atendem a aprendizagem prin
cipalmente por modelação (para mais informações, ver Capítulo 17).
Já crianças maiores podem se beneficiar de uma vasta gama de técni
cas existentes para o automonitoramento a partir dos sete anos. Stallard
(2008) utiliza materiais gráficos para a psicoeducaçâo e identificação de sen
timentos. A criança é levada a entender que os sentimentos geram alterações
físicas que podem ajudar com mais facilidade na identificação dos mesmos.
Estratégias Psicoterapias e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 99
trar essa medição (Caminha & Caminha, 2008; Friedberg & McClure,
2008/2004; Scheeringa, Amaya-Jackson, & Cohén, 2010).
decisões. Entretanto, ela pode náo funcionar tão bem para aqueles
problemas relacionados a intensa carga emocional, como relaciona
mentos afetivos, por exemplo. Náo adianta colocar uma lista imensa
de argumentos racionais de um lado da balança, se na outra ponta, o
único argumento — “Mas eu gosto dele” — tem um peso maior que to
dos os demais juntos. Para essas situações, a técnica do Role-play Ra
cional Emotivo Consensual se torna mais indicada, posto que inclui a
disputa entre a razão versus emoção no processo decisorio.
O Role-play Racional Emotivo Consensual (De Oliveira, 2013)
é mais uma das técnicas desenvolvidas pela Terapia Cognitiva Proces
sual. Ela consiste em sistematizar o processo decisorio em sete etapas,
onde se busca um consenso entre a razão e a emoção (para mais infor
mações, ver Capítulo 14). Se, por exemplo, um paciente tem um rela
cionamento conturbado com a namorada e está em dúvida se deve ou
náo deixá-la, a técnica está seguramente indicada. A seguir é apresenta
do um quadro com o modelo de instrumento para a técnica:
T: Podemos observar que existe uma clara disputa entre o que a razão lhe
diz para e o que as emoções falam. Neste momento, gostaria que você falas
se em nome da emoção, usando os argumentos que venham à sua mente.
P (emoção): A emoção diria que eu tenho muito medo de ficar sem nin
guém e de colocar a perder uma relação de 8 anos.
T: E o que a razão acha disso?
P (razão): Que eu nunca vou sair dessa situação (relacionamento) se eu não
me der o direito de arriscar.
T: E a emoção, o que tem a dizer?
P (emoção): Que posso pagar um preço alto demais por arriscar algo tão
importante.
T: E a razão.
P (razão): A razão diria que eu sou um homem interessante, que tenho qua
lidades e que não há motivos para pensar que eu nunca mais vou encontrar
ninguém. A Julia não é a única mulher que se interessaria por mim.
T: E a emoção.
P (emoção): A emoção diria que também tem o problema da família dela.
Eles gostam muito de mim e não imaginam que a gente não vá casar e ficar
juntos para sempre.
T: E a razão.
P (razão): A razão diria que a vida é minha e que não é justo comigo eu
continuar infeliz por causa da expectativa das ouuas pessoas.
(Continua...)
P (consenso entre razão e emoção): Acho que não conseguirei ser feliz se
continuar em um relacionamento que, há tanto tempo, não está fazendo
108 Automonitoramento e Resolução de Problemas
com que eu me sinta realizado. Vejo que já estamos juntos há oito anos e
que há muito não sinto mais o que costumava sentir pela Julia. Além disso,
posso continuar amigo da família dela, porque todos gostam de mim e, ape
sar de não esperarem, certamente entenderão um eventual rompimento.
T: E quem está falando neste momento? A razão ou a emoção?
P: Acho que as duas.
falar com a minha namorada?”, “Como e onde penso em ter essa con
versa?”, “Quais as pessoas que poderão me auxiliar a lidar com o su
porte emocional a ela? E a mim?”, “Quando vou falar com nossos fa
miliares sobre o rompimento?”, e assim por diante. O quadro a seguir
ilustra o exemplo descrito anteriormente.
Acompanhamento:
a) Seguir cuidando da minha vida e de mim (trabalho, faculdade, academia, amigos).
b) Não deixar de realizar coisas que sei que me fazem bem (futebol, convívio com amigos, via
gem com amigos, ir para a praia com meus primos).
c) Não achar que serei infeliz para sempre se por acaso não encontrar logo alguém para ficar
comigo.
Considerações finais
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Apêndice
CD-Quest
11. Afirmações do tipo "deveria" (também "devia", "devo", "tenho de"): Digo
a mim mesmo que os acontecimentos, os comportamentos de outras pessoas e
minhas próprias atitudes "deveríam" ser da forma que espero que sejam e não o
que de fato são.
EXEMPLOS: "Eu devia ter sido uma mãe melhor". "Ele deveria ter se casado com
Ana em vez de Maria". "Eu não devia ter cometido tantos erros."
Frequência: Não Ocasional Boa parte do tempo Quase todo o tempo
(Não ocorreu) (1-2 dias durante (3-5 dias durante (6-7 dias durante
esta semana) esta semana) esta semana)
Intensidade: Acreditei... 0 À ç 1
Um pouco (Até 30%) 1 2 3
Médio (31% to 70%) 2 3 4
Muito (Mais de 70%) 3 4 5
13. Culpar (outros ou a si mesmo): Dirijo minha atenção aos outros como fon
tes de meus sentimentos e experiências, deixando de considerar minha própria
responsabilidade; ou, inversamente, responsabilizo-me pelos comportamentos e
atitudes de outros.
EXEMPLOS: 'Meus pais são os únicos culpados por minha infelicidade." "É cul
pa minha que meu filho tenha se casado com uma pessoa tão egoísta e descui
dada."
Frequência: Não Ocasional Boa parte do tempo Quase todo o tempo
(Não ocorreu) (1-2 dias durante (3-5 dias durante (6-7 dias durante
esta semana) esta semana) esta semana)
Intensidade: Acreditei... 0 ’‘ \ i ‘ í
Um pouco (Até 30%) - “■ r-S U.. 1 2 3
Médio (31% to 70%) 2 3 4
Muito (Mais de 70%) 3 4 5
14. E se...?: Fico me fazendo perguntas do tipo "e se acontecer alguma coisa?"
EXEMPLOS: "E se meu caro bater?” "E se eu tiver um enfarte?" "E se meu marido
me deixar?"
Frequência: Não Ocasional Boa parte do tempo Quase todo o tempo
(Não ocorreu) (1-2 dias durante (3-5 dias durante (6-7 dias durante
esta semana) esta semana) esta semana)
Intensidade: Acreditei... 0 -
Um pouco (Até 30%) i 2 3
Médio (31% to 70%) 2 3 4
Muito (Mais de 70%) 3 4 5
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4
Estratégias de Manejo do
Estresse e da Ansiedade
Estresse e ansiedade
Probabilidade x Custo
Ansiedade = -------------------------------------
Enfrentamento + Recursos
divíduo está diante de uma situação para a qual entende que não tem
recursos, é pouco provável que escolha implementar comportamentos
direcionados a resolver o problema. Frequentemente, nesses casos, o pa
ciente faz a opção por estratégias que visam a reduzir a ativação emocio
nal, em vez de solucionar o problema que a desencadeia (Leahy, 2007).
As estratégias de coping centradas no problema ou centradas na
emoção podem ser mais ou menos adaptativas, tendo em vista a ava
liação que o indivíduo faz da situação. A título de exemplo, podemos
pensar em casos de luto, em que nenhum comportamento poderia so
lucionar a morte do ente querido, estratégias centradas na emoção,
como a busca de apoio social, podem ser adaptativas (Lipp, 2003b).
Os modelos da Terapia Cognitiva Baseada na Aceitação, contudo, sa
lientam o papel da evitação emocional na manutenção de comporta
mentos destrutivos e de quadros psicopatológicos (Roemer & Orsillo,
2010). Isso pode ser observado, por exemplo, em casos de compulsão
alimentar, em que o paciente se engaja em um episódio de compulsão
como forma de aliviar a tristeza ou a angústia (Roemer & Orsillo,
2010). Estratégias desadaptativas de regulação da emoção negativa
também estão no centro da psicopatologia observada no Transtorno da
Personalidade Borderline (Linehan, 1993), dentre outros.
A esquiva comportamental pode ser desadaptativa ainda quando
o indivíduo faz uma análise distorcida, subestimando suas capacidades
de enfrentamento de uma determinada situação. Nesses casos, é provável
que o paciente deixe de usar estratégias centradas no problema, atuando
de forma pouco adaptativa, como por exemplo, quando, em vez de estu
dar para uma prova difícil, o indivíduo decide se distrair na internet
como forma de reduzir a ansiedade (Kohl, Rief, & Glombiewski, 2013).
Por outro lado, nem sempre a evitação emocional ou comportamental é
uma resposta inapropriada ao problema. Em momentos de estresse agu
do, por exemplo, sintomas dissociativos podem ser, inclusive, respostas
adaptativas (Bryant, Friedman, Spiegel, Ursano, & Strain, 2011).
E possível ainda contarmos com ambos os tipos de coping para
uma mesma situação, quando recorremos a estratégias centradas na
132 Estratégias de Manejo do Estresse e da Ansiedade
nar os músculos sempre que for necessário. O RMP pode ser conside
rado um processo psicofisiológico, dado que a redução da ativação so
mática e autônoma interage com a sensação de relaxamento psicológi
co, promovendo um estado de tranquilidade (Conrad & Roth, 2007).
Para executar o RMP, o paciente pode optar pela posição em que
se sentir mais confortável. Em primeiro lugar, o paciente é instruído a
identificar as áreas que apresentam contração muscular, ou seja, áreas
com maior número de pontos de tensão distribuídos pelo corpo, tais
como dores nos ombros, nas costas, pescoço ou na cabeça, ou apenas
uma área específica. Uma sessão de relaxamento, em média, deve durar
cerca de 20 minutos, sendo que, para cada feixe do grupo muscular
exercitado, sugere-se manter a contração muscular durante 5 segundos
e, em seguida, relaxar tais músculos por aproximadamente 15 segun
dos. Para aprofundar a consciência corporal, pode-se repetir esse pro
cedimento três vezes para cada parte do corpo, instruindo o paciente a
tentar relaxar cada vez mais os músculos a cada vez.
E recomendado que a primeira aplicação do RMP seja dirigida
por um terapeuta e que a prática posterior seja inicialmente também
supervisionada. No entanto, ao adquirir confiança na autoaplicação, o
paciente estará apto realizar a prática sozinho entre as sessões, bem
como a identificar os pontos de tensão no dia a dia e, automaticamen
te, sentir alívio ao relaxar tais músculos. Dessa forma, a prática regular
auxilia o paciente a evitar o tensionamento desnecessário de áreas do
corpo no cotidiano (Conrad & Roth, 2007).
Exercícios de respiração
Respiração diafragmática
• Encontre um lugar confortável para sentar ou deitar. Observe sua respiração por
alguns segundos. Agora procure respirar um pouco mais lentamente, enchendo e
esvaziando um pouco mais os pulmões a cada vez, sem fazer força nem soprar o ar
para fora. Pense na barriguinha do bebê. Tente dilatar um pouco o seu abdômen a
cada vez que o ar entrar e relaxar o abdômen enquanto o ar sai dos pulmões. Tente
fazer isso durante alguns dias, dois minutos por dia.
• Quando perceber que está conseguindo levar o ar mais para a barriga e que o seu
peito se movimenta muito pouco ao respirar, passe para a etapa seguinte: inspire
contando até dois e solte o ar contando até quatro, devagar. Se sentir falta de arou
deconforto, solte o ar em três tempo ao invés de quatro. Com o tempo, vai ficando
mais fácil.
Dessensibilização sistemática
Exposição interoceptiva
Considerações finais
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152 Estratégias de Manejo do Estresse e da Ansiedade
tuação, e até mesmo dentro de uma classe social específica. Ora, pode-
se afirmar que as HS sáo fundamentais para a capacidade do indivíduo
de desenvolver e formar relações duradouras e se integrar a uma comu
nidade (Beauchamp & Anderson, 2010).
Todavia, Caballo (2006) aponta que o termo habilidades refere-
se à justaposição entre a conduta interpessoal e a capacidade de atua
ção aprendida. Já o comportamento habilidoso pode ser compreendi
do como um conjunto de comportamentos que propiciam que o indi
víduo exprima sentimentos, desejos e opiniões de forma coerente com
cada contexto, levando a um convívio adequado e satisfatório com os
demais. De forma semelhante, Dei Prette e Dei Prette (2008) obser
vam que as HS consistem em classes de comportamentos sociais de
um indivíduo, que se relacionam à sua competência social, fomentan
do relacionamentos funcionais com outros indivíduos. Por sua vez, as
HS, para Gresham (1981a), podem ser conceituadas como aqueles
comportamentos que, dentro de determinadas situações, maximizam a
probabilidade de obtenção e manutenção de reforço e/ou diminuem a
probabilidade de punição ou extinção de um comportamento social.
Neste sentido, reconhece-se ainda que existem delimitações con
ceituais de tópicos circunscritos na temática que envolve as HS que
devem ser observadas. Há que se discernir, por exemplo, os conceitos
como desempenho social e competência social. Segundo Dei Prette e
Dei Prette (2001; 2008) o primeiro detém sentido lato, referindo-se à
emissão de comportamento em quaisquer situações sociais, sendo esse
construto mais descritivo do que avaliativo. Ainda segundo estes auto
res, a competência/ habilidade social, ao contrário, volta-se a uma
questão avaliativa na qual contemplam-se os efeitos do desempenho
social vivenciado pelo indivíduo, relacionando-se, por exemplo, a um
déficit de comportamento. Assim, sob essa perspectiva, assume-se que
um indivíduo possa ser detentor de distintas habilidades, podendo não
utilizá-las, contudo, em seu desempenho. Gresham (1986) ressalta ain
da que a competência social compreende três subdomínios: o compor
tamento adaptativo, as habilidades sociais e a aceitação de pares. Para
Estratégias Psicoterapias e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 155
vos diversos, no entanto, o enfoque dado aqui será no seu uso para
promover a interação e o desempenho social. Cabe ressaltar, no entan
to, que o presente trabalho não esboça a pretensão de apresentar exaus
tivamente as técnicas, nem de relacionar todas as técnicas existentes
para o trabalho de treinar as habilidades sociais dos pacientes em clíni
ca. Assim, serão apresentadas, a seguir, algumas das técnicas mencio
nadas na literatura e que compõem os programas de THS utilizados
para manejo dos transtornos mais comuns à clínica.
Modelagem
1 A técnica, predominantemente empregada com crianças, consiste na busca por atingir metas
que, por sua vez, levará à obtenção de recompensa: na medida em que o paciente realiza
tarefas que são propostas, serão concedidos pontos dentro de um escore, sendo que, quando
se atinge o escore máximo necessário, a recompensa é disponibilizada (Para mais informa
ções, ver Capítulo 19).
Estratégias Psicoterápicas e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 169
Fazer perguntas
Fornecer respostas
elogio recebido com outro igual dirigido à terceiros, pois pode soar su
perficial ou como resultado de obrigação (Caballo, 2006).
Como treinamento da técnica, sugere-se que o paciente, de for
ma autônoma, faça elogios a distintas pessoas, tais como familiares,
amigos, cônjuge e/ou expresse algo positivo. Nesse sentido, agradecer
itens como favores, gentilezas, ajuda prestada, etc. são especialmente
boas formas de treinar esta habilidade.
Dessensibilização sistemática
Também denominada por “Reestruturação Racional Sistemáti
ca” (Dobson & Dozois, 2006), a técnica, no THS, tem como objetivo
primordial trabalhar sentimentos como ansiedade e medo nas relações
e exposições sociais. Goldfried (1979) enfatizou quatro elementos ca
tegóricos para a técnica, sendo eles: I) A descrição da fundamentação
terapêutica; II) O emprego de técnicas de relaxamento enquanto mé
todos de enfretamento; III) Estruturação e uso de hierarquias temáti
cas; IV) Treinamento de relaxamento progressivo induzido por ele
mentos ansiogênicos. De forma semelhante, observaram Dei Prette e
Dei Prette (2001; 2008), a aplicação da técnica pressupõe as seguintes
etapas estruturadas: I) definição do problema; II) hierarquização dos
elementos ansiogênicos; III) emprego de técnica de relaxamento; IV)
exposição aos itens da hierarquia e avaliação do relaxamento.
De forma mais específica, a técnica emprega diretamente a ela
boração da hierarquização de medos (na qual os aversivos deverão ser
dispostos em ordem crescente) daqueles estímulos que geram temor
ou ansiedade e, concomitantemente, ensina-se ao paciente respostas
alternativas por meio de relaxamento. Em seguida, o paciente deverá
ser exposto, paulatina e sucessivamente, aos itens indicados na escala
(dos menos ansiogênicos aos mais), tanto quanto for razoavelmente
possível (em alguns itens pode-se recorrer à imaginação da exposição,
ou seja, ao ensaio cognitivo) (para mais informações, ver Capítulo 4).
Segundo Dobson e Dozois (2006), há que se salientar que a técnica
176 Treino de Habilidades Sociais
Feedback
Relaxamento muscular
Direitos humanos
Civilidade
A civilidade refere-se à habilidade de emitir comportamentos
adequados em situações sociais. No senso comum a civilidade é cha
mada de “boa educação” ou “boas maneiras” (Dei Prette & Dei Prette,
2009). Essa habilidade acaba por ser muitas vezes esquecida na propo
sição de THS para os pacientes adultos na clínica, por se hipotetizar
que tal habilidade já esteja sedimentada no adulto. Discutir e encenar
situações corriqueiras nas quais o paciente tenha a oportunidade de
conhecer as respostas esperadas frente ao comportamento dos outros
em situações sociais formais ou corriqueiras pode auxiliar na aquisição
dessa habilidade (Neufeld et al., 2014). Exemplos dessa habilidade são:
agradecer a uma gentileza, anteceder ou finalizar todo pedido com
180 Treino de Habilidades Sociais
Treino de empatia
Automonitoramento
Tarefas de casa
Considerações finais
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Estratégias Psicoterapias e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 185
Integração em psicoterapia
Teoria do apego
Imagens mentais
muito rude, além de passar por cima dos outros diretores. Por essa ra
zão, seu chefe a chamou para conversar, buscando melhorar a con
vivência entre ela e a equipe, o que foi interpretado por Maria como
uma bronca, fazendo com que se sentisse humilhada.
P (pausa... começa a falar com uma voz baixa e embargada}-. Eu. estou
na sala e meu pai está gritando com meu irmão chamando ele de bur
ro. Eu estou sentindo muito medo (ativando o esquema de descon-
fiança/abuso)
T: Medo de quê?
P: Medo. Não sei direito. Ele é muito estúpido. Como pode falar des
se jeito com uma criança? Isso nunca acontece comigo porque sou óti
ma na escola.
T (suavizando o tom de voz): Quer dizer, Maria, que você é uma me
nina nota dez, que não dá trabalho? E se você não tirar uma nota boa?
O que pode acontecer?
P: Ele vai gritar comigo (chorando)! Ele vai me bater! Eu tenho tanto
medo! (gritando e chorando). Não posso errar, senão ele vai fazer o mes
mo comigo! (ativando o esquema de desconfiança!abuso e de padrões in
flexíveis).
T: Maria, o que você faz quando sente esse medo?
P: Estudo, cada vez mais. Fico quietinha.
T: E você não sente falta de brincar? De estar com seus amigos? De
poder fazer um pouco de bobagem?
P (longapausa)-. Eu me sinto muito pressionada.
pena. Sinto tristeza, desânimo, abandono. Sinto que não sou impor
tante para ninguém. Não tenho ninguém que se importe realmente
comigo. Sinto angústia no peito e desesperança total”.
minhas tias percebem o quanto ela é manhosa, faz birra quando as coisas
não acontecem como ela quer... faz todos se sentirem culpados”.
Nas sessões subsequentes, foi possível identificar algumas mu
danças importantes na forma como João passou a lidar com a mãe e a
namorada. Ele relatou ter obtido uma visão mais objetiva da mãe. Em
bora sentisse compaixão, já não sentia culpa. Passou a ver com mais
clareza como ela exagerava nas lamentações. Declarou que ela poderia
fazer algo para mudar, mas não queria. Com relação à namorada, per
cebeu que ela não reconhecia as necessidades dele. Reconheceu tam
bém o seu papel de aceitar a desconsideração. Passou a ser mais asser
tivo com a namorada.
Construção de um lugar Fazer com o que o paciente cons No início e ao final do trabalho
seguro trua uma imagem mental de tran com imagens, ou para auxiliar a
quilidade e segurança regular a emoção e tranquilizar o
paciente após momentos de grande
sobrecarga
Solicitando ao paciente a Avaliação dos EDRs e do ambiente Na psicoeducação e na conceitua-
produção de imagens com da infância lização do caso
figuras significativas
Da situação atual para o Relacionar as emoções/situações Na psicoeducação e na conceituali-
passado atuais aos EDRs zação de caso
Foco nas sensações cor Acessar os EDRs Quando o paciente falar sobre sen
porais sações incômodas e difusas ou para
facilitar o acesso aos EDRs
Diálogo nas imagens trau Possibilitar ao paciente expressar Quando o paciente já entende ra
máticas as suas necessidades emocionais cionalmente, mas ainda não consegue
básicas e se distanciar dos EDRs sentir-se diferente
Reparentalização Acolher o modo Criança do pa Após o trabalho com imagens signi
ciente, oferecendo suporte e pro ficativas
teção
Diálogo lado do esquema Romper a evitação experiencial e Na fase de mudança, quando exis
versus lado saudável fornecer evidências contrárias ao tem dificuldades na busca por com
esquema portamentos mais saudáveis, e nos
momentos de impasse
Cartas endereçadas às fi Auxiliar na expressão das emo Na fase de mudança
guras significativas ções e se distanciar dos EDRs,
complementando o trabalho com
imagens
206 Estratégias Experienciais
Considerações finais
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8
Prevenção da Recaída
percebeu que, quando não dormia em sua casa, era difícil uma boa aderên
cia ao fármaco. Como viajava a trabalho frequentemente, decidiu gravar um
vídeo de si mesma, em seu telefone celular, citando as duas frases.
Técnica de autoinstrução — O treinamento de autoinstrução é
outra intervenção que auxilia na manutenção de estratégias metacogniti-
vas (Wells, 2000). Esse treinamento visa corrigir distorções cognitivas ao
acionar voluntariamente pensamentos e comportamentos adaptativos e
desassociar os pensamentos e crenças desadaptativas da intensidade emo
cional da situação-problema (Knapp & Caminha, 2003). Falar em voz
alta as instruções estabelecidas previamente, assim como dividir essas
instruções com familiares ou cuidadores com boas habilidades sociais e
assertividade também podem aumentar a efetividade da técnica.
Manejo de contingências — Essa técnica comportamental visa
principalmente ao reforço de comportamentos desejáveis ou saudáveis.
Dois momentos são vitais para o desenvolvimento e a execução eficaz da
técnica. Inicialmente, é necessária a clara identificação de comportamen-
tos-alvos e a definição da sua forma de monitoramento. Em seguida, pro
cede-se ao estabelecimento do comportamento desejado e ao manejo das
consequências advindas dele, de modo que seja aumentada a frequência e/
ou a probabilidade de ocorrência desse comportamento em tempo e ma
neira adequados (Higgins & Petry, 1999). Para ambas as etapas da inter
venção, é necessária uma forte aliança entre terapeuta e paciente a fim de
determinar comportamentos relevantes à condição clínica do paciente e
estabelecer reforçadores efetivos e realistas. A aplicabilidade das contingên
cias dependerá dessas características. Por vezes, é necessária a elaboração de
reforçadores arbitrários (produto indireto do comportamento-alvo) para
que o comportamento desejado seja mais facilmente adquirido. Com a
evolução clínica do paciente, em um cenário ideal, espera-se que os refor
çadores naturais (produto direto do comportamento-alvo) sejam identifi
cados e explorados para que o comportamento desejado possua uma
maior chance de manter a frequência almejada e com maior estabilidade.
O manejo de contingências possibilita a adesão à punição como
estratégia para a redução de comportamentos indesejados. Contudo, é
254 Prevenção da Recaída
Considerações finais
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Nadort et al., 2009; Nordahl & Nysaeter, 2005), e correlações signifi
cativas entre esquemas e modos com transtornos de personalidade têm
sido encontradas (Nordahl & Nysaeter, 2005).
Pesquisas recentes demonstram a aplicabilidade da TE no trata
mento dos transtornos do humor e da ansiedade e indicam fortes corre
lações entre esquemas e esses transtornos (Hawke & Provencher, 2011).
Além disso, em estudo que comparou a eficácia da TCC tradicional com
a TE no tratamento de indivíduos com transtorno de estresse pós-trau-
mático, verificou-se a superioridade da segunda, embora ambos os trata
mentos tenham sido efetivos (Cockram et al., 2010 como citado em
Hawke & Provencher, 2011). Sendo assim, a TE pode também ser útil
no tratamento da depressão e da ansiedade, mesmo que os pacientes não
preencham critérios para transtorno de personalidade.
Em sua fase mais atual, a TE tem sido adaptada ao formato de
terapia de grupo para tratamento de pacientes com transtorno border-
line, sendo este formato descrito por Young (2010 como citado em
Farrell, 2012) como a terceira fase dessa abordagem de tratamento,
com uma perspectiva bastante promissora.
A TE constitui-se originalmente como uma ampliação da Tera
pia Cognitivo-Comportamental (TCC), em sua forma-padrão, para se
adequar mais facilmente ao tratamento de pacientes difíceis (indivídu
os resistentes à mudança e/ou que manifestam transtornos de persona
lidade) (Klosko & Young, 2004). Esses indivíduos possuem mais difi
culdade para acessar, avaliar e mudar as suas cognições e emoções, para
formar uma aliança terapêutica e para estabelecer um alvo de trata
mento, em razão de apresentarem problemas vagos, crônicos e difusos
(Young et al., 2003).
A partir das limitações encontradas para tratar indivíduos com
transtorno de personalidade com a TCC-padrão, Young buscou novos
modelos teóricos que dessem conta da maior complexidade envolvida
na problemática desses indivíduos. Assim, a integração de vários mo
delos de psicoterapia com a TCC, tais como as abordagens: psicodinâ-
266 Terapia do Esquema
buscar o amor e o cuidado dos outros, a pessoa procura fazer tudo por si
mesma, mesmo nas condições mais difíceis; c) a solicitude compulsiva,
caracterizada por uma tendência a desempenhar o papel de cuidador e
de evitar ser cuidado. Em todas essas manifestações, os sentimentos de
ansiedade, de tristeza e de raiva estão presentes (Bowlby, 2001).
Embora fundamentada nas orientações psicodinâmica e de de
senvolvimento, a teoria do apego foi conceitualizada em termos cogni
tivos, baseados na teoria do processamento da informação. De acordo
com essa perspectiva, as experiências precoces com os cuidadores for
mam estruturas cognitivas subjacentes, as quais codificam representa
ções do eu e do outro e moldam as experiências e emoções posteriores
ao longo da vida (Edwards 6c Arntz, 2012).
Algumas formulações derivadas da teoria do processamento da in
formação têm explicado como os estilos de apego podem se desenvolver
com o propósito de manter a relação com o outro e de garantir a sobrevi
vência. Bretherton & Munholland (1999) propõem que esses modelos in
ternos de funcionamento atuam como mapas cognitivos e emocionais que
orientam a percepção, a interpretação e o comportamento das pessoas nos
diferentes contextos interacionais, podendo refletir o padrão de interação
experienciado com as figuras de apego, integrando modelos de si mesmo e
dos outros. Tais modelos são conceituados em termos de esquemas.
Esquemas são referidos como “estruturas cognitivas que servem
como base para classificar, categorizar e interpretar as experiências”
(Pretzer & Beck, 2004, 271). Os esquemas consistem de percepções,
emoções e ações, bem como de significados que são atribuídos a estas.
Funcionam como filtros através dos quais as pessoas ordenam, inter
pretam e predizem o mundo. Desde os primeiros anos de vida, as ex
periências são salvas em nível não verbal em nossa memória autobio
gráfica por meio dos esquemas (Genderen et al., 2012).
Safran (2002) sugere que os modelos internos de funcionamen
to podem ser conceituados como um esquema interpessoal, o qual é
baseado nas figuras de apego e permite que o indivíduo prognostique
interações de modo a aumentar a probabilidade de manter a relação
276 Terapia do Esquema
com essas figuras. Assim, “esse tipo de esquema constitui uma repre
sentação generalizada de relacionamentos do eu com o outro, de natu
reza intrínsecamente interacional” (Safran, 2002, 75).
Os esquemas interpessoais se desenvolvem de forma saudável e
adaptativa quando o ambiente social é favorável às necessidades da
criança, ou seja, quando os cuidadores são atenciosos, carinhosos e res
ponsivos. Entretanto, eles se tornam disfuncionais quando essas rela
ções são emocionalmente frias, imprevisíveis, hostis ou abusivas. Nes
sas condições, os indivíduos podem desenvolver problemas com a re
gulação do afeto através de um padrão interacional retraído e de um
autocontrole ou exagerado ou insuficiente (Edwards & Arntz, 2012).
Os esquemas interpessoais moldam estratégias que são utilizadas
para facilitar a previsão de interações com figuras de apego e manter a
relação interpessoal. Embora essas estratégias tenham sido historica
mente adaptativas para o bebê, elas podem não ser adequadas para o
contexto presente (Safran, 2002). Assim, uma criança que é frequente
mente criticada e/ou punida na sua infância, poderá desenvolver estra
tégias de interação tais como agir de forma subserviente e excessiva
mente obediente para prevenir rejeição ou punição. Tais padrões po
dem ser adaptativos para o seu contexto familiar (uma vez que poderão
realmente evitar punições e maus-tratos), mas trarão problemas mais
tarde, quando, ao se tornar adulta, essa pessoa passar a repeti-los, com
medo de ser rejeitada e punida.
Conforme propõe Abreu (2005), as estratégias também provocam
respostas do ambiente que confirmam e sustentam a sua adaptação anterior,
ignorando as evidências não confirmatorias. O autor utiliza como exemplo
o de crianças com apego inseguro que “não apenas esperam a rejeição dos
outros (rejeitando-os antecipadamente), mas são realmente rejeitadas por
eles, por agirem de maneira não muito amistosa, pois são naturalmente mais
refratárias” (Abreu, 2005, 105). Dessa forma, através da profecia autoconfir-
matória, as estratégias mal-adaptadas de interação se fortalecem ao longo da
vida, provocando aquilo que o indivíduo deseja evitar (Abreu, 2005) e refor
çando um ciclo cognitivo-interpessoal disfuncional.
Estratégias Psicoterápícas e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 277
Os modos de esquema
O conceito de modos de esquema no modelo de Young surgiu
mais tarde, a partir de dificuldades encontradas no tratamento de pa
cientes borderline e narcisistas (Young et al., 2003). Os indivíduos bor-
derlines apresentam-se com muitos esquemas, o que dificulta a identifi
cação daqueles mais relevantes para tratamento. Além disso, eles mudam
de humor com uma frequência muito alta. Em um momento estão tris
tes, depois furiosos e ainda podem se apresentar de forma distante, como
se estivessem alheios à situação do momento. Nessas circunstâncias, o
modelo do esquema não é um recurso suficiente para compreender essas
mudanças bruscas e atuar sobre elas (Young et al., 2003).
284 Terapia do Esquema
Considerações finais
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10
Terapia do Esquema Emocional
posições das velas, muito favorecido pela cultura na qual se está inse
rido. Neste momento há uma tendência na cultura ocidental em usar
medicação para suprimir as emoções desagradáveis, em vez de promo
ver a regulação das mesmas. Os ansiolíticos estão entre as medicações
mais consumidas no mundo todo (Andrade, Andrade & Santos,
2004). Associado ao uso indevido de psicotrópicos (casos de pacientes
que compraram o medicamento sem prescrição médica ou que con
sumiram a droga em quantidades ou prazos superiores ao recomenda
do) se encontra a crença não funcional de que todos os problemas de
vem ser rapidamente superados e que as frustrações cotidianas devem
ser atenuadas pelo lazer e pelo consumo incessante de produtos, in
clusive medicamentos (Dantas, 2009). As propagandas dos laborato
rios farmacêuticos associam as pessoas felizes ao uso de medicamentos
que eliminam emoções — como a ansiedade — causadas pelos proble
mas cotidianos. Ironicamente, ansiolíticos (comumente chamados de
tranquilizantes) podem causar dependência, e, consequentemente,
sem a droga, o individuo pode passar a se sentir mais irritado, ter in
sônia, sudorese e dores pelo corpo. Então, a tentativa de supressão de
uma emoção pode provocar justamente o oposto. Hoje, o sofrimento
psíquico passou a ser compreendido e vivenciado por muitos como
um problema médico, deixando de ser um drama subjetivo. A partir
desta perspectiva, as emoções desagradáveis cotidianas e as decepções
da vida passam a ser entendidas como fruto primariamente de um
transtorno da neurotransmissão cerebral (para uma discussão mais ex
tensa, ver Capítulo 23).
A proposta de regulação emocional por meio da psicoterapia
pode parecer menos atraente que o simples tratamento medicamento
so, que aparecería como mais eficiente, rápido e garantido (Pelegrini,
2003). No entanto, o comando da embarcação no mar de emoções
envolve o desenvolvimento de competências de regulação emocional
que podem ser aprendidas na terapia. Paciente e terapeuta são como o
timoneiro e o navegador que combinam as táticas e procedimentos (já
mencionadas anteriormente) usados durante a regata.
Estratégias Psicoterápicas e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 311
Considerações finais
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Estratégias Psicoterápicas e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 313
zação, podem ocorrer (Critério 9) (APA, 2013), mas estes são geralmen
te com gravidade ou duração insuficientes para garantir um diagnóstico
adicional. Esses episódios correm mais frequentemente em resposta a
um abandono real ou imaginário e tendem a ser transitórios, durar mi
nutos ou horas apenas. O retorno ou contato, real ou percebido, do cui
dador ou parceiro, frequentemente resulta na remissão de tais sintomas.
O TPB é um diagnóstico menos frequente em homens; 75% dos
casos correspondem a mulheres (APA, 2013). Em razão da maioria dos
pacientes serem do sexo feminino, os exemplos abordados no texto deste
capítulo serão com mulheres. A média da prevalência populacional é es
timada entre 1,6% e 5,9%, nas estimativas mais elevadas. Nos serviços
de cuidados primários em saúde, a prevalência pode chegar a 6% e entre
indivíduos atendidos em serviços de saúde mental ambulatoriamente a
prevalência é de 10%. Entretanto, nos serviços de internação em clínicas
e hospitais psiquiátricos a estimativa é de que 20% dos pacientes tenham
o diagnóstico de TPB (APA, 2013). Dessa forma, o TPB é o transtorno
da personalidade mais prevalente em populações clínicas. Apesar de ser
um diagnóstico grave e com grandes níveis de disfimcionalidade, um
dado de pesquisa promissor é o de que a prevalência do mesmo diminui
ao longo dos anos (APA, 2013). Até os 50 anos de idade, a maioria dos
indivíduos com TPB obtém grande estabilidade nos seus relacionamen
tos e no funcionamento ocupacional.
Como o TPB é um diagnóstico com sintomas que podem ser
confundidos ou até mesmo compartilhados com outros transtornos
mentais, é muito importante que se realize uma apropriada avaliação
diagnostica. Dentre os principais diagnósticos diferenciais estão os trans
tornos depressivos e bipolares. A instabilidade do humor pode confun
dir a avaliação do clínico e tornar o diagnóstico pouco claro ou impreci
so. Além disso, outros transtornos da personalidade, em especial os do
Cluster B (APA, 2013): transtorno da personalidade antissocial, trans
torno da personalidade histriônica e o transtorno da personalidade nar
cisista, podem apresentar características de sedução, dramaticidade e ma
nipulação, frequentemente observados também em pacientes com TPB.
É importante considerar também o diagnóstico de alterações da perso-
Estratégias Psicoterapias e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 321
nalidade devido a outra condição médica, sempre que algum dado rele
vante da história clínica do indivíduo possa ser relacionada a tais padrões
de funcionamento da personalidade. Ademais, transtornos por uso de
substâncias podem ser confundidos com o TPB, uma vez que o uso da
substância pode exacerbar, mascarar, ou até mesmo atenuar característi
cas do funcionamento da personalidade do indivíduo.
O TPB é um diagnóstico bastante complexo, no qual frequente
mente são encontrados diagnósticos adicionais. As comorbidades po
dem tornar a avaliação e o tratamento consideravelmente mais com
plexos. Eventos traumáticos ao longo da vida, tais como abuso sexual,
emocional e físico, podem estar diretamente associados a etiología da
personalidade borderline. Esse estilo de personalidade, de acordo com
Linehan (2010a), teria se originado a partir de uma vulnerabilidade
biológica e temperamental, em interação com o que ela, em sua Teoria
Biossocial, denominou Ambientes Invalidantes.
Teoria Biossocial
Resolução de problemas na
Terapia Comportamental Dialética
& Fava, 2012; Rosenthal et al., 2005). Dessa forma, busca-se ensinar
aos pacientes maneiras de identificar e descrever emoções, parar de evi
tar as emoções negativas, aumentar emoções positivas, e também alte
rar as emoções negativas indesejadas.
Uma vez que pacientes borderlines apresentam uma hiper-reati-
vidade emocional, é importante desenvolver também habilidades para
reduzir e tolerar melhor o sofrimento. O treinamento de habilidades
para aumento da capacidade de tolerância ao sofrimento auxilia no de
senvolvimento de estratégias para controle da impulsividade e controle
da raiva, estratégias que visam a ensinar a sobreviver às crises sem usar
drogas, tentar o suicídio ou realizar outros comportamentos disfuncio-
nais (Bohus et al., 2004; Rosenthal et al., 2005).
Outra característica presente na vida da maioria dos indivíduos
borderlines é a instabilidade dos relacionamentos interpessoais (Ebner-
-Priemer et al., 2005). O aumento da eficácia interpessoal é ensinado
através de uma variedade de habilidades de assertividade para alcançar
um objetivo, mantendo os relacionamentos e preservando o autorres-
peito. Por fim, as habilidades de controle da atenção são trabalhadas
através das estratégias de Mindfulness, focando na conscientização e no
desenvolvimento de eficácia. Tais habilidades incluem focar a atenção
na observação de si mesmo ou de um contexto imediato, descrevendo
observações, participando espontaneamente e assumindo uma postura
que evita o julgamento (Vandenberghe & Sousa, 2006).
Se na terapia cognitiva a generalização das habilidades é algo
bastante desejado, na TCD isso é ainda mais necessário. Para auxiliar
no processo de generalização das habilidades recentemente aprendidas
na terapia, o terapeuta emprega recursos como o uso de telefonemas,
as consultas em grupo e a consultoria ao paciente no ambiente, isto é,
fora do consultório, quando necessário (Linehan, 2010a). Embora a
aquisição de competências e o fortalecimento das habilidades sejam
atribuição dos treinadores de habilidades no contexto do grupo de
treinamento de habilidades, é tarefa do terapeuta individual ajudar a
generalizar tais habilidades em todos os contextos relevantes.
334 Terapia Comportamental Dialética
Considerações finais
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Terapia de Aceitação e Compromisso
ria do autor, a questão central para presente discussão reside no feto de que,
em certo momento de sua história de vida, Hayes passou a sofrer ataques
de pânico, vindo a desenvolver um severo Transtomo de Pánico e Agorafo
bia. Na época (final dos anos 1970), já havia protocolos de TCC bem esta
belecidos para o tratamento do transtorno, e Hayes submeteu-se a eles. Os
resultados, porém, foram pouco significativos, e os ataques persistiam mes
mo quando Hayes fazia o uso rigoroso de estratégias como análise de evi
dências e questionamento das distorções cognitivas (Cloud, 2006).
Depois de algumas tentativas frustradas de esbatimento dos sín
tomas através da TCC tradicional, Hayes passou a buscar os motivos
pelos quais o tratamento não estava surtindo efeito. Nesse processo de
busca, surgiu a semente que se tornaria uma das pedras angulares da
ACT: o sofrimento psicológico intenso não é consequência da ativida
de cognitiva ou das emoções em si, mas sim da maneira como a pessoa
se relaciona e responde a própria atividade cognitiva e demais eventos
internos (Hayes & Lillis, 2012). Mais específicamente, Hayes passou a
reconhecer que, mesmo experenciando pensamentos distorcidos e emo
ções provocadoras de grande desconforto, era possível agir de modo a
criar uma vida significativa.
O próprio nome da abordagem — Terapia de Aceitação e Compro
misso — resume os principais elementos da proposta. De um lado, a aceita
ção daquilo que está fora de nosso controle, seja no mundo externo, seja
no mundo interno. No outro lado, está o compromisso que podemos es
tabelecer em praticar ações que possibilitem uma vida mais significativa,
independente da presença de eventos internos ou externos indesejáveis.
Salienta-se aqui o fato de que o compromisso firmado é o de praticar ações
significativas, não de atingir um resultado específico (Harris, 2009).
Ainda que a ACT possua diversas características semelhantes às
abordagens mais tradicionais em TCC (Ciarrochi & Bailey, 2008), é
importante salientar, desde o início, uma diferença fundamental no
que diz respeito aos seus pressupostos teóricos. Compreender as dife
renças nesses pressupostos é importante na medida em que cada pressupos
to conduz a um modelo explicativo de psicopatologia distinto; da mesma
346 Terapia de Aceitação e Compromisso
Fusão cognitiva
Para compreendermos o conceito de Fusão Cognitiva, é bastante
útil começarmos com uma recapitulação do significado do termo fu
são. Sendo ambos autores filiantes nativos e fluentes de português, as-
350 Terapia de Aceitação e Compromisso
são apenas palavras, e começa-se a usar isso como uma habilidade que
se pode desenvolver, torna-se fácil entender e modificar a relação entre
as palavras e o sofrimento. De acordo com Hayes e Smith (2005), na
técnica de rotulaçáo dos pensamentos, se modificarmos, por exemplo,
o pensamento de “tenho muitas coisas para fazer mais tarde” para “es
tou tendo o pensamento de que tenho muitas coisas para fazer mais
tarde” isso reduziria a carga emocional derivada da maneira com que o
processamento da linguagem ativou o sistema emocional. Se você está
se sentindo triste, pode dizer para si mesmo “eu estou tendo o senti
mento de tristeza” e, assim, esse processo permitirá que se desarme dos
conteúdos de sua experiência particular.
Existem diversas outras técnicas de defusão cognitiva e que po
dem ser utilizadas de diversas formas dentro da abordagem da ACT,
inclusive sendo possível criar as próprias técnicas com o paciente
(Hayes & Smith, 2005). Este processo deve ser utilizado quando os
pensamentos parecerem ser bastante familiares ou também podem ser
especialmente útil quando o individuo está se sentindo confuso.
O processo entendido como recomo-contexto diz respeito a
realizar exercícios de conscientização, metáforas e processos experien-
ciais para reforçar para o paciente a percepção de urna parte sua como
transcendental, preservada de qualquer prejuízo (Hayes & Lillis,
2012). De acordo com a teoria da linguagem que está por trás ACT,
há pelo menos três sentidos de selfcpiç. emergem de nossas habilidades
verbais: o self concebido, a autoconsciéncia e o se^como-contexto
(Barnes-Holmes, Hayes, & Dymond, 2001).
O concebido seria a forma como o individuo se percebe, como
por exemplo, ”sou ansioso”, ”sou bonito”, ”sou infeliz”, etc. Estes con
ceitos são oriundos das experiências de vida e contém pensamentos, sen
timentos, sensações corporais, memórias e predisposições comportamen-
tais que o indivíduo tenha tomado para si e integrado a imagem que
tem de si próprio (Hayes & Smith, 2005). Este é provavelmente o self
com que o indivíduo deve estar mais familiarizado, posto que é um
produto da aplicação normal da linguagem a ele mesmo e a sua vida.
360 Terapia de Aceitação e Compromisso
uma batalha sangrenta que dura anos. Apenas um dos times é você e
abandonar a batalha não é uma opção. Com o passar do tempo, o pro
cesso de tomada de consciência faz você se dar conta que tem acesso a
todas as peças, e que não é nem o time branco e nem o time preto, mas
sim, o jogador de xadrez, com poderes para movimentar os dois times.
Uma das estratégias psicoterápicas bastante presentes na ACT é
o mindfittlness, que tem por objetivo desenvolver flexibilidade psicoló
gica e, por consequência, a aceitação para lidar com pensamentos e
sentimentos indesejáveis. De forma semelhante ao que ocorrem com
as intervenções de mindfitlness, alguns estudos sugerem desfechos posi
tivos da ACT para a remissão e prevenção de recaída nos transtornos
depressivos, por exemplo (Lampe, Coulston, & Berk, 2013).
Na ACT, mindfitlness é um dos elementos básicos a serem em
pregados ao longo do processo de tratamento. Assim como a ACT, tal
estratégia psicoterápica tem os princípios de compromisso e aceitação
experiencial como norteadores, posto que também trabalha com o en
tendimento de que as categorizaçóes verbais acerca de si e do mundo
acabam por prejudicar o indivíduo e o deixa preso em categorizaçóes
literais, gerando, assim, atitudes defensivas e rígidas. O aspecto min-
dfitl é tratado por “estar totalmente presente”, e, também envolve tra
zer a consciência para as experiências internas e externas, enquanto elas
ocorrem. O objetivo dos exercícios de mindfiulness é aumentar a capa
cidade de atenção, de forma geral (Luoma, Hayes, & Walser, 2007).
Um exercício utilizado nessa abordagem é o das folhas em um córrego,
onde o terapeuta pede para o paciente se imaginar perto de um córre
go de água límpida e cristalina e, então, imagine seus pensamentos
sendo colocados um a um sobre as folhas que caem de uma árvore que
está no leito do rio, e que deixa suas folhas sobre as águas do córrego
(para mais informações, ver Capítulo 7).
Inicialmente, pode se começar com exercícios de consciência e
meditação mais básicos e, posteriormente, progredir para os exercícios
com conteúdo mais difíceis. Os exercícios mais básicos podem incluir
simplesmente prestar atenção nas próprias respostas corporais, ou ini-
362 Terapia de Aceitação e Compromisso
ciar por partes específicas, como atentar para o que sente quando mexe o
braço direito (Davis & Hayes, 2011). Além da prática de mindfiilness nas
atividades diárias, a prática de atenção plena pode ser utilizada no início
das sessões de psicoterapia, e (ou) dentro das sessões de psicoterapia. A re
alização dos exercícios de mindfiilness junto com o paciente pode melhorar
o vínculo terapêutico, como por exemplo, a utilização da respiração de
forma simultânea, entre terapeuta e paciente (Luoma et al., 2007).
Outro processo presente na prática clínica da ACT é a busca de
entendimento acerca dos valores pessoais. Os valores são como esco
lhas de vida que guiam nossas escolhas. Eles não são puramente even
tos verbais, mas eles são necessariamente conhecidos (ao menos em
parte) verbalmente (Hayes & Smith, 2005). Ao definir ações valoriza
das, o terapeuta estará preocupado em tentar promover a identificação
ou construção destes valores, buscando identificar aquilo que é mais
importante para o paciente (Hayes, Strosahl, & Wilson, 2011).
E importante diferenciar valores de metas, posto que são coisas
distintas. Metas são coisas que podem ser obtidas ou alcançadas en
quanto se está percorrendo um caminho valorizado. Metas são eventos
concretos, situações ou objetos alcançáveis. Valores também não são o
desfecho de algo, posto que não estão no futuro. Viver uma vida valo
rizada é viver a serviço do que você valoriza (Hayes et al., 2011).
Uma das técnicas propostas pela ACT para ajudar ao paciente a
definir seus próprios valores é a chamada “participando de seu próprio
funeral” (Hayes & Smith, 2005). Nesta técnica, é solicitado ao pacien
te que imagine vividamente a cena de seu funeral, com todas as pes
soas que ele imagina que estariam presentes nessa situação. Por alguma
razão, você poderia estar presente, testemunhando esta cena, mas sem
participar diretamente dela. Então, algum familiar ou amigo leria al
gumas palavras sobre você. Pense nas coisas que teme que sejam ditas
sobre você. Escreva tudo o que você gostaria que fosse dito a seu res
peito. Para orientar o paciente quanto a estrutura do que escrever, é
sugerido que se considere os seguintes domínios que poderíam ser im
portantes na elaboração da tarefa.
Estrategias Psicoterápicas e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 363
para onde isso pode levá-lo (Hayes & Smith, 2005). Como já visto
anteriormente, metas são diferentes de valores. Assim, é importante que
o indivíduo estabeleça quis sâo suas metas de curto prazo, e quais são as
ações, pautadas pelos seus valores, que deveriam ser tomadas imediata
mente. Além disso, é importante identificar quais sâo as barreiras e obs
táculos que podem ser encontrados. Na ACT, a abordagem não é a de
“superar” as barreiras, mas sim “contornar” barreiras (Harris, 2011).
Muitas vezes, para se atingir um novo objetivo, é necessário que
brar antigos padrões comportamentais. Assim, quando os padrões são
grandes, antigos e inflexíveis, pode ser imperativo se comprometer
com a oportunidade de estabelecer novos padrões (Hayes & Lillis,
2012). Tais compromissos devem ser claros e tempo-limitados, a fim
de que possam ser observáveis. Além disso, a melhor maneira de cons
truir grandes padrões é estar totalmente consciente deles.
Considerações finais
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13
Terapia Focada na Compaixão
O sistema de defesa-ameaça
O sistema de defesa-ameaça, como o próprio nome indica, é um
sistema de proteção que é partilhado por todas as espécies animais e
que serve para nos proteger de um potencial perigo real ou imaginado
(p. ex., predadores, adversários, frustrações, situações desconhecidas).
A mensagem subjacente e dominante desse sistema é “proteja-se!” (Gil
bert, 2009a, 2010b). Os humanos também podem se sentir ameaça
Estratégias Psicoterápicas e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 373
A mente compassiva
Formulação de caso
A formulação de caso da TFC para indivíduos com elevada ver
gonha e autocriticismo integra modelos cognitivos, comportamentais
e de vinculação, e foca-se em quatro domínios-chaves: (a) influências
inatas e históricas que dão origem a... (b) medos e ameaças internas
ou externas que dão origem a... (c) estratégias de segurança internas
ou externas que dão origem a... (d) consequências não desejadas (que
geram mais desconforto, mais estratégias de segurança e maiores difi
culdades), incluindo o autocriticismo (Gilbert, 2010b).
Na TFC, defende-se que não deve existir apenas uma formula
ção após a avaliação inicial do paciente, mas sim diferentes formula
ções que, sequenciadas, orientam a própria evolução do processo tera
pêutico. Aceitando que se trata de um guia (e não de uma ordem ou
sequência obrigatória), que pode ser alterado, acelerado ou abrandado
em função de cada paciente, Gilbert (2010b) propõe uma sequência
na formulação de caso que pode servir como orientação para o proces
so terapêutico (cf. Quadro 13-1).
Segunda formulação
Exploração do contexto cultural e histórico do paciente.
Elaboração da narrativa da história de vida do indivíduo.
Promoção de insight sobre memórias emocionais centrais acerca do eu e dos outros.
continua
388 Terapia Focada na Compaixão
Quarta formulação
Explicação do modelo evolucionista da mente.
Distinção entre "a culpa não é sua" e a "assunção de responsabilidade".
Explicação dos três sistemas de regulação do afeto - reformulação dos problemas do paciente segundo
este modelo.
Quinta formulação
Definiçãoeseleçãodetarefasterapêuticas(p.ex.,monitoramentodepensamentos,testescomportamentais,
desenvolvimento do "eu compassivo", imagerie compassiva, escrita de carta compassiva).
Exploração de dificuldades e obstáculos.
Sexta formulação
Revisão de formulações anteriores à luz do progresso nas tarefas e de nova informação obtida.
Adequação das tarefas terapêuticas.
Trabalho conjunto futuro e "para além da terapia".
Prática diária em contextos reais de vida.
Preparação do final do processo terapêutico.
1 Para uma descrição detalhada destes exercícios, consultar Gilbert, E (2009b). The compassion
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390 Terapia Focada na Compaixão
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14
Terapia Cognitiva Processual
Histórico
Conceituação de caso
CD-Quest
Role-Play Consensual
Inicial: Final:
Crença: 100% 10% Crença: 100% Crença: 70% Crença: 80% Crença: 50% Crença: 20%
Emoção: 100% 0% Emoção: 100% Emoção: 70% Emoção: 80% Emoção: 50% Emoção: 20%
Tarefa. Preparo para o recurso: Supondo que o advogado de defesa tenha razão, o que isto significa sobre você (técnica da seta ascendente)?
Crença nuclear positiva: Sou uma pessoa sincera.
(Por favor, passe para o registro diário de evidências e assinale diariamente quanto você acredita na nova crença, após escrever entre uma e três evidências que a confirmam).
408 Terapia Cognitiva Processual
2. 2. 2. 2.
3. 3. 3. 3.
2. 2. 2. 2.
3. 3. 3. 3.
2. 2. 2. 2.
3. 3. 3. 3.
__
Fonte: © lrísmar Reis de Oliveira; http://trial-basedcogitivetherapy.com.
Estratégias Psicoterápicas e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 411
P: Acredito 100%.
T: Ao creditar 100% nisso, que emoção você sente?
P: Ansiedade, muita ansiedade. E uma dor na alma.
T: Qual o tamanho dessa ansiedade agora?
P: Cem por cento também, é muito forte.
você agir de outra forma. A defesa afirma ainda que você foi sincera
mostrando os vídeos da terapia para seus pais, expondo seus defeitos
temporários. Quando você ouve essas declarações da advogada de de
fesa, quanto você acredita na acusação de que você é uma fraude?
P: Acredito 60% agora.
T: E de que tamanho fica a ansiedade?
P: 50%.
T: Portanto...
P: Portanto ela é uma pessoa sincera.
T: O último item: “Ela está abrindo espaço para outras pessoas
entrarem em sua intimidade, está se tornando uma pessoa pública,”
mas...
P: Ela foi sincera mostrando os vídeos da terapia a seus pais, ex
pondo seus defeitos temporários.
T: Isso significa que...
P: Que ela não costuma mentir, mostra-se como é de verdade.
T: Portanto...
P: Portanto ela é uma pessoa sincera.
T: Agora você pode voltar para a cadeira da ré. Você acabou de
ouvir da defesa que, depois da exposição, você está agindo com natu
ralidade nas situações, que isso é parte da sua personalidade, foi a do
ença que a fez agir da outra forma, o que significa que hoje está agindo
normal, portanto você é uma pessoa sincera; que você fala o que pensa
para as pessoas, não fica fingindo, significando que está agindo normal
sem os sintomas do TOC, portanto você é sincera; que mostrou os ví
deos da terapia a seus pais, expondo seus defeitos temporários, o que
significa que você não costuma mentir, mostra-se como é de verdade,
portanto você é uma pessoa sincera. Ao escutar isso da defesa, quanto
acredita na acusação de que você é uma fraude?
P: 40% agora.
T: E como fica sua ansiedade?
P: 40% também.
T: Espero que, com isso, sua defesa se torne mais ativa e ganhe
bastante prática, conforme você passe a ajudá-la a juntar esses elemen
tos que provam que você é sincera.
P: Acho que vai me ajudar!
Pesquisas realizadas
Considerações finais
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15
Terapia de Modificação
do Viés Atencional
Cognição implícita
pede para executar uma tarefa que avalie atitudes ou associações indireta
mente (Stacy & Wiers, 2010). Assume-se que através da medição indiret
da cognição, os processos automáticos, ou seja, aqueles que não envolveri
lembrança deliberada, autorreflexão ou autocontrole, sejam menos pro
pensos a serem evitados. Tais medidas, quando comparadas a medidas ex
plícitas (como questionários de autorrelato), são menos prováveis de seren
influenciadas por efeitos de desejabilidade social (Rooke, Hine, & Thors
teinsson, 2008) e podem auxiliar no entendimento das circunstâncias sol
as quais o comportamento de um indivíduo é incongruente com meta
explícitas mantidas por ele no tratamento (Peuker et al., 2013).
Medidas implícitas podem utilizar tarefas indiretas que avalieir
o tempo de reação ou outros índices de aumento da eficiência, produ
ções de textos ou testes de desempenho da memória. Além destas, des
taca-se na literatura o paradigma da reatividade a pistas (Rooke et al..
2008). Tal paradigma se refere à variedade de respostas que são obser
vadas quando indivíduos com transtornos mentais como quadros de
ansiedade, depressão ou transtorno por uso de substâncias são expostos
a algum estímulo que foi previamente associado a sua patologia (Lopes
et al., 2012). A avaliação de reatividade a pistas pode ser feita através
de parâmetros psicofisiológicos, como a mensuraçáo da atividade ele-
trocardiográfica e da resposta da condutividade da pele; ou também
através de tarefas experimentais, como a avaliação do viés de atenção,
foco central deste capítulo e descrita em detalhes a seguir.
Viés de Atenção
comportamento de busca pela droga (Field & Cox, 2008). Por outro lado,
não está ainda bem estabelecido em qual etapa do processo da atenção o
viés é mais pronunciado, se no processo da orientação inicial da atenção
(mais automático ou implícito) ou na atenção mantida e mais influenciá
vel por variáveis motivacionais (Field et al., 2004b). Tal identificação seria
importante ferramenta para a prática clínica no sentido de nortear as esco
lhas de estratégias de tratamento para pacientes com transtorno por uso de
substâncias. A maioria das estratégias de tratamento nessa área direciona-se
ao processamento explícito, como técnicas cognitivas e comportamentais
de manejo de fissura ou de prevenção de recaída; portanto, impactariam
na atenção mantida, mas não na automática. Assim, estratégias focadas no
processamento implícito ou automático tornam-se necessárias para me
lhorar os índices de sucesso.
Nesse contexto, os estudos com fumantes que investigaram viés
em diferentes tempos de exposição do estímulo por meio da Tarefe, de
Atenção Visual encontraram viés positivo para estímulos relacionados
ao cigarro durante todo o processo da atenção (Bradley, Field, Mogg,
& De Houver, 2004; Ehrman et al., 2002, Field et al., 2004; Lopes,
2009). Isso indica que tanto a orientação inicial automática como a
atenção mantida dos fumantes estão com foco em pistas associadas ao
cigarro. Ao contrário, ex-fumantes mostraram um padrão de evitaçáo
(viés negativo) de estímulos associados ao cigarro na mesma tarefa,
sendo que essa evitação foi maior nos tempos de exposição maiores
(Peuker, 2010). Isso pode indicar que as estratégias de prevenção de
recaída dos ex-fumantes provavelmente estão contribuindo para a ma
nutenção da abstinência, embora estejam influenciando os estágios de
manutenção da atenção com mais força do que os estágios iniciais au
tomáticos. Estratégias de tratamento direcionadas ao processamento
implícito poderiam contribuir para que, com o passar do tempo, não
fosse mais necessário que o ex-fumante empregasse tanto esforço cog
nitivo nas estratégias de manutenção da abstinência.
Estudos que investigam viés e padrão de consumo de álcool en
contraram que bebedores frequentes apresentavam maior viés de aten
ção positivo para álcool quando comparados a bebedores ocasionais, mas
446 Terapia de Modificação do Viés Atencional
Considerações finais
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Terapia Metacognitiva
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-3 -2 -10 1 2 3
Experimentos comportamentais
Prevenção de Recaída
Considerações finais
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Parte III
Tópicos Especiais
Estrutura do Tratamento
Sessões Iniciais
Quando se atendem crianças menores de seis anos em terapia
cognitiva, frequentemente ocorrem algumas dúvidas acerca da prática.
Indagações do tipo: quem será atendido primeiro, os pais ou a criança?
Quantas sessões são necessárias para formar vínculo? Com que fre
quência os familiares são atendidos? Em quais situações o contato com
a escola deve ser realizado? Dentre outras importantes questões.
Crianças menores de seis anos dificilmente têm ciência da finali
dade de um tratamento com um psicólogo ou psiquiatra e, portanto, es-
pera-se que a busca pelo atendimento parta dos responsáveis ou até mes
mo por encaminhamento da pré-escola. Medos diversos e problemas de
mau comportamento são os motivos mais presentes no consultório de
terapeutas infantis. Por isso, é indicado que os solicitantes do atendi
mento sejam os primeiros a serem atendidos. Sem a presença da criança,
as informações, inicialmente, podem ser coletadas de modo mais minu
cioso, dando-se mais liberdade ao profissional e aos solicitantes para ex
plorarem de modo mais profundo os problemas atuais e passados. Ou
tros motivos justificam a ausência da criança em um primeiro momento,
tais como o contrato do serviço (valores de honorários e forma de paga
mento, questões relativas ao uso dos dados para pesquisa, quando tais
aspectos se apliquem) e investigação de informações que a criança pode
não ter acesso, tais como segredos de família, por exemplo.
Frequentemente, essa primeira entrevista pode se estender a mais de
uma consulta. Não existe um número máximo de encontros necessários e
podem ser solicitadas tantas consultas quantas forem necessárias para reali
zar uma adequada avaliação do comportamento infantil (que será abordado
mais adiante neste Capítulo). Essas consultas iniciais também são impor
tantes para o estabelecimento do vínculo terapêutico com os pais ou cuida
dores, uma vez que eles também participarão do processo de tratamento.
Pode-se também utilizar parte das primeiras entrevistas para orien
tar os pais ou cuidadores sobre o modo de apresentar à criança a ideia de
fazer terapia. Dentre tais orientações, é aconselhável que o terapeuta seja
apresentado como um profissional que pode ajudá-lo a se sentir melhor
488 Terapia cognitiva para crianças de 0 a 6 anos
Avaliação
Treinamento de pais
Passo 10 Sessões de apoio. O espaçamento entre as sessões pode ser variar con
Revisão e discussão dos proble forme a necessidade de cada família.
mas e soluções encontrados.
492 Terapia cognitiva para crianças de 0 a 6 anos
O atendimento à criança
A partir dos dois anos de idade, as queixas podem estar relacionadas
ao medo e à vergonha em determinadas situações. Aos quatro anos, as quei
xas começam a apresentar um nível de complexidade maior, representando,
além dos já citados, dificuldade no relacionamento interpessoal.
496 Terapia cognitiva para crianças de 0 a 6 anos
A primeira sessão com a criança deve ser uma sessão mais livre
da estrutura convencional da sessão de terapia cognitiva. Nesse caso,
o brinquedo e o jogo são utilizados para facilitar a comunicação en
tre terapeuta e paciente, até que ambos consigam desenvolver uma
relação terapêutica sustentada. Estabelecer um vínculo seguro é uma
tarefa difícil de se fazer com crianças pequenas. Entretanto, é de
suma importância que se construa essa relação, pois ela permitirá âo
clínico testar as hipóteses do mau comportamento das crianças no
consultório (recusa, birra, agressividade) e depois ensinar estratégias
mais assertivas de enfrentamento sem acarretar no término indeseja-
do do tratamento.
Espera-se que nas primeiras consultas sejam esclarecidos os mo
tivos para uma criança estar visitando um consultório psicológico ou
psiquiátrico. As crianças se beneficiam de informações como:
• “Você gostou de vir aqui? Nós vamos nos ver toda semana, assim
poderemos brincar um pouco e você pode falar mais sobre as coisas
que você gosta defazer”
• “Gostei muito de lhe conhecer. Algumas vezes vou falar com seus pais
e outras com você, para que possamos passar um bom tempo juntos”.
• “Muitas crianças da sua idade vêm até o meu consultório e eu as
ajudo a se sentirem melhor e a terem mais amigos”.
T: Isso mesmo! Por que será que ele está se sentindo feliz num e triste
no outro?
P: Aqui ele está triste por que furaram a bola de futebol dele!
T: Acho que pode ser por isso então que ele está triste.
P: É...
T: E se pudéssemos continuar essa história, o que ele faria depois que
furaram a bola de futebol dele?
P: Ele vai chorar e vai bater no amigo que fez isso.
dro grande com canetões para traçar desenhos que podem ilustrar as
partes da sessão, conforme o desenho de exemplo:
500 Terapia cognitiva para crianças de 0 a 6 anos
T: Às vezes você bate no seu irmãozinho porque acha que seus pais gostam
mais dele do que de você. Mas já vimos que seus pais fazem muitas coisas
legais com você. Na verdade, você pode ser uma menina muito legal com
seu irmão, é só lembrar que seus pais e ele também lhe amam. Vamos dese
nhar as coisas que mostram que seus pais e seu maninho gostam de você?
Sessões intermediárias
Acessando as emoções
Uma importante parte do trabalho do terapeuta cognitivo infan
til está em estimular seus pacientes a usarem a linguagem para descre
ver e vivenciar as suas emoções. Apesar de na primeira infância as áreas
cerebrais vinculadas ao controle emocional serem ainda imaturas, a in
fluencia externa é uma das mais fortes contribuições para a reatividade
504 Terapia cognitiva para crianças de 0 a 6 anos
Resolução de problemas
Sessões finais
O último dia de sessão terapêutica deve ser um dia especial que re
salte todas as competências e habilidades. Ele deve valorizar o sentimento
de poder e de controle do paciente sobre si mesmo. Paciente, terapeuta e
familiares podem fazer uma pequena festinha, uma cerimônia ou apenas a
entrega de um certificado, como os de formatura. A criança se sentirá ain
da mais motivada para continuar mantendo as suas novas aprendizagens
obtidas com o trabalho terapêutico (Knell & Dasari, 2010).
As sessões finais devem ser utilizadas para revisão do tratamento
e podem ser espaçadas gradativamente. As tarefas de casa nessa etapa
do tratamento devem ter caráter de generalização do que foi aprendi
do. O terapeuta pode utilizar maior tempo da sessão com os pais para
resolver as dúvidas que porventura restem quanto às formas de mane
jar e prevenir comportamentos indesejáveis. Além disso, incentivar a
comunicação entre os pais e a escola para que os pais possam ter maior
fidedignidade de como seu filho está se comportando na escola é uma
tarefa importante para o psicólogo.
Considerações finais
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Terapia Cognitiva para
Crianças de 7 a 12 Anos
As sessões TRI
Diante disso, ganha relevo a ideia de que essa etapa é a melhor para
o inicio dos exercícios relacionados ao desenvolvimento da empatia. Seria
o momento propicio para que a criança, diante da possibilidade de se co
locar no lugar do outro, pudesse ser encorajada e fortalecida nessa fun
ção. Tal habilidade teria uma forte influência no convívio social, incre
mentando habilidades sociais e de cuidado com os outros, e diminuindo
problemas como agressão e bullying.
O desenvolvimento da empatia, bem como a regulação emocio
nal, tem forte conexão com o desenvolvimento da resiliência, outro im
portante fator reconhecido no programa.
Para Reinecke, Dattilio e Freeman (2009), uma série de fatores
como a aquisição de habilidades afetivas, cognitivas, sociais e vocacionais
influenciam no desenvolvimento emocional, e comportamental infantil.
Diante disso, o programa TRI privilegia, nessa primeira etapa, exercícios
e jogos que buscam auxiliar as crianças, bem como os seus pais, no seu
desenvolvimento e fortalecimento emocional.
A seguir como está dividida a etapa “T” atualmente no programa
clínico protocolar, lembrando que ele foi adaptado para um tamanho
compacto para fins de pesquisa. Nesse programa, as sessões acontecem
individualmente e tem duração de uma hora.
Sessões T
Sessões R
Sessões I
Sessões de Competência Comportamental Descrição Técnica
Considerações finais
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19
Terapia Cognitiva no
Contexto Pré-Escolar
Desenvolvimento socioemocional
A relação aluno-professor
mam das crianças contribuem para que a criança desenvolva sua percepção e
aprenda a controlar seu comportamento (Baumrind, 1996; Bronfenbrenner
& Ceei, 1994). A alta prevalência de problemas de saúde mental em escola
res e sua associação com métodos educativos e problemas de saúde mental
dos cuidadores indicam a necessidade de intervenções psicoeducacionais
para reduzir as práticas educativas não adequadas e os problemas de saúde
mental na infância (Vitola, Fleitlich-Bilykb, Goodmanc, & Bordina, 2005).
Antes de treinar o professor a como manejar o comportamento em
sala de aula, é importante orientá-lo para alguns tópicos no que se refere à
relação de cuidado do professor para com a criança. Esses tópicos estão di
vididos em duas dimensões: responsividade e exigência (Baumrind, 1996).
A responsividade é uma das duas maiores dimensões de cuidados a crian
ças (Baumrind, 1996). Refere-se ao grau de capacidade do adulto em lhe
dar suporte e ao quanto o adulto é capaz de ter atitudes compreensivas que,
através do apoio emocional e da bidirecionalidade na comunicação, visam
a favorecer o desenvolvimento da autonomia. Dentro da dimensão “res
ponsividade”, podem-se destacar quatro conceitos importantes:
1) Carinho: a expressão emocional de apreço, de amor. Não existe
uma única maneira correta de demonstração de carinho. De
pendendo da cultura ou da maneira individual de demonstrar
afeto, isso acarretará em diferentes maneiras de aproximação.
O afeto se apresenta como um interesse genuíno no bem estar
da criança (Belsky, Sligo, Jaífee, Woodward, & Silva, 2005).
2) Conhecimento acerca do desenvolvimento infantil: existem vá
rias maneiras de aprender sobre desenvolvimento infantil. Cur
sos na área da psicologia e educação, livros e comparecer a reu
niões escolares e palestras ajudam a suprir essa necessidade
(Patterson, Mockford, & Stewart-Brown, 2005). Esses conhe
cimentos permitem que o adulto tenha expectativas realísticas
sobre o comportamento e o desempenho da criança em dife
rentes idades e áreas, tais como motora, física, cognitiva, social
e emocional. Ter esse conhecimento também ajuda os profes
sores a entender o papel que tanto os pais como eles mesmos
precisam desempenhar no desenvolvimento dos filhos.
536 Terapia Cognitiva no Contexto Pré-Escolar
Treinamento de professores
Nos últimos anos, a TCC tem se mostrado muito eficiente pra
crianças e adolescentes com problemas cognitivos, emocionais e ou com-
portamentais. A TCC se propõe a trabalhar com a maneira como a
criança interpreta as experiências que vivencia e o modo como os seus
pensamentos influenciam o seu funcionamento emocional e comporta-
mental. Dado que a TCC é uma prática orientada no presente, que bus
ca ter um tempo reduzido quando comparada com outras abordagens
teóricas, e é voltada para a resolução de problemas e ao alcance de metas,
ela se apresenta facilmente adaptável em diversos ambientes. Psicólogos
clínicos com ênfase em settings escolares, ou psicólogos escolares podem
utilizar-se do entendimento e das técnicas da TCC como um continuum
desde a prevenção até a identificação precoce dos sintomas, as propostas
de intervenções e o direcionamento para tratamento psicoterápico no
momento adequado (Christner & Alien, 2003).
O objetivo deste capítulo é levar aos leitores uma proposta de
treinamento de professores, que compreenda uma reflexão acerca do
trabalho desenvolvido, conhecimento da fase desenvolvimental, e téc
nicas de manejo do mau comportamento e de promoção de compor
tamentos funcionais.
Temperamento Características
Easy São mais bem-humoradas, adaptam-se facilmente, enfrentam situações no
vas de forma positiva e expressam emoções de forma tranquila.
Slow-to-warm-up Expressam emoções de forma menos suave, resistem e levam mais tempo
para se adaptarem a novas situações e pessoas.
Difficult Expressam emoções de forma intensa, demoram a se adaptar a novas situa
ções, são teimosos e persistentes quando contrariados.
entender que o amigo quebrou o meu brinquedo sem querer pode ain
da não ser suficiente para que a minha tristeza ou a minha raiva sejam
superadas. Por isso, espera-se que as pessoas aprendam o quanto antes
a lidar com suas próprias emoções, manifestando de forma adequada
tanto as emoções positivas como as negativas. Demonstrar alegria fa
zendo movimentos bruscos mesmo com pessoas em volta ou arremes
sando objetos desordenadamente pode ser natural para crianças peque
nas, assim como a frustração, raiva ou tristeza podem ser manifestadas
por gritos, agressões físicas e choro. Porém é nessa mesma fase que elas
devem aprender a demonstrar suas emoções com maior assertividade
de acordo com o contexto cultural e social.
Os professores atuam densamente como treinadores de crianças,
pois vivenciam muitas situações que envolvem reatividade emocional.
Nesse sentido, a idéia central dessa etapa é que eles tenham capacita
ção para ajudar as crianças a construírem um conhecimento a respeito
de suas próprias emoções e sobre as emoções de seus colegas.
O acesso às emoções pode ser realizado de diferentes maneiras.
Com crianças jovens, o uso de modelos como personagens e fantoches
proporciona melhores resultados. Com base na teoria da aprendiza
gem social, proporcionam-se modelos em situações que produzem
consequências da resposta emitida, o que se torna indispensável para a
modificação do comportamento (Bandura, 1969). A primeira inter
venção consiste em apresentar as emoções, o que as originam e o que
elas acarretam fisicamente, psicologicamente, e comportamentalmen-
te. Com o trabalho em sala de aula, o professor pode inserir alguns
momentos na semana destinados a esse tema mesmo dentro dos pro
jetos pedagógicos. Por exemplo, se o tema do projeto atual no mês de
maio é o dia das mães e algumas atividades envolvem o conceito de
família, pode ser oferecido um espaço para as crianças discutirem
como se sentem com relação às suas mães, o que as deixam felizes, o
que elas fazem que os deixem felizes, etc. Com o tema sobre animais,
por exemplo, histórias e contos de situações que envolvam reatividade
emocional podem ser ilustradas e discutidas em uma rodinha. Outras
Estratégias Psicoterapias e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 549
ças. Como a maioria dos pré-escolares ainda não conseguem 1er, mas
apenas identificar as letras, é importante que tais regras sejam ilustra
das com desenhos ou figuras que lembrem a regra. Organizar um qua
dro com o cronograma diário e afixar em lugar visível para todas as
crianças ajuda a produzir maior independência e organização. Nesse
cronograma, incluem-se as atividades do dia, como a rodinha, os hábi
tos de higiene, os deslocamentos dentro da escola, e as atividades livres
e dirigidas. Para ajudar as crianças a lembrarem sobre os bons compor
tamentos, sugere-se o preparo de um material gráfico com as expecta
tivas de comportamento para cada rotina durante o período na escola.
O material pode ser de qualquer tamanho, de maneira que o professor
possa utilizá-lo para lembrar os alunos do que é esperado deles.
Considerações finais
Agradecimento
Obrigada com carinho a Giovanna (5 anos) que cedeu seu desenho
para ilustração da técnica economia de fichas.
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21
Do Laboratório
para a Clínica
não o espaço que receberá mais recursos da atenção, e sim o objeto se
lecionado. Existem consideráveis evidencias na literatura sugerindo
que a atenção visual seletiva é direcionada também pela forma como o
sistema de atenção agrupa ou separa os objetos (Driver & Baylis,
1998). Em um experimento conduzido por Egly e colaboradores
(1994), foi demonstrado que, apesar dos participantes terem bom de
sempenho para alvos apresentados em um local do objeto, eles tiveram
desempenho superior para alvos apresentados na outra extremidade do
mesmo objeto. Isso em comparação com alvos com a mesma distância
entre si, porém em objetos diferentes (Egly, Driver, & Rafai, 1994). E
possível que a atenção interprete dois estímulos-alvo de modo mais rá
pido e eficaz quando tais estímulos estão presentes em um mesmo ob
jeto, como se ela os interpretasse simultânea ou paralelamente.
Uma conceitualização atual da atenção a subdivide em funções de
alerta, de orientação e de controle executivo (Fan et al., 2009), que justi
ficam a utilização de diferentes tempos de exposição, por exemplo, nos
estudos na área da atenção visual seletiva. De acordo com essa subdivi
são, o alerta descreve a função de manter o estado de alerta e responder
aos sinais de perigo. Já a orientação, tanto a automática quanto voluntá
ria, está envolvida na seleção de informações acerca dos múltiplos inputs
sensorios. O controle executivo, por sua vez, descreve um conjunto das
mais complexas operações, que incluem a detecção e a resolução de con
flitos de modo apropriado para controlar pensamentos ou comporta
mentos. Algumas evidências sustentam essa teoria de atenção através da
demonstração de que cada função aparenta ser auxiliada por uma distin
ta rede de circuitos cerebrais e é diferentemente enervada por vários sis
temas neuromodulatórios (Posner & Rothbart, 2007).
Apesar de alguns estudos terem se dedicado a tentar entender a
separação funcional dessas redes, tanto em estados saudáveis como em
patológicos, a interação entre elas ainda permanece pouco clara (Pos
ner, Sheese, Odludas, & Tang, 2006). Assim, torna-se necessário se
entender em que nível ocorrem tais interações entre os circuitos cere
brais e de que forma esses processos afetam o funcionamento da aten
ção. Também é importante integrar os conhecimentos da área da pes
Estratégias Psicoterápicas e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 597
al., 2012; Melo, Oliveira, Peixoto, Bizarro, 2012; Melo, Bizarro, Peixo
to, & Oliveira, 2012). Se o indivíduo do exemplo anterior, com fobia de
aranha, entrar em um local com pistas relacionadas a cobras ou a cães, sua
atenção não apresentará o automatismo observado em indivíduos com fo
bia a esses animais (Teachman, Gregg, & Woody, 2001).
Obviamente existem alguns estímulos que são mais propensos
do que outros a se tornarem foco do medo fóbico. É mais fácil desen
volver uma fobia de cobras do que de borboletas, em razão da função
evolutiva desses medos nos seres vivos (Marks, 2002; Melo, Oliveira,
& Bizarro, 2014). Nossos antepassados, que se depararam com cobras
no passado, tiveram mais experiências aversivas do que aqueles que se
defrontaram com borboletas.
A terapia cognitiva postula a existência de um modelo cognitivo
diferente para cada transtorno mental (Beck, 1979). O aparelho men
tal cria representações dos fatos e é a partir desse processamento que se
experimentam as emoções e se manifestam os comportamentos. Entre
tanto, existe um automatismo da atenção para as informações relevan
tes para o tipo de conteúdo das crenças. Assim, a atenção direciona
seus recursos para as informações congruentes com o conteúdo dos es
quemas mentais do indivíduo (Beck, 1963). Se uma determinada pes
soa, por exemplo, foi picada por uma aranha, viu alguém sendo picado
ou ouviu falar que elas são perigosas, e desenvolveu uma crença pessoal
de vulnerabilidade — “Sou vulnerável” — e de que “As aranhas são ex
tremamente perigosas”, é possível que ela seja a primeira pessoa a loca
lizar um tal espécime em um determinado ambiente. Sua atenção esta
rá dirigida para as informações referentes ao conteúdo de seus esque
mas mentais, possivelmente provocando ansiedade na presença de estí
mulos relacionados a aranhas (Teachman & Woody, 2003).
A ansiedade influencia diretamente o funcionamento da atenção
e parece exercer a função de um importante mecanismo de regulação
do sistema cognitivo (Eysenck, 1992). Atualmente muitos pesquisado
res têm trabalhado com a hipótese de que a atenção seletiva para ame
aça seria ao mesmo tempo causa e consequência, ou seja, o indivíduo
fica ansioso porque desenvolve uma hipervigilância à ameaça e se man-
Estrategias Psicoterápicas e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 599
Considerações finais
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22
Psicoterapia e Psicofarmacologia
Combinadas no Tratamento dos
Transtornos Mentais
Aline André Rodrigues, Nathalia Janovik da Silva
e Aristides Volpato Cordioli
quietude, tremores, cansaço, fadiga podem tanto ser uma reação ad
versa ao medicamento, como manifestação de ansiedade/depressão.
Transtomo bipolar
O transtorno bipolar é uma doença mental grave, recorrente e
que representa um importante problema de saúde pública, devido às
altas taxas de incapacidade e de mortalidade (Mathers, López, & Mur-
ray, 2006). Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS),
o transtorno bipolar ocupa o sexto lugar no ranking das patologias
mais incapacitantes, sendo a incapacidade definida pelos anos de tra
balho perdidos entre adultos jovens (Vieta et al., 2013).
O tratamento do transtorno bipolar habitualmente incide na es
tabilização da fase aguda dos sintomas, quando o objetivo é a recupe
ração sintomática dos pacientes em estágios depressivos ou maníacos
da doença, propiciando a eutimia. Já a fase de manutenção concentra-
se na prevenção a recaídas, na redução dos sintomas subclínicos e no
melhor funcionamento social e ocupacional (Geddes & Miklowitz,
2013). Sabe-se que o componente biológico e genético nesse transtor
no é muito relevante, e tal conhecimento faz com que a farmacologia
seja o pilar do tratamento.
Em 2011, Cipriani et al. publicaram uma metanálise em que 68
ensaios randomizados controlados foram avaliados, comparando 13
medicamentos. Diferenças clínicas substanciais, considerando eficácia
e tolerabilidade, foram observadas entre os fármacos, sendo que olan-
zapina, risperidona e haloperidol parecem ter um melhor perfil, além
da aparente superioridade do uso de antipsicóticos frente ao litio e aos
anticonvulsivantes no tratamento do episódio maníaco.
Referentemente ao tratamento do episódio depressivo no trans
torno bipolar, Sachs et al. (2007) conduziram um estudo que não evi
denciou benefício em associar-se paroxetina ou bupropiona a um esta
bilizador de humor, enquanto outro estudo sugeriu não haver superio
Estratégias Psicoterápicas e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 621
Esquizofrenia
O uso de medicações antipsicóticas é considerado como a abor
dagem de primeira linha no tratamento dos sintomas agudos e cróni
cos da esquizofrenia. No entanto, observa-se que um número conside
rável de pacientes portadores dessa patologia continua apresentando
sintomas residuais positivos e/ou negativos, não obstante o tratamento
antipsicótico, o que agrava sobremaneira os déficits interpessoal, labo
rai e cognitivo inerentes à doença.
Segundo Alford e Beck (2000), a combinação entre o tratamento
farmacológico e psicoterápico é normalmente necessária para uma abor
dagem mais eficaz dos transtornos psicóticos. Liberman, Mayerhoff e
Loebel (1991) também propõem uma abordagem combinada para au
mentar a adesão desses pacientes ao tratamento farmacológico, uma vez
relatado que 14% deles não respondem adequadamente às drogas antip-
Estratégias Psicoterapias e a Terceira Onda em Terapia Cognitiva 623
sicóticas no primeiro surto psicótico, e que essa taxa sobe para 25% em
episódios subsequentes. Desta forma, podemos elencar a seguir os prin
cipais objetivos da terapia combinada no tratamento de pacientes esqui
zofrênicos (American Psychiatric Association, 1997; Caballo, 2003):
• Oferecer continência e apoio;
• Fornecer informações adequadas sobre a doença, bem como
técnicas de enfrentamento dos sintomas;
• Restabelecer o contato com a realidade;
e Aumentar a adesão à farmacoterapia;
e Identificar fatores desencadeantes dos surtos psicóticos e ins
trumentalizar o pacientes para lidar com os eventos potencial
mente estressores;
• Desenvolver autonomia e maior capacidade de gerenciar a pró
pria vida.
Transtomo de Pânico
O transtorno de pânico (TP) caracteriza-se pela recorrência dos
ataques de pânico, os quais consistem em uma sensação súbita de
626 Psicoterapia e Psicofarmacologia Combinadas no Tratamento dos...
Transtorno Obsessivo-compulsivo
Ansiedade Social
com pessoas que não são familiares, por exemplo), ser observado (por
exemplo, comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de
terceiros (dar uma palestra). Devido ao temor de ser avaliado negativa
mente pelos outros e diante de possíveis exposições sociais e dos sinto
mas físicos, adota a esquiva fóbica como estratégia para evitar o des
conforto associado, a qual pode acarretar incapacitações graves.
Tanto a farmacoterapia como a TCC que utiliza a exposição às
situações evitadas e, ainda, a reestruturação cognitiva das crenças dis
torcidas em relação à avaliação feita pelos outros têm a sua eficácia
bem estabelecida no tratamento do TAS. Da mesma forma como em
outros transtornos de ansiedade, as chances de sucesso com a terapia
combinada parecem ser maiores conforme a natureza dos sintomas —
medo, ansiedade, e esquiva fóbica —, embora não se tenha uma com
provação da superioridade do tratamento combinado sobre uma ou
outra abordagem isolada. É importante lembrar ainda que a depressão,
muitas vezes grave, é uma comorbidade muito comum no TAS, o que
seria uma razão adicional para o uso de antidepressivos.
Transtomos Alimentares
Os transtornos alimentares têm sido amplamente estudados e
incluem, principalmente, a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e o
transtorno da compulsão alimentar periódica. Trata-se de transtornos
mentais graves e de prognóstico reservado, caracterizadas pelo medo
mórbido de engordar, restrição alimentar voluntária, ingestão maciça
de alimentos seguida de vômitos provocados e uso abusivo de laxantes
e diuréticos, o que, invariavelmente, leva a altos índices de morbidade
e letalidade (Cordás, Guimarães, & Abreu, 2003).
E notório que as práticas alimentares purgativas e restritivas são
um problema crescente de saúde pública, nas quais o terapeuta deve
intervir imediatamente a partir dos parâmetros clínicos mais emergen-
ciais, sem negligenciar os aspectos cognitivos e culturais inerentes à
doença. Neste sentido, chegou-se ao desenvolvimento recente de abor-
630 Psicoterapia e Psicofarmacologia Combinadas no Tratamento dos...
Considerações finais
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24
Psicoterapia e Ciência
-se cada vez mais da psicologia científica. Isso ocorreu porque a distinção
que havia era de muitas formas arbitrárias: psicoterapia e psicologia são
campos próximos, intrínsecos e relacionados. Ambos têm influência so
bre suas atividades e métodos. A psicologia tornou-se, nesse período de
amadurecimento, uma área baseada em pesquisa, em ciência na busca de
evidência para os efeitos sobre o comportamento. A psicoterapia tornou-
se um campo aplicado muito mais flexível e sensível.
Com o crescimento da psicoterapia comportamental (Primeira
Onda) e, logo adiante, com a psicoterapia cognitiva (Segunda Onda),
elementos de ciência passaram a tomar vulto e crescer em importância.
A psicoterapia tornou-se algo que precisava ter uma base de certeza, de
evidência para se ajustar aos novos tempos.
Toda a sensibilidade do terapeuta passou a ser controlada, pas
sou a ser treinada. Objetivos claros passaram a ser preponderantes.
Métodos passaram a ser importantes para atingir determinados objeti
vos. A necessidade de evidências para que métodos terapêuticos pro
postos pudessem ser aplicados cresceu. A distância entre o laboratório
e a prática clínica diminuiu. Mas fundamentalmente, a necessidade de
conhecer o método científico tornou-se cada vez mais forte no contex
to da aplicação psicoterapêutica. A psicoterapia como uma técnica de
pendente da sensibilidade do terapeuta passou a contar com elementos
de método, com objetivos claros, métodos precisos, treinamento tera
pêutico e sucesso ou fracasso mensurável.
A maneira de entender a dualidade entre uma terapia sensível,
quase artística, e uma psicoterapia baseada em um método científico
foi mais um problema para a psicologia debater e entender. Muitas ve
zes a cientificidade do método é considerada como algo objetivo, e a
sensibilidade como a arte da psicoterapia. Essa dualidade com fre
quência é vista como um elemento pernicioso.
Nos dias de hoje, todavia, o importante é considerar que a psi
coterapia é aplicada para o desenvolvimento de uma condição de saú
de. Psicoterapia está no terreno da saúde mental e não se restringe ape
nas à psicologia. Está no terreno do bem-estar e este deve ser conside
rado importante o suficiente para ser tratado com a seriedade que o
664 Psicoterapia e Ciência
Pesquisa em psicoterapia
Considerações finais
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