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TEMA VII: DESENHOS NÃO-EXPERIMENTAIS DE INVESTIGAÇÃO


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TEMA VII: DESENHOS NÃO-EXPERIMENTAIS DE INVESTIGAÇÃO

1- Investigações não-experimentais. Tipos de desenho não-experimental


2- Desenhos transaccionais (ou transversais): descritivos e correlacionais /
causais.
3- Desenhos longitudinais: Estudos de tendência, cortes e de painel.
4- Comparação de desenhos transaccionais e longitudinais. Outras alternativas
de desenho não experimental.
5- Comparação das investigações experimentais e não-experimentais. Relação
com tipo de estudo e hipóteses.

1- Investigações não-experimentais. Tipos de desenho não-experimental

- A investigação não-experimental é aquela que se realiza sem manejar


deliberadamente variáveis.
- O que se faz numa Investigação não-experimental é observar fenómenos tais e
como se dão no contexto natural
- A diferença com a Investigação experimental, na Investigação ñao-experimental
não se “constroem” grupos nem situações, senão que se absorvem situações ou
grupos existentes.

Exemplo:
Uma investigação que pretende analisar os efeitos de alcoolismo sobre os reflexos
humanos. O grupo fundamentalmente de investigação é um grupo de alcoólicos
existente, provavelmente composto por indivíduos com diferente nível de
alcoolismo, sujeito ou não a tratamento médico, etc.

Definição: A investigação não-experimental é a investigação sistemática e empírica


em que naquela as variáveis independentes não se manipulam porque já há
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sucedido. As inferências sobre as relações entre variáveis se realizam sem


intervenção e influencia direita e ditas relações se absorvam tais e como se estão
dando no contexto natural.

Transversais De acordo a sua pretensão:


(Momento único) - Descritivos (Quando se quer obter
o valor duma variável).
Ex: O estudo sobre o impacto da RE.
do ensino de Matemática no ensino.
- Correlacionais / Causais
Tipos de desenho
não-experimentais
de acordo a sua
dimensão temporal De acordo aos objectos que se
estudam:
Longitudinais - Tendências
(através do tempo)
vários momentos, na - Cortes
linha de tempo
- Painel

Os estudos longitudinais recolhem dados através do tempo em determinadas


variáveis ou nas relações entre estas, para fazer inferências a respeito a mudança
no tempo, seus determinantes e suas consequências.

2- Desenhos transversais: descritivos e correlacionais / Causais

Os desenhos transversais podem recolher dados de uma ou varias variáveis num


ou vários grupos; ainda num momento dado e com grupos existentes.
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De acordo a sua pretensão podem ser descritivos ou correlacionais / Causais.

- Os estudos transversais descritivos

Os estudos transversais descritivos apresentam um panorama do estudo de uma


ou mais variáveis num ou mais grupos de pessoas ou objectos.

Ex:
Se se descreve o sexo e a idade de indivíduos com diferente nível de alcoolismo.
Se se descreve o nível de escolaridade de várias populações rurais de Huíla num
momento determinado.
Se se descreve o nível de ingresso por meio de famílias com escolares com baixo
nível de aprendizagem de Lubango no ano 2005.
Se se descreve o nível de conhecimento sobre o cuidado do meio ambiente de
escolares do 1º Nível das escolas de Lubango no 2005.

- Os estudos transversais correlacionais / Causais

Os estudos transversais correlacionais / Causais descrevem relações entre duas


ou mais variáveis num momento determinado.

Ex:
Se se descrevem os reflexos humanos entre indivíduos com diferente nível de
alcoolismo e a sua correlação.
Se se descreve o nível de aprendizagem dos alunos de Lubango e sua relação
com as possibilidades financeiras dos pais.
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Se se descreve os alunos com problemas na conduta nas escolas de Huíla e sua


correlação com o nível cultural dos pais num determinado momento.

Em que se distinguem os desenhos correlacionais dos causais. Os desenhos


causais se estabelecem relações de correlação, ainda mais tratam de estabelecer
causas ou ligações internas.

Ex:
Se se descrevem os reflexos humanos entre indivíduos com diferente nível de
alcoolismo e a sua correlação, se trata de uma investigação correlacional, ainda se
se avalia o porque e como o nível de alcoolismo incide nos reflexos, se converte
em causal.

Se se investiga como a motivação influencia em rendimento escolas de estudantes


numa escola de Lubango observando se os estudantes de maior média são os
mais motivados, o estudo é correlacional; ainda se se avalia o porquê a motivação
contribui para elevar o rendimento escolar, é causal.

Em que se diferenciam os estudo descritivos dos correlacionais / causais?


Nos estudos descritivos, o essencial é a descrição das variáveis, enquanto que nos
outros estudos (correlacionais / Causais) o essencial é a descrição das relações
entre as variáveis.

3- Desenhos longitudinais: estudos de tendência, cortes e de painel

Os estudos longitudinais recolhem dados através dos tempos para fazer


inferências a resposta a mudança.
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De acordo às flutuações dos sujeitos ou objectos de estudo podem distinguir-se os


estudos de tendência, de evolução de grupos (corte) e de painel.

- Os estudos de tendência

Os estudos de tendência são aquelas que analisam mudanças através do tempo


(em variáveis ou suas relações) dentro de alguma população em geral, eles
prestam a atenção sobre a populaça.

Medição da Medição da … Medição da


população população população
Tempo 1 Tempo 2 … Tempo K

Em cada momento o que se mede é a população, representada ou não por uma


amostra (que incluso pode ser cambiante … …) ainda sempre representativa da
população no dado instante.

Ex:
Estudo longitudinal da promoção de estudantes do ISCED-LUBANGO entre os
cursos 1990 e 2005.

Em cada curso, pode tomar-se uma amostra da população para analisar por α ,
resultados qualitativos e como a população muda esta amostra, muda também
ainda em cada curso deve ser representativa (o respeito a idade, sexo,
especialidade do curso e outras variáveis) do total de estudante deste curso.

- Os estudos de cortes ou devolução de grupos


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Os estudos de cortes ou de evolução de grupos dominam mudanças através do


tempo em subpopulações específicas. Presta atenção sobre esta subpopulação ou
corte e sua evolução no tempo.

Medição de uma Medição do … Medição dos


subpopulação continuantes da continuantes da
específica subpopulação subpopulação
Tempo 1 Tempo 2 … Tempo K

Ex:
Estudo longitudinal dos diferentes grupos de cada carreira que matriculam no
ISCED-LUBANGO, no curso 2009. Cada grupo matriculado é uma corte e se faz
“seguimento” a todo longo da carreira dos indivíduos deste grupo.

No curso de 2009 se estudam os estudantes que ingressam no primeiro Ano e que


promovem a segunda. No curso 2010 se estuda como envolve cada estudante
desta corte em seu segundo Ano. Como pode haver repetentes, eles não fazem
parte da corte seleccionada e não entram portanto no estudo. Por razoes de não
produção ou baixas no 2º Ano, a corte está reduzida a respeito ao ano inicial. No
curso seguinte se estuda o comportamento de cada um dos estudantes desta corte
no seu terceiro Ano, e assim sucessivamente até que terminam a universidade.
Não sempre um estudo de corte está destinado a ir “perdendo casos” (mortalidade
experimental. Pode incluir que um estudo de cortes suponha um enriquecimento
de casos.

Ex:
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Se estuda a capacitação sucessiva de professores universitários graduados no


curso 2001 no ISCED-LUBANGO (esta é a corte).

No curso 2002 ou qualquer curso posterior podem incorporar-se novos elementos


(ou perder-se) na corte, por ingresso (ou baixa) como professor da universidade
(sempre e quando tenha sido graduado no ano 2001.

- Os desenhos de painel

Os desenhos de painel são similares aos anteriores ainda mantêm o mesmo grupo
específico de sujeitos em todos os momentos de tempo.

Digamos que os estudos de painéis se focalizam sobre os “sujeitos” ou “objectos


específicos” com nome e apelido.

Caso 1 Caso 1 … Caso 1


Caso 2 Caso 2 Caso 2
Caso 3 Caso 3 Caso 3
Tempo 1 Tempo 2 … Tempo K

Os estudos de painel têm a vantagem de que as demais de investigar as


mudanças grupais se conhecem as mudanças individuais e portanto se pode
chegar a especificar “quem” ou “que objectos” introduzem a mudança (modificou).

Ex:
Tomem-se os graduados do curso 2003 no ISCED-LUBANGO e determina-se
quais deles ingressaram na universidade exactamente 5 cursos antes e portanto
promoveram cada ano, então estuda-se a evolução dos seus resultados
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académicos desde o 1º Ano (se obtêm algo assim como uma corte retrospectiva
ainda sem perdas nem incrementos.

4- Comparação de desenhos transaccionais e longitudinais. Outras alternativas de


desenho não-experimental

O essencial

Transversais Longitudinais
Brindam um panorama Pretendem investigar
Num momento único a mudança

Prospectivos (Cortes)
Outra classificação de
estudos não experimentais

Retrospectivos (Transversais)

5- Comparação das investigações experimentais e não-experimentais


Relação com o tipo de estudo e hipóteses

Vantagens dos estudos experimentais em relação com os não-experimentais:


- O controlo sobre as variáveis é mais rigoroso nos experimentos puros que nos
desenhos quasi-experimentais e em ambas melhor que nos estudos não-
experimentais.
- Os desenhos experimentais e quasi-experimentais podem repetir-se mais
facilmente.
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Vantagens dos estudos não-experimentais:

- Nos estudos não-experimentais se está mais cerca das variáveis hipotetizadas


como reais e por conseguinte se tem maior validez externa.
- Os estudos não-experimentais se fazem mais facilmente com amostras grandes.

Relação entre tipos de estudo, hipóteses e desenho de investigação

Em definitiva, o desenho de investigação está em boa medida condicionada pelo


problema a investigar e pelo contesto que rodeia a toda a investigação. Existe uma
relação bastante geral entre o tipo de desenho, o tipo de hipótese mais frequente
associadas a cada tipo de estudo e o tipo de desenho mais apropriado a utilizar,
embora ainda este tipo de relação é bastante flexível.

Tipo de Estudo Tipo de Hipótese mais Desenho mais apropriado


frequente
Pré-experimento, Desenho
Não tem hipótese, em não-experimentais:
Exploratório todo caso conjecturais transversais, descritivos
iniciais
Pré-experimentos, Desenhos
não-experimentais:
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Descritivo Descritivas transversais, descritivos.


Quasi-experimentos,
Desenhos não-
Diferença de grupos sem experimentais: transversais,
Correlacional atribuir causalidade ou correlacionais, ou
correlacionais longitudinais
Experimentos puros, Quasi-
Diferença de grupos experimentos, Desenho não-
Explicativo atribuindo causalidade ou experimentais: transversais
causais causais, ou longitudinais.

Conclusões

- A investigação não-experimental é a que se realiza sem manipular


deliberadamente as variáveis independentes. Se baseia nos factos que já ocorrem
ou que têm lugar no momento das modificações tal como se dão na realidades em
a intervenção direita do investigador.

- Os desenhos não-experimentais podem classificar-se em transaccionais ou


longitudinais. A sua vez, os primeiros podem classificar-se de acordo a sua
pretensão em descritivos ou correlacionais / causais. Os estudos longitudinais se
classificam de acordo à flutuação dos participantes em estudos de tendência, de
cortes ou de painel.
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- Os desenhos transaccionais realizam observações num momento único no


tempo. Quando medem variáveis de maneira individual e reportam estas
modificações são descritivas. Quando descrevem sobretudo relações entre
variáveis são correlacionais e se ademais estabelecem processos de causalidade
entre variáveis são estudos transversais causais.

- Os desenhos longitudinais realizam observações em dois ou mais momentos ou


pontos no tempo. Se estudam a uma população são desenhos de tendência; se
analisam a uma sub-população ou grupo específico em sua evolução são estudos
de cortes e se estudam aos mesmos objectos ao longo do tempo, com
especificidade individual, são desenhos de painel.

- A investigação não-experimental possui um contexto menos rigoroso que a


experimental; ainda é mais natural e aproxima à realidade quotidiana.

- O tipo de desenho a eleger se encontra condicionado pelo problema a investigar,


o contexto que rodeia à investigação, o tipo de estudo a eleger e as hipóteses
formuladas.
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