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Psicologia do

Desenvolvimento
1. Noções de Ciclo Vital e Psicologia
do Desenvolvimento 4
Histórico Sobre Infância e Ciclo Vital 4
Psicologia do Desenvolvimento 7

2. Métodos em Psicologia do Desenvolvimento 13


O que é Método? 13
O Método Científico 13
Método da Observação 15
Entrevista 17

3. Fatores Genéticos e Ambientais


no Desenvolvimento 19

4. Desenvolvimento Pré-natal e Nascimento 25


Pré-natal 25
Nascimento 28
Fatores Socioculturais 29

5. Desenvolvimento na Primeira Infância 33


A Primeira Infância 33
Marco Legal da Primeira Infância 36

6. Referências Bibliográficas 51

02
03
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

1. Noções de Ciclo Vital e Psicologia do Desenvolvi-


mento

Fonte: Skitter Photo1

Histórico Sobre Infância e infantil e na forma como esse desen-


Ciclo Vital volvimento irá formar um cidadão
que possui em si um universo pró-

A s crianças vêm ganhando cada


vez mais importância e notori-
edade na sociedade pós-moderna e
prio, ou seja, sua cosmovisão, seus
padrões morais, sua conduta de éti-
ca e a maneira como irá tomar suas
com isso o interesse de diversos decisões futuras.
ramos do saber têm se voltado para Porém, a psicologia (ou quais-
a compreensão do mundo infantil e quer outros campos do saber) não
suas relações com o ambiente que o pode estudar o ser como um fenô-
cerca. meno isolado, sem ter em mente
A psicologia demonstra espe- todo o contexto histórico que per-
cial interesse no desenvolvimento

1 Retirado em: http://skitterphoto.com

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

passa cada indivíduo, tendo ele te em meados do séc. XIX, que,


nas manufaturas metalúrgicas
consciência deste fato ou não, no seu
em Birmingham, Inglaterra, era
agir cotidiano. empregado o trabalho de cerca
Tendo isto em perspectiva, ca- de 30.000 crianças. Eram ativi-
dades extremamente insalu-
be a realização de um sucinto e sin- bres, nas fundições de cobre, na
gelo arcabouço de como aconteceu a fabricação de botões, nas ofici-
abordagem social em relação às nas de esmaltar, de galvanizar e
de laquear. Em Londres, as im-
crianças e também como a recupera- pressoras de livros e de jornais
ção de seus direitos fundamentais exigiam um trabalho tão exces-
representou um marco na consoli- sivo que eram denominadas de
matadouros (MARX, 1985). ”
dação de seu desenvolvimento.
A partir da revolução indus-
Sem dúvidas, cada uma dessas
trial o capitalismo se tornou um fe-
crianças teve seu desenvolvimento
nômeno mundial, trazendo a instau-
afetado de maneira direta ou indire-
ração de inúmeras fábricas que
ta por fazer parte, tão prematura-
geraram uma enorme demanda por
mente, de um mercado de trabalho
mão-de-obra. Parte da nova leva dos
que explorava seus colaboradores
trabalhadores que compunham essa
aproveitando-se da quase inexistên-
turma era composta por crianças e
cia de legislações laborais e da facili-
adolescentes das mais variadas ida-
dade de burlá-las.
des realizando as mais diversas e
Corroborando essa afirmação
complexas funções.
pode-se mencionar o pensamento de
Neto, que assim declara:

“Inúmeros aspectos do desen-


volvimento físico, cognitivo,
emocional, social e moral da
criança podem ser ameaçados
pelo trabalho, como por exem-
plo: saúde, coordenação, visão,
audição, alfabetização, apren-
dizado, níveis de autoestima, de
ligação familiar, sentimentos de
amor e de aceitação, sentido de
Fonte: Laboratório da Educação identidade de grupo, espírito de
cooperação e capacidade de dis-
A este respeito Neto apud tinguir entre o certo e o errado.
Marx informa: Sendo a educação um fator vital
para romper com o cerco ao
trabalho infantil (emprego), o
“A exploração do trabalho in-
fantil era de tal forma alarman-

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

trabalho pode trazer prejuízos a Ao compreender o que vêm a


uma formação escolar, na me-
ser o desenvolvimento infantil é
dida em que o ambiente social
do trabalho diminui o valor que mister que se tenha em mente o
a criança dá à educação, fato conceito de ciclo vital.
particularmente comum a
crianças de rua. ” (2007)
Gazzol et al apud Moreira defi-
nem de maneira bastante abrangen-
No aspecto físico pode-se te o significado da expressão ao de-
mencionar o cansaço e exaustão tí- clarar:
picas de se esperar de corpos que
ainda não estavam preparados para “O ciclo vital compreende o pe-
ríodo da fecundação até a
uma rotina de trabalhos árduos, velhice, seguindo um desenvol-
sendo equiparadas aos adultos e ten- vimento contínuo que termina
com a morte do indivíduo, esse
do uma carga horária amplamente
ciclo está presente em todos os
superior ao que é esperada destes seres vivos. Com o ser humano
nos dias atuais. Sem energias e sem acontece no seguinte ritmo:
feto, bebê, criança, adolescente,
tempo a criança deixava logo cedo
adulto e velhice. Ciclo este que
sua infantilidade, não sobrando não muda, a única situação que
tempo nem mesmo para o brincar, pode impedir o funcionamento
e conclusão do ciclo é a própria
que, sabemos hoje, é fundamental morte, principalmente quando
para seu desenvolvimento enquanto ocorre precocemente ou quan-
ser integral. do surge um defeito congênito
que afeta o Sistema Nervoso
O atraso cognitivo estava rela- Central e/ou Periférico (MO-
cionado à ausência de estudos de REIRA, 2011). O desenvolvi-
qualquer sorte, sendo relegada à mento humano sofre algumas
influências, sendo elas: a here-
criança de classe baixa o acesso a ditariedade (que é sua carga ge-
tais conhecimentos, visto que seu nética), o crescimento orgâni-
trabalho era uma contribuição pri- co (trata-se do aspecto físico),
maturação neurofisiológica (é o
mordial ao orçamento familiar. que torna possível o desenvol-
Mas, com a valorização da in- vimento comportamental) e o
fância e de todo o desenvolvimento meio (são todos os ambientes
que o indivíduo está inserido)
da criança o trabalho infantil foi (BOCK; FURTADO; TEIXEI-
sendo combatido por pessoas, insti- RA, 2009). ”
tuições, governos e até órgãos inter-
nacionais, resultando nas legisla- Cada partícula desse ciclo deve
ções atuais que visam a proteção da ser respeitada para que o desen-
criança e do adolescente. volvimento não seja dalguma forma

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

prejudicado. A preservação da mãe Psicologia do Desenvol-


em relação a atos nocivos, ainda na vimento
gravidez, contribui bastante para o
bom desenvolvimento do ser em As origens do olhar psicológi-
suas demais etapas, e isso inclui a co voltado às crianças não é um fe-
psicológica. nômeno antigo, tendo por base estu-
Pesquisas realizadas por Aver- dos realizados no último século,
si-Ferreira são expostas por Freire como informa Lima:
que diz:
“No século XX têm início os
“O uso de substâncias nocivas à trabalhos voltados à psicologia
saúde no período gravídico- infantil, com a produção de pes-
puerperal, como drogas lícitas e quisas e teorias que discutem a
ilícitas, deve ser investigado e importância do ato de brincar
desestimulado, pois crescimen- para a construção de represen-
to fetal restrito, aborto, parto tações infantis. ” (2013)
prematuro, deficiências cog-
nitivas no concepto, entre Como o campo de pesquisa é
outros, podem estar associados
ao uso e abuso dessas subs- relativamente recente ainda há mui-
tâncias.” (grifos nossos) (2006) to o que contribuir com seus estu-
dos, mas, isso não nos impede de ver
os inúmeros avanços gerados pela
aplicação de teorias que demons-
traram real aplicação e efetividade,
dentre as quais destacam-se os tra-
balhos de Piaget, Bruner, Vygotsky,
Leontiev e Wallon.

Lev Vygotsky:
Fonte: Globo

A valorização da infância e do
direito à mesma é tema de grande
interesse, mas, infelizmente, o tra-
balho infantil ainda não foi com-
pletamente erradicado, e mesmo
com os subsequentes esforços apa-
rentemente não o será tão cedo. Fonte: Nova Escola

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Jean Piaget: psicologia dos processos psi-


quicológicos superiores, por
outro'.” (2005)

O psicólogo estadunidense Je-


rome Seymour Bruner fez contribui-
ções significativas para o seu campo
de estudos, bem como para a área da
educação de uma forma mais abran-
gente. Sua teoria do desenvolvi-
mento intelectual é bem explicitada
por Silva, como se segue no trecho
abaixo:

“Bruner (1973b) apresenta uma


teoria da aprendizagem como
sendo estabelecida por regras
que dispõem à melhor maneira
de se obter conhecimento, e por
ser apresentado desta forma
nos possibilita analisar esse
Fonte: Nova Escola “padrão” para um lado crítico.
Ela é apresentada de forma nor-
mativa, uma vez que estipula
Vygotsky e Piaget seguem uma certos critérios a serem aten-
linha semelhante de pensamento didos, e o mesmo deve apresen-
tar critérios abrangentes que
conforme informa Castorina e possam ser trabalhados com os
Baquero: diversos currículos de ensino.
Somos questionados por Bru-
ner (1973b) sobre a necessidade
“Piaget e Vygotsky enfocam o
de uma teoria da aprendiza-
processo de desenvolvimento
gem, sendo que o campo da psi-
como uma interação constituti-
cologia apresenta diversas teo-
va entre o indivíduo e a soci-
rias que envolvem o ensino e
edade, entre a interiorização e a
desenvolvimento, mas é inte-
atividade do indivíduo, ou entre
ressante ressaltar que estas teo-
o sujeito e o objeto do conhe-
rias são descritivas e não pres-
cimento. Bidell (1988) sugeriu
critivas como aponta Bruner,
que ambos os autores adota-
elas tratam das decorrências de
ram, se não um método particu-
um aacontecimento, por exem-
lar de pesquisa, uma perspec-
plo:
tiva metodológica dialética para
[...] a maioria das crianças de
examinar a complexidade do
seis anos não possui ainda a
desenvolvimento, como tam-
noção de reversibilidade. Uma
bém para elaborar a epistemo-
teoria de aprendizagem, por
logia genética, por um lado, e a

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

seu lado, deveria esforçar-se 3. Precisa mostrar qual a melhor


para oferecer a melhor maneira
sequência para que o ensino seja
de dar às crianças aquela noção.
Preocupa-se, em resumo, em gradativo e pormenorizado.
como algo a ensinar pode ser 4. As teorias de instrução devem
mais bem aprendido, isto é, em
melhorar e não em descrever o
se deter na natureza e na aplicação
ensino (BRUNER, 1973b, p. dos prêmios e punições para apren-
48). ” (2017) dizagem e ensino.

Jerome Seymour Bruner: Alexis Nikolaevich Leontiev,


psicólogo soviético foi o responsável
por conferir ordem e estrutura ao
que veio a ser conhecido como teoria
psicológica geral da atividade, ou
simplesmente teoria da atividade.

Alexei Leontiev:

Ainda segundo o autor (2017),


Bruner apresenta quatro caracterís-
ticas que caracterizam uma teoria do
ensino, a saber:
1. Toda teoria de ensino precisa
demonstrar as melhores experiên-
cias possíveis para implantar no ser
a predisposição para a aprendi-
zagem.
Fonte: Sutori
2. Deve possuir uma boa estru-
tura dos conjuntos do conhecimento
Assim como alguns dos psi-
para facilitar a aprendizagem do
cólogos e educadores soviéticos, dos
educando.
quais podemos citar o já menciona-

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

do Vygotsky, teve por base o mate- objecto (se "objectiva" nele), o


dito objecto torna-se motivo da
rialismo dialético de Marx ao cons-
actividade, aquilo que o esti-
truir sua teoria. A este respeito in- mula. (Leontiev, 1978, p. 107-
forma Asbahr: 108) ” (1978)

“Partindo desse pressuposto Ao comentar o trecho supraci-


básico do materialismo históri- tado Asbahr define que “Necessida-
co-dialético, os psicólogos so-
de, objeto e motivo são componen-
viéticos elegem o conceito de
atividade como um dos princí- tes estruturais da atividade” (AS-
pios centrais ao estudo do de- BAHR, 2005), ou seja, toda ativida-
senvolvimento do psiquismo.
de depende da ação do sujeito, ação
Vigotski utiliza o conceito de
atividade já em seus primeiros essa condicionada a um conjunto de
escritos e sugere que a atividade objetivos parciais tendo por finali-
socialmente significativa é o
princípio explicativo da cons-
dade um objetivo geral.
ciência, ou seja, a consciência é Um exemplo clássico é citado
construída de fora para dentro por Asbahr para melhor exem-
por meio das relações sociais
(Kozulin, 2002). Consciência e
plificar o conteúdo na prática:
atividade são, assim, dois ele-
mentos fundamentais à psico- “Um sujeito está com fome (ne-
logia histórico-cultural e devem cessidade de comer) e pode
ser entendidos como unidade satisfazer essa necessidade se
dialética. ” (2005) buscar comida (objeto). En-
contra-se motivado para a ativi-
Leontiev afirma que a neces- dade de buscar comida quando
sente a necessidade de comer e
sidade é condição para toda e qual- quando idealiza um objeto que
quer realização humana, mas que possa satisfazê-lo. Propõe-se,
depende da estimulação para a ativi- então, objetivos: o que poderá
fazer (ações) para satisfazer sua
dade frente a ela, conforme o trecho necessidade? As ações possíveis
abaixo: dependerão das condições con-
cretas de vida do indivíduo, e
são engendradas historicamen-
“A primeira condição de toda a te.” (2005)
actividade é uma necessidade.
Todavia, em si, a necessidade
não pode determinar a orien- Por fim, mas não menos im-
tação concreta de uma acti- portante, cabe mencionar o pensa-
vidade, pois é apenas no objecto
da actividade que ela encontra
mento de Henri Paul Hyacinthe
sua determinação: deve, por Wallon, que entre outras atribuições
assim dizer, encontrar-se nele. foi psicólogo, filósofo, médico e po-
Uma vez que a necessidade
encontra a sua determinação no
lítico francês e que relaciona a afeti-

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

vidade ao desenvolvimento no pro- “Estas revoluções de idade para


idade não são improvisadas por
cesso de ensino-aprendizagem.
cada indivíduo. São a própria
Mahoney e Almeida afirmam razão da infância, que tende pa-
que: ra a edificação do adulto como
exemplar da espécie. Estão ins-
critas, no momento oportuno,
“Partindo de uma perspectiva no desenvolvimento que con-
psicogenética, a teoria de de- duz a esse objetivo. As incha-
senvolvimento de Wallon assu- ções do meio são sem dúvida
me que o desenvolvimento da indispensáveis para que elas se
pessoa se faz a partir da intera- manifestem e quanto mais se
ção do potencial genético, típico eleva o nível da função, mais ela
da espécie, e uma grande varie- sofre as determinações dele:
dade de fatores ambientais. O quantas e quantas atividades
foco da teoria é essa interação técnicas ou intelectuais são à
da criança com o meio, uma re- imagem da linguagem, que para
lação complementar entre os cada um é a do meio! (Wallon,
fatores orgânicos e sociocul- 1995, p. 210) ”
turais.” (2005)
Ao relacionar a afetividade aos
Henri Wallon: demais processos cognitivos Wallon
reconceituou o papel desempenhado
pela atividade no processo da vida
psíquica do indivíduo, conforme se
pode ver na obra de Almeida e
Mahoney:

“Acresce a isso o fato de que,


por ter Wallon se apoiado no
materialismo dialético, falava
Fonte: Ênfase Educacional sempre de um indivíduo con-
creto, situado, inserido em seu
meio cultural; levava-nos, por-
Sendo mais um dos expoentes tanto, a compreender de uma
da aplicação da teoria histórico-crí- forma mais ampla o aluno x,
numa escola y, numa comuni-
tica do marxismo, Wallon entende dade z, que oferecia determina-
que os fatores genéticos possuem das condições de existência, cri-
sua influência sobre o indivíduo, po- ando características específicas
a ser conhecidas pelo pro-fessor
rém, outros fatores também preci- para dar um direcio-namento
sam ser levados em conta ao analisar ao seu processo ensino-apren-
um comportamento e o desenvolvi- dizagem, tornando-o mais pro-
dutivo.” (2007)
mento de um ser, conforme o pró-
prio autor manifesta em sua obra:

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1
2
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

2. Métodos em Psicologia do Desenvolvimento

Fonte: Leiturinha2

O que é Método? com maior segurança e econo-


mia, permite alcançar o objeti-

A
vo, traçando o caminho a ser se-
palavra método tem étimolo- guido, detectando erros e auxi-
gia na língua grega vindo de liando as decisões dos cientis-
“méthodos", ou “pesquisa, busca, tas.” (2017)
por extensão estudo metódico de um
tema”, sendo a junção das palavras As atividades de pesquisa em
“metá” “atrás, em seguida, através” e psicologia, assim como em outros
“hodós” “caminho”. Literalmente, campos do saber, possuem uma or-
método seria qualquer tentativa sis- ganização lógica e padrão a ser se-
tematizada de se estabelecer um guido, de modo a facilitar a coleta de
padrão na busca do conhecimento. dados e sua subsequente interpre-
De acordo com a Professora da tação.
Universidade Federal de Rondônia,
Renata Gonçalves Aguiar, a defini- O Método Científico
ção de método é:
Sendo o resultado direto de fi-
“É o conjunto das atividades lósofos empiristas e racionalistas,
sistemáticas e racionais que,

2 Retirado em: https://leiturinha.com.br/

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

entre os quais destacamos René pode ser obtido, do que um con-


junto de procedimentos ou re-
Descartes que contribuiu com a
ceitas que deverão ser seguidos
publicação de “Discurso Sobre o Mé- da mesma forma em todas as
todo”, o que ficou conhecido como circunstâncias. Essa atitude
que poderemos designar como
“método científico” abandonou o científica assenta no facto de
pensamento medieval que estava que, acima de tudo, os inves-
presente nas ciências utilizando a tigadores têm de ser objetivos e
fazer com que sejam as suas ob-
investigação científica como forma servações (os seus dados) a de-
de comprovação de teorias e não cidir do mérito das suas ideias.
mais o pensamento dedutivo, am- Os métodos são assim vias pe-
las quais se procura dar respos-
plamente presente nas ciências da ta às perguntas que se formu-
época. lam. As perguntas podem resul-
tar da observação da realidade
ou de teorias pré-existentes e
René Descartes: que se revelaram insuficientes
ou inadequadas para explicar
novas observações.” (2014)

Um quadro apresentado pelo


autor elucida ainda mais o tema, tra-
zendo clareza ao entendimento da
experimentação presente no método
científico:

Fonte: Folha

De acordo com Farinha:

“O estudo do desenvolvimento
psicológico é naturalmente rea-
lizado num enquadramento
mais geral que é a investigação
científica que assenta no méto-
do científico, isto porque a Psi-
cologia há muito é reconhecida
como uma ciência com os seus
métodos e objetivos de estudos
definidos de forma rigorosa. O
método científico é, na verdade,
Fonte: Farinha, 2014
mais uma atitude face ao co-
nhecimento e às formas como

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Método da Observação vação do bebê seguida de conclusão


de que não é mais necessário chorar
Observar é uma tarefa que a cada vez que necessita de algo e daí
pode ser realizada por qualquer ser se desenvolve o processo comunica-
pensante, com ou sem fins acadê- tivo.
micos, nas mais diversas e inusi- À medida que a criança cresce
tadas situações. e se desenvolve passa a observar a
Desde o momento em que co- maneira como outros ao seu redor
meça a compreender o mundo que a lidam com situações para que pos-
cerca a criança observa o compor- sam imitá-los. Esse processo é feito
tamento daqueles ao seu redor e por vezes de modo intencional, mas
como suas ações podem influenciar em outros casos de maneira automa-
a forma como é tratada. Corrobora tizada, sem que haja a percepção de
com a ideia pesquisas apresentadas que se está observando e copiando
por Stifler: as ações de outrem. Isso é observado
claramente na maneira como crian-
“Nos primeiros meses de vida o ças e adolescentes repetem compor-
choro é particularmente impor-
tante manifesto uma vez que os tamentos evidenciados na convivên-
bebês têm relativamente pou- cia com a família, dentro do lar.
cos métodos efetivos de comu- Mas o que difere a observação
nicar suas necessidades e
condições. ” (2017) informal da que é realizada de modo
científico?
De acordo com Cano e Sam-
paio apud Diversos Autores:

“A observação informal de si-


tuações cotidianas é diferente
da observação científica, pois a
última possui uma finalidade
conhecida de antemão, descrita
através dos objetivos (Danna &
Matos, 2006) e que é atenta-
mente buscada (Ferreira &
Mousquer, 2004). Mestre, Mo-
Fonte: My Post
ser e Amorim (1998) ressaltam
que a importância da observa-
A partir do terceiro ou quarto ção e do registro sistemático do
mês de vida ocorrem mudanças im- comportamento está no quanto
a sociedade pode se beneficiar
portantes no desenvolvimento do com a descrição minuciosa do
afeto que culminam com uma obser- comportamento, pois ela per-

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

mite que profissionais de dife- endidas de outra forma (Dessen


rentes áreas possam se comu- & Murta, 1997; Kreppner,
nicar acerca de um fenômeno 2001).” (2007)
observado a partir de suas prin-
cipais características. Um
Em se tratando de ciências so-
exemplo claro disso é a cons-
trução do Manual Diagnóstico e ciais, que visam estudar o comporta-
Estatístico dos Transtornos mento individual ou coletivo, a ob-
Mentais (DSM), criado pela As-
sociação Norte-americana de
servação constitui o principal mé-
Psiquiatria, em 1952. ” (2007) todo, visto que outras formas de es-
tudos podem ser falhas, ou até mês-
As referidas autoras, após fa- mo omitir detalhes importantes pa-
zerem uma clara distinção dos méto- ra a melhor compreensão do as-
dos observacionais e suas diferen- sunto.
ciações revelam ainda que a utiliza- Dentro do campo da obser-
ção de uma observação e o registro vação podemos destacar a obser-
fiel e regrado das mesmas acaba por vação sistemática, ocasional, natu-
gerar documentos que irão servir de ralista, laboratorial, não participan-
referência aos profissionais que ne- te e participante. Sobre essas divis-
cessitam de suporte ou que estejam ões Farinha dá as seguintes defi-
em fase inicial de pesquisa, evitando nições:
assim que se “descubra a roda nova-
mente”, ou seja, que novas desco- “A observação sistemática
bertas sejam na realidade descober- pode ser também chamada de
estruturada, planeada ou com-
tas antigas que não foram consul- trolada.
tadas. A observação ocasional, dis-
tingue-se da observação siste-
As autoras ainda destacam que
mática no sentido em que, co-
na Psicologia do Desenvolvimento o mo o próprio nome indica, pode
método da observação se torna pri- ser realizada sem qualquer tipo
de planeamento prévio.” (2014)
mordial em relação a outros devido
Um dos métodos de investiga-
ao fato de que: ção mais utilizados em Psicolo-
gia do desenvolvimento é a ob-
“Esse método mostra-se rele- servação naturalista que
vante especialmente para en- consiste na observação e registo
tender o que os organismos fa- dos comportamentos tal como
zem e sob quais circunstâncias ocorrem nos seus ambientes
(Danna & Matos, 2006), e nos naturais.
estudos que envolvem intera- A observação laboratorial
ções humanas, visto haver si- distingue-se não tanto pela
tuações que dificilmente pode- forma como é efetuada, mas
riam ser captadas ou apre- sim pelo local onde é realizada.
A observação não partici-

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

pante é uma modalidade de A entrevista semi-estru-


observação em que o observa- turada é um método de inves-
dor não interfere no campo ob- tigação utilizado nas ciências
servado, isto é, nas atividades sociais.
que observa. Na entrevista aberta existe
A observação participante é naturalmente um objetivo geral
um modo de observação em que definido para a entrevista, mas
o observador se integra nas não existem nem questões nem
atividades dos sujeitos cujo temas pré-definidos que te-
comportamento observa, inter- nham que ser abordados numa
ferindo assim no campo obser- entrevista em particular. ”
vado. ” (2014) (2014)

Entrevista

Fonte: Avance

A entrevista ocorre quando o


profissional entra em contato com
um paciente que ao mesmo tempo
será a fonte de pesquisa, benefi-
ciando assim a ambos. É dividida em
entrevistas estruturadas, semiestru-
turadas e aberta. Farinha assim defi-
ne esses conceitos:

“Uma entrevista estrutura-


da (também conhecida como
uma entrevista fechada) é um
método habitualmente empre-
gue em investigação quantitati-
va.

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

3. Fatores Genéticos e Ambientais no Desenvolvi-


mento

Fonte: Abril3

C onforme já mencionado ante-


riormente, há uma gama de fa-
tores que são responsáveis pelo de-
lidade. Todavia, embora tais fatores
influenciem, sendo ou não determi-
nantes, na maneira como se vislum-
senvolvimento do indivíduo. Há bra o universo em que está inserido,
quem acredite que a formação do ser todos necessitam de uma análise
é caracterizada somente pelo am- cautelosa e imparcial.
biente em que foi educado, pela li- Uma das teorias que visa ex-
nha genética e fisiológica que o com- plicar o desenvolvimento humano é
põe, ou é uma mera conjunção de o ambientalismo que foi incialmente
reações químicas aglutinadas em proposto por Jhon Locke, filósofo
um corpo, ou mesmo uma tábula ra- inglês também conhecido por ser o
sa prestes a receber informações que pai do liberalismo.
irão compor o caráter e persona-

3 Retirado em: https://veja.abril.com.br/

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

“O pressuposto ambientalista dências e propensões, que não po-


percorre todo o pensamento peda- deriam ser alteradas por meio da
gógico de Locke.” (Duarte, 2011). aprendizagem.
Isso significa dizer que o ambiente e
a forma em que o indivíduo foi edu- John Locke:
cado determinariam suas futuras
decisões, aspirações e seu desenvol-
vimento cognitivo e intelectual.
Duarte dá a seguinte descrição
sobre seu pensamento político-pe-
dagógico:

“Para Locke, a vida dos homens


é diretamente marcada pelo de-
senvolvimento cognitivo e mo-
ral que sofreram durante a me-
noridade. Acompanhar esse
desenvolvimento tal como ele
acontece na vida de cada sujeito
particular, e no contexto de
uma sociedade demarcada do
poder político, revela aspectos
que poderiam permanecer obs-
curos se nele não nos deti-
véssemos.” (2011)

Locke foi um dos grandes opo- Fonte: Portal Galego da Língua

sitores do nativismo, também co-


A hipótese que Locke defendia
nhecido por inatismo, ideia que já
foi conhecida por teoria da tábula
estava presente nos escritos de Pla-
rasa, pois de acordo com o pensador,
tão, mas que no período da moder-
cada indivíduo é como uma folha em
nidade foi defendido principalmente
branco, prestes a receber o conheci-
por René Descartes. De acordo com
mento que será adquirido através do
a teoria inatista, como o próprio no-
empirismo, isto é, do uso da expe-
me já deixa claro, as ideias são inatas
riência pessoal. Sobre este conceito
ao indivíduo, ou seja, são congêni-
Pinheiro apud Milhollan e Forisha
tas, inerentes, já nascem com o ser,
contribui demonstrando os desdo-
não sendo transmitidas ou apren-
bramentos subsequentes da episte-
didas. Além do fato de que o indiví-
mologia de Locke especificamente
duo teria que conviver com tem-
aplicadas à Psicologia:

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

“Um dos adeptos mais impor- haviorismo outros pesquisadores es-


tantes dessa posição foi o psicó-
tenderam e ampliaram seu campo
logo John B. Watson (1878-
1958), fundador do behavio- de estudos. O Behaviorismo é uma
rismo nos Estados Unidos; em teoria de investigação psicológica
seus vários trabalhos insistia
numa explicação “cultural” ou
mais voltada para o comportamento
“ambiental” do desenvolvimen- objetivo (a palavra behavior em in-
to do comportamento humano, glês significa comportamento) e es-
admitindo como premissa bási-
ca o fato de que os seres huma-
tava pouco interessado nos pensa-
nos são infinitamente maleá- mentos internos ou em quaisquer
veis, quase totalmente a mercê fatos subjetivos, pois seu foco eram
de seu ambiente (Milho-llan e
Forisha, 1978, p.61-65).” (1994)
os estímulos e reações.
Ainda segundo Pinheiro
(1994), há dois erros fundamentais
John B. Watson:
com a teoria inatista. O primeiro
deles é que:

“[...] o que passa através das


células sexuais não são carac-
teres, traços ou características
(físicas ou comportamentais),
mas sim uma informação gene-
tica ou genes, para simplificar.
Não há genes que tornem al-
guém um músico ou um cien-
tista. Os genes criam as bases
para os traços culturais, mas
não forçam o desenvolvimento
de nenhum traço em particular.
Caracteres adquiridos não são
transmitidos por via biológica. ”
(1994)

Embora defensores da pseu-


dociência do melhoramento gene-
tico eugenista tenham proposto que
há pessoas que nascem propensas a
atos criminosos e outras ao sucesso
Fonte: Escritas
social, isso foi amplamente comba-
tido desde que foi comprovada a ine-
Watson foi especialmente im-
xistência de fatos que corroborem
portante, pois inspirados em seu tra-
para a cientificidade da teoria e da
balho com o desenvolvimento do be-

21
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

discriminação e racismo decorren- do claro que qualquer instância


particular de comportamento
tes da mesma.
decorre, ao mesmo tempo, de
O segundo erro está relacio- efeitos dos genes e dos fatores
nado ao significado da palavra inato: ambientais. Embora até possa
ser metodologicamente possí-
vel separar os efeitos dos genes
“Qualquer traço, caráter ou ca- e dos fatores ambientais sobre o
racterística que o indivíduo comportamento, estas demons-
apresenta ao nascer é, por trações de efeitos especificados
definição, inato ou congênito, não servem para excluir quais-
mas não necessariamente here- quer dos fatores e muito menos
ditário (genético), pois há tra- para classificar o produto feno-
ços causados por fatores am- típico comportamental. Con-
bientais. Como exemplo, pode- forme a argumentação de Car-
mos citar as alterações produ- valho (1998), a própria separa-
zidas no feto em decorrência do ção genes-ambiente pode re-
abuso de álcool pela mãe du- presentar um equívoco concei-
rante a gestação (principalmen- tual. O gene contém uma infor-
te durante os 3 primeiros me- mação química que será tra-
ses); as anomalias produzidas duzida fenotipicamente dentro
pela gestante no início da gra- do ambiente em que esta tra-
videz, tais como sífilis, toxo- dução ocorrer. Gene e ambiente
plasmose e rubéola; entre são componentes inseparáveis
outros.” (1994) e complementares de um sis-
tema sobre o qual se exercem as
Há ainda, muitos traços gene- pressões seletivas.” (2000)
ticos que não são vistos ao nascer
pois irão se desenvolver com o tem- A autora (2000) apud Bou-
po, dentre os quais podemos men- chard ainda enfatiza a ineficácia de
cionar a Coréia de Huntington, dis- modelos prontos para a concepção
plasia ectodérmica pura e a distro- de maiores esclarecimentos sobre o
fiia muscular progressiva tipo Du- papel da herança genética na mol-
chenne (que é congênita apenas em dagem do comportamento humano,
partes). (Pinheiro, 1994) quando declara:
Segundo Bussab (2000) não é
“As técnicas da genética mole-
possível a distinção entre evolução cular, embora potencialmente
natural e evolução cultural, pois to- poderosas, ainda são insufi-
dos os fatores se entrelaçam e são in- cientes para esclarecer modos
complexos de herança. Interes-
terdependentes. Pode-se notar isso ses psicológicos, capacidades
no trecho abaixo: mentais, traços de personalida-
de, atitudes sociais e psicopa-
tologias têm sido objeto de es-
“A ampliação do conceito de
controle genético acaba deixan- tudos de genética do comporta-
mento, através da utilização de

22
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

uma estratégia mais global e Por fim, Bussad conclui que:


indireta (Bouchard, 1997), que
envolve comparação do com-
portamento de populações em “A adoção de uma perspectiva
função de suas características interacionista mais ampla no
genéticas. A análise de variân- estudo do desenvolvimento não
cia originou-se neste contexto pode ser traduzida por reco-
de pesquisas.” (2000) mendações metodológicas sim-
ples. Parece requerer, antes de
tudo, a formação de uma atitu-
Estudos foram realizados com de de humildade diante da
gêmeos, tanto os idênticos quanto os complexidade do fenômeno,
disciplina no exame sistemático
fraternos, criados juntos e separa-
de possibilidades alternativas,
dos, idealizando que assim teriam atenção mais global aos vários
condições ambientais e genéticas, se tipos de estudo do assunto,
compromisso na consideração
não iguais, muito semelhantes. Po- de resultados contraditórios e
rém, o que se observou é que muitas exercício de rigor método-
dificuldades apareceram no decor- lógico.” (2000)
rer do estudo, entre as quais pode-
A humildade expressada fren-
mos mencionar a diferença de peso
te ao reconhecimento do desconhe-
no nascimento, se foram ou não ge-
cimento de um certo campo de estu-
rados no mesmo envelope placen-
dos é essencial para uma compre-
tário, e o que significou para cada
ensão maior que poderá ou não ad-
um deles ser criado no mesmo am-
vir de estudos futuros.
biente, pois gêmeos monozigóticos
compartilham mais experiências em
comum do que os dizigóticos e gê-
meos idênticos monocoriônicos
apresentam maiores semelhanças
psicológicas. (Bussad apud Spitz,
2000)

Fonte: Brasil 247

23
24
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

4. Desenvolvimento Pré-natal e Nascimento

Fonte: Pixabay4

Pré-natal “O cuidado pré-natal compre-


ende um conjunto de atividades
no transcurso da gravidez que

U m dos aspectos mais impor-


tantes na formação e no bom
desenvolvimento do feto culminan-
requerem tempo e outros in-
vestimentos tanto por parte da
mulher, como de profissionais e
de organizações que se dedicam
do numa melhor saúde do nascituro à oferta desse cuidado. A aten-
é a atenção aos cuidados pré-natais ção pré-natal é utilizada como
um indicador de boa prática,
pela mãe, apoiados pela família, em- assim como uma medida de
presa e demais instituições sociais às qualidade de cuidados clínicos
quais pertence. e de saúde pública.” (2004)
Sobre o termo pré-natal e suas Entre os benefícios dos cuida-
aplicações Silveira e Santos contri- dos pré-natais pode-se destacar a
buem trazendo a seguinte definição: descoberta precoce da incidência de

4 Retirado em: https://www.pexels.com/

25
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

doenças que podem ser gerenciadas terceiro trimestre da gestação;


3. Desenvolvimento das seguin-
antes mesmo do nascimento da
tes atividades ou procedimen-
criança. tos durante a atenção pré-natal:
Segundo Leal et al, a assis- 3.1 Escuta ativa da mulher e de
seus(suas) acompanhantes, es-
tência pré-natal baseia-se em três clarecendo dúvidas e informan-
linhas de atuação: do sobre o que vai ser feito du-
rante a consulta e as condutas a
“[...] no rastreamento das ges- serem adotadas;
tantes de alto risco, em ações 3.2 Atividades educativas a
profiláticas específicas para a serem realizadas em grupo ou
gestante e o feto, bem como na individualmente, com língua-
educação em saúde. A iden- gem clara e compreensível, pro-
tificação da grávida de alto risco porcionando respostas às inda-
representa o principal elemento gações da mulher ou da família
na prevenção da morbimor- e as informações necessárias;
talidade materna e infantil, de- 3.3 Estímulo ao parto normal e
mandando um acompanha- resgate do parto como ato fisio-
mento especializado, embora as lógico;
outras funções de profilaxia e 3.4 Anamnese e exame clínico-
monitoramento da gravidez, obstétrico da gestante;
desenvolvidas durante a as- 3.5 Exames laboratoriais:
sistência pré-natal, se consti- • ABO-Rh, hemoglobina/ he-
tuem em práticas de promoção matócrito, na primeira con-
da saúde e de preparação para a sulta;
maternidade.” (2004) • Glicemia de jejum, um exame
na primeira consulta e outro
próximo à 30ª semana de
Embora a OMS (Organização gestação;
Mundial da Saúde) estabeleça dire- • VDRL, um exame na primeira
consulta e outro próximo à 30ª
trizes relacionadas aos cuidados das semana de gestação;
gestantes, o órgão responsável por • Urina tipo 1, um exame na
realizar recomendações a nível na- primeira consulta e outro pró-
ximo à 30ª semana de gestação;
cional é o Ministério da Saúde que • Testagem anti-HIV, com um
preconiza as seguintes orientações exame na primeira consulta e
em documento oficial: outro próximo à 30ª semana de
gestação, sempre que possível;
• Sorologia para hepatite B
“1. Captação precoce das ges- (HBsAg), com um exame, de
tantes com realização da pri- preferência, próximo à 30ª se-
meira consulta de pré-natal até mana de gestação, se dispo-
120 dias da gestação; nível;
2. Realização de, no mínimo, • Sorologia para toxoplasmose
seis consultas de pré-natal, sen- na primeira consulta, se dispo-
do, preferencialmente, uma no nível;
primeiro trimestre, duas no se- 3.6 Imunização antitetânica:
gundo trimestre e três no aplicação de vacina dupla tipo

26
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

adulto até a dose imunizante Sobre a efetivação do planeja-


(segunda) do esquema reco-
mento do Ministério da Saúde Car-
mendado ou dose de reforço em
gestantes com esquema vacinal valho et al apontam para uma pes-
completo há mais de 5 anos; quisa que demonstrou uma série de
3.7 Avaliação do estado nutri-
cional da gestante e monitora-
dificuldades enfrentadas por mulhe-
mento por meio do SISVAN; res no Sul do país principalmente
3.8 Prevenção e tratamento dos por fatores sociais e baixa condição
distúrbios nutricionais;
3.9 Prevenção ou diagnóstico
de vida que têm resultado na baixa
precoce do câncer de colo ute- qualidade do pré-natal, tais como:
rino e de mama; “dificuldades de acesso, baixo nú-
3.10 Tratamento das intercor-
rências da gestação;
mero de consultas, início tardio e
3.11 Classificação de risco ges- realização incompleta dos procedi-
tacional e detecção de proble- mentos” (2016).
mas, a serem realizadas na pri-
meira consulta e nas subse- Já Livramento et al destacam
quentes; que de acordo com a pesquisa Nas-
3.12 Atendimento às gestantes cer no Brasil realizada entre os anos
com problemas ou comor-
bidades, garantindo vínculo e 2011 e 2012:
acesso à unidade de referência
para atendimento ambulatorial “[...]a cobertura de gestantes
e/ou hospitalar especializado; que realizaram acompanha-
3.13 Registro em prontuário e mento pré-natal foi 98,7%, com
cartão da gestante, inclusive re- 89,6% realizados na atenção
gistro de intercorrências/ ur- primária, e 73,1% do total tive-
gências que requeiram avalia- ram as seis consultas mínimas
ção hospitalar em situações que conforme recomendado pelo
não necessitem de internação. Ministério da Saúde. Além dis-
4. Atenção à mulher e ao recém- so, este estudo mostra que ape-
nascido na primeira semana nas 60,6% das gestantes ini-
após o parto, com realização ciaram o pré-natal até a 12ª se-
das ações da “Primeira Semana mana de gestação, como preco-
de Saúde Integral” e da consulta nizado pela Rede Cegonha, e
puerperal, até o 42º dia pós- menos de 10% delas receberam
parto. ” (2006) os procedimentos recomenda-
dos como a realização de exa-
mes de rotina e orientações so-
bre parto e aleitamento.”
(2019)

As condições do norte brasi-


leiro para as gestantes são por vezes
insuficientes e ineficazes, conforme
Fonte: CordVida

27
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

as mesmas autoras revelam ao área da linguagem (50,26%, aos


quatro anos, e 41,93%, aos cin-
mencionar estudo realizado em uma
co anos), seguida pelo setor mo-
Unidade de Saúde da Família no tor fino adaptativo (22,05%,
município de Gurupi/Tocantins aos quatro anos, e 39,43%, aos
cinco anos). Menos expressivo,
com 50 gestantes, no período de mas também importante, foi o
março de 2016 a novembro de 2017: número de atrasos tanto no se-
tor motor grosso (10,77%, aos
“[...] ao avaliar o componente quatro anos, e 10,04%, aos cin-
básico da qualidade da atenção co anos), quanto no setor pes-
pré-natal proposto pelo Minis- soal-social (16,92%, aos quatro
tério da Saúde, 34% das ges- anos, e 8,6%, aos cinco anos).”
tantes foram classificadas com (2011)
pré-natal inadequado, 24%
com assistência adequada, 24% Entre os fatores mencionados
com assistência intermediária como de risco para a ocorrência de
e, apenas 18% das gestantes fo-
ram classificadas com assistên- tal prognóstico as autoras destacam
cia adequada superior.” (2019) a “não realização do pré-natal, início
do pré-natal com três meses ou mais
de gestação, consumo alcoólico de
risco na gestação [...]” (2011). Esse é
um dos inúmeros estudos que com-
provam a importância das consultas
durante o parto para o melhor de-
senvolvimento da criança. A não
ocorrência de preparação para o
parto, assim como a preparação in-
completa e ineficaz pode trazer
Fonte: Globo danos permanentes à saúde do bebê.

Ao realizar uma pesquisa com Nascimento


438 crianças em idade pré-escolar
na educação pública em Feira de O Brasil é um dos países que
Santana, Bahia, em 2009 Brito et al mais realiza partos cesarianos. Em-
constataram que: bora o aumento na incidência de
cesárea seja um fenômeno comum a
“A prevalência de crianças com quase todos os países do mundo
desempenho anormal no de- “não sabemos de nenhum outro país
senvolvimento neuropsicomo- onde a curva de aumento seja tão
tor foi de 46,3% (203). A maior
concentração de atrasos foi na

28
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

acentuada, nem as taxas tenham al- quanto que o parto vaginal produz
cançado níveis tão altos, como no perda acentuada da função do coito
Brasil. ” (Faúndis e Cecatti, 1991) normal” (Ibidem, 1991). A este res-
peito Miranda et al elucidam que:
“Existe um conceito popular, devido
aos tempos em que os partos eram
realizados sem os cuidados neces-
sários, de que o parto produz a perda
acentuada da função sexual por
lesionar o períneo. Eis um mito pre-
sente no senso comum” (2014)
Faúndes e Cecatti destacam
ainda um terceiro fator:
Fonte: Tua Saúde
“Também, o inconveniente es-
Os autores supracitados (1991) té-tico da cicatriz abdominal
trazem uma relação de fatores sócio- após uma cesárea tem sido evi-
culturais que justificam a preferên- tado pelo uso quase universal
da incisão de Pfannestiel, que
cia pelo parto cesáreo que serão deixa a cicatriz coberta pelo li-
abordados a seguir. mite superior dos pelos púbi-
cos.” (1991)

Fatores Socioculturais

Elenca-se entre os fatores so-


cioculturais em primeiro lugar o
medo de sentir dores durante o par-
to, ou durante o trabalho de parto. A
ideia de que um parto cesariano
permitirá um parto sem dores, se a
mulher tomar analgésicos fortes de- Fonte: Artigos Interessantes

pois da cirurgia, atrai uma grande


quantidade de grávidas. (Idem, Por fim existe “o conceito po-
1991) pular de que o parto vaginal é mais
Também é fator decisivo para arriscado para o feto do que uma
muitas mulheres a crença no mito de cesárea” (Idem, 1991). Quando há
que “a cesárea permite à mulher complicações pós-parto ou até a
manter intactas a anatomia e fisio- morte do recém-nascido isso nunca
logia da vagina e do períneo, en- será atribuído à escolha por uma
cesárea.

29
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Mas, e quanto à relação do mé-  Maiores riscos de fraturas


todo de parto com o desenvolvimen- ósseas.
to da criança nos primeiros meses?  Maior sofrimento fetal.
Farias apud Diversos Autores desta-  Maiores riscos de lesões do
ca alguns apontamentos importan- plexo braquial
tes para a compreensão do tema, po- Parto Cesariano
rém, em primeiro lugar o autor elu-
cida questões referentes à segurança  Taxas mais altas de morbidade
da mãe: neonatal.
 Taxas mais altas de morta-
“A cesárea eletiva ou em tra- lidade neonatal.
balho de parto apresentam ris-  Aumenta em quatro vezes a
co quatro a cinco vezes maiores necessidade de cuidados in-
de necessidade de tratamento tensivos
com antibiótico após o parto
quando comparados com o par-  Aumenta em quatro vezes a
to vaginal, além de maior risco necessidade de ventilação me-
de morbidade e mortalidade cânica
materna.  Aumenta em quatro vezes a
Sabe-se que o parto normal necessidade de oxigenoterapia
[mal realizado] aumenta as
chances de infecção urinária de  Aumenta a prematuridade
repetição e lesões perineais nas  Maiores índices de baixo peso
parturientes (RORTVEIT,  Colonização insuficiente do
KJERSTI DALTVEIT, et al., trato gastrointestinal do
2003) além de maior chance da
neonato
ocorrência de incontinência
urinária (VILLAR, CARROLI,  Risco acrescido de infeções
et al., 2007).” (2017) gastrointestinais
 Retardo no início da amamen-
Ao mencionar a relação do mé- tação
todo de nascimento com o desenvol-  Potencialização do apareci-
vimento o autor apresenta as se- mento de intolerância às pro-
teínas do leite de vaca
guintes complicações que podem
 Diminuição da interação mãe-
advir de cada método: bebê
 20% mais chance de desenvol-
Parto Normal verem asma.
 20% mais chance de desenvol-
 Maiores níveis de estresse no verem diabetes tipo 1.
bebê.  Aumento na ocorrência de
alergias alimentares. (2017)

30
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

ações e seleção de padrões de


movimentos mais coordenados
e controlados, possibilitando a
aquisição de novas habilidades
(THELEN, 2002). Os movi-
mentos gerados nesse período
de exploração e seleção são
apropriados, coordenados e
adaptados de forma eficiente à
demanda ambiental (BERNS-
TEIN, 1967), de modo que a via
de nascimento não causou in-
terferência nesse ciclo e o de-
Fonte: Globo
senvolvimento motor grosso se-
guiu sua evolução normal-
Por fim o autor destaca que: mente.” (2017)

“Importante ressaltar que a via


de nascimento exerce sim um
impacto sobre o bebê, propor-
cionando experiências e sen-
sações percebidas pelo sistema
sensorial, visto que durante o
trabalho de parto e o nas-
cimento o bebê sofre diferentes
pressões, compressões, torções
e abrasões (SILLS, 2004).
Considerando as citações de
Schore (2001), no momento do
nascimento somente o córtex
somatos-sensorial está ativo;
enquanto o bebê vivencia todas
essas sensações táteis e cines-
tésicas que envolvem sua pele, o
córtex processa essas infor-
mações que ajudam a regular
aspectos do seu comporta-
mento e fisiologia.
Porém, apesar dessas experiên-
cias vivenciadas pelo bebê, o
desenvolvimento motor ocorre
de forma dinâmica, com a inte-
ração do organismo com o am-
biente (THELEN, 1995).
Essa interação gera alterações
intrínsecas e extrínsecas, cau-
sando perturbações, instabili-
dade e variabilidade de modo
que ocorra a exploração de

31
32
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

5. Desenvolvimento na Primeira Infância

Fonte: Daria Shevtsova5

A Primeira Infância seis anos no Brasil, o que cor-


responde a quase 10% da po-
pulação do país.” (2017)

“A Primeira Infância é o perío-


do de vida de uma criança Esse recorte é primordial para
o desenvolvimento infantil, pois
compreendido entre a gestação e os
6 anos de idade”, conforme dita o nele, várias mudanças começam a
Comitê Distrital pela Primeira In- acontecer, além de ser marcado por
fância da capital nacional, Brasília. intenso período de aprendizado.
No gráfico abaixo, retirado da
“A primeira infância é relevante cartilha primeira infância pode-se
também em aspectos quantita- visualizar o encontro dos picos espe-
tivos: segundo o último censo
demográfico (IBGE, 2010), cialmente nos primeiros meses de
existiam quase 20 milhões de vida:
crianças com idade entre zero e

5 Retirado em: https://www.dariashevtsova.com/

33
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

visto que a cada valor investido nes-


sa fase da vida, sete vezes retornam
com resultado positivo a longo
prazo. (2017)

“Desse modo, é fundamental


garantir um desenvolvimento
pleno desde a primeira infân-
cia, tendo em mente que a for-
mação da criança depende de
uma atenção especial de todos
que estão ao seu redor, propi-
ciando, assim, uma infância sal-
dável, capaz de gerar fortes
alicerces para o futuro. “Segundo o estudo de James
Pesquisas demonstram que Heckman, esse investimento
quando as condições para o de- tende a trazer como retorno
senvolvimento durante a pri- maior qualidade de vida, me-
meira infância são boas, maio- lhor colocação no mercado de
res são as chances de a criança trabalho, melhores salários e
atingir o melhor da sua capaci- oportunidades profissionais e
dade, transformando-se em um mais saúde, constatada pelos
adulto mais estável, produtivo e índices baixos de hipertensão,
completo (Unicef, 2016). As- doenças cardíacas e obesidade,
sim, aprimorar a primeira in- além da diminuição das chan-
fância gera uma sociedade me- ces de envolvimento com bebi-
lhor e mais humana.” (2017) das alcoólicas e cigarros antes
dos 17 anos.
Vale destacar que, se com-
A importância no investimen- parado com o investimento em
to das agências de saúde, governa- outras fases, como na escola
durante a adolescência ou na
mentais ou não, na primeira infân- formação para o trabalho na
cia, pode ser visualizada através do juventude, o investimento no
gráfico feito a partir de estudo do início da vida, de fato, apresen-
ta melhores índices de retorno.
Prêmio Nobel em Economia James Quanto mais cedo esse inves-
Heckman que informa através de timento existir, mais otimista
seus estudos que investir na primei- será o cenário futuro da socie-
dade, em razão do que se criou
ra infância é benéfico para a nação,

34
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

e garantiu nos primeiros anos identificar as que precisam de algum


do indivíduo. Além do retorno
tipo de assistência e oferecê-la de
econômico, o investimento na
primeira infância é uma forma modo adequado a sua realidade.
eficiente de reduzir as desigual- Tanto nos primeiros anos de vida
dades sociais e a pobreza, bem
como de construir uma socie-
quanto antes de nascer o ambiente é
dade mais sustentável (YOUN- fator de grande influência no seu
G, ME; Richardson, LM. Early desenvolvimento neuropsicomotor.
child development from mea-
sure-ment to action: a priority
(Pantano, 2018).
for growth and equity. Washin- A autora também informa, ba-
gton, DC: World Bank; 2007). ” seada nos estudos de Alicia Matija-
sevich (médica especialista em Pe-
Inserido no período da primei- diatria e Neonatologia, mestre e
ra infância pode-se destacar tam- doutora em Epidemiologia; profes-
bém o recorte temporal dos primei- sora associada do Depar-tamento de
ros mil dias da criança, que poderão Medicina Preventiva da Faculdade
influenciar positiva ou negativa- de Medicina da Universidade de São
mente seu desenvolvimento futuro. Paulo; membro do Comitê Científico
Pantano (2018) relata que: do Núcleo de Ciência pela Infância e
professora colaboradora do progra-
“Os primeiros 1.000 dias de
vida compreendem desde o mo-
ma de pós-graduação em epidemio-
mento da concepção do indiví- logia da UFPel) que:
duo até os dois anos de idade da
criança. São 270 dias da gesta-
“Problemas no desenvolvimen-
ção, mais 365 dias do primeiro to cognitivo, físico e social são
ano de vida somados aos 365 mais frequentes em crianças de
dias do segundo ano. ” países de baixa e média renda,
fundamentalmente por elas es-
Nesse intervalo de tempo é tarem mais sujeitas a proble-
vital que hábitos e atitudes favore- mas perinatais e por convi-ver,
com maior frequência, em am-
çam a manutenção da saúde do be- bientes familiares desfavorá-
bê, que se exposto a fatores prejudi- veis, onde a estimulação e o su-
ciais pode sofrer impactos que refle- porte social são muitas vezes
inadequados. ”
tirão os índices de saúde e doença
em curto e em longo prazo. (Pan- Demonstra-se desta forma que
tano, 2018) o fator ambiente/condição sócioeco-
Monitorar o desenvolvimento nômica é atenuante do desenvolvi-
das crianças é fundamental para mento prejudicado.

35
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Marco Legal da Primeira da Lei nº 8.069, de 13 de julho de


Infância 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente) ; altera a Lei nº 8.069,
de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente); altera os
arts. 6º, 185, 304 e 318 do Decreto-
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
1941 (Código de Processo Penal);
acrescenta incisos ao art. 473 da
Consolidação das Leis do Trabalho
Fonte: Gazeta do Povo (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943; altera
A lei nº 13.257, de 8 de março
os arts. 1º, 3º, 4º e 5º da Lei nº
de 2016, também conhecida por
11.770, de 9 de setembro de 2008; e
“Marco Legal da Primeira Infância”
acrescenta parágrafos ao art. 5º da
dispõe sobre as políticas públicas
Lei nº 12.662, de 5 de junho de 2012.
para a primeira infância e altera a
Art. 2º Para os efeitos desta Lei,
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
considera-se primeira infância o
(Estatuto da Criança e do Ado-
período que abrange os primeiros 6
lescente), o Decreto-Lei nº 3.689, de
(seis) anos completos ou 72 (setenta
3 de outubro de 1941 (Código de
e dois) meses de vida da criança.
Processo Penal), a Consolidação das
Art. 3º A prioridade absoluta em
Leis do Trabalho (CLT), aprovada
assegurar os direitos da criança, do
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
adolescente e do jovem, nos termos
maio de 1943, a Lei nº 11.770, de 9
do art. 227 da Constituição Federal e
de setembro de 2008, e a Lei nº
do art. 4º da Lei nº 8.069, de 13 de
12.662, de 5 de junho de 2012.
julho de 1990, implica o dever do
Segue abaixo texto integral da
Estado de estabelecer políticas, pla-
mencionada legislação:
nos, programas e serviços para a
Art. 1º Esta Lei estabelece princípios
primeira infância que atendam às
e diretrizes para a formulação e a
especificidades dessa faixa etária,
implementação de políticas públicas
visando a garantir seu desenvol-
para a primeira infância em atenção
vimento integral.
à especificidade e à relevância dos
Art. 4º As políticas públicas voltadas
primeiros anos de vida no desenvol-
ao atendimento dos direitos da
vimento infantil e no desenvolvi-
criança na primeira infância serão
mento do ser humano, em conso-
elaboradas e executadas de forma a:
nância com os princípios e diretrizes

36
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

I - atender ao interesse superior da VIII - descentralizar as ações entre


criança e à sua condição de sujeito os entes da Federação;
de direitos e de cidadã; IX - promover a formação da cultura
II - incluir a participação da criança de proteção e promoção da criança,
na definição das ações que lhe digam com apoio dos meios de comu-
respeito, em conformidade com suas nicação social.
características etárias e de desen- Parágrafo único. A participação da
volvimento; criança na formulação das políticas
III - respeitar a individualidade e os e das ações que lhe dizem respeito
ritmos de desenvolvimento das tem o objetivo de promover sua
crianças e valorizar a diversidade da inclusão social como cidadã e dar-
infância brasileira, assim como as se-á de acordo com a especificidade
diferenças entre as crianças em seus de sua idade, devendo ser realizada
contextos sociais e culturais; por profissionais qualificados em
IV - reduzir as desigualdades no processos de escuta adequados às
acesso aos bens e serviços que diferentes formas de expressão
atendam aos direitos da criança na infantil.
primeira infância, priorizando o Art. 5º Constituem áreas prioritárias
investimento público na promoção para as políticas públicas para a
da justiça social, da equidade e da primeira infância a saúde, a
inclusão sem discriminação da alimentação e a nutrição, a educação
criança; infantil, a convivência familiar e
V - articular as dimensões ética, comunitária, a assistência social à
humanista e política da criança família da criança, a cultura, o
cidadã com as evidências científicas brincar e o lazer, o espaço e o meio
e a prática profissional no aten- ambiente, bem como a proteção
dimento da primeira infância; contra toda forma de violência e de
VI - adotar abordagem participativa, pressão consumista, a prevenção de
envolvendo a sociedade, por meio de acidentes e a adoção de medidas que
suas organizações representativas, evitem a exposição precoce à
os profissionais, os pais e as comunicação mercadológica.
crianças, no aprimoramento da qua- Art. 6º A Política Nacional Integrada
lidade das ações e na garantia da para a primeira infância será formu-
oferta dos serviços; lada e implementada mediante
VII - articular as ações setoriais com abordagem e coordenação interse-
vistas ao atendimento integral e torial que articule as diversas polí-
integrado; ticas setoriais a partir de uma visão

37
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

abrangente de todos os direi-tos da tre a União, os Estados, o Distrito


criança na primeira infância. Federal e os Municípios.
Art. 7º A União, os Estados, o Dis- Parágrafo único. A União buscará a
trito Federal e os Municípios pode- adesão dos Estados, do Distrito Fe-
rão instituir, nos respectivos âmbi- deral e dos Municípios à abordagem
tos, comitê intersetorial de políticas multi e intersetorial no atendimento
públicas para a primeira infância dos direitos da criança na primeira
com a finalidade de assegurar a infância e oferecerá assistência téc-
articulação das ações voltadas à nica na elaboração de planos esta-
proteção e à promoção dos direitos duais, distrital e municipais para a
da criança, garantida a participação primeira infância que articulem os
social por meio dos conselhos de diferentes setores.
direitos.
§ 1º Caberá ao Poder Executivo no
âmbito da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios
indicar o órgão responsável pela co-
ordenação do comitê intersetorial
previsto no caput deste artigo.
§ 2º O órgão indicado pela União
nos termos do § 1º deste artigo man-
terá permanente articulação com as
instâncias de coordenação das ações
estaduais, distrital e municipais de Fonte: Jcope
atenção à criança na primeira infân-
cia, visando à complementaridade Art. 9º As políticas para a primeira
das ações e ao cumprimento do infância serão articuladas com as
dever do Estado na garantia dos instituições de formação profissio-
direitos da criança. nal, visando à adequação dos cursos
Art. 8º O pleno atendimento dos às características e necessidades das
direitos da criança na primeira in- crianças e à formação de profis-
fância constitui objetivo comum de sionais qualificados, para possibili-
todos os entes da Federação, se- tar a expansão com qualidade dos
gundo as respectivas competências diversos serviços.
constitucionais e legais, a ser alcan- Art. 10. Os profissionais que atuam
çado em regime de colaboração en- nos diferentes ambientes de execu-
ção das políticas e programas desti-

38
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

nados à criança na primeira infância Art. 12. A sociedade participa


terão acesso garantido e prioritário à solidariamente com a família e o
qualificação, sob a forma de espe- Estado da proteção e da promoção
cialização e atualização, em progra- da criança na primeira infância, nos
mas que contemplem, entre outros termos do caput e do § 7º do art. 227,
temas, a especificidade da primeira combinado com o inciso II do art.
infância, a estratégia da interseto- 204 da Constituição Federal, entre
rialidade na promoção do desenvol- outras formas:
vimento integral e a prevenção e a I - formulando políticas e controlan-
proteção contra toda forma de do ações, por meio de organizações
violência contra a criança. representativas;
Art. 11. As políticas públicas terão, II - integrando conselhos, de forma
necessariamente, componentes de paritária com representantes gover-
monitoramento e coleta sistemática namentais, com funções de plane-
de dados, avaliação periódica dos jamento, acompanhamento, contro-
elementos que constituem a oferta le social e avaliação;
dos serviços à criança e divulgação III - executando ações diretamente
dos seus resultados. ou em parceria com o poder público;
§ 1º A União manterá instrumento IV - desenvolvendo programas, pro-
individual de registro unificado de jetos e ações compreendidos no
dados do crescimento e desenvol- conceito de responsabilidade social
vimento da criança, assim como e de investimento social privado;
sistema informatizado, que inclua as V - criando, apoiando e participando
redes pública e privada de saúde, de redes de proteção e cuidado à
para atendimento ao disposto neste criança nas comunidades;
artigo. VI - promovendo ou participando de
§ 2º A União informará à sociedade campanhas e ações que visem a
a soma dos recursos aplicados aprofundar a consciência social so-
anualmente no conjunto dos progra- bre o significado da primeira infân-
mas e serviços para a primeira in- cia no desenvolvimento do ser hu-
fância e o percentual que os valores mano.
representam em relação ao respec- Art. 13. A União, os Estados, o
tivo orçamento realizado, bem como Distrito Federal e os Municípios
colherá informações sobre os va- apoiarão a participação das famílias
lores aplicados pelos demais entes em redes de proteção e cuidado da
da Federação. criança em seus contextos sócio-fa-
miliar e comunitário visando, entre

39
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

outros objetivos, à formação e ao risco ou deficiência, terão prioridade


fortalecimento dos vínculos fami- nas políticas sociais públicas.
liares e comunitários, com priorida- § 3º As gestantes e as famílias com
de aos contextos que apresentem crianças na primeira infância deve-
riscos ao desenvolvimento da rão receber orientação e formação
criança. sobre maternidade e paternidade
Art. 14. As políticas e programas responsáveis, aleitamento materno,
governamentais de apoio às famí- alimentação complementar saudá-
lias, incluindo as visitas domiciliares vel, crescimento e desenvolvimento
e os programas de promoção da infantil integral, prevenção de aci-
paternidade e maternidade respon- dentes e educação sem uso de cas-
sáveis, buscarão a articulação das tigos físicos, nos termos da Lei nº
áreas de saúde, nutrição, educação, 13.010, de 26 de junho de 2014 , com
assistência social, cultura, trabalho, o intuito de favorecer a formação e a
habitação, meio ambiente e direitos consolidação de vínculos afetivos e
humanos, entre outras, com vistas estimular o desenvolvimento inte-
ao desenvolvimento integral da gral na primeira infância.
criança. § 4º A oferta de programas e de
§ 1º Os programas que se destinam ações de visita domiciliar e de outras
ao fortalecimento da família no modalidades que estimulem o de-
exercício de sua função de cuidado e senvolvimento integral na primeira
educação de seus filhos na primeira infância será considerada estratégia
infância promoverão atividades cen- de atuação sempre que respaldada
tradas na criança, focadas na família pelas políticas públicas sociais e ava-
e baseadas na comunidade. liada pela equipe profissional res-
§ 2º As famílias identificadas nas ponsável.
redes de saúde, educação e assis- § 5º Os programas de visita do-
tência social e nos órgãos do Sistema miciliar voltados ao cuidado e edu-
de Garantia dos Direitos da Criança cação na primeira infância deverão
e do Adolescente que se encontrem contar com profissionais qualifica-
em situação de vulnerabilidade e de dos, apoiados por medidas que asse-
risco ou com direitos violados para gurem sua permanência e formação
exercer seu papel protetivo de cui- continuada.
dado e educação da criança na pri- Art. 15. As políticas públicas criarão
meira infância, bem como as que condições e meios para que, desde a
têm crianças com indicadores de primeira infância, a criança tenha
acesso à produção cultural e seja

40
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

reconhecida como produtora de vigorar acrescido do seguinte pa-


cultura. rágrafo único:
Art. 16. A expansão da educação “Art. 3º ..............................................
infantil deverá ser feita de maneira a Parágrafo único. Os direitos enun-
assegurar a qualidade da oferta, com ciados nesta Lei aplicam-se a todas
instalações e equipamentos que obe- as crianças e adolescentes, sem dis-
deçam a padrões de infraestrutura criminação de nascimento, situação
estabelecidos pelo Ministério da familiar, idade, sexo, raça, etnia ou
Educação, com profissionais qualifi- cor, religião ou crença, deficiência,
cados conforme dispõe a Lei nº condição pessoal de desenvolvimen-
9.394, de 20 de dezembro de 1996 to e aprendizagem, condição econô-
(Lei de Diretrizes e Bases da Edu- mica, ambiente social, região e local
cação Nacional), e com currículo e de moradia ou outra condição que
materiais pedagógicos adequados à diferencie as pessoas, as famílias ou
proposta pedagógica. a comunidade em que vivem.” (NR)
Parágrafo único. A expansão da Art. 19. O art. 8º da Lei nº 8.069, de
educação infantil das crianças de 0 13 de julho de 1990, passa a vigorar
(zero) a 3 (três) anos de idade, no com a seguinte redação:
cumprimento da meta do Plano “Art. 8º É assegurado a todas as
Nacional de Educação, atenderá aos mulheres o acesso aos programas e
critérios definidos no território na- às políticas de saúde da mulher e de
cional pelo competente sistema de planejamento reprodutivo e, às
ensino, em articulação com as de- gestantes, nutrição adequada, aten-
mais políticas sociais. ção humanizada à gravidez, ao parto
Art. 17. A União, os Estados, o Dis- e ao puerpério e atendimento pré-
trito Federal e os Municípios deve- natal, perinatal e pós-natal integral
rão organizar e estimular a criação no âmbito do Sistema Único de
de espaços lúdicos que propiciem o Saúde.
bem-estar, o brincar e o exercício da § 1º O atendimento pré-natal será
criatividade em locais públicos e realizado por profissionais da aten-
privados onde haja circulação de ção primária.
crianças, bem como a fruição de § 2º Os profissionais de saúde de
ambientes livres e seguros em suas referência da gestante garantirão
comunidades. sua vinculação, no último trimestre
Art. 18. O art. 3º da Lei nº 8.069, de da gestação, ao estabelecimento em
13 de julho de 1990 (Estatuto da que será realizado o parto, garantido
Criança e do Adolescente), passa a o direito de opção da mulher.

41
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

§ 3º Os serviços de saúde onde o § 9º A atenção primária à saúde fará


parto for realizado assegurarão às a busca ativa da gestante que não
mulheres e aos seus filhos recém- iniciar ou que abandonar as consul-
nascidos alta hospitalar responsável tas de pré-natal, bem como da puér-
e contrarreferência na atenção pri- pera que não comparecer às consul-
mária, bem como o acesso a outros tas pós-parto.
serviços e a grupos de apoio à § 10. Incumbe ao poder público
amamentação. garantir, à gestante e à mulher com
........................................................... filho na primeira infância que se
§ 5º A assistência referida no § 4º encontrem sob custódia em unidade
deste artigo deverá ser prestada de privação de liberdade, ambiência
também a gestantes e mães que que atenda às normas sanitárias e
manifestem interesse em entregar assistenciais do Sistema Único de
seus filhos para adoção, bem como a Saúde para o acolhimento do filho,
gestantes e mães que se encontrem em articulação com o sistema de
em situação de privação de ensino competente, visando ao de-
liberdade. senvolvimento integral da criança.”
§ 6º A gestante e a parturiente têm (NR)
direito a 1 (um) acompanhante de Art. 20. O art. 9º da Lei nº 8.069, de
sua preferência durante o período 13 de julho de 1990, passa a vigorar
do pré-natal, do trabalho de parto e acrescido dos seguintes §§ 1º e 2º:
do pós-parto imediato. “Art. 9º ..............................................
§ 7º A gestante deverá receber ori- § 1º Os profissionais das unidades
entação sobre aleitamento materno, primárias de saúde desenvolverão
alimentação complementar saudá- ações sistemáticas, individuais ou
vel e crescimento e desenvolvimento coletivas, visando ao planejamento,
infantil, bem como sobre formas de à implementação e à avaliação de
favorecer a criação de vínculos afeti- ações de promoção, proteção e apoio
vos e de estimular o desenvolvi- ao aleitamento materno e à alimen-
mento integral da criança. tação complementar saudável, de
§ 8º A gestante tem direito a forma contínua.
acompanhamento saudável durante § 2º Os serviços de unidades de
toda a gestação e a parto natural cui- terapia intensiva neonatal deverão
dadoso, estabelecendo-se a aplica- dispor de banco de leite humano ou
ção de cesariana e outras interven- unidade de coleta de leite humano. ”
ções cirúrgicas por motivos médicos. (NR)

42
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Art. 21. O art. 11 da Lei nº 8.069, de “Art. 12. Os estabelecimentos de


13 de julho de 1990, passa a vigorar atendimento à saúde, inclusive as
com a seguinte redação: unidades neonatais, de terapia in-
“Art. 11. É assegurado acesso inte- tensiva e de cuidados intermediá-
gral às linhas de cuidado voltadas à rios, deverão proporcionar condi-
saúde da criança e do adolescente, ções para a permanência em tempo
por intermédio do Sistema Único de integral de um dos pais ou res-
Saúde, observado o princípio da ponsável, nos casos de internação de
equidade no acesso a ações e ser- criança ou adolescente.” (NR)
viços para promoção, proteção e re- Art. 23. O art. 13 da Lei nº 8.069, de
cuperação da saúde. 13 de julho de 1990, passa a vigorar
§ 1º A criança e o adolescente com acrescido do seguinte § 2º, nume-
deficiência serão atendidos, sem dis- rando-se o atual parágrafo único
criminação ou segregação, em suas como § 1º:
necessidades gerais de saúde e espe- “Art. 13...............................................
cíficas de habilitação e reabilitação. § 1º As gestantes ou mães que ma-
§ 2º Incumbe ao poder público nifestem interesse em entregar seus
fornecer gratuitamente, àqueles que filhos para adoção serão obrigatória-
necessitarem, medicamentos, órte- mente encaminhadas, sem cons-
ses, próteses e outras tecnologias trangimento, à Justiça da Infância e
assistivas relativas ao tratamento, da Juventude.
habilitação ou reabilitação para § 2º Os serviços de saúde em suas
crianças e adolescentes, de acordo diferentes portas de entrada, os
com as linhas de cuidado voltadas às serviços de assistência social em seu
suas necessidades específicas. componente especializado, o Centro
§ 3º Os profissionais que atuam no de Referência Especializado de As-
cuidado diário ou frequente de sistência Social (Creas) e os demais
crianças na primeira infância receb- órgãos do Sistema de Garantia de
erão formação específica e perma- Direitos da Criança e do Adolescente
nente para a detecção de sinais de deverão conferir máxima prioridade
risco para o desenvolvimento psí- ao atendimento das crianças na
quico, bem como para o acompa- faixa etária da primeira infância com
nhamento que se fizer necessário.” suspeita ou confirmação de violên-
(NR) cia de qualquer natureza, formu-
Art. 22. O art. 12 da Lei nº 8.069, de lando projeto terapêutico singular
13 de julho de 1990, passa a vigorar que inclua intervenção em rede e, se
com a seguinte redação:

43
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

necessário, acompanhamento do- ...........................................................


miciliar.” (NR) § 3º A manutenção ou a reintegração
Art. 24. O art. 14 da Lei nº 8.069, de de criança ou adolescente à sua
13 de julho de 1990, passa a vigorar família terá preferência em relação a
acrescido dos seguintes §§ 2º, 3º e qualquer outra providência, caso em
4º, numerando-se o atual parágrafo que será está incluída em serviços e
único como § 1º: programas de proteção, apoio e
“Art. 14.............................................. promoção, nos termos do § 1º do art.
§ 1º .................................................... 23, dos incisos I e IV do caput do art.
§ 2º O Sistema Único de Saúde 101 e dos incisos I a IV do caput do
promoverá a atenção à saúde bucal art. 129 desta Lei.
das crianças e das gestantes, de for- ................................................” (NR)
ma transversal, integral e interseto- Art. 26. O art. 22 da Lei nº 8.069, de
rial com as demais linhas de cuidado 13 de julho de 1990, passa a vigorar
direcionadas à mulher e à criança. acrescido do seguinte parágrafo
§ 3º A atenção odontológica à único:
criança terá função educativa pro- “Art. 22. ............................................
tetiva e será prestada, inicialmente, Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os
antes de o bebê nascer, por meio de responsáveis, têm direitos iguais e
aconselhamento pré-natal, e, poste- deveres e responsabilidades com-
riormente, no sexto e no décimo partilhados no cuidado e na edu-
segundo anos de vida, com orien- cação da criança, devendo ser res-
tações sobre saúde bucal. guardado o direito de transmissão
§ 4º A criança com necessidade de familiar de suas crenças e culturas,
cuidados odontológicos especiais assegurados os direitos da criança
será atendida pelo Sistema Único de estabelecidos nesta Lei.” (NR)
Saúde. ” (NR) Art. 27. O § 1º do art. 23 da Lei nº
Art. 25. O art. 19 da Lei nº 8.069, de 8.069, de 13 de julho de 1990, passa
13 de julho de 1990, passa a vigorar a vigorar com a seguinte redação:
com a seguinte redação: “Art. 23. ............................................
“Art. 19. É direito da criança e do § 1º Não existindo outro motivo que
adolescente ser criado e educado no por si só autorize a decretação da
seio de sua família e, excepcional- medida, a criança ou o adolescente
mente, em família substituta, asse- será mantido em sua família de
gurada a convivência familiar e co- origem, a qual deverá obrigatória-
munitária, em ambiente que garanta mente ser incluída em serviços e
seu desenvolvimento integral

44
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

programas oficiais de proteção, Art. 30. O art. 88 da Lei nº 8.069, de


apoio e promoção. 13 de julho de 1990, passa a vigorar
................................................” (NR) acrescido dos seguintes incisos VIII,
Art. 28. O art. 34 da Lei nº 8.069, de IX e X:
13 de julho de 1990, passa a vigorar “Art. 88. ............................................
acrescido dos seguintes §§ 3º e 4º: VIII - especialização e formação
“Art. 34. ............................................ continuada dos profissionais que
§ 3º A União apoiará a imple- trabalham nas diferentes áreas da
mentação de serviços de acolhi- atenção à primeira infância, incluin-
mento em família acolhedora como do os conhecimentos sobre direitos
política pública, os quais deverão da criança e sobre desenvolvimento
dispor de equipe que organize o infantil;
acolhimento temporário de crianças IX - formação profissional com
e de adolescentes em residências de abrangência dos diversos direitos da
famílias selecionadas, capacitadas e criança e do adolescente que favo-
acompanhadas que não estejam no reça a intersetorialidade no atendi-
cadastro de adoção. mento da criança e do adolescente e
§ 4º Poderão ser utilizados recursos seu desenvolvimento integral;
federais, estaduais, distritais e um- X - realização e divulgação de pes-
nicipais para a manutenção dos ser- quisas sobre desenvolvimento in-
viços de acolhimento em família fantil e sobre prevenção da violên-
acolhedora, facultando-se o repasse cia.” (NR)
de recursos para a própria família Art. 31. O art. 92 da Lei nº 8.069, de
acolhedora.” (NR) 13 de julho de 1990, passa a vigorar
Art. 29. O inciso II do art. 87 da Lei acrescido do seguinte § 7º:
nº 8.069, de 13 de julho de 1990, “Art. 92. ............................................
passa a vigorar com a seguinte § 7º Quando se tratar de criança de
redação: 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhi-
“Art. 87. ............................................ mento institucional, dar-se-á espe-
II - serviços, programas, projetos e cial atenção à atuação de educadores
benefícios de assistência social de de referência estáveis e qualitati-
garantia de proteção social e de vamente significativos, às rotinas
prevenção e redução de violações de específicas e ao atendimento das
direitos, seus agravamentos ou rein- necessidades básicas, incluindo as
cidências; de afeto como prioritárias. ” (NR)
................................................” (NR) Art. 32. O inciso IV do caput do art.
101 da Lei nº 8.069, de 13 de julho

45
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

de 1990, passa a vigorar com a 1990, passam a vigorar com a


seguinte redação: seguinte redação:
“Art. 101. ........................................... “Art. 260. ..........................................
IV - inclusão em serviços e progra- § 1º A. Na definição das prioridades
mas oficiais ou comunitários de a serem atendidas com os recursos
proteção, apoio e promoção da famí- captados pelos fundos nacional, es-
lia, da criança e do adolescente; taduais e municipais dos direitos da
................................................” (NR) criança e do adolescente, serão con-
Art. 33. O art. 102 da Lei nº 8.069, sideradas as disposições do Plano
de 13 de julho de 1990, passa a Nacional de Promoção, Proteção e
vigorar acrescido dos seguintes §§ 5º Defesa do Direito de Crianças e
e 6º: Adolescentes à Convivência Fami-
“Art. 102. ........................................... liar e Comunitária e as do Plano
§ 5º Os registros e certidões neces- Nacional pela Primeira Infância.
sários à inclusão, a qualquer tempo, § 2º Os conselhos nacional, esta-
do nome do pai no assento de duais e municipais dos direitos da
nascimento são isentos de multas, criança e do adolescente fixarão
custas e emolumentos, gozando de critérios de utilização, por meio de
absoluta prioridade. planos de aplicação, das dotações
§ 6º São gratuitas, a qualquer subsidiadas e demais receitas, apli-
tempo, a averbação requerida do cando necessariamente percentual
reconhecimento de paternidade no para incentivo ao acolhimento, sob a
assento de nascimento e a certidão forma de guarda, de crianças e ado-
correspondente. ” (NR) lescentes e para programas de aten-
Art. 34. O inciso I do art. 129 da Lei ção integral à primeira infância em
nº 8.069, de 13 de julho de 1990, áreas de maior carência socioeconô-
passa a vigorar com a seguinte mica e em situações de calamidade.
redação: ................................................” (NR)
“Art. 129. ........................................... Art. 36. A Lei nº 8.069, de 13 de
I - encaminhamento a serviços e julho de 1990, passa a vigorar
programas oficiais ou comunitários acrescida do seguinte art. 265-A:
de proteção, apoio e promoção da “Art. 265-A. O poder público fará
família; periodicamente ampla divulgação
................................................” (NR) dos direitos da criança e do ado-
Art. 35. Os §§ 1º -A e 2º do art. 260 lescente nos meios de comunicação
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de social.

46
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Parágrafo único. A divulgação a que Ato das Disposições Constitucionais


se refere o caput será veiculada em Transitórias.
linguagem clara, compreensível e § 1º A prorrogação de que trata este
adequada a crianças e adolescentes, artigo:
especialmente às crianças com idade I - será garantida à empregada da
inferior a 6 (seis) anos. ” pessoa jurídica que aderir ao Pro-
Art. 37. O art. 473 da Consolidação grama, desde que a empregada a
das Leis do Trabalho (CLT), apro- requeira até o final do primeiro mês
vada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de após o parto, e será concedida
1º de maio de 1943, passa a vigorar imediatamente após a fruição da
acrescido dos seguintes incisos X e licença-maternidade de que trata o
XI: inciso XVIII do caput do art. 7º da
“Art. 473. ........................................... Constituição Federal;
X - até 2 (dois) dias para acom- II - será garantida ao empregado da
panhar consultas médicas e exames pessoa jurídica que aderir ao Pro-
complementares durante o período grama, desde que o empregado a
de gravidez de sua esposa ou requeira no prazo de 2 (dois) dias
companheira; úteis após o parto e comprove parti-
XI - por 1 (um) dia por ano para cipação em programa ou atividade
acompanhar filho de até 6 (seis) de orientação sobre paternidade
anos em consulta médica. ” (NR) responsável.
Art. 38. Os arts. 1º, 3º, 4º e 5º da Lei § 2º A prorrogação será garantida,
nº 11.770, de 9 de setembro de 2008, na mesma proporção, à empregada e
passam a vigorar com as seguintes ao empregado que adotar ou obtiver
alterações: (Produção de efeito) guarda judicial para fins de adoção
“Art. 1º É instituído o Programa de criança. ” (NR)
Empresa Cidadã, destinado a pror- “Art. 3º Durante o período de
rogar: prorrogação da licença-maternidade
I - por 60 (sessenta) dias a duração e da licença-paternidade:
da licença-maternidade prevista no I - a empregada terá direito à
inciso XVIII do caput do art. 7º da remuneração integral, nos mesmos
Constituição Federal; moldes devidos no período de per-
II - por 15 (quinze) dias a duração da cepção do salário-maternidade pago
licença-paternidade, nos termos pelo Regime Geral de Previdência
desta Lei, além dos 5 (cinco) dias Social (RGPS);
estabelecidos no § 1º do art. 10 do

47
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

II - o empregado terá direito à ridos 60 (sessenta) dias da publica-


remuneração integral.” (NR) ção desta Lei. (Produção de efeito)
“Art. 4º No período de prorrogação Art. 40. Os arts. 38 e 39 desta Lei
da licença-maternidade e da licença- produzem efeitos a partir do pri-
paternidade de que trata esta Lei, a meiro dia do exercício subsequente
empregada e o empregado não po- àquele em que for implementado o
derão exercer nenhuma atividade disposto no art. 39.
remunerada, e a criança deverá ser Art. 41. Os arts. 6º, 185, 304 e 318 do
mantida sob seus cuidados. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
Parágrafo único. Em caso de des- outubro de 1941 (Código de Processo
cumprimento do disposto no caput Penal), passam a vigorar com as
deste artigo, a empregada e o em- seguintes alterações:
pregado perderão o direito à pro- “Art. 6º ..............................................
rrogação.” (NR) X - colher informações sobre a
“Art. 5º A pessoa jurídica tributada existência de filhos, respectivas
com base no lucro real poderá dedu- idades e se possuem alguma
zir do imposto devido, em cada deficiência e o nome e o contato de
período de apuração, o total da re- eventual responsável pelos cuidados
muneração integral da empregada e dos filhos, indicado pela pessoa
do empregado pago nos dias de presa.” (NR)
prorrogação de sua licença-mater- “Art. 185. ...........................................
nidade e de sua licença-paternidade, § 10. Do interrogatório deverá
vedada a dedução como despesa constar a informação sobre a exis-
operacional. tência de filhos, respectivas idades e
................................................” (NR) se possuem alguma deficiência e o
Art. 39. O Poder Executivo, com nome e o contato de eventual res-
vistas ao cumprimento do disposto ponsável pelos cuidados dos filhos,
no inciso II do caput do art. 5º e nos indicado pela pessoa presa. ” (NR)
arts. 12 e 14 da Lei Complementar nº “Art. 304. ..........................................
101, de 4 de maio de 2000, estimará § 4º Da lavratura do auto de prisão
o montante da renúncia fiscal de- em flagrante deverá constar a infor-
corrente do disposto no art. 38 desta mação sobre a existência de filhos,
Lei e o incluirá no demonstrativo a respectivas idades e se possuem
que se refere o § 6º do art. 165 da alguma deficiência e o nome e o
Constituição Federal, que acompa- contato de eventual responsável
nhará o projeto de lei orçamentária pelos cuidados dos filhos, indicado
cuja apresentação se der após decor- pela pessoa presa. ” (NR)

48
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

“Art. 318. ........................................... Marcelo Costa e Castro


IV - gestante; Tereza Campello
V - mulher com filho de até 12 (doze) Nilma Lino Gomes
anos de idade incompletos;
VI - homem, caso seja o único Este texto não substitui o publicado
responsável pelos cuidados do filho no DOU de 9.3.2016
de até 12 (doze) anos de idade
incompletos............................” (NR)
Art. 42. O art. 5º da Lei nº 12.662, de
5 de junho de 2012, passa a vigorar
acrescido dos seguintes §§ 3º e 4º:
“Art. 5º ..............................................
§ 3º O sistema previsto no caput
deverá assegurar a interoperabi-
lidade com o Sistema Nacional de
Informações de Registro Civil (Sirc).
§ 4º Os estabelecimentos de saúde
públicos e privados que realizam
partos terão prazo de 1 (um) ano
para se interligarem, mediante
sistema informatizado, às serventias
de registro civil existentes nas
unidades federativas que aderirem
ao sistema interligado previsto em
regramento do Conselho Nacional
de Justiça (CNJ). ” (NR)
Art. 43. Esta Lei entra em vigor na
data de sua publicação.
Brasília, 8 de março de 2016; 195º
da Independência e 128º da Re-
pública.

DILMA ROUSSEFF
Nelson Barbosa
Aloizio Mercadante

49
50
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

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