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1

Produtos Financeiros -
fundamentos, estruturas e
operações

Luiz Ozorio

Curriculum Vitae Decisões em Finanças


Luiz Ozorio
 Pós-Doutor em Economia pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro; Doutor em Finanças e Análise de Investimentos pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro; Mestre em Engenharia de Produção com ênfase na Análise de
Projetos Industriais e Tecnológicos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, MBA
Executivo em Finanças pelo Ibmec, Bacharel em Administração de Empresas.
 Professor há 23 anos, tenho lecionado em programas de treinamento de cursos de
graduação e pós-graduação em renomadas instituições de ensino como FGV, Ibmec, PUC-
Rio, UFRJ e USP em disciplinas como: Finanças Corporativas, Análise de Projetos e Empresas,
Gestão de Capital de Giro, Contabilidade e Análise de Demonstrativos Financeiros,
Estatística e Econometria, entre outras. Autor dos livros: Introdução a Análise
Fundamentalista, Introdução ao Mercado de Opções Financeiras, Investimentos em
Infraestrutura e Entrepreneurship in BRICs. Autor de artigos acadêmicos publicados em
periódicos acadêmicos e apresentados em congressos no Brasil e no exterior em países
como: Inglaterra, EUA, Japão, Finlândia, Portugal, Grécia e Austrália.
 Consultor nas áreas de Finanças Corporativas, Avaliação de Investimento e Estratégia
Empresarial. Atuou em projetos de treinamento e consultoria em renomadas instituições e
empresas como: New York Institute of Finance, Banco Mundial, Petrobras, Vale, CPFL,
Eletrobrás, Neo Energia, ANEEL, TIM, Vivo, Embratel, Claro, Gafisa, Bradesco Seguros, Amil,
Agora Corretora, Banco Bradesco, BNDES, Banco do Nordeste, Organizações Globo,
Globosat, KPMG, E&Y, entre outras.

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


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Programa Decisões em Finanças


 O que é Mercado Financeiro

 Ativos Financeiros

 Risco & Retorno

 Introdução à Precificação de Ativos

O que é Mercado Financeiro

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Estrutura do Mercado Financeiro

• Podermos definir Mercado Financeiro como o universo que


envolve as operações de compra e venda de ativos
financeiros, tais como valores mobiliários, títulos públicos,
obrigações bancárias, câmbio, etc., compreendendo todo o
ambiente que envolve as operações de investimentos
financeiros.

Estrutura do Mercado Financeiro

No Mercado Financeiro, tomadores e aplicadores se encontram e


transacionam recursos e ativos alocados em diversos segmentos.

POUPADORES INTERMEDIÁRIOS TOMADORES


FINANCEIROS

1 APLICA SUA POUPANÇA REALIZA EMPRÉSTIMOS


E FINANCIAMENTOS 3

2 RECEBE REMUNERAÇÂO
PAGA REMUNERAÇÂO 4

FINANCEIRAS
EMPRESAS
EMPRESAS SEGURADORAS
BANCOS DE INVESTIMENTOS FAMÍLIAS
FAMÍLIAS GOVERNOS
GOVERNOS BANCOS COMERCIAIS

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Estrutura do Mercado Financeiro

MERCADO
FINANCEIRO

CAMBIAL MONETÁRIO CRÉDITO CAPITAIS

TRANSFORMAÇÃO CONTROLE DA FINANCIAMENTOS:


FINANCIAMENTOS:
DA MOEDA LIQUIDEZ -CAPITAL DE GIRO
- CAPITAL DE GIRO
ESTRANGEIRA BANCÁRIA - CAPITAL FIXO
- CAPITAL FIXO
EM MOEDA FINANCIAMENTO - HABITAÇÃO
NACIONAL E VICE DA DÍVIDA - RURAL
– VERSA PÚBLICA - CONSUMO

Ativos Financeiros

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Classes de Ativos Financeiros

• Entre as diversas formas de classificar os ativos financeiros, uma que


se destaca é a abordagem que parte do tipo de emissor:
• Títulos emitidos por empresas (corporativos):
• Ações
• Debêntures

• Títulos públicos:
• Tesouro Pré-fixado
• Tesouro Selic
• Tesouro IPCA

• Títulos emitidos por instituições financeiras:


• CDB
• LCI e LCA
• CRI e CRA
• Letras Cambiais

Títulos Corporativos

• Os principais títulos emitidos por empresas são as


ações (“pedaços do capital social da empresa”) e
as debêntures (“pedaços da dívida da empresa”), que
permitem a circulação de capital e custeia o desenvolvimento
econômico.

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Títulos Corporativos

• Ações são títulos de renda variável, emitidos por sociedades


anônimas, que representam a menor fração do capital da
empresa emitente.
• O investidor em ações é um coproprietário da sociedade
anônima da qual é acionista, participando dos seus resultados.
As ações são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela
negociação em bolsas de valores.

Ação Ação
Ação

Ação
Ação Empresa
Ação
Ação

Ação Ação

Títulos Corporativos

Pregão de Ações
Apregoação Apregoação

Câmara de Liquidação

Corretora de Ações / R$ R$ / Ações Corretora de


Valores Valores

Ordem Ordem

Comprador Vendedor

 Forma de negociação  Tipos de ordem  Quantidade negociada


Sistema eletrônico A mercado Lote padrão
Home Broker Administrada Fracionário
Limitada
Casada
Stop Loss

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Títulos Corporativos

• Ações Ordinárias (ON) - É o tipo de ação que concede ao seu


detentor o direito de voto nas assembleias da companhia. Ex.:PETR3,
VALE3, TAEE3.
• Ações Preferenciais (PN) - Oferecem preferência no recebimento dos
resultados ou no reembolso do capital em caso de liquidação da
companhia. As ações preferências não concedem direito ao voto. Ex.:
PETR4, VALE5 (saiu de circulação), TAEE4.
• UNITS – Quando as ações das empresas são negociadas em pacotes
“combos”. Ex: TAEE11 = 2 TAEE4 + 1 TAEE3

Títulos Corporativos

• Índices:
• IBOV – Índice Bovespa – O principal objetivo do índice
Ibovespa é o de apresentar o comportamento do mercado de
ações na Bolsa de Valores de São Paulo. O índice não é nada
mais do que uma carteira teórica de investimentos. A carteira
é composta pelas ações que corresponderam por
aproximadamente 80% do volume negociado nos últimos 12
meses.
• IBrX50 – Índice das 50 ações mais negociadas na Bovespa
• S&P500 – Standard & Poor’s 500 (500 maiores empresas
negociadas na bolsa de NY)
• NYSE DJ – New York Stock Exchange – Dow Jones
• NASDAQ – North American Securities Dealers Automated
Quotation System

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Títulos Corporativos
• Governança Corporativa
• Nível 1
• Empresas comprometem-se a manter em circulação ao menos 25% do capital total
• Informações contábeis devem ser divulgadas trimestralmente
• Adoção de um calendário de eventos corporativos
• Nível 2
•Todos os pontos do Nível 1
•Divulgação das DF´s em padrão internacional USGAAP (United States Generally
Accepted Accounting Principles) ou IFRS (Internacional Financial Reporting
Standars)
• Conselho de Administração
• Direito a voto às ações preferenciais em algumas matérias (incorporação, fusão
ou cisão)
• Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas
condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da empresa
(Tag Along) e de, no mínimo, 80% deste valor para os detentores das ações
preferenciais.
• Novo Mercado
• Todos os pontos do Nível 1 e 2
• Somente ações ON
• 100% Tag along

Títulos Corporativos

• IPO (Initial Public Offering) é o processo que permite a empresa que


o executa ter valores mobiliários sendo negociados publicamente
em bolsas de valores ou em mercados de balcão.

• Quais as razões e benefícios para uma empresa abrir seu capital?

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Títulos Corporativos

• IPO (Initial Public Offering) é o processo que permite a empresa que o


executa ter valores mobiliários sendo negociados publicamente em
bolsas de valores ou em mercados de balcão.

• Quais as razões e benefícios para uma empresa abrir seu capital?


• Acesso ao mercado de capitais;
• Flexibilidade estratégica;
• Constante avaliação da empresa;
• Profissionalização da empresa;
• Maior transparência;
• Maior liquidez para o acionista.

Títulos Corporativos

• Tipos de Emissões em um IPO:


• Se uma empresa for emitir ações na Bovespa, ela poderá fazê-lo

de 3 maneiras:
• Emissão Primária – venda de novas ações, com os recursos
apurados indo para a empresa. Capital Social
da Empresa
Dinheiro Novo

• Emissão Secundária – venda de ações dos antigos sócios da


empresa. Vendedor Comprador

• Emissão Mista – combinação das emissões primária e secundária.


Vendedor Comprador
Capital
Social da
Dinheiro
Novo
Empresa +

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Títulos Corporativos

 Requisitos para um IPO:


 O principal requisito para uma empresa abrir seu capital é a
adequação aos níveis de TRANSPARÊNCIA exigido pelo mercado e
órgãos reguladores.
 Uma empresa aberta tem por lei a obrigação de prestar informações
sobre seus negócios, finanças, contabilidades e decisões.

Contabilidade

Governança Projetos

Estrutura Finanças

Estratégia

Títulos Corporativos

 Desvantagens IPO:
 Custos de abertura e manutenção;
 Redução da flexibilidade na gestão;
 Abertura de informações estratégicas;
 “Caminho sem volta”.

IPO

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Títulos Corporativos

 Como negociar ações no exterior (EUA):


 American Depositary Receipts (ADR) são recibos de

ações emitidos nos EUA para negociar ações de


empresas de fora do país nas bolsas norte americanas.
 Os ADRs são comprados e vendidos nos dos EUA, assim como os outros

títulos regulares emitidos nos EUA, por um banco ou corretora.


 Existem três tipos (níveis) de ADRs, que se diferenciam em função da
quantidade de informações fornecidas a Security Exchange Comission
(SEC) – equivalente a CVM brasileira – e também ao grau de
negociabilidade dos títulos nos EUA.
 No caso de colocações privadas de ações é possível utilizar a Rule 144,
que além de mais barata, não requer registro na SEC.

Títulos Corporativos

• Tipos de ADRs:
• Nível 1 - É o mais básico, em que empresas estrangeiras não têm
qualificações ou não desejam ser listadas em bolsa. ADRs Nível 1 são
encontrados no mercado de balcão e são fáceis e baratas de avaliar o
seu interesse na América do Norte. Eles também têm os requisitos
mais flexíveis da Securities and Exchange Commission (SEC).
• Nível 2 - É listado em bolsa ou cotados na Nasdaq. ADRs Nível 2 têm
um pouco mais de exigências da SEC, mas também têm um maior
volume de trade.
• Nível 3 - É o mais prestigiado dos três tipos, quando uma empresa
lança uma emissão de oferta pública na bolsa. ADRs Nível 3 são
capazes de levantar capital e ganhar visibilidade substancial nos
mercados financeiros dos EUA.

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Títulos Corporativos

• Types of ADRs an Rule 144:


Trading SEC registration Ability to raise Firm listing
location required capital in U.S. expenses

Level I OTC Yes No Low

Level II NYSE, Nasdaq Yes No High


and AMEX

Level III NYSE, Nasdaq Yes Yes High


and AMEX

Rule 144 Private No Yes Low

Títulos Corporativos

• O que são Debêntures?


• São valores imobiliários emitidos por S.A. – de capital aberto ou
fechado – que se caracterizam pelo pagamento de rentabilidade
(pelo menos parcialmente) pré-definida (com juros pré ou pós
fixados).
• Esses títulos dão aos seus detentores um direito de crédito sobre a
companhia emissora e possuem características particulares de
prazo e rentabilidade, sempre definidas em sua escritura de
emissão.
• Debêntures rendem juros fixos ou variáveis atrelados geralmente à
inflação (IPCA ou IGP mais juros) e ao CDI, entre outros
indexadores.
• O prêmio de risco de uma debênture é função da percepção de
risco de crédito da empresa.

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Títulos Corporativos

Classificação de Risco de Crédito - Rating


Moody’s S&P Quality of Issue
Highest quality. Very small risk of default.
Aaa AAA
High quality. Small risk of default.
Aa AA
High-Medium quality. Strong attributes, but potentially
A A
vulnerable.
Baa BBB Medium quality. Currently adequate, but potentially unreliable.
Ba BB Some speculative element. Long-run prospects questionable.
B B Able to pay currently, but at risk of default in the future.
Poor quality. Clear danger of default .
Caa CCC
Highly speculative. May be in default.
Ca CC
Lowest rated. Poor prospects of repayment.
C C
In default.
D -

Títulos Corporativos

• Características das Debêntures:


• Para que sejam distribuídas publicamente, devem ser emitidas por
companhias de capital aberto, com prévio registro na CVM.
• Instrução Normativa CVM nº. 400 - A oferta pública utilizando a IN 400 é
a forma tradicional de acesso ao mercado de capitais. Salvo no caso de
companhias Pré-Operacionais, sua abrangência do público alvo é
ilimitada, podendo qualquer pessoa física ou jurídica participar das
ofertas. Também não há qualquer restrição à negociação dos papéis
ofertados.
• As S.A. fechadas têm a restrição de somente poder efetuar
colocações privadas.
• Instrução Normativa CVM nº. 476 - A oferta pública da IN 476 veio para
modernizar e facilitar o acesso ao mercado de capitais. Suas obrigações
são menores que uma oferta pública da IN 400, o que facilita e reduz
custo. Como medida de desburocratização, neste tipo de oferta não há
análise prévia ou registro pela CVM.

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Títulos Corporativos

• Principais Vantagens das Debêntures:


• Pode ser planejada sob medida para atender às necessidades
de cada empresa.
• Flexibilidade nos prazos, garantias e condições da emissão
permitem adequar os pagamentos de juros e amortizações às
características dos projetos e à disponibilidade de recursos da
companhia.
• A emissão pode ser dividida em séries a serem integralizadas
nos períodos estabelecidos pela empresa emissora.
• Em geral apresenta custos de captação menores,
especialmente em relação a empréstimos bancários de curto
prazo.

Títulos Corporativos

• Tipos de Debêntures:
• Quanto à classe, podem ser:
• Simples:
• Não são conversíveis ou permutáveis em ações.
• Conversíveis:
• Podem ser convertidas em ações da empresa emissora de
acordo com regras previstas na escritura da emissão.
• Permutáveis:
• As debêntures permutáveis podem ser convertidas em
ações de outra empresa, que não a companhia emissora, de
acordo com as regras definidas na escritura de emissão.

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Títulos Corporativos

• Tipos de Debêntures:
• No que diz respeito à garantia, podem ter as seguintes classificações:
• Real:
• São debêntures garantidas por bens integrantes do ativo da companhia emissora ou de
terceiros, sob a forma de hipoteca ou penhor.
• Flutuante:
• Possuem um privilégio geral sobre o ativo da empresa, o que não impede, entretanto, a
negociação dos bens que compõem esse ativo. Possuem também preferência de
pagamento sobre debêntures de emissões anteriores e sobre outros créditos especiais ou
com garantias reais, firmados anteriormente à emissão.
• Quirografária:
• Não possuem as vantagens dos dois tipos anteriores. Assim, os debenturistas, em caso de
falência, equiparam-se aos demais credores quirografários (não privilegiados) da empresa.
As emissões de debêntures quirografárias não podem ter valor maior do que o do capital
social da companhia.
• Subordinada:
• São debêntures sem garantia, que preferem apenas aos acionistas no ativo
remanescente, em caso de liquidação da companhia. No caso das debêntures
subordinadas, não existem limites máximos para a emissão.

Títulos Públicos

• O mercado brasileiro de títulos públicos é bastante


concentrado em emissões efetuadas pelo tesouro nacional.

• Os títulos se diferenciam em função de seus prazos de


maturação, pelo pagamento (ou não) de coupons e pelo fato
de serem prefixados ou pós fixados, com remuneração
atrelada a inflação ou a taxa Selic.

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Títulos Públicos

• Títulos Prefixados:
• Tesouro Prefixado (LTN) – sem coupons
• Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) – com
coupons semestrais

• Pós Fixados Indexados ao IPCA:


• Tesouro IPCA* (NTN-B Principal) – sem coupons
• Tesouro IPCA* com Juros Semestrais (NTN-B) – com coupons
semestrais

• Pós Fixados Indexados a Selic:


• Tesouro Selic (LFT) – sem coupon

Títulos de Instituições Financeiras

• CDB:
• O principal instrumento de investimento em renda fixa
bancário é o Certificados de Depósito Bancário (CDB), título
lastreado em carteiras de crédito.
• A rentabilidade dos CDBs costuma ser atrelada ao CDI (Ex.:
96% do CDI ou 104% do CDI), mas pode ser referenciada ao
IPCA (Ex.: IPCA + 2,5% aa), ao IGPM (Ex.: IGPM + 3% aa) ou
prefixada (Ex.: 8% aa).
• CDBs emitidos pelos bancos de pequeno porte (ou de pior
rating) ou mais longos oferecem geralmente rendimentos
mais atrativos.

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Títulos de Instituições Financeiras


• CDB:
• Além da liquidez diária, uma maiores vantagens do CDB é a
sua segurança, pois ele conta com a cobertura do FGC para
valores de até R$ 250 mil por CPF por emissor.
• IR: até 180 dias  22,5%; de 181 a 360 dias  20%; de 361
a 720 dias 17,5%; acima de 721 dias  15%.
• IOF: incidente somente para operações com resgate em
menos de 30 dias  96% para 1 dia; 93% para 2 dias; ...; 3%
para 29 dias; 0% para 30 dias.

Títulos de Instituições Financeiras

• CDB:
• Exemplos Julho de 2019:
• CDB do Banco Máxima – prazo 2.388 dias – 128% do CDI
• CDB do Banco Máxima – prazo 182 dias – 112% do CDI
• CDB Itaú – prazo 180 dias – 73,5% do CDI
• Banco Máxima: PL de R$152,1 milhões; R$ 2,7 bilhões de ativos;
Índice de Basileia de 1,5% (para cada R$ 100 emprestado, R$
1,50 de PL – BC considera tolerável mínimo de 11%); Índice de
Imobilização 13,9% (para cada R$ 100 de PL foram imobilizados
R$ 13,90 – BC considera tolerável até 50%); Rating de 2013:
brBBB- (SR Ratring).
• Banco Itaú: PL de R$144,1 bilhões; R$ 1,5 trilhões de ativos;
Índice de Basileia de 20%; Índice de Imobilização 25,9%; Rating
de 2018: AAA (Fitch Ratings) e brAAA (S&P).

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Títulos de Instituições Financeiras


• LCI e LCA:
• A LCI (Letra de Crédito Imobiliária) e a LCA (Letra de Crédito
do Agronegócio) são aplicações de renda fixa similares ao
CDB em termos de formas de remuneração.
• São lastreados em operações de crédito imobiliário (LCI) e
para o agronegócio (LCA).
• Emitidas por instituições financeiras, também possuem
garantia do FGC.
• Tem como grande vantagem da isenção de tributos, como o
Imposto de Renda (IR) para pessoa física.
• A LCI e a LCA são mais indicadas para objetivos de médio e
longo prazo  período de carência: normalmente a partir
de 90 dias.

Títulos de Instituições Financeiras

• CRI e CRA:
• CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e o CRA
(Certificado de Recebíveis do Agronegócio) são títulos
emitidos por securitizadoras.
• São similares as LCIs e LCAs em termos de lastro e formas de
remuneração, porém não contam com a cobertura do FGC,
impondo um risco adicional se comparado aos instrumentos
bancários.
• Fundamental analisar a carteira de ativos que está
lastreando a operação.
• Isentos de IR e IOF para pessoa física.
• Liquidez restrita ao mercado secundário (mercados de
balcão registrado na Cetip e BovespaFix)

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Títulos de Instituições Financeiras

• Letras de Câmbio:
• Títulos similares aos CDBs porém emitidos por financeiras, que
são instituições de porte menor, e por conta disso, apresentam
rentabilidade geralmente mais elevada que os demais
investimentos de renda fixa.
• Conta com a garantia do FGC para valores de até R$ 250 mil.
• IR e IOF similar aos CDBs.
• A Letra de Câmbio não oferece liquidez diária. Apesar do
rendimento menor, os CDBs contam com essa alternativa na
maior parte das opções oferecidas pelos grandes bancos.

Risco & Retorno

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A Atitude do Investidor Frente ao Risco

 Risco & Retorno


 Premissa: “O investidor racional e avesso ao risco
exige maiores retornos em função de maiores riscos
assumidos.”

RISCO

A Atitude do Investidor Frente ao Risco

 Risco & Retorno


 Premissa: “O investidor racional e avesso ao risco
exige maiores retornos em função de maiores riscos
assumidos.”

Prêmio
pelo Risco

Prêmio
pela Espera

RISCO

 K = Prêmio pela Espera + Prêmio pelo Risco

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O que é Risco em Finanças

 Definições sobre risco:


 Littre (1863) postula que a origem da palavra risco vem
do francês medieval risqué, que significaria “perigo
com probabilidade de ocorrência”.
 Bernestein (1997)afirma que risco vem da palavra em
italiano riscare, que significaria ousar.
 Segundo o Oxford English Dictionary (1989), a palavra
em inglês hazard, que é traduzida para o português
como risco ou acaso, surgiu de um jogo de azar criado
no castelo de Hasart na Palestina.

O que é Risco em Finanças

 O que é mais arriscado: saltar do 2o ou do 12o


andar de um edifício?

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22

O que é Risco em Finanças

 De forma abrangente poderíamos definir risco como a


possibilidade de obtermos resultados de um evento distintos
ao esperado.
 Quanto maior a chance de obtermos resultados diferentes do
que se esperava previamente – seja essa resultado melhor ou
pior do que o esperado – maior o risco.
 Em finanças seria a probabilidade do retorno do
investimento ser diferente do esperado!
 Investimentos no mercado de ações são considerados
arriscados não somente porque oferecem chance de retornos
negativos ou abaixo do esperado, mas também pela
possibilidade de obtenção de retornos positivos
extraordinários.
 Resumindo: risco equivaleria a variabilidade.

Mensurando o Risco

 Para mensurar o risco em finanças geralmente


utilizamos medidas estatísticas de dispersão.
 As mais comuns são a variância e o desvio padrão
dos retornos dos ativos.
 Outra medida bastante utilizada é o beta das
ações das empresas, que é uma medida de risco
relativo ao mercado.

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


23

Mensurando o Risco

 Medidas de Tendência Central:


 Nos auxiliam a determinar o resultado típico do fenômeno
estudado.
 Essas medidas são usadas para determinação de valores
esperados de retornos futuros de investimentos, em
particular a Média é muito usada nessa tarefa
 Medidas mais utilizadas:
• Média - “ponto de equilíbrio” de uma série de dados.
• Mediana - ponto médio de uma sequência de dados
ordenados.
• Moda - valor que ocorre com maior frequência.

Mensurando o Risco

 Medidas de Dispersão:
 Em geral medidas de tendência central não são suficientes para um
conhecimento adequado do fenômeno.
 Nesse sentido é interessante utilizar também as medidas de
dispersão, que são muito utilizadas para análise de riscos em
investimentos.
 Medidas mais utilizadas:
• Amplitude – distância entre os extremos da amostra/população.
• Desvio Médio - média dos desvios (diferença entre observação
e a média).
• Variância – média do quadrado dos desvios.
• Desvio Padrão – raiz quadrada da variância.

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


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Mensurando o Risco

 Histórico de Retornos da Bolsa Americana 1928 – 2012:

S&P 500 - annual returns 1928 - 2012


60,00%

40,00%

20,00%

0,00%
1928
1932
1936
1940
1944
1948
1952
1956
1960
1964
1968
1972
1976
1980
1984
1988
1992
1996
2000
2004
2008
2012
-20,00%

-40,00%

-60,00%

Mensurando o Risco
• Análise de Retornos do S&P 500 – 1928 a 2012:
 Média = (5 x (-34,5%) + .... + 10 x 41,5%)/85 = 9,76%
 Amplitude = (51% - (-44%)) = 95%
 Variância = (5 x (-34,5% - média)2 + .... + 10 x (41,5% - média)2)/85
Variância =411%2
 Desvio Padrão = (Var. Retornos)1/2 =20,27%

Retornos Agrupados S&P 500 1928-2012


Limite Limite Ponto Numero
Inferior Superior Medio Observacoes
-44% -25% -34,5% 5
-25% -6% -15,5% 14
-6% 13% 3,5% 24
13% 32% 22,5% 32
32% 51% 41,5% 10
Total 85

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Mensurando o Risco

• Distribuição Normal - Intervalos de Confiança:

68%
95%

99%

-∞ +∞
µ-3σ µ-2σ µ-σ µ µ+σ µ+2σ µ+3σ

Mensurando o Risco

• Suposição de normalidade da distribuição de


retornos:
• Considerando que o S&P 500 apresentou no período de 1928-
2012 um retorno médio de 9,76% e um desvio padrão dos
retornos de 20,27%, assumindo a normalidade dos retornos,
teríamos entre -30,78% e 50,30% aproximadamente 95% de
probabilidade de ocorrência dos retornos.

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


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Mensurando o Risco

• Distribuição de retornos do S&P 500 no período de


1928-2012:

Intervalo de 95% de probabilidade


20
18
16
14
12
Freqüência

10
8
6
4

-∞ 2
0 +∞
-44% -33% -22% -12% -1% 10% 20% 31% 42% Mais

Mensurando o Risco

 O que é mais arriscado: uma padaria ou uma loja de


eletrodomésticos?

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Mensurando o Risco

Retorno
Loja de Eletrodomésticos
130
120
110
100
90
80
70
0 10 20 30 40 50 60

Retorno Médio = 100,00


Desvio Padrão = 14,48

Mensurando o Risco

Retorno
Padaria
130
120
110
100
90
80
70
0 10 20 30 40 50 60

Retorno Médio = 100,00


Desvio Padrão = 8,74

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


28

Mensurando o Risco

Retorno Retorno
Loja de Eletrodomésticos Padaria
130 130
120 120
110 110
100 100
90 90
80 80
70 70
0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60

25 25

20 20

15 15

10 10

5 5

0 0
70-80 80-90 90-100 100-110 110-120 120-130 70-80 80-90 90-100 100-110 110-120 120-130

Mensurando o Risco

• Índice Beta:
• O Beta é uma medida de risco relativo, que nos evidencia a
sensibilidade dos retornos de uma ação em relação aos
retornos do mercado (Ibovespa no caso brasileiro).
• Quando uma ação possui um Beta de 1,5 por exemplo, isso
significa que para uma variação de 5% do Ibovespa seria
esperado uma variação de 7,5% da ação.
• Para a mesma ação, caso o Ibovespa caísse 4%, seria
esperada uma queda de 6% da ação.
• O Beta médio das ações em bolsa seria 1 e a maioria dos
Betas estão num intervalo que vai de 0,4 a 1,7.

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


29

Mensurando o Risco

• Exemplos de Beta (03/04/2020):


• Transmissora Paulista (TRPL4)  0,40

• Lojas Renner (LREN3)  0,64

• Vale (VALE3)  1,13

• Petrobrás (PETR3)  1,90

• Usiminas (USIM5)  2,81

Fonte: Yahoo Finance

O Efeito da Diversificação

“Não ponha todos ovos numa mesma cesta!”

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


30

O Efeito da Diversificação

• A ideia de diversificação do risco é bastante


antiga e antecede a teoria econômica.

• Em 1952 Harry Markowitz apresentou um


modelo formal mostrando como obter de forma
científica o “máximo poder” da diversificação.
Seu trabalho foi merecedor do Prêmio Nobel de
Economia.

• Premissa: Podemos reduzir o risco


diversificando, investindo em ativos que
possuam baixa correlação entre seus retornos.

O Efeito da Diversificação

• Voltando ao Caso da Padaria e da


Loja de Eletrodomésticos:
Retorno
Loja de Eletrodom ésticos
130
120
110
100
90
80
70
0 10 20 30 40 50 60

Retorno
Padaria
130
120
110
100
90
80
70
0 10 20 30 40 50 60

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


31

O Efeito da Diversificação

• Voltando ao Caso da Padaria e da


Loja de Eletrodomésticos:

Retorno
Padaria+Loja de Eletrodomésticos
130
120
110
100
90
80
70
0 10 20 30 40 50 60

O Efeito da Diversificação

• Voltando ao Caso da Padaria e da Loja de


Eletrodomésticos:
• Padaria:
• Retorno Médio = 100,00
• Desvio Padrão = 8,74

• Loja de Eletrodomésticos:
• Retorno Médio = 100,00
• Desvio Padrão = 14,48

• Investindo 50% na Padaria e 50% na Loja de


Eletrodomésticos:
• Retorno Médio = 100,00
• Desvio Padrão = 5,07

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


32

O Efeito da Diversificação

• Voltando ao Caso da Padaria e da Loja de


Eletrodomésticos:

Retorno
Padaria+Loja de
Eletrodomésticos
130
120
110
100
90
80
70
0 10 20 30 40 50 60

Diluição do Risco
O Efeito da Diversificação
via Diversificação
• Voltando ao Caso da Padaria e da Loja de
Eletrodomésticos:

30
25
20

15

10
5
0
70-80 80-90 90-100 100-110 110-120 120-130

30 30

25 25

20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
70-80 80-90 90-100 100-110 110-120 120-130 70-80 80-90 90-100 100-110 110-120 120-130

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


33

Os Limites
Os Limites da Diversificação
da Diversificação

• Risco Diversificável – Parcela do risco de um


ativo associada a eventos aleatórios, que pode
ser eliminada por intermédio da diversificação.

• Risco de Mercado – Parcela do risco de um


ativo que não pode ser eliminada pela
diversificação.

Introdução à Precificação de
Ativos

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


34

Precificação de Títulos
Os Limites Públicos
da Diversificação
• Títulos Públicos Prefixados:
• Na categoria de títulos pré-fixados, o Tesouro Nacional oferece
duas oportunidades de investimento, mais especificamente, os
títulos Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) e
Tesouro Prefixado (LTN).
• Conhecidas no passado como Notas do Tesouro Nacional série
F e, atualmente, denominado de Tesouro Prefixado com Juros
Semestrais, consiste numa aplicação que o investidor, ao
adquirir o título, conhece todo o fluxo de pagamentos que
receberá no futuro, composto de cupons semestrais e do
principal ao final da vida do título.
• Por conseguinte, caso o título seja mantido pelo investidor até
o seu vencimento, a taxa obtida pelo investidor ao fim do
período será exatamente aquela embutida no momento da
aquisição (em função do valor pago pelo título e seu fluxo de
pagamentos).

Precificação de Títulos Públicos


• Títulos Públicos Prefixados:
• Fórmula de cálculo da NTN-F:

𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 + 𝑃𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙


𝑃𝑈 = + + + …+
1 + 𝑅𝑠 (1 + 𝑅𝑠) (1 + 𝑅𝑠) (1 + 𝑅𝑠)

Onde:
PU consiste no preço unitário, ou valor de mercado do título no momento da
compra;
Cupom consiste no pagamento semestral efetuado pelo título;
Principal consiste no valor pago pelo título ao final de sua vida;
Rs é a taxa de juros semestral embutida no título;
Rs = (1 + Ra)0,5 – 1; Ra = (1 + Rs)2 – 1
Ra é a taxa de juros anual embutida no título;
n é o número de semestres de vida do título.

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


35

Os Limites
Precificação da Diversificação
de Títulos Públicos
• Títulos Públicos Prefixados:
• Visando compreender a relação entre o valor de títulos pré-fixados no
mercado e seus pagamentos futuros, tomemos o exemplo da NTN-F
010123 em 4 de janeiro de 2021. Esse título tem vencimento em 1 de
janeiro de 2023, principal de R$1.000,00 e cupons semestrais – a
serem pagos em julho de 2021, janeiro de 2022, julho de 2022 e
janeiro de 2023 – no valor de R$48,96 e a taxa de juros anual (Ra)
definida pelo mercado era de 4,25% ao ano , determinando uma taxa
de juros semestral (Rs) de 2,103%.

, , , ,
𝑃𝑈 = ,
+ ,
+ ,
+ ,

Essa equação pode ser solucionada pela calculadora HP 12 C,


usando o procedimento:
F REG; 48,96 CHS PMT; 1000 CHS FV; 2,103 i; 4 n; PV

Os Limites
Precificação da Diversificação
de Títulos Públicos
• Títulos Públicos Prefixados:
• Visando compreender a relação entre o valor de títulos pré-fixados no mercado
e seus pagamentos futuros, tomemos o exemplo da NTN-F 010123 em 4 de
janeiro de 2021. Esse título tem vencimento em 1 de janeiro de 2023, principal
de R$1.000,00 e cupons semestrais – a serem pagos em julho de 2021, janeiro
de 2022, julho de 2022 e janeiro de 2023 – no valor de R$48,96 e a taxa de
juros anual (Ra) definida pelo mercado era de 4,25% ao ano , determinando
uma taxa de juros semestral (Rs) de 2,103%.

, , , ,
𝑃𝑈 = + + +
, , , ,

Essa equação pode ser solucionada pela calculadora HP 12 C, usando o


procedimento:
F REG; 48,96 CHS PMT; 1000 CHS FV; 2,103 i; 4 n; PV  PU = 1.006,08

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


36

Os Limites
Precificação da Diversificação
de Títulos Públicos
• Títulos Públicos Prefixados:
• Dessa forma, caso um investidor tivesse adquirido esse título em janeiro
de 2021 por R$1.006,08 e resolvesse mantê-lo em sua carteira até o
vencimento em janeiro de 2023, a remuneração obtida nesse investimento
seria de 4,25% ao ano.
• No entanto, caso o investidor optasse por vender a NTN-F 010123 antes de
seu vencimento, a rentabilidade obtida poderia ser distinta da previamente
esperada, podendo, inclusive, ser negativa.
• Isso pode ocorrer em função de variações nas expectativas de taxas de
juros futuras, que podem influenciar o valor atual (PU) do título no
decorrer de sua vida.
• Considerando que o valor dos cupons e principal são fixos no decorrer da
vida do título, alterações positivas nas taxas de juros (Ra e Rs) irão
provocar uma redução no preço, enquanto variações negativas nas taxas
provocariam elevação dos preços.
• Tal fato pode ser verificado pela análise dos dados apresentados no Quadro
1, que apresenta o desempenho diário do preço da NTN-F no mercado e as
taxas de juros anuais (Ra) embutidas em seu fluxo de caixa, relativas ao
período de 4 a 29 de janeiro de 2021.

Os Limites
Precificação da Diversificação
de Títulos Públicos
• Títulos Públicos Prefixados:
Preços da NTN-F 010123 – janeiro de 2021
Taxa de Juros Preço da NTN-F • Conforme podemos observar pela análise do
Dia
Anual (Ra) 010123 quadro à esquerda, no dia 4 de janeiro a taxa de
04/01/2021 4,25% 1.106,08 juros anual registrada para NTN-F foi de 4,25%,
05/01/2021 4,24% 1.106,45 determinando um preço de R$1.106,07 para o
06/01/2021 4,46% 1.102,32
07/01/2021 4,54% 1.100,95
título.
08/01/2021 4,65% 1.099,01 • Passados 14 dias úteis, mais especificamente,
11/01/2021 4,85% 1.095,35
no dia 22 de janeiro, podemos observar que a
12/01/2021 5,06% 1.091,54
13/01/2021 4,94% 1.094,04 taxa de juros da NTN-F foi elevada para 5,25%
14/01/2021 5,13% 1.090,64 ao ano (1% a mais do que observado no início
15/01/2021 5,10% 1.091,43 do mês), o que provocou a que do preço do
18/01/2021 5,07% 1.092,21
19/01/2021 5,01% 1.093,56 título para R$1.089,92.
20/01/2021 5,09% 1.092,26 • Caso o investidor tivesse comprado a NTN-F em
21/01/2021 5,08% 1.092,67
22/01/2021 5,25% 1.089,92
4 de janeiro e o vendesse no dia 22 de janeiro,
26/01/2021 5,24% 1.090,33 auferiria uma perda de 1,46% no período, o que
27/01/2021 5,13% 1.092,59 corresponderia a um retorno negativo de
28/01/2021 5,14% 1.092,62
aproximadamente 23% em termos anuais.
29/01/2021 4,93% 1.096,75

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


37

Os Limites
Precificação da Diversificação
de Títulos Públicos
• Títulos Públicos Prefixados:
• Além da NTN-F, outro tipo de título público pré-fixado é o Tesouro
Prefixado, que, antigamente possuía a denominação de Letras do
Tesouro Nacional (LTN).
• A diferença entre esses 2 títulos está no fato de que a LTN não paga
cupons semestrais como a NTN-F.
• A despeito dessa distinção o mesmo efeito pode ser verificado no
preço da LTN em função de variações da taxa de juros: quando a taxa
de juros se eleva o preço dos títulos se reduz e vice-versa.

𝑃𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙
𝑃𝑈 =
(1 + 𝑅𝑠)

Os Limites
Precificação da Diversificação
de Títulos Públicos
• Títulos Públicos Pós fixados:
• O Tesouro Selic (LFT) consiste em títulos pós fixados com
remuneração atrelada a SELIC. Em termos práticos, as LFT são
lançadas no mercado por um determinado valor e, à medida que o
tempo avança, acumulam juros.
• O pagamento do principal acrescido de juros se dá ao final da vida do
título, ou, alternativamente, por sua venda no mercado secundário
antes de seu vencimento.
𝑃𝑈 𝑣𝑒𝑛𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑃𝑈 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 × (1 + 𝑅𝑎)
Onde n é o número de anos de vida do título

𝑃𝑈 𝑣𝑒𝑛𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑃𝑈 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 × (1 + 𝑅𝑎 ) × (1 + 𝑅𝑎 ) × ⋯ × (1 + 𝑅𝑎 )

Onde n1, n2, n3 etc. são os períodos de tempo, m é último


período da vida do título e (n1 + n2 + ... + m = n).

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


38

Precificação de Títulos
Os Limites Públicos
da Diversificação
• Títulos Públicos Pós fixados:
• A figura abaixo apresenta a evolução do • Conforme podemos observar pela
valor (preço unitário ou PU) da LFT 010321, evolução do gráfico apresentado na
lançada em 10 de março de 2015 e figura ao lado, caso um investidor tivesse
resgatada em 1 de março de 2021. adquirido a LFT em seu lançamento em
10 de março de 2015 pelo preço de
11.000,00 R$6.677,32 e a mantivesse até o seu
10.500,00
vencimento em (1 de março de 2021)
recebendo R$10.791,32, teria obtido
10.000,00

9.500,00

9.000,00
uma rentabilidade acumulada de
8.500,00 aproximadamente 62% (em 5 anos), o
8.000,00
que equivaleria a uma taxa de 8,33% ao
7.500,00
ano.
7.000,00

6.500,00 • Um ponto que merece ser ressaltado é o


10/03/2015
06/05/2015
30/06/2015
21/08/2015
16/10/2015
10/12/2015
04/02/2016
01/04/2016
27/05/2016
20/07/2016
13/09/2016
08/11/2016
03/01/2017
01/03/2017
26/04/2017
21/06/2017
14/08/2017
06/10/2017
05/12/2017
01/02/2018
02/04/2018
25/05/2018
20/07/2018
13/09/2018
08/11/2018
07/01/2019
28/02/2019
26/04/2019
21/06/2019
14/08/2019
07/10/2019
02/12/2019
29/01/2020
25/03/2020
21/05/2020
15/07/2020
08/09/2020
03/11/2020
29/12/2020
26/02/2021
fato de que no período analisado,
observou-se uma gradativa redução da
taxa Selic, o que provocou a concavidade
do gráfico de preços.
• Em outras palavras, o fato de a Selic ter
reduzido no decorrer dos anos fez com
que a o aumento do preço da LFT
apresentasse uma redução de ritmo.

Os Limites
Precificação da Diversificação
de Títulos Públicos
• Títulos Públicos Pós fixados:
• Além da NTN-F LTN e LFT, outros dois tipos de títulos públicos
emitidos pelo Tesouro são o Tesouro IPCA com Juros Semestrais (NTN-
B) e Tesouro IPCA (NTN-B Principal), geralmente, enquadrados como
pós fixados, considerando que a cada período o valor que será pago
pelos cupons será reajustado pelo IPCA apurado no período, o mesmo
ocorrendo com o valor do principal ao final do título.
• A distinção entre a NTN-B e NTN-B Principal está no fato desse último
não possuir fluxos intermediários de pagamento (cupons),
concentrando todo retorno do investimento no fim da vida útil do
título.
• Um aspecto que deve ser destacado em relação aos títulos pré-
fixados, pós fixados indexados à Selic e pós fixados atrelados ao IPCA é
justamente o efeito das variações da taxa de juros em seus preços.

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


39

Os Limites
Precificação da Diversificação
de Títulos Públicos
• Títulos Públicos Pós fixados:
• Conforme demonstrado anteriormente, os investidores que aplicam recursos
em títulos pré-fixados – NTN-F e LTN – são favorecidos por reduções na taxa de
juros (o que eleva o valor dos títulos), podendo, inclusive auferirem prejuízos em
caso contrário (aumento de taxa com venda do título antes do vencimento).
• Já no caso dos LFT, o investidor jamais aufere retornos negativos e é favorecido
por elevações da taxa Selic.
• Por fim, no caso das NTN-B e NTN-B Principal, os investidores são beneficiados
pelo aumento do IPCA, no entanto, de forma semelhante ao verificado nos
títulos pré-fixados, torcem pela queda da taxa de juros real.
R nom. = (1 + R real) x (1 + inflação) – 1; R real = (1 + R nom.)/(1 + inflação) – 1
• Em outras palavras, caso a expectativa de taxas de juros real venha a se reduzir
no decorrer da vida do título, isso, isoladamente, gerará um efeito positivo no
preço do título, enquanto que o aumento da expectativa da taxa de juros real,
isoladamente, gerará um efeito negativo no preço.

Os Limites
Precificação da Diversificação
de Títulos Públicos
• Títulos Públicos Pós fixados:
• Fórmula de cálculo da NTN-B:
𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 ∗ 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 ∗ 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 ∗ 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 ∗ +𝑃𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 ∗
𝑃𝑈 = + + + …+
1 + 𝑅 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑠 (1 + 𝑅 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑠) (1 + 𝑅 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑠) (1 + 𝑅 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑠)
Onde:
PU consiste no preço unitário, ou valor de mercado do título no momento da
compra;
Cupom* ajustado até o instante atual;
Principal* ajustado até o instante atual;
R real s é a taxa de juros real semestral embutida no título;
n é o número de semestres de vida do título.
• Fórmula de cálculo da NTN –B Principal:
𝑃𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 ∗
𝑃𝑈 =
(1 + 𝑅 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑠)

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


40

Os Limites
Precificação da Diversificação
de Ações
• Perguntas típicas de investidores:
• Essas ações estão caras ou baratas?
• Será que essa é a hora de entrar no mercado?

Precificação de Ações
• Ferramentas Tradicionais para Analisar Ações:
• Análise Fundamentalista:
• Se baseia no estudo de demonstrativos e projeções financeiras,
visando determinar o preço justo das ações e dessa forma avaliar se
essas estão caras ou baratas no mercado.
• Duas abordagens principais: Fluxo de Caixa Descontado e Múltiplos.

• Análise Técnica:
• Se baseia no estudo do comportamento histórico da cotação de
ativos no mercado, procurando inferir tendências futuras para os
preços e identificar oportunidades de investimento.
• Principais ferramentas: gráficos de barra, linhas de tendência,
resistências e suportes, figuras de reversão e continuidade, padrões
gráficos do candlestick, indicadores estatísticos e as ondas de Elliot.

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


41

Precificação de Ações

• Análise Técnica vs Fundamentalista:

Mais rápida Pode ser demorada


Define o “time” Não define o “time”
Mal fundamentada Teoria bem construída

Precificação de Ações
• O que é Análise Fundamentalista?
• Conjunto de técnicas e modelos utilizados para
avaliação de ações, que busca determinar o valor justo
dos ativos permitindo a comparação com os preços
praticados no mercado (cotações).
• Metodologias:
• Fluxo de Caixa Descontado  o valor dos ativos é estimado
em função das expectativas de fluxos futuros gerados pelos
ativos.
• Avaliação Relativa  o valo dos ativos é estimado por
comparação com ativos similares.

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações


42

Precificação de Ações
• Fluxo de Caixa Descontado:
• O caso mais simples do modelo dos fluxos de caixa descontados é o
modelo de dividendos, aplicável com bons resultados à empresas
que já se encontram na maturidade, com políticas de dividendos
bem definidas.
P0 = DIV1 + DIV2 + DIV3 + ...... + DIVn + Pn
1+Ke (1+Ke)2 (1+Ke)3 (1+Ke)n
Sendo:
P0  Preço justo da ação na data zero
DIVi  Dividendo esperado para o período i
Ke  Custo do Capital Próprio

Precificação de Ações

• Projeção de Dividendos:
Receita Líquida
x Margem Líquida .

(=) Lucro Líquido


x Payout .

(=) Fluxo de Dividendos


÷ Número de Ações .

(=) Dividendos por Ação

Produtos Financeiros - fundamentos, estruturas e operações

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