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ESCOLA DE DIREITO

DIREITO FALIMENTAR E RECUPERACIONAL (6MA)

AIRLYCE GABRIELY ALEXANDRE DE FREITAS-202066668

MARIA EDUARDA DE MELO REIS E SILVA- 202002648

PETIÇÃO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

PROFESSOR: ERICK WILLIAM DO NASCIMENTO

JABOATÃO DOS GUARARAPES/PE


EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUÍZ DE DIREITO DA ___a VARA DA CIVEL COMARCA DE FOZ DO IGUAÇU –
ESTADO DO PARANÁ

SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO TRES FRONTEIRAS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
CNPJ sob o no 77.806.750/0001-80, com endereço na Rua Arquiteto Décio Luis Cardoso, no 469, Centro, CEP: 85851-
445, na cidade de Foz do Iguaçu/PR, por intermédio de seus procuradores (procuração em anexo), com escritório
profissional sito na Av. Jorge Schimmelpfeng, no 600, sala 11, Edifício Comercial Center Foz, Centro, na cidade de Foz
do Iguaçu/PR, onde recebem intimações e notificações, vêm respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro
nos artigos 47 e 48 da Lei 11.101/2005, requerer a presente:

R E C U P E R A Ç Ã O J U D I CI A L

para possibilitar recuperação da crise econômico-financeira ora sofrida pela Empresa Requerente, o que faz
com base nos fatos e fundamentos a seguir expostos.

1.INTRODUÇÃO.

A recuperação judicial é instituto criado pelo legislador brasileiro e festejado pela doutrina, voltado a permitir o
soerguimento de empresa viável, possibilitando sua manutenção no mercado, a preservação dos postos de trabalho e
a salvaguarda dos interesses dos credores. Por meio da recuperação judicial os ideais de função social da empresa e
do estímulo à livre iniciativa são concretamente colocados em prática, de forma que o Estado concede ao empresário
importante mecanismo para possibilitar a viabilidade econômica de sua atividade.

Destacando esses escopos, dispõe o artigo 47 da Lei 11.101/2005:

Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira
do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses
dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade
econômica.

Sobre o tema, é oportuno o magistério de Jorge Lobo:

Recuperação judicial é o instituto jurídico, fundado na ética da solidariedade, que visa sanear o estado de crise
econômico-financeira do empresário e da sociedade empresária com a finalidade de preservar os negócios
sociais e estimular a atividade empresarial, garantir a continuidade do emprego e fomentar o trabalho humano,
assegurar a satisfação, ainda que parcial e em diferentes condições, dos direitos e interesses dos credores e
impulsionar a economia creditícia, mediante a apresentação, nos autos da ação de recuperação judicial, de
um plano de reestruturação e reerguimento, o qual, aprovado pelos credores, expressa ou tacitamente, e
homologado pelo juízo, implica novação dos créditos anteriores ao ajuizamento da demanda e obriga todos os
credores a ela sujeitos, inclusive os ausentes, os dissidentes e os que se abstiveram de participar das
deliberações da assembleia geral.

Ocorre que problemas relacionados com o setor da educação permeiam o Brasil, as dificuldades, em um
setor que concentra o ponto de partida para o desenvolvimento de todos os outros ramos, acabam por interferir de
maneira macro o ensino, isto é, não apenas aos alunos ou aos educadores, mas também ao governo e as próprias
instituições de ensino.
As razões da Requerente, em relação a esta crise são diversas e serão caracterizadas, detalhadamente, em
cumprimento ao disposto no art. 51, inciso I, da Lei 11.101/05.

Com o objetivo de solucionar as causas da crise antes que suas consequências se tornem irreversíveis, a
Autora identifica na recuperação judicial o meio mais propício para alcançar a sua reorganização e, evidentemente,
saldar o seu passivo.

Tal pleito merece provimento pois, muito embora a Requerente esteja atravessando um momento delicado,
causado por problemas internos de sua gestão, há chances reais de superação da crise, uma vez que a empresa é
economicamente viável e preenche todos os requisitos previstos no artigo 51 da Lei 11.101/2005. É o que se busca
demonstrar.

2.DA HISTÓRIA DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO:

No que tange ao contexto histórico, há mais de três décadas, a Universidade de Foz do Iguaçu – UNIFOZ-
zela pelo ensino superior de qualidade nesta comarca, formando mais de 5000 (cinco mil) profissionais do direito, e
aproximadamente 1500 (mil e quinhentos) de administração ; neste período também formou profissionais em Hotelaria
e inúmeros especialistas (Pós Graduação) em diferentes áreas.

A UNIFOZ foi fundada em 14 de abril de 1989 estando atualmente com trinta e um anos de tradição de
ensino de qualidade no Oeste do Paraná. É a intuição mais antiga da região, e também a que mais aprovou no exame
da Ordem dos Advogados do Brasil em todo o Estado do Paraná, recebendo com isso, no ano de 2012, uma moção de
aplauso da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná por esta conquista única.

A Unifoz prioriza a participação no processo de ensino aprendizagem, motivo pelo qual muitos buscam a
UNIFOZ, conhecida e reconhecida pela qualidade do ensino e confiança nos cursos oferecidos Direito, administração e
hotelaria.
A confiança de gerações de nossos ex-alunos que imprimem a nossa marca fundamental, pela qual é
reconhecida a UNIFOZ que é a única Instituição de Ensino Superior de Foz de Iguaçu que deixou de ser apenas uma
escola de ensino superior e se transformou em uma grande família, a Família UNIFOZ, onde o aluno sabe que vai
encontrar um ambiente sério, respeitoso e voltado para o conhecimento e, por outro lado, a sua família saberá que
poderá confiar os seus filhos, cônjuges e parentes em geral. Fato este facilmente comprovado quando se observa o
quadro de alunos atuais e se constata que são filhos e até mesmo netos de ex alunos da instituição. Outro fato notório
e encontrado no quadro de docentes onde egressos se tornaram mestres e ensinamentos e aprendizados são
compartilhados de geração em geração.

3.CRISE FINANCEIRA (Art. 51, I, DA LEI 11.101/2005).

Muito embora a trajetória acima esboçada revele uma história de sucesso, no último ano, especialmente a
partir de janeiro de 2019, a instituição de ensino Requerente, passou a experimentar os efeitos da crise.

Preceitua-se na Lei 11.101/05, que para o deferimento do processamento da recuperação judicial o que
importa é que a devedora atenda aos requisitos do art. 48 do mesmo diploma legal e que a inicial satisfaça as
exigências do respectivo art. 51.

Eis o texto do art. 51 da Lei 11.101/05, in verbis: Art. 51.

A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:

I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-
financeira;

II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente
para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas
obrigatoriamente de:

a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua
projeção;

III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a
indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando
sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação
pendente;

IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e
outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores
pendentes de pagamento;

V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as


atas de nomeação dos atuais administradores;

VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor;

VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de
qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas
instituições financeiras;

VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas
onde possui filial;

IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as
de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados.

Resta verificar estes fatores, trazendo ao processo um arcabouço de informações, a fim de que sirvam elas,
posteriormente, de substrato para que os credores deliberem acerca do plano de recuperação (sem prejuízo de
quaisquer outras informações que venham a ser solicitadas por estes, pelo administrador judicial e, sobretudo, pelo
juízo).

Ao par disso, é fundamental salientar que, se por um lado a crise da Autora é presente e relevante, isso não
significa, por modo algum, que seja irreversível.

A propósito, é justamente para a superação da crise que se presta o instituto da Recuperação Judicial.

Por sua inteira propriedade, transcreve-se a seguir a lição do referido autor, in verbis:

“O instituto de recuperação vem desenhado justamente com o objetivo de promover a viabilização da


superação desse estado de crise, motivado por um interesse na preservação da empresa desenvolvida pelo
devedor. Enfatize-se a figura da empresa sob a ótica de uma unidade econômica que interessa manter, como
um centro de equilíbrio econômico-social. É, reconhecidamente, fonte produtora de bens, serviços, empregos
e tributos que garantem o desenvolvimento econômico e social de um país. A sua manutenção consiste em
conservar o ‘ativo social’ por ela gerado. A empresa não interessa apenas a seu titular – o empresário -, mas
a diversos outros atores do palco econômico, como os trabalhadores, investidores, fornecedores, instituições
de crédito, ao Estado, e, em suma, aos agentes econômicos em geral. Por isso é que a solução para a crise
da empresa passa por um estágio de equilíbrio dos interesses públicos, coletivos e privados que nela convivem.
(...) Conceitualmente, a recuperação é a regra e a falência a exceção. Esse é o espírito a conduzir a exegese
dos preceitos da Lei no 11.101/2005”.

Com efeito, somente a partir da identificação das causas da crise é que se pode pretender a busca e a
implementação de soluções.

Dentre as causas e circunstâncias da crise que assolam a instituição, que adiante serão pormenorizadas,
verificam-se, entre outras:

a) Crise econômica nacional e o reflexo na educação;


b) Crise institucional na educação do Brasil;
c) Declínio do FIES - Fundo de Financiamento Estudantil; d) Pagamento de ações trabalhistas;
e) Desequilíbrio econômico-financeiro;
f) Inadimplência;
g) Endividamento bancário;
h) Retenção de valores em processos judiciais.

Como esta petição já expôs todo o histórico da Requerente, bem como as causas que deram azo à crise
econômico financeira ora atravessada, resta, apenas, avaliar os requisitos formais para propositura da Recuperação
Judicial, ou seja, se esta peça se encontra devidamente instruída nos termos do artigo supracitado.

4.DOS REQUISITOS PARA A RECUPERAÇÃO JUDICIAL – POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO

A recuperação judicial é procedimento específico que pode ser requerido somente por empresas ou
sociedades empresárias que estejam em situação de crise econômico-financeira. O pedido visa a manter sua atividade
econômica até a superação daquela conjuntura, preservando, assim, além da própria empresa, os postos de trabalho
de seus colaboradores e os interesses dos credores.

De acordo com Fábio Ulhoa COELHO:

Os objetivos delas [recuperação judicial e recuperação extrajudicial] são iguais: saneamento da crise
econômico-financeira e patrimonial, preservação da atividade econômica e dos seus postos de trabalho, bem
como o atendimento aos interesses dos credores. Diz-se, que, recuperada, a empresa poderá cumprir sua
função social.

Neste diapasão, por ser procedimento específico, a Lei 11.101/2005 regula claramente os requisitos para a
propositura da ação, bem como elenca os documentos indispensáveis para que esta tenha seu curso natural

Dispõe o artigo 48 da Lei 11.101/2005:

Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas
atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente:

I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as
responsabilidades daí decorrentes;

II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;

III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial
de que trata a Seção V deste Capítulo;

IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por
qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

A requerente preenche o requisito previsto no caput da norma supra – exercício regular das atividades há
mais de 02 anos, conforme fazem prova as certidões simplificadas anexas.

Quanto às condições dispostas nos incisos I ao IV do artigo em análise, as certidões anexadas com a peça
exordial comprovam que a empresa nunca passou por qualquer forma de falência ou recuperação judicial, bem como,
seus sócios e administradores possuem reputação ilibada, nunca tendo sido condenados por quaisquer crimes
referidos na Lei de Recuperação Judicial e Falência.

Preenchidos estes pressupostos, resta a demonstração de que toda a documentação está de acordo com os
padrões legais e a comprovação de que as empresas estão em situação de crise econômico-financeira, necessitando,
portanto, da recuperação judicial ora requerida e da consequente renegociação das dívidas com os credores, para que
possa se restabelecer.

De acordo com a documentação anexada, a Autora traz todos os instrumentos exigidos por lei, cumprindo os
requisitos necessários para o processamento do pedido de Recuperação Judicial.
O plano de Recuperação Judicial será apresentado no prazo legal do artigo 53, da Lei 11.101/2005, qual
seja, 60 (sessenta) dias a contar da data da publicação da decisão que deferir o pleito.

Desse modo, diante do preenchimento das condições previstas em lei, requer-se o processamento da
presente Recuperação Judicial.

5.DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE LIMINAR.

O caput, do artigo 6o, da Lei n.o 11.101/2005 prevê, de forma automática, a suspensão de todas as ações e
execuções ajuizadas em face do devedor a partir do deferimento do processamento da recuperação judicial.

Apesar de se tratar de disposição legal que independe de requisitos específicos, no caso em tela necessário
se faz reiterar a imprescindibilidade da suspensão das medidas judiciais e, das constrições de ativos financeiros
constantes em contas correntes que serão abertas em nome da Recuperanda, para que volte a operar.

Devem igualmente ser levantadas todas as penhoras já efetivadas, para que os bens da Recuperanda
possam servir para os propósitos de superação da crise, e não para garantia de credores pontuais.

Para tanto, além da determinação de suspensão das ações e execuções, bem como de levantamento das
penhoras, requer-se haja reforço da determinação judicial, com menção específica à impossibilidade de arresto de
ativos financeiros, evitando eventuais interpretações distorcidas por parte dos juízos ordinários.

6.DA JUSTIÇA GRATUITA

A Empresa Requerente não tem como suportar os ônus do processo, conforme declaração inclusa, razão
pela qual requer que se digne Vossa Excelência a Justiça Gratuita, em conformidade com o artigo 1o e 3o da Lei no
7.115 de 28 de Agosto de 1983, dando nova redação a Lei no 1.060 de 05 de Fevereiro de 1950.

Desse modo, consequentemente, torna-se inviável o custeio das despesas processuais e o pagamento dos
honorários advocatícios, pleiteando, portanto, os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, assegurados pela Lei no 1060/50
e consoante o art. 98, caput, do novo CPC/2015.

7.PEDIDOS

Diante do exposto, é a presente para requerer:

a) o deferimento do pedido de processamento da recuperação judicial;

b) liminarmente, seja determinada a suspensão de todas as ações e execuções ajuizadas em face da Autora, bem
como o levantamento de todas as penhoras e constrições realizadas, com menção específica à impossibilidade
de arresto de ativos financeiros (dinheiro em conta – Bacenjud –, aplicações financeiras e valores mobiliários);

c) a expedição de ofício para todos os cadastros de restrição ao crédito e para os cartórios de protesto de Foz do
Iguaçu/PR, para que sejam baixadas todas as anotações e restrições em nome das Recuperanda;

d) a concessão de prazo de 60 (sessenta) dias para a apresentação do plano de recuperação judicial, nos termos do
artigo 53 da Lei 11.101/2005;

e) a nomeação de administrador judicial, conforme o artigo 52 da mesma Lei;


f) a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas da União, Estados e Municípios
em que a empresa Requerente possui estabelecimento, nos termos do artigo 52, inciso V, da Lei 11.101/2005;

g) a suspensão de todas as ações ou execuções em que a Requerente figure como devedora, de acordo com o artigo
6o e 52, inciso III, ambos da Lei 11.101/2005

h) a expedição de edital para que no prazo de 15 (quinze) dias, os credores habilitem seus créditos ou apresentem
divergência, nos termos do paragrafo 1o do artigo 52 da Lei 11.101/2005;

I)ao final, a homologação do plano de Recuperação Judicial que será apresentado no prazo legal;

j) a distribuição urgente do presente pedido, em razão da gravidade dos fatos ora expostos;

k) Seja acolhido o pedido de justiça gratuita;

l) a produção de todas as provas em direito admitidas;

Dá-se à causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Termos em que, pede deferimento.

Foz do Iguaçu, 01 de setembro de 2020.


AIRLYCE GABRIELY ALEXANDRE DE FREITAS
OAB …

MARIA EDUARDA DE MELO REIS E SILVA


OAB…

PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO TRES FRONTEIRAS LTDA

... Vara Cível da Comarca de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná

Recuperação Judicial nº...

Sociedade de Educação Tres fronteias LTDA– em Recuperação Judicial, pessoa jurídica de direito privado inscrita no
CNPJ/MF sob o nº..., com sede no município de Iguaçu, Paraná, propõe o seguinte Plano de Recuperação Judicial (o
“Plano”) em cumprimento ao disposto no art. 53 da Lei de Falencias:

I – Considerando que a Universidade de Froz - UNIFOZ, enfrenta dificuldades econômicas e financeiras e que, por esta
razão, ajuizou um pedido de recuperação judicial em..., nos termos da Lei de Falencias, e deve submeter o Plano à
aprovação dos credores;

II – Considerando que o Plano cumpre os requisitos contidos no art. 53 da Lei de Falencias;

III – Considerando que, por força do Plano, a UNIFOZ busca superar sua crise econômico-financeira e reestruturar
seus negócios, com o objetivo de (i) preservar a atividade empresarial, (ii) manter-se como fonte de geração de
riquezas, tributos e empregos e (iii) renegociar o pagamento de seus credores;

A Universidade de Froz submete o Plano à aprovação da Assembleia de Credores, caso venha a ser convocada nos
termos do art. 56 da Lei de Falencias, e à homologação judicial, nos termos seguintes.

CAPÍTULO 01 – OBJETIVO CENTRAL DESTE PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A princípio, como todas as causas concretas da situação patrimonial das Recuperandas e todos os motivos da crise
(econômico-financeira-patrimonial) foram exaustivamente trabalhados na petição inicial da ação de RJ, em atenção ao
art. 51 da Lei n.o 11.101/2005 (Lei de Recuperação Judicial e Falências – LRF), não seria prudente nem profissional
rememorar tais argumentos, importando, neste ato, discorrer sobre os objetivos da recuperação judicial e do plano de
recuperação judicial (PRJ) propriamente dito.
Nesse norte, toda ação de recuperação judicial pretende, como objetivo primordial, propiciar a superação da crise
econômico-financeira do devedor, promovendo a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos
interesses dos credores, de modo a preservar a empresa (atividade), sua função social e o estímulo à atividade
econômica, em atenção aos princípios insculpidos no art. 47 da LRF, princípios estes que representam, de fato, o
verdadeiro espírito do instituto recuperacional.
Por sua vez, este PRJ, eivado do mencionado espírito, objetiva expor aos credores das Recuperandas, de maneira
objetiva, técnica e proba, todas as medidas a serem implementadas na atividade produtiva para alcançar o objetivo da
RJ esclarecido anteriormente, partindo do rol exemplificativo sugerido no art. 50 da Lei regente (LRF), justificadas pela
Demonstração de viabilidade econômica e pelos Laudos econômico-financeiro e de Avaliação de bens e ativos, todos
instruídos nesta oportunidade.
Para tanto, de maneira a fundamentar as medidas pontuais a serem detalhadas, é importante refletir na
importância/necessidade de se envidar esforços e sacrifícios globais à recuperação da atividade produtora,
considerando-se representar a última ratio efetiva para garantir a satisfação das obrigações assumidas anteriormente à
RJ, ainda que um pouco diferente da maneira originalmente contratada.
Isso porque, no caso da convolação da recuperação judicial em falência, a LRF prevê nos seus artigos 83 e 84 a ordem
de pagamento (classificação) e a extrema preferencialidade de alguns créditos (extraconcursalidade), dentre as quais
estão, por exemplo, os débitos constituídos pós-recuperação judicial (administrador judicial, empréstimos, etc.) e,
principalmente, os créditos tributários.
Assim sendo, cumpre ressaltar que as Recuperandas possuem um passivo tributário estimado em R$3.000.000,00
(três milhões de reais), o qual, embora atualmente esteja parcelado, será pago prioritariamente sobre a grande maioria
dos créditos concursais em caso de falência, o que fará com que praticamente todos os bens do ativo sejam
destinados à satisfação do Fisco, ficando os credores insatisfeitos, motivo que destaca ainda mais a necessidade da
manutenção da atividade em operação, permitindo a satisfação das obrigações pendentes.
Portanto, por revestir-se de natureza contratual, este PRJ proporá, tanto de modo resumido como também detalhado,
os meios de recuperação a serem empregados à superação da crise e satisfação dos credores, à luz das normas
contidas nos artigos 50 e 53 da LRF.

PARTE II – MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO

Medidas de Recuperação

Objetivo do Plano. Este Plano tem o objetivo de permitir a Sociedade de Educação Tres Fronteiras LTDA superar sua
crise econômico-financeira e atender aos interesses dos Credores, estabelecendo a fonte de recursos e uma estrutura
de pagamento de seus Créditos.

Viabilidade Econômica do Plano. Este Plano foi elaborado tomando por base o Laudo de Viabilidade Econômico-
Financeira e o Laudo de Avaliação de Bens e Ativos e prevê como forma de reestruturação do endividamento da
UNIFOZ (i) as dívidas trabalhistas não precisam ter seu valor reduzido, mas devem ter seu prazo de vencimento
alongado ao máximo que a lei permitir; (ii) as dívidas bancárias precisam todas ser reduzidas a montante
representativo de 70% do seu valor original e precisam ter seu prazo de vencimento alongado por no mínimo 5 anos;
(iii) o crédito da Embraex deve ser reduzido a 50% do montante original. A empresa poderá, em contrapartida, receber
garantias penhor sobre estoque e recebíveis das unidades fabris que não forem vendidas; (iv) no limite do possível, os
sócios deverão ser liberados do máximo de garantias pessoais prestadas o possível; (v) os pequenos fornecedores
devem ter tratamento paritário com os trabalhadores.

Observância da Capacidade de Pagamento. O pagamento dos Créditos

O montante estabelecido no Plano observa a geração de caixa da empresa UNIFOZ, conforme previsto no Laudo de
Viabilidade Econômico-Financeira, e está em consonância com a sua capacidade de pagamento.

PARTE III – PAGAMENTO DOS CREDORES

Disposições Gerais

Novação. Todos os Créditos são novados por este Plano e seus respectivos Anexos. Mediante a referida novação, e
salvo se expresso de forma diversa no Plano, todas as obrigações, covenants, índices financeiros, hipóteses de
vencimento antecipado, multas, bem como outras obrigações e garantias que sejam incompatíveis com este Plano e
seus respectivos Anexos deixarão de ser aplicáveis.

Forma de Pagamento. Os valores devidos aos Credores nos termos deste Plano serão pagos por meio da
transferência direta de recursos à conta bancária do respectivo credor, por meio de documento de ordem de crédito
(DOC) ou de transferência eletrônica disponível (TED). Os Credores devem informar à UNIFOZ, a suas respectivas
contas bancárias para esse fim. Os pagamentos que não forem realizados em razão de os Credores não terem
informado suas contas bancárias não serão considerados como descumprimento do Plano. Não haverá a incidência de
juros ou encargos moratórios se os pagamentos não tiverem sido realizados em razão de os Credores não terem
informado tempestivamente suas contas bancárias.

Data do Pagamento. Na hipótese de qualquer pagamento ou obrigação previstos no Plano estar previsto para ser
realizado ou satisfeita em um dia que não seja considerado um Dia Útil, o referido pagamento ou obrigação deverá ser
realizado ou satisfeita, conforme o caso, no Dia Útil seguinte.

Valores. Os valores considerados para o pagamento dos créditos são os constantes da relação de credores elaborada
pelo administrador judicial nos termos do art. 7º, parágrafo segundo, da Lei de Falencias. O Plano foi elaborado com
base no Laudo de Viabilidade Econômico-Financeira, que foi, por sua vez, feito com base na proporção entre a relação
de credores do art. 7º, parágrafo segundo, da Lei de Falencias, e a capacidade de pagamento projetada da UNIFOZ.
Por este motivo, mesmo em caso de modificação da classificação e/ou de acréscimo de valores de Créditos detidos
pelos Credores, o valor total a ser pago pela UNIFOZ será sempre a soma dos Créditos em cada uma das classes,
constantes da relação de credores do art. 7º, parágrafo segundo, da Lei de Falencias. Sobre essas modificações de
classificação de Créditos e/ou de acréscimo de valores não haverá a incidência de juros e correção monetária ou
cambial, a partir da Data do Pedido, exceto no que se refere às disposições pertinentes do Plano. Até a Data do
Pedido, salvo previsão em contrário no Plano, haverá a incidência de juros e correção monetária de acordo com os
critérios previstos nos instrumentos de dívida que deram origem aos respectivos Créditos e, a partir da Data do Pedido,
incidirão exclusivamente os encargos previstos no Plano.

Quitação. O integral pagamento e distribuições realizadas na forma estabelecida neste Plano acarretarão a quitação
plena, irrevogável e irretratável, de todos os Créditos de qualquer tipo e natureza contra a Unifoz, inclusive juros,
correção monetária, penalidades, multas e indenizações. Com a ocorrência da quitação, os Credores serão
considerados como tendo quitado, liberado e/ou renunciado a todos e quaisquer Créditos, e não mais poderão
reclamá-los, contra a Unifoz.

Início dos Pagamentos e Capitalização dos Créditos. Os pagamentos dos Créditos terão início a partir da data da
Homologação Judicial do Plano, bem como terão início a partir desta mesma data os períodos de carência
estabelecidos nas cláusulas seguintes. Os créditos serão capitalizados a partir da Data do Pedido pelas taxas de juros
incidentes sobre cada uma das classes de Créditos conforme descrito nas cláusulas seguintes.

PARTE VI – PÓS-HOMOLOGAÇÃO
Efeitos do Plano

Vinculação do Plano. As disposições do Plano vinculam a Atlântica Embalagens S/A e seus Credores, e os seus
respectivos cessionários e sucessores, a partir da Homologação Judicial do Plano.

PARTE VII – OUTRAS DISPOSIÇÕES

Disposições Gerais

Contratos Existentes. Na hipótese de conflito entre as disposições deste Plano e as obrigações previstas nos contratos
celebrados com qualquer Credor anteriormente à Data do Pedido, o Plano prevalecerá, observado o disposto no art.
61, §§ 1º e 2º da Lei de Falencias.
Grupo Consultivo. O Grupo Consultivo será formado em até 30 (trinta) dias a contar da Homologação Judicial do Plano,
mediante a nomeação de no mínimo 4 (quatro) de seus membros.
Composição. O Grupo Consultivo será formado por 7 (sete) membros, que poderão ser pessoas físicas ou jurídicas,
dos quais:
4 (quatro) membros serão eleitos pelos Credores Quirografários, sendo que cada um dos referidos membros deverá
ser eleito por Credores Quirografários que representem, em conjunto, mais de 50% (cinquenta por cento) do total dos
Crédito Quirografários.

O Plano é firmado pelos representantes legais devidamente constituídos da Sociedade de Educação Tres Fronteiras
LTDA
Iguaçu, 05/10.

[Segue página de assinatura do Plano de Recuperação Judicial da empresa UNIFOZ]

SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO TRES FRONTEIRAS - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

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