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Grupo: Dayane Souza, Guilherme Santos, Maria Luiza Barbosa Borges, Rita de Cássia
e Rodrigo Pereira Miranda.
Disciplina: FCH007-Introdução à Sociologia II T01
Docente: Tainá Reis
Estudo dirigido
FOUCAULT, Michel. Disciplina. In: Vigiar e punir. Petrópolis: Editora Vozes. p.
115-186.
1. Para apresentar o conceito de corpos dóceis, Foucault inicia o texto com uma
comparação entre um soldado do início do século XVII e um da segunda metade do
século XVIII. Explique a relação entre o exemplo dos soldados e o conceito de corpos
dóceis.
Entenda-se por corpos dóceis, pelo prisma de Foucault, como corpos guiados e
domados, devidamente ajustados para se adequarem às normas estabelecidas pela
sociedade.
Partindo desse princípio, entendemos que de acordo com o que descreve Foucault
sobre a postura dos soldados, a qual foi mudando ao longo do século XVII e XVIII,
toda ela foi intencionalmente construída para que fossem atingidos objetivos e metas.
Ele nos mostra que o uso da disciplina minuciosa, além de práticas punitivas atreladas a
imposição de rotinas rígidas, fabricaram novos soldados, abandonando o despreparo e
aparência de camponês para adquirir fisionomia de soldado.
Essa descrição da transformação sofrida pelo soldado, dialoga com a ideia de corpos
dóceis de Foucault, uma vez que o autor pondera sobre a forma que esses corpos são
estruturados de modo a tornarem-se mais produtivos: “verdadeiras massas moldadas à
gosto do artesão”. Estes não mais atuarão de maneira desordenada e ineficaz, afinal, o
controle disciplinar admoestou-os de uma forma que suas condutas, ações e posturas
estão intrinsecamente ligados a sua personalidade, ao menos assim agora se
compreendem:” [...] a noção de docilidade que une ao corpo analisável o corpo
manipulável. É dócil um corpo que pode ser submetido, que pode ser utilizado, que
pode ser transformado e aperfeiçoado.[...]”( FOUCAULT, 1987)
Portanto, entende-se que criar “corpos dóceis” que pensem e ajam conforme o que
lhes é esperado, por parte do Estado, foi uma estratégia utilizada para que os novos
soldados cooperassem com um cenário mundial caótico de futuras Revoluções
Burguesas e Guerras Mundiais que viriam a ocorrer nos próximos séculos. Tendo isso
em vista, existia um modelo a ser seguido, e tudo que fugisse minimamente dele, seria
considerado erro, loucura, marginalidade (Vigiar e Punir, 1985). De maneira concisa,
isso é a criação de “marionetes”, que foram levadas a obedecer a um poder maior (não
por vontade própria), as quais vivenciam e executam condutas específicas que
construíram a mentalidade da sociedade.
3) O exame
Esse instrumento é o resultado da união entre a vigilância hierárquica e a sanção
normalizadora. Através de dispositivo todo ser humano terá sua vida esmiuçada,
pormenorizada, detalhada, violentada por processos de marcação, classificação e
objetificação. Por meio dele o indivíduo passa a ser analisado e documentado,
isto é, registrado de forma escrita toda sua vivência, consequentemente
tornando-o um “caso”. Através dele todo sujeito se torna objeto a ser conhecido,
por isso vigiado, normalizado, e, portanto, passível de ser punido. O exame está
presente em todos mecanismos de disciplina. Esse instrumento faz uma inversão
na qual o sujeito sai das sombras e quer ser visto e avaliado.