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PROBLEMAS DE
APRENDIZAGEM E
TRANSTORNOS DE
COMPORTAMENTO

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Problemas de Aprendizagem e Transtornos De Comportamento
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Martins, Claudia, 2020.


Problemas de Aprendizagem e Transtornos De Comportamento - Jupiter Press
- São Paulo/SP
14 páginas.

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Problemas de Aprendizagem e Transtornos De Comportamento
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................3
1. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM............................................................................................4
2. O QUE SÃO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM...............................................................5
TRANSTORNOS APRENDIZAGEM ..........................................................................................5

s
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................12

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INTRODUÇÃO

As dificuldades de aprendizagem, se referem especificamente a alguns tipos


de desordens que impedem uma pessoa de aprender no mesmo ritmo de quem
não apresenta o problema — e não à dificuldade normal que todos temos em
aprender um determinado tema.
Essas desordens normalmente afetam a capacidade do cérebro em receber
as informações e processá-las, comprometendo o aprendizado e deixando-o
mais lento em comparação do que o normal.
Elas podem estar relacionadas tanto a fatores externos quanto a alguns tipos
de transtornos.

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1. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

HISTÓRICO
Com o desenvolvimento das sociedades nos séculos XIII e XIV a entrada da
criança na escola ocorria por volta dos 13 anos. Já no século XVI, os Jesuítas já
estabelecem a entrada por volta dos 7 anos e criam os níveis de classes, divididos
entre crianças de 8 anos até adultos de 24. Nos reinados de Luís XIV e Luís XIII a
escola era introduzida na vida das crianças por volta dos 9 anos, ou precocemente
aos 5. Decorrente da filosofia de Rousseau e Diderot o ensino é visto para todos na
base da diversidade. Mais tarde as idéias de Montessori, Decroly, Froebel, Dewey,
Makarenko, Mendel, Freinet e etc vêem a necessidade de a escola estar aberta à
vida e a todos, não somente aos filhos de favorecidos e privilegiados.
Os processos de inadaptação surgiram como consequência das imposições
da escola que se abriram a um maior número de crianças. Quando os métodos
que eram eficazes para todos não serviam se criava novos processos de seleção e
segregação entre as crianças.
Ao longo do séc. XIX surgem teorias relacionadas à ciência e a teoria
evolucionista de Charles Darwin que enquadra o homem dentro do esquema da
evolução biológica, abolindo as linhas divisórias das ciências naturais, humanas e
sociais (Bossa, 2007). A partir dessa ideia começaram a serem desenvolvidos nas
escolas testes que procuravam explicar as diferenças de rendimentos dos alunos e o
acesso diferenciado a diversos graus de escolarização. E assim, esse conhecimento
científico foi à base do pensamento dos psicólogos e educadores daquela época.
Aos poucos, o conceito de anormalidade ia sendo deslocado das psiquiatrias para
as escolas. A criança que não conseguia aprender era chamada de “anormal”, sua
causa era atribuída a anomalia anatomofisiológica. Na França surgiu Janine Mery,
psicopedagoga que apresentou em seus trabalhos algumas considerações e
ideias sobre o termo psicopedagogia e adotou este termo para caracterizar uma
ação terapêutica, onde apresentavam dificuldades de aprendizagem. No Brasil,
em 1958, surge o Serviço de Orientação Psicopedagógica - visando a melhoria da
relação professor x aluno. foi em 1963 que o termo Distúrbios de Aprendizagem foi
utilizado pela primeira vez, pelo professor Sam Kirk, durante uma conferência de
pais e professores em Chicago, denominada Fund for Perceptually Handicapped
Children. O termo Distúrbios de Aprendizagem foi designado às crianças com
inteligência normal, porém com grandes dificuldades no aprendizado escolar
(HALLAHAN; KAUFFMAN; PULLEN, 1994; OLIVEIRA, 2011)

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2. O QUE SÃO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

TRANSTORNOS APRENDIZAGEM
Funcionamento acadêmico abaixo do esperado para a idade cronológica,
nível de inteligência e na educação apropriada para a idade.
Interferem significativamente no rendimento escolar ou nas atividades de
vida diária que exigem habilidades de leitura e escrita ou matemática.

CARACTERÍSTICAS
>Quando se trata de uma definição para os Distúrbios de Aprendizagens,
reconhece uma falta de exatidão para a definição do termo, como pode ser
visto nos Manuais Internacionais de diagnósticos dedoenças, como a CID
(Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) e
DSM (Diagnósticos de Transtornos Mentais) (OHLWElLER, 2006; SMITH, 2008).
>De acordo com a CID, os Distúrbios de Aprendizagem estão dentro da
categoria de Transtornos do desenvolvimento psicológico, mais especificamente,
como Transtornos Específicos do Desenvolvimento das Habilidades Escolares e
dentro dessa categoria estão a dislexia, a disgrafia, a discalculia e a dificuldade em

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soletração.
>De acordo com o DSM-V (2014), os transtornos específicos de aprendizagem
não são mais subdivididos em transtorno de leitura (dislexia), transtornos de
cálculo (discalculia), transtornos de expressão escrita (disgrafia), entre outros
transtornos, como eram classificados no DSM-IV (2000), com a justificativa de
que os indivíduos que apresentam esses transtornos podem ter déficits em mais
de uma área de aprendizagem.

CÉREBRO APRENDIZ
Necessita da integridade das funções do sistema nervoso central
(armazenamento, integração, formulação e regulação) e funções do sistema
nervoso periférico.

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Figura 2. Hemisferio Cerebral


Fonte: http://aquelequebuscaverdade.blogspot.com/2013/12/

CAUSAS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZA- GEM


1. Fatores orgânicos

• Embriopatias, fetopatias, placentopatias, baixo peso ao nascer;


• Malformações congênitas, incompatibilidade sangüínea, doenças infecciosas ges-
tacionais, microcefalia;
• Prematuridade, hemorragias cerebrais, anoxia, apgar□, intoxicações;
• Infecções perinatais.
• Audição ,Visão , SNC
• Funcionamento glandular - falta de concentração, sonolência, “lacunas”, hipotireoi-
dismo crônico.
• Alimentação - déficit alimentar crônico produz distrofia generalizada.
• Abrigo e conforto para o Sono - repouso para aproveitamento das experiências.
2. Fator genético -

• O potencial de aprendizagem também é herdado, a contribuição da genética é in-


dispensável, chega a ser mais relevante que o envolvimento sócio-cultural.
3. Fatores Psicógenos

• Na história prévia ao ingresso na escola, revela sinais de neurose infantil ( pavor no-
turno, enurese, agressividade) .
• Os problemas surgem como reação secundária a seus problemas de rendimento
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escolar.
• Atitude depressiva diante das dificuldades, tristeza e culpa, diante do temor de viver
novo fracasso retira-se e recusa a competir.

4. Fatores pedagógicos

• Condições metodológicas inadequadas:


• Ênfase demasiada no aspecto fonético, produz uma leitura excessivamente analítica
que limita a compreensão e a velocidade da leitura.
• Método monótono, difícil e descuida os interesse infantis, seleção do vocabulário e
dos temas.
• Professor pouco fexível na aplicação do método, desconsideração das diferenças
individuais das crianças.
• Falta de estímulo nas habilidades que são pré-requisitos para etapas seguintes da
aprendizagem.
• Atitude agressiva e pejorativa diante dos superiores e iguais, revela rechaço, negati-
vismo, franca hostilidade com o professor e colegas mais adiantados.
• Atitude de negação e antipatia pelas atividades que causam decepção e frustração,
afastamento da realidade e pela excessiva satisfação na fantasia, seja pela fixa- ção
com a parada de crescimento na criança.
5. Fatores sócio-culturais

• Condições habitacionais, sanitárias e de higiene desfavoráveis,


• Privação lúdica e psicomotora, ambiente repressivo,
• Desemprego, insegurança econômica crônica, analfabetismo dos pais, zonas surba-
nas e rurais,
• Relações inter-familiares desfavoráveis, grupos sociais muito numerosos, modelos
lingüísticos pobres, baixas expectativas culturais,

ASPECTOS NATURAIS
Fatores causadores

• Aspectos evolutivos de desenvolvimento


• Metodologias pedagógicas inadequadas
• Padrões de exigências escolares
• Frequência e assiduidade escolar
• Confitos familiares
• Problemas inesperados nas 1ª/2ª séries

ASPECTOS SECUNDÁRIOS
Quadros específicos o Deficiência intelectual

• Deficiência sensorial Transtornos neurológicos


• Transtornos emocionais
• Transtornos psiquiátricos
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Importante
Em relação às causas dos Distúrbios de Aprendizagem, alguns autores, como Bender (2001) e Smith
(2008), apontam que os pesquisadores não têm muitas informações sobre tal ocorrência, bem como
acorda Spratt (2006), expondo que, na maioria dos casos, a causa dos Distúrbios de Aprendizagem são
desconhecidas, entretanto, discorre que existem algumas suspeitas sobre os fatores causais, sendo
estas atribuídas ao dano cerebral, hereditariedade, desequilíbrio bioquímico e fatores ambientais.

DISLEXIA
A dislexia é entendida como um transtorno de aprendizagem, resultado de
um déficit específico na linguagem (BOS; TIJMS, 2012; FUKUDA; CAPELLINI,
2012). O in- divíduo apresenta, primeiramente, dificuldades na fala devido à
dificuldade o processamento fonológico e refete-se nos processos de leitura
(FUKUDA; CAPELLINI, 2012).
Caracteriza-se por distorções, substituições ou omissões, por lentidão e erros
na compreensão, tanto a leitura em voz alta quanto a silenciosa. Em geral pode vir
associado ao transtorno da matemática e da expressão escrita.
Incidência : 60 a 80% são do sexo masculino.

Dislexia envolve:
>Decodificação

• Identificar letras
• Reconhecer palavras
>Compreensão

• Acessar significado
• Integrar componentes sintático-semânticos
• Compreender enunciado
• Relacionar a conhecimentos prévios

[...] na Educação Infantil (0-6 anos) observa-se: certa lentidão no desenvolvimento das habilidades da fala e linguagem expressiva, difi-
culdades em tarefas que exijam habilidades fonológicas, dificuldade para conhecer as letras e evocar palavras (vocabulário restrito). No
período pré-escolar observa-se: desempenho inferior nas tarefas de habilidades fonológicas, déficits de nomeação rápida, dificuldade
em aprender a ler e a escrever, memória verbal de curto prazo deficiente. Na fase adulta há a tendên-
cia de leitura lenta, dificuldade com a ortografia e a produção textual.

(MOOJEN; FRANÇA, 2006, p. 171)

Dislexia
• Éum transtorno de apren dizagem de origem neurobiológica.
• Dificuldade específica para aquisição da leitura.
• Processamento fonológico: decodificação.
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Base biológica: Predisposição genética


Aspectos preditivos: Transtornos linguísticos.
Dificuldade de nomeação
Dificuldades com sons da língua
Dificuldade de memória de trabalho

DISORTOGRAFIA
Alteração no planejamento da linguagem escrita, produzindo transtornos na
aprendizagem da ortografia, gramática e redação, apesar da pessoa possuir:

• ◇Inteligência normal
• Órgãos sensoriais íntegros
• Instrução adequada
DISGRAFIA
Ato Grafomotor:
ato lingüístico de produzir os símbolos do alfabeto através do canal motor de
output. Disgrafia:

• Planejamento lingüístico
• Recuperação visual
• Planejamento motor
DISCALCULIA
Transtorno específico na matemática

• Alterações na percepção e raciocínio espacial


• Alterações na percepção e raciocínio temporal
• Alterações na memória de dados
• Dificuldades na execução de cálculos, mas com raciocínio lógico preservado.
Transtorno congênito - Contexto neurológico Cálculo envolve:

• Processamento verbal e/ou gráfico da informação


• Percepção.
• Reconhecimento e produção de números.
• Representação número/símbolo.
• Discriminação viso-espacial.
• Memória de curto e longo prazo.
• Raciocínio sintático.
• Atenção.
TRANSTORNOS
Transtornos do comportamento e transtornos emocionais, que aparecem
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habitualmente durante a infância ou a adolescência.


Transtornos se acompanham frequentemente de um déficit cognitivo e
de um retardo específico do desenvolvimento da motricidade e da linguagem
envolvendo aspec- tos educacionais

TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO


Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas
interações sociais recíprocas que costumam manifestar-se nos primeiros cinco
anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação estereotipados e
repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades.

TDA/H (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade)


É um distúrbio de comportamento, não é um distúrbio de aprendizagem.

Transtorno Déficit de Atenção.


Como ajudar?

• Lembre-se : o tempo de atenção é entre 20’ a 30’ e a capacidade de memória de da-


dos é de até 7ítens. O aluno deve estar sentado sempre de frente ao professor
• Permitir que tenha pequenos intervalos entre as tarefas e possa se movimentar. Re-
visar com o aluno a agenda e as provas.
• Permitir que obtenha cópias de anotações com colegas.
• Mantenha um vínculo com o OLHAR e destaque os assuntos importantes com COR.
Crianças com dificuldades de aprendizagem apresentam um dos processos,
ou dois, que limitam ao aprendizado da mesma forma que os demais na sala de
aula. O professor por muitas vezes é o primeiro observador das condutas e
dificuldades atípicas.

“"O homem acrescenta conhecimentos sobre conhecimentos: O saber nunca será sufi-
ciente. Se um homem é maior, quanto mais ele sabe, a mais
nobre ocupação será de aprender.”
Padre Baltazar Garcian Morales

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FUNAYAMA, C. A. R. Problemas de Aprendizagem: enfoque multidisciplinar.


São Paulo: Alínea, 2008. METRING, R.; SAMPAIO, S. Neuropsicologia e
Aprendizagem. Rio de Janeiro: Wak, 2016.
MORAIS, A. G. O Aprendizado da Ortografia. Belo Horizonte: Autêntica;
2000.
QUEIROGA, B. A. M.; GOMES, A. O. C.; Silva, H. J. . Desenvolvimento da
Comunicação Humana nos Diferentes Ciclos da Vida. Carapicuíba: Pró-Fono,
2015. ROTTA, N. T. Transtornos da Aprendizagem: abordagem neurobiológica e
multidisciplinar. Porto Alegre: ArtMed, 2007.
TIBA, I. Ensinar Aprendendo. Como superar os desafios do relacionamento
professor-aluno em tempos de globalização. São Paulo: Gente, 1998. JUNQUE I
PLAJA, C. Neuropsicologia da Linguagem: funcionamento normal e patológico,
reabilitação. São Paulo: Santos, 2006.
ROTTA, N. T. Transtornos da Aprendizagem: abordagem neurobiológica e
multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2007. SANTOS, M. T. M.; NAVAS, A. L. G. P.
Distúrbios de Leitura e Escrita: teoria e prática. São Paulo: Manole, 2002.
SNOWLING, M. Dislexia, Fala e Linguagem: um manual do profissional.
Porto Alegre: ArtMed, 2007. TEBEROSKY, A.; COLOMER, T. Aprender a Ler e
Escrever. Porto Alegre: Artmed, 2003.
VAN HOUT A, ESTIENNE, F. Dislexias: descrição, avaliação, explicação e
tratamento. Porto Alegre: Artmed; 2001.

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Desenho Instrucional: Veronica Ribeiro


Supervisão Pedagógica: Laryssa Campos
Revisão pedagógica: Camila Martins / Cássio Lima
Design editorial/gráfico: Darlan Conrado

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