Tutoria Direito Processual Penal

Ma lde Braz Teixeira

Sujeitos Processuais

Assistente

É um sujeito processual ao qual estão associados certos poderes que lhes permitem
intervir no processo a determinadas alturas e com determinadas finalidades.
Para o prof PSM o assistente é um verdadeiro sujeito processual, pois tem poderes
próprios de conformação do processo penal como um todo.
Define-se como um sujeito processual que intervém no processo como colaborador do
MP na promoção da aplicação da lei ao caso e legi mado em virtude da sua qualidade
de ofendido, de especiais relações com o ofendido pelo crime ou pela natureza do
próprio crime.

Ví ma
- 67º-A CPP
- Inclui familiares que tenham
sofrido danos
- Pode desempenhar papel de
ofendido, assistente e lesado.
Lesado
Não é sujeito processual e
tendo sofrido danos com o
crime, apenas pode ser parte
civil para efeitos de
indemnização civil
Queixoso
Não é sujeito processual
enquanto não houver
cons tuição de assistente. A sua
intervenção processual é muito
restrita, mas vai promover a
prossecução do procedimento.

Ofendido (68/1a)
É tular dos interesses que a lei incriminadora especialmente quis proteger com a incriminação e que foram
violados.
Interpretação restri va – o conceito de ofendido é apenas para os tulares dos especiais interesses para
efeitos de legi midade (os visados diretamente pela ação penalmente relevante) Ex: a ví ma de um furto.
(ficam excluídos outros a ngidos por esse furto, por exemplo alguém que foi derrubado na fuga do agente).
Esta conceção está ultrapassada e o Supremo declarou-a incons tucional.
Interpretação ampla – A legi midade de cons tuição de assistente deve abranger os processos por crimes
contra bem jurídicos cole vos ou interesses difusos, onde qualquer pessoa se podia cons tuir assistente
nestes crimes desde que cumpra os restantes requisitos. Podem-se cons tuir assistentes pessoas cole vas,
mas também qualquer pessoa singular. Ex: crime de poluição, violação do segredo de jus ça
Interpretação restri va alargada - é uma conceção jurisprudencial, que diz que desde que o interesse
par cular surja protegido pela norma incriminadora, mesmo que parcialmente, pode ser cons tuído
assistente.
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Ma lde Braz Teixeira

Cons tuição como assistente

 68º CPP ar cula-se com o 113º CP

 O processo Penal reconhece que o assistente tem de ter alguma relação com o
bem jurídico protegido.
 68/1a) explicita quem tem legi midade para se cons tuir assistente
 68/1b), remissão para o 113º, tularidade do direito de queixa
 68/1c), situações de morte do possível assistente.

Requisitos para requerimento de estatuto de assistente

 Legi midade (68/1), o ofendido (exceção: 68/1e))
 Prazo (68/2 ou 3 consoante o crime seja público ou par cular)
 Representação judiciária obrigatória (70º CPP)
 Taxa de jus ça (519º CPP)
É o juiz que decide se admite como assistente ou não.

Poderes do Assistente: 69º

 Intervir nas fases preliminares do processo penal, oferecendo provas e

requerendo diligencias (69/2 a)
 Deduzir acusação independente da do MP (69/2b); 284/1; 285/1)
 Requerer a abertura de instrução (287/1 b)
 Interpor recurso das decisões que o afetem (69º/2c)