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SÍNTESE TEXTO 1
SÍNTESE TEXTO 2
OartigoexpõesobrediversasproblemáticasquesepassamnofimdoséculoXX,
a partir da Guerra Fria e do fim da URSS,assimcomodosconflitosdesencadeadosna
África; fazendo-se relevante notar os fatos decorrentes das relações de poder e de
conflito que envolvem determinadas regiões do globo. A partir dessa visão, os autores
buscam relacionar os acontecimentos do filme“OSenhordasArmas”paraaprofundaro
tema.
Fazer uso do filme, ou seja, do que é produzido pelo cinema norte-americano, é
uma forma de demonstrar o uso da capacidade que o país tem de produzir conteúdo
cultural que pode ser influenciável na criação de um “código moralideológico”parasua
“concepção de mundo e civilização”. A partir disso, conforme a análise do uso de seu
poder brando (soft power - Joseph Nye), e ainda a influência que os Estados Unidos
constrói atravésdosmeiosdecomunicaçãodemassa,percebe-secomoopaíssetorna
potentenocenáriointernacionalafimdesustentarocapitalismoecombaterosocialismo
na disputa de poder que trava com a União Soviética durante a Guerra Fria.
Com a vitória estadunidense, e a unipolaridade advinda com ela, o sistema
internacional passa a compreender uma agenda internacional que visa promover
interessesparticularesdeseusaliados,ouseja,questõeseproblemasaseremresolvidos
sob a liderança eoolhardosEstadosUnidos.Liderançaestaquepassaasercadavez
mais contestada no início do século XXI, conforme se tornam novamente relevantes
poderesdeantigoslíderesdoblococomunista(ChinaeRússia),assimcomoauniãode
países africanos nabuscaporcombateraimposiçãodepaísescentrais/coloniais.Oque
pode se caracterizar como um combate à visão política ocidental, causando um
desequilíbrio que influencia em desentendimentos e até conflitos armados.
Através do filme, pode-se caracterizar problemáticas daNovaOrdemMundial,no
caso a ilegalidade através do tráfico de armas, que descrevem a criaçãoecrescimento
exponencial de organizações criminosas (tráfico, terrorismo) e que se elevam ao nível
supranacional/transnacional. Como fator político, o papel do Estado em regiões comoo
leste europeu e a África mostram a fragilidade das estruturas burocráticas
governamentais,aindamaisdadaaimplementaçãodepolíticaseeconomiasneoliberais,
a se pensar o capitalismo e as questões democráticas impostas pela visão ocidental.
A União Soviética, em postura de combate na Guerra Fria, buscou manter uma
cadeia produtiva (automotiva e aérea principalmente) ao longo de toda a região aliada,
promovendo a trocadetecnologiaeosuportefinanceiroqueapoiousuapolíticaexterna
de aproximação a países estratégicos, e que proporcionou o desenvolvimento de um
modelo econômico moderno industrial. Mas,amemóriadeantigasdiferençaseconflitos
entreospaísesdaregião(nazismo),anecessidadeporreformaeconômicanaregião,ea
presença eficaz dos EUA através de uma propaganda que promovia as qualidades do
sistemacapitalistaesuademocraciajuntoàummaiorpoderdecompraresultantedisso,
são fatores que impulsionam o fim da União Soviética.
Com a decorrer dos fatos, a aplicação de políticas neoliberais com a menor
presença do Estado, desencadeou em crises envolvendo a expansão da pobreza,
disputas políticas através de conflitos bélicos, golpes de Estado e crises internas
(principalmenteEuropadoLesteeÁfrica).Buscandorelacionarcomatemáticadofilme,a
venda de armamentos bélicos dealtatecnologiaemregiõesdeconflito(ÁfricaeOriente
Médio) é decorrente do surgimento de novos atores na cena internacional, como a
indústria privada de armamentos e traficantes que detém o poder de compra. No filme,
mostra-serelevanteaestratégiadepaísescomoosEUAemutilizartraficantesdearmas
paraadquirirarmamentosdeummercadoinformal,afimdeisentar-sedaparticipaçãoem
conflitos externos, mas ainda assim sendo influente seu apoio predominando seus
interessesemdeterminadaregião(aÁfrica),eaindapromovendoseudiscursoemdefesa
dos direitos humanos e da vida.
Como o filme trata a questão bélica nos conflitos do continente africano, vale a
análise da situação africana a partir dos conflitos que se seguem com o fim da Guerra
Fria, para além disso traçar seu desenvolvimentoeinserçãonosistemainternacional.A
partir da construção de política e poder de ordem ocidental, o continente passou por
dinâmicas políticas e sociais particulares dadas suas condições singulares diante da
percepçãoocidental,aindamaisparaasobrevivênciaderegimespolíticosenfraquecidos
em grande parte do continente. Essas condições buscavam satisfazer e atender
interessesinternosdaeliteesuaclientela,assimcomoexternosdeex-potênciascoloniais
e multinacionais; o que desencadeia em instabilidades e rivalidades que chegam a ser
extremamenteconflituosas,sendoprincipalmenterelevanteainterferênciapolítica,bélica
(clandestina) e militar estrangeira nos assuntos africanos desde os processos de
independência e com o pós Guerra Fria.
O continente africano, diante de todas as suas problemáticas de conflito interno
dada a busca pelo poder diante da jovem construção de Estados centrais e frágeis
democracias, permeadas pela influência externa advinda pelos jogos de poder
internacional, os conflitos ideológicos, sociais, culturais e as crises econômicas, são
fatores relevantes que moldam acondiçãoviolentaedesastrosaemqueseencontroua
Áfricadiantedeseusconflitos,aindamaisfinanciadosporpoderesexternos,ondeocrime
organizado usufruiu da condição africana para garantir seu espaço.
O artigo faz uma relação detalhada das consequênciasdofimdabipolaridadede
poder no sistema internacional, comapresençadopodernorte-americanocomofimda
Guerra Fria, assim como as problemáticas advindas com a fim do bloco soviético, a
construção de uma Nova Ordem Mundial com a presença de novos atores que são
influentesnosconflitosdoTerceiroMundo,queestavasobinfluênciadeumpodercentral
prejudicialaocontinenteafricano,levandoaconflitoscatastróficoseamaioresproblemas
na região.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA – UNILA
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS E INTEGRAÇÃO
SÍNTESE TEXTO 3
A chegada de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos, em 2008, era
esperada como uma forma de ruptura ao republicanismo, unilateralismo e militarismo,
dadaapresençadapautademocratademultilateralismoereformasocial.Ofocoprincipal
era a superação da crise financeira e econômica de 2008, assim como recuperar a
influênciaeapresençaemterritórioscontestados,oqueincluíaarelaçãohemisféricado
continente americano (relação norte-sul), e ter como fonte de poder o smart power, ou
seja, administrar ohard powere osoft power.
As relações que os Estados Unidos mantiveram com a América Latina na Era
Obama, se deu de formas diferentes em determinados períodos. Com um olhar
secundário para a região latino-americana, de 2009 a 2012, os EUA tinham como
preocupação a crise econômica que iniciou em 2008eofimdosconfrontosdaEurásia,
naGuerraGlobalcontraoTerror(GWT),principalmentenoIraqueenoAfeganistão),com
uma ação defensiva, buscando manter a “integridade” territorial, física e ideológica (de
interesses) que forma o sistema de ação estadunidense. Considerando uma fase
seguinte,de2013a2016,percebeumaaçãomaisofensivadosEUA,aindamaisparaa
América Latina, seja pela presença das relações chinesas na região (exportação e
importação), ainda mais com o Brasil, o que volta o olhar estadunidense na região.
Asegundafasedasrelaçõeshemisféricas(2013-2016),marcadapelarecuperação
econômicaestadunidenseesuapressãosobreospaísesemergentes(dadooreceiopelo
fortalecimento dos BRICS como potência imperialista), os EUA buscam estimular suas
relaçõesbilateraisparacooptaçãoesustentohegemônicodiantedaascensãodepoderes
intra e extrarregionais, com a mudança de tática pró-cooperação, com projetos que
podem não ser concluídos, sendo usados somente para combater o que consideram
como ameaças internas e externas. Posterior a isso, em 2014-2015, os EUA elaboram
duas importantes ações intermésticas, a reforma da lei da imigração que influenciouna
legalizaçãodeimigranteseocontroledasfronteiras,paraasrelaçõesdiplomáticascomo
México, no combate ao tráfico humano e de drogas, e nas questões desegurança;ea
retomada das relações diplomáticas com Cuba, com as visitas bilaterais e a reabertura
das Embaixadas, mas sem alterações no embargo econômico de1960.Dessaforma,o
paísretomasuasrelaçõespolíticaseeconômicasnaregiãocaribenha,causandopressão
à China e ao Brasil, também com relações presentes na região.
ComoenfraquecimentodosgovernosdeesquerdanaAméricaLatina(2015-2016),
oqueeravistocomofavorávelparaainserçãoestadunidensenaregião,ecomavoltade
uma política externa norte-sul na região, Obama também consolida iniciativas e novas
alianças para a região (visita de Obama a Macri). Na Argentina, ocorre a busca de
acordos de segurança estratégica contra o terrorismo transnacional, tráfico de drogase
imigração ilegal (preocupação coma Tríplice Fronteira do Iguaçu); causando uma maior
presença estadunidense no Cone Sul. A Cúpula das Américas no Panamá, em 2015,
também torna-se importante como proposta de aproximação com a América Latina.
Percebe-senaEraObamaumabuscapelareafirmaçãodeliderançaepresençaa
partir de outra perspectiva, buscando recuperar espaço principalmente no hemisfério,
onde faz-se importante também a presença chinesa e a consolidação do diálogo de
grupos de países que influenciam na arena internacional, como o BRICS.
Em 2017,comoiníciodagestãorepublicanadeDonaldTrump,fez-senecessário
pensar em como essa nova governança afetaria a América Latina. Com Trump,
percebe-seofocoemtemasdomésticos,ondeestebuscacombateraimigraçãoilegaleo
tráficodedrogas,assimcomorepensarsuasrelaçõescomerciaisquepriorizasseopaís,
buscando o protecionismo pelo que definia suas relações comerciais como desiguais e
prejudiciais, pela abertura dos EUA e pela ausência de reciprocidade, vendo o México
comoumdosprincipaisproblemasparaopaís.ComogovernoTrump,aindasesustenta
uma perspectiva de conservadorismo social forte, gerando diferenças grandes no que
sustentavaoanteriorgovernodemocrata,comumaagendamaisunilateralenacionalista
(AmericaFirst).Trump,comumaagendaqueolhaoproblemano“outro”enãonosEUA,
causa nas suas relações com a AméricaLatinaumsentimentodenãomaioresavanços
do que os conquistados na Era Obama, podendo haver retrocessos.
Diante do artigo analisado, pensadoagoraem2020,comorecenteresultadodas
eleições dos Estados Unidos, ou seja, a vitória de Joe Biden pelo partido democrata
contra Trump, vale reflexionar sobre o que ocorrerá nos próximos anos com o fim da
gestão republicana. Conforme o que foi o expostosobreodecorrerdogovernoObama,
sobre a forte presença dos EUA na Eurásia em comparação com as relações
concretizadas na América Latina, viu-se a busca um tanto estagnada eapassoslentos
pelo poder de influência na região. A partir disso, vale a indagação sobre a retomada
democrática que ocorrerá com Biden nos Estados Unidos, assim comoissoinfluenciará
na América Latina. Biden já demonstrou sua preocupação com a preservação da
Amazônia, o que torna interessante pensar em como se dará a relação dos Estados
Unidos com o Brasil nos próximos anos,assimcomoquaissãoascomparaçõesviáveis
daépocademocráticadogovernoObamaequalseráapossível“continuação”depautas
já tratadas pela perspectiva democrata do governo anterior.
Fica a pergunta: Diante da experiência democrata do governo Obama, o que
esperar para os Estados Unidos e para o mundo com a retomada democrata do futuro
governo Biden? Pode ser um governo de continuação das propostas do governo Obama?