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Almeida Ivo Alberto

Aventina Romão Cumbe

Emídio Reginaldo P. Cossa

Elsa Bernardo Magul

José Muanjo

Luisa Fernanda Pacule

Narcésio Bernardo Guirrugo

Stélio Abelino Mauaie

Renalda Carlos Samo

Noção dos Modos de Produção

Licenciatura em ensino de História

Universidade Save

Massinga

2021
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Almeida Ivo Alberto

Aventina Romão Cumbe

Emídio Reginaldo P. Cossa

Elsa Bernardo Magul

José Muanjo

Luisa Fernanda Pacule

Narcésio Bernardo Guirrugo

Stélio Abelino Mauaie

Renalda Carlos Samo

Noção dos Modos de Produção

Universidade Save

Massinga

2021
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INDICE
CAPITULO I....................................................................................................................................4

1.0 INTRODUÇÃO..........................................................................................................................4

1.1 OBJECTIVOS:...........................................................................................................................4

1.1.1 OBJECTIVO GERAL.........................................................................................................4

1.1.2 OBJECTIVOS ESPECIFICOS............................................................................................4

1.2 METODOLOGIA...................................................................................................................4

CAPITULO II...................................................................................................................................6

2.0 CONCEPTUALIZAÇÃO DE MODO DE PRODUÇÃO..........................................................6

2.1 MODO DE PRODUÇÃO.......................................................................................................6

3. 0 OS TIPOS DE MODO DE PRODUÇÃO.................................................................................7

3.1 MODO DE PRODUCAO ESCLAVAGISTA........................................................................8

3.2 MODO DE PRODUCAO ASIATICO...................................................................................9

3.3 MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL....................................................................................10

3.3.1 SURGIMENTO DO FEUDALISMO COMO MODO DE PRODUÇÃO........................10

3.3.2 RELACOES DE MODO DE PRODUCAO FEUDAL, SUSERANIA E VASSALAGEM


....................................................................................................................................................10

3.4 MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA..........................................................................12

3.5 MODO DE PRODUÇÃO SOCIALISTA.............................................................................13

3.6 MODO DE PRODUÇÃO CAMPONESA...........................................................................14

4.0 AS FASES DO SISTEMA DO CAPITALISTA......................................................................16

4.1 Primeira Fase do Sistema Capitalista Comercial (Século XV – XVIII)...............................16

4.2 Segunda Fase do Sistema Capitalista Industrial (Século XVIII – XIX)...............................16

5.0 CONCLUSÃO..........................................................................................................................17

6.0 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA..........................................................................................18


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RESUMO

O presente trabalho de pesquisa tem objectivo deste artigo conhecer os modos de produção, a
sociedade era formado por suas forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa
sociedade. Os fenómenos sociais relacionados ao mundo do trabalho, os sujeitos, os
trabalhadores, nos ambientes de trabalho, e as relações macroestruturais, sistemas produtivos,
relações sociais de trabalho, políticas de governo, que estejam relacionados directa ou
indirectamente ao modo de produção.

Como metodologia utilizou-se a revisão de literatura buscando entender a maneira pela qual a
sociedade produzia os seus serviços, como os utilizava e os distribuía. A relação social dos
sujeitos, submetidos à exploração do trabalho, bem como os males ocasionados por uma suposta
desarmonia, caso as regras não fossem cumpridas. Porém, o conflito entre as classes, mostrou que
a sociedade está pautada na luta de classes, portanto, há dissonâncias históricas entre os grupos
devido a interesses pessoais.

Palavras- Chaves: Modo. Produção. Sociedade.


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CAPITULO I

1.0 INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa, foi desenvolvido no âmbito da cadeira da Antropologia Cultural
de Moçambique, tem como o Tema: Noção de Modo de Produção, sendo como um processo
relacionada a combinação dos factores de produção com a finalidade de satisfazer as
necessidades humanas, em termos de bens e serviços. (Ferreira. 1999).

O presente trabalho de pesquisa tem como objectivo principal conhecer a noção de modo de
produção.

Para o suporte do presente trabalho pesquisa, foram definidos os seguintes objectivos específicos:
primeiro passa por conceptualizar o Modo de produção; o segundo objectivo, prende em
identificar os tipos de modo de produção; e o terceiro objectivo passa por conhecer as fases de
modo de produção.

O presente trabalho está estruturado em capítulos: o primeiro capítulo vai se abordar da


introdução, e segundo capítulo vai-se abordar da fundamentação teórica e alguns conceitos
básicos sobre o tema em estudo.

1.1 OBJECTIVOS:

1.1.1 OBJECTIVO GERAL


 Conhecer a Noção de Modo de Produção

1.1.2 OBJECTIVOS ESPECIFICOS


 Conceptualizar o Modo de Produção;
 Identificar os Tipos de Modo de Produção;
 Conhecer as fases de modo de Produção.

1.2 METODOLOGIA
A metodologia utilizada caracteriza-se como um estudo descritivo-qualitativo, desenvolvido por
intermédio de pesquisa bibliográfica, por meio da consulta de publicações especializadas, artigos
e sítios electrónicos. Quanto à abordagem, é qualitativa, para que os pesquisadores alcancem
5

posicionamento sobre o assunto, bem como busca averiguar a temática desse trabalho. Quanto
aos objectivos, a pesquisa é descritiva, por explicitar, classificar o tema apresentado, e uma vez
que procurará aprimorar ideias, ofertando maiores informações sobre a temática em foco.
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CAPITULO II

2.0 CONCEPTUALIZAÇÃO DE MODO DE PRODUÇÃO

2.1 MODO DE PRODUÇÃO


Neste capitulo tendo em consideração a temática do presente trabalho de pesquisa, considerou-se
pertinente definir a Modo de produção de forma a obter-se uma melhor percepção do tema em
foco

Segundo Ferreira (1999), define Modo de Produção como sendo um processo que consiste na
combinação dos factores de produção com a finalidade de satisfazer necessidades humanas,
em termos de bens ou serviços.

De acordo com Silva (2001), refere que o termo produção tem sua origem do latim productĭo,
que significa fazer aparecer e está relacionado com a acção de produzir, procriar, criar,
originar, fabricar.

O termo produção refere-se ao processo de combinação dos factores de produção para fazer
algo sempre almejando um produto final que supra algum objectivo humano, em termos de
bens ou serviços. (Sousa, 2004).

Ferreira (1999), refere que o modo de produção em economia, é a forma de organização


socioeconómica associada a uma determinada etapa de desenvolvimento das forças
produtivas e das relações de produção. Reúne as características do trabalho preconizado, seja
ele artesanal, manufacturado ou industrial.

Modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os
utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas forças
produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade. (Fenoyde 2993).

Pode afirmar-se que modo de produção visa, identificar no desenvolvimento socioeconómico


as leis de movimento próprias de uma época de produção. Como acima foi visto, visa fazê-lo
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o mais independentemente possível das particularidades nacionais ou conjunturais, o que não


significa prescindir de uma análise que tenha em conta o particular, bem pelo contrário.

Segundo Anderson (1998), considera que um sistema económico é definido pelo modo de
produção no qual se baseia na economia do país. Os modos de produção são formados pelo
conjunto das forças produtivas e pelo conjunto das relações de produção, na sua interacção,
num certo estágio de desenvolvimento.

Simultaneamente designam as condições técnicas e sociais interferiam, com isso mesmo, um


regime para a sua vida. O modo de produção é uma forma determinada da actividade vital dos
indivíduos, um determinado modo de vida. (Idem).

3. 0 OS TIPOS DE MODO DE PRODUÇÃO


Segundo Ferreira (1999), destaca alguns tipos historicamente mais significativos de modos de
produção:

 Destinado à satisfação directa das necessidades dos produtores;


 Destinado a manter uma classe dominante através da entrega regular de tributos e de
trabalho compulsivo;
 Baseado na produção de mercadorias; e,
 Assente na lógica da obtenção do máximo lucro.

Uma das particularidades dos modos de produção consiste na sua transformação permanente,
sendo de salientar que o seu desenvolvimento e alteração determinam a modificação do
regime social no seu conjunto.

Franco (1983),considera que o modo de produção primitivo designa uma formação


económica e social que abrange um período muito longo, desde o aparecimento da sociedade
humana. A comunidade primitiva existiu durante centenas de milhares de anos, enquanto o
período compreendido pelo escravismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo mal ultrapassa
cinco milénios.

De acordo com Antonetti (1977)


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na comunidade primitiva no que tange aos modos de produção de bens os homens


trabalhavam em conjunto. Os meios de produção e os frutos do trabalho eram
propriedade colectiva, ou seja, de todos. Não existia ainda a ideia da propriedade
privada dos meios de produção, nem havia a oposição proprietários x não
proprietários.

Para Franco (1983),considerando que; nos modos de produção primitiva as relações de


produção eram relações de amizade e ajuda entre todos; elas eram baseadas na propriedade
colectiva dos meios de produção, a terra em primeiro lugar. Também não existia o estado.
Este só passou a existir quando alguns homens começaram a dominar outros. O estado surgiu
como instrumento de organização social e de dominação.

O modo de produção primitivo designa uma formação económica e social que abrange um
período muito longo, desde o aparecimento da sociedade humana. As relações de produção
eram relações de amizade e ajuda entre todos; elas eram baseadas na propriedade colectiva
dos meios de produção, a terra em primeiro lugar.

Segundo Ferreira (1999), refere que, os exemplos de meios de produção as instalações fabris
e as máquinas com que se efectua o processo produtivo. São, portanto, no sentido literal da
expressão, bens de produção. A propriedade dos meios de produção é um dos grandes pontos
de discórdia entre os defensores do sistema capitalista e os do sistema socialista.

A figura ilustra o modo de produção nas comunidades primitivas

Fonte: Ferreira (1999)


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3.1 MODO DE PRODUCAO ESCLAVAGISTA


Chacon (1986), refere que, o modo de produção escravista surgiu como ferramenta
económica principal no Egipto Antigo, sendo continuado por todos os Impérios posteriores:
Império Babilónico, Império Persa, Império Macedónico e Império Romano. Foi o modo de
produção praticado por todo o Império Romano. Esse modo de produção foi marcado pelo
domínio e sujeição.

Um pequeno número de senhores explorava uma grande massa de escravos, sendo


proprietários destes, além dos meios de produção e do produto, não dando direito nenhum dos
escravos, que produziam os bens. Na sociedade escravista os meios de produção (terras e
instrumentos de produção) e os escravos eram propriedade do senhor. O escravo era
considerado um instrumento, um objecto, assim como um animal ou uma ferramenta.

Assim, no modo de produção escravista, as relações de produção eram relações de domínio e


de sujeição: senhores x escravos. Um pequeno número de senhores explorava a massa de
escravos, que não tinham nenhum direito. Os senhores eram proprietários da força de trabalho
(os escravos), dos meios de produção (terras, gado, minas, instrumentos de produção) e do
produto de trabalho. (Idem).

A figura ilustra os escravos na construção

Fonte: Chacon (1986)


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3.2 MODO DE PRODUCAO ASIÁTICO


As civilizações da antiguidade, como Egipto e Mesopotâmia. Foi marcado pela existência de um
Estado forte que apresentava mecanismos burocráticos e eficientes com o fim de submeter toda a
sociedade ao seu poder. Todos os bens e meios de produção eram pertencentes ao Estado, sendo
este encarnado pelo rei, imperador, etc.

3.3 MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL


Gouveia (1999), refere que; o feudalismo como modo de produção é maneira como as pessoas
produziam os bens necessários para sua sobrevivência. Durante a Idade Média, este foi um
sistema de organização social que estabelecia como as pessoas se relacionava entre si e o lugar
que cada uma delas ocupava na sociedade.

3.3.1 SURGIMENTO DO FEUDALISMO COMO MODO DE PRODUÇÃO


De acordo com Gouveia (1999), este modo de produção teve suas origens no final do século
III, se consolidou no século 8, teve seu principal desenvolvimento no século X e chegou a
sobreviver até o final da Idade Média (século XV).

Pode-se afirmar que era o sistema típico da era medieval e que com ela se iniciou, a partir da
queda do Império Romano do Ocidente (473) e com ela se encerrou, no final da Idade Média,
quando houve a queda do Império Romano do Oriente (1543).

As principais causas do surgimento deste modo de produção está a decadência do Império


Romano (falta de escravos e prestígio, declínio militar) já no século III d.C., na grave crise
económica no Império Romano. Ocorreram invasões germânicas (bárbaros) que fizeram os
grandes senhores romanos abandonarem as cidades para morar no campo, em suas
propriedades rurais. Esses poderosos senhores romanos criaram ali as vilas romanas, centros
rurais que deram origem aos feudos e ao sistema feudal na Idade Média. (Pirenne 1978).

3.3.2 RELACOES DE MODO DE PRODUCAO FEUDAL, SUSERANIA E


VASSALAGEM
Gouveia (1999), refere que, a característica básica deste modo de produção era a relação
servil de produção. Com base nisto foram organizados os feudos, que respeitavam duas
tradições: o comitatus e os colonatos. O comitatus (que vem da palavra comités,
companheiro) era de origem romana e unia senhores de terra pelos laços de vassalagem,
quando prometiam fidelidade e honra uns aos outros. No colonatus, ou colonato, o
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proprietário das terras concedia trabalho e protecção aos seus colonos, em troca de parte de
toda a produção desses colonos.

De acordo com Pirenne (1978), considera que; este relacionamento era de dependência os
senhores feudais possuíam terras e exploravam suas riquezas cobrando impostos e taxas
desses nobres em seus territórios. Era um tratado de suserania e de vassalagem entre eles.
Esses vassalos podiam ceder parte das terras recebidas para outros nobres menos poderosos
que eles e passavam a ser os suseranos destes segundos vassalos, enquanto permaneciam
como vassalos daquele primeiro suserano. Um vassalo recebia parte da terra e tinha que jurar
fidelidade ao seu suserano, num ritual de poder e de honra, quando o vassalo se ajoelhava
diante de seu suserano e prometia fidelidade e lealdade.

O rei concedia terras aos grandes senhores e esses, por sua vez, concediam partes dessas
terras aos senhores menos poderosos os chamados cavaleiros que passavam a lutar por eles.
Um suserano se obrigava a dar protecção militar e jurídica aos vassalos. Um vassalo investido
na posse de um feudo, se obrigava a prestar auxílio militar.

O sistema de produção feudal era caracterizado pelo emprego da técnica de rotação de


culturas. Em uma sociedade feudal havia testamentos ou camadas estanques, não havia
mobilidade social e não se podia passar de uma camada social para outra. Havia a camada
daqueles que lutavam (Nobreza), a camada dos que rezavam (Clero) e a camada dos que
trabalhavam (camponeses e servos).

De acordo com Pirenne (1978) elenca os diferentes componentes:

 Os servos, que trabalhavam nos feudos, não podiam ser vendidos como escravos, nem
tinham a liberdade de deixarem a terra onde nasceram;
 Os vilões, homens livre que viviam nas vilas e povoados e deviam obrigações aos
suseranos, mas que podiam deixar o feudo quando desejassem;
 Os nobres e o clero, que participavam da camada dominante dos senhores feudais,
tinham a posse legal da terra, o poder político, militar e jurídico.
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No alto clero estavam o papa, os arcebispos e bispos e na alta nobreza estavam os duques,
marqueses e condes. No baixo clero estavam os padres e monges e na baixa nobreza os
viscondes, barões e cavaleiros.

No modo de produção a sociedade feudal era dividida em testamentos, isto é, uma sociedade
composta por camadas estanques, em que a passagem de uma camada social para a outra era
praticamente impossível. De acordo com a função específica de cada camada alguns
historiadores classificam-na como uma sociedade formada por aqueles que lutam (nobres),
aqueles que rezam (clero) e aqueles que trabalham (servos).

Os servos não tinham a propriedade da terra e estavam presos a ela. Não podiam ser vendidos
como se fazia com os escravos, nem tinham liberdade de abandonar as terras onde nasceram.
Nas camadas pobres, havia também os vilões. (Santos 2013).

3.4 MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA


De acordo com Silva (2001), considera que; o modo de produção capitalista é a maneira que está
organizado um sistema produtivo com o objectivo de lucrar. Este sistema substituiu o modo de
produção feudal na Europa e se espalhou pelo mundo nos séculos posteriores.

O Capitalismo como modo de produção surgiu no século XV, na passagem da Idade Média
para a Idade Moderna, a partir da decadência do sistema feudal e do nascimento de uma nova
classe social, a Burguesia. (Cardoso. 2000).

Bottomore (1986), refere que, o capitalismo é um sistema político-económico praticado em


grande parte do mundo. São características clássicas do capitalismo: Propriedade privada:
consiste no sistema produtivo vinculado à propriedade individual. Lucro: é o principal
objectivo capitalista, proveniente do resultado da acumulação de capital. Capitalismo é um
modo de produção económico baseado na propriedade privada dos meios de produção e sua
operação com fins lucrativos.

As relações de produção capitalistas baseiam-se na propriedade privada dos meios de


produção pela burguesia, que substituiu a propriedade feudal, e no trabalho assalariado, que
substituiu o trabalho servil do feudalismo. O capitalismo é movido por lucros, portanto temos
duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores assalariados.
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3.5 MODO DE PRODUÇÃO SOCIALISTA


Segundo Cardoso (200), o socialismo é um sistema económico pós-mercadoria, o que
significa que a produção é realizada para produzir directamente o valor de uso, para satisfazer
directamente as necessidades humanas, ou demandas económicas, ao contrário de ser
produzido com o objectivo de gerar lucro.

Piletti (1999),considera que as ideias socialistas surgiram no final do século XVIII e início do
XIX, no contexto das implantações de grandes indústrias, com a Revolução Industrial. Com a
transformação da sociedade na dinâmica industrial, os operários estavam trabalhando em
péssimas condições, sem perspectiva de mudança. Foi neste momento que pensadores
socialistas começaram a imaginar um regime político em que não existisse a desigualdade
social.

Na teoria marxista, socialismo, também chamado de comunismo de nível inferior ou o modo


de produção socialista, refere-se a uma fase histórica específica do desenvolvimento
económico e ao correspondente conjunto de relações sociais que substituem o capitalismo no
esquema do materialismo histórico. A definição marxista de socialismo é um modo de
produção onde o único critério de produção é o valor de uso e, portanto, a lei do valor já não
dirige a actividade económica. (François 1992).

De acordo com Piletti (1999),

“o modo de produção socialista a produção é para uso , e é coordenada através da


economia planificada consciente, enquanto a distribuição da produção económica é
baseada no princípio a cada qual, segundo suas necessidades.” (p. 78).

Portanto as relações sociais do socialismo são caracterizadas pela classe trabalhadora


efectivamente possuir os meios de produção e os meios de subsistência, seja através de
empresas cooperativas ou por propriedade pública ou ferramentas artesanais particulares e
autogestão, de modo que o excedente social acumula para a classe trabalhadora e a sociedade
como um todo.

O socialismo usaria um sistema baseado em incentivos, e a desigualdade ainda existiria, mas


em menor medida, como todos os membros da sociedade seriam trabalhadores-proprietários.
Isso elimina a gravidade das tendências anteriores em relação à desigualdade e aos conflitos
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decorrentes da propriedade dos meios de produção e da renda da propriedade de uma pequena


classe de proprietários. O método de compensação e recompensa em uma sociedade socialista
seria baseado em uma meritocracia autêntica, segundo o princípio de cada um segundo as
suas capacidades, a cada um segundo as suas necessidades.

Segundo Piletti (1999), estágio avançado do socialismo, referido como comunismo de estágio
superior em Crítica ao Programa de Gotha, é baseado no modo de produção socialista, mas é
diferenciado do socialismo de estágio inferior de algumas maneiras fundamentais.

Enquanto o socialismo implica a propriedade pública (por um aparelho de Estado) ou a


propriedade cooperativa (por uma empresa cooperativa de trabalhadores), o comunismo seria
baseado na propriedade comum dos meios de produção. As distinções de classes baseadas na
propriedade do capital deixam de existir, juntamente com a necessidade de um estado. Uma
superabundância de bens e serviços é tornada possível pela produção automatizada que
permite que os bens sejam distribuídos com base na necessidade e não no mérito.

3.6 MODO DE PRODUÇÃO CAMPONESA


Fischer (2012) refere que, as principais características desta unidade produtiva é a busca da
subsistência e reprodução da unidade. Só a partir do momento em que forem garantidas as
condições mínimas materiais é que a família camponesa poderá buscar a produção do
excedente. O equilíbrio da relação produção e consumo são vitais para esta comunidade na
percepção do grupo verifica que, neste modo de produção se o número de membros da
unidade aumentar e a produção não crescer proporcionalmente haverá o risco de a unidade
camponesa entrar em colapso e em consequência a expropriação da propriedade da terra.
Enquanto a renda depender fundamentalmente do trabalho familiar, haverá um balanço entre
a exploração deste trabalho e as necessidades de consumo da família: uma vez preenchidas as
necessidades, cada unidade adicional de trabalho passará a ter, para a família, valor
decrescente.

De acordo com Fischer (2012), considera que, actualmente, a concepção acerca do modo de
produção camponês é vista como um modelo subordinado a um modo dominante, como o do
capital. Ciro Flamarion, ao contribuir com a problemática camponesa, apresenta os elementos
que melhor o define:
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 Autonomia da gestão da unidade produtiva (o que não significa necessariamente a


existência da categoria da propriedade privada do solo, mas sim o domínio sobre
todos os meios de produção indispensáveis ao processo de produção);
 Gestão essencialmente, mas não exclusivamente familiar da unidade de produção;
 Economia de subsistência fundamental, mas não exclusiva.

Na perspectiva do grupo análise de Ciro encontra obstáculos na área da antropologia


económica. O modo de produção camponês pode ser entendido, a princípio, não como uma
forma isolada que compete com o modo capitalista ou escravista de produção. Sendo capaz de
coexistir, pois o camponês pode se comportar ora como um agente económico de mercado.

Segundo Wolf (1966:15) os camponeses precisam suprir quatro fundos:

1. Calórico alimentar.

2. Reposição de equipamentos e sementes.

3. Cerimonial para festas e festivais.

4. Cobrir endividamento referente a tributos de ordem hierárquica.

Os dois primeiros podem ser entendidos como a linha inferior das necessidades básicas,
enquanto os dois últimos como linha superior das necessidades sociais, porém também
básicas.

Obviamente, as necessidades variam para cada comunidade no tempo e no espaço e podem


possuir restrições sociais e culturais. Há uma tendência de produção de excedente para a
unidade familiar camponesa, porém pode não haver a decisão de produzi-lo ou não haver
condições materiais para tal. Esta produção não está voltada propriamente para o mercado,
mas para outros aspectos das actividades económicas e quotidianas como permuta,
cerimónias religiosas etc.
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4.0 AS FASES DO SISTEMA DO CAPITALISTA

4.1 Primeira Fase do Sistema Capitalista Comercial (Século XV – XVIII)


Piletti (1999),refere que, a fase do capitalismo comercial é também chamada de pré-
capitalista. Naquele momento ainda não havia industrialização e o sistema estava baseado em
trocas comerciais. O modelo económico adoptado nesse período foi o mercantilismo, que
tinha como principais características:

 O controlo estatal da economia, o Rei controlava o mercado;


 O proteccionismo, protecção do mercado interno;
 O metalismo, acúmulo de metais preciosos;
 E a balança comercial favorável, mais exportação do que importação.

A crença naquele momento era de que a riqueza disponível no mundo não poderia ser
aumentada, apenas redistribuída. Assim, os países buscavam a acumulação de riquezas por
meio da protecção da economia local e acúmulo de metais decorrente das trocas comerciais
que realizavam com outros países. Foi nesse período que nações europeias exploraram os
recursos de suas colónias, como aconteceu aqui nas Américas.

4.2 Segunda Fase do Sistema Capitalista Industrial (Século XVIII – XIX)


O modo de produção em causa teve diferentes momentos onde temos a passagem do
capitalismo comercial para o capitalismo industrial se deu em meio à revoluções tecnológicas
e políticas. A Revolução Industrial se inicia na Inglaterra em 1760, e tem como seu marco
principal a introdução da máquina a vapor na produção, o que deu início à transição de uma
produção manufactureira para uma produção industrial. A produção industrial tornava-se
necessária, pois com o crescimento demográfico e expansão das cidades era necessário que os
produtos fossem criados e distribuídos com mais eficiência e escala. (Iggers 1995)

Segundo Silva (2001),considera que, as revoluções também tiveram um carácter político. Em


1789 inicia-se a Revolução Francesa, movimento que buscava o fim da organização política,
social e económica vigente na época; que oferecia privilégios a pequenas parcelas da
população e concedia poucos direitos ao povo.
17
18

5.0 CONCLUSÃO
Findo o presente trabalho conclui-se que o modo de produção é a forma de organização
socioeconómica associada a uma determinada etapa de desenvolvimento das forças produtivas e
das relações de produção. As características do trabalho preconizado, seja ele artesanal,
manufacturado ou industrial. Quando o novo modo de produção assume um papel preponderante
numa determinada sociedade, é acompanhado pelo declínio dos existentes, embora estes
continuem a subsistir em espaços económicos onde ainda não surgiram as condições económicas
e sociais que originaram a mudança. Os traços e as propriedades dos modos de produção
manifestam-se de maneira diferente nas várias regiões. O modo de produção dominante assume a
determinação dos processos, das relações e das instituições fundamentais. O modo de produção
que é dominante nas sociedades humanas actualmente é, conforme diversos autores, o
capitalismo.

Por fim o trabalho se divide à medida que as sociedades se tornam mais volumosas e densas, não
é porque as circunstâncias exteriores sejam mais variadas, é porque a luta pela vida é torna-se
mais ardente. As mudanças levam a alterações importantes do metabolismo social, conduzindo a
um amplo processo de modificação nas relações de trabalho.
19

6.0 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA


Anderson, Perry,(1987). A vida Produtiva desde os tempos. (3 edição). São Paulo:
Brasiliense,

Antonetti, Guy, (1977). A economia medieval. São Paulo: Atlas,

Cardoso, Ciro Flamarion. (2000). Um historiador fala de teoria e metodologia: ensaios.


Bauru, SP: Edusc,

Chacon, Paulo Pan, (1986). História económica geral. São Paulo: Atlas,

Fischer, Maria C. B. (2012). Produção Associada e autogestão. Dicionário da Educação do


Campo, Expressão Popular, São Paulo.

Franco Jr., Hilário, (1983). O feudalismo. São Paulo: Brasiliense,

François, P. (1992). A história em migalhas: dos Annalesà nova história. São Paulo: Ensaio,

Gouveia, M. (1999). Os primitivos. In: História universal. (5ª ed). Tradução: Eduardo de
Lima Castro. São Paulo: Martins, tomo 1,

Iggers, George G. (1995).La ciência histórica en el siglo XX: Las tendncias actuales.

Trad. De Clemens Bieg. Barcelona: Labor,

Piletti, Nelson, (1999). Toda a história. História geral e do Brasil. São Paulo: Ática,

Pirenne, Henri, (1978). História económica e social da idade média. Trad. Lycurgo Gomes
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Santos, Lirian K. (2013). Trabalho, produção associada e produção de saberes na


comunidade tradicional Imbê – MT, Dissertação de Mestrado em Educação,nInstituto de
Educação, Universidade Federal do Mato Grosso, Mato Grosso.

Silva, Lígia O. (2008). Terras devolutas e latifúndio: efeitos da Lei de 1850, Editora da
UNICAMP, Campinas.

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