Você está na página 1de 51

MEC201 - PROJETO DE PRODUTO

AULA 01

Prof. Jairo Machado. Me. Eng.


jairo@upf.br
1 INTRODUÇÃO
1.1 O Engenheiro projetista

A missão do engenheiro é encontrar soluções para problemas técnicos. Para


isso ele se baseia no conhecimento das ciências naturais e da engenharia e leva
em conta fatores condicionantes materiais, tecnológicos e econômicos, bem
como restrições legais, ambientais e outras impostas pelo ser humano.

As soluções precisam atender aos objetivos prefixados e autopropostos. Após


seu esclarecimento, os problemas são convertidos em em subtarefas concretas
que o engenheiro terá pela frente durante o processo de desenvolvimento do
produto.
Desenvolver e projetar são atividades de interesse da engenharia que:

• Abrangem quase todos os campos da atividade humana;


• Aplicam leis e conhecimentos das ciências naturais;
• Adicionalmente se apoiam no conhecimento prático especializado;
• São em grande parte exercidas por responsabilidade pessoal;
• Criam os pressupostos para a concretização de ideias de solução.

Do ponto de vista da psicologia do trabalho, projetar é uma atividade


intelectual, criativa, que requer uma base segura de conhecimentos nas áreas de
matemática, física, química, mecânica, termodinâmica, mecânica dos fluídos,
eletrotécnica, assim como de tecnologias de produção, ciência dos materiais e
ciência do projeto.
Do ponto de vista metodológico, projetar é um processo de otimização com
objetivos predeterminados e condicionantes em partes conflitantes.

Do ponto de vista organizacional, o projeto participa de forma significativa do


ciclo de vida de um produto. O ciclo inicia por uma demanda do mercado ou por
uma vontade, começando pelo planejamento do produto e, após sua utilização,
terminando na reciclagem.

Projeto de engenharia é o uso de princípios científicos, informações técnicas e


imaginação na definição de estruturas, máquinas ou sistemas para desempenhar
funções pré-especificadas com máxima economia e eficiência.

O projeto é uma atividade predominantemente cognitiva, fundamentada em


conhecimento e experiência, dirigida à busca de soluções ótimas para produtos
técnicos, a fim de determinar a construção funcional e estrutural e criar
documentos com informações precisas e claras para a fabricação.
O projeto do produto pode ser formulado como o ato, sujeito às restrições de
resolução, de planejar uma peça ou um sistema para atender de forma ótima as
necessidades estabelecidas, sujeito, ainda às restrições de solução.

Por restrições de resolução, entende-se aquelas que se relacionam com o


conhecimento disponível, o tempo e as facilidades de laboratório e de
computação para resolver o problema.

Por restrições de solução, entende-se aquelas que englobam aspectos de custo,


disponibilidade de materiais, equipamentos de fabricação e de uso, manutenção
e descarte.

O projeto do produto é um campo amplo para realizar algo, compreendendo


aspectos desde a identificação de uma necessidade até o descarte ou o seu
efeito sobre o meio ambiente.
No caso específico de produtos industriais, que são solicitados por cargas e
esforços durante a operação, ou mesmo quando da armazenagem, um dos
pontos mais críticos do projeto é o correto dimensionamento para suportar as
cargas que irão se desenvolver.

De uma forma geral, o termo projeto é empregado no sentido de sintetizar um


sistema que venha a produzir uma resposta específica, quando solicitado.

Este sistema, no que diz respeito ao seu desempenho, deve satisfazer uma
série de restrições e especificações, com um projeto que vise, na maioria dos
casos, a minimizar o custo total ao longo do período de vida útil.

Praticamente em qualquer tipo de sistema que venha a ser projetado existem


componentes cuja função é suportar e transmitir cargas mecânicas. Estes
componentes devem ser dimensionados de modo a resistir às cargas previstas,
constituindo-se, logo, em componentes estruturais do sistema.
Vida de um produto
As atividades do engenheiro projetista podem ser desdobradas em:

• Conceituais – o esforço em busca do princípio da solução, para o qual, além


dos métodos de aplicação geral, também servem métodos especiais.

• De pré-projeto – trabalhos de concretização do princípio da solução pela


definição da configuração e do material.

• De detalhamento – atividades referentes a preparação dos subsídios para a


produção e utilização.

• Atividades de cálculo – desenho e busca de informações, que incidem em


todas as etapas de projeto.
Dentro da empresa, o setor de desenvolvimento e projeto tem importância
capital na geração e continuação do desenvolvimento de um produto.

Pelo projetista, de forma decisiva, são determinadas as características do


produto quanto ao atendimento da finalidade, à segurança, à ergonomia, à
produção, ao transporte, ao uso, à manutenção e à destinação final.

Também o projetista tem grande influência nos custos de produção e operação,


na qualidade, bem como nos tempos consumidos na produção. Em
conformidade com essa responsabilidade pelo produto, a fixação de metas
gerais sempre deverá ser observada.

De acordo com as interligações e os fluxos de informações entre os


departamentos da empresa, os departamentos de produção e montagem, são
dependentes do departamento de projeto e vice-versa, pois os conhecimentos e
experiências do setor de produção influenciam fortemente o depto. de projeto.
Fluxo da informação entre os setores de produção
1.2 Procedimento metódico para o desenvolvimento de um produto

Para o desenvolvimento de boas soluções, é necessário um procedimento que


seja planejável, flexível, otimizável e verificável.

Tal procedimento só é aplicável quando, além do necessário conhecimento


especializado, os projetistas souberem trabalhar de modo sistemático. Essa
metodologia de trabalho deve ser auxiliada por medidas organizacionais.

Por metodologia de projeto, entende-se um procedimento planejado com


indicações concretas de condutas a serem observadas no desenvolvimento e no
projeto de sistemas técnicos.

O objetivo da incorporação de um procedimento metodológico é intensificar a


capacidade de produção e invenção do projetista.
Com os métodos de projeto é objetivado despertar as habilidades individuais do
projetista por meio de diretrizes e ajuda, potencializar sua disposição com
relação a criatividade e simultaneamente evidenciar a necessidade de uma
avaliação subjetiva do resultado.

A demanda por racionalização também abrange a responsabilidade do


projetista pelos custos e pela qualidade.

Uma metodologia de projeto deverá:

• possibilitar um procedimento orientado por problemas, ou seja, ser aplicado


em princípio em qualquer atividade de projeto, independentemente da
especialidade;
• incentivar invenções e conhecimentos, facilitando a busca de soluções
ótimas;
• ser compatível com conceitos, métodos e conhecimentos de outras
disciplinas;
• não gerar soluções somente por acaso;

• permitir uma fácil transferência das soluções de tarefas semelhantes;

• ser apropriada para ser usada no computador;

• •ser possível de ser ensinada e aprendida;

• •estar em conformidade com conhecimentos da psicologia cognitiva e da


ergonomia, facilitando o trabalho;

• facilitar o planejamento e o controle do trabalho em equipe num processo


integrado e multidisciplinar de geração de um produto;

• ser orientação e diretriz para os gerentes de projeto de equipes de


desenvolvimento.
Exemplos de modelos e fases do DP por diferentes autores
Procedimento geral para o desenvolvimento do projeto
Partindo de uma solicitação do mercado, são
estabelecidos os requisitos de projeto.

Após começa a etapa de concepção, onde várias


alternativas de configuração são geradas.

Após é desenvolvido um modelo geométrico


preliminar, determinando das condições de
contorno, com base na teoria de mecânica dos
sólidos.

Análise do comportamento do material

Verificação para rever possíveis simplificações


utilizadas nos modelos anteriores.

Etapas no desenvolvimento de um produto, com ênfase estrutural


1.3 Conceitos básicos sobre desenvolvimento de produtos

Desenvolvimento de produto é um conceito amplo. Compreende os aspectos de


planejamento e projeto ao longo de todas as atividades da sequencia do
processo, desde a pesquisa de mercado, o projeto do produto, projeto do
processo de fabricação, plano de distribuição e de manutenção até o descarte do
produto.

Entende-se desenvolvimento de produto como todo o processo de


transformação de informações necessárias para a identificação da demanda, a
produção e o uso do produto.

O termo produto refere-se a um objeto concebido, produzido industrialmente


com características e funções, comercializado e usado pelas pessoas ou
organizações, de modo a atender seus desejos ou necessidades.

Os produtos são constituídos de elementos que formam um conjunto de


atributos básicos, tais como: aparência, forma, cor, função, imagem, material,
embalagem, marca, serviços pós-vendas e garantia.
Novos produtos não significam, necessariamente serem produtos originais; novos
produtos podem ser obtidos com melhorias e modificações de produtos
existentes.

Os novos produtos podem ser classificados em:

• variantes de produtos existentes: incluem extensões de linha,


reposicionamento de produtos em termos de seu uso e mercado, formas
novas, versões modificadas e, em alguns casos, a nova embalagem de
produtos existentes.

• inovativos: são resultado de modificações feitas em produtos existentes,


gerando produtos de elevado valor agregado. Geralmente um maior grau de
inovação requer um tempo mais longo ou esforço de desenvolvimento e maior
custo de pesquisa.
• criativos: são produtos normalmente com existência nova. Seu tempo de
desenvolvimento é longo e os custos de pesquisa e desenvolvimento são
elevados. A introdução desse tipo de produto no mercado pode ser de risco
elevado, mas também pode gerar novos paradigmas e potencializar novos
campos industriais.

Conforme Ferreira (1986), a palavra projeto é “a ideia que se forma de executar


ou realizar algo no futuro, é um plano, um intento, ou desígnio”. Assim, projeto
do produto é um plano de um empreendimento a ser realizado – um produto
com o fim de atender a uma necessidade (traduzido do dicionário Oxford).

Projeto de engenharia é o “uso de princípios científicos, informações técnicas e


imaginação na definição de estruturas, máquinas ou sistemas para
desempenhar funções pré-especificadas com máxima economia e eficiência”.
Para desenvolver um produto com eficiência e eficácia, é necessário saber o
que fazer, para quem fazer, quando fazer, com que fazer e como fazer. A esta
organização (conhecimentos, métodos e ferramentas utilizadas para o
desenvolvimento) chama-se de metodologia de projeto ou metodologia de
desenvolvimento de produtos.

Uma metodologia geral de trabalho deve ser aplicável independentemente da


especialidade e sem necessidade de pré-conhecimentos específicos por parte
do usuário.

Num procedimento metódico basicamente precisam estar satisfeitos os


seguintes pressupostos:

• Definir metas pela exposição da meta global, de cada uma das submetas e
sua relevância, pelo que é assegurada a motivação para a solução do
problema e apoiado o próprio conhecimento.
• Indicar as condicionantes, ou seja, esclarecer as condições iniciais e
periféricas.

• Dissolver preconceitos, o que possibilita uma ampla busca de solução com


simultânea redução de erros de raciocínio.

• Procurar variantes, ou seja, sempre procurar várias soluções, das quais


poderá ser selecionada ou combinada a mais favorável.

• Avaliar com respeito aos objetivos e às condicionantes impostas.

• Tomar decisões, o que é facilitado pela avaliação prévia. Só as decisões


com retroações atuantes possibilitam a evolução do conhecimento.
2 DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO PROJETO DE PRODUTOS

Para problemas de pequeno porte, pode até ser que não haja necessidade de
seguir um longo caminho por meio de procedimentos propostos, mas para
projetos de grande porte, é indispensável seguir um procedimento ou uma
metodologia predeterminada.

Um projeto deste porte precisa ser planejado, implementado, monitorado e


controlado.

Planejar um projeto requer a identificação das atividades a serem


desenvolvidas, sequencia ou simultaneidade dessas atividades, tempos e
recursos necessários, responsabilidade pelas atividades, início e conclusão do
projeto.
É grande o número de proposições de estruturas de procedimentos ou
metodologias de de desenvolvimento de projetos de produtos.

Desenvolver um projeto complexo, sem adotar um determinado procedimento


ou metodologia é inconcebível atualmente.

A capacitação dos integrantes das equipes de trabalho fica facilitada tendo


procedimentos ou metodologias sistematizadas. Essas metodologias devem
focalizar: o que fazer, para quem fazer, quando fazer, como fazer e com que
fazer.

A maioria dos procedimentos pesquisados, sistematizados e descritos na


literatura tem seu enfoque no processo de projeto, que é intrínseco a um
processo mais amplo, que é o processo de desenvolvimento de produto.
2.1 modelo de desenvolvimento integrado de produtos

O modelo de referência contribui para que as empresas passem a executar um


processo de desenvolvimento de produtos mais formal e sistemático,
integrado aos demais processos empresariais, com os participantes da cadeia
de fornecimento e com os clientes finais.

O modelo esquematizado é composto por três macrofases decompostas em


oito fases:

• Planejamento do projeto: a primeira macrofase corresponde à fase de


planejamento do projeto do produto.

• Elaboração do projeto do produto: envolve a elaboração do projeto do


produto e do plano de manufatura.

• Implementação do lote piloto: envolve a execução do plano de


manufatura na produção da empresa e o encerramento do projeto.
O modelo desenvolvido por Romano (2003) apresenta as características:

• É baseado na visão de processo em consonância com o plano estratégico de


negócios e de produtos da organização;
• Traz a visão de todo o processo de desenvolvimento de produto;
• Indica a sequência lógica das fases e atividades;
• Explica o que deve ser feito para desenvolver um produto industrial,
atividades e tarefas apoiadas nos princípios de engenharia simultânea;
• Define as áreas envolvidas em cada atividade do modelo;
• Define as informações necessárias para a realização das atividades,
apresentadas sob a forma de entradas, mecanismos e controles;
• Expõe como realizar as atividades através da definição dos principais
métodos;
• Exibe os eventos que marcam o término das fases e definem os resultados
desejados;
• Avalia a passagem de fase;
• Registra as lições aprendidas.
Representação gráfica modelo do processo de desenvolvimento integrado de produtos
FASE1– Planejamento do projeto

Essa fase destina-se ao planejamento de um novo projeto em face das


estratégias de negócio da empresa e da organização do trabalho a ser
desenvolvido ao longo do processo.

A partir do plano estratégico de produtos, o plano de marketing é iniciado e


aprovado, liberando a criação do termo de abertura de projeto ou carta de
projeto, que formaliza a existência do projeto dentro da organização.

É elaborada a declaração do escopo do projeto do produto, que descreve a


justificativa do projeto, suas restrições e o que será desenvolvido
(características do produto).
É elaborada a declaração do escopo do
projeto do produto, descrevendo sua
A partir do plano estratégico de produtos, inicia-se o
justificativa e restrições.
planejamento de marketing liberando a criação do
termo de abertura do projeto, formalizando a existência Parte-se para avaliação do risco do
dentro da organização. projeto para as áreas envolvidas da
organização.
Segue com a identificação das partes envolvidas no
projeto (clientes, parceiros, equipe da organização no Define-se a equipe de gerenciamento do
projeto, etc.) projeto e todas as demais atividades
necessárias a elaboração do plano do
Elabora-se o plano de gerenciamento das comunicações projeto do produto
(diretrizes para o sistema de informações do projeto).

Paralelamente ao plano do projeto são desenvolvidos


os planos de gerenciamento de suprimentos,
qualidade e metas de segurança
FASE 2 – Projeto informacional

Essa fase destina-se ao desenvolvimento e a definição das especificações de


projeto do produto.

Uma vez iniciada a execução do plano de projeto, são realizadas diversas tarefas
que buscam a definição dos fatores de influência no projeto do produto.

A partir dos requisitos dos usuários são definidos os requisitos de projeto do


produto, considerando diferentes atributos.

Dos requisitos de projeto derivam as especificações do projeto, ou seja, os


objetivos a que o produto a ser projetado deve atender.
Requisitos funci- As melhores práticas em
onais, ergonômicos, relação as tarefas são
de segurança, de registradas para incorporação
confiabilidade, de em projetos futuros
modularidade,
estéticos

Testes para a preparação da logística de


assistência técnica

Compreensão dos fatores determinantes


de custo, relação de custo com o volume
de produção e lucro pretendido
FASE 3 – Projeto conceitual

Essa fase destina-se ao desenvolvimento da concepção do produto.

Para atingir o propósito da fase são realizadas diversas tarefas que buscam,
primeiramente, estabelecer a estrutura funcional do produto.

Determinadas as funções a serem realizadas parte-se para os estudo de


estruturas funcionais alternativas, com o objetivo de selecionar a mais
adequada. Sobre a estrutura funcional selecionada são desenvolvidas
concepções alternativas.

Uma vez selecionada a concepção do produto, iniciam-se os estudos para


identificação dos processos de fabricação (novos ou conhecidos).
FASE 4 – Projeto preliminar

Essa fase destina-se ao leiaute final do produto e a determinação da viabilidade


técnica e econômica.

Para estabelecer o leiaute final, as tarefas realizadas são: identificação das


especificações de projeto que relacionam os requisitos de forma, leiaute,
material, segurança, ergonomia, e manufatura; definição dos componentes,
revisão das patentes e considerações sob aspectos legais e de segurança.

Também são feitos seleção de leiautes alternativos, estabelecimento das


dimensões dos componentes, tipo de material, processo de fabricação,
tolerância, realização de testes de fabricação com mock-up.

Para finalizar a fase de projeto preliminar a viabilidade econômica é submetida a


aprovação, sendo este o critério que autoriza o progresso para a fase seguinte.
Identificação das
especificações de projeto que
relacionam forma, material,
dimensões, segurança,
ergonomia e manufatura
FASE 5 – Projeto detalhado

Essa fase destina-se a aprovação do protótipo; finalização das especificações dos


componentes; detalhamento do plano de manufatura e preparação da
solicitação de investimento.

Após a orientação da equipe, o protótipo é construído e são concluídos os testes


de ensaios de laboratório e de campo.

Durante a realização dos testes são aplicadas diversas análises, como a de


segurança do protótipo e / ou dos componentes do produto.

Paralelamente à construção, ao teste e a aprovação do protótipo, é concluída a


otimização das especificações dos componentes. Na sequencia a estrutura do
produto é completada, os componentes certificados, o plano de manufatura
detalhado e as especificações técnicas fixadas.
FASE 6 – Preparação da produção

Essa fase trata da preparação da produção do produto e da implementação do


planejamento de marketing.

Após a orientação da equipe, diversas atividades são realizadas


simultaneamente com o objetivo de preparar a produção para realização do
teste de montagem.

Essas atividades incluem: elaboração da documentação de montagem,


liberação para a construção de ferramental, compra, recebimento, instalação,
teste, preparação das máquinas operatrizes, dispositivos e ferramentas para
implementação na linha de produção.

Durante a produção do lote piloto, os procedimentos de montagem são testados


para verificação de não conformidades no processo, e também, para treinar o
pessoal responsável pela montagem.
FASE 7 – Lançamento do produto

Nesta fase é efetuado o lançamento do produto no mercado, sendo esta a


segunda fase da implementação do lote piloto, é nela que é realizada a
produção do lote inicial.

A definição da data de início da produção a revisão do volume de vendas para a


definição do volume de produção, marcam o começo da preparação para a
produção.

Segue com revisão da aprovação final dos componentes para produção seriada,
elaboração do cronograma de implantação da fabricação dos itens, programação
da produção do lote inicial e revisão do ferramental de auxílio a produção.

O lançamento do produto no mercado é realizado através da apresentação do


produto aos consumidores ou usuários, concessionários, vendedores, imprensa,
entre outros. Há então a comercialização do lote inicial, que passa a ser
acompanhada pela área de pós-venda.
FASE 8 – Validação do produto

A última fase do desenvolvimento do produto trata da validação do produto


junto aos usuários e à auditoria e da validação do projeto junto ao cliente
direto. É nessa fase que o projeto é encerrado.

Após a orientação da equipe a respeito das atualizações do plano do projeto,


são realizadas atividades relacionadas à comercialização.

Elas envolvem tipicamente a implementação do plano para a avaliação da


satisfação dos consumidores, o monitoramento da performance do produto,
das informações sobre segurança na utilização e operação e da ocorrência de
acidentes.

Para a validação do produto são definidos os itens a examinar e os critérios de


avaliação. A validação é feita sobre os produtos do lote inicial comercializado
junto aos usuários.
Modelo de tabela de desdobramento das fases de projeto do produto
2.2 Desenvolvimento de produtos no ambiente de engenharia simultânea

Em termos gerais, reconhece-se, hoje, que as decisões tomadas nas fases iniciais
do projeto tem um efeito significativo na manufaturabilidade do produto, em sua
quantidade, nos custos de produção, além de outros fatores.

Essas decisões diferem em suas naturezas e nas condições sob as quais são
tomadas. Nos procedimentos tradicionais de projeto, há mais riscos de não
considerar a completeza necessária de informações do produto do que há no
desenvolvimento em um ambiente de engenharia simultânea.

Alguns exemplos típicos de decisões que podem afetar as diferentes fases do


projeto:
• na definição das especificações de projeto, quando se está trabalhando com
informações qualitativas e muitas vezes insuficientes, por não considerar a
amplitude dos conhecimentos necessários.
• na definição da concepção do produto, quando as informações são abstratas
e pela possibilidade de os dados para julgamento serem insuficientes.
• na configuração mais apropriada para um princípio de solução, quando o
tempo disponível é insuficiente e já existem soluções pré concebidas.
• na definição dos parâmetros de componente, quando os riscos são elevados e
se dispõe de poucos recursos para análise e simulação.

Esses exemplos reforçam a importância em adotar práticas adequadas ao


desenvolvimento de produtos, procurando minimizar decisões empíricas ou por
tentativa e erro.

A engenharia simultânea (ES), de modo geral, tem sido apontada como filosofia,
metodologia ou prática de desenvolvimento de produto.
Definições para engenharia simultânea:

Prasad, Wang e Deng (1998) – “A engenharia simultânea é uma abordagem


sistemática que considera todos os aspectos do gerenciamento do ciclo de vida
do produto, incluindo integração do planejamento, projeto, produção e fases
relacionadas”.

Smith (1997) – “A engenharia simultânea é um termo aplicado para uma


filosofia de cooperação multifuncional no projeto de engenharia, a fim de criar
produtos que sejam melhores, mais baratos e introduzidos no mercado mais
rapidamente.

Sprague, Singh (1991) – “A engenharia simultânea é uma abordagem


sistemática para o projeto simultâneo e integrado de produtos e de processos
relacionados, incluindo manufatura e suporte. Procura considerar todos os
elementos do ciclo de vida dos produto, desde a concepção até o descarte,
incluindo qualidade, curso, programação e requisitos dos usuários”.
Pahl & Beitz (2005) – “sob engenharia concomitante ou simultânea entende-se
o trabalho objetivo, interdisciplinar (dissemindo-se por vários departamentos),
em paralelo e cooperativo, para o completo desenvolvimento do produto, da
produção e da distribuição por todo o ciclo de vida do produto com rigoroso
gerenciamento.

No processo de geração de um produto sob engenharia simultânea, as


atividades de cada um dos departamentos caminham em grande parte em
paralelo ou ao menos se superpõe de forma bastante nítida, com frequentes
encontros com o cliente e com inclusão dos vários fornecedores.

Ocorre um permanente monitoramento do produto até o fim do seu ciclo de


vida.
Por meio de diferentes definições para engenharia simultânea, podem-se
sintetizar alguns elementos que auxiliam na compreensão inicial.

Síntese dos principais elementos associados à engenharia simultânea


Processo de formulação do produto e acompanhamento na engenharia simultânea com
superposição mínima das atividades por áreas, formulação de uma equipe de projeto e
contatos estreitos com clientes e fornecedores.
Os princípios da engenharia simultânea pressupõe os seguintes aspectos:

• tratamento simultâneo de restrições de projeto e manufatura;


• compartilhamento de conhecimentos associados ao desenvolvimento de
produtos;
• ênfase às preferências dos consumidores no desenvolvimento do produto;
• desenvolvimento do produto considerando qualidade, custo e tempo para o
mercado;

As variáveis associadas à engenharia simultânea podem ser associadas da


seguinte maneira:

• configuração de equipes de projeto;


• paralelismo das atividades de projeto;
• integração dos clientes do projeto;
• utilização de ferramentas de apoio.
Modelo integrado de ES para projeto do produto

Você também pode gostar