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DA REFORMA E REVISÃO CONSTITUCIONAL

PARTE I
CONSIDERAÇÕES GERAIS

Natureza, titularidade e limites do poder de reformar a constituição!

1. Uma Constituição, por agasalhar os valores daquele povo, tem a pretensão de eternidade. Mas, não
pode pretender ser imutável, é dizer, não permitir emendas no seu texto.
2. Essa tensão: permanência e mudança resolve-se pela atuação do chamado poder constituinte
derivado, via emendas constitucionais. Admite-se mudança no texto, no entanto, tal não se opera
pelas maiorias ocasional do parlamento, exige-se uma super maioria e um procedimento complexo e
diverso daquele previsto para feitura das leis.
3. CONCEITO: poder constituinte derivado é a competência, a função atribuída ao parlamento de
reformar o texto constitucional, função regulada pela própria constituição, exercida pelo ‘poder’ instituído
(parlamento), portanto juridicamente subordinado a diversas ordens emanadas do texto originário.
3.1.NATUREZA: poder de direito, não soberano, exercido pelo Parlamento. Desse modo, o produto do
constituinte derivado – emenda-, como depende da ordem jurídica para surgir e nela permanecer, não
rompe com nada.
3.2.TITULARIDADE: parlamento. Órgão permanente do Estado, juridicamente subordinado ao texto
constitucional, não podendo transbordar das regras lá fixadas, sob pena da Corte Suprema declarar
inconstitucional a emenda. Art.59 e 60 CF/88.
3.3. LIMITES: como o constituinte derivado labora na forma do texto constitucional, há limites impostos.
. de competência: só o Parlamento poderá exercer a função constituinte derivada. Se a constituição foi
feita pelo povo, somente o povo (pelos seus representantes) poderá alterá-la.
. de procedimento: diverso e mais complexo do que o procedimento estabelecido para a feitura das leis.
No art. 60 da CF está gizado o procedimento: PEC tramita 2 vezes na CD e 2 vezes no SF, cada sessão
com maioria de 3/5. Aqui se verifica a rigidez constitucional.
. circunstancial: impede reforma no texto em momentos excepcionais: guerra, estado de sítio e estado
de defesa.
. materiais: por mais que o texto seja plástico, mudando diante de novas realidades e demandas sociais,
uma Constituição deve “conservar a essência de sua identidade original” (Carl Schmitt), “o núcleo de
decisões políticas e de valores fundamentais que justificaram sua criação” (Luís R. Barroso), essa
identidade também é conhecida como “o espírito da Constituição” (Peter Häberle) é protegida pela
existência dos limites materiais ao poder de reforma.

3.4. São as conhecidas CLAUSULA PÉTREAS, as clausula eternas. O constituinte originário escreve as
matérias que ficarão de fora do campo ode atuação do constituinte derivado, criando um núcleo
intangível.
O §4 do art. 60 da CF/88 arrola as cláusulas eternas.

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